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Relatório sobre condições de trabalho. - SINPOL/RN

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<strong>SINPOL</strong> - <strong>RN</strong><br />

SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS E SERVIDORES<br />

DA SEGURANÇA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE<br />

Condições <strong>de</strong> Trabalho dos Policiais Civis no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte:<br />

Realida<strong>de</strong> inaceitável, mudança inadiável.<br />

Autores<br />

Djair José <strong>de</strong> Oliveira Junior<br />

Elza Maria Alves <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros<br />

Francisco José <strong>de</strong> Sousa Alves<br />

José Erivan Bezerra Fernan<strong>de</strong>s<br />

Maria Joseny Severiano<br />

Renata Cristina Alves Pimenta<br />

Vilma Marinho Cezar<br />

Diretoria do <strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong><br />

Themis X. <strong>de</strong> Albuquerque Pinheiro<br />

(Consultora)<br />

NATAL SETEMBRO DE 2009


Condições <strong>de</strong> Trabalho dos Policiais Civis no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte:<br />

Realida<strong>de</strong> inaceitável, mudança inadiável.


A impunida<strong>de</strong> é atrativo para o <strong>de</strong>lito<br />

Fábula <strong>de</strong> Fedro


SUMÁRIO<br />

I. Introdução ............................................................................................11<br />

II. A Polícia Civil no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte .....................................................12<br />

a) Delegacia não é presídio ........................................................................14<br />

b) A cobertura territorial ............................................................................16<br />

c) Breve perfil do Policial Civil .....................................................................18<br />

III. As <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> da Polícia Civil .................................................19<br />

IV. Consi<strong>de</strong>rações Finais .............................................................................26<br />

V. Proposições...........................................................................................27<br />

VI. Referências bibliográficas......................................................................34<br />

VII. Apêndice...............................................................................................35


APRESENTAÇÃO<br />

É cada vez mais uma necessida<strong>de</strong> nas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas a<br />

organização segundo interesses comuns, face às graves crises nacionais e<br />

globais a que assistimos.<br />

No mundo do <strong>trabalho</strong>, um conjunto <strong>de</strong> trabalhadores tem mais força<br />

para agir do que cada um por si, individualmente.<br />

A ação sindical é um contributo dos trabalhadores não apenas para a<br />

<strong>de</strong>fesa dos seus próprios interesses e da condição social dos trabalhadores<br />

enquanto cidadãos, como também, para o <strong>de</strong>senvolvimento da própria<br />

socieda<strong>de</strong>, assumindo um papel primordial na vida contemporânea.<br />

Neste contexto, o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança<br />

Pública do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte (<strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong>) foi fundado em 10 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong><br />

1990, para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r os interesses coletivos e direitos, <strong>de</strong>correntes do exercício<br />

da profissão.<br />

Nesta oportunida<strong>de</strong>, e em consonância com a sua missão, o <strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong><br />

apresenta as autorida<strong>de</strong>s constituídas e à socieda<strong>de</strong> o presente documento,<br />

que reúne informações em narrativa, números e imagens, revelando a<br />

situação caótica da vida institucional da Polícia Civil, cujas repercussões para o<br />

aumento da impunida<strong>de</strong> compromete a segurança da população, o que<br />

<strong>de</strong>manda providências inadiáveis das autorida<strong>de</strong>s responsáveis pela<br />

Segurança Pública.<br />

Com efeito, este <strong>trabalho</strong> constitui-se como contribuição para<br />

transformações na Polícia Civil que <strong>de</strong>verão ocorrer com a brevida<strong>de</strong> que a<br />

socieda<strong>de</strong> potiguar requer e almeja.<br />

Vilma Marinho Cezar<br />

Presi<strong>de</strong>nte do <strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong>


I. INTRODUÇÃO<br />

A violência no Brasil, <strong>sobre</strong>tudo<br />

urbana, é assunto do cotidiano e ocupa as<br />

manchetes dos jornais, <strong>de</strong> especiais para a tv,<br />

e outros espaços dos meios <strong>de</strong> comunicação.<br />

E s t a r e a l i d a d e a s s o m b r a a s<br />

consciências, é ameaçadora, recorrente e<br />

geradora <strong>de</strong> um profundo sentimento <strong>de</strong><br />

insegurança da população. Tal situação é<br />

“sintoma <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>sintegração social, <strong>de</strong> um<br />

mal-estar coletivo e <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sregramento das<br />

instituições públicas” (CHESNAIS, 1999, p.53).<br />

A exigência e a expectativa<br />

da população por segurança é<br />

cada vez mais acentuada, por isto,<br />

tem um valor incalculável em<br />

termos econômicos e financeiros.<br />

Os principais fatores que possibilitaram<br />

o crescimento da violência criminal no país são<br />

sócio-econômicos, conjunturais e estruturais.<br />

As recomendações políticas são fortemente<br />

dirigidas ao restabelecimento da credibilida<strong>de</strong><br />

do Estado, a partir da redistribuição da renda,<br />

do gran<strong>de</strong> investimento nas áreas sociais,<br />

<strong>sobre</strong>tudo <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação, e da<br />

reestruturação <strong>de</strong> suas instituições<br />

fundamentais, como a polícia e a escola.<br />

Enquanto isto, a polícia brasileira tem<br />

má fama (CHESNAIS, 1999). Tanto as<br />

corporações como a socieda<strong>de</strong> têm uma visão<br />

negativa do policial (MINAYO, 2007).<br />

Com efeito, são escassas e<br />

insuficientes as ações <strong>de</strong> prevenção da<br />

violência e dos crimes e existem carências <strong>de</strong><br />

toda or<strong>de</strong>m na gestão da repressão.<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Este <strong>trabalho</strong> apresenta um quadro<br />

geral da problemática em torno da Polícia<br />

Civil e <strong>de</strong> suas <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> no <strong>RN</strong>, e<br />

proposições, na perspectiva <strong>de</strong> favorecer o<br />

<strong>de</strong>ver do Policial Civil <strong>de</strong> combater o crime e<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r a socieda<strong>de</strong>, cumprindo e<br />

respeitando as leis. Tem como objetivo geral:<br />

subsidiar políticas <strong>de</strong> segurança pública;<br />

ações sociais e <strong>de</strong> proteção dos direitos<br />

humanos, contribuindo para fomento do<br />

Estado Democrático <strong>de</strong> Direito. Tem como<br />

objetivos específicos:<br />

·<br />

·<br />

·<br />

Reafirmar as competências<br />

constitucionais do Policial Civil em<br />

sua função <strong>de</strong> polícia judiciária e<br />

apuração <strong>de</strong> infrações penais, e<br />

realçar a improcedência e<br />

ina<strong>de</strong>quação da manutenção <strong>de</strong><br />

Delegacias como presídios;<br />

Realçar as <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

como interferência prejudicial ao<br />

efetivo <strong>de</strong>sempenho da ativida<strong>de</strong><br />

p o l i c i a l e g e r a d o r a d a<br />

<strong>de</strong>sumanização que atinge os<br />

Policiais Civis e outros públicos<br />

<strong>de</strong>stinatários do serviço;<br />

Registrar as <strong>condições</strong> insalubres<br />

das instalações físicas da Polícia<br />

Civil, assim como o déficit <strong>de</strong><br />

instalações, do efetivo policial, e<br />

dos meios <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, para<br />

aten<strong>de</strong>r o público que busca seu<br />

direito constitucional à segurança<br />

como <strong>de</strong>ver do Estado.<br />

Foi elaborado a partir dos seguintes<br />

instrumentos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> informações e<br />

dados: visitas <strong>de</strong> observação nas Delegacias<br />

utilizando um roteiro previamente estruturado;<br />

levantamento em arquivos <strong>de</strong> jornais;<br />

levantamento em documentos escritos -<br />

relatórios, regimento, outros - produzidos pela<br />

11


Delegacia Geral <strong>de</strong> Polícia Civil e pelo Sindicato<br />

dos Policiais Civis e Servidores da Segurança<br />

Pública (<strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong>); levantamento em sites<br />

na internet relacionados às questões <strong>de</strong><br />

violência e segurança pública; levantamento<br />

em bancos <strong>de</strong> pesquisa on line (Scielo, e outras<br />

publicações nacionais). O material coletado foi<br />

selecionado e organizado <strong>de</strong> acordo com a<br />

classificação temática consi<strong>de</strong>rada relevante<br />

para situar e expressar as <strong>condições</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> dos Policiais Civis, conforme a<br />

sequência a seguir: a Polícia Civil no <strong>RN</strong>, as<br />

<strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> da Polícia Civil,<br />

proposições.<br />

II. A Polícia Civil no<br />

Rio Gran<strong>de</strong> do Norte<br />

Originalmente, o Grupo <strong>de</strong> Segurança<br />

Pública foi criado através da Lei nº 5.074 <strong>de</strong> 20<br />

<strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1981. Este Grupo inserido no<br />

quadro geral <strong>de</strong> pessoal do Estado, que <strong>de</strong>u<br />

forma a Polícia Civil do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte,<br />

constituiu-se das categorias funcionais <strong>de</strong><br />

Delegado <strong>de</strong> Polícia, Escrevente <strong>de</strong> Polícia,<br />

Investigador <strong>de</strong> Polícia, Agente <strong>de</strong> Polícia e<br />

Motorista Policial. Entre as atribuições se<br />

<strong>de</strong>stacava a <strong>de</strong> apurar as infrações penais e<br />

sua autoria, instaurando e presidindo<br />

inquéritos policiais e processos penais que se<br />

iniciassem na polícia.<br />

Nos anos 80, o Brasil atravessava uma<br />

efervescência com o processo <strong>de</strong><br />

re<strong>de</strong>mocratização - transição dos governos<br />

militares para o governo <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> voto<br />

popular - que avançou na formulação e<br />

promulgação da nova Carta Constituinte, em<br />

1988.<br />

O país historicamente teve um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento muito <strong>de</strong>sigual, e a<br />

aceleração da globalização econômica e<br />

socieda<strong>de</strong> informacional ten<strong>de</strong>ram a suscitar<br />

em todo lado <strong>de</strong>mandas e efeitos com<br />

repercussões na coesão da socieda<strong>de</strong>.<br />

O investimento social realizado até<br />

então - saú<strong>de</strong>, ensino, segurança -, mostrou-se<br />

notoriamente <strong>de</strong>ficitário face às necessida<strong>de</strong>s,<br />

e na segurança pública, em especial, produziu<br />

baixa efetivida<strong>de</strong> nos resultados, e vem se<br />

caracterizando pela crônica <strong>de</strong>composição.<br />

No entanto, o investimento social é prérequisito<br />

do investimento econômico e a alta<br />

tecnologia, que no mundo contemporâneo<br />

evolui a passos largos, só se implanta com<br />

sucesso on<strong>de</strong> o pré-requisito <strong>de</strong> instrução,<br />

saú<strong>de</strong> e or<strong>de</strong>m pública estão assegurados.<br />

Na Carta Constituinte <strong>de</strong><br />

1988, a Polícia Civil está incumbida<br />

das funções (art. 144, parágrafo 4º)<br />

<strong>de</strong> polícia judiciária e apuração <strong>de</strong><br />

infrações penais (ressalvada a<br />

competência da União e as<br />

infrações militares).<br />

Em 1988, no Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, a<br />

Polícia Civil tornou-se instituição in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte,<br />

na estrutura da segurança pública.<br />

Vale ressaltar que a visão predominante<br />

d a i n s t i t u i ç ã o e s t á a s s o c i a d a à<br />

repressão/força/domínio.<br />

Com efeito, na sua organização, no <strong>RN</strong>,<br />

foi <strong>de</strong>terminante a exemplarida<strong>de</strong> das<br />

instituições mais antigas; a Polícia Militar do Rio<br />

1<br />

Gran<strong>de</strong> do Norte, que surgiu no ano <strong>de</strong> 1836<br />

