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Discursos - Rotary International

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<strong>Discursos</strong><br />

Assembléia Internacional de 2005<br />

18 a 25 de fevereiro de 2005<br />

Anaheim, Califórnia, EUA


Conteúdo<br />

Discurso de Abertura 1<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

Lema Presidencial de 2005-06 3<br />

Carl-Wilhelm Stenhammar<br />

Presidente Eleito do RI<br />

Ênfases Presidenciais de 2005-06 7<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

O <strong>Rotary</strong> É um Milagre 11<br />

Glen W. Kinross<br />

Ex-Presidente do RI<br />

Intercâmbio de Jovens 17<br />

Sérgio Levy<br />

Ex-Governador de Distrito<br />

Serviços à Comunidade Mundial 20<br />

Elizabeth Demaray<br />

Ex-Governadora de Distrito<br />

Fundação Rotária: Nossos Ideais em Ação 23<br />

Carlo Ravizza<br />

Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária<br />

Todos os Rotarianos, Todos os Anos 28<br />

Michael W. Abdalla<br />

Curador da Fundação Rotária<br />

Pólio Plus: Uma História de Esperança 31<br />

Carlo Ravizza<br />

Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária<br />

Centenário do <strong>Rotary</strong> e as Quatro Avenidas de Serviços 34<br />

Bhichai Rattakul<br />

Ex-Presidente do RI


Ética e Liderança 40<br />

Mike Webb<br />

Vice-Presidente do RIBI<br />

Discurso de Encerramento 45<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

Estas são as últimas versões dos discursos até o momento da impressão deste material.<br />

Os discursos não constantes desse livrete estarão disponíveis no site do <strong>Rotary</strong> após a<br />

assembléia internacional.


Discurso de Abertura<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

Presidente Eleito Carl-Wilhelm, Governadores Entrantes e amigos Rotarianos,<br />

É com grande prazer que dou as boas-vindas a todos vocês nesta assembléia internacional, o treinamento<br />

anual para os líderes de líderes. Aqui viemos provenientes de todas as partes do mundo. Reservamos<br />

uma semana de nossas vidas, deixando de lado afazeres e responsabilidades pessoais e profissionais para<br />

aprendermos mais sobre o <strong>Rotary</strong> durante essa semana intensa de atividades. Assim o fizemos por sentirmos<br />

um profundo senso de responsabilidade com relação ao <strong>Rotary</strong>, e porque estamos prontos e desejosos<br />

de encarar os desafios que nos esperam.<br />

Ser um dos componentes que integram essa grande organização é um privilégio sem tamanho, ainda que<br />

seja um privilégio que se faz acompanhar de inúmeras responsabilidades. Quando penso na ocasião em<br />

que me associei ao <strong>Rotary</strong>, lembro-me do orgulho que senti por estar assumindo um papel numa organização<br />

que acredita que a integridade e os altos padrões éticos devem prevalecer nas profissões e negócios.<br />

Desde a minha associação até hoje, tenho tido a imensa satisfação de conhecer líderes extraordinários, e<br />

aprendi ainda mais ao seguir seus exemplos.<br />

Formei meus valores de líder refletindo sobre a atuação dos grandes rotarianos que presidiram o RI antes<br />

de mim. Alguns desses valores são:<br />

• O líder deve medir as conseqüências de seu comportamento. Toda ação tem uma reação e, como<br />

líderes rotários, devemos fazer o possível para ser mais conscientes dos efeitos de nossos atos.<br />

• O líder não deve se guiar pelo ego. Para o governador, isso significa se concentrar em <strong>Rotary</strong> ao<br />

máximo e se desdobrar para que os clubes sejam mais eficazes.<br />

• O líder deve escutar e aprender com os outros, considerando as opiniões dos demais sobre o que<br />

é bom e ruim para o <strong>Rotary</strong> e adaptando seu ponto de vista conforme necessário.<br />

Lembro-me do ex-presidente do RI e amigo Bob Barth, que disse que o distintivo rotário diz o seguinte<br />

sobre quem o porta:<br />

Você pode acreditar em mim.<br />

Inspiro confiança.<br />

Sou honesto.<br />

Dou mais do que recebo.<br />

Estou disponível para ajudar.<br />

Todas essas são afirmações que deveriam se aplicar a todos os rotarianos, mas elas absorvem um significado<br />

especial na figura do governador, cuja posição exige que lidere pelo exemplo e inspire os demais.<br />

Não se esqueçam de que os rotarianos de seus distritos os escolheram porque viram seu potencial. Eles<br />

acreditam que têm competência e depositaram toda a confiança em vocês, pois sabiam que inspiram<br />

confiança, são honestos e estão disponíveis para ajudar.<br />

1


Sei que cada um de vocês tem suas próprias razões para estar no <strong>Rotary</strong> e para assumir o compromisso<br />

de servir como governador eleito. Sem dúvida, o coração de vocês está sempre aberto para o <strong>Rotary</strong>, que é<br />

parte de suas vidas.<br />

Nesta semana, estarão se preparando para servir a essa estupenda organização de uma maneira mais profunda.<br />

Vocês podem se gabar por ser a primeira turma de governadores do segundo século de prestação<br />

de serviços do <strong>Rotary</strong>. Certamente isso é algo formidável, e sei que estarão mais do que preparados para a<br />

função. No decorrer desta semana, sob a liderança do Presidente Eleito Carl-Wilhelm, serão treinados por<br />

instrutores de gabarito, dos mais experientes da organização, entre eles ex-presidentes, diretores, curadores<br />

e líderes de treinamento.<br />

A assembléia internacional também fornece a oportunidade única de conhecer seus colegas de todas as<br />

partes do mundo, num ambiente em que podem desfrutar do mais puro companheirismo. Nos dias vindouros<br />

ampliarão o entendimento sobre o <strong>Rotary</strong>, compreendendo mais como funciona essa rede mundial<br />

que une nações, culturas e religiões de todos os matizes. Algumas das pessoas que aqui conhecerem<br />

se tornarão seus parceiros em projetos internacionais. Alguns poderão inclusive tornar-se amigos para<br />

o resto de suas vidas. Mas seja lá como e quais forem os contatos que aqui travarem, ainda que sejam só<br />

durante esta semana, terão muito a ensinar e aprender uns com os outros.<br />

Ao presidente Carl-Wilhem e aos governadores entrantes desejo sucesso e felicidades nessa nova etapa<br />

de suas carreiras rotárias.<br />

Obrigado.<br />

2


Lema Presidencial de 2005-06<br />

Carl-Wilhelm Stenhammar<br />

Presidente Eleito do RI<br />

Neste ano rotário, estamos celebrando o centésimo aniversário do <strong>Rotary</strong>. E a festa continua até junho,<br />

quando protagonizaremos o último capítulo do livro que conta os primeiros 100 anos da organização.<br />

Daí então, vocês e eu, juntos, começaremos a escrever as primeiras linhas do primeiro capítulo do segundo<br />

livro que contará os próximos 100 anos da entidade. Seremos os primeiros a dar o tom do futuro brilhante<br />

que aguarda o <strong>Rotary</strong>. Nossa linha de ação e trabalho terá impacto decisivo no futuro da organização. O<br />

novo século rotário é um momento histórico, e estamos mais do que preparados para colher os louros da<br />

vitória!<br />

O <strong>Rotary</strong> está seguindo uma tendência auspiciosa, chamada continuidade! Longe se vão os dias quando<br />

a entidade rumava ao norte num ano, oeste no outro e depois leste para só então retomar a rota inicial<br />

rumo ao norte. É preciso que a direção seja a mesma enquanto se fizer necessária.<br />

O Ex-Presidente do RI, Jonathan Majiyagbe, tinha quatro ênfases. Uma delas era alfabetização e educação.<br />

Seu sucessor, Glenn Estess, deu continuidade ao trabalho de Jonathan. Depois de ter tido a honra<br />

de servir como coordenador geral na Força-Tarefa de Alfabetização e Educação durante o mandato de<br />

Jonathan, decidi dar continuidade ao assunto em vista de sua importância, já que alfabetização é um dos<br />

instrumentos básicos que permite ao ser humano levar uma vida mais decente.<br />

<strong>Rotary</strong> Clubs têm desenvolvido vasta gama de projetos destinados a ajudar as pessoas a ler, escrever e<br />

fazer contas. Os rotarianos equiparam escolas, ajudaram a treinar professores e vestiram as crianças para<br />

que fossem às aulas. Em várias comunidades, rotarianos valorosos dedicaram seu tempo para visitar escolas,<br />

onde leram para as crianças e as escutaram ler. A extraordinária experiência e compromisso dos<br />

rotarianos ainda são necessários para reverter o quadro de analfabetismo que assola tantas regiões, impossibilitando<br />

muita gente de prover melhor sustento para si e suas famílias. Assim, vamos todos juntos<br />

colaborar para a chegada de um mundo onde todos terão acesso à alfabetização.<br />

Minha esposa Mônica e eu costumamos discutir sobre quais são as necessidades básicas que devem ser<br />

atendidas para que uma pessoa possa viver com o mínimo de dignidade. Eu acho que alfabetização e<br />

educação são de primeira necessidade, mas Monica é da opinião que o acesso à água é ainda mais essencial.<br />

Então, reconhecendo a excelência da ênfase do Presidente Glenn em gerenciamento hídrico, é perfeitamente<br />

compreensível que, para o bem da continuidade e dada à importância do assunto, pedirei<br />

a vocês que continuem dando ênfase a gerenciamento hídrico.<br />

A Organização das Nações Unidas refere-se à crise global de água como sendo “uma ameaça ao desenvolvimento<br />

econômico, paz e segurança, que gerará mais pobreza e imensa destruição do meio ambiente”.<br />

Cerca de 40% da população mundial — ou 2,6 bilhões de pessoas — não têm saneamento básico, e<br />

mais de um bilhão não conta com água potável.<br />

Os rotarianos já trataram essa questão em muitas partes do globo. Graças aos projetos hídricos de <strong>Rotary</strong><br />

Clubs, centenas de milhares de pessoas têm agora acesso à água. A prevenção e ocorrência de doenças<br />

está intrinsecamente relacionada a ter ou não ter água potável e saneamento. Gerenciamento hídrico<br />

deficiente afeta negativamente as plantações e lavouras de subsistência. Assim, adicionei ao escopo da<br />

Força-Tarefa de Gerenciamento Hídrico questões de combate à fome, melhoria da saúde e bem-estar,<br />

para beneficiar aqueles que não consomem alimentos nutritivos e não dispõem de assistência médica.<br />

3


Continuidade é decididamente palavra-chave no futuro do <strong>Rotary</strong>, mas existe outra quase tão importante:<br />

cooperação, ou união, se preferirem. Questões de alfabetização, água potável e saúde são de tamanha magnitude<br />

que não temos como atingir nossas metas nessas áreas por conta própria. Se isso fosse possível,<br />

esses problemas teriam sido sanados a muito tempo atrás. Assim, em nosso afã de lutar por um mundo<br />

melhor, procuremos formar cooperações com outras entidades que atuam nessas áreas, e olhem que<br />

existem muitas delas.<br />

O conselho diretor tomou a sábia decisão de não implantar um novo projeto global até que seja finalizado<br />

o programa Pólio Plus. Continuaremos a trabalhar com afinco até obter a certificação global da interrupção<br />

da transmissão do vírus causador da poliomielite. Isso, contudo, não significa que não podemos<br />

cooperar com outras organizações, como a Save the Children Foundation, que conta com o apoio de mais<br />

de 30 países. Essa organização está planejando construir e equipar 300 escolas em países em desenvolvimento,<br />

mesmo que estas sejam palhoças de pau a pique. Sabemos que não podemos usar subsídios do<br />

<strong>Rotary</strong> para erigir prédios, mas podemos equipar escolas. Dessa maneira, se for firmado um acordo entre<br />

a Save the Children Foundation e o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>, o projeto poderá então ser apresentado aos clubes<br />

e distritos para que participem como acharem melhor. Tenho certeza que tal acordo poderia resultar em<br />

não apenas 300 novas escolas mas 600, ou quem sabe 750? Se houvesse 100 alunos em cada uma delas,<br />

75.000 crianças estariam aprendendo a ler, escrever e fazer contas — três habilidades que nos possibilitaram<br />

estar aqui hoje. Há inúmeras oportunidades para cooperar, basta ir atrás delas.<br />

Neste ano de celebrações do centenário e em 2005-06 é certo que estaremos na mira da mídia como nunca<br />

antes. Esta é, na verdade, uma chance de ouro para nós. Com isso em mente, estou planejando para<br />

que o Grupo de Apoio à Imagem Pública não perca a oportunidade e ajude os clubes a ressaltar a imagem<br />

do <strong>Rotary</strong>. Temos muitas histórias boas para contar. Aproveitemos a chance de divulgá-las!<br />

Em nossa tarefa voluntária de trabalhar por um mundo melhor, necessitamos de uma estrela guia para<br />

seguir, um lema que sirva de inspiração. No passar dos anos temos tido muitos lemas diferentes, como<br />

esses escritos nas flâmulas penduradas neste salão: Desfrute <strong>Rotary</strong>! Seja Amigo, Dê a Mão ao Próximo,<br />

Celebremos <strong>Rotary</strong>, para mencionar somente alguns. Cada um desses lemas foi perfeito para a época em<br />

que foram adotados e seguidos.<br />

Eu queria uma abordagem moderna. Algo que trouxesse um sangue novo mas respeitasse o conceito de<br />

continuidade. Assim, escolhi aquele que é o melhor lema jamais criado para o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>, que<br />

traduz tudo o que somos, mas que, no entanto, não enfeita as paredes desse salão. Ele é: Dar de Si Antes<br />

de Pensar em Si.<br />

Também precisamos de um logotipo. Olhem para alguns dos logotipos de anos recentes. O de Carlo<br />

Ravizza, de 1999-2000; o de Frank Devlyn no ano seguinte e o de Celebremos <strong>Rotary</strong> este ano. Cada um<br />

deles foi, ou é, perfeito para a época e situação. Novamente, num misto de continuidade e ousadia, escolhi<br />

o melhor logotipo jamais criado para o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> — e meus amigos, vocês não o vêem na<br />

tela — trata-se de nossa marca registrada, a roda dentada.<br />

Questões de quadro social ainda serão um agravante para o <strong>Rotary</strong>. Isto é parte da continuidade, do trabalho<br />

que ainda resta ser feito. Por vezes, o <strong>Rotary</strong> é como uma grande festa. Mas sem convidados não há<br />

festa. Sem rotarianos, não há <strong>Rotary</strong>. O quadro social será parte da Menção Presidencial, uma que será fácil<br />

de entender e de se alcançar. Nesse quesito, peço a cada clube que trabalhe para alcançar um aumento<br />

real de no mínimo um rotariano. Se essa meta for atingida por todos os clubes, teremos mais de 31.000<br />

novos rotarianos em 2005-06. Se fizermos isso pelos próximos 10 os anos, alcançaremos sem dificuldades<br />

nossa meta de 1,5 milhão de rotarianos.<br />

4


Que 2005-06 seja o ano em que tratemos as rotarianas com todo o respeito e admiração que merecem.<br />

Freqüentemente falamos que a organização congrega 1,2 milhão de rotarianos, dos quais apenas 144.000<br />

são mulheres. Por que fazemos isto? A maneira correta de nos referirmos a nós mesmos é que somamos<br />

1,2 milhão de rotarianos, ponto final! A população mundial consiste de 52% de pessoas do sexo feminino<br />

e, conseqüentemente, 48% do sexo masculino. Infelizmente o <strong>Rotary</strong> não reflete o mundo como deveria,<br />

mas chegaremos lá, mesmo que leve mais 100 anos. Mas quero lhes dizer que não estou preparado para<br />

esperar esse tempo todo. Embora não tenha muito que eu possa fazer, alguma coisa eu posso. Farei o possível<br />

para que mais rotarianas sirvam em nossas comissões e forças-tarefa.<br />

O Grupo de Apoio à Imagem Pública será capitaneado pela ex-governadora Mary Margaret Fleming, do<br />

Distrito 5230; e a Força-Tarefa de Alfabetização pela ex-governadora Eileen M. Gentilcore, do Distrito<br />

7250. A ex-governadora Carolyn E. Jones, do Distrito 5010, será a primeira mulher a sentar à mesa como<br />

curadora da Fundação Rotária do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>. Lembrem-se que é através do talento delas, não<br />

pelo fato de serem do sexo feminino, que essas valorosas mulheres foram nomeadas para esses cargos.<br />

Concordo que pode existir um número desproporcional de nomeações para mulheres durante meu ano,<br />

mas ao fazer a minha parte, estou enviando uma mensagem às mulheres do <strong>Rotary</strong> como também àquelas<br />

que ainda não são rotarianas: há um papel de liderança à espera de vocês em nossa organização.<br />

Mas sei que vocês podem fazer muito mais do que eu. Vocês podem identificar essas líderes que ainda<br />

não são rotarianas e convidá-las a se juntar a nós. Vocês podem advogar a eleição de mulheres à presidência<br />

dos clubes. Vocês também podem incentivar rotarianos a eleger as ex-presidentes de clube para<br />

serem governadoras de distrito, e abrir o caminho para que tenhamos a primeira diretora do <strong>Rotary</strong><br />

<strong>International</strong>. Quando isso acontecer, a porta estará aberta para que o RI tenha o orgulho de, pela primeiríssima<br />

vez, ter uma mulher na cadeira de presidente! Esse dia glorioso marcará o <strong>Rotary</strong> positivamente para<br />

todo o sempre.<br />

Eu também tenho um sonho, assim como vocês. Meu sonho é que todas as pessoas de 17 anos tenham<br />

a chance de participar de um intercâmbio. Se chegarmos a esse patamar creio que cessariam as guerras!<br />

Contudo, não podemos alcançar essas metas sozinhos, mas não nos esqueçamos que há muitas outras<br />

organizações que trabalham com jovens com as quais podemos cooperar. Expandamos o programa de<br />

Intercâmbio de Jovens para que nossa atuação aumente ainda mais. Realizamos hoje em torno de 8.000<br />

intercâmbios, mas vejam que compomos mais de 31.000 clubes. Em 2005-06 insto todos vocês a inspirar<br />

cada clube do distrito a se envolver mais com o programa de Intercâmbio de Jovens. Nesta semana estarão<br />

recebendo um recurso extra. Haverá uma sessão plenária sobre os programas de jovens e, pela primeira<br />

vez, haverá uma sessão de grupos de discussão sobre Intercâmbio de Jovens, obrigatória para todos. No<br />

decorrer dos anos foram dadas queixas de que os governadores não conhecem ou não foram informados<br />

sobre o programa de Intercâmbio de Jovens. Vocês, governadores de 2005-06, felizmente não terão que<br />

fazer essa queixa, pois serão devidamente instruídos aqui!<br />

O aniversário do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> acontece exatamente na metade dessa assembléia, na quinta-feira,<br />

