17.04.2013 Views

Download em PDF - Le Livros

Download em PDF - Le Livros

Download em PDF - Le Livros

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

(NOTA DO AUTOR: A notícia acima não diz que a polícia, descontente com, o caso,<br />

procurou contatar McAllister para um interrogatório, mas não conseguiu localizá-lo.<br />

Passaram-se s<strong>em</strong>anas; até agora ele não foi achado.<br />

Que terá acontecido a McAllister desde o momento <strong>em</strong> que encontrou aberta a<br />

porta da loja de armas?)<br />

Havia algo de estranho na porta da loja de armas. Bastara-lhe encostar a mão nela<br />

para que se abrisse. E quando a <strong>em</strong>purrou, parecia não ter peso. Era isso o que mais<br />

o espantava.<br />

Ficou paralisado pela estupefação. Pouco antes, quando Clayton a sacudira, aquela<br />

porta estava trancada. Aquilo parecia uma advertência...<br />

- Deixe comigo, McAllister - gritou o policial, atrás dele.<br />

O interior da loja estava escuro e McAllister não conseguia enxergar além das<br />

trevas que reinavam na parte de dentro. Seu instinto profissional foi mais forte: deu<br />

um passo para dentro da escuridão. Com, o rabo do olho, via a mão do inspetor<br />

avançando para a maçaneta que ele acabara de largar. Se dependesse de Clayton,<br />

tinha certeza, nenhum jornalista entraria naquela loja. S<strong>em</strong> perder o policial de vista,<br />

ia penetrar na escuridão da loja de armas quando aconteceu uma coisa incrível: a<br />

maçaneta esquivou-se da mão do inspetor.<br />

Deformou-se curiosamente e desfez-se como se fosse, não de matéria, mas de<br />

energia. E a porta chocou-se com, o calcanhar de McAllister, num contato quase<br />

imaterial. Antes que pudesse refletir ou reagir, levado por seu próprio impulso, havia<br />

entrado. Assim que respirou na escuridão, teve a agoniante impressão de que seus<br />

nervos arrebentavam. A porta fechou-se. O mal-estar dissipou-se. À sua frente<br />

aparecia a decoração brilhant<strong>em</strong>ente iluminada da loja. Atrás, coisas incríveis!<br />

Incapaz de pensar, ficou imóvel, o corpo paralisado numa atitude desajeitada.<br />

Embora só tivesse uma vaga idéia do que o cercava, tinha, <strong>em</strong> compensação, uma<br />

exata consciência do instante <strong>em</strong> que se produziria a rutura: numa fração de<br />

segundo, no momento <strong>em</strong> que franqueara a soleira da porta, fora como que<br />

seccionado, isolado, do mundo exterior.<br />

Não havia mais trevas impenetráveis, n<strong>em</strong> Inspetor Clayton. Ou a multidão<br />

<strong>em</strong>basbacada e barulhenta. Também haviam desaparecido as fachadas <strong>em</strong> mal<br />

estado das lojas existentes na rua. Na verdade, não havia mesmo mais a rim, mas<br />

um aprazível parque e, por trás dele, no luminoso sol do entardecer, o perfil de uma<br />

imensa cidade. Nas suas costas, uma voz cheia e musical de mulher disse:<br />

- Vai querer uma arma?<br />

McAllister virou-se. Seu movimento foi a reação automática a um som. E porque<br />

tudo ainda lhe parecia um sonho, a visão da cidade dissolveu-se quase<br />

instantaneamente; a sua mente focalizou-se na moça que vinha lentamente do fundo<br />

da loja. Por alguns instantes, não conseguiu pensar claramente. A convicção de que<br />

deveria dizer alguma coisa misturava-se com a primeira impressão causada pela<br />

aparência da moça. O corpo era esguio e b<strong>em</strong> feito e ela sorria agradavelmente. Os<br />

olhos eram castanhos e o cabelo ondulado também. Seu vestido e as sandálias<br />

simples pareciam tão normais à primeira vista, que ele não lhes deu maior atenção.<br />

Conseguiu dizer:<br />

- O que eu não posso compreender é por que o policial que tentou me seguir não<br />

conseguiu entrar. E onde está ele agora?<br />

Para surpresa sua, o sorriso da moça tomou um ar de desculpa:<br />

- Sab<strong>em</strong>os que as pessoas acham ridículo nós ainda insistirmos neste feudo<br />

antigo.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!