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CAPÍTULO SEGUNDO<br />
Dentro, haviia um silêncio anormal. Nenhum som vinha da noite de onde chegara.<br />
Fara avançou cautelosamente, o chão atapetado abafando seus passos. Os olhos<br />
acostumaram-se à iluminação suave que parecia <strong>em</strong>anar das paredes e do teto. A<br />
familiar iluminação atômica foi como um tônico para seus nervos. Sentindo-se mais<br />
seguro, começou a olhar à sua volta. O lugar parecia bastante normal. Era uma loja<br />
e estava mobiliada escassamente. Havia vitrines nas paredes e no chão, muito<br />
bonitas mas nada de muito especial - e não eram muitas, uma dúzia talvez. Ao<br />
fundo, uma porta dupla que dava para uma outra sala.<br />
Tentou ficar de olho naquela porta enquanto examinava as vitrines, cada uma<br />
contendo três ou quatro armas montadas ou expostas <strong>em</strong> caixas ou nos coldres.<br />
Fara pensava na possibilidade de agarrar uma destas armas e quando alguém viesse,<br />
obrigá-lo a sair para que Jor pudesse prendê-lo. Atrás dele, um hom<strong>em</strong> perguntou<br />
calmamente:<br />
- O senhor deseja comprar uma arma?<br />
Fara virou-se de um salto. Uma súbita fúria apossou-se dele, pois a chegada do<br />
<strong>em</strong>pregado da loja fizera fracassar seu plano. A raiva cedeu ao verificar que o<br />
<strong>em</strong>pregado era um senhor de boa aparência, grisalho, mais velho do que ele mesmo.<br />
Isso era desconcertante. Fara tinha um respeito imenso e quase automático por<br />
pessoas mais velhas. Finalmente respondeu, desajeitado:<br />
- Sim, sim, uma arma.<br />
- Para que finalidade? - perguntou o hom<strong>em</strong> com sua voz calma.<br />
Fara sentiu-se incapaz de outra coisa, a não ser olhá-lo. Gostaria de dizer o que<br />
pensava deles. Mas a idade avançada do seu interlocutor travava-lhe a língua. Só<br />
com grande força de vontade conseguiu dizer:<br />
- Para caçar - estas palavras plausíveis deram-lhe maior força. Sim, exatamente,<br />
para caçar. Há um lago mais ao norte daqui - continuou - e...<br />
Parou de falar, aborrecido; não estava preparado para este ato de desonestidade.<br />
Disse secamente:<br />
- Para caçar.<br />
Fara recuperara o autodomínio. Odiou o hom<strong>em</strong> por tê-lo colocado numa situação<br />
tão desvantajosa. Ficou observando-o abrir uma das vitrines e retirar uma arma<br />
verde reluzente. Quando o hom<strong>em</strong> se virou para ele, com a arma na mão, Fara<br />
estava pensando: "Muito espertos, usar o velho como fachada". Esta mesma<br />
esperteza os havia feito escolher o terreno do Sr. Harris. Estendeu a mão para pegar<br />
a arma, mas o hom<strong>em</strong> não a entregou.<br />
- Antes que eu possa deixá-lo experimentar esta arma, vejo-me obrigado a<br />
informá-lo, de acordo com os regulamentos das Casas de Armas, das condições sob<br />
as quais lhe é permitido adquiri-la. Nós, os Fabricantes de Armas, aperfeiçoamos um<br />
tipo de revólver que pode, dentro da sua especialidade, destruir qualquer máquina<br />
ou objeto feito do que se chama matéria. Desta maneira, qu<strong>em</strong> quer que seja que<br />
possua uma de nossas armas é mais do que um páreo para qualquer soldado da