23 de fevereiro. O que acham de nos darmos um presente de aniversário? Durante sua estadia, vocês terão<br />

a oportunidade de se deliciar diariamente com as saborosas refeições aqui oferecidas; mas não no dia<br />

do aniversário do <strong>Rotary</strong>! Na quinta-feira, faremos uma refeição frugal de sopa e pão. O dinheiro economizado<br />

nesse dia, em que não faremos a lauta refeição, será utilizado para fazer sopa e comprar pão para<br />

alimentar os pobres da área. Convido todos a almoçar com algumas dessas pessoas em diferentes lugares<br />

de Anaheim e arredores. Ao Dar de Si Antes de Pensar em Si, praticamos o que pregamos e, dessa forma,<br />

estaremos nos dando um lindo presente de aniversário.<br />

A tarde daquele dia será nossa folga e à noite vocês estão livres para celebrar o aniversário do <strong>Rotary</strong><br />

como lhes convier.<br />

5


Sou uma pessoa de sorte. De 11 a 14 de junho de 2006 a convenção acontecerá praticamente na minha<br />

casa, na linda cidade de Malmö e na maravilhosa Copenhagen. Ter o privilégio de ter a “minha convenção”<br />

na região onde moro parece ser mais do que mereço. A convenção de Malmö/Copenhagen é novidade<br />

por vários motivos — é a primeira do novo século, a primeira a acontecer na Escandinávia, e a primeira<br />

a ser realizada conjuntamente por dois países. As reuniões pré-convenção para Rotaract, RYLA e Intercâmbio<br />

de Jovens acontecerão na Suécia, ao passo que a convenção do RI em si terá lugar na Dinamarca.<br />

Quanto à locomoção e hospedagem não se preocupem. Uma ponte liga os dois países e há vários hotéis<br />

excelentes em ambos os lados.<br />

Vocês devem estar se perguntando o que aconteceu com a família rotária. A família rotária ainda está<br />

aqui. Como um grupo, vocês são a família rotária servida por esta reunião. Um clube é a família rotária<br />

servida por suas comissões Os jovens são a família rotária servida pela comissão Rotaract, RYLA e de<br />

Intercâmbio de Jovens. Dezembro ainda é o Mês da Família no calendário rotário. Nos últimos dois<br />

anos, clubes e distritos foram incentivados a iniciar uma comissão pró-família rotária. A Força-Tarefa<br />

Pró-Família Rotária não tem mais razão de existir, pois desempenhou seu papel com maestria. A<br />

família rotária está em todos os lugares, saudável e feliz.<br />

Meus amigos, governadores em 2005-06, ao iniciarmos um novo século de <strong>Rotary</strong> continuemos mostrando<br />

ao mundo a grande liderança do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> Dando de Si Antes de Pensar em Si!<br />

Muito Obrigado!<br />

6


Ênfases Presidenciais de 2005-06<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

Presidente Eleito Carl-Wilhelm, Governadores Eleitos, Caros Rotarianos, Querida Família Rotária,<br />

Boa tarde e obrigado pela acolhida tão calorosa.<br />

Gostaria de dizer algo a vocês que ouvi do ex-presidente do RI Roy Hickman. Roy nasceu na mesma cidade<br />

que eu, Birmingham, no Estado do Alabama, que também é o local de nascimento do ex-presidente<br />

Frank Spain. Imaginem minha felicidade por ter conhecido esses dois grandes rotarianos, que dedicaram<br />

generosamente seu tempo para me ensinar sobre o <strong>Rotary</strong>.<br />

Roy Hickman disse: “O que foi alcançado pelos nossos antecessores pertence à história rotária; cabe a nós<br />

adicionarmos nossa parte a essa gloriosa história. O que dirão de nós no futuro será determinado apenas<br />

pelos nossos atos”.<br />

Eu acho que essas são palavras apropriadas para refletirem enquanto se preparam para liderar seus distritos<br />

no alvorecer do segundo século da entidade.<br />

Nesta manhã, o Presidente Eleito Carl-Wilhelm revelou o lema para o próximo ano: Dar de Si Antes de<br />

Pensar em Si. Este lema tão conhecido já nos une enquanto rotarianos e tem raízes profundas em nosso<br />

passado. Este lema nos convida a refletir sobre nossas vidas.<br />

Dar de Si Antes de Pensar em Si sempre foi muito importante para mim. Eu já pertencia a uma família rotária<br />

bem antes de me associar ao <strong>Rotary</strong>. Eu sou o caçula de uma família de sete meninos e uma menina.<br />

Quatro de meus irmãos foram rotarianos, sendo que três deles serviram como presidentes de clube, em<br />

quatro cidades diferentes.<br />

Bem antes de me tornar rotariano, eu já conhecia o significado de Dar de Si Antes de Pensar em Si. E eu sei<br />

o quão importante esse lema foi para meus irmãos, que me legaram um excelente exemplo. Eles realmente<br />

deram muito de si, acima de seus interesses. Eu admirava meus irmãos mais velhos e queria ser como<br />

eles.<br />

Então, creio que vocês podem entender como me senti quando fui convidado para me associar a um<br />

<strong>Rotary</strong> Club em 1960. Fiquei orgulhoso por integrar uma organização que era sinônimo de bons serviços,<br />

integridade e altos padrões de ética nos negócios e profissões.<br />

Esse orgulho reside em mim ainda hoje. Tenho orgulho de fazer parte dessa grande organização, orgulho<br />

de estar aqui nesta assembléia internacional, orgulho de estar me dirigindo a vocês para falar sobre as ênfases<br />

do Presidente Eleito Carl-Wilhelm.<br />

Será sua responsabilidade, como governadores eleitos, transmitir a síntese dessas ênfases aos líderes de<br />

clube. Será sua missão inspirar esses líderes para que executem projetos de prestação de serviços que<br />

beneficiem suas comunidades e o mundo em geral. E será sua a tarefa de auxiliar os rotarianos de seus<br />

distritos a encontrar maneiras de Dar de Si Antes de Pensar em Si para ajudar os analfabetos e analfabetos<br />

funcionais, reduzir a ocorrência de doenças e a fome através de projetos de gerenciamento hídrico e<br />

desenvolver parcerias produtivas com outras organizações.<br />

7


Em termos de alfabetização o <strong>Rotary</strong> está de parabéns. Mais da metade dos clubes já realizou projetos de<br />

alfabetização de algum tipo. Nossa meta é que todos os clubes participem desse importante esforço para<br />

capacitar o maior número de pessoas, já que há enorme carência de serviços nessa área.<br />

Durante uma recente visita à Organização das Nações Unidas, fiquei sabendo que dois bilhões de pessoas<br />

não sabem ler nem escrever. Isto significa que uma em cada três pessoas do mundo não conseguirá<br />

se livrar dos grilhões da pobreza. Dois bilhões de pessoas representam um terço da população mundial,<br />

que estão privadas do simples prazer de ler um livro, uma revista, um jornal.<br />

O tremendo sucesso do <strong>Rotary</strong> com projetos de alfabetização deveria nos inspirar para fazermos mais<br />

ainda. Na época em que fui curador da Fundação Rotária visitei projetos em várias partes do globo. Se<br />

tivesse que escolher apenas um deles, o que me causou maior impacto, escolheria o programa de alfabetização<br />

Lighthouse da Tailândia. Como devem saber, esse programa foi lançado por rotarianos australianos<br />

em uma escola tailandesa, alcançando tamanho sucesso que logo se espalhou para outras escolas até ser<br />

adotado pelo Ministério de Educação do país. <strong>Rotary</strong> Clubs de outras nações o adaptaram para uso em<br />

escolas e na educação de adultos e de crianças de rua.<br />

Também temos que ajudar crianças e adultos que são analfabetos funcionais, ou seja, pessoas cujos<br />

conhecimentos de leitura e escrita são muito rudimentares para que desempenhem a maioria das atividades<br />

diárias. Incentivo vocês a fazerem um levantamento em suas comunidades, pois acredito que em quase<br />

todas elas existam pessoas que não sabem ler um jornal ou as instruções de como tomar um remédio.<br />

Elas precisam de ajuda para viver melhor.<br />

Gostaria de relatar uma experiência que tive. Anos atrás, quando era membro do conselho diretor do<br />

<strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>, estava com um grupo em Evanston para uma sessão de treinamento sobre mídia.<br />

Uma jornalista de uma emissora de televisão fez algumas entrevistas simuladas conosco para que ganhássemos<br />

prática em falar à imprensa. Depois de lhe dizer meu nome e de onde vinha, ela pediu que<br />

explicasse como o <strong>Rotary</strong> ajudava as pessoas. Eu me pus a falar com muito ânimo sobre o grande projeto<br />

de alfabetização na Tailândia quando ela abruptamente me interrompeu e perguntou: “O que o <strong>Rotary</strong><br />

está fazendo para reverter o quadro de analfabetismo no seu Estado, o Alabama?”.<br />

Fiquei sem palavras. Não tinha sequer pensado que o Alabama tinha problemas com analfabetismo. Ao<br />

me informar constatei que ela estava correta; o analfabetismo realmente castigava meu Estado.<br />

Fiz mais pesquisas e descobri que a situação era grave e estava mais próxima de mim do que tinha imaginado.<br />

Nessa mesma época, também servia no conselho diretor de um hospital do Alabama, que estava às<br />

voltas com um grande problema. O analfabetismo funcional era o responsável pela alta rotatividade dos<br />

empregados no estabelecimento, particularmente entre os funcionários das áreas de limpeza e refeitório.<br />

Por não saberem interpretar o que estava escrito nas instruções de manuseio dos frascos de produtos de<br />

limpeza por exemplo, esses funcionários com freqüência cometiam erros potencialmente perigosos que<br />

acarretavam prejuízos desnecessários. Esses erros forçavam a saída de empregados, o que era ruim para<br />

eles e para o empregador. Soube que no passado o hospital tinha oferecido aulas de ensino básico, mas a<br />

adesão havia sido extremamente baixa.<br />

Eu me perguntei se a razão disso era que os funcionários sentiam-se envergonhados em se candidatar<br />

para uma aula tão básica como essa. Depois de debatermos o assunto, decidimos oferecer novamente<br />

as aulas, só que desta vez as chamamos de “Seminários de Aperfeiçoamento Profissional” e a adesão foi<br />

bastante alta.<br />

As aulas realmente ajudaram a aperfeiçoar a atuação profissional dos alunos. O maior domínio das letras<br />

fez com que executassem melhor as tarefas inerentes às suas funções, contribuindo para que empregador<br />

e empregado colhessem os benefícios.<br />

8


A segunda ênfase no ano que vem será em gerenciamento hídrico. Soube recentemente pelo diretor<br />

de programas do Unicef que 1,2 bilhão de pessoas não consome água potável. Seis mil seres humanos,<br />

a maioria crianças, morrem diariamente por doenças trazidas pela água. Oitenta por cento de todas as<br />

doenças nos países em desenvolvimento chegam aos seres humanos pela água, como a malária, febre<br />

tifóide e infecções transmitidas por parasitas. O arsênico contamina a água por vias naturais e industriais,<br />

adoentando e matando gente inocente. Tudo isso sem contar que água insalubre aumenta a ocorrência de<br />

surtos de poliomielite, assim, não é uma mera coincidência que o vírus ainda resista em regiões carentes<br />

de saneamento básico e água de qualidade.<br />

Nas nações desenvolvidas, a situação é diferente mas nem por isso o problema deixa de existir. Nessas<br />

nações, a população não costuma dar o devido valor a suas reservas hídricas, poluindo os rios e gastando<br />

água demasiadamente na irrigação, atos que trarão conseqüências desastrosas se não revertidos a tempo.<br />

Talvez a pior falha desses países seja a escassez ou falta absoluta de conscientização social sobre a importância<br />

de se conservar o líquido por meio de gerenciamento eficiente.<br />

Todos sabemos que a água é essencial para a vida, desde a higiene e manutenção da saúde à produção<br />

de alimentos. Mas não só isso, a falta à água poderá abalar o sonho de um mundo em paz. Segundo<br />

Elizabeth Dowdeswell, ex-diretora executiva do programa ambiental das Nações Unidas, o domínio sobre<br />

os recursos hídricos será o estopim de conflitos armados internacionais no futuro.<br />

Rotarianos já tomaram uma posição de liderança nessa questão tão delicada. O ex-curador da Fundação<br />

Rotária Jiichiro Frank Nakajima representou o RI no III Fórum Mundial da Água, em Kyoto, no Japão. Ron<br />

Denham, coordenador geral da Força-Tarefa de Recursos Hídricos, compareceu a várias conferências, inclusive<br />

a realizada em Nairóbi pelo Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)<br />

e pela Organização Mundial da Saúde.<br />

Ao redor do mundo os rotarianos têm encontrado diversas maneiras de ajudar a suprir a necessidade de<br />

água.<br />

A título de exemplo, <strong>Rotary</strong> Clubs nas Filipinas e na Austrália colaboraram para construir 12 açudes em<br />

zonas rurais das Filipinas. O projeto tinha como objetivo interromper o processo de erosão e oferecer irrigação<br />

para as lavouras, aumentado a produção e a renda dos camponeses. O sucesso foi tão grande<br />

que engajou toda a comunidade, a ponto de os beneficiados assumirem responsabilidade total pelos<br />

12 açudes.<br />

O <strong>Rotary</strong> Club de Salinas, no Equador, e <strong>Rotary</strong> Clubs do Estado do Oregon, nos Estados Unidos, colaboraram<br />

com a Public Health <strong>International</strong>; com a Fasbase, que é uma organização equatoriana de reflorestamento<br />

sem fins lucrativos; e com a Corps Porvenir, entidade de combate à pobreza.<br />

Esse esforço conjunto melhorou o saneamento básico em 21 vilarejos no sudoeste do Equador, neutralizando<br />

várias doenças trazidas pela falta de higiene adequada. Até o momento, foram construídas 4.000<br />

latrinas e implantados sistemas de água encanada. Também foram divulgadas diretrizes quanto ao uso e<br />

manutenção desses sistemas hídricos.<br />

Além de gerenciamento hídrico e alfabetização, o Presidente Eleito Carl-Wilhelm pede que formemos<br />

parcerias com outras organizações que compartilhem os mesmos ideais. Nesse segundo século, não restam<br />

dúvidas de que a colaboração com outras organizações será vital para nosso crescimento.<br />

Para comprovar o que digo temos o programa Pólio Plus. Nessa corrida frenética para vacinar a última<br />

criança e erradicar a doença de uma vez por todas, temos enfrentado obstáculos homéricos. Mas trabalhando<br />

junto com nossos parceiros — a OMS, o Unicef, o CDC e governos de vários países — estamos<br />

superando esses obstáculos. Vale notar que nenhuma dessas organizações conseguiria empreender essa<br />

gigantesca tarefa sozinha.<br />

9


O Pólio Plus requer a participação de todo clube e distrito rotário, os quais também estão livres para<br />

formar parcerias com organizações locais. Alguns dos projetos que mencionei envolvem parcerias com<br />

organizações governamentais e não-governamentais, como o programa de alfabetização Lighthouse, que<br />

já beneficiou milhões de pessoas graças ao apoio do Ministério da Educação da Tailândia.<br />

Ao planejarem as metas de prestação de serviços de seus distritos, lembrem-se de que todos os projetos<br />

rotários nascem do simples desejo de pessoas, como eu e vocês, de partir para a ação e fazer algo pelo<br />

bem comum. Embora possamos imaginar o efeito positivo que terão nossas ações, não podemos antever<br />

o impacto real que causarão. Nem sempre sabemos o alcance futuro de nossas ações, nem quantas vidas<br />

serão mudadas por elas.<br />

Mas o importante é que partamos para a ação. Nada se materializa se ficarmos apenas no campo da filosofia.<br />

Obras são executadas por ações, ações que servem de ignição para colocar em movimento o curso<br />

de eventos.<br />

Não nos esqueçamos de que devemos, individualmente ou em grupo, executar a contento as solicitações<br />

do Presidente Carl-Wilhelm no ano que vem. Solicitações essas como abrir as portas das letras e dos números<br />

àqueles presos nas trevas do analfabetismo; tratar com consideração e responsabilidade os recursos<br />

hídricos, possibilitando que a água chegue a quem tem sede; e forjar novas alianças com organizações<br />

mundiais de todos os portes para que venham a ser nossas irmãs em ideais.<br />

Desejo a vocês o maior sucesso ao trabalharem com os clubes de seus distritos no próximo ano, inspirando<br />

os rotarianos ao Darem de Si Antes de Pensar em Si nesse novo século do nosso querido <strong>Rotary</strong>.<br />

Obrigado.<br />

10


O <strong>Rotary</strong> É um Milagre<br />

Glen W. Kinross<br />

Ex-Presidente do RI<br />

O <strong>Rotary</strong> é um milagre.<br />

Num mundo cada vez mais avarento e competitivo em que não se pensa duas vezes para levar vantagem<br />

em cima do outro, os rotarianos seguem doando, compartilhando, compreendendo o semelhante e promovendo<br />

diálogos que conduzem à paz.<br />

O <strong>Rotary</strong> é um milagre, pois num mundo conturbado pela violência, num mundo onde a intolerância é<br />

prevalente e pessoas se entregam cegamente a facções religiosas, políticas ou étnicas, os rotarianos continuam<br />

a oferecer amizade e oportunidades para homens e mulheres dos mais variados grupos.<br />

O <strong>Rotary</strong> é um milagre, pois abre as cortinas e revela os clarões de um mundo mais justo. A organização<br />

trabalha incansavelmente visando o advento de uma sociedade dourada que um dia há de prevalecer e<br />

que estará pronta para abraçar a paz de uma vez por todas. Uma sociedade que dará oportunidades a<br />

todos os seus membros.<br />

Esse mesmo milagre pulsa no coração do rotariano. E lhes digo mais, o quadro social é o maior bem<br />

patrimonial desta que é considerada a maior organização de prestação de serviços do mundo.<br />

O desenvolvimento do <strong>Rotary</strong> nos últimos 100 anos é fruto do trabalho de todos nós. Esse colosso de organização<br />

que temos hoje, nesse ano do centenário, foi possível por causa da extraordinária expansão dos<br />

clubes. Em cada um dos 166 países onde tremula nossa bandeira, o quadro social é e continuará a ser a<br />

chave do sucesso.<br />

Hoje abraçamos o mundo em que vivemos e ao qual servimos. Hoje o mundo precisa do <strong>Rotary</strong> muito<br />

mais do que quando os primeiros rotarianos se reuniram na Chicago de 1905. O <strong>Rotary</strong> inflama a luz da<br />

esperança toda vez que ela, já fraca, teima em apagar ameaçando levar consigo o brilho do promissor<br />

amanhã.<br />

As necessidades atuais são maiores e mais diversificadas do que antes. Os desafios que enfrentamos para<br />

fazer deste um mundo mais justo, além das necessidades humanas a ser atendidas, representam uma<br />

montanha muito íngreme para escalar, que chega a ser quase intransponível.<br />

Mas ainda assim a escalada deve ser feita.<br />

O objetivo do <strong>Rotary</strong> é um mundo em paz. Para alcançá-lo será preciso empregar recursos humanos além<br />

da imaginação, mas que estão ao nosso alcance.<br />

As telas de TV nos lembram diariamente as razões que nos levam a fornecer comida, abrigo, água potável,<br />

educação e treinamento profissionalizante para comunidades carentes. O mundo não precisa de mais<br />

guerras, pobreza e intolerância. Em vez disso precisa, sim, de mais rotarianos.<br />

