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- Ele me reconhecerá - disse, com voz firme. Hedrock não insistiu mais. Quis apenas que os dados do problema que Lucy deveria resolver ficassem claramente expostos. Três dias e três noites de ilusões, era muito. Mesmo abstraindo as imagens residuais, sequelas do tratamento, sai-se com o espírito perturbado; a energia vital atinge seu ponto mais baixo e não se tem mais o apoio necessário para reagir. Agora queria me preparar, Senhor Hedrock. - Desejo-lhe toda a sorte possível, minha menina. Mas só peça ajuda em caso de necessidade absoluta. Hedrock não saiu da central depois desta conversa. Em período de crise, ele transportava suas coisas para um apartamento ao lado do seu escritório. Seu trabalho era sua vida e ele passava praticamente todas as horas de folga no escritório. Chamou imediatamente o estado-maior da frota das Casas de Armas, para pedir que preparassem um protetor para Lucy. Mas esta medida era bastante insuficiente. Com as sobrancelhas contraídas, procurou avaliar as oportunidades teóricas da moça e pediu aos arquivos secretos que lhe enviassem sua pasta. Ainda não haviam passado dois minutos quando a pasta pousou na sua mesa. Compreensão: 110. Horizonte: 118. Pletora: 105. Domínio: 151. Ego: 120. Coeficiente emocional: 150. Em outras palavras, uma moça inteligente, com uma emotividade superior à normal. Fora precisamente aquela qualidade que decidira os responsáveis a confiar a missão a Lucy. Quando, em conseqência de uma sondagem de rotina à qual normalmente são submetidos os basbaques que se amontoam em frente às lojas recentemente abertas, identificaram em Cayle Clark um gigante calistênico, fora decidido estabelecer contato com ele através de uma mulher solteira, possuidora de forte índice afetivo. O conselho havia previsto que Lucy sofreria uma fixação emocional. Outros elementos, aliás, haviam desempenhado um papel na seleção - entre eles as defesas e o equilíbrio possuídos por Lucy - e que seriam indispensáveis, pois ela seria submetida a tensões pouco habituais. Era desejável, no interesse do próprio agente Rall, que a atração fosse mútua, pelo menos no começo. Num mundo em movimento, não seria possível, é claro, garantir a permanência... Hedrock examinou, um a um, cada fator suscetível de modificar a situação. Deu um suspiro de resignação. Tinha pena de Lucy. Em princípio, a Organização nunca se metia na vida particular dos seus membros nem na de ninguém. Mas o caráter excepcional da situação atual, dessa crise sem precedentes, autorizava alterar a regra, justificava o fato de utilizar um ser humano como um pião. Hedrock devolveu a pasta ao Centro de Informações e começou a manipular seu telestate com uma atenção deliberada. Após ter eliminado inúmeras imagens, conseguiu o que procurava: a Temporal. A maior das duas manchas achava-se a seis semanas e um dia do futuro, mas a pequena foi mais difícil de localizar. Finalmente achou-a, ínfima pontuação perdida em alguma parte no meio do oceano do tempo. Estava aproximadamente a um bilhão de anos no passado. Hedrock fechou os olhos, tentando imaginar o que aquilo representava, mas a energia da qual McAllister era atualmente portador ultrapassava a imaginação. Cortou o contato do aparelho. Sentiu-se invadido por súbito cansaço. Não tinha ainda a menor idéia da maneira pela qual seria possível resolver o problema da explosão, remediar a ameaça mortal que pesava sobre o sistema solar inteiro. Consagrou a hora seguinte a examinar os relatórios do dia. Os agentes que não tinham o raro privilégio dado a Lucy de se comunicar diretamente com o coordenador a qualquer hora do dia ou da noite - os privilegiados eram apenas um
punhado e ignoravam o favor a eles feito - ditavam seus relatórios a máquinas registradoras ou aos colaboradores de Hedrock, que se revezavam de oito em oito horas. De tempos em tempos, Hedrock encontrava um relatório sucinto que exigia uma pesquisa mais acurada. Trabalhava sem mau-humor, sem pressa, consagrando a cada relatório o tempo que considerava necessário. Às dez horas e meia chamou o cruzador que vigiava no céu verticalmente sobre a Casa onde Lucy já devia ter entrado. Durante um instante, contemplou a imagem telescópica que lhe enviava seu interlocutor: uma casinha de boneca perdida na verdura. E voltou a seu trabalho.
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punhado e ignoravam o favor a eles feito - ditavam seus relatórios a máquinas<br />
registradoras ou aos colaboradores de Hedrock, que se revezavam de oito <strong>em</strong> oito<br />
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