17.04.2013 Views

boletim tr/es 2010.285 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.285 - Justiça Federal

boletim tr/es 2010.285 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL<br />

RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:<br />

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-16<br />

ADENILSON VIANA NERY-15, 17, 20, 21, 22, 38, 43, 46<br />

ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-45<br />

ADRIANA ZANDONADE-52<br />

ALAN ROVETTA DA SILVA-45<br />

ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-32<br />

ANA CRISTINA DELACIO ABREU-57<br />

ANA IZABEL VIANA GONSALVES-51<br />

ANA PAULA SANTOS-47<br />

ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-15, 22<br />

ANDRÉ DIAS IRIGON-45, 49<br />

ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-23<br />

ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO-3<br />

ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-40<br />

ARMANDO VEIGA-39<br />

Bruno Medeiros Bastos-24<br />

BRUNO MIRANDA COSTA-10, 3<br />

CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA-47, 55<br />

CARLOS BERKENBROCK-53<br />

CLEBER ALVES TUMOLI-31, 33<br />

CLEBSON DA SILVEIRA-35, 9<br />

CLEI FERNANDES DE ALMEIDA-35<br />

CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA-40<br />

DANIELE PELA BACHETI-12<br />

DAVID GUERRA FELIPE-34<br />

EDGARD VALLE DE SOUZA-18<br />

EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA-27<br />

ELIAS ASSAD NETO-14<br />

ELIETE BONI BITTENCOURT-4<br />

ELINARA FERNANDES SOARES-13<br />

EMILENE ROVETTA DA SILVA-45<br />

ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-16, 17, 43, 56<br />

FELIPE DE SOUZA COSTA COLA-3<br />

FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO-3<br />

GILSON GUILHERME CORREIA-6<br />

GUILHERME STINGUEL GIORGETTE-19<br />

GUSTAVO CABRAL VIEIRA-23<br />

GUSTAVO FERREIRA DE PAULA-11<br />

GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS-25, 36, 56<br />

HELTON TEIXEIRA RAMOS-57<br />

JEFFERSON CORREA DE SOUZA-6<br />

JOAO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY-28<br />

JUBIRA SILVIO PICOLI-8<br />

KARINA ACACIA DO PRADO-41<br />

Karina Rocha Mitleg Bayerl-32, 48<br />

LEONARDO PIZZOL VINHA-7<br />

LEONARDO QUEIROZ BRINGHENTI-7<br />

LIDIANE DA PENHA SEGAL-9<br />

LILIAN BELISARIO DOS SANTOS-24, 49<br />

LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO-44<br />

LUIS EDUARDO NOGUEIRA MOREIRA-2<br />

Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-1<br />

LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-33


MARCELA REIS SILVA-54<br />

MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-2, 29<br />

MARCELO MATEDI ALVES-7<br />

MARCIA RIBEIRO PAIVA-48<br />

Marcos Figueredo Marçal-12<br />

MARCOS JOSÉ MILAGRE-47<br />

MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI-2, 29<br />

MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-14, 42, 8<br />

MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI-30, 52, 53, 54<br />

MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO-1<br />

NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA-42, 44<br />

OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-13, 39, 5<br />

OSIAS ALVES PENHA-51<br />

PATRÍCIA MARIA MANTHAYA-33<br />

Paulo Henrique Vaz Fidalgo-53<br />

PEDRO INOCENCIO BINDA-19, 34<br />

PRISCILLA FERREIRA DA COSTA-12<br />

RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-40<br />

ROBSON JACCOUD-32<br />

RODRIGO COSTA BUARQUE-27<br />

RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-18, 20, 21, 38, 46, 6<br />

ROGERIO SIMOES ALVES-57<br />

RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-3<br />

ROSEMAR POGGIAN CATERINQUE CARDOZO-41<br />

ROSEMARY MACHADO DE PAULA-11<br />

ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-11, 28<br />

SAYLES RODRIGO SCHUTZ-53<br />

SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-41<br />

SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-5<br />

SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS-2, 29, 30, 50, 57<br />

SIDNEY FERREIRA SCHREIBER-2<br />

SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-2, 4<br />

TAIS MARIA ZANONI-50<br />

TATIANA MARQUES FRANÇA-3<br />

THIAGO WEIGERT MEDICI-2<br />

THIARLEN JUNIOR REZENDE DE SOUZA-12<br />

UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-25, 26, 36, 37, 47, 55<br />

van<strong>es</strong>sa ribeiro fogos-2<br />

WANESSA ALDRIGUES CANDIDO-26<br />

WILLIAM CHARLEY COSTA DE OLIVEIRA-31<br />

Expediente do dia<br />

13/10/2010<br />

1ª Turma Recursal<br />

JUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES<br />

DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL<br />

Nro. Boletim 2010.000285<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

1 - 2007.50.51.000004-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira<br />

Freire Carneiro.) x CAMILA VIANA GRILLO (ADVOGADO: MARTHA HELENA GALVANI CARVALHO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO.


INAPTIDÃO FÍSICA RESTRITA A ATIVIDADES QUE EXIJAM ESFORÇO FÍSICO. INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE<br />

PARA O TRABALHO. MERA LIMITAÇÃO FUNCIONAL.<br />

A perícia judicial, realizada em 24/07/2008, at<strong>es</strong>tou incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho por tempo indeterminado com base no<br />

seguinte diagnóstico: ob<strong>es</strong>idade mórbida, bursite bilateral de ombros, lombalgia, ar<strong>tr</strong>ose nos tornozelos e hipertensão<br />

arterial moderada. Não obstante, o laudo pericial omitiu-se em assegurar existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho no<br />

período anterior ao exame pericial. Por isso, a sentença apenas reconheceu incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho a partir da data<br />

do laudo pericial, 05/08/2008.<br />

A segurada recebeu auxílio-doença até 31/10/2006. O INSS alegou que a perda da qualidade de segurado consumou-se<br />

doze m<strong>es</strong><strong>es</strong> depois. Assim, no momento em que a sentença reconheceu a incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, 05/08/2008, a<br />

recorrida já não <strong>es</strong>taria filiada à previdência social.<br />

O laudo pericial se eximiu de confirmar a existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho em momento anterior à perícia. Não<br />

afastou a possibilidade de que a doença incapacitante já <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se consolidada no passado, apenas r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu-se a não<br />

emitir parecer conclusivo por falta de subs<strong>tr</strong>ato documental sobre o <strong>es</strong>tado pretérito.<br />

A lacuna deixada pelo laudo pericial é suprida por at<strong>es</strong>tado de médico assistente lavrado em 23/11/2006, segundo o qual o<br />

quadro de poliar<strong>tr</strong>ose, compr<strong>es</strong>são de raiz nervosa na coluna lombar e tendinite no ombro <strong>es</strong>querdo causava incapacidade<br />

para o <strong>tr</strong>abalho (fl. 25). São admissíveis como fonte de prova complementar os at<strong>es</strong>tados de médico assistente que sejam<br />

contemporâneos ao momento do cancelamento do benefício e que revelem dados convergent<strong>es</strong> com o laudo pericial. A<br />

similaridade de diagnósticos en<strong>tr</strong>e o laudo pericial judicial e o at<strong>es</strong>tado de médico sugere que o <strong>es</strong>tado de incapacidade<br />

para o <strong>tr</strong>abalho persistiu sem solução de continuidade d<strong>es</strong>de 31/10/2006.<br />

Em 23/11/2006, a perícia médica do INSS relatou ob<strong>es</strong>idade e sinal de Laségue positivo, mas d<strong>es</strong>cartou incapacidade para<br />

o <strong>tr</strong>abalho (fl. 100). En<strong>tr</strong>etanto, os apontamentos feitos pelo perito do INSS dão r<strong>es</strong>paldo à conclusão do médico assistente.<br />

Uma das causas da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, a ob<strong>es</strong>idade, foi confirmada pela perícia do INSS. E o sinal de Lasègue<br />

positivo indica dor na região lombar. Esse sinal é examinado da seguinte forma. O paciente fica deitado, relaxado e com o<br />

p<strong>es</strong>coço em posição neu<strong>tr</strong>a. Com uma das mãos, é imobilizado o osso ilíaco e com a ou<strong>tr</strong>a, segurando o tornozelo,<br />

levanta-se a perna com o joelho <strong>es</strong>tendido. O sinal é considerado positivo quando há exacerbação da dor em um ângulo<br />

en<strong>tr</strong>e 5º e 45º en<strong>tr</strong>e o membro inferior afetado e o plano horizontal. O sinal de Lasègue positivo significa que a p<strong>es</strong>soa<br />

examinada não suporta a manobra dos membros inferior<strong>es</strong>.<br />

Comprovada a persistência da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, fica prejudicada a alegação de perda da qualidade de<br />

segurado.<br />

A inaptidão para atividad<strong>es</strong> p<strong>es</strong>adas não configura mera r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ição funcional, mas genuína incapacidade física para a<br />

atividade rural. É inverossímil que uma p<strong>es</strong>soa inapta a realização de <strong>es</strong>forço físico consiga assegurar o sustento próprio<br />

com o normalmente d<strong>es</strong>gastante labor na roça. As r<strong>es</strong><strong>tr</strong>içõ<strong>es</strong> funcionais que impeçam o <strong>tr</strong>abalhador de atingir<br />

produtividade equivalente à média de rendimento alcançada, em condiçõ<strong>es</strong> normais, pelos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> da m<strong>es</strong>ma<br />

categoria profissional são suficient<strong>es</strong> para caracterizar a incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho. Se a limitação funcional não impedir<br />

o segurado de exercer parcela das funçõ<strong>es</strong> próprias da atividade habitual, mas implicar redução significativa da<br />

produtividade a ponto de inviabilizar auferir salário próximo daquele recebido ant<strong>es</strong> da doença, caracteriza-se a<br />

incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho. Entendimento em sentido con<strong>tr</strong>ário implica d<strong>es</strong>r<strong>es</strong>peito ao princípio constitucional da<br />

dignidade da p<strong>es</strong>soa humana (art. 1º, III, da Constituição <strong>Federal</strong>).<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

2 - 2003.50.50.022216-0/01 WILSON ALVES GUIMARAES (ADVOGADO: LUIS EDUARDO NOGUEIRA MOREIRA,<br />

SIDNEY FERREIRA SCHREIBER, THIAGO WEIGERT MEDICI, MARCELO CARVALHINHO VIEIRA, van<strong>es</strong>sa ribeiro<br />

fogos, MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI, SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.) x OS MESMOS.<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2003.50.50.022216-0/01<br />

Recorrente : WILSON ALVES GUIMARÃES e INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

Recorrido : OS MESMOS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL - RECURSOS CONHECIDOS E<br />

IMPROVIDOS – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS<br />

1. Trata-se de recursos inominados interpostos por WILSON ALVES GUIMARÃES e INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO<br />

SOCIAL con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fls. 55/60, que julgou parcialmente procedent<strong>es</strong> os pedidos formulados na exordial,


econhecendo o caráter <strong>es</strong>pecial do serviço pr<strong>es</strong>tado pelo autor no período de 13/12/1972 a 31/01/1974, como mecânico,<br />

na empr<strong>es</strong>a Cia Cons<strong>tr</strong>utora Comercial e Importadora (CCCI), bem como para condenar o INSS ao cômputo do referido<br />

período como tempo de serviço <strong>es</strong>pecial.<br />

2. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, argúi o autor, preliminarmente, a nulidade da sentença recorrida, por cerceio de def<strong>es</strong>a, em<br />

razão do indeferimento da produção de prova t<strong>es</strong>temunhal que serviria para demons<strong>tr</strong>ar a natureza do <strong>tr</strong>abalho realizado<br />

no período em que <strong>es</strong>tagiou na Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). No mérito, pugna pela reforma da sentença e pela<br />

condenação do réu ao averbamento do tempo de serviço pr<strong>es</strong>tado como <strong>es</strong>tagiário em oficina mecânica, na CVRD, de<br />

07/02/1972 a 30/11/1972. Alega que demons<strong>tr</strong>ou a<strong>tr</strong>avés de documentos que <strong>tr</strong>abalhou em condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais de forma<br />

habitual e permanente, com jornada de 08 horas diárias, com subordinação e mediante salário, fazendo as m<strong>es</strong>mas<br />

atividad<strong>es</strong> que um empregado normal, cuja r<strong>es</strong>ponsabilidade era de nível de empregado, e não <strong>es</strong>tagiário, tendo a CVRD<br />

maquiado um verdadeiro con<strong>tr</strong>ato de <strong>tr</strong>abalho, circunstâncias que seriam comprovadas pela produção da prova<br />

t<strong>es</strong>temunhal que requereu. Afirma que uma de suas t<strong>es</strong>temunhas, Sr. Américo Velloso, ajuizou ação (n.<br />

2003.50.50.030044-3) com os m<strong>es</strong>mos pedidos do recorrente, com <strong>es</strong>tágio pr<strong>es</strong>tado no m<strong>es</strong>mo período que o autor, tendo<br />

sido julgada improcedente e, posteriormente, reformada por <strong>es</strong>ta Egrégia Turma Recursal, que entendeu que as provas<br />

demons<strong>tr</strong>adas pela parte demons<strong>tr</strong>aram o <strong>es</strong>tágio com exposição a agent<strong>es</strong> insalubr<strong>es</strong>, reconhecendo o tempo de serviço<br />

para fins previdenciários, consoante cópias anexas ao recurso.<br />

3. O réu, por sua vez, alega que, embora os agent<strong>es</strong> nocivos à saúde, para fins de obtenção da aposentadoria <strong>es</strong>pecial,<br />

<strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>sem expr<strong>es</strong>sos nos Decretos 53.831/64 e 83.080/79, a caracterização da exposição do <strong>tr</strong>abalhador a <strong>es</strong>t<strong>es</strong> agent<strong>es</strong><br />

deveria ter sido comprovada a<strong>tr</strong>avés de perícia técnica realizada por Engenheiro do Trabalho. Afirma que, no caso<br />

concreto, o laudo de fl. 20 não indica que o autor ficava exposto de forma habitual e permanente aos supostos agent<strong>es</strong><br />

agr<strong>es</strong>sivos e que, além disso, não há indicação nos autos de como se chegou ao índice de ruídos lá apontado. Aduz não<br />

ter sido comprovada a exposição do autor a agent<strong>es</strong> agr<strong>es</strong>sor<strong>es</strong> acima do limite de tolerância, de forma habitual e<br />

permanente, devendo ser julgado totalmente improcedente o pleito inicial.<br />

4. Não prospera a argüição de nulidade da sentença. O autor não requereu, na petição inicial, a d<strong>es</strong>caracterização do<br />

<strong>es</strong>tágio e o reconhecimento de vínculo de emprego no período, postulando, tão-somente, o cômputo d<strong>es</strong>sa atividade como<br />

tempo de serviço, para fins previdenciários. A qu<strong>es</strong>tão, como observou o juízo de origem, r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingia-se à vinculação da<br />

atividade ao regime geral de previdência social, tornando supérflua a produção de prova t<strong>es</strong>temunhal.<br />

5. Embora a Lei 5.890/1973 tenha possibilitado que o <strong>es</strong>tagiário figurasse como segurado, não o enquadrou como<br />

segurado obrigatório, consoante os termos do seu artigo quinto. Se dos ganhos do autor não foi d<strong>es</strong>contada con<strong>tr</strong>ibuição<br />

para financiar o sistema previdenciário e se não foi impugnada, na petição inicial, a regularidade do <strong>es</strong>tágio, com a<br />

consequente <strong>tr</strong>ansformação do m<strong>es</strong>mo em vínculo de emprego, é incabível o cômputo d<strong>es</strong>se período para fins de<br />

aposentadoria, nos termos do art. 4º da Lei 6.494/77. Precedent<strong>es</strong> do C. STJ (REsp 617689, Relator Minis<strong>tr</strong>o Gilson Dipp,<br />

DJ 07/06/2004, p. 281).<br />

6. Ainda que o acórdão proferido por <strong>es</strong>ta Turma Recursal, em ou<strong>tr</strong>a ação envolvendo parte distinta, não <strong>tr</strong>aga vinculação à<br />

matéria fática examinada nos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, a parte autora sequer fez prova de suas alegaçõ<strong>es</strong>, não tendo anexado a<br />

seu recurso a cópia do acórdão que supostamente proferiu r<strong>es</strong>ultado semelhante ao pretendido.<br />

7. De acordo com o art. 70, § 1º do Decreto nº 3.048/99,”a caracterização e a comprovação do tempo de atividade sob<br />

condiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais obedecerá ao disposto na legislação em vigor na época da pr<strong>es</strong>tação do serviço”. Diante do exposto,<br />

temos que, até 28/04/1995 eram aplicados o Anexo ao Decreto nº 53.831/64 e os Anexos I e II ao Decreto nº 83.080/79.<br />

De 29/04/1995 (Lei nº 9.032/95) até 05/03/1997, o tema foi regido pelo item 1 e subitens do Anexo ao Decreto nº 53.831/64<br />

e pelo Anexo I do Decreto nº 83.080/79. De 06/03/1997 (Decreto nº 2.172/97) a 06/05/1999, aplicava-se o Anexo IV ao<br />

Decreto nº 2.172/97 e, a partir de 07/05/1999 (Decreto nº 3.048/99), era aplicado o Anexo IV do Decreto nº 3.048/99.<br />

8. Sendo assim, nenhum reparo merece a r. sentença que concluiu que, no caso em tela, as atividad<strong>es</strong> d<strong>es</strong>envolvidas pelo<br />

autor, como mecânico, no período de 13/12/1972 a 31/01/1974, na empr<strong>es</strong>a CCCI, enquadram-se no item 1.1.6 (ruído<br />

acima de 80 dB) e no item 1.2.11 (tóxicos orgânicos: gas<strong>es</strong> derivados de carbono, gasolina, e ou<strong>tr</strong>os) do Decreto<br />

53.831/64; bem como no item 1.1.5 (ruído acima de 90 dB) do Decreto 72.771/73, r<strong>es</strong>tando configurado o seu caráter<br />

prejudicial à saúde ou à integridade física (atividad<strong>es</strong> <strong>es</strong>peciais). Regis<strong>tr</strong>e-se que, para que a atividade seja considerada<br />

<strong>es</strong>pecial, não há base legal para que se exijam informaçõ<strong>es</strong> sobre o nível de ruído além daquela que consta do laudo<br />

técnico de fl. 20: “O empregado durante <strong>es</strong>te período <strong>es</strong>tava exposto ao agente agr<strong>es</strong>sivo ruído em caráter habitual e<br />

permanente, durante toda a jornada de <strong>tr</strong>abalho, de 91 dB(A), proveniente dos equipamentos: compr<strong>es</strong>sor, pá mecânica,<br />