O mundo está precisando de homens e mulheres de moral elevada, em posição de ajudar seus semelhantes<br />

carentes para que obtenham melhores safras em suas colheitas; voluntários que ensinem práticas de<br />

higiene e cuidados com a saúde; professores apaixonados pelo ensino, enfim, idealistas e sonhadores da<br />

paz que não se esmorecem para arregaçar as mangas e se lançar ao trabalho.<br />

11


O mundo precisa de bravos soldados para lutar contra a poliomielite, câncer e aids. O mundo precisa de<br />

gente preparada e motivada a contribuir ao progresso humano.<br />

Meus amigos, o mundo precisa de mais rotarianos.<br />

Caros rotarianos, é triste constatar que justamente numa época em que o <strong>Rotary</strong> está sendo constantemente<br />

chamado para atender a essa gama imensa de necessidades, ele esteja perdendo sócios.<br />

O trabalho do <strong>Rotary</strong> requer grande quantidade de sócios. Apesar disso ser óbvio, parece que toda vez<br />

que alguém tem a audácia de falar sobre desenvolvimento do quadro social no clube, a reação imediata<br />

dos demais é mudar de assunto, pois há coisas mais aprazíveis para se falar em termos de <strong>Rotary</strong>.<br />

O clube pode sempre falar sobre o próximo evento social que sediará, o que sem dúvidas é bastante agradável.<br />

Também pode debater sobre um bom projeto, que foi manchete do jornal local e ganhou o apreço<br />

da comunidade. Pode falar sobre o programa da conferência distrital ou da convenção internacional, dada<br />

a sua importância. O clube pode discutir a próxima visita do presidente do RI. Todos esses assuntos são<br />

de longe mais aprazíveis, muito mais agradáveis do que falar sobre desenvolvimento do quadro social.<br />

Mas encaremos a realidade. Infelizmente, desenvolvimento do quadro social não figura na lista de prioridade<br />

da larga maioria dos clubes.<br />

Perguntaram a um ex-vice-presidente do RI sobre o que achava mais importante no <strong>Rotary</strong>, seu espírito,<br />

programas ou internacionalidade. Ele respondeu: “Os três são importantes. Cada um é parte integral do<br />

movimento rotário, necessitando igualmente da sustentação de um quadro social forte. Assim, digo que<br />

o componente mais importante no <strong>Rotary</strong> é seu quadro social. Sem sócios nada é possível. Havendo um<br />

quadro social fortalecido, tudo o que o <strong>Rotary</strong> anseia pode ser realizado”.<br />

Se concordarmos com ele, que o quadro social é essencial para a continuidade dos serviços rotários, devemos<br />

também concordar quanto à importância do desenvolvimento do quadro social para que a organização<br />

tenha futuro.<br />

A performance da maioria dos <strong>Rotary</strong> Clubs em termos de desenvolvimento do quadro social e retenção é<br />

sofrível. Vou me ater a discorrer apenas sobre os dois últimos anos, sem mencionar muitos dados.<br />

Em 2002-03, foram organizados 805 novos clubes com 20.736 sócios fundadores. Nesse mesmo ano, o<br />

quadro social dos clubes já existentes registrou evasão de 36.000 sócios, resultando em uma perda real de<br />

15.886 sócios para o <strong>Rotary</strong>. Em 2003-04, foram organizados 674 novos clubes, com 17.276 sócios fundadores.<br />

Nesse ano, o quadro social dos clubes já existentes registrou evasão de 24.500 sócios, resultando<br />

em uma perda real de 8.013 sócios. Se existe um método que garanta o crescimento sustentável do quadro<br />

social, ninguém ainda o conhece.<br />

Os anos de 1995-96 e 2001-02 produziram resultados extraordinários que não mais se repetiram. Por<br />

meio de uma campanha bem executada, em 1995-96 houve o ingresso de 35.345 novos sócios. Entretanto,<br />

se considerarmos as baixas nos clubes já existentes, o aumento real foi de somente 11.000 sócios. A<br />

campanha de 2001-02 trouxe 54.939 novos sócios.<br />

Paremos um minuto e nos perguntemos: Quantos daqueles que aceitaram o convite para se associar a um<br />

<strong>Rotary</strong> Club chegaram a assistir a uma reunião? Quantos permaneceram por um mês ou por um ano?<br />

Quantos se abriram para o ideal de prestação de serviços e se tornaram rotarianos exemplares, dedicados<br />

100% ao <strong>Rotary</strong>?<br />

Não podemos falar sobre desenvolvimento do quadro social ou recrutamento sem falar de retenção.<br />

12


Existem mais pessoas deixando de ser rotarianos do que se juntando à organização. O alcance de um<br />

crescimento anual satisfatório em número de sócios permanecerá sendo um sonho inalcançável até que<br />

elaboremos um plano e um método que garanta maiores taxas de retenção. Essa deve ser a prioridade.<br />

A pergunta recorrente é: Por que tanta gente deixa o <strong>Rotary</strong>?<br />

Conhecemos algumas razões dadas pelos rotarianos quanto ao motivo de sua saída. De cada 100 homens<br />

e mulheres que abandonam a organização, 13 são por falecimento, seis por motivos de saúde, 12 por perda<br />

da classificação, 30 deixam de morar ou trabalhar nos limites territoriais do clube, 17 por não poderem<br />

comparecer às reuniões e 22 por razões diversas.<br />

Como “razões diversas” constam liderança inexpressiva, reuniões mal planejadas, falta de atividades de<br />

prestação de serviços, falha em motivar os sócios a prestar serviços e grande diferença de idade comparada<br />

com os demais sócios. Também é apontada insatisfação com os programas e projetos do clube.<br />

Um saudoso amigo meu, que foi sócio do meu <strong>Rotary</strong> Club, era um treinador de cavalos. A única coisa<br />

que tínhamos em comum era sermos sócios do mesmo clube. Lembro-me que Con Doyle conhecia bastante<br />

o <strong>Rotary</strong>. Ele me disse muitas vezes: “Glen, há apenas dois motivos que empurram as pessoas para<br />

fora do <strong>Rotary</strong>, ou eles se cansaram ou estão sem dinheiro”.<br />

Quando vocês começarem a se reunir com a comissão distrital do quadro social e visitar os clubes, reservem<br />

tempo para analisar o que disse Con Doyle. Ninguém que sai do <strong>Rotary</strong> Club quer que os outros saibam<br />

que o motivo da saída deu-se pela falta de recursos para arcar com as responsabilidades financeiras<br />

da associação. Essa despesa pode ser pequena em alguns países mas é extremamente custosa em outros.<br />

O custo de ser ativo em <strong>Rotary</strong> no clube e distrito deve ser examinado para determinar seu efeito na saída<br />

de sócios ou na não-associação do candidato.<br />

A retenção não é uma causa perdida, basta olhar o exemplo dos clubes europeus. Nos últimos quatro<br />

anos, a Europa registrou um constante crescimento nas atividades de desenvolvimento e retenção do<br />

quadro social. Lá, os clubes são mais seletivos quando estendem o convite a sócios potenciais, enfocando<br />

seus esforços em identificar os melhores líderes profissionais e de negócios. O sucesso deles tem nexo.<br />

Esta é a única forma do <strong>Rotary</strong> crescer sem restrições.<br />

Devemos procurar identificar as razões pelas quais tantos sócios potenciais recusam o convite. Não existem<br />

dados estatísticos que nos indiquem pistas, mas sei que em meu clube por exemplo este número é<br />

alto. Devem haver motivos plausíveis para a recusa. Prestem atenção no que vou lhes contar:<br />

O ex-governador Alan Geddes, em palestra durante um instituto zonal em Melbourne, há alguns anos,<br />

contou a história de um sócio potencial que recebeu a visita do rotariano que lhe estendeu o convite e de<br />

um membro de uma comissão do clube. Eles lhe deixaram o relatório anual do clube para que lesse. Pouco<br />

tempo depois, o rotariano telefonou para perguntar qual era a decisão do candidato. Para seu desgosto,<br />

esse sócio potencial, após ler o relatório, recusou terminantemente se associar ao clube, alegando que se o<br />

âmbito das atividades do <strong>Rotary</strong> era tão insignificante como apresentado no documento, ele que não iria<br />

perder tempo pois tinha coisas mais importantes e melhores para fazer.<br />

Quem se associa a uma organização como o <strong>Rotary</strong> precisa sentir que seu investimento de tempo e<br />

dinheiro será bem empregado e renderá frutos.<br />

Os principais obstáculos ao crescimento do <strong>Rotary</strong> podem ser postos em três palavras: apatia, status quo<br />

e exclusividade.<br />

13


Quando visitarem os clubes ouvirão razões diversas para o sofrível desenvolvimento do quadro social.<br />

Elas virão de muitas formas e forradas de teorias. A seguir mencionarei exemplos das situações que<br />

enfrentarão e para as quais deverão ter respostas positivas.<br />

Para alguns rotarianos, qualquer assunto relacionado a desenvolvimento do quadro social conjura imediatamente<br />

a visão de filas homéricas de homens e mulheres, verdadeira horda, querendo se associar. Esse<br />

pensamento é abominável para aqueles que consideram que a associação a um <strong>Rotary</strong> Club é algo exclusivo.<br />

Eles acham que o prestígio de sua associação vire algo banal com a entrada “de qualquer um”.<br />

Há aqueles que acham que o <strong>Rotary</strong> é uma organização superior, cujo ingresso é permitido somente às<br />

pessoas mais especiais, o que até certo ponto é verdade, mas daí a admitir outras pessoas especiais seria<br />

um problema. Para esses, qualquer aumento representa uma ameaça, assim, preferem rejeitar a possibilidade<br />

veementemente.<br />

É claro que às vezes nos deparamos com o clube do “tamanho ideal”, cujos sócios acham que a entrada<br />

de novas pessoas atrapalhará a harmonia do círculo existente. Ao falar com rotarianos de muitos clubes,<br />

cheguei à conclusão de que não existe um clube de tamanho ideal. A maioria concorda que o número<br />

ideal é aquele que o clube já tem. A bem da verdade, a maioria dos rotarianos, seja de clubes com 20 ou<br />

120 sócios, está bastante segura de que seus clubes têm o tamanho ideal. Os rotarianos parecem preferir<br />

manter o status quo a abraçar o novo, mesmo que a entrada do novo traga melhorias.<br />

Um dos tipos que mais me incomodam é o rotariano que se opõe ao desenvolvimento do quadro social<br />

de seu clube e refuta com igual intensidade a formação de novos clubes. Alguns rotarianos se opõem ao<br />

desenvolvimento do quadro social já que a entrada de sócios cheios de vitalidade e entusiasmo, que trazem<br />

ao clube novas idéias, impõe grande desafio a alguns veteranos, que gozam de posição confortável<br />

sem fazer muito esforço.<br />

Falarei agora sobre alguns dos empecilhos ao desenvolvimento do quadro social. Estou convencido de<br />

que o maior obstáculo é a apatia. Rotarianos que nunca pensam em desenvolvimento do quadro social e<br />

nunca são motivados a agir são apáticos.<br />

Há alguns anos estava palestrando no <strong>Rotary</strong> Club de Gympie, que fica no meu distrito, sobre a necessidade<br />

de desenvolvimento do quadro social. Depois da reunião, um rotariano me disse: “Você fez com que<br />

me sentisse envergonhado. Eu estou no <strong>Rotary</strong> há 21 anos e nunca trouxe ninguém para a organização”.<br />

Tenho certeza que a maioria de nós ficaria envergonhada se tivéssemos que dizer quantas pessoas apresentamos<br />

para a associação.<br />

Mas nem todos os rotarianos são apáticos com relação ao assunto. Felizmente alguns são bastante ativos,<br />

como por exemplo David Smith.<br />

David Smith se associou ao <strong>Rotary</strong> Club de Eastern Hutt, na Nova Zelândia, em 1963-64, que havia passado<br />

de 36 sócios para 21. Dentro de um ano, Dave apresentou seis novos sócios.<br />

Ele presidiu o clube em 1973-74, ajudou a fundar um novo clube e viu 13 dos sócios de Eastern Hutt migrarem<br />

para esse novo clube. Sem pestanejar, substituiu todos. Em 2003-04, Dave viu a 120ª pessoa que<br />

convidou se juntar ao clube de Eastern Hutt. Desses, 18 foram presidentes do clube e 2 governadores de<br />

distrito. A contribuição de Dave Smith não dá para ser medida.<br />

Todos podemos aprender com esses dois rotarianos brilhantes. Primeiro devemos admitir que nos falta<br />

entusiasmo e coragem para promover um crescimento considerável. Depois de identificar o problema,<br />

devemos fazer algo a respeito. <strong>Rotary</strong> estará fadado à extinção se não escalarmos novos ocupantes para as<br />

nossas fileiras, isso é fundamental para o crescimento!<br />

14


As atividades de recrutamento ficam mais fáceis quando nos perguntarmos o que nos trouxe ao <strong>Rotary</strong>.<br />

Para muitos de nós, a pessoa que nos trouxe também mudou nossa vida.<br />

Toda comunidade tem homens e mulheres com as qualidades e talentos para se associar a um <strong>Rotary</strong><br />

Club. Eles são rotarianos no sentido da palavra só que nunca se associaram a um clube por não terem<br />

recebido o convite. Talvez nunca sejam convidados para se associar a menos que um rotariano decida<br />

apadrinhá-los.<br />

Uma maneira de demonstrar que temos necessidade de novos sócios é especificando os números mínimos<br />

necessários para que um clube funcione a contento, ou seja, um clube em que cada rotariano tenha<br />

uma função ou integre uma das comissões. Se for para operar de acordo com esse padrão, o clube teria<br />

que ter pelo menos 22 sócios, o que, interpretando em termos gerais, é o número de sócios necessário<br />

para executar um programa dos mais básicos.<br />

Ouso dizer que somente os egoístas e cegos da razão ficariam contentes vendo o quadro social de seu<br />

clube permanecer estático ou minguar. Seria preciso que os outros rotarianos, alertas e conscientes, se<br />

perguntassem se o clube está desempenhando seu papel na comunidade e para com a organização. Se a<br />

resposta for negativa, o clube precisa urgentemente desenvolver seu quadro social.<br />

Para onde olharmos nesse vasto mundo, as comunidades estão carentes da liderança e dos serviços rotários.<br />

Falharemos em nossa missão se dermos as costas a esse problema. A única maneira de saná-lo é<br />

desenvolvendo o quadro social com pessoas valorosas. Com líderes competentes em suas fileiras, o<br />

<strong>Rotary</strong> fará aflorar o que há de melhor no ser humano. E o mundo precisa de rotarianos capazes de<br />

liderar e influenciar positivamente a comunidade em que vivem.<br />

<strong>Rotary</strong>, agora com 100 anos, fornece as ferramentas necessárias para que executemos o serviço com maestria,<br />

basta saber utilizá-las. Todo <strong>Rotary</strong> Club tem que ter uma comissão do quadro social, que conduza<br />

levantamentos que promovam a admissão de novos sócios. Convém que os clubes contatem o escritório<br />

internacional ou a sede mundial para obter informações a respeito.<br />

Nenhuma comissão de clube ou distrito deveria funcionar sem ter um claro entendimento do Artigo 5<br />

dos estatutos do RI, que deve ser obedecido por todos os <strong>Rotary</strong> Clubs.<br />

Infelizmente, alguns clubes descartam a utilidade desses recursos e negligenciam questões de quadro<br />

social. Muitos permanecem sem conhecer os sócios potenciais da área. Um clube nessas condições decidiu<br />

seguir as diretrizes básicas do <strong>Rotary</strong> para crescimento. Seus sócios ficaram aturdidos quando um<br />

levantamento das classificações existentes dos membros da comunidade revelou que esta tinha 779 sócios<br />

potenciais que se encaixavam em 261 classificações separadas e distintas. Este clube tem agora 70 sócios.<br />

A porcentagem de rotarianos por país varia enormemente. Dos países mais populosos a Suécia, pátria do<br />

presidente eleito, apresenta a maior taxa de rotarianos, com um percentual de 0,339. Contudo, em outros<br />

países, esse percentual é tão baixo que chega a 0,001. O presidente ressalta que o aumento dessa taxa em<br />

todas as nações é essencial e deve ser alcançado.<br />

Mas existe espaço para crescimento? Existe espaço para compartilharmos <strong>Rotary</strong>? Isso se aplica aos<br />

clubes de seus distritos?<br />

Governadores de 2005-06, saibam que entre as coisas mais importantes que farão durante seu mandato<br />

nenhuma será mais significativa para o futuro do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> do que os esforços em recrutar<br />

novos sócios.<br />

Vocês terão três oportunidades únicas. Aproveitem para divulgar suas idéias no seminário de treinamento<br />

de presidentes eleitos de clube, na assembléia distrital e nas visitas oficiais aos clubes, durante as quais<br />

15


poderão preparar o terreno para garantir que o distrito ultrapasse as metas fixadas pelo Presidente<br />

Carl-Wilhelm para os clubes em 2005-06.<br />

Convenhamos, conseguir atingir um ganho real de um sócio por clube não é uma meta difícil. Se atingida<br />

por todos os clubes, isso representará mais de 31.600 novos rotarianos, e a turma de governadores de<br />

2005-06 ficará orgulhosa por ter alcançado 100% da meta imposta pelo Presidente Eleito Carl-Wilhelm.<br />

Caros rotarianos, a prestação de serviços é a nossa missão.<br />

A população mundial precisa do <strong>Rotary</strong> mais do que nunca. Os dois bilhões de pessoas que passam fome<br />

diariamente, o um bilhão que não sabe ler nem fazer contas, pessoas sem-teto que ganham a vida com<br />

dificuldade nas ruas, pessoas sem assistência médica ou dentária, pessoas sem chances de arranjar um<br />

emprego. Todas elas precisam do <strong>Rotary</strong>. Organizações como a nossa dão a elas a esperança e a ajuda que<br />

precisam. <strong>Rotary</strong> não deve jamais se esquivar da tarefa de fazer o que precisa ser feito. Cada novo sócio<br />

nos capacita a fazer muito mais.<br />

Quando trazemos um novo sócio para a organização estamos prestando um serviço e adicionando uma<br />

nova página ao potencial do <strong>Rotary</strong>. As conquistas registradas nessa página dependerão em muito do interesse<br />

e entusiasmo do novo sócio e das oportunidades de prestar serviços que terá. Não sabemos quem<br />

será o novo sócio, que tipo de serviço será capaz de desempenhar, aonde irá chegar em sua trajetória rotária.<br />