(MODALIDADES...sd.), e o Corpo <strong>de</strong> Bombeiros<br />

1 A Polícia Militar do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte surgiu com a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> Corpo Policial da Província do Rio Gran<strong>de</strong>, passando pelas<br />

<strong>de</strong>nominações <strong>de</strong> Companhia <strong>de</strong> Polícia (até 1866), <strong>de</strong> Corpo <strong>de</strong> Polícia (até 1892), <strong>de</strong> Corpo Militar <strong>de</strong> Segurança (até 1894); <strong>de</strong><br />

Batalhão <strong>de</strong> Segurança (até 1923), <strong>de</strong> Polícia Militar (até 1936), para, então, chegar a Força Pública Militar (até 1940), por Força<br />

Policial (até 1947) e, a partir da respectiva data, chegar à <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> hoje (MODALIDADES...sd.).<br />

12 <strong>SINPOL</strong>


Militar do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte,<br />

criado na segunda década do século XX (Lei nº<br />

424, <strong>de</strong> 29 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1919), que<br />

integram, como a Policial Civil, o Sistema <strong>de</strong><br />

Segurança Pública do Estado (SILVA, 2008).<br />

Por conseguinte, a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação <strong>de</strong> uma<br />

nova polícia, não significou uma<br />

renovação na visão, e nos seus<br />

processos, práticas e valores.<br />

Atualmente, verifica-se uma<br />

ênfase na valorização da<br />

participação, cidadania e <strong>trabalho</strong><br />

com a comunida<strong>de</strong> relacionada a<br />

uma nova caracterização do<br />

<strong>trabalho</strong> da Polícia Civil.<br />

Em 2004 (13 <strong>de</strong> fevereiro), a Lei<br />

Complementar 270 dispôs <strong>sobre</strong> a Lei<br />

Orgânica estabelecendo o Estatuto da Polícia<br />

Civil do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, que<br />

representou uma gran<strong>de</strong> conquista para a<br />

instituição, contudo, lamentavelmente,<br />

requer implantação, em larga medida, após<br />

cinco anos <strong>de</strong> aprovação pelo Governo do<br />

Estado.<br />

E m e s p e c i a l , a a u t o n o m i a<br />

administrativa para a gestão orçamentária e<br />

financeira dos recursos alocados em seu<br />

orçamento, sofre restrições <strong>de</strong>vido ao<br />

preceituado no art. 2º, parágrafo único,<br />

inciso I, da citada Lei, quando vincula a uma<br />

“proposição” ao Secretário <strong>de</strong> Estado da<br />

Segurança Pública e da Defesa Social, seu<br />

planejamento e a sua programação <strong>de</strong><br />

investimentos (DELEGACIA, 2009).<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Nestas circunstâncias, os custos com<br />

manutenção são projetados e sucessivamente<br />

frustrados em relação às necessida<strong>de</strong>s que<br />

<strong>de</strong>veriam aten<strong>de</strong>r, conforme é citado em<br />

documento oficial divulgado recentemente<br />

pela Delegacia Geral <strong>de</strong> Polícia Civil<br />

(DELEGACIA, 2009).<br />

Enquanto isto, a imagem social da<br />

Polícia Civil é sombria. Ao sentimento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scrédito da população correspon<strong>de</strong> um<br />

mal-estar do policial que se sente pouco<br />

seguro, pouco instruído, incomodado com o<br />

conjunto da situação cotidiana profissional.<br />

A convivência com o crime e a violência,<br />

aliada às impróprias <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>,<br />

corroboram para o embrutecimento dos<br />

profissionais, repercutindo <strong>de</strong>sfavora-<br />

velmente na imagem do policial e da<br />

Instituição. Este fato <strong>de</strong>ve ser prevenido e<br />

tratado como priorida<strong>de</strong>, com severida<strong>de</strong>. A<br />

maioria dos profissionais é honesta e <strong>de</strong>dicada<br />

e, em gran<strong>de</strong> medida, vitimada como<br />

<strong>de</strong>corrência da profissão, quer em face da<br />

precarieda<strong>de</strong> das <strong>condições</strong> do cotidiano <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> (infra-estrutura <strong>de</strong>gradada, escassa,<br />

estressante), quer em função dos riscos<br />

inerentes à função, entre outras dificulda<strong>de</strong>s<br />

ou necessida<strong>de</strong>s que caracterizam a vida dos<br />

Policiais Civis.<br />

“A Polícia Civil do Estado do Rio<br />

Gran<strong>de</strong> do Norte vem sofrendo uma<br />

<strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se revestiu do<br />

título <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> Gestora, reflexo <strong>de</strong> uma<br />

flagrante estagnação <strong>de</strong>corrente da<br />

evi<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>sarmonia entre o que planeja e o<br />

que efetivamente executa” (DELEGACIA,<br />

2009).<br />

13


a) Delegacia não é presídio.<br />

Em que pese a clareza do<br />

dispositivo constitucional <strong>sobre</strong> o<br />

objeto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> das Delegacias<br />

se constituir da investigação e<br />

apuração <strong>de</strong> infrações, os policiais<br />

são pressionados para atuarem na<br />

guarda <strong>de</strong> presos em instalações<br />

impróprias e inseguras que ferem<br />

a dignida<strong>de</strong> do trabalhador<br />

policial e dos presidiários.<br />

Tal <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> função gera inúmeros<br />

problemas, a começar pelo baixo índice <strong>de</strong><br />

processos investigativos finalizados. Quando<br />

efetivamente instaurados, os<br />

i n q u é r i t o s p o l i c i a i s ,<br />

frequentemente, se arrastam anos a<br />

fio por meio <strong>de</strong> pedidos sucessivos<br />

<strong>de</strong> dilação <strong>de</strong> prazo; e quando<br />

chegam a ser concluídos, não são<br />

realizadas a tempo e modo as<br />

diligências indispensáveis e colhidas<br />

as provas necessárias à punição dos<br />

responsáveis.<br />

C o n f o r m e é<br />

compreendida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

a n t i g u i d a d e , a<br />

impunida<strong>de</strong> corriqueira<br />

torna-se condição<br />

f a v o r á v e l à<br />

m a n u t e n ç ã o e<br />

expansão da violência e<br />

criminalida<strong>de</strong>, como<br />

<strong>de</strong>scrito na Fábula <strong>de</strong><br />

Fedro; ”a impunida<strong>de</strong> é<br />

atrativo para o <strong>de</strong>lito”.<br />

Por outro lado,<br />

o <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> função,<br />

cria uma insatisfação e<br />

insegurança que afeta psicologicamente os<br />

policiais por se verem atuando em uma função<br />

in<strong>de</strong>vida e realizando tais atribuições em<br />

situação notoriamente precária e<br />

incompatível com o que <strong>de</strong>termina a própria<br />

lei no trato com o ser humano que se encontra<br />

sob a guarda e proteção do Estado.<br />

Muitas vezes, em consequência <strong>de</strong>ste<br />

quadro <strong>de</strong> precarieda<strong>de</strong>s, os Policiais Civis<br />

sofrem punições <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong> ações mal<br />

sucedidas, em que atuou sem dispor dos<br />

meios necessários ao <strong>trabalho</strong>.<br />

Enquanto isto, ao se esquivarem e se<br />

eximirem, diante <strong>de</strong> fatos que afetam o<br />

sistema <strong>de</strong> segurança, os policiais <strong>de</strong> escalão<br />

superior, se isolam e distanciam da perspectiva<br />

06/08/09<br />

14 TETO DO PÁTIO DAS CELAS 1ª DP PA<strong>RN</strong>AMIRIM


11ª DP CID. SATÉLITE<br />

<strong>de</strong> uma ação<br />

p o l i c i a l<br />

articulada e<br />

cooperativa<br />

que seria do<br />

interesse da<br />

socieda<strong>de</strong>.<br />

A<strong>de</strong>mais,<br />

as <strong>condições</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong>gradadas da Polícia Civil <strong>de</strong>monstram que<br />

existe um grave problema <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong><br />

gestão da infra-estrutura, que se soma a<br />

omissão ou baixo empenho <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>s<br />

responsáveis pela situação, <strong>de</strong>ntro e fora da<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

CELAS DA 1ª DP<br />

DE PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

Polícia Civil - no Sistema <strong>de</strong> Segurança e<br />

no Governo do Estado.<br />

As imagens absolutamente<br />

<strong>de</strong>sumanas do cotidiano nas<br />

Delegacias são flagrantes da omissão<br />

do Estado e do <strong>de</strong>srespeito à lei.<br />

Com efeito, nas Delegacias<br />

transformadas ina<strong>de</strong>quadamente e<br />

inconstitucionalmente em cárceres, a<br />

vida é dantesca. As celas são<br />

c u b í c u l o s q u e a r m a z e n a m<br />

amontoados um número aberrante<br />

<strong>de</strong> presos temporários em <strong>condições</strong><br />

<strong>de</strong> promiscuida<strong>de</strong>, e absolutamente<br />

i n s a l u b r e s , m a i s p a r e c e n d o<br />

masmorras da Ida<strong>de</strong> Média.<br />

Este quadro <strong>de</strong>solador, que<br />

parece respon<strong>de</strong>r a violência com a<br />

violência, também gera revolta nos<br />

encarcerados, e torna inviável<br />

qualquer ação em prol da recuperação<br />

e reeducação dos presos. As fugas são<br />

frequentes, principalmente entre os<br />

traficantes <strong>de</strong> droga e criminosos <strong>de</strong><br />

alta periculosida<strong>de</strong>.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um cotidiano <strong>de</strong><br />

permanente tensão em que o<br />

agravamento é visível, eminente e<br />

qualquer <strong>de</strong>sfecho com sacrifício <strong>de</strong><br />

vidas po<strong>de</strong> ocorrer e po<strong>de</strong>ria ser<br />

evitado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que houvesse atitu<strong>de</strong>s e gestão<br />

compatíveis com a legislação.<br />

2ª DP <strong>de</strong> Parnamirim<br />

15


Celas existentes nas Delegacias do<br />

Natal e Gran<strong>de</strong> Natal (São Gonçalo do<br />

Amarante, Parnamirim, Ceará Mirim,<br />

Macaíba, Extremoz, São José <strong>de</strong> Mipibu,<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

Nísia Floresta), agosto <strong>de</strong> 2009.<br />

Presos nas Delegacias do Natal e Gran<strong>de</strong><br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

Natal (São Gonçalo do Amarante,<br />

Parnamirim, Ceará Mirim, Macaíba,<br />

Extremoz, São José <strong>de</strong> Mipibu, Nísia<br />

0<br />

NÚMEROS DE CELAS DAS DELEGACIAS<br />

10<br />

Floresta), agosto <strong>de</strong> 2009.<br />

NÚMEROS DE PRESOS NAS DELEGACIAS<br />

101<br />

Os gráficos expressam em números o<br />

elevado contingente <strong>de</strong> presos amontoados<br />

precariamente e in<strong>de</strong>vidamente nas<br />

Delegacias da região <strong>de</strong> Natal e Gran<strong>de</strong><br />

Natal. Consi-<strong>de</strong>rando a mesma situação no<br />

interior do Estado, chega-se a uma<br />

quantida<strong>de</strong> aproxi-mada <strong>de</strong> 1.000 presos <strong>de</strong><br />

justiça, perfazendo um total geral <strong>de</strong> mais <strong>de</strong><br />

