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Sociologia da adultez livro.pdf - Memoriamedia

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O QUE É “SER ADULTO”? – PRÁTICAS E REPRESENTAÇÕES SOCIAIS<br />

estabilização <strong>da</strong> mão-de-obra nas minas e na metalurgia” (p. 58). Para este autor, o<br />

sistema geral de reformas nasce <strong>da</strong> convergência de interesses <strong>da</strong>s fracções <strong>da</strong> classe<br />

dominante – a burguesia liberal (burguesia industrial e financeira) e a aristocracia –<br />

contra o movimento operário organizado.<br />

Lenoir (1979) considera ain<strong>da</strong> que os sistemas de reformas foram a resposta <strong>da</strong><br />

burguesia industrial às acusações <strong>da</strong> aristocracia mais conservadora que a denunciava<br />

como responsável pelos efeitos <strong>da</strong> pobreza urbana.<br />

Sujeita a diversos interesses e às especifici<strong>da</strong>des de ca<strong>da</strong> país, a reforma só se<br />

expande e é considera<strong>da</strong> um direito social a partir dos anos 50 (Fernandes, 1997). Esta<br />

generalização do sistema de reformas coincide com a reformulação <strong>da</strong> estrutura<br />

familiar, nomea<strong>da</strong>mente o estabelecimento <strong>da</strong>s famílias de operários que se estruturam<br />

materialmente em torno dos salários usufruídos por ca<strong>da</strong> um dos seus elementos. A<br />

industrialização desagrega a família patriarcal, o idoso desempregado passa a<br />

representar um encargo e a reforma, mais que um instrumento de independência dos<br />

mais velhos, representa um contributo à subsistência colectiva do grupo familiar<br />

(Lenoir, 1979). A responsabili<strong>da</strong>de sobre a velhice deixa de ser um dever exclusivo <strong>da</strong><br />

família para ser repartido pelo Estado, o trabalhador e o patrão. Institucionaliza-se o<br />

encargo social <strong>da</strong> velhice e parte dos problemas desta fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> passam a estar sob<br />

resolução colectiva (Lenoir, 1979).<br />

A velhice e a terceira i<strong>da</strong>de, <strong>da</strong> família à institucionalização<br />

Para Lenoir (1979) as alterações ocorri<strong>da</strong>s nos mecanismos de reprodução social<br />

produzem mu<strong>da</strong>nças nas relações familiares e promovem a institucionalização dos<br />

cui<strong>da</strong>dos prestados aos idosos. Sem voltar à questão <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong>s redes de<br />

soli<strong>da</strong>rie<strong>da</strong>de e entreaju<strong>da</strong> familiares já referi<strong>da</strong> no ponto 1.3.1.3 deste capítulo,<br />

constata-se que, a partir dos anos 60, aumenta a intervenção de instituições e de pessoal<br />

especializado no cui<strong>da</strong>do dos idosos. Lenoir (1979) afirma que o apoio prestado ao<br />

idoso, ca<strong>da</strong> vez mais institucionalizado e assegurado por especialistas, ocorre em<br />

simultâneo com a concepção de uma nova fase <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> – a terceira i<strong>da</strong>de.<br />

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