Podemos dizer o mesmo sobre cada um dos presidentes do RI, cada um dos governadores de distrito<br />

e cada um dos presidentes de clube.<br />

Ao incentivarem todos com os quais travarem contato a trazer novos sócios para seus clubes, vocês estarão<br />

prestando o melhor dos serviços para o <strong>Rotary</strong>.<br />

Estarão mantendo a chama acesa. Daqui a muitos anos haverá outros juntando suas vozes às nossas, determinados<br />

a lutar pela paz mundial. Por muitos anos, no século XXI e além, existirão voluntários dispostos<br />

a executar o nobre trabalho rotário de construir um mundo melhor, mas temos que recrutá-los agora.<br />

Caros rotarianos, o <strong>Rotary</strong> é um milagre — milagre possível graças a vocês.<br />

Boa sorte ao servirem com o Presidente Carl-Wilhelm em 2005-06.<br />

16


Intercâmbio de Jovens<br />

Sérgio Levy<br />

Ex-Governador de Distrito<br />

Estimado Presidente Glenn, estimado Presidente eleito Carl, meus amigos todos:<br />

Ah! Pena eu não ter tido o privilégio de participar do programa de Intercâmbio de Jovens!<br />

Mas meus filhos tiveram e valeu a pena!<br />

Nestes 30 anos de vida rotária, hospedamos 40 intercambistas que legaram mais luzes em nossas vidas.<br />

Isso explica nossa paixão pelo programa.<br />

Uma legião de 8.000 jovens de 16 a 18 anos, de 72 países, de todos os credos, raças, idiomas, cruzam continentes,<br />

intercambiando culturas e costumes. Estabelecem pontes de amizade e compreensão, convalidando<br />

que “nenhum país é melhor que outro, são apenas diferentes”.<br />

Leirisson, brasileiro, 17 anos, escreveu-me após chegar aos USA: “ninguém entende o que eu falo; eu não<br />

entendo nada do que me falam; mas o pior é que minha nova mãe parece não ter gostado de mim; mas<br />

isso não me preocupa porque eu farei com que ela me ame”.<br />

E ele conseguiu.<br />

Qual programa de <strong>Rotary</strong> apresenta um custo/benefício e resultados tão positivos ?<br />

Qual alcança, toca e interage com tantas pessoas?<br />

Markay Cowdell, americana, uma de nossas “filhas”, reuniu na sua festa de despedida mais de 600 convidados<br />

por adesão. Não é fantástico, 600 amigos apenas num ano?<br />

É invejável a coragem desses jovens! Já imaginaram? Cumprir uma longa viagem a um país estranho,<br />

adaptando-se a diferentes famílias, costumes, comida, idioma... ?<br />

Convenhamos, é programa para um grupo especial, exclusivo! É para os resolutos e obstinados!<br />

O objetivo é cultural, nunca uma escola de idiomas e muito menos um programa de férias.<br />

Daí porque é tão cobiçado e de benefícios tão significativos:<br />

• proporcionam excelentes programas para os clubes; nas conferências promovem um verdadeiro<br />

show,<br />

• empolgam colegas e professores, realizam palestras nos colégios, promovendo e divulgando o<br />

<strong>Rotary</strong>,<br />

• reforçam os Interact Clubs e dão mais vida aos RYLA´s,<br />

• tornam-se agentes do desenvolvimento do quadro social (muitos pais tornam-se rotarianos),<br />

• participam de projetos sociais dos clubes e estimulam parcerias através dos Serviços à Comunidade<br />

Mundial e da Fundação Rotária,<br />

• dão surgimento ao ROTEX — associação dos “rebounds”, excelente ferramenta do programa,<br />

• promovem a fundação de Rotaract Clubs.<br />

17


É claro que dificuldades e riscos fazem parte desse programa e de qualquer outro. Aliás, como seria a vida<br />

sem desafios? Por outro lado, ensejam novas oportunidades e idéias para novas conquistas.<br />

Afinal, não é superando problemas que alcançamos uma dimensão maior?<br />

Treinar jovens para lidar com situações de conflito, solucionar problemas e capacitá-los a tomar decisões<br />

é sumamente gratificante, sobretudo valendo-nos da Prova Quádrupla e dos ideais rotários.<br />

É assim que surgem os bem formados de caráter, os verdadeiros líderes, os vencedores.<br />

Trabalhar com jovens implica usar bom senso, paciência, tolerância, diálogo franco e amistoso. Não é<br />

assim que lidamos com nossos filhos?<br />

Recordemo-nos que já tivemos 17 anos e que “os jovens são um ímpeto sem direção, enquanto que os<br />

mais vividos uma direção sem ímpeto”.<br />

Conjugar direção com ímpeto e ímpeto com direção, é a fórmula para o equilíbrio perfeito, transformando-nos<br />

todos naquela “alavanca” do sábio grego Arquimedes para “mover o mundo”.<br />

Creiam, o contato com os jovens nos proporciona alegria, descontração, desprendimento e, o melhor de<br />

tudo: esse estado de espírito é verdadeiramente contagiante. E “que poder mágico tem o gesto de falarlhes<br />

e de ouvi-los com amor...”<br />

Como tive o privilégio de vivenciar o Programa de Intercâmbio de Jovens, afirmo-lhes: considero-me o<br />

“Mais Antigo Jovem Aqui Presente”. Melhor mesmo seria voltar aos meus 17 anos com a experiência<br />

acumulada até aqui, não é verdade? Minha mulher adoraria.<br />

Garanto-lhes, trabalhar com e para a juventude é um milagroso remédio: destrói o colesterol ruim,<br />

regulariza a pressão, reduz o stress, confere felicidade e — o que é sempre bem vindo — dispensamos<br />

medicamentos.<br />

Os intercâmbios mais praticados são os de “longa duração”. Existem também os de “curta duração”,<br />

“handcamps” e o “novas gerações”.<br />

Alguns distritos têm colocado em prática o de longa duração para estudantes com limitações físicas.<br />

Kevin Jones, cego e exímio pianista, é um caso típico de sucesso e gratificação para todos os envolvidos.<br />

Sem família, sem recursos para custear sua participação, um clube dos USA decidiu apoiá-lo por seus<br />

méritos.<br />

O <strong>Rotary</strong> Club de Luz serviu como anfitrião. Uma pequena cidade do Brasil, teve a ventura de recebê-lo<br />

e com ele encantou-se. Na cidade não havia piano. Seus pais brasileiros compraram um para que ele<br />

praticasse.<br />

Um jovem cego iluminando uma cidade chamada Luz!<br />

Ao regressar, uma família adotou-o. Hoje é um bem-sucedido analista de sistemas.<br />

Quando o jovem retorna, muitos julgam concluído o programa, mas isso não é verdadeiro.<br />

18


Uma nova fase tem início. Positivas impressões fixam-se em suas mentes, em suas atitudes, em suas<br />

vidas. Portanto, o Programa é para toda a eternidade.<br />

Uma jovem Canadense na sua despedida afirmou: “Podem me tirar do Brasil, mas o Brasil, de dentro de<br />

mim, ninguém tira!”.<br />

Por isso é que o Presidente Eleito Carl-Wilhelm afirma: “Se todos os jovens de 17 anos pudessem ter o<br />

privilégio de participar do programa de Intercâmbio não existiriam guerras”.<br />

Muitos ex-intercambistas tornam-se rotarianos, trabalham no programa, têm servido como governadores<br />

e diretores. Será que algum tornou-se Presidente?<br />

Preciso passar-lhes algumas recomendações importantes:<br />

• participem dos trabalhos das suas comissões distritais e com elas estabeleçam francas e estreitas<br />

relações;<br />

• jamais promovam mudanças abruptas na administração do programa;<br />

• apliquem-se no desenvolvimento do programa; pena que apenas 72 países nele estejam envolvidos;<br />

muito pouco em relação aos 166 onde o <strong>Rotary</strong> se faz presente;<br />

e<br />

• saibam onde e como estão os “nossos filhos do intercâmbio”. Uma multidão já transitou pelos<br />

caminhos do <strong>Rotary</strong>. Cruzaram nossas vidas. Precisamos encontrá-los.<br />

Em Natal, no nordeste do Brasil, existe uma árvore singular, talvez única no mundo, com mais de 100<br />

anos de existência.<br />

Ocupa uma área de 8400m². É um cajueiro: o “Cajueiro de Pirangi”. Seus galhos penetram no solo, tornam<br />

a brotar e seguem expandindo-se, gerando toneladas de frutos de um paradisíaco sabor.<br />

Estou convencido que o internacional programa de Intercâmbio de Jovens pode ser comparado a esse<br />

cajueiro... gera “pessoas muito especiais”, bem formadas, e imbuídas dos ideais rotários aplicadas na<br />

construção de um mundo melhor.<br />

Governadores 2005-06, meus votos são para que plantem muito amor e serviço em favor da juventude.<br />

Tenho absoluta certeza que a colheita será farta e generosa. Será a Paz que tanto ansiamos.<br />

Vamos assim Dar de Si Antes de Pensar em Si.<br />

Boa Sorte ! Felicidades ! Deus os Abençoe!<br />

19


Serviços à Comunidade Mundial<br />

Elizabeth Demaray<br />

Ex-Governadora de Distrito<br />

Good morning, buenos días, bonjour, buon giorno, günaydin, bom dia, ohayo gozaimasu, guten morgen,<br />

ni hao, päivää, god morgen, annyeonghaseyo, namaste:<br />

Não, eu não falo todas essas línguas, mas o programa de Serviços à Comunidade Mundial fala — essas e<br />

muitas mais.<br />

Sinto-me imensamente lisonjeada por ter sido convidada para falar um pouco do que sei sobre os<br />

Serviços à Comunidade Mundial, que a meu ver é a parte mais gostosa do <strong>Rotary</strong>. Esse programa, por ser<br />

mundial, espelha a razão de ser do <strong>Rotary</strong>. Sem o nosso nome e atuação internacional, seríamos somente<br />

uma agremiação social limitada. Talvez seríamos apenas um grupo de homens e mulheres cheios de boas<br />

intenções e até atuantes, mas somente nos limites da área em que vivêssemos.<br />

Quem me conhece sabe que eu me animo quando converso sobre o que o <strong>Rotary</strong> está fazendo de bom.<br />

Fico emocionada quando vejo uma jovem mãe solteira de Gana aprender o ofício de corte e costura, tornando-se<br />

capacitada a apoiar sua família graças à diligência de clubes canadenses e ganenses que lhe<br />

compraram uma máquina de costura e lhe deram treinamento. Fico mais emocionada ainda quando ouço<br />

falar que um avô peruano vê seus netos pela primeira vez após ter se submetido a uma cirurgia para remoção<br />

de catarata, graças ao esforço conjunto de um <strong>Rotary</strong> Club alemão e um peruano. Sinto que estou<br />

para explodir de alegria quando fico sabendo que um filtro d’água doado por um <strong>Rotary</strong> Club em<br />

Michigan, EUA, permite que uma família da zona rural de Honduras tenha acesso à água potável pela<br />

primeira vez em suas vidas. Acho que meu estado de euforia ao tomar conhecimento dessas maravilhas,<br />

às vezes, envergonha aqueles ao meu redor.<br />

Mas perguntem se fico envergonhada por me emocionar com o estupendo trabalho do <strong>Rotary</strong> e pelos<br />

milagres operados por projetos de Serviços à Comunidade Mundial? Claro que não!<br />

O que me deixa envergonhada é saber que 12.000 crianças vivem em uma favela de São Paulo, no Brasil,<br />

em condições deploráveis, sem comida nutritiva, sem água potável, sem encanamento, sem assistência<br />

médica.<br />

O que me deixa envergonhada é saber que famílias de um vilarejo da Nicarágua não conseguem se lembrar<br />

de um dia em que seus filhos não estiveram doentes, pois só ingeriam água contaminada.<br />

O que me deixa envergonhada é saber que anualmente 40.000 crianças são abandonadas na Romênia.<br />

O que me deixa envergonhada é saber que 842 milhões de pessoas estão passando fome no mundo.<br />

Martin Luther King disse: “Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos quanto o estarrecedor<br />

silêncio dos bondosos”.<br />

É através dos Serviços à Comunidade Mundial que as pessoas boas não mais se calam em estarrecedor<br />

silêncio. Cada vez que <strong>Rotary</strong> Clubs de diferentes partes do mundo se juntam para cavar um poço, alimentar<br />

uma criança ou ensinar um homem a cultivar a terra, esses rotarianos estão gritando aos quatro<br />

ventos: “Sim! Nós nos interessamos pelo bem-estar dessas pessoas!”.<br />

20


Esse interesse não tem tamanho. Pode ser tão grande quanto a construção de um banco de sangue em<br />

Bali, que salvou muitas vidas após o atentado terrorista de 2002, ou tão pequeno quanto à coleta de lençóis<br />

e fronhas para um asilo na zona rural da Jamaica.<br />

Projetos de Serviços à Comunidade Mundial podem ser simples como uma campanha de arrecadação de<br />

fundos feita por um clube e a posterior entrega da verba a outro clube para sanar uma necessidade. Mas<br />

em muitos casos, os projetos são mais abrangentes.<br />

Gostaria de lhes contar a história de Mercedes. Ela mora em um dos locais mais pobres de Honduras,<br />

uma região montanhosa chamada Valle de los Venados, que fica a cerca de seis horas de carro da cidade<br />

grande mais próxima em estrada sinuosa. A maioria das casas dessa área consiste de dois cômodos com<br />

paredes de barro e chão de terra batida. Um cômodo é a cozinha com fogão de barro. O outro é um quarto<br />

com uma cama para a família inteira dormir. Nem preciso mencionar que água potável ali não existe.<br />

Mercedes costumava ir à cidade mendigar por comida para si e sua família. Seu desespero levou as pessoas<br />

a achar que era louca. Seu marido tinha sido ferido e não conseguia andar. Por conta disso, a responsabilidade<br />

pelo sustento da família caiu nos ombros de Mercedes, que vivia desesperançada e faminta.<br />

Um dia Mercedes foi a um posto de saúde. Seus olhos tristes chamaram a atenção de uma rotariana, que<br />

ficou tocada com a pobre mulher. Essa rotariana conseguiu com que outras pessoas ajudassem. Graças à<br />

generosidade deles, Mercedes recebeu sementes para começar uma horta, uma antiga máquina de costura<br />

e alguns cortes de tecido. Ela agradeceu as dádivas e prometeu que tiraria bom proveito.<br />

Muitos meses depois, em visita à casa de Mercedes, rotarianos viram que ela não apenas tinha feito roupas<br />

para a família como também tinha feito roupas para vender. Não apenas ela tinha plantado as sementes<br />

para ter comida como tinha cultivado uma horta grande o suficiente para alimentar todos de sua<br />

casa e também para vender o excedente. A família, trabalhando junta, economizou dinheiro para comprar<br />

um lote de terra com uns pés de café, e lá também plantou milho e feijão.<br />

Ao verem a força e o potencial de Mercedes, os rotarianos lhe perguntaram como poderiam ajudar mais<br />

ainda. Ela disse que sua comunidade necessitava urgentemente de uma fonte constante de água, já que<br />

na época de seca a população passava fome. Nada crescia e quando as chuvas retornavam, vinham com<br />

tamanha força que arrancavam as sementes ou destruíam os brotos dos legumes e verduras. Um poço<br />

artesiano forneceria água o tempo inteiro, possibilitando a irrigação da lavoura e garantindo a colheita.<br />

Esses rotarianos — das Honduras e de Michigan — levantaram dinheiro e construíram o poço. Além disso,<br />

forneceram empréstimos rotativos para a compra de sementes, equipamentos e máquinas de costura.<br />

O que descrevi para vocês foi um projeto de Serviços à Comunidade Mundial em ação. Primeiro existe<br />

uma necessidade que é identificada pelos próprios necessitados, não por pessoas a quilômetros de distância<br />

que acham que sabem o que essa comunidade precisa. Daí então dois clubes trabalham juntos,<br />

rotariano ao lado de rotariano, com o objetivo genuíno de ajudar os carentes.<br />

No ano passado, os mesmos rotarianos retornaram ao Valle de los Venados e viram que Mercedes e muitos<br />

de seus vizinhos haviam erguido suas casas. Ela levou os rotarianos aos campos, antes secos e sem<br />

vida, para mostrar-lhes as diversas fileiras de brotos de feijão. Muitos dos residentes sorriam ao mostrar<br />

suas fileiras de legumes e verduras. Esse projeto mudou a vida de uma comunidade inteira. A alegria e<br />

orgulho dessas pessoas transpareciam em seus rostos, especialmente no de Mercedes.<br />

Este é apenas um das centenas de sucessos que acontecem ao redor do mundo anualmente. Histórias de<br />

sucesso e esperança como esta são comuns quando se trata de Serviços à Comunidade Mundial.<br />

21


Nós, rotarianos, viemos de todos os cantos do mundo, de mais de 160 países. Falamos idiomas diferentes.<br />

Vestimos roupas diferentes. Temos cor de pele diferente. Temos costumes diferentes e praticamos religiões<br />

diferentes. Mas, através dos Serviços à Comunidade Mundial, não há diferenças entre nós.<br />

Apesar de diferentes, todos os países nos quais o <strong>Rotary</strong> está presente são muito parecidos entre si. Com<br />

o passar dos anos, muitos deles enviaram jovens para a guerra. As Américas enviaram seus filhos ao campo<br />

de batalha. O mesmo se passou com a Ásia e a Europa, com a África e a Austrália. Esses moços deixaram<br />

o conforto e segurança de seus lares para pôr suas vidas em risco por causa de terras, possessões e<br />

religiões.<br />

Através dos Serviços à Comunidade Mundial, também fazemos como esses países, mas de uma outra<br />

forma. Enviamos pessoas de todas as idades para o exterior. Possibilitamos que elas sejam enviadas das<br />

Américas, da Ásia, da Europa, da Austrália e da África. Nós as tiramos de suas zonas de conforto para<br />

pô-las em locais estranhos, longe de tudo que lhes é familiar. Contudo, a grande diferença é que em vez<br />

de equipá-las com armas e mísseis, as armamos com paz e boa vontade, as armamos com Subsídios<br />

Equivalentes e mudamos vidas.<br />

As pessoas em nossas comunidades, ao nos ver em ação, podem se perguntar como podemos investir<br />

tanto de nosso tempo, energia e dinheiro trabalhando nesses projetos de Serviços à Comunidade Mundial.<br />