1.600 apenados que hoje estão sob a<br />

custódia da Secretaria <strong>de</strong> Segurança Pública<br />

e Defesa Social.<br />

524<br />

1<br />

44<br />

1<br />

627<br />

54<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS<br />

DISTRITAIS<br />

TOTAL DE CELAS<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS<br />

DISTRITAIS<br />

TOTA L DE PRESOS<br />

b) A cobertura territorial<br />

Cabe lembrar que a Lei <strong>de</strong><br />

Execução Penal Brasileira (N°<br />

7.210/84) prevê a custódia dos<br />

presos, inclusive os provisórios,<br />

como vislumbramos no caput do<br />

artigo 82 em <strong>de</strong>staque:<br />

A<strong>de</strong>mais, elenca no corpo do seu texto<br />

normativo o Sistema Penitenciário como<br />

componente no quadro <strong>de</strong> órgãos da execução<br />

penal - atentando para o fato das Delegacias <strong>de</strong><br />

Polícias não constarem no rol <strong>de</strong> órgãos da<br />

execução penal e responsabilizando tal Sistema<br />

pela custódia, o que no Estado do Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Norte inci<strong>de</strong> é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Justiça e Cidadania (SEJUC).<br />

Por conseguinte, os Policiais Civis<br />

acumulam consi<strong>de</strong>ráveis problemas que vão<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> à infra-estrutura, organização,<br />

manutenção <strong>de</strong> recursos para o <strong>de</strong>senvol-<br />

vimento das ativida<strong>de</strong>s e que passam pela<br />

formação profissional para o cumprimento <strong>de</strong><br />

sua função legal.<br />

“Os estabelecimentos penais<br />

<strong>de</strong>stinam-se ao con<strong>de</strong>nado, ao<br />

submetido à medida <strong>de</strong> segurança, ao<br />

preso provisório e ao egresso”.<br />

Os Policiais Civis <strong>de</strong>sejam atuar <strong>de</strong>ntro<br />

das suas atribuições constitucionais, e em<br />

ambiente salubre com <strong>condições</strong> dignas e<br />

suficientes para que possam <strong>de</strong>senvolver um<br />

<strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> e gerar credibilida<strong>de</strong> e<br />

tranquilida<strong>de</strong> para a população.<br />

O Rio Gran<strong>de</strong> do Norte é composto por<br />

167 (cento e sessenta e sete) municípios e<br />

possui uma população <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3.013.740<br />

habitantes (IBGE- 2007) que <strong>de</strong>manda ações<br />

16 <strong>SINPOL</strong>


<strong>de</strong> segurança pública, <strong>de</strong> natureza<br />

preventiva, e <strong>de</strong> combate à criminalida<strong>de</strong>.<br />

Nestes tempos <strong>de</strong> ampliação da<br />

globalização, cada espaço recebe e gera<br />

ocorrências e influências que se difun<strong>de</strong>m em<br />

tempo real e na mesma rapi<strong>de</strong>z requer ação e<br />

respostas resolutivas.<br />

Enquanto isto, dos 167 (cento e sessenta e<br />

sete) municípios do <strong>RN</strong>, em apenas 38 (trinta e<br />

oito), que correspon<strong>de</strong> a 22,7%, aproximadamente,<br />

existe efetivo<br />

<strong>de</strong> Policiais<br />

C i v i s , d e<br />

acordo com<br />

informação<br />

da Diretoria<br />

<strong>de</strong> Polícia do<br />

I n t e r i o r .<br />

Logo, são 129<br />

(cento e vinte e<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

22,7%<br />

Com efetivo <strong>de</strong><br />

Policiais Civis<br />

77,3%<br />

Sem efetivo <strong>de</strong><br />

Policiais Civis<br />

nove) o que correspon<strong>de</strong> a 77,3%, dos<br />

municípios do Estado sem a presença da Polícia<br />

Judiciária.<br />

A gravida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste quadro aumenta<br />

quando se constata que, nos 38 (trinta e oito)<br />

municípios contemplados com efetivo da<br />

Polícia Civil, o quadro é o que segue: em apenas<br />

20 (vinte) cida<strong>de</strong>s, o que correspon<strong>de</strong> a 52,63%<br />

existe a presença <strong>de</strong> Delegado <strong>de</strong> Polícia; dos 38<br />

somente em 11(onze), que correspon<strong>de</strong> a<br />

28,94%, existem Escrivães <strong>de</strong> Polícia; Sendo<br />

que em 12 <strong>de</strong>stes municípios, que correspon<strong>de</strong><br />

a 3 1 , 5 7 % ,<br />

11 CIDADES<br />

28,94%<br />

Com presença <strong>de</strong><br />

escrivães <strong>de</strong> polícia<br />

12 CIDADES<br />

31,57%<br />

Presença <strong>de</strong><br />

apenas um<br />

agente <strong>de</strong><br />

polícia<br />

20 CIDADES<br />

52,63%<br />

Com presença<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>legados<br />

contemplados<br />

pela Polícia<br />

Civil existe<br />

apenas 01<br />

( u m )<br />

Agente <strong>de</strong><br />

Polícia Civil.<br />

No quadro seguinte, observa-se que o<br />

número <strong>de</strong> Delegacias Distritais e<br />

Especializadas é praticamente igual. Contudo<br />

sabe-se que as Delegacias Especializadas<br />

operam com alto custo. Caberia uma revisão<br />

<strong>de</strong>stes perfis <strong>de</strong> <strong>de</strong>legacias e suas<br />

necessida<strong>de</strong>s num processo <strong>de</strong> reestruturação<br />

das mesmas.<br />

Funcionários nas Delegacias do Natal e Gran<strong>de</strong><br />

Natal (São Gonçalo do Amarante, Parnamirim,<br />

Ceará Mirim, Macaíba, Extremoz, São José <strong>de</strong><br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

100<br />

0<br />

Mipibu, Nísia Floresta), agosto <strong>de</strong> 2009.<br />

QUADRO EFETIVO DE FUNCIONÁRIOS DAS<br />

DELEGACIAS<br />

360<br />

326<br />

1<br />

686<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS<br />

DISTRITA IS<br />

TOTA L DO QUADRO<br />

EFETIVO<br />

No quadro anterior se encontra a<br />

distribuição do efetivo atuante em Natal e<br />

Gran<strong>de</strong> Natal que é <strong>de</strong> 686 (seiscentos e<br />

oitenta e seis) policiais, o que representa uma<br />

proporção aproximada <strong>de</strong> 50% do quadro<br />

total <strong>de</strong> servidores policiais. Posto que,<br />

somando-se o efetivo à disposição, Setores<br />

Administrativos, Aca<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> Polícia,<br />

Corregedoria, Ouvidoria e o efetivo lotado nas<br />

Delegacias do interior do Estado encontramse<br />

702 (setecentos e dois) funcionários. Por<br />

certo este quantitativo do efetivo existente no<br />

<strong>RN</strong>, <strong>de</strong> 1.388 (um mil, trezentos e oitenta e<br />

oito), é exatamente <strong>de</strong>ficitário.<br />

De conformida<strong>de</strong> com a nossa<br />

Constituição Fe<strong>de</strong>ral, no seu artigo 144, § 4º,<br />

esta disposto que as Policias Civis <strong>de</strong> cada<br />

Estado, <strong>de</strong>vem ser dirigidas por Delegados <strong>de</strong><br />

Polícia <strong>de</strong> carreira (DELEGACIA, 2009).<br />

17


Outras distorções estão presentes no<br />

cotidiano da estrutura da Polícia Judiciária.<br />

Por exemplo, é conhecido o fato <strong>de</strong> que<br />

muitas unida<strong>de</strong>s policiais, apesar <strong>de</strong> ter no seu<br />

prédio o nome <strong>de</strong> “Delegacia <strong>de</strong> Polícia Civil”,<br />

funcionam como um <strong>de</strong>stacamento da Polícia<br />

Militar e sem a presença <strong>de</strong> Policiais Civis.<br />

Na ocasião da fundação da Polícia<br />

Civil, em 1981, o seu quadro efetivo possuía<br />

526 (quinhentos e vinte e seis cargos), sendo<br />

61 vagas para Delegado <strong>de</strong> Polícia Civil; 42<br />

vagas para Escrivão <strong>de</strong> Polícia Civil e 423<br />

vagas para Agentes <strong>de</strong> Polícia Civil. Por estes<br />

dados, vê-se que já nasceu <strong>de</strong>fasada, posto<br />

que o <strong>RN</strong> tinha naquela época uma<br />

população estimada em pouco mais <strong>de</strong><br />

1.900.000 habitantes.<br />

Após quase três décadas <strong>de</strong><br />

existência, o Estado pouco fez para<br />

aumentar o seu efetivo. Hoje são 144<br />

Delegados <strong>de</strong> Polícia Civil; 142 Escrivães <strong>de</strong><br />

Polícia Civil e 1102 Agentes <strong>de</strong> Polícia Civil,<br />

num total <strong>de</strong> 1.388 policiais apenas.<br />

Por outro lado, pouco investiu para<br />

assegurar a permanência <strong>de</strong> policiais<br />

concursados, que sem incentivo ou<br />

perspectiva <strong>de</strong> melhoria <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>,<br />

terminaram por migrar para outras áreas do<br />

serviço público que ofereciam maiores<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> crescimento profissional.<br />

A <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> profissionais no<br />

quadro da Polícia Judiciária tem como<br />

consequência a precária proteção da<br />

população do <strong>RN</strong>.<br />

c) Breve perfil do policial civil<br />

Verifica-se que os Delegados, em<br />

gran<strong>de</strong> maioria estão na faixa etária <strong>de</strong> 36 a<br />

45 anos. Uma parte dos Agentes tem até 35<br />

(261, <strong>de</strong> um total <strong>de</strong> 1102), no entanto a<br />

gran<strong>de</strong> maioria também esta na faixa <strong>de</strong> 36 a<br />

45. Os Escrivães estão presentes nas faixas <strong>de</strong><br />

menos <strong>de</strong> 36 anos a 55, na gran<strong>de</strong> maioria. Os<br />

dados (quadro seguinte) sinalizam que o<br />

efetivo encontra-se em fase <strong>de</strong> maturida<strong>de</strong><br />

profissional.<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

261<br />

FAIXAETÁRIA (Agente, Escrivão e Delegado)<br />

498<br />

315<br />

50 5460 32<br />

67<br />

3<br />

22 6 14<br />

Até 35<br />

anos<br />

De 36 a 45 Mais <strong>de</strong> 45<br />

anos a 55<br />

Acima <strong>de</strong><br />

55 anos<br />

No tocante ao sexo (quadro abaixo)<br />

constata-se que predomina o sexo masculino,<br />

em todas as categorias <strong>de</strong> funcionários.<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

902<br />

Quanto ao tempo <strong>de</strong> serviço (quadro<br />

seguinte), verifica-se um discreto aumento do<br />

efetivo nos últimos 10 anos.<br />

1102<br />

142 144<br />

Total<br />

SEXO (Agente, Escrivão e Delegado)<br />

200<br />

1102<br />

99<br />

142 123 144<br />

43 21<br />

Agente Escrivão Delegado<br />

TEMPO DE SERVIÇO (Agente, Escrivão e<br />

Delegado)<br />

Agente<br />

Escrivão<br />

Delegado<br />

Masculino<br />

18 <strong>SINPOL</strong><br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