<strong>es</strong>cavadeiras, etc.”<br />

9. Recursos conhecidos e improvidos.<br />

10. Sem custas pelas part<strong>es</strong>, ante a disposição contida no art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996 e ante a conc<strong>es</strong>são da assistência<br />

judiciária gratuita ao autor (fl. 60). Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS<br />

INOMINADOS, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA


SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

3 - 2007.50.50.010395-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x FLORIANO PETERS (ADVOGADO: ANDRESSA POZES TIRADENTES RIBEIRO, TATIANA MARQUES<br />

FRANÇA, RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS, FERNANDO DA FONSECA RESENDE RIBEIRO, FELIPE DE SOUZA<br />

COSTA COLA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INACUMULABILIDADE COM PERÍODO DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE<br />

REMUNERADA. FATO NOVO INCONTROVERSO. AFASTAMENTO DA REGRA DE PRECLUSÃO TEMPORAL.<br />

O recorrido recebeu auxílio-doença até 20/03/2007. Novo benefício foi concedido com efeitos financeiros a partir de<br />

02/10/2007. A sentença condenou o INSS a pagar os proventos de auxílio-doença re<strong>tr</strong>oativos ao período intercalado en<strong>tr</strong>e<br />

os dois benefícios, ou seja, en<strong>tr</strong>e 21/03/2007 e 01/10/2007.<br />

Somente na ocasião do recurso o INSS alegou que, depois da c<strong>es</strong>sação do primeiro auxílio-doença, o recorrido teria<br />

voltado a <strong>tr</strong>abalhar, auferindo salário até 17/09/2007, data de afastamento do <strong>tr</strong>abalho. Embora se <strong>tr</strong>ate de alegação nova,<br />

foi amparada em documento anexo à petição inicial (fl. 39).<br />

Nas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> ao recurso, o recorrido admitiu ter retornado ao <strong>tr</strong>abalho e recebido salário, mas alegou ter <strong>tr</strong>abalhado<br />

m<strong>es</strong>mo sem gozar de plenas condiçõ<strong>es</strong> físicas, tendo sido obrigado a se sacrificar no <strong>tr</strong>abalho para assegurar, diante da<br />

indevida c<strong>es</strong>sação do benefício previdenciário. Alegou preclusão da faculdade do INSS em argüir o fato.<br />

Embora se <strong>tr</strong>ate de fato novo argüido em sede recursal, <strong>tr</strong>ata-se de fato incon<strong>tr</strong>overso, uma vez que o recorrido<br />

reconheceu expr<strong>es</strong>samente a veracidade da alegação do recorrente. Não havendo nec<strong>es</strong>sidade de dilação probatória para<br />

<strong>es</strong>clarecer a matéria fática, tempera-se a regra da preclusão para pr<strong>es</strong>tigiar a verdade real.<br />

O auxílio-doença substitui os rendimentos do <strong>tr</strong>abalho. Se o segurado, ainda que incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho, conseguiu<br />

exercer atividade remunerada em razão da qual efetivamente recebeu salário, não pode auferir auxílio-doença<br />

cumulativamente. Ademais, o fato de ter <strong>tr</strong>abalhado torna pr<strong>es</strong>umível que a aptidão física para o <strong>tr</strong>abalho foi<br />

momentaneamente recuperada.<br />

A dispensa do INSS em pagar os proventos re<strong>tr</strong>oativos de auxílio-doença deve se r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingir ao período em que o recorrido<br />

comprovadamente auferiu remuneração, não abrangendo, porém, o período de quinze dias posterior ao afastamento do<br />

<strong>tr</strong>abalho, diante da falta de comprovação de que o empregador tenha arcado com o pagamento das verbas salariais.<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença quanto à condenação do INSS no pagamento de proventos de<br />

auxílio-doença re<strong>tr</strong>oativos ao período de 21/03/2007 a 17/09/2007.<br />

Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, da<br />

Lei nº 9.099/95). D<strong>es</strong>cartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

4 - 2006.50.50.006166-8/01 ERENITA SCHMIEDEL PASSOS (ADVOGADO: ELIETE BONI BITTENCOURT.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2006.50.50.006166-8/01<br />

Recorrente : ERENITA SCHMIEDEL PASSOS<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – RESTABELECIMENTO –<br />

ATIVIDADE RURAL COMPLEMENTAR – REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR NÃO CONFIGURADO - RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto por ERENITA SCHMIEDEL PASSOS con<strong>tr</strong>a a r. sentença de fl. 113, que<br />

julgou improcedente o pedido de r<strong>es</strong>tabelecimento da aposentadoria por idade.<br />

2. Segundo o juízo de origem, não houve ilegalidade na c<strong>es</strong>sação do benefício da autora, pois r<strong>es</strong>tou comprovado nos<br />

autos que a atividade rural exercida pela autora, de 1985 a 1994, era apenas complementar à renda familiar, o que<br />

impediria o enquadramento da m<strong>es</strong>ma como segurada <strong>es</strong>pecial, em regime de economia familiar.<br />

3. Em suas razõ<strong>es</strong> recursais, alega a recorrente que recebia do Governo do Estado pouco mais de um salário mínimo e


que não possuía condiçõ<strong>es</strong> de sobrevivência, pois é idosa (72 anos) e encon<strong>tr</strong>a-se em <strong>tr</strong>atamento de carcinoma “de pele”,<br />

sendo <strong>es</strong>ta a razão pela qual precisou voltar a <strong>tr</strong>abalhar, até m<strong>es</strong>mo por terapia, pois foi aposentada por invalidez, em<br />

decorrência de depr<strong>es</strong>são, e, por nec<strong>es</strong>sidade financeira e para a recuperação da depr<strong>es</strong>são, foi <strong>tr</strong>abalhar na lavoura.<br />

4. Consoante observou o juízo de origem, o recebimento de aposentadoria <strong>es</strong>tatutária pela autora d<strong>es</strong>caracteriza a<br />

indispensabilidade da atividade rural para a sua subsistência, principalmente considerando-se que a renda mensal da sua<br />

aposentadoria por invalidez é superior ao salário mínimo (fls. 44 e 80, e declaração da própria autora em audiência – fl.<br />

99); que a m<strong>es</strong>ma se separou do seu marido há 9 anos ant<strong>es</strong> do falecimento d<strong>es</strong>te (aproximadamente em 1995); que até<br />

data do falecimento o marido da autora <strong>tr</strong>abalhava na C<strong>es</strong>an (fl. 108), recebendo remuneração superior a R$ 1000,00 (fl.<br />

111).; que até o óbito do seu ex-marido, a autora recebeu pensão alimentícia d<strong>es</strong>contada da aposentadoria d<strong>es</strong>te (fl. 112).<br />

Frise-se que não há prova nos autos de que a autora encon<strong>tr</strong>a-se em <strong>tr</strong>atamento de carcinoma.<br />

5. Diante do que foi exposto e analisado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos argumentos utilizo como razão<br />

de decidir.<br />

6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

7. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, tendo em vista que a recorrente goza do benefício da<br />

assistência judiciária gratuita (fl. 90).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO<br />

INOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

5 - 2009.50.51.000356-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE<br />

MELO.) x LUIZ CARLOS BARCELOS DE AZEVEDO (ADVOGADO: SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃO FÍSICA PARA ATIVIDADE HABITUAL.<br />

IMPERTINÊNCIA DO EXAME DA POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez. Não há, porém, prova de incapacidade para a<br />

atividade habitual do segurado. O laudo pericial avaliou existência de inaptidão definitiva para <strong>tr</strong>abalhos braçais p<strong>es</strong>ados<br />

(qu<strong>es</strong>ito “c”), mas at<strong>es</strong>tou que o recorrido poderia continuar d<strong>es</strong>empenhando a atividade habitual de motorista de ônibus,<br />

para a qual não havia incapacidade laboral (qu<strong>es</strong>itos “d” e “e”).<br />

Não havendo incapacidade para a atividade habitual, é impertinente a avaliação da possibilidade de reabilitação<br />

profissional.<br />

Não foi comprovada a alegação de que o recorrido, por ser portador de diabet<strong>es</strong>, é suscetível a cegueiras momentâneas.<br />

Recurso provido para reformar a sentença, d<strong>es</strong>constituindo a condenação do INSS a conceder aposentadoria por<br />

invalidez. Antecipação de tutela revogada sem efeitos re<strong>tr</strong>oativos, por se <strong>tr</strong>atar de benefício de natureza alimentar.<br />

Precedent<strong>es</strong> do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong>.<br />

O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência<br />

judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar provimento ao recurso<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

6 - 2009.50.52.000167-8/01 JUSCELIA SILVA SANTOS CASTRO (ADVOGADO: GILSON GUILHERME CORREIA,<br />

JEFFERSON CORREA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO<br />

STEPHAN DE ALMEIDA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – ÓBITO OCORRIDO NA VIGÊNCIA DO DECRETO 89.312/84 –


QUALIDADE DE SEGURADO – CARÊNCIA DE DOZE CONTRIBUIÇÕES EMBORA DE MODO INTERMITENTE –<br />

SENTENÇA REFORMADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls. 86/90, que julgou improcedente o pedido<br />

de conc<strong>es</strong>são do benefício de pensão por morte, ante a ausência da qualidade de segurado do de cujus. Alega a<br />

recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que foram juntadas cópias das carteiras de <strong>tr</strong>abalho do seu cônjuge, onde r<strong>es</strong>ta<br />

comprovado que o m<strong>es</strong>mo efetuou con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> previdenciárias por período superior a 12 (doze) m<strong>es</strong><strong>es</strong>, fazendo jus,<br />

portanto, ao benefício de pensão por morte. Por tal motivo, requer a reforma da sentença.<br />

Qualidade de dependente do segurado comprovada, conforme Certidão de Casamento acostada aos autos (fl.25), sendo<br />

<strong>es</strong>ta dependência pr<strong>es</strong>umida por lei, o que lhe garante a percepção de pensão por morte.<br />

Ap<strong>es</strong>ar de o falecido ter ficado por mais de 12 m<strong>es</strong><strong>es</strong> sem con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> (05/1986 a 09/1987) e ter perdido a qualidade de<br />

segurado n<strong>es</strong>se período, tem-se que a perda da qualidade de segurado não atinge os dependent<strong>es</strong> do de cujus, uma vez<br />

que preenchida a carência de 12 (doze) con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> <strong>es</strong>tabelecida inicialmente no Decreto 89.312/84, sendo direito<br />

adquirido da <strong>es</strong>posa, a percepção à pensão deixada por seu cônjuge.<br />

Recurso conhecido e provido. Sentença reformada para reconhecer à autora o direito ao benefício de pensão por morte<br />

d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo.<br />

Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, na forma<br />

do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />

Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa<br />

pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> nos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

7 - 2008.50.50.005873-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LEONARDO QUEIROZ<br />

BRINGHENTI.) x MARIA BEATRIZ FARIA MELEIP (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL<br />

VINHA.).<br />

E M E N T A<br />

ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADES DO SEGURO SOCIAL – GDASS. PRINCÍPIO<br />

CONSTITUCIONAL DA PARIDADE ENTRE SERVIDORES ATIVOS, INATIVOS E PENSIONISTAS.<br />

1. En<strong>tr</strong>e dezembro/2003 a fevereiro/2007, como a avaliação de d<strong>es</strong>empenho individual não foi implementada, a<br />

gratificação, com poucas exceçõ<strong>es</strong>, era paga em valor idêntico a todos os servidor<strong>es</strong> ativos. Tratava-se, pois, de vantagem<br />

genérica, que deve ser <strong>es</strong>tendida em igualdade de condiçõ<strong>es</strong> aos aposentados e pensionistas, conforme art. 7º da<br />

Emenda Constitucional nº 41. A gratificação só assumiria natureza pro labore faciendo quando as avaliaçõ<strong>es</strong> de<br />

d<strong>es</strong>empenho passassem a ser efetuadas, mas o INSS não comprovou a regulamentação da Lei nº 10.855/2004 até<br />

fevereiro/2007.<br />

2. Em relação ao período a partir de março/2007, enquanto o pagamento aos servidor<strong>es</strong> ativos não <strong>es</strong>tiver condicionado<br />

à efetiva aferição do d<strong>es</strong>empenho e da produtividade, a gratificação assume natureza de vantagem genérica, devendo,<br />

pois, ser <strong>es</strong>tendida aos aposentados e pensionistas com base no m<strong>es</strong>mo valor, conforme art. 7º da Emenda Constitucional<br />

nº 41.<br />

3. A alegação de que a sentença teria <strong>es</strong>tendido aos inativos os pontos relativos à parcela institucional da GDASS não<br />

procede, porque a condenação abrangeu apenas os períodos em que nenhuma avaliação – seja individual, seja<br />

institucional – era feita.<br />

4. Recurso parcialmente provido. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do<br />

CPC).<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso. Vitória, 7 de outubro de 2010<br />

8 - 2009.50.51.000773-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA<br />

BARBOSA BRITO.) x GERMANO BILO (ADVOGADO: JUBIRA SILVIO PICOLI.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARCIAL PARA O TRABALHO.<br />

POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. ANÁLISE DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO SEGURADO.<br />

Embora o perito tenha avaliado que a incapacidade laboral definitiva é parcial para atividade que exigisse <strong>es</strong>forço físico, a<br />

sentença corretamente considerou improvável a reinserção no mercado de <strong>tr</strong>abalho, tendo em vista a idade e a experiência<br />

profissional limitada à profissão de pedreiro.<br />

A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. As<br />

condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais do segurado, tais como idade, grau de ins<strong>tr</strong>ução e histórico de atividad<strong>es</strong>, também são relevant<strong>es</strong> para<br />

efeito de definir a real possibilidade de reingr<strong>es</strong>so no mercado de <strong>tr</strong>abalho.


Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

9 - 2008.50.50.005674-8/01 MARIA DA PENHA DE SOUSA (DEF.PUB: LIDIANE DA PENHA SEGAL.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. AUSÊNCIA DE DOCUMENTOS QUE INFIRMEM O LAUDO PERICIAL. FALTA<br />

DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE DE ANALISAR PATOLOGIA NÃO<br />

DESCRITA NA PETIÇÃO INICIAL.<br />

O laudo pericial diagnosticou <strong>tr</strong>anstorno depr<strong>es</strong>sivo leve, mas d<strong>es</strong>cartou existência de alteraçõ<strong>es</strong> psicopatológicas que<br />

con<strong>tr</strong>aindicassem o exercício da atividade laboral. Os documentos juntados pela recorrente não con<strong>tr</strong>ariam o laudo pericial.<br />

Prontuário médico relatou que, poucos dias após a c<strong>es</strong>sação do auxílio-doença, a recorrente se queixou de insônia,<br />

isolamento social, dificuldade de memória e ansiedade. O médico não formulou diagnóstico de doença nem at<strong>es</strong>tou<br />

incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, limitou-se a solicitar exame complementar e a pr<strong>es</strong>crever medicação (fl. 8/verso). At<strong>es</strong>tado<br />

médico emitido alguns m<strong>es</strong><strong>es</strong> após a c<strong>es</strong>sação do benefício limitou-se a certificar que a recorrente <strong>es</strong>tava se submetendo<br />

a <strong>tr</strong>atamento médico para ansiedade e doença do humor, mas não assegurou existir incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho (fl. 25).<br />

Na petição inicial, ao delimitar a causa de pedir, a incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho foi a<strong>tr</strong>ibuída exclusivamente a <strong>tr</strong>anstorno<br />

de natureza neurológica/psiquiá<strong>tr</strong>ica. Assim, ap<strong>es</strong>ar de haver at<strong>es</strong>tado médico e laudo de exame de imagem pertinente a<br />

doença de natureza ortopédica, não havia nec<strong>es</strong>sidade de analisar a aptidão para o <strong>tr</strong>abalho sob o ponto de vista<br />

ortopédico.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

10 - 2009.50.50.000755-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA<br />

COSTA.) x LAURA MARIA DIAS.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE. OMISSÃO DO LAUDO PERICIAL.<br />

ADMISSIBILIDADE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE COMO FONTE DE PROVA COMPLEMENTAR NO<br />

PERÍODO ANTERIOR AO EXAME PERICIAL JUDICIAL.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder auxílio-doença com efeitos financeiros re<strong>tr</strong>oativos à data do requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo. O INSS interpôs recurso alegando a falta de comprovação da incapacidade laboral em momento anterior à<br />

perícia judicial. Pediu para que os efeitos financeiros da decisão judicial re<strong>tr</strong>oajam somente até a data do laudo pericial.<br />

O laudo pericial se eximiu de confirmar a existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho em momento anterior à perícia. O<br />

laudo não afastou a possibilidade de que a doença incapacitante já <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se consolidada no passado, apenas<br />

r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu-se a não emitir parecer conclusivo por falta de subs<strong>tr</strong>ato documental sobre o <strong>es</strong>tado pretérito.<br />

A lacuna deixada pelo laudo pericial é suprida por at<strong>es</strong>tado subscrito por médico assistente, que certificou que a recorrida<br />

<strong>es</strong>tava incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho em razão de patologias diversas cujos sintomas ficariam agravados com o <strong>es</strong>forço<br />

demandado pelo <strong>tr</strong>abalho. São admissíveis como fonte de prova complementar os at<strong>es</strong>tados de médico assistente que<br />

sejam contemporâneos ao momento do cancelamento do benefício e que revelem dados convergent<strong>es</strong> com o laudo<br />

pericial. Tanto o laudo pericial quanto os at<strong>es</strong>tados médicos consideraram como causa da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho<br />

doença na coluna vertebral. A ausência de precisa coincidência no diagnóstico não elimina a convergência en<strong>tr</strong>e laudo<br />

pericial e at<strong>es</strong>tados médicos.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Sem condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, porque a recorrida não <strong>es</strong>tá repr<strong>es</strong>entada por advogado.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

11 - 2009.50.50.000722-5/01 GERSINO DE OLIVEIRA (ADVOGADO: GUSTAVO FERREIRA DE PAULA, ROSEMARY


MACHADO DE PAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO<br />

DA SILVA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. FALTA COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADE PARA O<br />

TRABALHO. ARGUIÇÃO DE NULIDADE DO LAUDO PERICIAL NÃO FUNDAMENTADA.<br />

O laudo pericial at<strong>es</strong>tou existência de seqüela de fratura na perna <strong>es</strong>querda em razão de acidente de motocicleta, com<br />

cica<strong>tr</strong>iz e deformidad<strong>es</strong> irreversíveis, mas d<strong>es</strong>cartou existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho. Posteriormente a perita<br />