Assim como soldados que vão ao campo de batalha por um ideal, acreditamos numa causa meritória<br />

que nos dá força para ir às trincheiras e lutar pelo bem-estar humano.<br />

Juntos, combatemos cegueira e pobreza. Juntos combatemos analfabetismo, doenças e discriminação. Revestimos<br />

nosso corpo e espírito para suportar as devastações causadas pelas catástrofes naturais e fome.<br />

Lutamos pelo bem de crianças em situação de risco e pelo meio ambiente. Todo projeto que acontece em<br />

algum lugar do globo faz uma diferença na vida de alguém hoje, amanhã e por todo o sempre.<br />

Vocês terão a força, no ano em que forem governadores, de fazer grande diferença promovendo e ajudando<br />

todo clube a participar de algum tipo de projeto de Serviços à Comunidade Mundial. Seja enviando<br />

dinheiro para ajudar alguém em necessidade ou remetendo equipamentos ou livros. Isso pode significar<br />

viajar para uma área necessitada e pôr a mão na massa. Seja identificando uma necessidade na própria<br />

comunidade e formando parceria com um clube que pode sanar o problema, seja ajudando alguém a<br />

quilômetros de distância ou alguém da própria vizinhança. Seja como for, vocês saberão, ao fim de seus<br />

mandatos, que fizeram uma grande diferença no mundo.<br />

Esta semana vocês estão tendo a oportunidade especial de conhecer seus colegas. Alguns provenientes de<br />

distritos em posição de ajudar. Outros de distritos com sérias necessidades. Cabe a vocês estabelecer aqui<br />

os contatos para poder colaborar durante seus mandatos e alcançar o ápice com a execução de bons projetos<br />

de Serviços à Comunidade Mundial.<br />

Quando estiverem em seus grupos de discussão, na hora das refeições ou nos corredores conversem uns<br />

com os outros. Escutem com cuidado o que seus companheiros têm a dizer. Talvez encontrem alguém que<br />

necessite de sua ajuda. Ouçam com cuidado para não perderem a chance de oferecer ajuda. Ouçam com<br />

cuidado para não perderem a chance de fazer um novo amigo. Colecionem cartões de visita, guardandoos<br />

consigo por toda a vida.<br />

Esta semana vocês dão início à incrível jornada como a turma de governadores de 2005-06, à qual pertencerão<br />

pelo resto da vida. Trabalhando em equipe, vocês podem fazer os Serviços à Comunidade Mundial<br />

florescer e vicejar no mundo todo. Já estou feliz por antecipação, pois tenho certeza de que conseguirão<br />

fazer com maestria tudo a que se propuserem. Foi um prazer estar aqui com vocês hoje.<br />

Gracias, merci, aabhar, grazie, obrigada, danke, tesekkür ederim, arigato, tack, thank you.<br />

22


Fundação Rotária:<br />

Nossos Ideais em Ação<br />

Carlo Ravizza<br />

Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária<br />

Prezados Governadores Eleitos,<br />

Nesta semana do centenário, comemoramos nosso primeiro século de prestação de serviços e as muitas<br />

contribuições feitas por rotarianos em todo o mundo nos últimos 100 anos. Enquanto honramos nosso<br />

glorioso passado também vislumbramos o futuro — futuro no qual vocês, governadores de distritos que<br />

exercerão seus cargos no primeiro ano do segundo século da organização, desempenharão papel de extrema<br />

importância.<br />

No primeiro dia de julho vocês começarão a preparar o curso dos próximos cem anos de prestação de<br />

serviços à humanidade. Esta é uma responsabilidade especial que assumirão — uma oportunidade única<br />

acompanhada do privilégio de lançar idéias inovadoras, instilar entusiasmo, estabelecer novas metas e<br />

inspirar os rotarianos a realizar mudanças.<br />

Mas antes de sonharmos novos sonhos, façamos uma pausa para apreciar as realizações do passado, em<br />

especial o sonho do Ex-Presidente do RI, Arch Klumph, o primeiro rotariano a antever a necessidade da<br />

existência de uma entidade como a Fundação Rotária.<br />

Arch Klumph era um homem de visão. Ele percebeu que a habilidade de um único clube de servir a comunidade<br />

era limitada por questões financeiras e, ainda mais, por falta de programas eficazes. Sendo um<br />

visionário, mas também pragmático, ele entendeu que seu sonho de fomentar o bem em todo o mundo e<br />

colocar os altos ideais do <strong>Rotary</strong> em ação não poderia ser realizado sem uma sólida base financeira. Hoje,<br />

ao contemplarmos nossa gloriosa história, diria que o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> não teria se tornado a mais<br />

respeitável organização de voluntários sem o apoio dos programas vitais da Fundação Rotária do <strong>Rotary</strong><br />

<strong>International</strong>.<br />

Assim como a maioria das visões inovadoras, o sonho de Arch Klumph não foi imediatamente aceito por<br />

seus contemporâneos. A contribuição inicial de US$26,50 em 1917, ao que foi os primórdios da Fundação<br />

como a conhecemos, só cresceu substancialmente após a morte de Paul Harris, em 1947. Naquela época,<br />

mais rotarianos começaram a perceber que uma fundação lhes ofereceria possibilidades quase infinitas de<br />

melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas carentes e sofridas, bastando para tanto colocar em<br />

prática os nobres ideais de prestação de serviços, banhados pela honestidade, integridade, altos valores<br />

éticos, solidariedade, tolerância e compreensão mundial.<br />

Analisemos brevemente como aquelas possibilidades tornaram-se reais graças aos programas e ao apoio<br />

da Fundação Rotária:<br />

• Quase 37.000 bolsistas viajaram ao exterior para estudar e desempenhar o papel de embaixadores<br />

da boa vontade em 110 países.<br />

• Os sete Centros <strong>Rotary</strong> de Estudos Internacionais na área de paz e resolução de conflitos têm<br />

educado inúmeros estudantes anualmente sobre como promover a paz.<br />

• Quase 20.000 Subsídios Equivalentes, totalizando pouco menos de US$200 milhões, foram outorgados<br />

para a realização de empreendimentos humanitários em locais de extrema necessidade.<br />

23


• Mais de 11.000 equipes de Intercâmbio de Grupos de Estudos compostas de cerca de 48.000 jovens<br />

profissionais viajaram ao exterior para aprender a respeito de outras culturas, principalmente seus<br />

aspectos profissionais.<br />

• Duzentos e setenta e seis Subsídios “Saúde, Fome e Humanidade”, totalizando mais de US$71<br />

milhões, tornaram possível a implementação de projetos humanitários de grande porte em<br />

74 países.<br />

• E, naturalmente, o Programa Pólio Plus, que já encaminhou US$537 milhões para que mais de<br />

dois bilhões de crianças pudessem ser imunizadas.<br />

Tais realizações só foram possíveis pelas generosas contribuições de rotarianos de todo o mundo. Para<br />

promover esse apoio e maximizar seus efeitos, nossa Fundação criou diversos programas inovadores,<br />

como por exemplo:<br />

• O Sistema SHARE, através do qual os distritos ajudam a determinar como suas contribuições<br />

devem ser alocadas.<br />

• Subsídios Distritais Simplificados, os quais permitem aos distritos usar verbas do FDUC em benefício<br />

de suas próprias comunidades.<br />

• O Fundo Permanente, que possibilita à Fundação Rotária continuar seu trabalho e atender a prementes<br />

necessidades no futuro.<br />

• E, finalmente, nosso mais recente esforço, a campanha Todos os Rotarianos, Todos os Anos, iniciativa<br />

lançada para captar doações anuais à Fundação Rotária e, acima de tudo, fazer com que os<br />

rotarianos se sintam responsáveis pela entidade.<br />

Podemos nos orgulhar das realizações da Fundação — e do generoso apoio dos rotarianos, incansáveis<br />

quando se trata de colocar em prática os ideais de prestação de serviços do <strong>Rotary</strong>. Podemos, ainda, nos<br />

orgulhar daqueles que ajudaram a transformar em realidade o sonho de Arch Klumph de propagar o bem<br />

no mundo em benefício de centenas de milhares de pessoas.<br />

***<br />

A nossa Fundação é única entre as organizações filantrópicas por duas razões: primeiramente, devido<br />

às incontáveis oportunidades de oferecer assistência aos necessitados e, em segundo lugar, por causa do<br />

ciclo de investimento das doações por três anos, cujos rendimentos cobrem as despesas administrativas.<br />

Comparada com outras fundações, a nossa ostenta o maior número de programas com o menor custo<br />

administrativo.<br />

Este sistema é perfeito? De jeito nenhum, mas, graças à criatividade dos rotarianos, a Fundação tornou-se<br />

uma instituição evolucionária e interativa em resposta às urgentes necessidades mundiais.<br />

***<br />

Os 15 curadores da Fundação Rotária são provenientes de 12 países, compondo um grupo internacional.<br />

Eles exercem cargo de confiança e por essa razão não são eleitos por rotarianos e, sim, nomeados pelo<br />

presidente do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> em função de suas habilidades administrativas e financeiras.<br />

O principal objetivo dos curadores é assegurar o uso correto dos fundos recebidos pela entidade, investilos<br />

com sabedoria e alocá-los prudentemente em apoio a projetos significativos propostos por rotarianos.<br />

Infelizmente, temos testemunhado um número crescente de casos de uso inescrupuloso de fundos por<br />

parte de clubes e distritos. Essa situação deplorável torna a liderança dos curadores ainda mais crucial e<br />

necessária.<br />

24


Além disso, a Fundação enfrentou as conseqüências do marasmo econômico mundial, o que reduziu<br />

de forma significativa os rendimentos provenientes de investimentos que antes serviam como recurso<br />

adicional usado no financiamento de projetos. Ao mesmo tempo, o conselho diretor do RI foi forçado a<br />

implementar cortes drásticos no orçamento, congelando os salários dos funcionários e a contratação de<br />

pessoal, e adiando a implementação de sistemas essenciais de tecnologia.<br />

Como resultado desses problemas econômicos, a Fundação teve que operar com um número reduzido de<br />

funcionários por mais de um ano, os quais se viram em situação complicada ao ter que continuar oferecendo<br />

os bons serviços de sempre mesmo em situação adversa. Mas caros rotarianos, tenho a satisfação<br />

de lhes informar que estamos nos recuperando, e que o ano em que estiverem no comando de seus distritos<br />

será mais risonho em termos financeiros.<br />

Dada a melhoria da situação financeira, os curadores suspenderam o cancelamento do Programa 3-H e<br />

restabeleceram a ocorrência anual do Intercâmbio de Grupos de Estudos a partir de 2005-06. Aumentamos<br />

o orçamento para os Subsídios Equivalentes, possibilitando aos clubes e distritos a condução de<br />

projetos humanitários emergenciais.<br />

***<br />

Antes de assumir o cargo de presidente do conselho de curadores, solicitei a contratação de uma empresa<br />

de consultoria para analisar os processos operacionais da Fundação, visando identificar maneiras de reduzir<br />

suas atividades administrativas e continuar provendo bons serviços. O trabalho de análise da KPMG<br />

resultou em várias recomendações de alteração nas operações da entidade. Em breve, os curadores explorarão<br />

maneiras de implementar com sucesso as recomendações feitas pela KPMG, de sorte a criar uma<br />

nova Fundação para um novo século, uma Fundação aperfeiçoada em termos de custo-benefício que<br />

estará em melhores condições de apoiá-los conforme colocam em prática os ideais do <strong>Rotary</strong>.<br />

***<br />

Nos primeiros 100 anos do <strong>Rotary</strong> houve mudanças em normas e papéis, inclusive no de governador de<br />

distrito. Como dirigentes da organização, vocês representarão o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> e a Fundação Rotária.<br />

Seu papel foi e é influenciado pela dinâmica interação entre essas duas entidades, as quais, embora trabalhem<br />

em estreita cooperação, funcionam de acordo com diretrizes, estatutos, recursos financeiros e conselhos<br />

executivos próprios.<br />

Mudanças inevitavelmente enfrentam resistência, tanto no <strong>Rotary</strong> quanto na vida de cada um. Os seres<br />

humanos têm dificuldade de adaptar-se a variações em suas rotinas e os rotarianos não são exceção a<br />

essa regra. Considerem a reação dos rotarianos quando solicitou-se a divisão dos distritos, quando o Sistema<br />

SHARE foi lançado, quando a função de governadores assistentes foi criada, quando os Subsídios<br />

Distritais Simplificados foram estabelecidos e, finalmente, quando o cargo de presidente de comissão<br />

distrital da Fundação foi instituído. Todas essas variações abalaram a rotina do <strong>Rotary</strong>.<br />

Durante a última década, as mudanças têm ocorrido em ritmo vertiginoso. A função de governador de<br />

distrito evoluiu se e expandiu. Até recentemente, governadores serviam basicamente como mediadores e<br />

intérpretes das aspirações dos rotarianos e das normas impostas pelos líderes seniores do RI. Os governadores<br />

eram administradores sobrecarregados com excessiva burocracia.<br />

Mas o papel de governador evoluiu gradativamente. Atualmente, ele serve como motivador — aquela<br />

pessoa que inspira os outros a lutar por uma causa justa e por colocar em prática os ideais do <strong>Rotary</strong> no<br />

atendimento de necessidades prementes. Este é um trabalho essencial, que não pode ser delegado como<br />

outras responsabilidades administrativas relacionadas ao gerenciamento do distrito.<br />

25


Para motivar os rotarianos vocês não precisam saber todos os pormenores da Fundação. Essa tarefa cai<br />

nas mãos dos coordenadores regionais da Fundação Rotária, dos presidentes das comissões distritais da<br />

Fundação, bem como dos membros das subcomissões da Fundação Rotária. Esses rotarianos foram treinados<br />

para lidar com a burocracia relacionada às atividades da Fundação, desde a preparação de pedidos<br />

de subsídio e de relatórios à supervisão de projetos humanitários. Eles foram nomeados para mandatos<br />

de três anos para garantir a continuidade dos trabalhos de supervisão dos subsídios. Eles têm todo o<br />

preparo e estão dispostos a prestar a vocês a assistência necessária.<br />

É possível que tenham ouvido boatos de que esses outros cargos diluirão o poder do governador de distrito.<br />

Lembremo-nos de algo básico, no <strong>Rotary</strong> não há posições de poder, nem mesmo entre os mais altos<br />

líderes. Há somente posições com diferentes graus de responsabilidade. Como governadores de distrito,<br />

vocês têm grandes responsabilidades e precisam de liberdade para se dedicar à mais importante de todas<br />

— motivar os rotarianos para que dêem o melhor de si.<br />

Como vocês podem motivar os rotarianos em seus distritos? Antes de tudo liderando pelo exemplo e<br />

sendo um modelo de integridade e honestidade, alguém que ouve as necessidades e aspirações humanas.<br />

Alimentem o entusiasmo daqueles com os quais interagirem compartilhando as muitas histórias de<br />

sucesso da Fundação e explicando porque esta precisa de mais fundos para apoiar um número maior de<br />

projetos.<br />

Lembrem-se de que os fundos que administrarão para os projetos em 2005-06 foram doados há três<br />

anos. Vocês têm este dinheiro agora em virtude dos esforços daqueles que os precederam. Essa conscientização<br />

servirá de inspiração para deixarem um legado ainda mais grandioso aos governadores que assumirão<br />

o cargo em três anos.<br />

Nossa Fundação conta com recursos bastante limitados, especialmente se considerarmos a quantia necessária<br />

para aliviar o sofrimento humano. Este fato torna ainda mais essencial que ajam com entusiasmo<br />

e com convicção na sua capacidade de vencer e fazer diferença.<br />

A Fundação Rotária poderia estar mais bem posicionada em comparação com outras fundações. Essa<br />

diferença não se deve a carência de fundos ou porque a Fundação não seja uma entidade valiosa. Rotarianos<br />

acreditam na Fundação, mas as pessoas de fora do círculo rotário não. Por quê? Acredito que uma<br />

das razões seja a falta de continuidade. A nossa organização é a única que troca de presidente todos os<br />

anos. Sem continuidade na liderança, não erigimos credibilidade para atrair verbas fora do mundo rotário.<br />

Creio que a Fundação necessita de outra estrutura executiva para enfrentar um mercado cada vez mais<br />

competitivo. Portanto, é chegada a hora de termos coragem de mudar.<br />

O levantamento de fundos é importante, mas como dito tantas vezes, isto é apenas um meio de alcançar<br />

um fim maior, que é prestar serviços. Em todo o mundo, rotarianos estão usando os recursos da Fundação<br />

para fazer deste planeta um lugar melhor e para levar esperança àqueles que já não crêem na possibilidade<br />

de um futuro promissor.<br />

Todas essas boas ações se dão por causa dos rotarianos, e a Fundação oferece a cada um de vocês a extraordinária<br />

oportunidade de disseminar esperança e dignidade. Como governadores, ficará a seu critério<br />

ajudar os rotarianos a perceber que a Fundação Rotária lhes petence, mesmo que tenham feito apenas<br />

pequenas contribuições. Através do apoio que oferecem, rotarianos têm todos os motivos para se orgulhar<br />

de fazer parte do sonho de Arch Klumph de difundir o bem no mundo.<br />

Prezados governadores, todos os nossos nobres sonhos de um mundo melhor podem se tornar realidade<br />

por causa de vocês, da sua energia e, também, da maneira como administrarão os distritos. Caberá a vocês<br />

promover a cooperação entre todos e certificar-se de que os subsídios outorgados aos distritos sejam<br />

26


administrados com honestidade, eficácia e transparência. Esses subsídios são fruto das generosas contribuições<br />

de rotarianos de todo o mundo. Como dirigentes do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>, deverão garantir que<br />

cada centavo seja usado criteriosamente.<br />

Precisamos enaltecer a credibilidade nos distritos, pois ela ajudará os clubes a recrutar novos sócios, a<br />

angariar contribuições de não-rotarianos e a implementar bons projetos.<br />

O sucesso da Fundação Rotária depende imensamente do trabalho que realizarem no próximo ano. Contamos<br />

com vocês para motivar todos a apoiar a Fundação. Divulguem a história da entidade, enfatizando<br />

suas meritórias realizações.<br />

Digam que quando educamos crianças, especialmente meninas, apostamos na saúde e diminuímos o<br />

índice de analfabetismo.<br />

Divulguem a história da avó que viu seus netos pela primeira vez após uma cirurgia de catarata patrocinada<br />

com um subsídio da Fundação.<br />

Falem sobre os rotarianos que instalaram poços artesianos, levando água potável para uma comunidade<br />

inteira. Não se esqueçam de mencionar que quando eles retornaram para visitar o projeto, uma mulher<br />

lhes disse: “Agora que temos água de qualidade, as doenças não matam nossas crianças. Muito obrigada,<br />