570<br />

401<br />

95<br />

131<br />

75 36 47 11 22<br />

Até 10 anos Mais <strong>de</strong> 10 a<br />

20 anos<br />

Acima <strong>de</strong> 20<br />

anos<br />

1102<br />

142 144<br />

Total<br />

Feminino<br />

Total<br />

Agente<br />

Escrivão<br />

Delegado


FACHADA 1ª DP<br />

III. As <strong>condições</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> da Polícia Civil<br />

A existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>legacias<br />

funcionando, quer com recursos<br />

i n s u f i c i e n t e s ( e f e t i v o e<br />

equipamentos), quer em estado<br />

físico avançado <strong>de</strong> <strong>de</strong>preciação, é<br />

predominante, como ilustrado<br />

neste <strong>trabalho</strong> através <strong>de</strong> dados e<br />

fotos recentes.<br />

A realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> flagrantes carências<br />

que as imagens das instalações <strong>de</strong>scuidadas e<br />

<strong>de</strong>gradadas da Polícia Civil <strong>de</strong>monstram,<br />

naturalmente se reflete na população,<br />

produzindo medo e <strong>de</strong>sconfiança.<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

07/08/09<br />

A partir das fachadas, é possível<br />

concluir pelo abandono com que este<br />

patrimônio público é mantido. Tal evidência,<br />

por certo, instaura indisposição e<br />

insegurança, para quem necessita recorrer ao<br />

serviço, ou conviver nestes ambientes.<br />

06/08/09<br />

DP CEARÁ-MIRIM<br />

06/08/09<br />

5ª DP LAGOA NOVA<br />

19


13ª DP REDINHA NOVA 07/08/09<br />

O <strong>de</strong>scaso é evi<strong>de</strong>nte nas fachadas das<br />

Delegacias <strong>de</strong> Polícia Civil. No interior <strong>de</strong>stas a<br />

situação é ainda mais dramática.<br />

As imagens abaixo <strong>de</strong> recepções das<br />

Delegacias <strong>de</strong>monstram a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

um acolhimento com um mínimo <strong>de</strong> conforto<br />

para a população e representam<br />

constrangimento para os Policiais Civis.<br />

RECEPÇÃO DP DE JOÃO CÂMARA<br />

6ª D- RECEPÇÃO<br />

DELEGACIA ESPECIALIZADA EM<br />

FURTOS E ROUBOS DE MOSSORÓ<br />

18/02/09<br />

07/08/09<br />

20 <strong>SINPOL</strong>


Para o policial sua condição <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> é humilhante; um <strong>de</strong>srespeito à<br />

dignida<strong>de</strong> da função policial; uma ameaça à<br />

saú<strong>de</strong> e à vida, tanto pela insalubrida<strong>de</strong> dos<br />

ambientes como se vê em imagens do<br />

alojamento, copa e da comida que é<br />

ofertada.<br />

ALOJAMENTO DOS POLICIAIS<br />

PLANTÃO ZONA SUL<br />

QUENTINHA<br />

10/07/09<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Em especial, o estado psicológico do<br />

trabalhador policial é afetado por elementos<br />

diversos que compõem seu cotidiano, e entre<br />

esses, estão presentes as <strong>condições</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>s.<br />

As fotos abaixo são novas amostras<br />

das <strong>condições</strong> precárias que predominam nas<br />

instalações e materiais da Polícia Civil em todo<br />

o Estado.<br />

21


Tudo isto, <strong>de</strong>nota, a ausência <strong>de</strong> uma<br />

gestão que se <strong>de</strong>bruce <strong>sobre</strong> a manutenção<br />

continuada das instalações e equipamentos<br />

na Polícia Civil e resulta em incalculável<br />

<strong>de</strong>sperdício, dos recursos públicos, enquanto<br />

que pereniza a insatisfação dos policiais<br />

pelas <strong>condições</strong> impróprias para o <strong>trabalho</strong>.<br />

Para se contrapor à situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

atual há que estabelecer a gestão que atue e<br />

promova o zelo pelo patrimônio público.<br />

ARQUIVO POLÍCIA CIVIL<br />

06/08/09<br />

06/08/09<br />

Nas fotos a seguir do Arquivo da<br />

Polícia Civil, é relevante constatar o risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>struição dos documentos armazenados,<br />

pelas <strong>condições</strong> <strong>de</strong> umida<strong>de</strong> do ambiente.<br />

Além disso, no teto, a laje está com a<br />

estrutura completamente comprometida,<br />

apresentando sério risco <strong>de</strong> <strong>de</strong>sabamento<br />

<strong>sobre</strong> os servidores que trabalham no<br />

ambiente. A instalação elétrica encontra-se<br />

em gran<strong>de</strong> parte exposta e com várias<br />

emendas (gambiarras) contribuindo para o<br />

perigo contínuo <strong>de</strong> incêndio no arquivo.<br />

ARQUIVO POLÍCIA CIVIL<br />

ARQUIVO POLÍCIA CIVIL<br />

06/08/09<br />

06/08/09<br />

BIRÔ 22 CARTÓRIO 1ª DP PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

<strong>SINPOL</strong>


Somada à <strong>de</strong>preciação física e <strong>de</strong><br />

equipamentos, existe a insuficiência <strong>de</strong><br />

ambientes (salas) para a ação policial, como<br />

também <strong>de</strong> equipamentos, conforme é<br />

possível constatar nos números <strong>de</strong><br />

computadores, viaturas, armamentos, etc.<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

O quantitativo total dos armamentos<br />

(incluindo coletes) <strong>de</strong> 286 representa uma<br />

<strong>de</strong>monstração contun<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> que os<br />

instrumentos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> não são suficientes<br />

para garantir a segurança dos Policiais Civis e<br />

da população.<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

0<br />

NÚM ERO S DE CO M PUT ADO RES EM<br />

FUNCIO NAMENTO NAS DELEGACIAS<br />

91<br />

60<br />

1<br />

151<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS<br />

DISTRITAIS<br />

NÚMEROS DE SALAS DAS DELEGACIAS<br />

92<br />

104<br />

114<br />

1<br />

218<br />

Nº DE ARMAMENTOS DAS DELEGACIAS<br />

61<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

42 41<br />

1<br />

16<br />

34<br />

286<br />

TOTAL DE<br />

COMPUTADORES<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS<br />

DISTRITAIS<br />

TOTAL DE SALAS<br />

REVÓLVERES<br />

PISTOLAS<br />

METRALHADORAS<br />

COLETES A PROVA DE<br />

BALA QUE FUNCIONAM<br />

FUZIS<br />

OUTROS<br />

TOTAL DE ARMAMENTOS<br />

Enquanto os criminosos preferem e<br />

utilizam pistolas, fuzis e metralhadoras, para<br />

realizar ações cada vez mais ousadas, as<br />

armas em po<strong>de</strong>r dos Policias Civis, <strong>de</strong> acordo<br />

com o gráfico, <strong>de</strong>monstram que além <strong>de</strong> ser<br />

em número insuficiente para aten<strong>de</strong>r à<br />

necessida<strong>de</strong> do serviço, o armamento<br />

predominante na gran<strong>de</strong> maioria das<br />

Delegacias do <strong>RN</strong>, ainda é o revolver calibre<br />

38, ultrapassado e ina<strong>de</strong>quado para o uso das<br />

polícias.<br />

Além do mais, em quase todas as<br />

Delegacias o que se vê são espingardas e<br />

carabinas velhas e enferrujadas como<br />

armamento “pesado”.<br />

Os Policiais Civis são obrigados a<br />

enfrentar os criminosos e as quadrilhas com<br />

armamento obsoleto, enquanto os<br />

<strong>de</strong>linquentes utilizam um arsenal <strong>de</strong> guerra,<br />

<strong>de</strong> última geração.<br />

As viaturas das unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Polícia<br />

Civil apesar <strong>de</strong> terem melhorado um pouco<br />

quanto ao número <strong>de</strong> veículos novos<br />

disponíveis, ainda <strong>de</strong>ixa muito a <strong>de</strong>sejar<br />

principalmente no interior do Estado. Na<br />

Capital, a distribuição <strong>de</strong> viaturas beneficia<br />

tão somente as Delegacias Especializadas e<br />

a o s q u a d r o s a d m i n i s t r a t i v o s ,<br />

prioritariamente, excluindo as Delegacias <strong>de</strong><br />

bairros (Distritais da Capital) e da Região<br />

Metropolitana.<br />

23


DEICOR 24<br />

Os municípios pequenos do Estado<br />

vivem uma realida<strong>de</strong> ainda pior, pois,<br />

recebem as sobras <strong>de</strong>sta parte privilegiada.<br />

Não bastasse isto, algumas viaturas <strong>de</strong><br />

municípios vizinhos, são obrigadas a se<br />

<strong>de</strong>slocar até oitenta quilômetros para a<br />

Capital, a fim <strong>de</strong> receber uma cota diária <strong>de</strong><br />

combustível no posto <strong>de</strong> abastecimento do<br />

Estado, trazendo prejuízo para os cofres<br />

públicos e prejudicando a prestação <strong>de</strong><br />

serviço da Polícia Civil nas comunida<strong>de</strong>s.<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

90<br />

80<br />

70<br />

60<br />

50<br />

40<br />

30<br />

20<br />

10<br />

0<br />

07/08/09<br />

Nº DE VIATURAS QUE FUNCIONAM NAS<br />

DELEGACIAS<br />

34<br />

26<br />

1<br />

60<br />

VIATURAS NAS DELEGACIAS<br />

84<br />

1<br />

60<br />

Em referência ao estado<br />

psicológico dos trabalhadores que<br />

convivem nas <strong>condições</strong> precárias<br />

das Delegacias brasileiras, estudos<br />

já foram realizados.<br />

A partir dos resultados <strong>de</strong><br />

um <strong>de</strong>stes estudos, realizado em<br />

uma Delegacia Regional <strong>de</strong><br />

Segurança Pública (DRSP) do<br />

interior do Estado <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais, Coleta e Coleta (2008)<br />

advogam que é relevante<br />

investigar melhor a origem e as<br />

causas das queixas <strong>sobre</strong> a falta<br />

<strong>de</strong> apoio no nível organizacional,<br />

social e governamental.<br />

DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

DELEGACIAS DISTRITAIS<br />

TOTAL DEVIATURAS<br />

Nº VIATURAS<br />

Nº VIATURAS EM<br />

FUNCIONAMENTO<br />

A saú<strong>de</strong> dos Policiais<br />

Civis e os serviços <strong>de</strong><br />

assistência merecem atenção<br />

especial das instituições.<br />

<strong>SINPOL</strong>


No referido estudo Coleta e Coleta<br />

(2008) utilizam <strong>trabalho</strong>s (STOTLAND, 1991;<br />

PATTERSON, 1992 e outros) que tratam dos<br />

estressores significantes ou não no <strong>trabalho</strong><br />

da polícia (STOTLAND, 1991)<br />

Em seus achados i<strong>de</strong>ntifica que alguns<br />

policiais experimentam violência como parte<br />

do <strong>trabalho</strong> e a consi<strong>de</strong>ram como fator<br />

estressante. No entanto, verifica que a mesma<br />

situação po<strong>de</strong> ser vista <strong>de</strong> outra maneira, ou<br />

seja, o policial po<strong>de</strong> não consi<strong>de</strong>rar a violência<br />

