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- Olhe, você não mudou de idéia a respeito do Jor ficar de guarda diante da loja, mudou? O prefeito estava ficando impaciente: - Escute, Fara, deixe que as autoridades constituídas tomem conta deste caso. - Mas você vai deixar o Jor de guarda, não vai? O prefeito, cada vez mais impaciente disse: - Prometi, não foi? Pois assim será. Agora, você ainda quer comprar tempo no telestate? São 15 créditos por minuto. Como seu amigo, acho que está jogando dinheiro fora. Nunca foram apanhados com uma declaração falsa até hoje. Fara respondeu aborrecido: - Ponha dois anúncios, um pela manhã e outro à noite. - Está bem. Desmentiremos tudo. Boa-noite. Apagou-se a imagem do telestate. Fara continuou sentado. Um novo pensamento endurecia-lhe o rosto. "Esse nosso filho... vamos ter que pôr as cartas na mesa. Ou ele vai trabalhar comigo na oficina ou não recebe mais mesada." Creel disse: - Você está tratando o rapaz errado. Ele está com 23 anos e você o trata como se fosse uma criança. Lembre-se, com 23 anos você era um homem casado. - Foi diferente - disse Fara. - Eu tinha senso de responsabilidade. Sabe o que ele fez esta noite? Ele não entendeu muito bem a resposta. Por um momento, teve a impressão de que ela dissera: - Não; de que maneira você o humilhou primeiro? Fara apressou-se a responder: - Ele se recusou, em frente a toda gente da cidade, a me ajudar. Ele é mau, muito mau. - Sim, é verdade - disse ela com amargura - ele é mau. Tenho certeza de que você não percebe o quanto ele o é. É frio como o aço, mas sem ter a sua resistência ou a sua integridade. Custou muito, mas agora está até odiando a mim, por ter ficado do seu lado mesmo quando sabia que você não tinha razão. - O quê? - perguntou Fara espantado; depois disse: - Vamos, vamos, minha querida; estamos os dois perturbados. Vamos dormir. Dormiu mal naquela noite.
CAPÍTULO TERCEIRO Houve dias em que a convicção de que aquela era uma luta pessoal entre ele e a casa de armas, pesava fortemente sobre Fara. Ainda que estivesse fora de seu caminho, estabeleceu um trajeto, na ida e na volta do trabalho, que passava em frente à casa de armas, parando sempre para falar com o policial Jor. No quarto dia o policial não estava lá. A princípio, Fara esperou pacientemente. Depois, começou a zangar-se. Finalmente, foi à sua loja e ligou para a casa de Jor. Jor não estava. Segundo a mulher dele, Jor estava montando guarda à casa de armas. Fara hesitou. Sua própria loja estava entulhada de serviço e ele teve um sentimento de culpa por ter negligenciado os seus clientes pela primeira vez na vida. Já na rua, viu uma grande multidão aglomerando-se em frente à loja de armas. Fara apressou-se. Um conhecido falou-lhe, excitado: - Jor foi assassinado, Fara! - Assassinado! Fara estacou, imóvel, e pela primeira vez deixou de ter plena consciência do pensamento que lhe percorria a mente: satisfação. Agora, mesmo os soldados terão que agir. Falou, vagarosamente: - O corpo. Onde está? - Lá dentro. - Quer dizer que essa corja o matou e levou o corpo para dentro? - Ninguém viu o assassinato - disse outro homem - mas ele desapareceu e ninguém o vê há três horas. O prefeito comunicou-se com a loja pelo telestate, mas eles afirmam que não sabem nada a respeito. Bem, eles não vão sair dessa tão facilmente. O prefeito foi telefonar para os soldados de Ferd, para que eles tragam alguns canhões bem grandes. - Canhões? Sim, essa será a solução e os soldados terão que vir, é claro - disse Fara. Fara balançou afirmativamente a cabeça em sua imensa certeza de que agora os soldados imperiais teriam que agir, pois não havia mais desculpa. Começou a dizer algo a respeito do que faria a Imperatriz quando soubesse que um homem perdeu a vida porque os soldados fugiram ao seu dever, mas suas palavras foram afogadas