<strong>Rotary</strong>”.<br />

Instilem nos sócios o sentimento de realização, que é muitas vezes a única recompensa que recebem, já<br />

que Dar de Si Antes de Pensar em Si significa ajudar pessoas que nunca conheceremos, habitantes de lugares<br />

que jamais visitaremos, aos quais, mesmo assim, estendemos uma mão amiga.<br />

Finalmente, peço que inculquem nos rotarianos o desejo de prosseguir com nosso trabalho humanitário e<br />

educacional. E, quando chegarem ao final do mandato, espero que possam dizer: “Tenho orgulho do meu<br />

trabalho”.<br />

Desejo-lhes enorme sucesso nos esforços de transformar em ação seus ideais rotários.<br />

Muito obrigado.<br />

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Todos os Rotarianos, Todos os Anos<br />

Michael W. Abdalla<br />

Curador da Fundação Rotária<br />

Em 2003-04, rotarianos de todo o mundo contribuíram US$70,5 milhões ao Fundo Anual para Programas.<br />

Essa foi a maior soma amealhada em um único ano a esse fundo, que financia a execução dos programas<br />

humanitários, educacionais e culturais da Fundação Rotária. Como sabem, o fundo é sinônimo de FDUC,<br />

que permite aos distritos enviar bolsistas para o exterior, financiar Subsídios Equivalentes, Subsídios Distritais<br />

Simplificados e Subsídios Individuais que ajudam a dar pão a quem tem fome, água a quem tem<br />

sede, teto ao desabrigado e cuidados médicos ao doente. Também fornece o dinheiro para financiar as<br />

viagens das equipes de IGE e dos Bolsistas <strong>Rotary</strong> pela Paz Mundial, que ajudam a Fundação Rotária no<br />

alcance de sua missão de promover a boa vontade, compreensão e paz mundiais.<br />

Graças à sua generosidade, este ano chegaremos ainda mais longe comparado a 2003-04.<br />

Mas nem sempre foi assim. Anos atrás, a Fundação Rotária se viu sem dinheiro suficiente para financiar<br />

os mais de 4.800 pedidos de Subsídios Equivalentes que recebeu. Isso não queria dizer que os recursos<br />

da entidade haviam se esgotado. A impossibilidade da Fundação de atender às solicitações jazia no fato<br />

de que nossos sonhos haviam sobrepujado a realidade. Devido a essa incrível demanda pelos recursos da<br />

Fundação, há três anos os curadores suspenderam o programa de Subsídios 3-H e limitaram os distritos<br />

a participar do IGE somente a cada dois anos. A Fundação Rotária é como uma conta corrente bancária.<br />

Não podemos fazer saques ou investir dinheiro a menos que primeiro façamos os depósitos e tenhamos<br />

saldo em conta.<br />

Com o aporte recorde de doações ao Fundo Anual para Programas no último ano, na reunião de outubro<br />

os curadores decidiram levantar a suspensão imposta ao programa de Subsídios 3-H e voltar a financiar<br />

equipes de IGE anualmente para cada distrito.<br />

Em reconhecimento ao centésimo aniversário da entidade, os curadores estabeleceram a meta de US$100<br />

milhões para o Fundo Anual para Programas, que, embora sendo um grande desafio, é possível de ser<br />

atingida. Para ajudar no alcance da meta, o <strong>Rotary</strong> lançou a campanha Todos os Rotarianos, Todos os<br />

Anos.<br />

Mesmo quando as metas eram ambiciosas e desafiadoras demais, o <strong>Rotary</strong> não esmorecia e acabava<br />

atingindo-as. Em 1988, quando nos propusemos a lutar contra a pólio, nos comprometemos a arrecadar<br />

US$120 milhões, e qual não foi nossa alegria quando soubemos que havíamos levantado o dobro disso:<br />

mais de US$240 milhões! Em 2002-03, quando foram necessárias mais verbas para financiar as atividades<br />

de erradicação da poliomielite, excedemos a meta de US$80 milhões em mais de US$40 milhões.<br />

Com exceção dos dois últimos anos rotários, as contribuições mundiais ao Fundo Anual para Programas<br />

oscilavam na média de pífios US$50 por sócio. Certamente somos capazes de mais, e provaremos isso.<br />

Como parte da campanha Todos os Rotarianos, Todos os Anos, é necessário que todo clube estabeleça sua<br />

própria meta ao Fundo Anual para Programas. E é justamente nesse particular que precisamos de sua<br />

ajuda. Vocês provavelmente já receberam os formulários de estabelecimento de meta do clube de captação<br />

de recursos e o kit sucesso para clube, que serão usados durante o PETS. Não se esqueçam de que os<br />

28


clubes devem lhes entregar os formulários de meta até 8 de maio, para posterior envio à Fundação Rotária,<br />

permitindo que a meta do Fundo Anual para Programas para o ano em que estiverem no comando de<br />

seus distritos seja anunciada na convenção em Chicago.<br />

Além da meta para o Fundo Anual para Programas, os clubes deverão fixar metas para o Fundo Permanente,<br />

inclusive o número de novos Benfeitores e membros da Sociedade de Doadores Testamentários<br />

que desejam alcançar no ano.<br />

Os governadores em 2003-04 foram bem-sucedidos na missão de aumentar o nível de contribuições ao<br />

Fundo Anual para Programas. Vocês devem trilhar o mesmo caminho e dar tudo de si para que alcancemos<br />

a meta de US$100 milhões em doações no ano do centenário. Tudo depende de vocês, turma de<br />

governadores de 2005-06, e dos rotarianos de suas áreas, para garantir que todos os rotarianos, todos os<br />

anos, façam sua parte e capacitem ainda mais a nossa Fundação Rotária para que continue sendo a maior<br />

força do bem dentre as organizações privadas não-governamentais.<br />

Mas o que realmente significa todo rotariano fazer uma doação ao Fundo Anual para Programas todos os<br />

anos?<br />

Significa uma doação de esperança, já que a vida de alguém ou de muitos será mudada para melhor.<br />

São as doações que possibilitam aos rotarianos abrir mais poços para que os moradores das zonas rurais<br />

bebam água potável, dádiva simples à qual não damos o devido valor quando abrimos a torneira em nossas<br />

casas e desperdiçamos o precioso líquido.<br />

São as doações que possibilitam aos rotarianos promover a agricultura de subsistência e a criação de<br />

animais entre pessoas que não dispõem de alimentação nutritiva, privilégio ao qual não damos a devida<br />

importância, pois dispomos de bens em fartura nos supermercados.<br />

São as doações que fornecem os recursos para que oftalmologistas rotarianos viagem para o outro lado<br />

do mundo e façam operações de catarata para que cegos voltem a enxergar.<br />

São as doações que fornecem membros artificiais aos mutilados, para que voltem a se locomover e ajudem<br />

no sustento de seus lares.<br />

São as doações que possibilitam a viagem de uma equipe de rotarianos ortopedistas para corrigir as<br />

deformidades causadas em uma criança pela pólio, para que não passe a vida se rastejando pelo chão.<br />

São as doações que possibilitam aos rotarianos ensinar os analfabetos a ler e enviar bolsistas para o<br />

exterior.<br />

São as doações anuais que operam o milagre rotário para o bem dos menos privilegiados.<br />

A nobre missão da nossa Fundação Rotária é promover a boa vontade, a compreensão mundial e a paz<br />

no mundo. É uma missão à altura da maior organização privada dedicada à prestação de serviços. Mas<br />

amigos, devemos nos lembrar que um mundo onde metade da população passa fome jamais será um<br />

mundo em paz; um mundo com significativa parte de sua população analfabeta e inculta jamais será um<br />

mundo em paz; um mundo onde grassam o preconceito, intolerância, desconfiança e ignorância jamais<br />

será um mundo em paz.<br />

Caros companheiros, cada um de nós deve liderar pelo exemplo. Conforme embarcam nessa grandiosa<br />

jornada do ano em que estarão governando seus distritos, espero que liderem pelo exemplo fazendo uma<br />

contribuição do próprio bolso ao Fundo Anual para Programas. Quando visitarem seus clubes dissemi-<br />

29


nem a mensagem embutida em Todos os Rotarianos, Todos os Anos, incentivando-os a participar da campanha.<br />

Com a sua ajuda e a de todos os rotarianos, daremos mais um passo gigantesco e estaremos mais<br />

próximos de um mundo em paz.<br />

Vamos dar as mãos e depositar aos cuidados de nossa organização as doações que farão a diferença.<br />

Juntem-se a mim no apoio à Fundação neste ano, no seu ano, em nosso ano e em todos os anos que<br />

ainda viveremos e lutaremos pela paz.<br />

30


Pólio Plus: Uma História de Esperança<br />

Carlo Ravizza<br />

Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Rotária<br />

Há quase 20 anos, os rotarianos iniciaram uma audaz aventura que viria a mudar o semblante do <strong>Rotary</strong> e<br />

transformar as vidas de milhões de crianças. Em 1 o de janeiro de 1986, a organização anunciou que planejava<br />

imunizar todas as crianças do mundo contra a poliomielite, doença devastadora que na época vitimava<br />

1.000 menores diariamente — 350.000 por ano — em 125 países.<br />

A imunização contra a pólio não era uma causa nova para o <strong>Rotary</strong>. A luta da Fundação Rotária para combater<br />

a doença teve início em 1979 nas Filipinas, quando o primeiro Subsídio 3-H possibilitou a vacinação<br />

de seis milhões de crianças. Foi o sucesso deste empreendimento que nos fez acreditar que poderíamos<br />

atacar e quiçá vencer a doença.<br />

A novidade para o <strong>Rotary</strong> foi a polêmica em torno do conceito de projeto em parceria, já que muitos rotarianos<br />

acreditavam que os clubes seriam mais eficazes se atuassem localmente apenas. Mas o programa<br />

3-H havia aberto nova gama de possibilidades e mostrou a eles o que poderia ser realizado se trabalhassem<br />

em nível internacional.<br />

Um projeto com a magnitude do Pólio Plus representava esfera inexplorada para o <strong>Rotary</strong>, especialmente<br />

nos primeiros dias de sua execução. Não havia uma estrutura que pudéssemos seguir para imunizar as<br />

crianças mundialmente, nem mesmo os fundos para comprar a vacina. E para agravar ainda mais a situação,<br />

agentes internacionais da área de saúde pública subestimaram o compromisso e entusiasmo do<br />

<strong>Rotary</strong>, alegando que a tarefa estava acima da nossa capacidade.<br />

Dois anos após termos anunciado que pretendíamos angariar US$120 milhões através da campanha<br />

Pólio Plus, divulgamos felizes aos quatro ventos que arrecadamos US$247 milhões. Com o passar dos<br />

anos, aquela quantia continuou a crescer por meio de doações adicionais e rendimentos. Quando o<br />

mundo for certificado livre da pólio, a contribuição do <strong>Rotary</strong> a essa nobre causa terá excedido US$600<br />

milhões.<br />

Mas essa cifra mede apenas nossa contribuição financeira. Oferecemos muito mais que isso. Oferecemos<br />

tempo e talentos. Desde o início, <strong>Rotary</strong> tem mobilizado expressivo contingente de rotarianos, além de<br />

familiares e amigos, para participar das atividades dos Dias Nacionais de Imunização em países onde o<br />

vírus da pólio prevalecia. Na Índia, nos destacamos na área de saúde pública ao imunizar 150 milhões de<br />

crianças em um único dia, o que significa 6.000 crianças por segundo.<br />

À medida em que a batalha contra a pólio progredia, o mundo começava a aprender mais sobre o <strong>Rotary</strong>,<br />

inclusive sua dedicação, força de vontade e disposição de trabalhar com afinco para alcançar uma meta de<br />

altíssima importância. E, nesse processo, o <strong>Rotary</strong> também aprendeu. Aprendemos a estabelecer sistemas<br />

de refrigeração para transportar vacinas a locais remotos e a monitorar as atividades de combate ao mal<br />

de modo a garantir que cada criança recebesse as três doses necessárias da vacina, e criamos uma rede de<br />

laboratórios de vigilância para controlar os surtos da doença. Ao realizar essas tarefas, ganhamos o respeito<br />

de agentes internacionais da saúde e de governos de todo o mundo.<br />

O compromisso do <strong>Rotary</strong> causou tanto impacto que a assembléia da Organização Mundial da Saúde,<br />

que reúne anualmente ministros da saúde dos países membros da OMS, decidiu em 1988 lançar a iniciativa<br />

global de erradicação da poliomielite. Apenas uma outra doença, a varíola, havia sido eliminada até<br />

então. A OMS declarou que a decisão internacional de erradicar a pólio baseou-se na “clara evidência da<br />

31


capacidade técnica de alcançar tal objetivo e do apoio político e social exemplificado pelo compromisso<br />

do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> de angariar recursos financeiros e promover a campanha”.<br />

Assim nasceu a Iniciativa Global de Erradicação da Pólio, a maior iniciativa internacional de saúde pública.<br />

<strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> tornou-se um dos principais parceiros no empreendimento, ao lado da OMS,<br />

Unicef e Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças. Essa coligação tornou-se modelo<br />

exemplar de como o setor público e privado podem somar forças e usar o melhor que cada parceiro<br />

tem a oferecer.<br />

Trabalhando em uníssono e com governos mundiais, os parceiros realizaram grandes feitos na batalha<br />

contra a pólio. Começando em 1994 com as Américas, outras regiões passaram a ser certificadas como<br />

livres da poliomielite, condição que requer o transcurso de três anos sem que nenhum caso de pólio seja<br />

registrado na região em particular. No fim de 2003, a pólio havia sido eliminada de todos os países com<br />

exceção de seis. Passamos de 1.000 novos casos por dia para menos de 1.000 por ano.<br />

Durante a jornada, vencemos muitos desafios. Em inúmeras ocasiões, conflitos civis entre outros reveses,<br />

ameaçaram interromper as atividades de imunização. No Afeganistão, Angola, Serra Leoa, Sri Lanka,<br />

Sudão e outras nações assoladas por guerras, os rotarianos trabalharam com a Organização das Nações<br />

Unidas no estabelecimento dos chamados “Dias de Tranqüilidade”, para convencer as partes guerrilheiras<br />

a baixar suas armas e aceitar curta trégua para que as crianças pudessem ser imunizadas.<br />

Em 2002, a carência de fundos ameaçou o sucesso da iniciativa e mais uma vez os rotarianos superaram<br />

as barreiras. Até 30 de junho de 2004, havíamos angariado US$130 milhões em dinheiro, alocações de<br />

FDUC, promessas de doação e equiparação de fundos feitas pelos governos para garantir a continuidade<br />

dos trabalhos de erradicação da pólio.<br />

O mais recente empecilho aos trabalhos ocorreu na Nigéria, onde a interrupção da vacinação resultou na<br />

disseminação da pólio para países vizinhos que já haviam se livrado da doença. Mas tenho a satisfação<br />

de anunciar que os esforços de imunização retomaram seu curso no país, e a África como um todo tem se<br />

empenhado para interromper a transmissão do vírus da pólio.<br />

Estou convencido de que em breve viveremos em um mundo livre da poliomielite:<br />

• Um mundo no qual milhões de crianças escaparão dos efeitos deformadores do vírus da pólio.<br />

• Um mundo que deixará de gastar aproximadamente US$1 bilhão por ano, atualmente destinado<br />

na luta contra a pólio, quantia essa que pode ser usada para sanar outras necessidades críticas da<br />

área da saúde.<br />

• Um mundo no qual agentes públicos de saúde possam detectar doenças, como ébola e dengue,<br />

usando a rede de laboratórios criada também graças ao Pólio Plus.<br />

Neste mundo ao qual me refiro, novas parcerias entre o setor público e privado serão formadas com base<br />

no modelo da Iniciativa de Erradicação da Pólio para enfrentar novos desafios, usando uma estrutura de<br />

combate a doenças desenvolvida por rotarianos e seus parceiros e que fará parte do legado do Pólio Plus.<br />

Mas há mais. Por causa do Pólio Plus, <strong>Rotary</strong> agora vê o valor de implementar projetos conjuntos e rotarianos<br />

percebem mais claramente o poder da nossa organização de realizar mudanças significativas. Após<br />

vencermos a pólio usaremos as muitas lições aprendidas e direcionaremos nossa energia para outras iniciativas<br />

ambiciosas. E haverá muitos outros interessados em trabalhar conosco. Por causa do Pólio Plus<br />

somos uma organização mais forte e respeitável.<br />

32


Os rotarianos também se enriqueceram com o Pólio Plus. Qualquer pessoa que tenha participado de Dias<br />

Nacionais de Imunização e administrado as duas gotas da preciosa vacina na boca de uma criança, jamais<br />

esquece esta experiência. Rotarianos de países livres da pólio foram especialmente afetados. Pela primeira<br />

vez, muitos deles presenciaram os efeitos avassaladores da pólio e perceberam a importância de vencer a<br />

batalha contra esse vírus fatal.<br />

O transporte da vacina nem sempre foi fácil. Rotarianos viajaram de helicóptero, barco e até mesmo de<br />

elefante e camelo para chegar a áreas remotas para que nenhuma criança deixasse de ser imunizada. Mas<br />

o olhar de gratidão de uma mãe que vê seu bebê receber as gotinhas milagrosas supera todo o incômodo<br />

vivido para que a vacina lá chegasse.<br />

Rotarianos podem se orgulhar do que foi realizado através do Pólio Plus, um orgulho sem imprudência,<br />

pois sabemos que a tarefa ainda não foi concluída. Até que imunizemos a última criança e cessemos a<br />

transmissão do vírus selvagem da poliomielite, o mundo inteiro ainda estará em risco.<br />

Mas podemos comemorar o que foi feito nos últimos 20 anos. Graças ao Pólio Plus e à parceria global,<br />

cerca de cinco milhões de crianças andam normalmente quando poderiam ter sido paralisadas pela pólio.<br />

Toda uma geração de crianças crescerá livre da ameaça dessa doença que destruiu tantas vidas. E, em<br />

breve, com a nossa determinação e vontade, todas as crianças viverão em um mundo livre da pólio.<br />

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Centenário do <strong>Rotary</strong> e as Quatro<br />

Avenidas de Serviços<br />

Bhichai Rattakul<br />

Ex-Presidente do RI<br />

Presidente Glenn Estess, Presidente Eleito Carl-Wilhelm Stenhammar, prezados companheiros rotarianos,<br />

senhoras e senhores,<br />

Este 23 de fevereiro de 2005 é um dos dias mais gloriosos de toda a história do <strong>Rotary</strong>.<br />

Hoje celebramos o centenário do movimento rotário e embarcamos no novo século de prestação de serviços<br />

rumo a esse futuro deslumbrante que nos acena com infinitas oportunidades e desafios.<br />

Que força e determinação emanam de vocês aqui presentes! Sou muito grato ao Presidente Eleito Carl,<br />

que me pediu para discursar a tão seleta platéia neste dia especial e auspicioso.<br />

O centésimo aniversário não é importante somente para a organização como também para todo rotariano.<br />

A data nos conclama a refletir na jornada exemplar desses cem anos, a vislumbrar as tendências que<br />

podem influenciar a entidade e as oportunidades que o novo século nos reserva.<br />