como fator estressante, mas sim o fato <strong>de</strong> ter<br />

que respon<strong>de</strong>r pelas suas ações.<br />

Enquanto isto, no estudo <strong>de</strong> Patterson<br />

(1992), a polícia classificou os aspectos <strong>de</strong><br />

perigo do <strong>trabalho</strong> como terceiro ou quarto<br />

fator mais estressante. Esse estudo sugeriu<br />

que aspectos organizacionais, financeiros e<br />

preocupações <strong>sobre</strong> falhas no equipamento<br />

eram, em geral, fontes mais importantes <strong>de</strong><br />

estresse do que o perigo ou a violência<br />

ocupacional.<br />

Estes resultados, que apontam para<br />

uma ambivalência na literatura <strong>sobre</strong> se a<br />

violência é um estressor significante ou não<br />

no <strong>trabalho</strong> da polícia, ao mesmo tempo<br />

revelam que, aspectos das organizações e<br />

suas falhas, são perturbações que afetam o<br />

estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes trabalhadores.<br />

Em um outro estudo <strong>de</strong>senvolvido por<br />

Minayo et alli. (2007), encontra-se um amplo<br />

panorama <strong>sobre</strong> as <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> policiais civis<br />

e militares atuantes na capital do Estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, no qual constam os seguintes<br />

resultados <strong>sobre</strong> problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> - (a)<br />

excesso <strong>de</strong> peso e obesida<strong>de</strong> bastante acima<br />

dos níveis <strong>de</strong>sejados e dos parâmetros da<br />

população brasileira; (b) Além das<br />

enfermida<strong>de</strong>s gerais nas quais os policiais se<br />

igualam em termos do perfil epi<strong>de</strong>miológico<br />

brasileiro, quase todas os agravos e distúrbios<br />

que ocorrem tanto com os civis como com os<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

militares (os militares em piores <strong>condições</strong>)<br />

relacionam saú<strong>de</strong> física e mental, sofrimento<br />

psíquico e estresse. (c) Necessida<strong>de</strong> urgente<br />

<strong>de</strong> se instituírem formas eficazes e bem<br />

elaboradas <strong>de</strong> apoio psicológico.<br />

Estas questões relacionadas com os<br />

fatores psicológicos e físicos que afetam os<br />

policiais chamam atenção para a importância<br />

do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma política voltada<br />

para as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste<br />

seguimento <strong>de</strong> trabalhadores.<br />

ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DO <strong>RN</strong><br />

Na perspectiva da valorização e<br />

qualificação do servidor Policial Civil, um<br />

aperfeiçoamento na capacitação constitui-se<br />

uma necessida<strong>de</strong> que passa pela mudança<br />

radical do mo<strong>de</strong>lo proposto pela Aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Polícia Civil (ACADEPOL).<br />

É fato que o Policial Civil sai da<br />

Aca<strong>de</strong>mia totalmente <strong>de</strong>spreparado; é<br />

“posto nas ruas” sem qualquer segurança<br />

emocional e instrutiva, pondo em risco a sua<br />

segurança e a da socieda<strong>de</strong>.<br />

É indispensável recriar a Aca<strong>de</strong>mia, a<br />

partir <strong>de</strong> métodos mo<strong>de</strong>rnos e <strong>de</strong> fato<br />

profissionalizantes, como já ocorre em vários<br />

Estados. O atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> aca<strong>de</strong>mia no <strong>RN</strong>,<br />

não prepara o profissional <strong>de</strong> forma que<br />

utilize os conteúdos e <strong>de</strong>senvolva<br />

competência e habilida<strong>de</strong>s práticas para<br />

atuar no seu cotidiano <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

25


A duração do curso <strong>de</strong> formação <strong>de</strong><br />

Polícia Civil do <strong>RN</strong>, conforme vem ocorrendo,<br />

não possui um tempo mínimo fixado para a<br />

sua conclusão. Apenas um conteúdo teórico<br />

é oferecido por pessoas sem qualquer<br />

conhecimento pedagógico e policial<br />

comprovados.<br />

No Paraná, on<strong>de</strong> a formação é<br />

referência nacional, o diretor da Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Polícia Civil (ESPC) Newton Ta<strong>de</strong>u<br />

Rocha enfatiza:<br />

“Todas as matérias são integradas para<br />

que, no final, o policial adquira a<br />

capacida<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada para aten<strong>de</strong>r a<br />

população”.<br />

A formação dos Policiais Civis <strong>de</strong>ve<br />

garantir a efetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma ação <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> no <strong>trabalho</strong> do Policial, <strong>de</strong>vendo se<br />

constituir em priorida<strong>de</strong> inadiável.<br />

Desta feita, ressaltando a<br />

questão das promoções funcionais, verificase<br />

que há anos não acontece, mesmo estando<br />

estabelecida, na Lei orgânica 270 <strong>de</strong> fevereiro<br />

<strong>de</strong> 2004, (Estatuto da Policia Civil).<br />

De acordo com a Lei vigente, a<br />

promoção <strong>de</strong>ve ser realizada <strong>de</strong> forma<br />

administrativa duas vezes por ano, em abril e<br />

em outubro, mas apenas um processo<br />

promocional foi realizado pelo Governo do<br />

Estado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a criação da Lei. O Governo<br />

vem utilizando, sucessivamente, brechas no<br />

Estatuto, ignorando e <strong>de</strong>scumprindo direitos<br />

legítimos e legais do trabalhador. Desta<br />

forma acumulam-se 10 (<strong>de</strong>z) processos<br />

atrasados <strong>de</strong> promoções.<br />

O <strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> mudanças no<br />

atual mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> promoção funcional adotado<br />

pela Lei 270/04. Sugere a extinção da<br />

condicionante do número <strong>de</strong> vagas, e a<br />

promoção por " merecimento", que na forma<br />

atual, bastante subjetiva, permite<br />

"apadrinhamentos", e reedita o “clientelismo”<br />

tornando o processo injusto e maculado.<br />

IV. Consi<strong>de</strong>rações<br />

Finais<br />

Diante do exposto, percebe-se com<br />

clareza que a situação da Instituição é <strong>de</strong><br />

extrema fragilida<strong>de</strong> em sua infraestrutura.<br />

Uma vez que não existiu transparência<br />

nas informações <strong>sobre</strong> os investimentos<br />

realizados ao longo dos quase trinta anos <strong>de</strong><br />

sua existência, não é possível dimensionar o<br />

montante do volume <strong>de</strong> recursos aplicados,<br />

po<strong>de</strong>ndo-se consi<strong>de</strong>rar que a gestão<br />

<strong>de</strong>squalificada <strong>de</strong>stes comprometeu a<br />

preservação dos mesmos.<br />

Neste momento crucial para a<br />

<strong>sobre</strong>vivência da Polícia Civil do nosso Estado,<br />

urge uma reforma estrutural abrangendo<br />

todos os níveis da Instituição, para que se<br />

resgate a sua função constitucional <strong>de</strong> Polícia<br />

Judiciária.<br />

É preciso coragem e vonta<strong>de</strong> política<br />

para mudar.<br />

A criminalida<strong>de</strong> se avoluma <strong>de</strong> forma<br />

alarmante no âmago da socieda<strong>de</strong> potiguar,<br />

levando pânico e castigando os seus cidadãos<br />

<strong>de</strong>vido à atitu<strong>de</strong>s equivocadas <strong>de</strong> prevenção e<br />

combate as organizações criminosas.<br />

Desta forma, faz-se necessário criar<br />

novas políticas <strong>de</strong> Estado que tenham a<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r e dominar as<br />

ameaças atuais à segurança pública do <strong>RN</strong>.<br />

Esta política <strong>de</strong>ve necessariamente passar<br />

pela valorização da Polícia Civil para que<br />

cresça e atue com qualida<strong>de</strong> em todos os<br />

municípios do <strong>RN</strong>.<br />

O <strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong> através <strong>de</strong>ste <strong>trabalho</strong><br />

cuidadosamente elaborado, mostra que é<br />

possível e necessário organizar uma Polícia<br />

Civil cidadã, pautada nos princípios<br />

constitucionais da legalida<strong>de</strong>, moralida<strong>de</strong>,<br />

26 <strong>SINPOL</strong>


impessoalida<strong>de</strong>, urbanida<strong>de</strong>, publicida<strong>de</strong> e<br />

eficiência que regem a administrativa<br />

pública. O povo do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte<br />

precisa e merece esta polícia cidadã,<br />

qualificada e valorizada, exercendo com<br />

excelência as suas atribuições.<br />

V. Proposições<br />

Nesta seção estão expressas um<br />

conjunto <strong>de</strong> proposições, agrupadas por<br />

propósitos ou necessida<strong>de</strong>s, que se<br />

originam <strong>de</strong> problemas reconhecidos como<br />

prioritários a serem conquistados como<br />

plataforma <strong>de</strong> luta <strong>de</strong>fendida pelo<br />

<strong>SINPOL</strong>/<strong>RN</strong>.<br />

Cabe salientar que o Sindicato<br />

pautará sua ação no sentido <strong>de</strong><br />

praticar estas proposições, no que<br />

couber e dispor <strong>de</strong> meios para<br />

realizar.<br />

1. Aumento do efetivo.<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoal no quadro da<br />

Polícia Civil do <strong>RN</strong> constitui um flagrante,<br />

expresso em números, da fragilida<strong>de</strong> em que<br />

se encontra em relação ao contingente<br />

populacional.<br />

Tendo em vista criar uma proposta<br />

(parâmetro) i<strong>de</strong>al para a estrutura e efetivo da<br />

Polícia Civil, apresenta-se adiante um quadro<br />

com distribuição do efetivo segundo a<br />

população total <strong>de</strong> 3.013.740 habitantes<br />

informada pelo Instituto <strong>de</strong> Geografia e<br />

Estatística (IBGE) em 2007.<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Durante a formulação da proposta<br />

verificou-se que havia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

segmentação por quantitativo populacional,<br />

haja vista, que são diversas as necessida<strong>de</strong>s<br />

para uma resolução da problemática da<br />

Segurança Pública do <strong>RN</strong>, principalmente no<br />

tocante aos Municípios menos povoados e<br />

mais afastados da Capital.<br />

Desta forma, dividiu-se os Municípios<br />

por habitantes em 07 (sete) grupos,<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da região geográfica <strong>de</strong> cada<br />

um <strong>de</strong>stes. A divisão se <strong>de</strong>u da seguinte<br />

forma: Até 10 mil habitantes, num total <strong>de</strong><br />

102 (cento e dois) Municípios; entre 10 e 20<br />

mil habitantes com 37 (trinta e sete)<br />

Municípios; entre 20 e 30 mil habitantes num<br />

total <strong>de</strong> 12 (doze) Municípios; entre 30 e 50<br />

mil habitantes com 08 (oito) Municípios;<br />

entre 50 e 100 mil habitantes para 05 (cinco)<br />

Municípios e, finalmente, os 03 (três)<br />

Municípios mais povoados com população <strong>de</strong><br />

mais <strong>de</strong> 100 mil habitantes, que <strong>de</strong>mandaram<br />

arranjos organizacionais específicos para<br />

aten<strong>de</strong>r as suas especificida<strong>de</strong>s.<br />

A comparação dos números gerais do<br />

efetivo atual e do efetivo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong>monstra o<br />

enorme déficit existente no efetivo da Polícia<br />

Civil<br />

EFETIVO ATUAL: Agentes <strong>de</strong> Polícia:<br />

Agentes <strong>de</strong> Polícia: 1.102 (mil cento e dois);<br />

Escrivãs: 142 (cento e quarenta e dois);<br />

Delegados: 144 (cento e quarenta e quatro).<br />

EFETIVO NECESSÁRIO: Agentes <strong>de</strong><br />

Polícia: 6.814 (Seis mil, oitocentos e<br />

quatorze); Escrivãs: 704; Delegados: 438<br />

(quatrocentos e trinta e oito).<br />

DÉFICIT: Agentes <strong>de</strong> Polícia 5.712<br />

(Cinco mil, setecentos e doze); Escrivães <strong>de</strong><br />

Polícia 562 (Quinhentos e sessenta e dois);<br />

Delegados <strong>de</strong> Polícia 294 (Duzentos e<br />

noventa e quatro).<br />

27


PROPOSTA DE ESTRUTURA E EFETIVO PARA A POLÍCIA CIVIL<br />

NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Até 10.000<br />

habitantes<br />

102 municípios<br />

Delegacia Distrital<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Mais <strong>de</strong> 10.000<br />

até 20.000<br />

habitantes<br />

37 municípios<br />

Mais <strong>de</strong> 20.000<br />

até 30.000<br />

habitantes<br />

12 municípios<br />

Mais <strong>de</strong> 30.000<br />

até 50.000<br />

habitantes<br />

08 municípios<br />

Mais <strong>de</strong> 50.000<br />

até 100.00<br />

habitantes<br />

05 municípios<br />

Delegacia Distrital<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Delegacia Distrital<br />