<strong>es</strong>clareceu que, ap<strong>es</strong>ar das seqüelas, o recorrente apr<strong>es</strong>entou-se andando normalmente no exame pericial, tendo<br />

conseguido sentar-se, levantar-se, subir e d<strong>es</strong>cer da maca. Sobre a aptidão física para voltar a exercer atividade habitual<br />

de motoboy, conduzindo motocicleta, a perita considerou o qu<strong>es</strong>ito prejudicado, porque na ocasião da perícia o recorrente<br />

teria informado que havia “dado en<strong>tr</strong>ada na renovação de sua habilitação” para dirigir.<br />

A arguição de nulidade do laudo pericial carece de fundamentação.<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

]<br />

12 - 2008.50.50.006830-1/01 JOSÉ LUIZ EFFIGEN (ADVOGADO: DANIELE PELA BACHETI, THIARLEN JUNIOR<br />

REZENDE DE SOUZA, PRISCILLA FERREIRA DA COSTA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. FALTA DE COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE PARA O<br />

TRABALHO. AUXÍLIO-ACIDENTE. AUSÊNCIA DE NEXO DE CAUSALIDADE ENTRE O ACIDENTE E A REDUÇÃO DA<br />

CAPACIDADE PARA O TRABALHO.<br />

O laudo pericial at<strong>es</strong>tou que o recorrente apr<strong>es</strong>entava limitação a mobilidade do ombro direito, mas d<strong>es</strong>cartou a existência<br />

de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, porque a r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ição funcional não prejudicava o exercício da atividade habitual de<br />

supervisor de recursos humanos. Sem comprovação da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho, o recorrente não tem direito à<br />

aposentadoria por invalidez.<br />

O auxílio-acidente é concedido ao segurado quando, após consolidação das l<strong>es</strong>õ<strong>es</strong> decorrent<strong>es</strong> de acidente de qualquer<br />

natureza, r<strong>es</strong>ultarem seqüelas que impliquem redução da capacidade para o <strong>tr</strong>abalho que habitualmente exercia (art. 86 da<br />

Lei nº 8.213/91 com a redação a<strong>tr</strong>ibuída pela Lei nº 9.528/97). Um dos pr<strong>es</strong>supostos para conc<strong>es</strong>são do benefício é a<br />

comprovação do nexo de causalidade en<strong>tr</strong>e o acidente e a redução da capacidade para o <strong>tr</strong>abalho. O laudo pericial<br />

confirmou existência de redução da capacidade funcional em grau mínimo no ombro (qu<strong>es</strong>ito 3, fl. 96), mas a<strong>tr</strong>ibuiu-a<br />

exclusivamente a doença de natureza degenerativa (qu<strong>es</strong>ito 12). Quanto à seqüela do acidente, consistente em l<strong>es</strong>ão<br />

torácica, foi d<strong>es</strong>cartada como causa de redução da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho (qu<strong>es</strong>ito 7, fl. 96). Logo, o recorrente não<br />

tem direito ao auxílio-acidente.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento<br />

de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

13 - 2008.50.51.001021-6/01 REINALDO DA COSTA DESTEFANI (ADVOGADO: ELINARA FERNANDES SOARES.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO NO PERÍODO POSTERIOR AO<br />

REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO NÃO COMPROVADA.<br />

A perícia médica do INSS reconheceu existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho apenas no período de 07/01/2006 a<br />

30/09/2006. Como o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo somente foi formulado em 13/11/2006, mais de <strong>tr</strong>inta dias após o<br />

<strong>tr</strong>igésimo dia da incapacidade, o INSS negou o auxílio-doença. De acordo com o art. 60, § 1º, da Lei nº 8.213/91, o<br />

auxílio-doença é devido somente a contar da data da en<strong>tr</strong>ada do requerimento quando requerido por segurado afastado da<br />

atividade por mais de <strong>tr</strong>inta dias.


O recorrente teria direito ao auxílio-doença a partir da data de en<strong>tr</strong>ada do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo caso fosse<br />

confirmada a persistência da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho. A perícia médica judicial, porém, d<strong>es</strong>cartou <strong>es</strong>sa hipót<strong>es</strong>e,<br />

ap<strong>es</strong>ar de seqüelas de acidente de motocicleta terem causado discreta r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ição nos movimentos de flexão da mão e<br />

dedos <strong>es</strong>querdos. Sentença confirmada por seus próprios fundamentos.<br />

“Não merece reforma a sentença que acolhe os fundamentos técnicos do laudo pericial para conceder ou negar benefício<br />

previdenciário ou assistencial quando o recurso não <strong>tr</strong>ouxer razõ<strong>es</strong> que possam afastar a higidez do laudo” (Enunciado 72<br />

das Turmas Recursais do Rio de Janeiro).<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

14 - 2008.50.51.002243-7/01 GENEIL CIMAR RODRIGUES (ADVOGADO: ELIAS ASSAD NETO.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. INCAPACIDADE PARA O TRABALHO. NULIDADE DA SENTENÇA.<br />

CERCEAMENTO DE DEFESA. OMISSÃO DO JUÍZO A QUO EM ANALISAR REQUERIMENTO DE SEGUNDA PERÍCIA.<br />

O laudo pericial judicial diagnosticou discopatia degenerativa na coluna lombar e revelou a possibilidade de <strong>es</strong>sa patologia<br />

acarretar dor<strong>es</strong> lombar<strong>es</strong> em decorrência de postura inadequada ou de sobrecarga na coluna. M<strong>es</strong>mo assim, concluiu pela<br />

inexistência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho.<br />

Ao tomar ciência do laudo pericial, o recorrente havia requerido a suspensão do proc<strong>es</strong>so para poder realizar novos<br />

exam<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong> a fim de ins<strong>tr</strong>uir nova perícia. Exibiu at<strong>es</strong>tado de médico assistente fundamentando a persistência<br />

da incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho até definição de cirurgia. Também apr<strong>es</strong>entou requisição de exam<strong>es</strong> pelo SUS. O<br />

requerimento não foi analisado pelo juizado de origem.<br />

O laudo pericial regis<strong>tr</strong>ou subsídios que deixaram dúvidas sobre o acerto da sua conclusão. É possível que o risco de dor<br />

lombar configure incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho. É cabível a realização de segunda perícia quando a matéria não parecer<br />

suficientemente <strong>es</strong>clarecida ao juiz (art. 437 do CPC).<br />

A omissão do juizado em analisar o fundamentado requerimento de realização de segunda perícia com suporte em novos<br />

exam<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong> implicou cerceamento de def<strong>es</strong>a, na medida em frus<strong>tr</strong>ou a plena apuração da verdade real.<br />

Recurso provido para anular a sentença, a fim de ensejar a realização de segunda perícia tão logo o recorrente providencie<br />

novos exam<strong>es</strong> complementar<strong>es</strong>.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar provimento ao recurso.<br />

15 - 2007.50.52.000414-2/01 SEBASTIAO NASCIMENTO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.).<br />

E M E N T A<br />

LOAS. ASSISTÊNCIA SOCIAL. BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. AMPARO AO DEFICIENTE FÍSICO.<br />

INCAPACIDADE LABORAL TEMPORÁRIA.<br />

Considera-se portadora de deficiência a p<strong>es</strong>soa incapacitada para a vida independente e para o <strong>tr</strong>abalho (art. 20, § 2º, da<br />

Lei nº 8.742/93). A lei não exige que a incapacidade seja definitiva. Onde a lei não distingue, não cabe ao intérprete<br />

distinguir. A incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho não precisa ser definitiva. Tanto assim é que o art. 21 da Lei nº 8.742/93 dispõe<br />

que “o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada deve ser revisto a cada dois anos para avaliação da continuidade das condiçõ<strong>es</strong><br />

que lhe deram origem”.<br />

O laudo pericial foi enfático ao concluir que o recorrente não se encon<strong>tr</strong>a incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho. En<strong>tr</strong>etanto, o<br />

recorrente se submeteu a duas cirurgias de drenagem de abc<strong>es</strong>so perianal, tendo o perito <strong>es</strong>timado em noventa dias o<br />

prazo para retorno ao <strong>tr</strong>abalho. As cirurgias foram realizadas em 27/12/2007 e 18/02/2008. Assim, pelo menos no período<br />

de 27/12/2007 a 18/05/2008 o recorrente ficou fisicamente inabilitado para <strong>tr</strong>abalhar.<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, condenando o INSS a pagar proventos de benefício assistencial<br />

referent<strong>es</strong> ao período de 27/12/2007 a 18/05/2008. Sobre as pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> vencidas incidem, até 30/06/2009, correção<br />

monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de correção<br />

monetária e de juros de mora, aplicam-se os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de<br />

poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).<br />

Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só há condenação em honorários do recorrente vencido.<br />

A C Ó R D Ã O


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

16 - 2009.50.53.000002-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE<br />

VIEIRA.) x SEBASTIÃO NASCIMENTO DA SILVA (ADVOGADO: ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. EXCLUSÃO DA APOSENTADORIA<br />

POR INVALIDEZ NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO AUFERIDO POR CÔNJUGE IDOSO. APLICAÇÃO ANALÓGICA<br />

DO ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003.<br />

O valor da aposentadoria recebida pela <strong>es</strong>posa do recorrido não deve ser computado para efeito de cálculo da renda<br />

familiar per capita. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (<strong>es</strong>tatuto do idoso), segundo o<br />

qual o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada já concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha<br />

pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere<br />

a LOAS.<br />

O benefício auferido pelo cônjuge não se <strong>tr</strong>ata de benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada, mas tem o m<strong>es</strong>mo valor<br />

que <strong>es</strong>te: um salário mínimo. A <strong>es</strong>posa tem mais de 65 anos de idade. D<strong>es</strong>sa forma, a situação do recorrido se assemelha<br />

àquela prevista no art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. Assim como o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, a aposentadoria com renda mínima<br />

recebida por membro da família com <strong>es</strong>sa idade também não deve ser computada para os fins do cálculo da renda familiar<br />

per capita.<br />

É n<strong>es</strong>se sentido o entendimento recentemente firmado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito<br />

Santo, nos termos do Enunciado 46: “A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003” (DIO - Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009).<br />

O art. 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong> dispõe que cabe à lei definir os critérios para conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial de<br />

amparo à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso. Ao aplicar por analogia o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do<br />

Idoso, a decisão judicial não <strong>es</strong>tá deixando de buscar na lei as dire<strong>tr</strong>iz<strong>es</strong> para identificação do beneficiário. Não se <strong>tr</strong>ata de<br />

aplicação de critério subjetivo, mas de método objetivo de integração de lacuna da ordem jurídica. Situação concreta<br />

diferente daquela em que o juiz, mediante análise subjetiva e casuística, reconhece o direito ao benefício assistencial<br />

m<strong>es</strong>mo quando a renda familiar per capita supera ¼ do salário mínimo.<br />

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poder<strong>es</strong> (art. 2º da Constituição <strong>Federal</strong>). A independência dos<br />

Poder<strong>es</strong> não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e con<strong>tr</strong>ap<strong>es</strong>os. O Poder Judiciário, ao usar a<br />

analogia para integrar as lacunas no ordenamento jurídico, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto,<br />

sem usurpar competência do Poder Legislativo.<br />

Não há ofensa ao princípio da precedência da fonte de custeio (art. 195, § 5º, da Constituição <strong>Federal</strong>), porque a decisão<br />

judicial não <strong>es</strong>tá criando, majorando ou <strong>es</strong>tendendo benefício sem corr<strong>es</strong>pondente fonte de custeio, mas apenas<br />

aplicando normas jurídicas criadas pelo Poder Legislativo cujas consequências financeiras se pr<strong>es</strong>ume que sejam<br />

atendidas na ocasião da elaboração do orçamento.<br />

Com a exclusão da aposentadoria recebida pelo cônjuge, a renda familiar per capita fica nula, cumprindo o recorrido,<br />

assim, o requisito financeiro para auferir o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada previsto na LOAS.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

17 - 2008.50.52.000575-8/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE<br />

VIEIRA.) x JOSÉ DE JESUS (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. EXCLUSÃO DE BENEFÍCIO<br />

PREVIDENCIÁRIO NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO AUFERIDO PELA MÃE IDOSA. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO<br />

ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003.<br />

O valor da aposentadoria recebida pela mãe do recorrido não deve ser computado para efeito de cálculo da renda familiar<br />

per capita. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (<strong>es</strong>tatuto do idoso), segundo o qual o<br />

benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada já concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha pelo<br />

menos 65 anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a


LOAS.<br />

O benefício auferido pela mãe não se <strong>tr</strong>ata de benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada, mas tem o m<strong>es</strong>mo valor que<br />

<strong>es</strong>te: um salário mínimo. A genitora tem mais de 65 anos de idade. D<strong>es</strong>sa forma, a situação do recorrido se assemelha<br />

àquela prevista no art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. Assim como o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, a pensão por morte com renda mínima<br />

recebida por membro da família com <strong>es</strong>sa idade também não deve ser computada para os fins do cálculo da renda familiar<br />

per capita.<br />

É n<strong>es</strong>se sentido o entendimento recentemente firmado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito<br />

Santo, nos termos do Enunciado 46: “A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003” (DIO - Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009).<br />

O art. 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong> dispõe que cabe à lei definir os critérios para conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial de<br />

amparo à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso. Ao aplicar por analogia o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do<br />

Idoso, a decisão judicial não <strong>es</strong>tá deixando de buscar na lei as dire<strong>tr</strong>iz<strong>es</strong> para identificação do beneficiário. Não se <strong>tr</strong>ata de<br />

aplicação de critério subjetivo, mas de método objetivo de integração de lacuna da ordem jurídica. Situação concreta<br />

diferente daquela em que o juiz, mediante análise subjetiva e casuística, reconhece o direito ao benefício assistencial<br />

m<strong>es</strong>mo quando a renda familiar per capita supera ¼ do salário mínimo.<br />

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poder<strong>es</strong> (art. 2º da Constituição <strong>Federal</strong>). A independência dos<br />

Poder<strong>es</strong> não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e con<strong>tr</strong>ap<strong>es</strong>os. O Poder Judiciário, ao usar a<br />

analogia para integrar as lacunas no ordenamento jurídico, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto,<br />

sem usurpar competência do Poder Legislativo.<br />

Não há ofensa ao princípio da precedência da fonte de custeio (art. 195, § 5º, da Constituição <strong>Federal</strong>), porque a decisão<br />

judicial não <strong>es</strong>tá criando, majorando ou <strong>es</strong>tendendo benefício sem corr<strong>es</strong>pondente fonte de custeio, mas apenas<br />

aplicando normas jurídicas criadas pelo Poder Legislativo cujas consequências financeiras se pr<strong>es</strong>ume que sejam<br />

atendidas na ocasião da elaboração do orçamento.<br />

Com a exclusão do benefício recebido pela mãe, a renda familiar per capita fica nula, cumprindo o recorrido, assim, o<br />

requisito financeiro para auferir o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada previsto na LOAS.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

18 - 2009.50.52.000159-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x LEONORA MARIA DE JESUS (ADVOGADO: EDGARD VALLE DE SOUZA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. EXCLUSÃO DA APOSENTADORIA<br />

NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO AUFERIDO POR CÔNJUGE IDOSO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34,<br />

PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003.<br />

O valor da aposentadoria recebida pelo <strong>es</strong>poso da recorrida não deve ser computado para efeito de cálculo da renda<br />

familiar per capita. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (<strong>es</strong>tatuto do idoso), segundo o<br />

qual o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada já concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha<br />

pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere<br />

a LOAS.<br />

O benefício auferido pelo cônjuge não se <strong>tr</strong>ata de benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada, mas tem o m<strong>es</strong>mo valor<br />

que <strong>es</strong>te: um salário mínimo. O <strong>es</strong>poso tem mais de 65 anos de idade. D<strong>es</strong>sa forma, a situação da recorrida se assemelha<br />

àquela prevista no art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. Assim como o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, a aposentadoria com renda mínima<br />

recebida por membro da família com <strong>es</strong>sa idade também não deve ser computada para os fins do cálculo da renda familiar<br />

per capita.<br />

É n<strong>es</strong>se sentido o entendimento recentemente firmado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito<br />

Santo, nos termos do Enunciado 46: “A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003” (DIO - Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009).<br />

O art. 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong> dispõe que cabe à lei definir os critérios para conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial de<br />

amparo à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso. Ao aplicar por analogia o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do<br />

Idoso, a decisão judicial não <strong>es</strong>tá deixando de buscar na lei as dire<strong>tr</strong>iz<strong>es</strong> para identificação do beneficiário. Não se <strong>tr</strong>ata de<br />

aplicação de critério subjetivo, mas de método objetivo de integração de lacuna da ordem jurídica. Situação concreta<br />

diferente daquela em que o juiz, mediante análise subjetiva e casuística, reconhece o direito ao benefício assistencial


m<strong>es</strong>mo quando a renda familiar per capita supera ¼ do salário mínimo.<br />

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poder<strong>es</strong> (art. 2º da Constituição <strong>Federal</strong>). A independência dos<br />

Poder<strong>es</strong> não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e con<strong>tr</strong>ap<strong>es</strong>os. O Poder Judiciário, ao usar a<br />

analogia para integrar as lacunas no ordenamento jurídico, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto,<br />

sem usurpar competência do Poder Legislativo.<br />

Não há ofensa ao princípio da precedência da fonte de custeio (art. 195, § 5º, da Constituição <strong>Federal</strong>), porque a decisão<br />

judicial não <strong>es</strong>tá criando, majorando ou <strong>es</strong>tendendo benefício sem corr<strong>es</strong>pondente fonte de custeio, mas apenas<br />

aplicando normas jurídicas criadas pelo Poder Legislativo cujas consequências financeiras se pr<strong>es</strong>ume que sejam<br />

atendidas na ocasião da elaboração do orçamento.<br />

Com a exclusão da aposentadoria recebida pelo cônjuge, a renda familiar per capita fica nula, cumprindo a recorrida,<br />

assim, o requisito financeiro para auferir o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada previsto na LOAS.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

19 - 2009.50.54.000610-4/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO<br />

BINDA.) x LUZIA NOEBAUER GONÇALVES (ADVOGADO: GUILHERME STINGUEL GIORGETTE.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. EXCLUSÃO DA APOSENTADORIA<br />

NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO AUFERIDO POR CÔNJUGE IDOSO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 34,<br />

PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI Nº 10.741/2003. JUROS DE MORA. LEI NOVA. APLICAÇÃO IMEDIATA.<br />

O valor da aposentadoria recebida pelo <strong>es</strong>poso da recorrida não deve ser computado para efeito de cálculo da renda<br />

familiar per capita. Aplica-se, por analogia, o art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003 (<strong>es</strong>tatuto do idoso), segundo o<br />

qual o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada já concedido a qualquer membro da família, que seja idoso e tenha<br />

pelo menos 65 anos de idade, não deve ser computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere<br />

a LOAS.<br />

O benefício auferido pelo cônjuge não se <strong>tr</strong>ata de benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada, mas tem o m<strong>es</strong>mo valor<br />

que <strong>es</strong>te: um salário mínimo. O <strong>es</strong>poso tem mais de 65 anos de idade. D<strong>es</strong>sa forma, a situação da recorrida se assemelha<br />