Sinto-me extremamente pequeno estando aqui, perante vocês, contemplando o passado singular do<br />

<strong>Rotary</strong>.<br />

Que nascimento humilde teve esse colosso. Os quatro homens que realizaram, sem saber, aquela que<br />

seria a primeira reunião rotária não tinham idéia do que viria a seguir. Depois daquele dia, Paul Harris e<br />

seus amigos continuaram a procurar maneiras de fazer com que suas reuniões fossem proveitosas, não<br />

apenas para si mesmos como também para os demais membros da comunidade. Logo, o conceito de<br />

prestação de serviços tornou-se o mote do <strong>Rotary</strong>. Mais ainda, esse conceito foi transmutado em ação.<br />

Por um século, rotarianos têm servido a seus clubes, cidades e ao mundo. Pode-se dizer com propriedade<br />

que a larga maioria das comunidades dos 166 países nos quais existem <strong>Rotary</strong> Clubs foram beneficiadas<br />

de alguma maneira por uma ação rotária — seja algo simples como a doação de uma televisão para uma<br />

escola até algo grandioso como imunizar bilhões de crianças contra a pólio. Graças ao <strong>Rotary</strong>, cinco milhões<br />

de pessoas, que poderiam estar paralíticas, caminham por terem sido vacinadas contra esta doença<br />

cruel.<br />

Nesses 100 anos, o crescimento do <strong>Rotary</strong> tem sido fenomenal. Seu progresso excede em muito os sonhos<br />

dos primeiros rotarianos. <strong>Rotary</strong> segue incansável e altaneiro por saber que ainda há muito a ser<br />

feito.<br />

Por meio de projetos de clube e iniciativas de grande âmbito empreendidas com a ajuda da Fundação<br />

Rotária, rotarianos fazem tudo o que está a seu alcance para diminuir o sofrimento humano, sem demonstrar<br />

sinais de cansaço ou fraqueza.<br />

Mesmo que o <strong>Rotary</strong> avance rumo ao desconhecido, ele sempre volta a suas origens. Não me refiro a seu<br />

começo inesperado naquele escritório da Chicago de 1905, mas sim para o princípio essencial: a vontade<br />

genuína de ajudar e amar, a vontade de arregaçar as mangas e botar a mão na massa em prol dos necessitados,<br />

a vontade de prestar serviços e de praticar o ideal de Dar de Si Antes de Pensar em Si, máxima<br />

imortal que nos distingue!<br />

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Acredito piamente que se resgatarmos essa vontade por vezes minguada, fortaleceremos nossos clubes e<br />

seguiremos os princípios intemporais sobre os quais o <strong>Rotary</strong> se erigiu, as Quatro Avenidas de Serviços, os<br />

pontos cardeais que nos guiam há décadas.<br />

O retorno às bases significa que devemos escutar o pulsar do coração rotário, que são os Serviços Internos.<br />

A saúde do <strong>Rotary</strong>, e sua própria sobrevivência, dependem desse pulsar.<br />

Quando o clube é atuante em prestação de serviços, os sócios se sentem úteis e desejosos de colaborar,<br />

enchendo o clube de vitalidade. E esses serviços prosperam num ambiente dedicado a preservar a filosofia<br />

e os princípios intemporais do <strong>Rotary</strong>, os quais propiciam e fortalecem as oportunidades de companheirismo.<br />

Sempre digo que são os clubes que criam e sustentam a imagem do <strong>Rotary</strong>, ou seja, uma rede de voluntários<br />

que atuam na seara humanitária local e internacionalmente. Assim, é essencial para a robustez da<br />

organização que seus clubes sejam fortes.<br />

De forma a preservar os princípios intemporais do <strong>Rotary</strong>, é preciso que nos dediquemos de corpo e alma<br />

aos Serviços Profissionais. <strong>Rotary</strong> não concorda com a idéia de que “negócios são apenas negócios”. Essa<br />

frase serve para camuflar práticas negligentes e obscuras, que sufocam e inibem os negócios em vez de<br />

promovê-los. No <strong>Rotary</strong>, o desenvolvimento dos negócios é vital, e a moral aí empregada não difere da<br />

moral que rege os outros aspectos de nossas vidas.<br />

Os princípios intemporais do <strong>Rotary</strong> promovem altos padrões éticos, e rotarianos defensores da ética são<br />

essenciais em carreiras executivas e profissionais, não apenas como modelos a ser seguidos mas também<br />

como promotores da verdade e justiça. Para mim, este emblema rotário que envergo significa integridade.<br />

Isso já é muito bom mas poderia significar ainda mais. Este emblema poderia vir a ser o símbolo da liderança<br />

e da honradez em todos os rincões do planeta.<br />

Embora muito precise ser feito na esfera dos Serviços Comunitários, especialmente no mundo em desenvolvimento,<br />

a necessidade de criar empregos para os jovens é da mais alta prioridade hoje em dia. O<br />

futuro da humanidade depende da educação que os jovens receberem em aspectos morais, econômicos<br />

e sociais. Acredito que a fonte dos problemas entre os jovens é a escassez de educação e instrução de<br />

qualidade.<br />

Em termos de Serviços Internacionais, devemos admitir que as pessoas atualmente parecem estar mais<br />

propensas a odiar umas às outras por causa de suas diferenças do que se amar pelo que têm em comum.<br />

Pior é ver que as pessoas estão sempre tentando resolver os problemas alheios, o que só faz aumentar o<br />

número de equívocos e respostas erradas.<br />

Entretanto, no <strong>Rotary</strong> temos um propósito e nossa meta é clara: promover a compreensão internacional,<br />

boa vontade e paz por meio do companheirismo de homens e mulheres profissionais unidos no ideal de<br />

servir.<br />

Meus amigos, o simples fato de estarem aqui, de sua livre e espontânea vontade, já é uma prova de que<br />

têm um propósito. Sei que são impulsionados por algo ainda maior do que suas próprias vidas.<br />

Se afirmarmos que a paz principia na mente do ser humano, estamos afirmando que a manutenção da<br />

paz também principia na mente humana. Mas é preciso que haja mais do que uma mente sedenta de paz.<br />

É preciso que haja muito trabalho em prol da paz em todas as comunidades — trabalho feito por cada um<br />

de nós em nossas respectivas comunidades com a ajuda dos programas do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> e de sua<br />

Fundação Rotária.<br />

35


Esta é a única forma de encontrar as respostas certas!<br />

<strong>Rotary</strong> é um movimento mundial fundamentado em intenções e práticas benfazejas, emanadas por pessoas<br />

que querem servir e compartilhar o que têm de melhor. <strong>Rotary</strong>, em sua mais pura definição, atrai a<br />

simpatia de líderes capazes de fazer deste um mundo melhor.<br />

E, ainda assim, apesar de todo o bom trabalho sendo feito, conheci muitos rotarianos que dizem se sentir<br />

desmotivados pelo que vêem. Eles se preocupam que seus clubes tenham perdido a direção devido ao<br />

número de sócios ter despencado. São clubes que não conseguem atrair sócios jovens e que freqüentemente<br />

acham que prestar serviços nada mais é do que assinar um cheque em vez de se envolver pessoalmente.<br />

Muitos reclamam que o <strong>Rotary</strong> mudou seu enfoque, passando a prestar mais atenção à captação<br />

de recursos do que ao bem comunitário.<br />

Por onde vou, encontro rotarianos dedicados que me perguntam: “Será que o mundo mudou e nos deixou<br />

para trás? Será que o <strong>Rotary</strong> ainda é relevante?”.<br />

Tive a oportunidade de presenciar o <strong>Rotary</strong> em ação em diversos lugares. O que ainda mais me emociona<br />

é ver rotarianos dedicando-se a suas comunidades com a mais pura vontade.<br />

Alguns anos atrás em Bihar, na Índia, uma terrível seca provocou muita fome na região. Por não terem<br />

sido cavados corretamente, os poços d’água ficaram imprestáveis. Em vez de se lamuriar, os rotarianos de<br />

Bihar resolveram partir para a ação. Em curto espaço de tempo, 50 novos poços foram abertos para servir<br />

à população de 50 vilarejos. Mas desta vez eles eram largos, com a profundidade correta e cercados com<br />

parapeitos.<br />

Os rotarianos têm que ser vistos por esse ângulo, dispostos e entusiasmados, trabalhando sob o sol escaldante.<br />

Essa disposição reside no fato de que trabalham não por achar que devem mas porque colocam o<br />

coração e a alma na tarefa, que lhes revigora o espírito e faz aumentar a vontade de pôr em prática algo<br />

que reverterá no bem maior. São bastante entusiastas os rotarianos, de um otimismo contagiante ao<br />

saírem do conforto de seus lares e servir ao próximo.<br />

Experiências como essa me impressionam e inspiram!<br />

Por sua própria constituição, <strong>Rotary</strong> tem em suas fileiras especialistas de várias áreas. Sabemos que muitos<br />

rotarianos aposentados emprestam seus talentos em momentos de necessidade, tanto nos lugares<br />

onde vivem como no exterior. Os rotarianos em Bihar são um modelo soberbo!<br />

Há alguns meses tive a chance de ler sobre o projeto de remoção de minas terrestres do <strong>Rotary</strong> Club de<br />

Tokyo, que visa retirar milhões dessas minas enterradas no Camboja pelo Khmer Vermelho entre 1975 e<br />

1980. Estão envolvidos nesse projeto nada menos do que 34 distritos japoneses.<br />

Em 1976, durante o ápice das confrontações políticas que sacudiram vários países da região, visitei uma<br />

área onde foram enterradas minas terrestres. Em Sri Sopon, dentro do Camboja mas sob o domínio do<br />

Khmer Vermelho, os soldados sabiam exatamente onde as minas foram enterradas. Eu cheguei a conversar<br />

com um dos líderes da guerrilha, Leng Sary, homem da mais alta confiança de Pol Pot.<br />

Essas infames bombas, espalhadas na fronteira da Tailândia com o Camboja, estavam ferindo e matando<br />

muitos camponeses tailandeses. Milhares perderam suas pernas e centenas suas vidas!<br />

Mas eu não podia fazer muito. Ninguém podia fazer nada enquanto a situação política fosse instável.<br />

Entretanto, quando a estabilidade política retornou, os rotarianos, inclusive os japoneses, voltaram à ação.<br />

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A Fundação Rotária financia projetos no mundo todo — em Angola, Afeganistão, Iraque, América Central<br />

e Camboja — que fornecem membros artificiais para mutilados. Muitos <strong>Rotary</strong> Clubs, incluindo os dos<br />

34 distritos japoneses, lançaram projetos de assistência a vítimas de minas terrestres, legado macabro de<br />

conflitos extintos que continua a flagelar pessoas em várias partes do globo.<br />

Esses projetos beneficiaram milhares de pessoas, mas lembro-me com carinho de uma pessoa em particular,<br />

lavrador de pequeno vilarejo tailandês próximo à fronteira com o Camboja. No fim dos anos 80,<br />

enquanto procurava alimento na floresta, esse pai de família perdeu uma das pernas ao pisar no local<br />

onde uma mina estava enterrada.<br />

Após o acidente a esposa não conseguiu lidar com a situação e, amedrontada com a probabilidade de<br />

viver dias piores ao lado do marido inválido, resolveu partir e dela nunca mais se ouviu falar.<br />

O homem ficou aleijado, desempregado, largado pela esposa e com a imensa responsabilidade de criar<br />

sua filha. Ele mesmo tratou de fazer uma perna artificial bastante rudimentar e passou a executar qualquer<br />

trabalho que conseguia. No entanto, usar aquela perna artificial era um tormento, pois não encaixava<br />

bem. Além disso era feia e lhe causava dor. Mas ainda assim era melhor agüentar o sofrimento imputado<br />

por ela do que ter mais dificuldades na locomoção.<br />

Toda noite ele se preocupava sobre como seria o dia de amanhã, se teria serviço, se conseguiria alguns<br />

trocados para alimentar a si e à filha, e se conseguiria manter o teto sobre a cabeça. Também o atormentava<br />

não saber se a filha terminaria os estudos.<br />

Quando os <strong>Rotary</strong> Clubs da área souberam das agruras desse homem, mais do que depressa partiram para a<br />

ação e, com o apoio da Fundação Rotária, deram-lhe um membro artificial que lhe serviu muito bem.<br />

Bom, isso soa bastante simples não? Mas vejam vocês que é justamente nessa simplicidade que explode<br />

em várias cores toda a beleza de ser do <strong>Rotary</strong>. A nova perna deu energia e confiança ao homem, o que<br />

lhe abriu as portas para arranjar um emprego melhor e mais seguro. A filha não só continuou os estudos<br />

como fez até pós-graduação.<br />

Ela se formou no dia de seu aniversário, triunfante ao lado do pai. Eles sofreram, lutaram e conquistaram<br />

um pequeno lugar ao sol. Na ocasião, a jovem mulher queria dar um presente ao pai. Por ser tão pobre,<br />

ela não tinha nada para dar a não ser uma foto dos dois quando ainda era uma menininha. No verso da<br />

foto ela escreveu uma mensagem mais preciosa para o pai do que qualquer presente material: “Papai,<br />

agora caminharemos juntos”.<br />

A menina tornou-se enfermeira, casou-se e teve um filho. Com o salário que ganha ela ajuda o pai e realmente<br />

os dois caminham juntos agora.<br />

Meus caros amigos, seu envolvimento com um programa do gênero os fazem caminhar com este homem.<br />

Acredito que o que transformou sua vida não foi simplesmente a perna artificial nova. Foi saber que estranhos<br />

se importavam com ele e ofereceram auxílio. Foi saber que ainda havia amor incondicional nesse<br />

mundo e gente disposta a estender uma mão amiga, a mesma mão que foi estendida para os camponeses<br />

de Bihar, a mesma mão que foi estendida aos mais de dois bilhões de crianças que hoje levam uma vida<br />

digna por terem sido imunizadas contra a poliomielite.<br />

Então, àqueles que perguntam se o <strong>Rotary</strong> é relevante eu respondo: “Claro que é!”. Nunca duvidei disso<br />

por um minuto sequer. <strong>Rotary</strong> sempre foi e sempre será relevante, desde que não cruzemos os braços e<br />

fiquemos embevecidos em glórias passadas, deixando-nos cegar pelo orgulho. Em vez disso, devemos<br />

planejar e trabalhar com mais afinco!<br />

37


Deixe-me assegurar a vocês que não estou sugerindo que o <strong>Rotary</strong> mude sua filosofia, independentemente<br />

do quanto os tempos mudaram. Tenho muita fé na eficácia da estrutura rotária, com clubes baseados<br />

em virtualmente todos os lugares do mundo.<br />

Digo que precisamos resistir à onda de materialismo e egoísmo. Se estaremos sempre ao lado dos menos<br />

privilegiados, temos que nos contrapor àqueles aspectos da sociedade moderna que condenamos em<br />

nossos corações. Assim, a primeira tarefa do rotariano é mostrar pelo exemplo o que espera dos outros.<br />

Acredito que não podemos deixar esse aniversário dos cem anos passar sem fazer um esforço verdadeiro<br />

para expandir o <strong>Rotary</strong> ainda mais, garantindo uma base mais ampla para o avanço de nossos ideais.<br />

Nossa força motriz certamente não é o dinheiro. Nossa capacidade de prestar serviços não deve se restringir<br />

aos talões de cheque.<br />

A verdadeira força do <strong>Rotary</strong> está no valor agregado de seus sócios, que são um imenso manancial de<br />

talentos na figura de líderes dinâmicos. É isso o que significa um retorno para as bases. Esses são os princípios<br />

intemporais do <strong>Rotary</strong>!<br />

Senhoras e senhores, temos à nossa frente muitos desafios. É importante lembrar que o <strong>Rotary</strong> não é<br />

outro clube social voltado apenas ao companheirismo, não é somente mais uma instituição de caridade.<br />

<strong>Rotary</strong> é forma de vida, é mente em movimento, é postura da alma. É a voz da sabedoria no novo século<br />

conclamando os rotarianos, em todos os lugares, a avivarem os princípios intemporais da organização<br />

reformulando o mundo moderno de uma forma mais doce e humana.<br />

A tônica do lema Dar de Si Antes de Pensar em Si está nas palavras Antes de Pensar em Si. É isso que<br />

temos que nos lembrar em todos os instantes.<br />

Será que estamos prontos para encarar o desafio? O desafio proposto pelo presidente eleito? Se estamos,<br />

não guardemos apenas como lembrança esse aniversário do centenário e, sim, de acordo com as palavras<br />

do presidente Glenn Estess: “Celebremos <strong>Rotary</strong> executando pequenos e grandes atos de prestação de<br />

serviços em nossos clubes, comunidades e no mundo”. E ao fazermos isso perguntemo-nos:<br />

Temos vontade de esquecer o que fizemos para outras pessoas e lembrarmos o que outras pessoas<br />

fizeram por nós?<br />

Temos vontade de ignorar o que o mundo nos deve e pensar no que devemos para o mundo?<br />

Temos vontade de ver que nossos companheiros, homens e mulheres, são assim como nós e ver a<br />

alegria no fundo de seus corações?<br />

Temos vontade de reconhecer que a melhor razão de nossa existência não é o que iremos conseguir da<br />

vida e sim o que daremos para a vida?<br />

Temos vontade de fechar a caixa de reclamações contra Deus e todo mundo e começar a espalhar<br />

um pouco de alegria nesse mundo sedento de carinho?<br />

Se responderam sim às perguntas acima, têm germinadas no coração as sementes de amor do <strong>Rotary</strong>.<br />

O próximo passo é ir avante, não com relutância e com os olhos mirando o passado, mas com a alma<br />

banhada pelo sol do novo dia, do novo século, do novo mundo.<br />

Para mim, a riqueza da vida é medida em sua largura, altura e profundidade. Tenho tido a honra de servir<br />

a meu país e ao <strong>Rotary</strong> por tempo considerável. Em ambos alcancei as alturas, mas a serviço de meu país<br />

fui às profundezas também.<br />

38


Jamais esquecerei minha primeira e única visita ao Grand Canyon, nos anos 50. Não imaginava que haveria<br />

uma paisagem mais espetacular que aquela, vista do alto, até que desci às margens do rio e olhei para<br />

cima. Foi somente então que passei a apreciar profundamente a verdadeira realeza que é a natureza.<br />

Somente quando se esteve nas profundezas é que se pode apreciar as alturas.<br />

Caros rotarianos, sei que os últimos seis dias foram cansativos, mas acho que todos irão concordar que<br />

essa assembléia internacional foi muito boa. Esse treinamento está prestes a acabar em alguns dias, mas o<br />

aprendizado não tem fim.<br />

Há um ditado que diz que “a luz do aprender não tem que queimar brilhantemente, mas sim constantemente”.<br />