Unida<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Polícia<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Delegacia Distrital<br />

Unida<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Polícia<br />

Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Divisão <strong>de</strong> Polícia Especializada<br />

Unida<strong>de</strong> Mista <strong>de</strong> Polícia<br />

Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

Delegacia Distrital<br />

Delegado<br />

1<br />

102<br />

Delegado<br />

1<br />

37<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Função<br />

Chefe <strong>de</strong> investigação Escrivão Agente Total<br />

28 <strong>SINPOL</strong><br />

1<br />

102<br />

2<br />

204<br />

3<br />

6<br />

1938<br />

1224<br />

612<br />

Função<br />

Chefe <strong>de</strong> investigação Escrivão Agente Total<br />

Delegado<br />

1<br />

12<br />

2<br />

24<br />

Delegado<br />

1<br />

8<br />

2<br />

16<br />

1<br />

32<br />

Delegado<br />

2<br />

10<br />

2<br />

10<br />

1<br />

20<br />

2<br />

20<br />

1<br />

37<br />

2<br />

74<br />

3<br />

8<br />

777<br />

444<br />

296<br />

Função<br />

Chefe <strong>de</strong> invest. Escrivão Agente Total<br />

1<br />

12<br />

1<br />

12<br />

2<br />

24<br />

2<br />

24<br />

3<br />

10<br />

276<br />

2<br />

16<br />

300<br />

144<br />

120<br />

96<br />

192<br />

Função<br />

Chefe <strong>de</strong> invest. Escrivão Agente Total<br />

1<br />

8<br />

1<br />

8<br />

1<br />

32<br />

2<br />

16<br />

2<br />

16<br />

1<br />

32<br />

3<br />

12<br />

200<br />

2<br />

20<br />

232<br />

6<br />

224<br />

96<br />

96<br />

64<br />

160<br />

192<br />

Função<br />

Chefe <strong>de</strong> invest. Escrivão Agente Total<br />

1<br />

3 30 150<br />

5 15 155<br />

3 60<br />

1<br />

4 20 100<br />

5 20 165<br />

1<br />

2 10 200<br />

20 40 220<br />

3 120<br />

1<br />

2 10 100<br />

10 20 230


Município com<br />

mais <strong>de</strong> 100.000<br />

habitantes<br />

01 - Parnamirim<br />

Município com<br />

mais <strong>de</strong> 100.000<br />

habitantes<br />

02 - Mossoró<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Os três municípios com maior população no<br />

Estado teriam a estrutura e efetivo:<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Depto. <strong>de</strong> Polícia Especializada<br />

com 04 Divisões<br />

Delegacia Especializada no<br />

Atendimento à Mulher<br />

(DEAM)<br />

Delegacia atend. ao<br />

adolescente infrator (DEA)<br />

Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

04 Delegacias<br />

Distritais<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Depto. <strong>de</strong> Polícia Especializada<br />

com 04 Divisões<br />

Delegacia Especializada no<br />

Atendimento à Mulher<br />

(DEAM)<br />

Delegacia atend. ao<br />

adolescente infrator (DEA)<br />

Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

04 Delegacias<br />

Distritais<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Delegado<br />

2<br />

8<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

4<br />

1<br />

4<br />

Delegado<br />

13<br />

13<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

8<br />

2<br />

10<br />

Chefe <strong>de</strong><br />

investigação<br />

1<br />

4<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

4<br />

1<br />

4<br />

Chefe <strong>de</strong><br />

investigação<br />

1<br />

4<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

4<br />

1<br />

5<br />

Função<br />

Função<br />

Escrivão Agente Total<br />

14<br />

14<br />

4<br />

4<br />

2<br />

2<br />

2<br />

8<br />

2<br />

8<br />

Escrivão Agente Total<br />

17<br />

17<br />

4<br />

4<br />

2<br />

2<br />

2<br />

8<br />

2<br />

10<br />

96<br />

100<br />

3<br />

20<br />

33<br />

3<br />

20<br />

33<br />

10<br />

44<br />

3<br />

20<br />

132<br />

152<br />

156<br />

3<br />

24<br />

37<br />

3<br />

20<br />

33<br />

12<br />

52<br />

4<br />

24<br />

205<br />

96<br />

12<br />

32<br />

12<br />

32<br />

40<br />

48<br />

80<br />

152<br />

12<br />

12<br />

48<br />

80<br />

120<br />

29


Município com<br />

mais <strong>de</strong> 100.000<br />

habitantes<br />

03 - Natal<br />

Grupos <strong>de</strong> municípios segundo a população<br />

Departamento <strong>de</strong><br />

Policia Especializada<br />

08 Divisões Especializadas<br />

02 Delegacias Especializadas<br />

no Atendimento à Mulher<br />

Mulher (DEAM)<br />

02 Delegacias <strong>de</strong> atend. ao<br />

adolescente infrator (DEA)<br />

1ª Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

2ª Delegacia <strong>de</strong> Plantão<br />

Zona Norte<br />

16 Delegacias Distritais<br />

No momento atual, as Delegacias Distritais<br />

existentes que necessitam <strong>de</strong> reformas são<br />

aquelas localizadas em: Brasília Teimosa;<br />

Alecrim; Mãe Luiza; Cida<strong>de</strong> da Esperança;<br />

Conjunto Panatis; Neópolis; Felipe Camarão.<br />

Novas construções <strong>de</strong> Delegacias<br />

Distritais <strong>de</strong>veriam ser situadas em: Cida<strong>de</strong><br />

Alta; Can<strong>de</strong>lária; Conjunto Pajuçara; Quintas;<br />

Conjunto Cida<strong>de</strong> Satélite; Conjunto Potengi;<br />

Redinha; Ponta Negra e Guarapes.<br />

2. Restaurar a imagem da função policial e<br />

preparar uma polícia cidadã.<br />

• Retirada imediata <strong>de</strong> todos os presos,<br />

encerrando qualquer tipo <strong>de</strong> carceragem<br />

(celas) nas Delegacias, e encaminhamento <strong>de</strong><br />

novos flagranteados e presos oriundos <strong>de</strong><br />

mandado judicial diretamente para o Sistema<br />

Penitenciário;<br />

• As Delegacias <strong>de</strong>vem estar abertas<br />

diuturnamente (24h) a fim <strong>de</strong> prestar o<br />

atendimento <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> à socieda<strong>de</strong>; As<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Plantão<br />

Total<br />

Plantão<br />

Expediente<br />

Total<br />

Delegado<br />

Chefe <strong>de</strong><br />

investigação<br />

Função<br />

Escrivão Agente Total<br />

instalações precisam ser bem cuidadas e<br />

acolhedoras para representar a segurança, o<br />

zelo na <strong>de</strong>fesa da socieda<strong>de</strong>, o respeito ao<br />

policial, e transmitir confiança à população;<br />

• A imagem <strong>de</strong> uma polícia "cidadã", com<br />

respeitabilida<strong>de</strong>, integrada nos bairros,<br />

trabalhando a serviço da comunida<strong>de</strong> local<br />

<strong>de</strong>ve abrir caminho, <strong>de</strong>ve ser cultivada<br />

sistematicamente, por meios diversos;<br />

treinamento <strong>de</strong> ingresso, cursos <strong>de</strong><br />

capacitação/atualização, seminários,<br />

reuniões <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para discutir condutas,<br />

protocolos etc.;<br />

• A visibilida<strong>de</strong> das ações <strong>de</strong>senvolvidas<br />

com <strong>de</strong>dicação <strong>de</strong> Policiais Civis anônimos,<br />

eficientes e discretos, <strong>de</strong>ve ser produzida,<br />

difundida, nos meios <strong>de</strong> comunicação, em<br />

especial a televisão, na perspectiva <strong>de</strong><br />

estimular os profissionais e restaurar a<br />

imagem da função policial;<br />

• A revalorização da profissão é<br />

imprescindível para estabelecer uma nova<br />

imagem do Policial Civil. Esta só se torna<br />

exequível com a a<strong>de</strong>quação das perspectivas<br />

30 <strong>SINPOL</strong><br />

32<br />

32<br />

3<br />

6<br />

3<br />

6<br />

2<br />

8<br />

2<br />

8<br />

2<br />

32<br />

1<br />

8<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

4<br />

1<br />

4<br />

1<br />

16<br />

46<br />

46<br />

5<br />

10<br />

5<br />

10<br />

4<br />

16<br />

3<br />

12<br />

3<br />

48<br />

364<br />

372<br />

4<br />

20<br />

74<br />

4<br />

20<br />

74<br />

48<br />

52<br />

40<br />

44<br />

4<br />

24<br />

656<br />

372<br />

32<br />

40<br />

32<br />

40<br />

48<br />

40<br />

256<br />

384


<strong>de</strong> carreira, ou seja, das funções e salários<br />

relativos dos corpos policiais, para que possam<br />

2<br />

<strong>de</strong>dicar-se com exclusivida<strong>de</strong> e motivação ;<br />

• A atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientar mais do que impor, o<br />

estímulo ao diálogo, como redutor da<br />

violência; a conversa, a negociações e a<br />

diplomacia, como “tecnologia leve” (MERHY,<br />

2005), substitutiva ao uso da força<br />

<strong>de</strong>snecessária, também <strong>de</strong>ve ser uma prática<br />

cada vez mais semeada e cultivada. Esta é,<br />

também, uma forma <strong>de</strong> cuidar do<br />

aprimoramento da Instituição.<br />

3. Promover a gestão <strong>de</strong>mocrática;<br />

<strong>trabalho</strong> em equipe, parcerias e<br />

estratégias para redução da criminalida<strong>de</strong>.<br />

• Autonomia financeira para a Polícia Civil,<br />

criando as <strong>condições</strong> para uma gestão <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> e eficiência. Faz-se necessário além<br />

da autonomia administrativa que se tenha<br />

também recursos próprios, a fim <strong>de</strong><br />

proporcionar uma Instituição Policial com<br />

atuação célere, impactante e profissional.<br />

• No plano do Sistema <strong>de</strong> Segurança Pública<br />

do Estado, a promoção da cooperação entre<br />

as polícias, representa uma necessida<strong>de</strong><br />

imperiosa e <strong>de</strong>safiadora que requer<br />

competência e habilida<strong>de</strong> para formulação e<br />

manutenção <strong>de</strong> estratégias, criação <strong>de</strong><br />

processos e instrumentos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

• No plano gerencial/estratégico, a<br />

constituição <strong>de</strong> equipes <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e as<br />

oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> discussão coletivas são<br />

importantes para inserir mais sujeitos na<br />

busca <strong>de</strong> soluções e obtenção <strong>de</strong> resultados.<br />