àquela prevista no art. 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003. Assim como o benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação<br />

continuada concedido a membro da família com pelo menos 65 anos de idade, a aposentadoria com renda mínima<br />

recebida por membro da família com <strong>es</strong>sa idade também não deve ser computada para os fins do cálculo da renda familiar<br />

per capita.<br />

É n<strong>es</strong>se sentido o entendimento recentemente firmado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito<br />

Santo, nos termos do Enunciado 46: “A renda mensal de aposentadoria em valor equivalente a um salário mínimo<br />

concedida a p<strong>es</strong>soa com mais de 65 anos de idade não deve ser computada para efeito de apuração da renda familiar per<br />

capita a que se refere o art. 20, § 3º, da Lei Orgânica de da Assistência Social - LOAS. Aplica-se, por analogia, o art. 34,<br />

parágrafo único, da Lei nº 10.741/2003” (DIO - Boletim da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, 06/04/2009).<br />

O art. 203, V, da Constituição <strong>Federal</strong> dispõe que cabe à lei definir os critérios para conc<strong>es</strong>são do benefício assistencial de<br />

amparo à p<strong>es</strong>soa portadora de deficiência e ao idoso. Ao aplicar por analogia o art. 34, parágrafo único, do Estatuto do<br />

Idoso, a decisão judicial não <strong>es</strong>tá deixando de buscar na lei as dire<strong>tr</strong>iz<strong>es</strong> para identificação do beneficiário. Não se <strong>tr</strong>ata de<br />

aplicação de critério subjetivo, mas de método objetivo de integração de lacuna da ordem jurídica. Situação concreta<br />

diferente daquela em que o juiz, mediante análise subjetiva e casuística, reconhece o direito ao benefício assistencial<br />

m<strong>es</strong>mo quando a renda familiar per capita supera ¼ do salário mínimo.<br />

Não há ofensa ao princípio constitucional da separação dos poder<strong>es</strong> (art. 2º da Constituição <strong>Federal</strong>). A independência dos<br />

Poder<strong>es</strong> não é absoluta, mas harmônica, sujeitando-se ao sistema de freios e con<strong>tr</strong>ap<strong>es</strong>os. O Poder Judiciário, ao usar a<br />

analogia para integrar as lacunas no ordenamento jurídico, exerce legitimamente seu ofício jurisdicional no caso concreto,<br />

sem usurpar competência do Poder Legislativo.<br />

Não há ofensa ao princípio da precedência da fonte de custeio (art. 195, § 5º, da Constituição <strong>Federal</strong>), porque a decisão<br />

judicial não <strong>es</strong>tá criando, majorando ou <strong>es</strong>tendendo benefício sem corr<strong>es</strong>pondente fonte de custeio, mas apenas<br />

aplicando normas jurídicas criadas pelo Poder Legislativo cujas consequências financeiras se pr<strong>es</strong>ume que sejam<br />

atendidas na ocasião da elaboração do orçamento.<br />

Com a exclusão da aposentadoria recebida pelo cônjuge, a renda familiar per capita fica nula, cumprindo a recorrida,<br />

assim, o requisito financeiro para auferir o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada previsto na LOAS.<br />

A Lei nº 11.960/2009 modificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenaçõ<strong>es</strong><br />

impostas à Fazenda Pública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do<br />

capital e compensação da mora, incidem uma única vez, até o efetivo pagamento, os índic<strong>es</strong> oficiais de remuneração<br />

básica e juros aplicados à caderneta de poupança. Essa lei nova tem aplicação imediata sobre os proc<strong>es</strong>sos pendent<strong>es</strong><br />

(Precedente: STF - RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009).<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença quanto à correção monetária e aos juros de mora, que devem


seguir os índic<strong>es</strong> oficiais próprios da caderneta de poupança.<br />

Considerando que a sucumbência do recorrido é ínfima, o INSS deve r<strong>es</strong>ponder por inteiro pelas d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as do proc<strong>es</strong>so<br />

(art. 21, parágrafo único, do CPC). Honorários advocatícios arbi<strong>tr</strong>ados em 10% do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

20 - 2007.50.52.000539-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x NELSON ALVES FERREIRA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. DATA DE INÍCIO DA INCAPACIDADE.<br />

OMISSÃO DO LAUDO PERICIAL. ADMISSIBILIDADE DE ATESTADO DE MÉDICO ASSISTENTE COMO FONTE DE<br />

PROVA COMPLEMENTAR NO PERÍODO ANTERIOR AO EXAME PERICIAL JUDICIAL.<br />

A sentença condenou o INSS a conceder benefício assistencial de pr<strong>es</strong>tação continuada com efeitos financeiros re<strong>tr</strong>oativos<br />

à data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. O INSS interpôs recurso alegando a falta de comprovação da incapacidade laboral<br />

em momento anterior à perícia judicial. Pediu para que os efeitos financeiros da decisão judicial re<strong>tr</strong>oajam somente até a<br />

data do exame pericial judicial.<br />

O laudo pericial se eximiu de confirmar a existência de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho em momento anterior à perícia. O<br />

laudo não afastou a possibilidade de que a doença incapacitante já <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se consolidada no passado, apenas<br />

r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu-se a não emitir parecer conclusivo por falta de subs<strong>tr</strong>ato documental sobre o <strong>es</strong>tado pretérito.<br />

A lacuna deixada pelo laudo pericial é suprida por at<strong>es</strong>tado subscrito por médico de unidade de saúde pública, que<br />

certificou, em 30/07/2007, que o recorrido apr<strong>es</strong>entava seqüela de AVC com diminuição da força. O at<strong>es</strong>tado de fl. 11,<br />

subscrito por médico da Fundação Beneficente Rio Doce (Hospital Rio Doce), at<strong>es</strong>ta que, em 31/07/2007, o recorrido foi<br />

submetido a cateterismo cardíaco e já evidenciava l<strong>es</strong>ão grave no coração. Na m<strong>es</strong>ma data, o recorrido foi submetido a<br />

exame cineangiocoronariografia pela técnica <strong>tr</strong>ans-radial, que acusou doença aterosclerótica grave, comprometendo <strong>tr</strong>ês<br />

vasos sanguíneos. São admissíveis como fonte de prova complementar os at<strong>es</strong>tados de médico assistente que sejam<br />

contemporâneos ao momento do requerimento do benefício e que revelem dados convergent<strong>es</strong> com o laudo pericial.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

21 - 2007.50.52.000616-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x ADELAIDE ANCHESQUI (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. INCAPACIDADE PARCIAL E<br />

DEFINITIVA. REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. CONDIÇÕES PESSOAIS DO REQUERENTE.<br />

O perito do juízo constatou que a recorrida é portadora de <strong>tr</strong>anstorno afetivo bipolar e já ficou internada várias vez<strong>es</strong> em<br />

hospital psiquiá<strong>tr</strong>ico. At<strong>es</strong>tou que a incapacidade é definitiva e parcial, podendo a recorrida exercer atividade profissional<br />

compatível com sua realidade funcional, d<strong>es</strong>de que a doença seja con<strong>tr</strong>olada com medicamentos.<br />

A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico. As<br />

condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais do segurado, tais como idade, grau de ins<strong>tr</strong>ução e histórico de atividad<strong>es</strong>, também são relevant<strong>es</strong> para<br />

efeito de definir a real possibilidade de reingr<strong>es</strong>so no mercado de <strong>tr</strong>abalho.<br />

D<strong>es</strong>cartada a probabilidade de reabilitação profissional, porque a recorrida <strong>es</strong>tá pr<strong>es</strong>t<strong>es</strong> a completar 54 anos de idade, o<br />

que, aliado ao quadro crônico de <strong>tr</strong>anstorno mental, importa ainda mais reduzidas possibilidad<strong>es</strong> de aprendizado de<br />

qualquer ofício profissional.<br />

A sentença re<strong>tr</strong>oagiu os efeitos financeiros da conc<strong>es</strong>são do benefício a 18/09/2002. Não há, porém, prova de que o<br />

<strong>es</strong>tado de incapacidade para o <strong>tr</strong>abalho já <strong>es</strong>tava consolidado naquela época. O laudo pericial não se manif<strong>es</strong>tou sobre a<br />

qu<strong>es</strong>tão. A lacuna do laudo não foi suprida por documentos contemporâneos. A data de início do benefício deve ser fixada<br />

no dia do exame pericial judicial.<br />

Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, fixando a data de início do benefício em 10/08/2008. Ante a<br />

sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).<br />

A C Ó R D Ã O


Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo dar parcial provimento ao recurso.<br />

91002 - RECURSO/MEDIDA URGÊNCIA CÍVEL<br />

22 - 2008.50.52.000423-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA<br />

FONSECA FERNANDES GOMES.) x OSVALDO JESUS VIANA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

RECURSO. MEDIDA DE URGÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. DECISÃO LIMINAR CONCEDENDO BENEFÍCIO<br />

ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINTUADA. PROIBIÇÃO DE CONCESSÃO DE MEDIDA ANTECIPATÓRIA<br />

QUANDO SEUS EFEITOS FOREM IRREVERSÍVEIS. RENDA PER CAPITA SUPERIOR A ¼ DO SALÁRIO MÍNIMO.<br />

AFERIÇÃO DA MISERABILIDADE POR OUTROS MEIOS.<br />

Os efeitos da decisão antecipatória realmente são parcialmente irreversíveis: os proventos que forem pagos não podem<br />

ser repetidos, por causa da natureza alimentar. Isso a<strong>tr</strong>ai a incidência do art. 273, § 2º, do CPC, que veda a possibilidade<br />

de deferimento da tutela antecipada. Esse fator, porem, não pode servir de empecilho in<strong>tr</strong>ansponível à antecipação dos<br />

efeitos da tutela. Afinal, o risco de dano ao beneficiário também é irreversível, haja vista o caráter alimentar do benefício,<br />

pr<strong>es</strong>umivelmente indispensável para a subsistência. Em casos como <strong>es</strong>se, tem-se invocado o princípio da probabilidade,<br />

que impõe tutelar o direito mais provável em de<strong>tr</strong>imento do menos provável, e o princípio da proporcionalidade, segundo o<br />

qual se permite o sacrifício do bem menos valioso em prol do mais valioso. No caso concreto, o direito do autor é mais<br />

provável que o direito do réu. De ou<strong>tr</strong>o lado, o direito do autor – direito à pr<strong>es</strong>tação alimentícia – é mais valioso que o<br />

inter<strong>es</strong>se meramente financeiro do réu. Assim, o risco de irreversibilidade dos efeitos do provimento antecipatório<br />

excepcionalmente não pode impedir a antecipação da tutela.<br />

O relatório da assistente social at<strong>es</strong>tou que o recorrido morava junto com a <strong>es</strong>posa, um filho <strong>es</strong>tudante de 17 anos de<br />

idade, uma enteada com 22 anos de idade e uma neta. A enteada, por ser maior de 21 anos de idade, e a neta não<br />

compõem o grupo familiar, conforme definição do art. 16 da Lei nº 8.213/91. A única renda do grupo familiar, na época da<br />

visita (novembro/2008), corr<strong>es</strong>pondia ao seguro-d<strong>es</strong>emprego recebido pela <strong>es</strong>posa em valor equivalente a um salário<br />

mínimo.<br />

Em se <strong>tr</strong>atando de benefício social de caráter temporário, a decisão recorrida pr<strong>es</strong>umiu que, em maio/2010, o<br />

seguro-d<strong>es</strong>emprego já teria c<strong>es</strong>sado e a renda da família seria nula. O ex<strong>tr</strong>ato do CNIS, porém, mos<strong>tr</strong>a que a <strong>es</strong>posa do<br />

beneficiário aufere remuneração pouco superior ao salário mínimo d<strong>es</strong>de julho/2009 (fl. 60). A renda familiar per capita,<br />

portanto, atualmente equivale a 1/3 do salário mínimo.<br />

A Terceira Seção do Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong>, no julgamento do REsp 1.112.557/MG pelo rito dos recursos repetitivos,<br />

pacificou o entendimento de que o critério de aferição da renda mensal previsto no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 deve ser<br />

considerado apenas como um limite mínimo de renda, abaixo do qual a miserabilidade fica objetivamente configurada, sem<br />

d<strong>es</strong>cartar, porém, a possibilidade de o juiz levar em consideração ou<strong>tr</strong>os fator<strong>es</strong> referent<strong>es</strong> à situação<br />

econômico-financeira do beneficiário e que tenham o condão de comprovar a condição de miserabilidade da parte e de sua<br />

família. Assim, ainda que a renda familiar mensal per capita seja superior a 1/4 do salário mínimo, é possível a aferição da<br />

condição de hipossuficiência econômica do idoso ou do portador de deficiência por ou<strong>tr</strong>os meios.<br />

O relatório da assistente social demons<strong>tr</strong>ou que a família r<strong>es</strong>ide em habitação humilde e vive em situação de<br />

“vulnerabilidade social no que diz r<strong>es</strong>peito a condiçõ<strong>es</strong> de suprir suas nec<strong>es</strong>sidad<strong>es</strong> básicas”.<br />

Recurso improvido. O juizado de origem deverá ser informado sobre o acórdão.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

23 - 2008.50.50.005632-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: GUSTAVO CABRAL<br />

VIEIRA.) x NELY ALVES LIMA (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. COMPANHEIRA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL CONJUGADA COM<br />

PROVA TESTEMUNHAL. DEMONSTRAÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL.<br />

A recorrida foi a r<strong>es</strong>ponsável por apr<strong>es</strong>entar o at<strong>es</strong>tado de óbito perante o cartório de regis<strong>tr</strong>o civil para lavratura da<br />

certidão de óbito. Recibo expedido por uma funerária declara que foi a recorrida quem arcou com os gastos do funeral do<br />

segurado. Ess<strong>es</strong> documentos constituem indícios de que a recorrida tinha algum envolvimento com o segurado falecido.<br />

Das <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas, duas não pr<strong>es</strong>taram compromisso de dizer a verdade, tendo sido ouvidas apenas como<br />

informant<strong>es</strong>, haja vista a declarada relação de amizade íntima com a recorrida. As t<strong>es</strong>temunhas suspeitas, sendo<br />

<strong>es</strong><strong>tr</strong>itamente nec<strong>es</strong>sário, podem depor, cabendo ao juiz a<strong>tr</strong>ibuir ao depoimento o valor que possa merecer (art. 405, § 4º,


CPC). Não obstante, em se <strong>tr</strong>atando de prova de união <strong>es</strong>tável, que pr<strong>es</strong>supõe relacionamento público, qualquer p<strong>es</strong>soa<br />

da vizinhança, sem vínculo de amizade íntima, teria aptidão para relatar a verdade dos fatos. O depoimento dos<br />

informant<strong>es</strong>, portanto, não era indispensável. A d<strong>es</strong>nec<strong>es</strong>sidade do depoimento dos informant<strong>es</strong> compromete o valor do<br />

depoimento. É pr<strong>es</strong>umível a intenção das amigas íntimas em relatar versão dos fatos favorável à autora.<br />

A segunda t<strong>es</strong>temunha, porém, pr<strong>es</strong>tou compromisso de dizer a verdade. Não há evidência de amizade íntima e a<br />

t<strong>es</strong>temunha não foi con<strong>tr</strong>aditada. A depoente declarou: que o Sr. Flauzino permaneceu acamado por uns onze anos; que<br />

ant<strong>es</strong> de conhecê-lo, a autora <strong>tr</strong>abalhava apenas fazendo faxinas; que a autora e o Sr. Flauzino viviam como marido e<br />

mulher; que el<strong>es</strong> viveram juntos de 1982 até 2007, quando o Sr. Flauzino faleceu; que a autora não <strong>tr</strong>abalhava, apenas<br />

cuidava do companheiro.<br />

A conjugação do início de prova material com o depoimento da t<strong>es</strong>temunha permite demons<strong>tr</strong>ar a existência dos requisitos<br />

da união <strong>es</strong>tável: durabilidade, continuidade, publicidade e intenção de constituir família.<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honorários<br />

advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em cinco por cento do valor da condenação, com base no art. 20, § 4º, do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

24 - 2006.50.51.002086-9/01 SEBASTIANA MARIA VIEIRA (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Bruno Medeiros Bastos.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. TRABALHADOR RURAL<br />

INDIVIDUAL. INEXISTÊNCIA DE REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR. DOCUMENTOS EM NOME DO MARIDO NÃO<br />

PODEM SER ESTENDIDOS À REQUERENTE.<br />

A comprovação do exercício de atividade rural depende de início de prova material, sendo expr<strong>es</strong>samente proibida por lei a<br />

prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal (art. 55, § 3º, Lei nº 8.213/91).<br />

A declaração do sindicato de <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> rurais não vale como início de prova material, porque não <strong>es</strong>tá homologada<br />

pelo INSS, conforme exige o art. 106, III, da Lei nº 8.213/91.<br />

A ficha de atendimento médico ambulatorial, embora qualifique a recorrente como lavradora, não tem valor probatório,<br />

porque, na parte d<strong>es</strong>tinada à qualificação do paciente, não <strong>es</strong>tá assinada por nenhum servidor (fl. 27). Papel sem<br />

assinatura não tem valor de documento.<br />

O prontuário médico expedido em 2003 não qualificou a recorrente como lavradora, mas como “do lar” (fl. 29).<br />

O ins<strong>tr</strong>umento particular de con<strong>tr</strong>ato de parceria agrícola <strong>es</strong>tá datado de 2001, mas somente teve as firmas reconhecidas<br />

por tabelião em 2004. O documento foi lavrado com o único objetivo de certificar a existência de um con<strong>tr</strong>ato verbal<br />

re<strong>tr</strong>oativo ao período de 1989 a 2001 (fl. 34). O termo con<strong>tr</strong>atual foi confeccionado sem nenhuma intenção de regular<br />

relação jurídica em curso. Logo, não se <strong>tr</strong>ata de documento contemporâneo ao fato probando. De acordo com a Súmula nº<br />

34 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, “para fins de comprovação do<br />

tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.<br />

A certidão de casamento lavrada em 1970 qualificou o marido como lavrador. Fichas de ma<strong>tr</strong>ícula dos filhos em<br />