por um grito: - Aí vem o prefeito. Ei, Sr. Prefeito, quando é que os canhões atômicos entrarão em ação? Outros gritos da mesma natureza fizeram-se ouvir, enquanto o autoplano do prefeito aterrissava suavemente. Algumas das perguntas deviam ter chegado aos ouvidos de sua excelência, pois ele postou-se de pé em sua viatura aberta e levantou a mão, pedindo silêncio. Para espanto de Fara, o homem o fixou acusadoramente. Fara balançou a cabeça, perplexo ante aquele olhar, recuando involuntariamente, quando o prefeito apontou-lhe o dedo e disse numa voz trêmula: - Aí está o homem, o responsável pelas encrencas que se abateram sobre nós. Dê
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CAPÍTULO TERCEIRO<br />
Houve dias <strong>em</strong> que a convicção de que aquela era uma luta pessoal entre ele e a<br />
casa de armas, pesava fort<strong>em</strong>ente sobre Fara. Ainda que estivesse fora de seu<br />
caminho, estabeleceu um trajeto, na ida e na volta do trabalho, que passava <strong>em</strong><br />
frente à casa de armas, parando s<strong>em</strong>pre para falar com o policial Jor. No quarto dia<br />
o policial não estava lá.<br />
A princípio, Fara esperou pacient<strong>em</strong>ente. Depois, começou a zangar-se.<br />
Finalmente, foi à sua loja e ligou para a casa de Jor. Jor não estava. Segundo a<br />
mulher dele, Jor estava montando guarda à casa de armas. Fara hesitou. Sua própria<br />
loja estava entulhada de serviço e ele teve um sentimento de culpa por ter<br />
negligenciado os seus clientes pela primeira vez na vida.<br />
Já na rua, viu uma grande multidão aglomerando-se <strong>em</strong> frente à loja de armas.<br />
Fara apressou-se. Um conhecido falou-lhe, excitado:<br />
- Jor foi assassinado, Fara!<br />
- Assassinado!<br />
Fara estacou, imóvel, e pela primeira vez deixou de ter plena consciência do<br />
pensamento que lhe percorria a mente: satisfação. Agora, mesmo os soldados terão<br />
que agir. Falou, vagarosamente:<br />
- O corpo. Onde está?<br />
- Lá dentro.<br />
- Quer dizer que essa corja o matou e levou o corpo para dentro?<br />
- Ninguém viu o assassinato - disse outro hom<strong>em</strong> - mas ele desapareceu e<br />
ninguém o vê há três horas. O prefeito comunicou-se com a loja pelo telestate, mas<br />
eles afirmam que não sab<strong>em</strong> nada a respeito. B<strong>em</strong>, eles não vão sair dessa tão<br />
facilmente. O prefeito foi telefonar para os soldados de Ferd, para que eles tragam<br />
alguns canhões b<strong>em</strong> grandes.<br />
- Canhões? Sim, essa será a solução e os soldados terão que vir, é claro - disse<br />
Fara.<br />
Fara balançou afirmativamente a cabeça <strong>em</strong> sua imensa certeza de que agora os<br />
soldados imperiais teriam que agir, pois não havia mais desculpa. Começou a dizer<br />
algo a respeito do que faria a Imperatriz quando soubesse que um hom<strong>em</strong> perdeu a<br />
vida porque os soldados fugiram ao seu dever, mas suas palavras foram afogadas<br />
por um grito:<br />
- Aí v<strong>em</strong> o prefeito. Ei, Sr. Prefeito, quando é que os canhões atômicos entrarão<br />
<strong>em</strong> ação?<br />
Outros gritos da mesma natureza fizeram-se ouvir, enquanto o autoplano do<br />
prefeito aterrissava suav<strong>em</strong>ente. Algumas das perguntas deviam ter chegado aos<br />
ouvidos de sua excelência, pois ele postou-se de pé <strong>em</strong> sua viatura aberta e levantou<br />
a mão, pedindo silêncio. Para espanto de Fara, o hom<strong>em</strong> o fixou acusadoramente.<br />
Fara balançou a cabeça, perplexo ante aquele olhar, recuando involuntariamente,<br />
quando o prefeito apontou-lhe o dedo e disse numa voz trêmula:<br />
- Aí está o hom<strong>em</strong>, o responsável pelas encrencas que se abateram sobre nós. Dê