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Reforma Política - Cebrap

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50 |<br />

Argelina Cheibub Figueiredo* e Fernando Limongi**<br />

<strong>Reforma</strong><br />

política: notas<br />

de cautela<br />

sobre os efeitos<br />

de escolhas<br />

institucionais<br />

As propostas de reforma política<br />

no Brasil têm sido abrangentes<br />

e em geral enfatizam os<br />

efeitos negativos da representação<br />

proporcional com lista aberta,<br />

do federalismo e da separação<br />

de poderes no desempenho dos<br />

governos. Visam, dessa forma, a<br />

alterar as instituições no sentido<br />

de favorecer o majoritarismo e<br />

estreitar as relações entre Executivo<br />

e Legislativo. Os debates<br />

para a elaboração da Constituição de 1988 e do Regimento Interno da Câmara dos Deputados<br />

em 1989 revelam a preocupação dos parlamentares com o que entendiam ser as “deficiências<br />

históricas” do Legislativo – a morosidade e a falta de especialização – e o temor de que,<br />

com a restauração de seus poderes, o Legislativo se tornasse um obstáculo à ação do Executivo.<br />

Por isso, muitos propunham a mudança para o sistema parlamentarista de governo, assim<br />

como a manutenção de um extenso rol de medidas que haviam sido implementadas durante<br />

o regime militar para aumentar o controle do Executivo sobre o processo legislativo, dentre<br />

elas a medida provisória, um sucedâneo do decreto-lei. O sistema parlamentarista não foi<br />

aprovado, mas as demais medidas foram incorporadas à Carta democrática.<br />

*Argelina Cheibub Figueiredo, cientista política, Doutora em Ciência <strong>Política</strong> pela Universidade de Chicago, é<br />

professora livre docente da Universidade Estadual de Campinas, professora associada do Iuperj e pesquisadora sênior do<br />

Centro Brasileiro de Análise e Planejamento.<br />

**Fernando Limongi, cientista político, Doutor em Ciência <strong>Política</strong> pela Universidade de Chicago, é professor<br />

livre docente do Departamento de Ciência <strong>Política</strong> da USP e pesquisador sênior do Centro Brasileiro de Análise e<br />

Planejamento.

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