<strong>es</strong>tabelecimento público de ensino em 1989 também qualificaram o marido como lavrador (fls. 30/32). Ess<strong>es</strong> documentos<br />

normalmente poderiam formar início de prova material. Afinal, é costumeiro que o marido lavrador busque a colaboração<br />

dos membros da família, d<strong>es</strong>envolvendo a produção rural sob mútua colaboração e dependência. En<strong>tr</strong>etanto, quando não<br />

há regime de economia familiar e se afirma que marido e mulher exerciam atividade rural individualmente, o documento<br />

que qualifica o marido como lavrador não serve de indício de que a <strong>es</strong>posa também <strong>tr</strong>abalhava na roça. Havendo <strong>tr</strong>abalho<br />

individual, a <strong>es</strong>posa também precisa exibir documento p<strong>es</strong>soal para formar indício de que ela, e não apenas o marido,<br />

tenha exercido atividade rural.<br />

Segundo ex<strong>tr</strong>ato do CNIS, o marido da recorrente exerceu atividade urbana em períodos intercalados en<strong>tr</strong>e 28/07/1986 e<br />

31/12/1988 (fl. 54). En<strong>tr</strong>e 01/04/1991 e 31/08/2000, ele <strong>tr</strong>abalhou como empregado em uma granja ocupando cargo de<br />

<strong>tr</strong>abalhador rural, conforme anotação na CTPS (fl. 94). A recorrente admitiu em depoimento p<strong>es</strong>soal que não <strong>tr</strong>abalhava<br />

junto com o marido. Afirmou ter <strong>tr</strong>abalhado individualmente como meeira d<strong>es</strong>de 1989. Ocorre que não há nenhum<br />

documento que sirva de indício válido de que a recorrente exerceu <strong>tr</strong>abalho rural individual. E os parcos documentos que<br />

a<strong>tr</strong>ibuem tal qualificação ao marido não podem ser <strong>es</strong>tendidos à recorrente, uma vez incon<strong>tr</strong>oversa a ausência de regime<br />

de economia familiar.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

25 - 2009.50.53.000206-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x ANTONIO CARLOS ALVES CALMON (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x OS


MESMOS.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. VALOR REAL DA CAUSA SUPERIOR A 60<br />

SALÁRIOS MÍNIMOS. AUSÊNCIA DE RENÚNCIA. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL.<br />

QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. ANULAÇÃO DA SENTENÇA.<br />

O autor <strong>es</strong>tipulou o valor da causa em R$ 1.000,00. Ant<strong>es</strong> da sentença, o contador do juízo avaliou que o somatório das<br />

pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> vencidas até a data do ajuizamento da ação atingia R$ 97.650,39, já d<strong>es</strong>consideradas as parcelas prejudicadas<br />

pela pr<strong>es</strong>crição qüinqüenal (fl. 145).<br />

O valor da causa arbi<strong>tr</strong>ado na petição inicial é manif<strong>es</strong>tamente incompatível com a real expectativa de benefício<br />

econômico. Baseou-se em <strong>es</strong>timativa manif<strong>es</strong>tamente deturpada. Por mais que o autor não tiv<strong>es</strong>se condiçõ<strong>es</strong> de, por si<br />

m<strong>es</strong>mo, delimitar com precisão a real expectativa de benefício econômico, o valor <strong>es</strong>tipulado na petição inicial é inferior a<br />

uma pr<strong>es</strong>tação mensal. O verdadeiro valor da causa é muito superior a 60 salários mínimos.<br />

Compete ao juizado <strong>es</strong>pecial federal proc<strong>es</strong>sar, conciliar e julgar causas de competência da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong> até o valor de<br />

s<strong>es</strong>senta salários mínimos. O limite de 60 salários mínimos corr<strong>es</strong>pondia a R$ 27.900,00 na data da propositura da ação.<br />

O autor expr<strong>es</strong>samente recusou a renúncia à parcela do crédito excedente à alçada do Juizado Especial <strong>Federal</strong>. O<br />

juizado <strong>es</strong>pecial federal é, portanto, incompetente em razão do valor da causa.<br />

A competência do Juizado Especial <strong>Federal</strong> é absoluta (art. 3º, § 3º, da Lei nº 10.259/2001). Trata-se, pois, de qu<strong>es</strong>tão de<br />

ordem pública, cognoscível a qualquer tempo, uma vez insuscetível de preclusão. É irrelevante, pois, a omissão do réu em<br />

aduzir impugnação ao valor da causa no prazo de r<strong>es</strong>posta.<br />

Declarada a incompetência absoluta do juizado <strong>es</strong>pecial federal, com anulação da sentença e de todos os atos decisórios.<br />

Declinação de competência para a Vara <strong>Federal</strong> de Colatina, onde o proc<strong>es</strong>so deverá ser reclassificado e passar a seguir<br />

o rito comum ordinário.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo declarar a incompetência absoluta do juizado <strong>es</strong>pecial federal, anulando a sentença e<br />

todos os atos decisórios.<br />

26 - 2008.50.53.000749-1/01 RITA DE CÁSSIA GONÇALVES (ADVOGADO: WANESSA ALDRIGUES CANDIDO.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. REVISÃO DA RENDA MENSAL INICIAL.<br />

COEFICIENTE DE CÁLCULO. REGRA DE TRANSIÇÃO.<br />

A aposentadoria foi concedida com base nas regras de <strong>tr</strong>ansição prevista no art. 9º, § 1º, da Emenda Constitucional nº 20,<br />

que pr<strong>es</strong>supõe 25 anos de tempo de serviço, acr<strong>es</strong>cido de um período adicional de 40% sobre o tempo que, em<br />

16/12/1998, faltava para a aposentadoria proporcional. N<strong>es</strong>se caso, o valor da aposentadoria proporcional equivale a 70%<br />

do salário-de-benefício, acr<strong>es</strong>cido de 5% por ano de con<strong>tr</strong>ibuição que supere a soma do tempo de serviço (25 anos +<br />

pedágio), até o limite de 100% (art. 9º, § 1º, II, da EC 20).<br />

O tempo mínimo para aposentadoria com adicional corr<strong>es</strong>pondia a 25 anos, 10 m<strong>es</strong><strong>es</strong> e 9 dias de tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. A<br />

recorrida completou 28 anos, 8 m<strong>es</strong><strong>es</strong> e 10 dias. O tempo de con<strong>tr</strong>ibuição superou em apenas dois anos o tempo mínimo<br />

para aposentadoria proporcional. Logo, o coeficiente de cálculo da renda mensal inicial corr<strong>es</strong>ponde a 70% + 10%.<br />

Não se aplica o art. 53 da Lei nº 8.213/91, segundo a qual a aposentadoria por tempo de serviço da segurada mulher<br />

consiste numa renda mensal de 70% do salário-de-benefício aos 25 anos de serviço, mais 6% d<strong>es</strong>te para cada novo ano<br />

completo de atividade.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta de custas e de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

27 - 2008.50.50.006012-0/01 ANSELMO NUNES DA VITORIA (DEF.PUB: EDUARDO JOSÉ TEIXEIRA DE OLIVEIRA.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. PESCADOR ARTESANAL. FALTA DE INÍCIO DE PROVA<br />

MATERIAL CONTEMPORÂNEO.<br />

O p<strong>es</strong>cador art<strong>es</strong>anal, independentemente de recolhimento de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>, qualifica-se como segurado <strong>es</strong>pecial (art. 11,<br />

VII, da Lei nº 8.213/91) e, por isso, tem direito à aposentadoria por idade, no valor de um salário mínimo,<br />

independentemente do recolhimento de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> para a previdência social. Basta que comprove o exercício da<br />

atividade de p<strong>es</strong>cador, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua, no período, imediatamente anterior ao requerimento do benefício,


igual ao número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> corr<strong>es</strong>pondent<strong>es</strong> à carência do benefício requerido (art. 39, I, da Lei nº 8.213/91).<br />

O recorrente completou 60 anos de idade em 1998. Requereu a aposentadoria em 2005. Exibiu carteiras de p<strong>es</strong>cador<br />

profissional emitidas pela Secretaria Especial de Agricultura e P<strong>es</strong>ca em 2006 e 2007 (fls. 9 e 10). O primeiro regis<strong>tr</strong>o como<br />

p<strong>es</strong>cador foi feito somente em 2000 (fl. 101). A certidão de casamento lavrada em 1993 não identifica nenhuma profissão<br />

(fl. 12). O pr<strong>es</strong>idente da colônia de p<strong>es</strong>cador<strong>es</strong> at<strong>es</strong>tou que o recorrente é filiado d<strong>es</strong>de 1986, mas a declaração, além de<br />

não <strong>es</strong>tar homologada pelo INSS, foi subscrita somente em 2006 (fl. 15). Não há nenhum documento contemporâneo<br />

passível de ser considerado início de prova material.<br />

O único documento antigo indicativo de atividade profissional concorre para negar a condição de p<strong>es</strong>cador art<strong>es</strong>anal: a<br />

CTPS emitida em 1988 qualificou o recorrente com a profissão de <strong>tr</strong>abalhador braçal (fl. 11).<br />

As <strong>tr</strong>ês t<strong>es</strong>temunhas confirmaram genericamente que o recorrente sempre se dedicou à p<strong>es</strong>ca em rio para prover a<br />

subsistência da família. En<strong>tr</strong>etanto, a prova exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal é vedada por lei (art. 55, § 3º, da Lei nº 8.213/91).<br />

Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento<br />

de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

28 - 2008.50.50.001797-4/01 SERVANTES NASCIMENTO PIMENTEL (ADVOGADO: JOAO FELIPE DE MELO CALMON<br />

HOLLIDAY.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA. PRAZO DE CADUCIDADE PREVISTO POR LEI POSTERIOR À<br />

CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. APLICABILIDADE DA LEI NOVA. RETROATIVIDADE MÍNIMA. AUSÊNCIA DE OFENSA<br />

A DIREITO ADQUIRIDO E A ATO JURÍDICO PERFEITO. RECURSO IMPROVIDO.<br />

Até 27/06/1997, não havia previsão legal de decadência para a revisão dos atos de conc<strong>es</strong>são de benefícios<br />

previdenciários. A revisão podia ser requerida a qualquer tempo. A decadência foi instituída a partir de 28/06/1997, quando<br />

en<strong>tr</strong>ou em vigor a MP 1.523-9, convertida na Lei nº 9.528/97.<br />

A decadência incide sobre os benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da lei que <strong>es</strong>tabeleceu o prazo de caducidade. A lei nova é<br />

aplicável a todos os fatos e situaçõ<strong>es</strong> pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> e futuras, r<strong>es</strong>salvadas apenas as hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> cobertas pelo direito adquirido,<br />

pelo ato jurídico perfeito ou pela coisa julgada e d<strong>es</strong>de que contado o prazo de caducidade apenas a partir do início da<br />

vigência da lei que o criou.<br />

A decadência não constitui elemento in<strong>tr</strong>ínseco ao ato de conc<strong>es</strong>são do benefício. Trata-se, na verdade, de um efeito<br />

inerente ao regime jurídico aplicável ao benefício. E, na jurisprudência, é ponto pacífico que não existe direito adquirido a<br />

regime jurídico.<br />

Não há ofensa a ato jurídico perfeito, porque a instituição do prazo de decadência não interfere na definição de nenhum<br />

dos requisitos nec<strong>es</strong>sários ao deferimento do benefício segundo a lei vigente na data da conc<strong>es</strong>são. O ato jurídico perfeito<br />

é instituto que visa impedir que lei nova, que <strong>es</strong>tabeleça novos requisitos, acarrete a d<strong>es</strong>constituição de ato jurídico<br />

completado com o aperfeiçoamento de todos os requisitos exigidos pela lei então vigente. Para a conc<strong>es</strong>são de<br />

aposentadoria por tempo de serviço, por exemplo, os requisitos são apenas a carência e o tempo mínimo de serviço. A<br />

revisibilidade do ato jurídico não é um dos requisitos para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria. Ademais, tanto o ato jurídico<br />

perfeito quanto a decadência têm por <strong>es</strong>copo a proteção da segurança jurídica, razão pela qual <strong>es</strong>s<strong>es</strong> institutos não<br />

colidem en<strong>tr</strong>e si.<br />

Aplicar o prazo de decadência aos benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da MP 1.523-9 não implica a<strong>tr</strong>ibuir à lei aplicabilidade<br />

re<strong>tr</strong>oativa. O que ocorre, em verdade, é a aplicação imediata da norma para os fatos posterior<strong>es</strong>. O termo inicial para<br />

contagem do prazo decadencial de dez anos se inicia em 1º de agosto de 1997 para os benefícios concedidos ant<strong>es</strong> d<strong>es</strong>sa<br />

data.<br />

A Turma Nacional de Uniformização, na s<strong>es</strong>são realizada em 08.02.2010, no julgamento do Pedido de Uniformização<br />

2006.70.50.007063-9, entendeu ser aplicável o art. 103 da Lei nº 8.213/1991 à revisão de todos os benefícios<br />

previdenciários, sejam el<strong>es</strong> anterior<strong>es</strong> ou posterior<strong>es</strong> à Medida Provisória nº 1.523-9/1997. No m<strong>es</strong>mo sentido dispõe a<br />

Súmula nº 8 da Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais<br />

Federais da 2ª Região.<br />

Recurso improvido. O recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isento de custas e honorários advocatícios, por ser<br />

beneficiário da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os membros da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

29 - 2007.50.50.002413-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x JEZIO JOSE CAETANO (ADVOGADO: MARIA DA CONCEICAO SARLO BORTOLINI, MARCELO<br />

CARVALHINHO VIEIRA.).<br />

E M E N T A


PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE RMI. DECADÊNCIA NÃO CONSUMADA.<br />

Trata-se de recurso interposto em face de sentença que condenou o recorrente a revisar a renda mensal inicial de<br />

benefício previdenciário.<br />

O recorrente argüiu que a decadência do direito à revisão de ato de conc<strong>es</strong>são de benefício previdenciário instituído<br />

anteriormente a 28/06/1997 se operou em 01/08/2007, conforme Enunciado nº 63 das Turmas Recursais da Seção<br />

Judiciária do Rio de Janeiro. En<strong>tr</strong>etanto, a ação foi ajuizada em 13/04/2007, de forma que o direito à revisão foi exercido<br />

ant<strong>es</strong> da consumação da decadência.<br />

Recurso com intuito manif<strong>es</strong>tamente protelatório. Caracterização de litigância de má-fé. Aplicação de multa na forma do<br />

art. 18 c/c art. 17, VII, do CPC.<br />

Recurso improvido. Condenação do recorrente em honorários advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em dez por cento do valor da<br />

condenação. Condenação do recorrente a pagar ao recorrido multa arbi<strong>tr</strong>ada em 1% do valor da causa.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

30 - 2007.50.50.006864-3/01 IVONE FERES PALHONI (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO. REAJUSTE DO MENOR VALOR TETO PELO INPC. SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO INFERIOR AO<br />

MENOR VALOR TETO. TESE JURÍDICA INAPLICÁVEL AO CASO CONCRETO. RECURSO IMPROVIDO.<br />

O fundamento jurídico da demanda guarda pertinência lógica tão-somente com os benefícios previdenciários cujo<br />

salário-de-benefício era superior ao Menor Valor Teto considerado pelo INPS no ato de conc<strong>es</strong>são do benefício.<br />

O salário-de-benefício da aposentadoria corr<strong>es</strong>pondeu a Cr$ 46.853,00 (fl. 42). Em fevereiro/81, quando foi fixada a data<br />

de início do benefício, o Menor Valor Teto adotado pelo INPS era <strong>es</strong>tipulado em Cr$ 57.888,00. Está claro, assim, que o<br />

salário-de-benefício era inferior ao Menor Valor Teto. Logo, a revisão proposta é inaplicável ao caso concreto.<br />

Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, <strong>es</strong>tá isenta do pagamento de honorários advocatícios por ser<br />

beneficiária da assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo negar provimento ao recurso.<br />

91003 - MANDADO DE SEGURANÇA/ATO JUIZADO ESPECIAL<br />

31 - 2005.50.50.010043-8/02 LISES SEIDEL DE FREITAS (DEF.PUB: WILLIAM CHARLEY COSTA DE OLIVEIRA.) x<br />

CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI.) x Juiz <strong>Federal</strong> do 2º Juizado Especial <strong>Federal</strong>.<br />

E M E N T A<br />

MANDADO DE SEGURANÇA. ADMISSIBILIDADE. ILEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO. INDENIZAÇÃO POR DANOS<br />

MORAIS. JUROS DE MORA. RESPONSABILIDADE CIVIL CONTRATUAL. TERMO INICIAL NA DATA DA CITAÇÃO.<br />

Nem a sentença nem o acórdão previram juros de mora. Na fase de cumprimento da sentença <strong>tr</strong>ansitada em julgado, o<br />

juizado mandou aplicar juros de mora à taxa de 1% ao mês a partir da sentença. Entendeu que “tendo em vista o<br />

entendimento consolidado pelo STJ, no sentido de que em caso de indenização fundada em dano moral, o termo inicial da<br />

contagem dos juros de mora é a data da sentença ou acórdão”. O autor impe<strong>tr</strong>ou mandado de segurança para fixar o<br />

termo inicial dos juros de mora na data da citação.<br />

A autoridade impe<strong>tr</strong>ada defendeu a inadmissibilidade do mandado de segurança, porque a decisão judicial atacada não<br />

seria teratológica. Em primeiro lugar, não existem critérios objetivos para qualificar uma decisão como teratológica, razão<br />

pela qual <strong>es</strong>se não constitui um parâme<strong>tr</strong>o razoável para condicionar a admissibilidade do mandado de segurança. Em<br />

segundo lugar, se as decisõ<strong>es</strong> “subjetivamente” consideradas “não-teratológicas” não pud<strong>es</strong>sem ser con<strong>tr</strong>astadas por<br />

mandado de segurança, as decisõ<strong>es</strong> proferidas por Juizado Especial <strong>Federal</strong> durante a fase de cumprimento de sentença<br />

ficariam inteiramente imun<strong>es</strong> ao duplo grau de jurisdição, já que para elas não existe previsão de recurso.<br />

Indeferido o requerimento de intimação da União para os fins do art. 5º, II, da Lei nº 12.016/2009, uma vez que a decisão<br />

do mandado de segurança impe<strong>tr</strong>ado con<strong>tr</strong>a ato judicial não tem a potencialidade de acarretar qualquer gravame à <strong>es</strong>fera<br />

jurídica daquela p<strong>es</strong>soa jurídica de direito público.<br />

De acordo com a jurisprudência dominante, em casos de r<strong>es</strong>ponsabilidade ex<strong>tr</strong>acon<strong>tr</strong>atual os juros de mora fluem a partir<br />

do evento danoso, aplicando-se o art. 398 do Código Civil e a Súmula 54 do STJ. Nas hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> de r<strong>es</strong>ponsabilidade<br />

con<strong>tr</strong>atual, o termo inicial dos juros de mora deve ser fixado na data da citação válida, aplicando-se o art. 406 do Código<br />

Civil (REsp 1.022.960/SP, 93.657/MG, 233.148/SP, 243.768/SP, 132.691/SP e 247.266/SP; AgRg no Ag 714.587/RS). No<br />

pr<strong>es</strong>ente caso concreto, a r<strong>es</strong>ponsabilidade civil é con<strong>tr</strong>atual, uma vez que as part<strong>es</strong> <strong>es</strong>tavam previamente vinculadas por<br />

um con<strong>tr</strong>ato de penhor. Logo, os juros moratórios devem começar a correr a partir da data da citação.