O <strong>de</strong>sempenho operacional <strong>de</strong>verá ter foco<br />

recaindo <strong>sobre</strong> a i<strong>de</strong>ntificação das<br />

priorida<strong>de</strong>s, os crimes <strong>de</strong> maior incidência, e o<br />

registro das operações;<br />

• Gestão voltada para <strong>de</strong>senvolver o<br />

<strong>trabalho</strong> da Polícia Judiciária <strong>de</strong> forma a<br />

prestar um serviço público <strong>de</strong> excelência;<br />

• Visando otimizar e garantir uma atuação<br />

pautada no compromisso com o bom<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da Polícia Civil e a prestação<br />

<strong>de</strong> um serviço público <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>verá<br />

haver eleição direta para escolha do Delegado<br />

Geral da Polícia Civil, on<strong>de</strong> os policias optarão<br />

<strong>de</strong>ntre os Delegados <strong>de</strong> Classe Especial<br />

(último nível na hierarquia <strong>de</strong> classes);<br />

• Reorganizar a lógica operacional e os<br />

procedimentos. Remanejar pessoal <strong>de</strong> função<br />

e estabelecer metas po<strong>de</strong> ser um meio<br />

produtivo <strong>de</strong> solucionar problemas no<br />

quadro <strong>de</strong> profissionais e na distribuição <strong>de</strong><br />

procedimentos que resulte em aumento das<br />

apurações, das punições, da quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>nuncias oferecidas ao Ministério Público e<br />

instauração <strong>de</strong> processos administrativos<br />

disciplinares.<br />

4. Operar a humanização da ativida<strong>de</strong><br />

policial que abrange construir e implantar<br />

a reestruturação e manutenção das<br />

Delegacias.<br />

• Acabar com as celas nas Delegacias,<br />

encerrando custódia ilegal <strong>de</strong> presos e o<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> função;<br />

• Proporcionar um ambiente digno e<br />

humanizado aos trabalhadores policiais,<br />

incluindo aquele <strong>de</strong>stinado aos momentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scanso (Quarto <strong>de</strong> Hora);<br />

• O ambiente da recepção da Polícia Civil<br />

<strong>de</strong>ve proporcionar o acolhimento humanizado<br />

dos cidadãos que buscam o serviço;<br />

• A humanização da ativida<strong>de</strong> policial, no<br />

que concerne ao atendimento á população,<br />

também se articula com a satisfação e<br />

2 Quando o policial esten<strong>de</strong> a jornada <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para completar seu salário aumenta consi<strong>de</strong>ravelmente o seu nível <strong>de</strong> estresse.<br />

Esta duplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> encargo é responsável por um aumento absurdo das mortes dos policiais. Muitos <strong>de</strong>stes morrem nas folgas do<br />

serviço público e em confrontos nas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> segurança privada (MINAYO, et. al., 2007).<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

31


autoestima dos profissionais em relação às<br />

<strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

• Recuperação <strong>de</strong> todas as estruturas físicas<br />

internas e externas (muros, pare<strong>de</strong>s, piso,<br />

teto, banheiros, instalações hidráulicas e<br />

elétricas etc.);<br />

• O revestimento das pare<strong>de</strong>s e o piso<br />

requerem material resistente e <strong>de</strong> fácil<br />

higienização, a fim <strong>de</strong> impedir a proliferação<br />

<strong>de</strong> bactérias e manter o ambiente salubre;<br />

• Reaproveitar o espaço <strong>de</strong>stinado<br />

atualmente às celas para ampliação do<br />

atendimento ao público e investigação policial;<br />

• Mobiliar todos os espaços das unida<strong>de</strong>s<br />

policiais <strong>de</strong> modo a<strong>de</strong>quado ao fim <strong>de</strong>stinado;<br />

garantir armários individuais (guarda <strong>de</strong><br />

pertences pessoais) para todos os policiais;<br />

• Garantir o fornecimento ininterrupto <strong>de</strong><br />

material: <strong>de</strong> expediente (cartuchos, papel<br />

ofício, canetas, copos <strong>de</strong>scartáveis etc.)<br />

a<strong>de</strong>quado e suficiente para todas as<br />

Delegacias; <strong>de</strong> limpeza e higiene para<br />

conservação das <strong>condições</strong> salubres; <strong>de</strong> água<br />

mineral, e manutenção dos bebedouros.<br />

• Manutenção contínua (reparos,<br />

conservação) das estruturas físicas, mobília e<br />

equipamentos;<br />

• Contratação <strong>de</strong> Serviço Terceirizado <strong>de</strong><br />

Limpeza para todas as Delegacias a fim <strong>de</strong><br />

garantir a higiene e boas <strong>condições</strong> sanitárias<br />

no local <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

• Produção <strong>de</strong> estudos <strong>sobre</strong> o perfil do<br />

policial civil e <strong>sobre</strong> as <strong>condições</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida dos Policiais Civis;<br />

• Atenção especial à saú<strong>de</strong> do Policial Civil.<br />

5. Empregar a educação permanente e<br />

continuada para garantir a qualida<strong>de</strong> da<br />

prestação do serviço policial.<br />

• A instituição necessita <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong><br />

capacitação permanente (periódica e<br />

continuada), partindo da reestruturação das<br />

propostas existentes (gra<strong>de</strong>s curriculares);<br />

• São necessários cursos <strong>de</strong> atualização,<br />

voltados ao aprendizado <strong>de</strong> novas técnicas e<br />

cursos específicos para formar profissionais<br />

especializados.<br />

• Na perspectiva da construção <strong>de</strong> nova<br />

proposta <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong> formação com no<br />

mínimo 1.200 horas/aulas, recomenda-se que<br />

além das atuais disciplinas sejam abordados<br />

temas que promovam também a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida e o aperfeiçoamento da ativida<strong>de</strong> Policial<br />

Civil. A<strong>de</strong>mais são consi<strong>de</strong>radas, importantes e<br />

necessárias as abordagens das seguintes<br />

temáticas: a) Delitos financeiros / falência<br />

fraudulenta: uma forma <strong>de</strong> combater o crime<br />

na área política e contábil; b) Conhecimento<br />

em informática / combates <strong>de</strong> crimes virtuais: é<br />

notório o crescente número <strong>de</strong> crimes<br />

praticados pela internet e o policial <strong>de</strong>ve<br />

acompanhar a evolução tecnológica; c) Gestão<br />

pública / motivação <strong>de</strong> pessoa: são<br />

indispensáveis os conhecimentos e<br />

ferramentas <strong>de</strong> gestão pública para o<br />

planejamento estratégico, organização,<br />

coor<strong>de</strong>nação, monitoramento e avaliação<br />

sistemática das ativida<strong>de</strong>s dos Policiais Civis. d)<br />

Tráfico <strong>de</strong> seres humanos: a partir <strong>de</strong> um<br />

estudo específico, <strong>de</strong>tectar, monitorar a fim <strong>de</strong><br />

elucidar crimes <strong>de</strong>sse gênero; e) Primeiros<br />

socorros: O gran<strong>de</strong> risco da ativida<strong>de</strong> policial<br />

necessita do mínimo <strong>de</strong>sse conhecimento para<br />

agir em situações emergenciais; f)<br />

Comunicação e expressão: necessida<strong>de</strong> da<br />

aplicabilida<strong>de</strong> da linguagem escrita<br />

(elaboração <strong>de</strong> textos) e falada; g) Técnicas <strong>de</strong><br />

relaxamento / respiração / yoga /<br />

comportamento: o alto estresse da profissão<br />

requer tais práticas, para que o policial<br />

mantenha o equilíbrio físico e mental. Assim<br />

po<strong>de</strong>rá interagir com qualquer tipo <strong>de</strong> pessoa,<br />

do mais humil<strong>de</strong> ao mais culto. Uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

serenida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá substituir atitu<strong>de</strong>s por vezes<br />

truculentas dos Policiais Civis.<br />

• Desenvolver estudos que objetivem a<br />

elevação do curso <strong>de</strong> formação em nível<br />

acadêmico;<br />

32 <strong>SINPOL</strong>


• No tocante à formação profissional, é<br />

imprescindível conduzir tal processo <strong>de</strong><br />

forma a embasar o exercício profissional do<br />

policial como sujeito social e cidadão,<br />

participante ativo do exercício e usufruto <strong>de</strong><br />

seu <strong>trabalho</strong>; sujeito da sua história,<br />

resgatando assim sua autoestima;<br />

6. Assegurar a informatização como<br />

ferramenta básica da polícia no mundo<br />

atual.<br />

• Equipar todas as Delegacias com<br />

Computadores e Periféricos (impressoras,<br />

scanner, webcam, teclado, mouse etc.);<br />

• Acesso à Internet, em todas as Unida<strong>de</strong>s<br />

Policias e disponível para todos os setores;<br />

• Integrar todas as Delegacias através <strong>de</strong><br />

sistema único que possibilite a comunicação e<br />

transmissão dos bancos <strong>de</strong> dados;<br />

• Criar um sistema virtual <strong>de</strong> contato<br />

contínuo com vítimas e testemunhas (essencial<br />

em se tratando <strong>de</strong> turistas) através <strong>de</strong> e-mails.<br />

As investigações po<strong>de</strong>m continuar e os<br />

criminosos serem presos.<br />

7. Garantir instrumentos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

compatíveis com a globalização da luta<br />

contra o crime.<br />

• As organizações criminosas entraram na<br />

era hight tech - telefones celulares, armas<br />

automáticas. A Polícia Civil, para enfrentar a<br />

globalização do crime com a globalização da<br />

luta contra o crime, necessita dispor da<br />

correspondência <strong>de</strong> equipamentos;<br />

• Gestão própria e eficiente do Sistema <strong>de</strong><br />

Rádio Comunicação da Polícia Civil;<br />

manutenção preventiva e continuada;<br />

• Instalação <strong>de</strong> Rádio (base fixa) em todas as<br />

Delegacias;<br />

• Fornecimento <strong>de</strong> HT's para uso externo;<br />

• Ampliação do sinal <strong>de</strong> rádio com o fim <strong>de</strong><br />

efetivar o contato entre as Unida<strong>de</strong>s;<br />

• Mínimo <strong>de</strong> 02 (duas) viaturas para cada<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

Delegacia (sendo pelo menos 01,<br />

<strong>de</strong>scaracterizada), dotadas <strong>de</strong> todos os itens<br />

<strong>de</strong> segurança (extintor, macaco, pneu suporte,<br />

ar condicionado, etc.);<br />

• Fornecimento <strong>de</strong> pistola <strong>de</strong> calibre<br />

a<strong>de</strong>quado, colete, algema e distintivo para<br />

cada policial em exercício <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong>;<br />

• Equipar as Delegacias com arsenal<br />

apropriado e suficiente a sua área <strong>de</strong> atuação.<br />

8. Aten<strong>de</strong>r às reivindicações dos policiais<br />

civis (benefícios, garantias, remuneração).<br />

• R e o r g a n i z a ç ã o d a e s t r u t u r a<br />

organizacional da instituição Policial Civil;<br />

• Criar 6.000 (Seis mil) vagas para o cargo<br />

<strong>de</strong> Agente <strong>de</strong> Polícia Civil;<br />

• Criar 800 (Oitocentos)) vagas para o cargo<br />

<strong>de</strong> Escrivão <strong>de</strong> Polícia Civil;<br />

• Criar 350 (Trezentos e cinqüenta) vagas<br />

para o cargo <strong>de</strong> Delegado <strong>de</strong> Polícia Civil;<br />

