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CAPÍTULO SEXTO<br />
A primeira noite de Cayle Clark na Cidade Imperial foi horrível. Depois de uma<br />
refeição dispendiosa num restaurante automático, tinha voltado ao quarto que<br />
alugara. Estava pouco à vontade e dormiu muito mal, acordando no dia seguinte<br />
sentindo-se cansado e infeliz.<br />
Saiu e ficou andando s<strong>em</strong> rumo pela cidade. Quando se viu defronte do Palácio<br />
dos Tostões, um estabelecimento de jogo famoso, na conhecida Avenida da Sorte,<br />
viu uma possibilidade de diminuir sua depressão e, cedendo à tentação, entrou.<br />
De acordo com um guia da cidade, dedicado unicamente a esta avenida e às suas<br />
salas de jogo, os proprietários do Palácio dos Tostões colocaram "letreiros luminosos<br />
que modestamente declaravam que era possível qualquer um entrar com um tostão<br />
no bolso e sair com um milhão, de créditos, naturalmente". Se isto realmente já<br />
tinha acontecido, os letreiros não diziam.<br />
O artigo terminava generosamente: "O Palácio dos Tostões se distingue por ter<br />
mais máquinas com uma oportunidade de cinqenta por cento, que qualquer outro<br />
estabelecimento na Avenida da Sorte. "<br />
Isto interessava a Cayle, isto e o fato de as apostas ser<strong>em</strong> baixas. Os seus planos<br />
imediatos não inclu<strong>em</strong> o propósito de sair com um milhão de créditos. Queria uns<br />
quinhentos créditos para começar. Depois... b<strong>em</strong>, depois talvez pensasse <strong>em</strong> alargar<br />
seus horizontes.<br />
Fez a sua primeira aposta numa máquina que jogava as palavras par e ímpar num<br />
receptáculo iluminado profusamente. Depois de jogar dez de cada uma das palavras<br />
dentro do líquido, ou o que parecia ser uma substância líquida, aquele sofria uma<br />
transformação química, depois da qual apenas uma palavra ficava na superfície. As<br />
outras dezenove desapareciam por uma tela, depois de afundar.<br />
As palavras vencedoras boiavam facilmente na superfície e de certa forma<br />
acionavam o mecanismo que pagava aos ganhadores, automaticamente. Cayle ouviu<br />
o clique da derrota.<br />
Dobrou a aposta e desta vez ganhou. Separou a aposta inicial e continuou jogando<br />
só com o lucro. As luzes intrincadas dançaram, o líquido brincava com as palavras e<br />
depois só uma permanecia na superfície, par. O som agradável de dinheiro rolando<br />
<strong>em</strong> sua direção acariciava os ouvidos de Cayle. Ele iria ouvir aquele som muitas<br />
vezes na próxima hora e meia; apesar do fato de jogar cuidadosamente e somente<br />
com tostões, ganhou mais de cinco créditos.<br />
Finalmente, cansado, dirigiu-se ao restaurante anexo. Quando retornou à sala de<br />
jogo, notou um jogo no qual o jogador tinha maior participação pessoal.<br />
Colocava-se o dinheiro numa abertura e então aparecia uma alavanca. Quando<br />
esta era acionada, começava um jogo de luzes. Essa seqência era muito rápida e<br />
finalmente se decidia entre o vermelho ou preto. No fundo era apenas uma variação<br />
do par e ímpar do jogo anterior e tinha as mesmas probabilidades de ganhar.<br />
Cayle colocou meio crédito na abertura, acionou a alavanca e perdeu. Sua segunda<br />
aposta falhou igualmente e a terceira também. Na quarta vez, finalmente, sua cor