Acolhido o parecer do Ministério Público <strong>Federal</strong>.<br />

Segurança concedida para determinar à autoridade impe<strong>tr</strong>ada que, na fase de cumprimento da sentença <strong>tr</strong>ansitada em<br />

julgado, considere como termo inicial dos juros de mora a data da citação do réu.<br />

Sem condenação em honorários advocatícios, conforme art. 25 da Lei nº 12.016/2009.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária<br />

do Espírito Santo conceder a segurança.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL<br />

32 - 2008.50.50.004877-6/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINS BARBOSA.) x MUNICÍPIO DA SERRA<br />

(ADVOGADO: ROBSON JACCOUD.) x ELIAS FRANCISCO DA SILVA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.).<br />

E M E N T A<br />

CONSTITUICIONAL - DIREITO À SAÚDE - CONCESSÃO DE MEDICAMENTO - LEGITIMIDADE PASSIVA DOS TRÊS<br />

ENTES DA FEDERAÇÃO - RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA ESTABELECIDA NA CR/88 E PELA LEI 8.080/90 -<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.<br />

A sentença acolheu o pedido da autora condenando, solidariamente, os <strong>tr</strong>ês ent<strong>es</strong> federais (União <strong>Federal</strong>, Estado do<br />

Espírito Santo e Município da Serra) ao fornecimento de Insulina Glargina - Lantus à parte autora.<br />

Inicialmente, merece ser rejeitada a preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela União. Ap<strong>es</strong>ar do assunto ainda gerar<br />

con<strong>tr</strong>ovérsia, entendo pela legitimidade da União <strong>Federal</strong> para figurar no pólo passivo das açõ<strong>es</strong> de fornecimento de<br />

medicamento e de <strong>tr</strong>atamento médico pelo SUS, pois é dever constitucional do Estado, em todas as suas instâncias<br />

(municipal, <strong>es</strong>tadual e federal), proporcionar atendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos,<br />

<strong>es</strong>pecialmente àquel<strong>es</strong> sem condiçõ<strong>es</strong> financeiras de custear o <strong>tr</strong>atamento de suas enfermidad<strong>es</strong>.<br />

Quanto ao mérito, é dever constitucional do Estado, em todas as suas instâncias (municipal, <strong>es</strong>tadual e federal),<br />

proporcionar atendimento adequado em termos de saúde a todos os cidadãos, <strong>es</strong>pecialmente àquel<strong>es</strong> sem condiçõ<strong>es</strong><br />

financeiras de custear o <strong>tr</strong>atamento de suas enfermidad<strong>es</strong>. Da m<strong>es</strong>ma forma, inexiste violação do princípio da legalidade<br />

<strong>es</strong>culpido no art. 37 da CR/88, uma vez que a própria carta constitucional em seu art. 196 acolhe a pretensão autoral. Por<br />

seu turno, em casos como o dos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> autos, em que a efetivação da tutela concedida <strong>es</strong>tá relacionada à pr<strong>es</strong>ervação<br />

da saúde do indivíduo, a ponderação das normas constitucionais deve privilegiar a proteção do bem maior que é a vida.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

5. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em R$<br />

500,00 (quinhentos reais), valor a ser rateado en<strong>tr</strong>e os recorridos que apr<strong>es</strong>entaram con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO da União, na forma do voto<br />

e da ementa que ficam fazendo parte integrante dos autos.<br />

33 - 2006.50.53.000398-1/01 AGOSTINHO GONÇALVES DOS SANTOS (ADVOGADO: PATRÍCIA MARIA MANTHAYA.) x<br />

CAIXA ECONOMICA FEDERAL (ADVOGADO: CLEBER ALVES TUMOLI, LUIZ CLAUDIO SOBREIRA.).<br />

E M E N T A<br />

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – DANO MORAL – APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO<br />

CONSUMIDOR – RESPONSABILIDADE OBJETIVA – MITIGAÇÃO – CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA OU DE TERCEIRO<br />

– RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora em face da sentença de fls.93/94 que julgou improcedente o pedido<br />

de condenação da CEF ao pagamento de dano moral e r<strong>es</strong>tituição do valor referente aos saqu<strong>es</strong> que supostamente teriam<br />

sido indevidos. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que uma série de saqu<strong>es</strong> foram realizados em sua conta de<br />

maneira indevida, vez que raramente movimentava a sua conta e que somente ele e sua <strong>es</strong>posa tinham o conhecimento<br />

da senha do cartão. A CEF apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela manutenção da sentença.<br />

A relação <strong>es</strong>tabelecida en<strong>tr</strong>e o requerente e a CEF é uma relação de consumo, pr<strong>es</strong>ente, portanto, a r<strong>es</strong>ponsabilidade<br />

objetiva da Caixa quando o serviço oferecido se mos<strong>tr</strong>a defeituoso. Insta r<strong>es</strong>salvar, no entanto, que tal r<strong>es</strong>ponsabilidade é<br />

mitigada quando pr<strong>es</strong>ente culpa exclusiva da vítima ou de terceiro (art. 14,§ 3°, II, do CDC).<br />

No pr<strong>es</strong>ente caso, a parte autora alega que foram realizados suc<strong>es</strong>sivos saqu<strong>es</strong> em sua conta no lapso temporal<br />

compreendido en<strong>tr</strong>e maio de 2005 e agosto de 2006. Ao se analisar os documentos juntados aos autos, no entanto,<br />

observa-se que os saqu<strong>es</strong> eram de valor<strong>es</strong> relativamente baixos, o que d<strong>es</strong>toa do modo de ação comum a uma suposta


clonagem do cartão do autor, na qual o fraudador, geralmente, realiza poucos saqu<strong>es</strong> e de valor<strong>es</strong> altos, a fim de zerar, o<br />

mais rápido possível, a quantia pr<strong>es</strong>ente na conta.<br />

Ademais, importante salientar que o autor, em depoimento p<strong>es</strong>soal, afirmou que não só ele tinha conhecimento de sua<br />

senha, havendo, pois, a quebra do seu dever/cuidado de sigilo em relação à sua senha do cartão.<br />

Além disso, foram feitos saqu<strong>es</strong> por suc<strong>es</strong>sivas e reiteradas vez<strong>es</strong>, sem que o titular fosse reclamar junto à CEF.<br />

Diante o exposto, verifica-se que o serviço da Caixa Econômica <strong>Federal</strong> não foi defeituoso, não podendo,<br />

consequentemente, ser r<strong>es</strong>ponsabilizada pelo fato de o autor não ter apr<strong>es</strong>entado dever de cuidado em relação ao seu<br />

cartão e r<strong>es</strong>pectiva senha, havendo, portanto, mitigação da r<strong>es</strong>ponsabilidade objetiva. Assim, tomo como razão de decidir<br />

os fundamentos da sentença recorrida.<br />

Recurso improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que o recorrente é beneficiário da assistência judiciária<br />

gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos e<br />

que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

34 - 2009.50.54.000109-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO<br />

BINDA.) x EUNICE DA SILVA PEREIRA (ADVOGADO: DAVID GUERRA FELIPE.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – SEGURADA ESPECIAL – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – INÍCIO DE PROVA MATERIAL<br />

– TEMPO DE CARÊNCIA PREENCHIDO – PROVA TESTEMUNHAL COERENTE E COESA – SENTENÇA MANTIDA –<br />

RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.123/128, que julgou procedente o pedido<br />

de condenação à conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega o recorrente, em sínt<strong>es</strong>e,<br />

que os documentos juntados não servem como início de prova material. Ademais, afirma que não há prova nos autos que<br />

demons<strong>tr</strong>e que a parte autora se enquadra na condição de segurada <strong>es</strong>pecial. Pleiteia, por tais razõ<strong>es</strong>, pela reforma da<br />

sentença.<br />

A conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº<br />

8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial, atender a carência e, ainda, ter o <strong>tr</strong>abalhador rural 60<br />

anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º).<br />

Há nos autos início de prova material válido, senão vejamos: Certidão de Casamento (fl.19), comprovante de <strong>es</strong>tar filiada<br />

ao Sindicato dos <strong>tr</strong>abalhador<strong>es</strong> Rurais d<strong>es</strong>de 02/12/2000 (fl.32/33), nota de comercialização de café (fl. 26), Con<strong>tr</strong>atos de<br />

parceria agrícola, nos quais figura como parceira outorgada (fls. 56/57). Não obstante o recorrente cont<strong>es</strong>tar a capacidade<br />

valorativa do conjunto probatório, é possível notar o efetivo exercício de atividade rural d<strong>es</strong>empenhado pela parte autora<br />

por tempo de carência superior ao exigido pela lei.<br />

Ademais, é importante d<strong>es</strong>tacar que o início de prova material produzido foi corroborado por prova t<strong>es</strong>temunhal colhida em<br />

audiência. Todas as t<strong>es</strong>temunhas foram uníssonas em afirmar que a autora sempre exerceu atividade rurícola em regime<br />

de economia familiar.<br />

D<strong>es</strong>ta feita, a parte autora apr<strong>es</strong>enta qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial, exercendo atividade rural pela carência nec<strong>es</strong>sária<br />

para a percepção do benefício de aposentadoria rural por idade, devendo a sentença a quo ser mantida em sua<br />

integralidade.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e<br />

que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

35 - 2008.50.50.005344-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA<br />

SILVEIRA.) x MARIA ELOISA MARCHEZI MEZADRE (ADVOGADO: CLEI FERNANDES DE ALMEIDA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – CÔNJUGE AUFERE APOSENTADORIA URBANA –<br />

ALTO VALOR DO BENEFÍCIO – DESCARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR - SENTENÇA<br />

REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.133/137, que julgou procedente o<br />

pedido de condenação à conc<strong>es</strong>são da aposentadoria rural por idade à parte autora. Alega o recorrente, em sínt<strong>es</strong>e, que o<br />

marido da parte autora sempre foi <strong>tr</strong>abalhador urbano, e aposentou como caminhoneiro, auferindo uma renda superior ao


mínimo legal. Alega, ainda, que <strong>es</strong>sa renda é suficiente para o sustento da sua família. Pugna, por tais razõ<strong>es</strong>, pela<br />

reforma da sentença.<br />

2. O cônjuge da parte autora é aposentado por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, como caminhoneiro, auferindo, no ano de 2008,<br />

conforme ex<strong>tr</strong>ato do Plenus, (fls. 112), renda no valor de R$ 915,56. Não obstante laborar no campo, a atividade exercida<br />

pelo marido da autora demons<strong>tr</strong>a, com alto grau de probabilidade, que a renda obtida da atividade rural não era<br />

fundamental para subsistência do núcleo familiar, mas tão-somente complementar, o que d<strong>es</strong>caracteriza a condição de<br />

segurada <strong>es</strong>pecial.<br />

3.Assim, de fato, a mera circunstância de um integrante da família ter exercido <strong>tr</strong>abalho urbano, não é óbice, por si só, para<br />

o deferimento da aposentadoria rural. No entanto, o marido da parte autora aufere renda superior ao salário mínimo legal,<br />

d<strong>es</strong>caracterizando, assim, o regime de economia familiar.<br />

4. O benefício de aposentadoria por idade rural busca auxiliar indivíduos que, embora nunca tenham con<strong>tr</strong>ibuído<br />

diretamente para Previdência Social, sempre retiraram da terra, com auxílio dos demais membros do núcleo familiar, a<br />

fonte principal de subsistência. Diante dos fatos narrados, não se pode conceber que a atividade rural seja fundamental<br />

para a sobrevivência da parte autora, pois evidente que a maior fonte de renda da família provém da remuneração<br />

recebida pelo marido.<br />

5.Recurso conhecido e provido. Sentença reformada.<br />

6.Custas ex lege. Sem condenação em honorários, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

36 - 2008.50.53.000680-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x MARIA SANTOS DE SOUZA (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – SEGURADO ESPECIAL – APOSENTADORIA POR IDADE RURAL – IMPLEMENTAÇÃO DOS<br />

REQUISITOS EM 1989 – REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO EM 2008 – BENEFÍCIO DEVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />

– RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls.97/100, que julgou procedente o pedido de<br />

condenação da autarquia à conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por idade. Alega o recorrente, em sínt<strong>es</strong>e, que<br />

a parte autora não comprovou atividade rural imediatamente anterior ao requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (08/10/2008), que as<br />

anotaçõ<strong>es</strong> efetuadas na CTPS são falsas e, além disso, alega que a conc<strong>es</strong>são de eventual benefício previdenciário se<br />

daria mediante preenchimento dos requisitos legais elencados no art. 297 do Decreto 83.080/79. Pugna, portanto, pela<br />

reforma da sentença.<br />

A conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por idade rural exige que o demandante atenda aos requisitos legais dispostos pela Lei nº<br />

8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado <strong>es</strong>pecial, atender a carência e, ainda, ter o <strong>tr</strong>abalhador rural 60<br />

anos completos, caso homem, e 55 anos, se mulher (art. 48, §1º). Como a autora atendeu o requisito etário, 55 anos, em<br />

21/12/1989, o ano de 1989 é que deve ser observado como referência para a apuração do cômputo da carência, ou seja, o<br />

período de carência exigido deve ser de 60 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong>.<br />

Não obstante o recorrente sustentar que a parte autora não comprovou o exercício da atividade rural em um período<br />

imediatamente anterior ao requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, e afirmar que a requerente não r<strong>es</strong>ide, nem labora em atividade<br />

rural há mais de dez anos, <strong>es</strong>s<strong>es</strong> argumentos não merecem prosperar. A parte autora juntou início de prova material, onde<br />

se d<strong>es</strong>tacam: certidão de casamento constando como profissão do <strong>es</strong>poso da autora “lavrador” (fl. 17), comprovante de<br />

aposentadoria por idade, na condição de rural, do <strong>es</strong>poso da autora (fls. 38 e 67). Ademais, as t<strong>es</strong>temunhas foram<br />

uníssonas em afirmar que a parte autora sempre laborou em atividad<strong>es</strong> rurais, vindo a morar em Linhar<strong>es</strong> há,<br />

aproximadamente, 10 anos, quando parou de <strong>tr</strong>abalhar. Assim sendo, deve-se levar em conta o período imediatamente<br />

anterior ao momento que a parte autora implementou o requisito etário exigido, devendo assim, comprovar 05 anos de<br />

exercício de atividad<strong>es</strong> rurais (de acordo com o art. 142 da Lei 8.213/91), período <strong>es</strong>te que r<strong>es</strong>tou devidamente<br />

comprovado pelos documentos juntados aos autos corroborados por t<strong>es</strong>temunhas.<br />

N<strong>es</strong>se sentido, há jurisprudência recente do STJ:<br />

RECURSO ESPECIAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. EXERCÍCIO DA ATIVIDADE<br />

RURAL. PERÍODO A SER COMPROVADO. REQUISITOS IDADE E INÍCIO DE PROVA MATERIAL, CORROBORADA<br />

POR ROBUSTA PROVA TESTEMUNHAL IDÔNEA E HARMÔNICA, SATISFEITOS. I. O <strong>tr</strong>abalhador rural pode requerer<br />

aposentadoria por idade, no valor de 1 (um) salário mínimo, durante o prazo de 15 (quinze) anos contados da promulgação<br />

da Lei <strong>Federal</strong> nº 8.213/91. Para tanto, deverá comprovar o exercício da atividade rural, ainda que de forma d<strong>es</strong>contínua,<br />

no período imediatamente anterior ao mês em que cumprir o requisito idade, em número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> idêntico à carência<br />

exigida para a conc<strong>es</strong>são do benefício. II. Não se deve exigir do segurado rural que continue a <strong>tr</strong>abalhar na lavoura até às<br />

vésperas do dia do requerimento do benefício de aposentadoria por idade, quando ele já houver completado a idade<br />

nec<strong>es</strong>sária e comprovado o tempo de atividade rural em número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> idêntico à carência do benefício. III. A prova<br />

exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal não basta à comprovação de atividade rural, para efeitos de obtenção de benefício<br />

previdenciário, devendo ser acompanhada de um início de prova material (Súmula nº 149 d<strong>es</strong>te e. STJ). IV. Todavia, "é<br />

pr<strong>es</strong>cindível que o início de prova material abranja nec<strong>es</strong>sariamente o número de m<strong>es</strong><strong>es</strong> idêntico à carência do benefício<br />

no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, d<strong>es</strong>de que a prova t<strong>es</strong>temunhal amplie a sua eficácia


probatória ao tempo da carência, vale dizer, d<strong>es</strong>de que a prova oral permita a sua vinculação ao tempo de carência."<br />

(AgRg no REsp 945.696/SP, 6ª Turma, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJe 7/4/2008). Recurso <strong>es</strong>pecial provido.<br />

Proc<strong>es</strong>so: RESP 200900052765 RESP - RECURSO ESPECIAL – 1115892 Relator: FELIX FISCHER Sigla do Órgão: STJ<br />

Órgão Julgador: QUINTA TURMA DJE DATA:14/09/2009 (grifos do juízo)<br />

Quanto à alegação de que a CTPS apr<strong>es</strong>enta informaçõ<strong>es</strong> falsas, houve sentença rejeitando a denúncia do MPF, na forma<br />

do art. 43, II, do CPP e foi determinado que as anotaçõ<strong>es</strong> lançadas de forma indevida fossem canceladas.<br />

Assim, pela análise do conjunto probatório constante nos autos, bem como a partir do depoimento p<strong>es</strong>soal da parte autora<br />

e das t<strong>es</strong>temunhas, pode-se concluir que a m<strong>es</strong>ma faz jus ao benefício.<br />

Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ora fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nos autos, e<br />

que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

37 - 2008.50.53.000317-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x AUCENIR CORREA REGINI.<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – EPILEPSIA – LAUDO PERICIAL – INCAPACIDADE PARCIAL E TEMPORÁRIA<br />

– QUALIDADE DE SEGURADO – RECURSO IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 73/75, que julgou parcialmente procedente<br />

o pleito, para conceder o benefício de auxílio-doença à parte autora. Aduz o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a<br />

incapacidade da autora é preexistente a filiação ao RGPS. Aduz também que a m<strong>es</strong>ma não possuía qualidade de<br />

segurada quando da fixação da DIB. Por tais motivos, requer a reforma da sentença.<br />

Para o recebimento do auxílio doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 42 da<br />

Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> mensais, bem<br />

como <strong>es</strong>tar incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos.<br />

Ao compulsar os autos, verifica-se que a perícia judicial (fls.62/65) constatou que a autora <strong>es</strong>tá parcial e temporariamente<br />

incapacitada para o <strong>tr</strong>abalho. Não obstante o perito ter fixado a incapacidade da recorrida d<strong>es</strong>de os 08 anos de idade<br />

(r<strong>es</strong>posta ao qu<strong>es</strong>ito 08, fl.64), r<strong>es</strong>tou bem argumentado pelo magis<strong>tr</strong>ado a quo que “considerando as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

previdenciárias vertidas pela autora, além de seu con<strong>tr</strong>ato de <strong>tr</strong>abalho que vigorou en<strong>tr</strong>e 1999 e 2004, fl. 08, tem-se que<br />

sua doença - Epilepsia - originou-se d<strong>es</strong>de sua infância, conforme apontado pelo médico perito, mas não sua<br />

incapacidade, que se agravou nos últimos tempos” (grifo nosso). Ademais, o expert, considerou pertinente ao caso<br />

informar que a autora tem tido cris<strong>es</strong> convulsivas frequent<strong>es</strong>, além de cefaléia (fl.63), o que corrobora para a conc<strong>es</strong>são do<br />

beneficio, ora pleiteado.<br />

No que tange a perda da qualidade de segurada, melhor sorte não assiste ao INSS. Como a própria autarquia salientou em<br />

seu recurso (fl.78), a recorrida “ant<strong>es</strong> de perder a qualidade de segurado, 27/07/2007, ingr<strong>es</strong>sou com requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo”. Portanto, diante do que fora exposto e argumentado, não merece qualquer reforma a sentença, cujos<br />

fundamentos utilizo como razão de decidir.<br />

Recuso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% sobre o<br />

valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

38 - 2008.50.52.000040-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN<br />

DE ALMEIDA.) x FLORITA DA SILVA CALISTO CLAUDINO (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE TEMPORÁRIA – DATA DO INÍCIO DO BENEFÍCIO – DATA<br />

DA CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença (fls. 62/65), que julgou parcialmente procedente<br />

o pedido, condenando a autarquia a conceder à parte autora o benefício de auxílio-doença, d<strong>es</strong>de a data da c<strong>es</strong>sação do<br />

beneficio, em 11/02/2008 (fl. 08). O INSS alega, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que a DIB deve ser alterada para a data da<br />

juntada do laudo do perito judicial nos autos (01/06/2009). Por tal motivo, requer a reforma da decisão.<br />

O auxílio-doença é devido ao segurado que ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por<br />

mais de 15 (quinze) dias consecutivos.