• Eleição direta para Delegado Geral;<br />

• Reestruturação do Plano <strong>de</strong> Cargos,<br />

Carreiras e Salários dos Agentes e Escrivães da<br />

Polícia Civil, com a redução <strong>de</strong> 06 (seis) para<br />

04 (quatro) classes e criação <strong>de</strong> progressão<br />

horizontal em níveis, consi<strong>de</strong>rando tempo <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong> na classe e qualificação;<br />

• Fim das promoções por merecimento e<br />

a u t o m a t i c i d a d e d a s p r o m o ç õ e s<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da existência <strong>de</strong> vagas,<br />

levando-se em conta apenas o tempo em<br />

cada classe.<br />

• Inclusão no Estatuto do Adicional<br />

Noturno e a Hora Extra<br />

• Implantação <strong>de</strong> um auxílio saú<strong>de</strong>, como<br />

subsídio por parte do Estado para o custeio<br />

das <strong>de</strong>spesas com saú<strong>de</strong>;<br />

• Substituição das quentinhas pelo<br />

fornecimento <strong>de</strong> vale refeição a todos os<br />

policiais civis propiciando uma alimentação<br />

digna ao trabalhador;<br />

• Regulamentação do livre acesso: garantir<br />

a prerrogativa legal para o <strong>de</strong>sempenho da<br />

ativida<strong>de</strong> policial;<br />

33


• Aumentar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Gratificações<br />

<strong>de</strong> Chefia <strong>de</strong> Investigação e Chefia <strong>de</strong> Cartório,<br />

em número suficiente para aten<strong>de</strong>r a todas as<br />

Delegacias;<br />

• Reajustar o valor das Gratificações <strong>de</strong><br />

Chefia <strong>de</strong> Investigação e Chefia <strong>de</strong> Cartório,<br />

para incentivar e valorizar o exercício da<br />

função.<br />

Para finalizar, vale ressaltar que, as<br />

gran<strong>de</strong>s reformas, como afirma o pensador<br />

francês Edgar Morin (2000) começam sempre<br />

pela <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> um pequeno conjunto <strong>de</strong><br />

e s p í r i t o s q u e p o d e t r a n s f o r m a r,<br />

concomitantemente, num círculo virtuoso, os<br />

espíritos e as instituições.<br />

VI. Referências<br />

bibliográficas<br />

COLETA, Alessandra dos Santos Menezes<br />

Dela; COLETA, Marilia Ferreira Dela. Fatores<br />

<strong>de</strong> estresse ocupacional e coping entre<br />

policiais civis. PsicoUSF [online], jun. 2008,<br />

v.13 no.1 pp. 59-68.<br />

CHESNAIS, Jean Clau<strong>de</strong>. A violência no Brasil.<br />

Causas e recomendações políticas para a sua<br />

prevenção. Ciênc. saú<strong>de</strong> coletiva [online].<br />

1999, vol.4 no.1 pp 53-69.<br />

Delegacia Geral <strong>de</strong> Polícia Civil. Diretoria<br />

Administrativa. <strong>Relatório</strong> situacional das<br />

<strong>de</strong>legacias <strong>de</strong> polícia civil nas comarcas do<br />

interior do estado. Natal, agosto/2009.<br />

MERHY, Emerson Elias. A cartografia do<br />

<strong>trabalho</strong> vivo. 2.ed. São Paulo: Hucitec,<br />

2005.<br />

MINAYO, Maria Cecília <strong>de</strong> Souza; SOUZA,<br />

Edinilsa Ramos <strong>de</strong>; CONSTANTINO, Patrícia.<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, saú<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida dos policiais civis e militares da cida<strong>de</strong> do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro: estudo comparativo. Cad.<br />

Saú<strong>de</strong> Pública [online]. 2007, vol.23 no.11<br />

pp. 2767-2779.<br />

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Secretaria Nacional<br />

<strong>de</strong> Segurança Pública. Proposta <strong>de</strong><br />

Mo<strong>de</strong>rnização das Polícias Civis. Brasília, maio<br />

2005.<br />

MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita. Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.<br />

Modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saberes <strong>sobre</strong> a prática<br />

profissional <strong>de</strong> operadores <strong>de</strong> segurança do<br />

cidadão na perspectiva <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong><br />

professores/instrutores/monitores, s/d..<br />

http://www.ccsa.ufrn.br/anais/ix_seminario/d<br />

ados/GT_27/com_27_09.doc. Consulta em<br />

15.08.2009.<br />

SECRETARIA DA SEGURANÇA PÚBLICA E<br />

DEFESA SOCIAL. Delegacia Geral da Polícia<br />

Civil. Lei Orgânica e Estatuto da Polícia Civil.<br />

Natal, 2004.<br />

SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS E<br />

SERVIDORES DA SEGURANÇA PÚBLICA DO<br />

RIO GRANDE DO NORTE. Delegacia não é<br />

presídio; queremos uma política <strong>de</strong><br />

segurança pública verda<strong>de</strong>ira. 200 .<br />

______. Delegacia não é presídio; queremos<br />

uma política <strong>de</strong> segurança pública<br />

verda<strong>de</strong>ira. 2002.<br />

SILVA, Cláudio Christian B. História do Corpo<br />

<strong>de</strong> Bombeiros Militar do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />

Post: 09, set. 2008.<br />

http://www.cbm.rn.gov.br/historia.asp.<br />

Outros sites consultados<br />

http://www.policiacivil.sp.gov.br/2008/notici<br />

as/<strong>de</strong>staques/linksview.asp?key=10<br />

http://www.policiacivil.rj.gov.br/exibir.asp?id<br />

=7327<br />

http://www.policiacivil.sp.gov.br/2008/notici<br />

as/<strong>de</strong>staques/linksview.asp?key=1<br />

http://www.policiacivil.sp.gov.br/2008/notici<br />

as/<strong>de</strong>staques/linksview.asp?key=10<br />

34 <strong>SINPOL</strong>


VII. Apêndice<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

18<br />

16<br />

14<br />

12<br />

10<br />

8<br />

6<br />

4<br />

2<br />

0<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

5<br />

6<br />

4<br />

NÚMEROS DE COMPUTADORES POR DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

5<br />

3<br />

2<br />

5<br />

2<br />

4<br />

5<br />

4 4<br />

Nº DE COMPUTADORES<br />

8<br />

3<br />

4<br />

5<br />

4<br />

6<br />

7<br />

3<br />

5<br />

DOCIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEATUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEAM/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEAM/ ZONA SUL<br />

DEAM/ZONA NORTE<br />

DEAU<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P.ZONA NORTE<br />

D.P.ZONA SUL<br />

NÚMERO DE DELEGACIAS ESPECIALIZADAS COM ACESSO À<br />

INTE<strong>RN</strong>ET<br />

4<br />

Quadros <strong>de</strong>monstrativos da situação nas<br />

Delegacias da Polícia Civil do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte.<br />

17<br />

NÃO SIM<br />

NÃO<br />

SIM<br />

35


3,5<br />

2,5<br />

1,5<br />

0,5<br />

35<br />

30<br />

25<br />

20<br />

15<br />

10<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

5<br />

0<br />

NÚMEROSDECELASPOR DELEGACIASESPECIALIZADAS<br />

0 0 0<br />

1<br />

0<br />

1<br />

0 0 0<br />

1 1<br />

0<br />

1<br />

QUANTIDADEDECELAS<br />

0 0 0 0 0 0<br />

NÚ MER OS DE PR ES OS P OR D ELE GACIAS E S PE CIALIZAD AS<br />

0 0 0<br />

1 8<br />

0<br />

27<br />

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

QUA NTIDA DE DE P RE SOS<br />

3<br />

31<br />

2<br />

25<br />

DOCIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEATUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEAM/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEAM/ ZONASUL<br />

DEAM/ZONANORTE<br />

DEAU<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P.ZONANORTE<br />

D.P.ZONASUL<br />

DO CIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEA TUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEA M / PA<strong>RN</strong>A M IRIM<br />

DEA M / ZONA SUL<br />

DEA M /ZONA NORTE<br />

DEA U<br />

DEP ROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAM E<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P . ZONA NORTE<br />

D.P . ZONA SUL<br />

36 <strong>SINPOL</strong>


8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

<strong>SINPOL</strong><br />

1 1<br />

NÚMEROS DE VIATURAS POR DELEGACIAS ESPECIALIZADAS<br />

6<br />

5<br />

3<br />

2<br />

5<br />

1 1<br />

2 2<br />

1<br />

3<br />

Nº DE VIATURAS<br />

2 2<br />

7<br />

2 2 2<br />

NÚMEROS DE INQUÉRITOS POR DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

0 0 0 0<br />

30<br />

108<br />

0 0 0<br />

220<br />

154<br />

45<br />

73<br />

INQUERITOS<br />

0 0 8<br />

146<br />

117<br />

250<br />

1 1<br />

0<br />

160<br />

DOCIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEATUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEAM/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEAM/ ZONA SUL<br />

DEAM/ZONA NORTE<br />

DEAU<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P.ZONANORTE<br />

D.P.ZONASUL<br />

DOCIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEATUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEAM/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEAM/ ZONA SUL<br />

DEAM/ZONA NORTE<br />

DEAU<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P.ZONA NORTE<br />

D.P.ZONA SUL<br />

37


9.000<br />

8.000<br />

7.000<br />

6.000<br />

5.000<br />

4.000<br />

3.000<br />

2.000<br />

1.000<br />

9<br />

8<br />

7<br />

6<br />

5<br />

4<br />

3<br />

2<br />

1<br />

0<br />

0<br />

5<br />

7.904<br />

6<br />

4<br />

NÚMEROS DE OCORRÊNCIAS POR DELEGACIAS<br />

ESPECIALIZADAS<br />

0 0 0<br />

5<br />

3<br />

708<br />

469<br />

0 46 0<br />

2000<br />

1053<br />

447<br />

1609<br />

Nº DE OCORRÊNCIAS<br />

41 228 0 39 0 331<br />

854<br />

2000<br />

Nº DE COMPUTADORES EM FUNCIONAMENTO<br />

2<br />

5<br />

2<br />

4<br />

5<br />

4 4<br />

Nº DE COMPUTADORES FUNCIONANDO<br />

8<br />

3<br />

4<br />

5<br />

4<br />

6<br />

5<br />

3<br />

4<br />

DOCIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEATUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEAM/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEAM/ ZONA SUL<br />

DEAM/ZONA NORTE<br />

DEAU<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P.ZONA NORTE<br />

D.P.ZONA SUL<br />

DO CIDADÃO<br />

DEICOT<br />

DEFUR<br />

DECAP<br />

DEA TUR<br />

DEFD<br />

DEHOM<br />

DECON<br />

DEA M/ PA<strong>RN</strong>AMIRIM<br />

DEA M/ ZONA SUL<br />

DEA M/ZONA NORTE<br />

DEA U<br />

DEPROV<br />

D.E.C<br />

D.C.A<br />

DEICOR<br />

DAME<br />

DENARC<br />

DEA<br />

D.P. ZONA NORTE<br />

D.P. ZONA SUL<br />

38 <strong>SINPOL</strong>


BASTA!<br />

DELEGACIA NÃO É CADEIA.<br />

<strong>SINPOL</strong> - <strong>RN</strong><br />

SINDICATO DOS POLICIAIS CIVIS E SERVIDORES<br />

DA SEGURANÇA PÚBLICA DO RIO GRANDE DO NORTE

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