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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

Influenciados pelas aspirações dos grupos e classes mais influentes, pela publici<strong>da</strong>de<br />

e pelo dinamismo do consumo mercadorizado, os estilos de vi<strong>da</strong> não se resumem a<br />

essas autori<strong>da</strong>des, referem-se também a decisões e acções pessoais: os indivíduos<br />

podem seguir opções alternativas e implicar-se, pelas suas escolhas, em valores morais,<br />

envolvimentos políticos ou movimentos sociais – movimentos para a defesa do<br />

ambiente, dos direitos humanos, <strong>da</strong> igual<strong>da</strong>de entre géneros, entre outros (Giddens,<br />

2001).<br />

De referir ain<strong>da</strong> que, para além de sujeitos a mecanismos de supressão e<br />

marginalização, não são apenas os grupos mais privilegiados que podem escolher o<br />

estilo de vi<strong>da</strong> (Giddens, 2001). A falta de recursos materiais não exclui em definitivo a<br />

oportuni<strong>da</strong>de de realizar determina<strong>da</strong>s escolhas, mesmo que estas estejam sujeitas a<br />

maiores constrangimentos. Certos estilos de vi<strong>da</strong> provêm <strong>da</strong> resposta às dificul<strong>da</strong>des<br />

(situações de mobili<strong>da</strong>de social ascendente) e outros resultam dessas mesmas<br />

dificul<strong>da</strong>des (como é o caso <strong>da</strong> cultura de gueto). Também o aumento do acesso aos<br />

órgãos de informação permite, a um maior número de pessoas, conhecer e aproximar-se<br />

de novos estilos de vi<strong>da</strong>.<br />

Para além <strong>da</strong> diversi<strong>da</strong>de, as escolhas não têm um carácter definitivo. Os percursos<br />

estão sujeitos à alteração <strong>da</strong>s trajectórias, à mu<strong>da</strong>nça. Envolta em hesitações e<br />

instabili<strong>da</strong>de, a mu<strong>da</strong>nça acontece entre uma fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> obsoleta e outra de<br />

reestruturação, resultado de situações-limite impostas ou deseja<strong>da</strong>s: (a) a mu<strong>da</strong>nça que<br />

advém de uma situação-limite imprevista e imposta é vivi<strong>da</strong> com eleva<strong>da</strong><br />

vulnerabili<strong>da</strong>de; (b) se prevista e não deseja<strong>da</strong>, pode prevenir-se; (c) se antecipa<strong>da</strong> e<br />

deseja<strong>da</strong>, segundo expectativas váli<strong>da</strong>s e próximas <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de, provoca conjunturas<br />

que se esperam de sucesso e (d) se deseja<strong>da</strong> mas assente em expectativas e ambições de<br />

mobili<strong>da</strong>de irreais, torna-se frustrante.<br />

As situações-limite colocam o adulto à prova implicando, usualmente, situações de<br />

separação – mu<strong>da</strong>nça de emprego, desemprego, divórcio, doença entre outras –,<br />

situações que confrontam o adulto com a sua capaci<strong>da</strong>de de agir e de se relacionar com<br />

os outros.<br />

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