R<strong>es</strong>tou comprovada pela perícia judicial (fls. 45/52) que a autora é portadora de hipertensão arterial e diabet<strong>es</strong> e que,<br />

embora temporariamente, <strong>es</strong>tá incapacitada para seu <strong>tr</strong>abalho habitual (cozinheira). Afirmou, ainda, que o único problema<br />

encon<strong>tr</strong>ado durante a perícia foi a elevação da pr<strong>es</strong>são arterial e que o <strong>tr</strong>abalho com <strong>es</strong>forço físico pode elevar ainda mais<br />

os níveis pr<strong>es</strong>sóricos. En<strong>tr</strong>etanto, d<strong>es</strong>de que con<strong>tr</strong>olada a pr<strong>es</strong>são arterial, a recorrida pode retornar ao seu <strong>tr</strong>abalho, sem<br />

r<strong>es</strong><strong>tr</strong>içõ<strong>es</strong> de função. Assim, não pode a autora exercer sua atividade habitual, nem qualquer ou<strong>tr</strong>a atividade laborativa que<br />

exija <strong>es</strong>forço físico, o que lhe garante o recebimento do auxílio-doença.<br />

Quanto à data do início do benefício, não assiste razão ao INSS. Verifica-se nos autos que a autora recebeu o<br />

auxílio-doença até 11/02/2008, não havendo qualquer alteração no seu <strong>es</strong>tado de saúde que justificasse a c<strong>es</strong>sação do<br />

beneficio. Logo, a incapacidade se fazia pr<strong>es</strong>ente quando o m<strong>es</strong>mo foi interrompido, fazendo jus ao seu r<strong>es</strong>tabelecimento<br />

d<strong>es</strong>de a data da c<strong>es</strong>sação indevida. Diante do que fora exposto, tomo como razão de decidir os m<strong>es</strong>mos fundamentos da<br />

sentença.<br />

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

Custas ex lege. Condenação ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% do valor da condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO ao recurso, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

39 - 2007.50.51.000361-0/01 CREUZA FIRME PEREIRA (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO<br />

SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TERMPO DE CONTRIBUIÇÃO – TÉCNICO EM ENFERMAGEM – TEMPO<br />

INSUFICIENTE – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls.113/120 que julgou improcedente<br />

seu pedido de conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição. Argumenta a recorrente, em sínt<strong>es</strong>e, que exerceu<br />

atividade considerada insalubre, possuindo tempo de con<strong>tr</strong>ibuição suficiente para obter a aposentadoria por tempo de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição.<br />

2. Ao compulsar os autos, verifica-se que os períodos <strong>tr</strong>abalhados em atividade <strong>es</strong>pecial pela recorrente, quais sejam,<br />

01/04/1981 a 30/06/1985, 01/08/1985 a 30/06/1988, 01/07/1988 a 21/09/1992, 01/11/1992 a 30/04/1993, 01/09/1993 a<br />

11/11/1993, 03/12/1993 a 28/04/1995 e 01/06/2000 a 07/06/2006, foram devidamente convertidos para atividade comum.<br />

Contudo, ao proceder à somatória d<strong>es</strong>s<strong>es</strong> períodos <strong>tr</strong>abalhados em atividade <strong>es</strong>pecial já convertidos com o tempo de<br />

<strong>tr</strong>abalho comum (01/05/1993 a 31/08/1993 e 29/04/1995 a 02/03/1999), chega-se ao total de 27 anos, 07 m<strong>es</strong><strong>es</strong> e 03 dias,<br />

até a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo, não contando com tempo mínimo de con<strong>tr</strong>ibuição nec<strong>es</strong>sário para a obtenção<br />

da aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição integral.<br />

3. Também não faz jus à aposentadoria proporcional por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição, porque, até a data da Emenda<br />

Constitucional 20/98, não possuía idade mínima nec<strong>es</strong>sária (contava com apenas 47 anos), nem m<strong>es</strong>mo tempo de<br />

con<strong>tr</strong>ibuição mínimo de 25 anos, se mulher (possuindo apenas pouco mais de 20 anos).<br />

4. Recurso conhecido e improvido.<br />

5. Custas ex lege. Sem condenação da parte recorrente no pagamento de honorários advocatícios, já que beneficiaria da<br />

assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

40 - 2009.50.51.000607-2/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE<br />

MORAES SENTO-SÉ REIS.) x ANTONIO PAS DE ARAUJO (ADVOGADO: CLEUSINEIA L. PINTO DA COSTA, ANTONIO<br />

JOSE PEREIRA DE SOUZA.) x OS MESMOS.<br />

EMENTA<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – INCAPACIDADE<br />

PARCIAL E DEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA DAS CONDIÇÕES PESSOAIS E DA ATIVIDADE<br />

HABITUAL – DIB – RECURSO DO INSS CONHECIDO E IMPROVIDO – RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E<br />

PROVIDO – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recursos inominados interpostos pelo INSS e pela parte autora em face da sentença de fls. 91/94, que julgou<br />

parcialmente procedente o pedido do autor, de conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença e posterior conversão em<br />

aposentadoria por invalidez. Alega o INSS, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o recorrido não tem direito ao benefício<br />

concedido, pois sua incapacidade é parcial, tendo d<strong>es</strong>se modo condiçõ<strong>es</strong> de exercer atividad<strong>es</strong> que não demandem<br />

<strong>es</strong>forço físico. Por ou<strong>tr</strong>o lado, a parte autora alega inconformismo com a data de início do benefício de auxílio-doença,<br />

requerendo que o m<strong>es</strong>mo seja concedido a partir da data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo.


2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em<br />

gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe<br />

garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

3. Pelas condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais do autor e pelo que foi constatado na perícia judicial e na sentença de piso, fica claro o direito<br />

do m<strong>es</strong>mo à percepção do benefício de aposentadoria por invalidez. O autor é p<strong>es</strong>soa que laborava em meio rural,<br />

conforme documentos de fls. 13/14. Este labor exige em demasia das condiçõ<strong>es</strong> físicas do <strong>tr</strong>abalhador, de forma a agravar<br />

a sua enfermidade, que, conforme a perícia do juízo, possui diabet<strong>es</strong> mellitus e doença arterial coronariana, consideradas<br />

como doenças crônicas com component<strong>es</strong> degenerativos que incapacitam o exercício de <strong>tr</strong>abalho braçal p<strong>es</strong>ado.<br />

4. Tendo-se em vista o fato de o autor sempre ter <strong>tr</strong>abalhado em meio rural e de ter pouca ins<strong>tr</strong>ução, entende-se ser<br />

praticamente impossível a reabilitação do m<strong>es</strong>mo para o exercício de ou<strong>tr</strong>a atividade, a qual nec<strong>es</strong>sariamente teria que ser<br />

de cunho braçal, notadamente no sentido de impor <strong>es</strong>forço físico. Sua idade (58 anos), também reforça a conc<strong>es</strong>são da<br />

aposentadoria por invalidez, já que o labor de uma p<strong>es</strong>soa no meio rurícola, salvo casos <strong>es</strong>pecíficos, majoritariamente<br />

<strong>es</strong>gota mais cedo a sua capacidade de <strong>tr</strong>abalho em comparação com uma p<strong>es</strong>soa que labora em meio urbano. Tudo isso<br />

deixa explícito o direito do autor de recebimento do benefício em qu<strong>es</strong>tão, até porque seria imprópria uma reabilitação<br />

profissional para p<strong>es</strong>soa que detém as características do m<strong>es</strong>mo, den<strong>tr</strong>o da conjuntura atual do mercado de <strong>tr</strong>abalho.<br />

5. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrido para atividad<strong>es</strong> que não demandem<br />

<strong>es</strong>forço físico, considera-se aqui que o m<strong>es</strong>mo encon<strong>tr</strong>a-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acima<br />

expostos. O Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os<br />

elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive suas<br />

decisõ<strong>es</strong>, o que foi feito acima.<br />

6. Com relação à data de início do benefício de auxílio-doença, ap<strong>es</strong>ar de o perito médico judicial não ter precisado a data<br />

do início da incapacidade, afirmou que o autor realizou um cateterismo cardíaco em 04/12/2007, que revelou doença<br />

arterial coronariana <strong>tr</strong>iarterial. Como o requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo foi apr<strong>es</strong>entado em 02/04/2008 (fl. 16), momento<br />

posterior ao surgimento da doença incapacitante, tem-se que a data de início do benefício deve ser fixada n<strong>es</strong>te momento,<br />

ou seja, 02/04/2008.<br />

6. Recurso do INSS conhecido e improvido. Recurso do autor conhecido e provido.<br />

7. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios no montante de 10% sobre o valor da condenação,<br />

conforme o artigo 20, § 3º do Código de Proc<strong>es</strong>so Civil.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS E<br />

CONHECER E DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR, na forma da ementa constante dos autos, que fica<br />

fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

41 - 2009.50.54.000049-7/01 ADEMAR DIAS DE SOUZA (ADVOGADO: KARINA ACACIA DO PRADO, ROSEMAR<br />

POGGIAN CATERINQUE CARDOZO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SEBASTIAO<br />

EDELCIO FARDIN.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – SENTENÇA QUE JULGOU EXTINTO O<br />

PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO – SENTENÇA RECORRIDA ANULADA DE OFÍCIO - DETERMINAÇÃO DA<br />

REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM PARA REALIZAÇÃO DE PERÍCIA MÉDICA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face de sentença de fls. 104/105, que julgou extinto o<br />

proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução de mérito, tendo em vista a falta de inter<strong>es</strong>se proc<strong>es</strong>sual por parte do autor, pois <strong>es</strong>te já se<br />

encon<strong>tr</strong>ava amparado pelo benefício de auxílio-doença. Alega o recorrente que <strong>es</strong>tá incapacitado para o <strong>tr</strong>abalho, motivo<br />

pelo qual faz jus ao benefício por incapacidade, pleiteando pela reforma da sentença. O INSS apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong><br />

pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. Analisando-se os autos, nota-se que a sentença recorrida julgou extinto o proc<strong>es</strong>so sem r<strong>es</strong>olução de mérito por<br />

considerar inexistente o inter<strong>es</strong>se proc<strong>es</strong>sual, haja vista ter sido deferido o benefício pela autarquia em 15/01/2009, sendo<br />

<strong>es</strong>ta data anterior à propositura da ação.<br />

3. A parte autora afirma, em sua peça recursal, que foi feito um requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo de auxílio-doença em<br />

06/03/2008, o qual foi indeferido, como verificado em anexo, pelo fato de não ter sido constatado, a<strong>tr</strong>avés da perícia<br />

médica do INSS, incapacidade do autor para exercer suas atividad<strong>es</strong> laborais. Diante de tal indeferimento, o recorrente<br />

ajuizou, em 26/01/2009, ação para que fosse concedido o benefício de auxílio-doença e que, posteriormente, fosse<br />

convertido em aposentadoria por invalidez. Ao m<strong>es</strong>mo tempo, diante de suas nec<strong>es</strong>sidad<strong>es</strong>, o autor fez pedido de<br />

reconsideração de decisão junto ao INSS, o qual concedeu auxílio-doença a partir de 15/01/2009 até 30/08/2009 (fl. 139).<br />

4. Com base no recebimento do benefício pelo autor, quando intentou a demanda, foi que a juíza a quo julgou extinto o<br />

proc<strong>es</strong>so sem julgamento de mérito, por ausência de inter<strong>es</strong>se de agir.<br />

5. Logo após a decisão, o autor interpôs seu recurso, fundamentado pelos princípios da oralidade, simplicidade,<br />

informalidade, economia proc<strong>es</strong>sual e celeridade, pleiteando a reforma da sentença para que a ação fosse julgada<br />

procedente, e consequentemente fosse efetuado o pagamento re<strong>tr</strong>oativo à data do último requerimento indeferido<br />

(06/03/2008), bem como o recebimento do benefício de auxílio-doença referente ao período posterior à c<strong>es</strong>sação do<br />

benefício (30/08/2009), com o pedido de conversão de tal benefício em aposentadoria por invalidez.<br />

6. Em r<strong>es</strong>peito aos princípios orientador<strong>es</strong> do sistema dos Juizados Especiais, para impedir o ajuizamento de uma nova


ação com o m<strong>es</strong>mo pedido da pr<strong>es</strong>ente, anulo, de ofício, a sentença. N<strong>es</strong>se sentido, por considerar insuficiente o material<br />

probatório apr<strong>es</strong>entado, determino a realização de perícia médica judicial para que se analise com maior precisão a<br />

existência de incapacidade laboral do recorrente, sendo que somente assim será possível definir se o autor possui direito a<br />

algum benefício previdenciário.<br />

7. N<strong>es</strong>sa situação, impõe-se a anulação da sentença proferida e a rem<strong>es</strong>sa dos autos ao Juízo de origem a fim de que seja<br />

realizada perícia médica judicial.<br />

8. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, anular, de ofício, a sentença e determinar a rem<strong>es</strong>sa dos autos ao<br />

Juízo de origem, na forma do voto e ementa constant<strong>es</strong> dos autos, que ficam fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

42 - 2008.50.51.002273-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA<br />

BARBOSA BRITO.) x DEJAIR MACHADO TEODORO (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUXÍLIO-DOENÇA – LAUDO MÉDICO PERICIAL<br />

DESFAVORÁVEL - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA<br />

REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 60/63, que julgou procedente o pedido,<br />

condenando a autarquia previdenciária a pagar as pr<strong>es</strong>taçõ<strong>es</strong> vencidas referent<strong>es</strong> ao benefício de auxílio-doença d<strong>es</strong>de a<br />

data de sua c<strong>es</strong>sação, e posteriormente efetuar a conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria por invalidez. Aduz o<br />

recorrente que a perícia médica judicial não reconheceu existência de incapacidade laboral da parte autora.<br />

2. Na pr<strong>es</strong>ente qu<strong>es</strong>tão, a con<strong>tr</strong>ovérsia en<strong>tr</strong>e as part<strong>es</strong> encon<strong>tr</strong>a-se no preenchimento do requisito da incapacidade da<br />

parte autora, pois os demais requisitos r<strong>es</strong>tam preenchidos.<br />

3. A parte autora alega ser portadora de ar<strong>tr</strong>ose em coluna lombar e sequela de hérnia lombar. D<strong>es</strong>sa forma, a m<strong>es</strong>ma foi<br />

submetida à perícia médica (fl. 43), na qual o médico perito não constatou a pr<strong>es</strong>ença de nenhum tipo de incapacidade<br />

para o labor. Diante da inexistência de incapacidade, o expert afirma que o autor não <strong>es</strong>tá impossibilitado de movimentar<br />

seu <strong>tr</strong>onco e seus membros (qu<strong>es</strong>ito 13). En<strong>tr</strong>etanto, o magis<strong>tr</strong>ado que prolatou a sentença ora impugnada, considerou<br />

laudos anterior<strong>es</strong> que at<strong>es</strong>tavam a pr<strong>es</strong>ença da patologia, nos quais há referências aos sintomas sofridos pelo autor, e,<br />

com base n<strong>es</strong>s<strong>es</strong> exam<strong>es</strong>, concedeu o benefício de aposentadoria por invalidez.<br />

4. Vale r<strong>es</strong>saltar que o Código de Proc<strong>es</strong>so Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento<br />

com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive<br />

suas decisõ<strong>es</strong>. Todavia, entendo que não deve ser totalmente d<strong>es</strong>considerada a perícia judicial, pois tal perícia indica que<br />

o recorrido não apr<strong>es</strong>enta nenhuma incapacidade para o labor.<br />

5. N<strong>es</strong>se sentido, quando é feita uma ponderação en<strong>tr</strong>e as provas, revela-se um p<strong>es</strong>o maior para os laudos produzidos em<br />

juízo. No caso em qu<strong>es</strong>tão, só há demons<strong>tr</strong>ação de existência da doença em laudos particular<strong>es</strong>, e, de acordo, o<br />

Enunciado 08 da Turma Recursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo<br />

médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena<br />

capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.<br />

6. Diante d<strong>es</strong>se entendimento, não devem ser considerados apenas os laudos particular<strong>es</strong>, pois o laudo pericial foi<br />

expr<strong>es</strong>so e claro ao ser realizado, não constatando a incapacidade alegada.<br />