Vocês concordam com isso?<br />

Logo voltarão a seus lares. Mantenham a luz de seu aprendizado constantemente acesa, para que com a<br />

passagem dos 100 anos de nossa organização, e com a entrada em seu segundo século, possamos estar<br />

mais confiantes de que o trabalho e o espírito do <strong>Rotary</strong>, tão bem personificados na dedicação e boa<br />

vontade do rotariano, continuarão imbatíveis e serão relevantes por centenas e centenas de anos.<br />

Desejo a todos boa sorte nessa jornada que os conduzirá ao segundo século de Dar de Si Antes de Pensar<br />

em Si.<br />

Viva <strong>Rotary</strong>!<br />

39


Ética e Liderança<br />

Mike Webb<br />

Vice-Presidente do RIBI<br />

Presidente Glenn, Presidente Eleito Carl-Wilhelm, convidados, companheiros rotarianos, meus amigos,<br />

É uma grande honra para mim estar aqui a pedido do Presidente Eleito Carl-Wilhelm para lhes falar<br />

sobre ética e liderança.<br />

Meus amigos, vocês acham que ainda temos um bom nível moral em <strong>Rotary</strong>? Será que muitos de nós<br />

querem trazer novos sócios aos clubes somente visando prestígio e reconhecimento? Será que muitos de<br />

nós aceitam cargos no <strong>Rotary</strong> com o intuito de promover nossos próprios negócios?<br />

Nesses últimos 100 anos, ocorreram várias mudanças nesse baluarte da paz do qual fomos convidados a<br />

fazer parte. <strong>Rotary</strong>, em geral, tem refletido as atitudes, costumes e práticas dos lugares em que está inserido<br />

e do mundo em si.<br />

Entretanto, os conceitos originais ainda valem, em particular o segundo Objetivo do <strong>Rotary</strong>, quanto ao<br />

“reconhecimento do mérito de toda ocupação útil e a difusão das normas de ética profissional”.<br />

A ética e liderança são intrinsecamente relacionadas na língua inglesa em duas palavras, que inclusive<br />

têm som semelhante: principle (P-R-I-N-C-I-P-L-E) e principal (P-R-I-N-C-I-P-A-L).<br />

Analisemos primeiro o que significa principle (princípio).<br />

Essa palavra tem vários significados como “ética”, “moral”, “escrúpulo”, “probidade” e “virtude”.<br />

Confúcio disse que a capacidade de aplicar os cinco valores a seguir, em qualquer lugar sob o nosso céu, é<br />

uma virtude — cortesia, tolerância, integridade, sagacidade e generosidade.<br />

A aplicação correta desses princípios é como uma bússola a apontar o caminho. Se soubermos ler a bússola,<br />

não nos perderemos, não ficaremos confusos nem seremos enganados por vozes e valores mesquinhos<br />

e conflituosos.<br />

O político inglês Roy Hattersley disse: “Os políticos podem mudar de opinião, mas quando mudam de<br />

princípio, é necessário que se expliquem”.<br />

A prática de bons princípios é cabível em todos os lugares e em todos os momentos. Eles se revelam na<br />

forma de valores, idéias, normas e ensinamentos que enaltecem, enobrecem, completam, fortalecem e<br />

inspiram o ser humano. A história nos ensina que quando as pessoas e civilizações colaboraram em harmonia<br />

com a retidão dos princípios, todos prosperaram. Quantas crises econômicas, revoluções políticas<br />

e guerras civis poderiam ter sido evitadas houvesse um maior comprometimento social aos princípios<br />

corretos?<br />

Quem é responsável pela atuação ética dos rotarianos? Todos nós! Não é apenas responsabilidade do<br />

presidente do clube ou do governador do distrito. Todo rotariano é responsável por suas próprias ações.<br />

Todo rotariano sabe que existem alguns aspectos de nosso serviço que são arbitrários e outros que devem<br />

ser seguidos à risca.<br />

40


Sendo rotarianos, vocês têm a responsabilidade máxima por suas ações, vocês decidem se agirão com<br />

ética. A auto-avaliação é um dos mais importantes componentes da ética.<br />

Há cinco maneiras de considerar as situações sob a luz da ética:<br />

• Abraçar a diversidade cultural e racial<br />

• Não se apoderar do que não lhe pertence<br />

• Inspirar confiança<br />

• Exaltar a prática do bom falar<br />

• Lembrar-se que os fins são tão importantes quanto os meios<br />

Desde 1943 a Prova Quádrupla, proposta originalmente pelo Ex-Presidente Herb Taylor, tem sido o padrão<br />

de comparação dos rotarianos e guia para nossos atos pessoais e profissionais. A Prova nos pergunta:<br />

1. É a verdade?<br />

2. É justo para todos os interessados?<br />

3. Criará boa vontade e melhores amizades?<br />

4. Será benéfico para todos os interessados?<br />

Meus amigos, com tantos casos negativos de descalabros no cumprimento dos regulamentos, uso de informação<br />

privilegiada, exploração do ser humano e escândalos corporativos, precisamos ser mais do que<br />

vigilantes em <strong>Rotary</strong>. Precisamos dar e seguir o exemplo. Precisamos disseminar a mensagem com sabedoria,<br />

ainda mais aos jovens. Precisamos liderar pelo exemplo.<br />

Acredito que no atual clima econômico e social, agir de acordo com a Prova Quádrupla é essencial para<br />

que trilhemos o caminho correto, o do acerto. Este crachá que exibimos com tanto orgulho deve ser o sinal<br />

para que as pessoas pensem imediatamente: “Você é um rotariano, eu posso confiar em você”.<br />

Meus amigos, como líderes vocês devem convencer os rotarianos sobre a necessidade de preservar a ética<br />

na vida pessoal, profissional e rotária. Peço que discutam responsabilidades, integridade e a implementação<br />

e obediência à Prova Quádrupla. Sei que vocês, líderes da organização, concordarão em tomar a dianteira<br />

e iniciar o segundo século do <strong>Rotary</strong> como os defensores e arautos de altos padrões éticos em todos<br />

os aspectos de suas vidas.<br />

Analisemos agora a palavra principal, que entre outros quer dizer “líder”, “dirigente”, “mestre”, “chefe”.<br />

Walter Lippmann disse: “O legado de um líder é imprimir nos outros a segurança e a disposição para<br />

executar a tarefa”.<br />

Por sua vez, Casey Stengel disse: “Meu segredo para ser um bom gerente é manter as pessoas que me<br />

odeiam longe daquelas que não sabem se me odeiam”.<br />

Por que nos associamos a um <strong>Rotary</strong> Club?<br />

Acho que porque a maioria de nós queria ajudar outros a conquistar uma vida melhor, tanto local quanto<br />

internacionalmente. Conforme foi transcorrendo o tempo, passamos a defender a causa rotária com<br />

desvelo extremo, fomos escolhidos para presidir o clube, depois assumimos alguma função distrital. Uma<br />

coisa leva a outra e de repente somos escolhidos para governar o distrito. Talvez seja nessa fase que nos<br />

perguntemos o motivo de termos sido escolhidos.<br />

41


Mas não houve equívocos na escolha. Os rotarianos não são tolos. Vocês não estariam aí sentados se não<br />

tivessem o talento e a habilidade necessários a quem almeja gerir um distrito rotário.<br />

O exercício da liderança não é fácil, vem naturalmente para alguns, mas não para todos. Entretanto, os<br />

requisitos essenciais de uma boa liderança, conforme ditado no seminário de treinamento de governadores<br />

eleitos, ainda são:<br />

• Motivar os rotarianos a agir<br />

• Promover a permanência no clube e recrutar rotarianos dedicados<br />

• Garantir que o <strong>Rotary</strong> continue relevante para os sócios<br />

• Prover direção e liderança<br />

• Liderar pelo exemplo<br />

Temos critérios diferentes para avaliar os líderes mundiais que nos impressionaram. Não quero com isso<br />

dizer que alguns de nós estão certos e outros errados. Simplesmente interpretamos as coisas de maneiras<br />

diferentes.<br />

Vamos pensar por um momento sobre um exemplo singular de bom líder... Levante a mão quem pensou<br />

imediatamente em Carl-Wilhelm!<br />

Repetirei aqui as palavras usadas pelo General George S. Patton ao se dirigir a seus soldados nas vésperas<br />

da batalha:<br />

Hoje devem ir além do que se espera de vocês. Nunca achem que já fizeram o suficiente ou que o<br />

serviço está terminado. Sempre há algo que ainda pode ser feito, algo que garantirá a vitória. Vocês<br />

não podem esperar que outros os motivem à ação. Vocês mesmos devem buscar a inspiração e se<br />

motivar. Devem soltar a faísca que irá acender a luz da iniciativa que distingue o líder das pessoas<br />

comuns. A automotivação é a chave para estar um passo adiante dos demais e essencial ao sucesso.<br />

Assim que começarem a jornada não párem jamais. Nunca deixem de tentar. Inflem seus corações<br />

com o espírito guerreiro e mandem esse guerreiro para o campo de batalha.<br />

O líder eficaz pode ser um orador singular e maravilhoso que inspira seus ouvintes, mas que acima de<br />

tudo sabe escutar. Sejam humildes em suas ações nos 12 meses em que governarão seus distritos. Sejam<br />

atenciosos ao que seus predecessores têm a dizer, pois tão certo como um dia após o outro, em 17 meses<br />

vocês estarão daquele lado, fazendo parte da turma de ex-governadores!<br />

Permitam-me recitar o poema de Saxon White Kessinger chamado The Indispensable Man, ou O Homem<br />

Indispensável:<br />

Quando se sentir importante<br />

Quando o ego estiver por estourar<br />

Quando perder a noção do que é verdadeiramente relevante<br />

E pensar que é o melhor do lugar<br />

Quando achar que ao partir<br />

Deixará um vazio imenso, impossível de reparar<br />

Siga as instruções a seguir<br />

E sua alma irá chorar<br />

42


Encha um balde com água<br />

Mergulhe aí sua mão completamente<br />

Tire a mão do balde e o vão que lá ficar, que mágoa<br />

É o tamanho da saudade que deixará, infelizmente<br />

Você pode espalhar a água a seu bel prazer<br />

Mexê-la até se cansar<br />

Mas assim que a tarefa interromper<br />

Ela voltará ao estado original, sem espaço vazio deixar<br />

A moral deste curto poema<br />

É que deve fazer o melhor que puder<br />

Ter orgulho de si e ao saber da verdade não trema<br />

Verdade essa que nenhum homem é indispensável, mesmo se quiser.<br />

Vocês verão que via de regra os clubes fortes são aqueles que contam com líderes eficientes.<br />

Certa vez alguém me disse que os integrantes do quadro social de uma organização se encaixavam em<br />

quatro categorias, ou ossos. Há aqueles do ossinho da sorte, que ficam a esperar que alguém faça o trabalho.<br />

Há aqueles do maxilar, que só falam mas nada fazem. Há aqueles dos nós dos dedos, que colocam<br />

abaixo tudo o que os outros tentam fazer. E por fim há aqueles da coluna vertebral, que carregam as<br />

responsabilidades nas costas e executam o trabalho.<br />

Quero crer que todos aqui, sem exceções, são vértebras, mesmo que sintam dor vez por outra. Se forem<br />

honestos consigo mesmos, tenho certeza de que, ocasionalmente, já se julgaram como algum dos outros<br />

ossos.<br />

Avaliamos duas palavras da língua inglesa, principle e principal, que representam ética e liderança.<br />

Conforme disse Albert Schweitzer: “A única forma de influenciar as pessoas é através do exemplo”.<br />

Tenho certeza que as conversas que estão tendo nesta semana contribuirão para solidificar seus princípios<br />

para que alcancem patamares elevados como dirigentes do <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong>.<br />

Há alguns anos tive a sorte de fazer parte de uma equipe de filmagem juntamente com outros três sócios<br />

do meu clube. Estávamos fazendo vídeos publicitários para algumas instituições de caridade do Quênia,<br />

Malauí, Índia e Bangladesh, entre outros lugares. Lembro-me que estávamos filmando para a Sight<br />

Savers e a Blind Association da Índia em um pequeno povoado, quando vi algo escrito em letras maiúsculas<br />

acima do vão ocupado por uma porta: “Não há limite para a força transformadora do homem quando ele<br />

não se importa quem ganhará o crédito pelo trabalho que fizer”.<br />

Digo a vocês, governadores de 2005-06, nos seus ombros recaem muitas das responsabilidades para<br />

manter os altos padrões estabelecidos por aqueles que os antecederam.<br />

Meus amigos, vocês são os futuros líderes desse incomparável e formidável movimento chamado <strong>Rotary</strong>.<br />

Não se esqueçam de que são também facilitadores. Façam tudo para que os clubes de seus distritos prosperem<br />

e cresçam, e para que suas equipes distritais funcionem eficazmente.<br />

Sei que aproveitarão a jornada que os esperam. Farão novas amizades, contribuirão em muitas causas, e<br />

graças a sua ética e liderança, exaltarão a reputação do <strong>Rotary</strong> e estabelecerão os padrões do caminho que<br />

seus sucessores palmilharão.<br />

43


Em breve, enquanto esperam para começar a dirigir seus distritos, haverá muitos penhascos a escalar e<br />

rios a atravessar. Inevitavelmente, haverá desafios que abalarão seu código de moral e liderança. Prometam<br />

que serão verdadeiros consigo mesmos, prometam que sempre colocarão acima de tudo a ética em<br />

seus atos, prometam que sempre exercerão a liderança com integridade. Mas, acima de tudo, façam essas<br />

promessas a si mesmos.<br />

Desejo que tenham muitas alegrias e satisfações na jornada e me despeço dizendo:<br />

Não há emoção de velejar no mar em calmaria.<br />

Fazer algo muito simples não traz alegria.<br />

Mas há uma satisfação sem par,<br />

Que é aportar onde jamais pensara chegar.<br />

Muito obrigado meus amigos.<br />

44


Discurso de Encerramento<br />

Glenn E. Estess Sr.<br />

Presidente do RI<br />

Presidente Eleito Carl-Wilhelm, Governadores Eleitos, Amigos Rotarianos,<br />

Sem dúvidas essa foi uma semana muito corrida. Depois de toda expectativa e do planejamento que fizeram<br />

vocês chegaram aqui e se lançaram ao aprendizado, preparando-se para exercer com excelência o<br />

cargo que os aguarda. Vocês compareceram a sessões plenárias e seminários, almoços e recepções. Agora<br />

sabem muito mais sobre o <strong>Rotary</strong> e o papel que terão. Vocês fizeram novos amigos e reveram velhos conhecidos.<br />

Esta foi uma assembléia maravilhosa e produtiva e sei que estão melhor informados e capacitados<br />

a desempenhar as tarefas à frente.<br />

Gostei muito de conhecê-los e espero ansioso estarmos juntos uma vez mais para Celebrar <strong>Rotary</strong> na convenção<br />

do século em junho, na cidade de Chicago.<br />

É difícil acreditar que meu mandato chegará ao fim em apenas alguns meses. Esta experiência tem sido e<br />

continuará a ser inesquecível, e só de saber que está por terminar, tenho vivido cada dia ao máximo. Mas<br />

quero dizer a vocês — governadores eleitos e presidente eleito — que o próximo ano será excelente para<br />

todos nós.<br />

Agora, conforme se preparam para tomar as rédeas de seus distritos, colocando-os na vanguarda da prestação<br />

de serviços em suas comunidades e no mundo, peço a cada um que páre e pense por um momento<br />

no que será a convenção do RI em 2006. Imaginem que, em pouco mais de um ano, poderemos estar novamente<br />

juntos na Dinamarca e na Suécia, época em que estarão para passar a faixa de governador a seus<br />

sucessores.<br />

Como se sentirão nessa hora? Do que sentirão orgulho ao olhar para trás? Que objetivos terão<br />

alcançado?<br />

Há quase 150 anos Abraham Lincoln disse: “Todo homem tem orgulho do que faz bem feito e nenhum<br />

homem tem orgulho do que não faz bem feito”. Mesmo dita há 150 anos, essa frase ainda tem efeito hoje.<br />

Desejo a todos vocês que, ao fim de seu ano como governadores, consigam olhar para trás repletos de<br />

orgulho por terem cumprido o dever com louvor.<br />

Neste ano do centenário, ninguém pode negar que o <strong>Rotary</strong> <strong>International</strong> alcançou grandes feitos. A lista<br />

de conquistas, que inclui as vidas e comunidades beneficiadas por nós, é longa demais para enumerar.<br />

Vale notar que essas conquistas não aconteceram da noite para o dia. Não aconteceram sem planejamento,<br />

comprometimento e dedicação.<br />

Sei que vocês têm o comprometimento e a dedicação, caso contrário não estariam aqui hoje. Para que o<br />

desempenho do governador seja o melhor possível, é preciso que haja planejamento. Não esperem até<br />

que o ano se inicie para começarem a pensar aonde querem chegar. Posso lhes garantir que o papel de<br />

governador demanda muito mais tempo do que supõem, e o ano correrá célere.<br />

Carl-Wilhelm disse que o ano do centenário é o último capítulo do primeiro livro da história dessa grande<br />

entidade, e que vocês começarão a escrever o primeiro capítulo do próximo livro. A tarefa não será simples,<br />

mas sei que são capazes e que estão prontos. Vocês têm o conhecimento, a garra, o comprometimen-<br />

45


to e a dedicação necessários. Depois de uma semana de treinamento, estão ainda melhor preparados para<br />

envergar a faixa de governador. E me compraz saber que terão um presidente capaz e diligente para lhes<br />

dar a direção necessária.<br />

Quando soube que Carl-Wilhelm escolheu a nossa máxima Dar de Si Antes de Pensar em Si como lema<br />

achei que ele não poderia ter encontrado algo mais apropriado. Dar de Si é o que o <strong>Rotary</strong> é e o que fazemos<br />

por natureza e a todo instante em prol do mundo.<br />

Nesse ano do centenário temos muito para celebrar. Contudo, para aqueles com a responsabilidade de<br />

guiar o <strong>Rotary</strong> rumo ao segundo século, o tempo que resta até a convenção deve ser empregado em outras<br />

tarefas além de celebrações. Deve ser um tempo dedicado a planejamento, como já disse. Deve ser<br />

um tempo para encontrar dentro de nós a dedicação e a vontade para fazer com que o segundo século da<br />

entidade seja ainda melhor que o primeiro.<br />

Não há tempo a perder; a tarefa é grande e exigirá bastante esforço, esforço esse que virá de vocês.<br />

Vocês entraram para aprender e agora seguirão avante para servir. Amigos, sigam avante sabendo da importância<br />

da tarefa que têm à frente, animados pela alegria imensa de continuar a Celebrar <strong>Rotary</strong> para<br />

que melhor possam Dar de Si Antes de Pensar em Si.<br />

46


<strong>Rotary</strong> <strong>International</strong><br />

One <strong>Rotary</strong> Center<br />

1560 Sherman Avenue<br />

Evanston, IL 60201 EUA PO

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