7. Assim sendo, não lhe é devido conceder o benefício de aposentadoria por invalidez, por não <strong>es</strong>tarem preenchidos os<br />

requisitos nec<strong>es</strong>sários à sua conc<strong>es</strong>são.<br />

8. Recurso conhecido e provido.<br />

9. Sem condenação em honorários advocatícios.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma do voto e ementa<br />

constante dos autos, que passam a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

43 - 2007.50.52.000085-9/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE<br />

VIEIRA.) x MARILZA VIANA DA SILVA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.).<br />

E M E N T A<br />

PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – QUALIDADE DE SEGURADA ESPECIAL INCONTROVERSA<br />

– AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA NO MOMENTO OPORTUNO - PERÍCIA JUDICIAL - INCAPACIDADE<br />

TOTAL E DEFINITIVA – DIB FIXADA NA DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO – DANO MORAL – VALOR<br />

FIXADO DEVIDO – OFENSA À DIGNIDADE HUMANA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, em face da sentença de fls.58/63, que condenou a autarquia<br />

previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria por invalidez à parte autora, bem como a pagar o valor de


R$10.000,00 a título de indenização por danos morais. Inconformado com o provimento jurisdicional, o recorrente aponta a<br />

não comprovação da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da parte autora e a nec<strong>es</strong>sidade de dilação probatória. Aduz,<br />

ademais, que a DIB deve ser alterada para a data do laudo pericial realizado em Juízo. Por fim, pretende a redução do<br />

valor da indenização, alegando que o montante a que foi condenado se revela sem razoabilidade e proporcionalidade.<br />

Foram apr<strong>es</strong>entadas con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> pela parte autora, pugnando pela manutenção da sentença.<br />

2. Para o recebimento da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados<br />

pelo art. 42 da Lei nº 8.213/90, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

mensais e ter constatado a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garanta a<br />

subsistência, com insuscetibilidade de reabilitação.<br />

3. Na pr<strong>es</strong>ente qu<strong>es</strong>tão, a qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da autora não foi objeto da cont<strong>es</strong>tação apr<strong>es</strong>entada pelo INSS,<br />

que apenas impugnou a condição de rurícola a<strong>tr</strong>avés da petição de fl. 45 e dos documentos anexos. Ocorre que, além de<br />

posterior à cont<strong>es</strong>tação, a aludida petição é vaga e apenas superficialmente <strong>tr</strong>az a suposição de que a autora não exerce<br />

atividade rural devido a algumas poucas con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> como con<strong>tr</strong>ibuinte individual. D<strong>es</strong>sa forma, correta a decisão da<br />

magis<strong>tr</strong>ada a quo em considerar impertinente a aludida petição. D<strong>es</strong>cabida a impugnação da qualidade de segurada<br />

<strong>es</strong>pecial da autora em sede recursal, posto que já ul<strong>tr</strong>apassado seu momento oportuno.<br />

4. Por conseguinte, também não há con<strong>tr</strong>ovérsia no que tange ao período de carência. A con<strong>tr</strong>ovérsia r<strong>es</strong>idia no<br />

preenchimento do requisito da incapacidade da parte autora, o que também r<strong>es</strong>tou rechaçado com a apr<strong>es</strong>entação do<br />

laudo médico pericial de fls.38/41. Cabe r<strong>es</strong>saltar que a incapacidade total e definitiva da autora também não foi<br />

impugnada nas razõ<strong>es</strong> recursais.<br />

5. Superadas as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> da qualidade de segurada <strong>es</strong>pecial da autora, do cumprimento do período da carência e da<br />

comprovação de sua incapacidade total e definitiva, cabe agora analisar a qu<strong>es</strong>tão referente à fixação da DIB. Aduz o INSS<br />

que deveria ter sido fixada na data do laudo médico pericial. Compulsando os autos, ap<strong>es</strong>ar de o perito médico não ter<br />

precisado a data do início da incapacidade, verifico a existência de documentos contemporâneos ao requerimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo que indicam a doença e a incapacidade da autora, que não podem ser simpl<strong>es</strong>mente d<strong>es</strong>considerados,<br />

principalmente em virtude de tão grave e delicado quadro de saúde.<br />

6. Finalmente, entendo adequada a fixação do montante da condenação a título de danos morais em R$10.000,00 (dez mil<br />

reais). Ao constatar capacidade laborativa em uma p<strong>es</strong>soa diabética insulino-dependente, hipertensa, que exerce a<br />

ocupação de lavradora, e que nec<strong>es</strong>sita do uso regular de sonda v<strong>es</strong>ical para retirada de urina acumulada na bexiga, o<br />

INSS agiu temerariamente. Conforme aferiu a magis<strong>tr</strong>ada a quo, não há dúvidas, considerando a realidade da parte autora,<br />

de que o ato do INSS lhe causou inúmeros cons<strong>tr</strong>angimentos e privaçõ<strong>es</strong> de natureza alimentar. Assim, é certo que há o<br />

dever da autarquia previdenciária em indenizar a parte autora, sendo que o valor de R$10.000,00 encon<strong>tr</strong>a-se razoável e<br />

de acordo com os objetivos de reparar o dano moral e punir a conduta do infrator, visando d<strong>es</strong><strong>es</strong>timulá-lo quanto à prática<br />

de novas condutas l<strong>es</strong>ivas.<br />

7. Por todo exposto, não merece qualquer reforma a sentença ora impugnada.<br />

8. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.<br />

9. Custas ex lege. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da<br />

condenação.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

44 - 2007.50.51.000703-1/01 CARLINDA ADENIR DE LIMA (ADVOGADO: NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LILIAN BERTOLANI DO ESPÍRITO SANTO.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – INÍCIO DE PROVA<br />

MATERIAL ANTERIOR A 2006 – DIB MANTIDA – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face da decisão colegiada de fls.107/111, que deu<br />

provimento ao recurso inominado e julgou procedente o pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por<br />

idade à parte autora. Aduz o embargante, em sínt<strong>es</strong>e, que não há início de prova material anterior a 2006, logo a DIB não<br />

deveria ser a partir do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo. Pugna, portanto, pela reforma do acórdão.<br />

2. A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido por<br />

<strong>es</strong>ta Turma Recursal.<br />

3. Conforme mencionado em sentença, há nos autos Con<strong>tr</strong>ato de Parceria Agrícola (fls. 20/21) que at<strong>es</strong>ta o exercício de<br />

atividade rural pela parte autora de 2000 a 2003. Logo, não merece prosperar o argumento da Autarquia Ré, de que<br />

inexiste prova material anterior a 2006. Diante disso, não merece reforma a decisão colegiada.<br />

4. Embargos conhecidos e improvidos.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na


forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

45 - 2007.50.51.002986-5/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.)<br />

x ISABEL PONTINI (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA<br />

SILVA.).<br />

EMENTA<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – DOCUMENTOS<br />

CARREADOS AUTENTICADOS GOZAM DE PRESUNÇÃO DE FÉ PÚBLICA – EMBARGOS CONHECIDOS E<br />

IMPROVIDOS.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face da decisão colegiada de fls.91/93, que negou<br />

provimento ao recurso inominado e julgou procedente o pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de aposentadoria rural por<br />

idade à parte autora. Aduz o embargante, em sínt<strong>es</strong>e, que a ementa não abordou o fato de os documentos carreados pela<br />

parte autora terem fort<strong>es</strong> indícios de fraude.<br />

2. A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido por<br />

<strong>es</strong>ta Turma Recursal.<br />

3. Cabe r<strong>es</strong>salvar que os documentos foram autenticados em cartório, logo, gozam de pr<strong>es</strong>unção de fé pública e os<br />

argumentos do INSS não afastaram <strong>es</strong>sa pr<strong>es</strong>unção. D<strong>es</strong>te modo, não merece prosperar a t<strong>es</strong>e da Autarquia Ré quanto à<br />

fraude nos documentos juntados aos autos. Diante disso, não merece reparo a decisão colegiada.<br />

4. Embargos conhecidos e improvidos.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

46 - 2007.50.52.000700-3/01 LUZIA BATISTA DA MOTA (ADVOGADO: ADENILSON VIANA NERY.) x INSTITUTO<br />

NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – LOAS – ELEMENTOS QUE ATESTAM<br />

A INCAPACIDADE LABORAL – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

1. Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face do voto/ementa de fls. 75/79, que deu provimento<br />

ao recurso inominado interposto pela parte autora, reformando a sentença de piso, e condenando a autarquia<br />

previdenciária a conceder à parte autora o benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada. Em sínt<strong>es</strong>e, aduz omissão na decisão<br />

colegiada por não haver o <strong>es</strong>clarecimento acerca da <strong>es</strong>tabilidade da pr<strong>es</strong>são arterial da autora.<br />

2. A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido por<br />

<strong>es</strong>ta Turma Recursal.<br />

3. Basta uma leitura da decisão colegiada para perceber que a m<strong>es</strong>ma demons<strong>tr</strong>ou quais foram os elementos probatórios<br />

que fizeram com que concluíssem pela existência da incapacidade laboral da parte autora. Além da idade avançada (59<br />

anos – fl. 10), foi considerado o quadro de saúde atual. D<strong>es</strong>se modo, a conc<strong>es</strong>são do benefício não se r<strong>es</strong><strong>tr</strong>ingiu às<br />

doenças portadas pela autora, mas considerou o conjunto de suas condiçõ<strong>es</strong>, pois m<strong>es</strong>mo com a pr<strong>es</strong>são arterial <strong>es</strong>tando<br />

<strong>es</strong>tabilizada por longo período, considerou-se que a m<strong>es</strong>ma não tinha condiçõ<strong>es</strong> de exercer atividad<strong>es</strong> laborais que<br />

demandassem <strong>es</strong>forço físico. Ademais, as conclusõ<strong>es</strong> do médico perito não vinculam as decisõ<strong>es</strong> do magis<strong>tr</strong>ado, podendo<br />

<strong>es</strong>te formar seu convencimento com ou<strong>tr</strong>os elementos ou fatos provados, não <strong>es</strong>tando ads<strong>tr</strong>ito apenas à conclusão obtida<br />

pelo perito, d<strong>es</strong>de que motive suas decisõ<strong>es</strong>, como foi feito no julgado.<br />

4. Percebe-se, d<strong>es</strong>ta forma, que existe mera irr<strong>es</strong>ignação do embargante, não emergindo qualquer vício que deva ser<br />

sanado. Acórdão mantido.<br />

5. Embargos conhecidos e improvidos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E, NO MÉRITO,<br />

NEGAR-LHES PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

47 - 2008.50.53.000056-3/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x LAURINDO PEREIRA DE MOURA (ADVOGADO: CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA, MARCOS<br />

JOSÉ MILAGRE, ANA PAULA SANTOS.).<br />

E M E N T A


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CIRURGIA –<br />

FACULTATIVA – EMBARGOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pelo INSS em face da decisão colegiada de fls.84/85, que deu provimento<br />

ao recurso inominado e julgou procedente o pedido de conc<strong>es</strong>são do benefício de auxílio-doença à parte autora. Aduz o<br />

embargante, em sínt<strong>es</strong>e, que o acórdão não mencionou acerca da possibilidade de recuperação da parte autora. Pugna,<br />

portanto, pela reforma da sentença.<br />

A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido por<br />

<strong>es</strong>ta Turma Recursal.<br />

Não há qualquer omissão na decisão colegiada que mereça reparo, visto que a m<strong>es</strong>ma explanou que a cirurgia é<br />

facultativa à parte autora, conforme art. 101, da Lei 8.213/91, que determina que o procedimento cirúrgico e a <strong>tr</strong>ansfusão<br />

de sangue não são de imposição obrigatória ao segurado. D<strong>es</strong>te modo, não convém, n<strong>es</strong>se momento, falar em<br />

reabilitação. Cabe r<strong>es</strong>saltar que a aposentadoria por invalidez é revisada a cada 02 anos, podendo a Autarquia Ré c<strong>es</strong>sar<br />

o benefício, caso entenda que a parte autora não preenche mais os requisitos nec<strong>es</strong>sários à conc<strong>es</strong>são do m<strong>es</strong>mo.<br />

Embargos conhecidos e improvidos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

48 - 2008.50.50.004291-9/01 ANGELA ROSA DOS SANTOS TORETTA (DEF.PUB: Karina Rocha Mitleg Bayerl.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AUXÍLIO-DOENÇA – EQUÍVOCO NÃO É APTO A DESCONSTITUIR JULGAMENTO –<br />

DOCUMENTOS ATESTAM PELA INCAPACIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.<br />

Trata-se de embargos declaratórios interpostos pelo INSS em face do voto/ementa de fls. 71/74, que deu parcial<br />

provimento ao recurso interposto pela parte autora, para condenar a autarquia previdenciária a conceder o benefício de<br />

auxílio-doença. Alega o INSS que a cirurgia da autora foi realizada em novembro de 2007, e não em novembro de 2008,<br />

como afirmado no acórdão.<br />

A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão. In casu, verifico que inexiste qualquer vício no acórdão proferido por<br />

<strong>es</strong>ta Turma Recursal.<br />

Não obstante a Autarquia afirmar que há con<strong>tr</strong>adição a ser sanada, verifica-se que <strong>es</strong>se equívoco não é apto a<br />

d<strong>es</strong>constituir o que foi anteriormente julgado. No voto, além do documento de fl.16, contendo exame realizado em<br />

10/09/2007, ainda são mencionados os documentos de fls. 11/12, datados de agosto e setembro de 2008, que at<strong>es</strong>tam a<br />

incapacidade da parte autora pelo período em qu<strong>es</strong>tão e comprovam que a ele<strong>tr</strong>oneuromiografia foi agendada para<br />

dezembro do ano em qu<strong>es</strong>tão, quando só então foi comprovada a melhora ele<strong>tr</strong>ofisiológica e manutenção da doença em<br />

leve intensidade. Acórdão mantido.<br />

Embargos conhecidos e improvidos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

49 - 2006.50.51.002084-5/01 HILDETE RIBEIRO HERPST (ADVOGADO: LILIAN BELISARIO DOS SANTOS.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALTERAÇÃO DA LEI 9.494/97 - JUROS DE MORA SEGUNDO ARTIGO 1º-F DA LEI<br />

9.494/97 – ALTERAÇÃO TRAZIDA PELA LEI 11.960/2009 – JUROS DA CADERNETA DE POUPANÇA SOMENTE A<br />

PARTIR DA VIGÊNCIA DA LEI - ERRO MATERIAL - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos declaratórios interpostos pelo INSS em face do voto/ementa de fls. 158/163, que deu provimento ao<br />

recurso interposto pela parte autora, para condenar a autarquia previdenciária a conceder o benefício de aposentadoria<br />

rural por idade. Alega o INSS que a forma de correção monetária dos valor<strong>es</strong> a<strong>tr</strong>asados deveria ser o juro da caderneta de<br />

poupança, segundo a recente alteração da Lei nº 9.494/97.<br />

A interposição do recurso de embargos declaratórios possui função corretiva, exigindo que o próprio prolator da decisão<br />

exerça sua função jurisdicional com acerto e precisão.<br />

Merece prosperar a pretensão do embargante no que tange aos juros de mora. A Lei 11.960/2009 deu nova redação ao<br />

artigo 1º-F da Lei 9.494/97, alterando a fixação dos juros das condenaçõ<strong>es</strong> impostas à Fazenda Pública, de modo que


incida os juros aplicados à caderneta de poupança.<br />

Assim, CONHEÇO E DOU PROVIMENTO aos pr<strong>es</strong>ent<strong>es</strong> embargos declaratórios, para que a condenação ao pagamento<br />

das parcelas vencidas seja acr<strong>es</strong>cida de correção monetária, d<strong>es</strong>de o momento em que deveriam ter sido pagos, com<br />

base na tabela de precatórios, e juros de mora de 1% ao mês, a contar da citação até 30/06/2009 e, a partir de então, nos<br />

termos da Lei 11.960/2009.<br />

Embargos conhecidos e providos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA<br />

SECRETARIA NOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS<br />

50 - 2008.50.50.002829-7/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SERGIO ROBERTO<br />

LEAL DOS SANTOS.) x JOSÉ JONAS ALEXANDRE (ADVOGADO: TAIS MARIA ZANONI.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.50.002829-7/01<br />

Embargante : JOSÉ JONAS ALEXANDRE<br />

Embargado : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CONTRADIÇÃO – AUSENTE A DECADÊNCIA NA HIPÓTESE - RECURSO<br />

CONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela parte autora, ora embargante, em face do acórdão que referendou a<br />

decisão monocrática que reconheceu a decadência do direito de revisão do ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário.<br />

Sustenta, em suas razõ<strong>es</strong>, que houve “equívoco” na decisão embargada, considerando a data do ajuizamento da pr<strong>es</strong>ente<br />

ação.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais.<br />

Pela leitura da peça recursal ora em apreço, verifica-se que a parte embargante aponta, na verdade, con<strong>tr</strong>adição no<br />

acórdão embargado, na medida em que não observou que, en<strong>tr</strong>e a data da conc<strong>es</strong>são do benefício previdenciário e a data<br />

do ajuizamento da ação, não <strong>tr</strong>anscorreu o prazo de dez anos.<br />

Deveras, a decisão impugnada (fls. 65/66), ao utilizar a Súmula n. 8 da Turma Regional de Uniformização de<br />

Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Federais da 2ª Região, para reconhecer a incidência da decadência no<br />

pr<strong>es</strong>ente caso, aduziu que o benefício foi concedido anteriormente à vigência da MP 1.523-9, de 28.06.1997, e que a ação<br />

foi ajuizada posteriormente a 01.08.2007, o que <strong>es</strong>tá totalmente con<strong>tr</strong>aditório com os elementos dos autos.<br />

Por certo, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais<br />

da 2ª Região, r<strong>es</strong>ponsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong><br />

de direito material en<strong>tr</strong>e decisõ<strong>es</strong> proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de<br />

inúmeros precedent<strong>es</strong> acerca d<strong>es</strong>ta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se a<br />

decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a<br />

28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.<br />

Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de<br />

10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, <strong>es</strong>tarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.<br />

Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira pr<strong>es</strong>tação”<br />

recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à


evisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da<br />

referida MP.<br />

No caso dos autos, o benefício foi deferido depois de 26.06.1997, conforme documento acostado à fl. 14, ou seja, em<br />

01.08.1998, e a ação foi ajuizada em 10.06.2008 (fl. 02), ou seja, temp<strong>es</strong>tivamente, considerando o prazo decenal para<br />

tanto, não se podendo sustentar, portanto, a decadência na hipót<strong>es</strong>e.<br />

Embargos de declaração providos, em razão da existência de vício a ser sanado, no caso, con<strong>tr</strong>adição, nos termos<br />

expostos.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO, na forma<br />

da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

51 - 2007.50.54.000806-2/01 UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: OSIAS ALVES PENHA.) x IRENE AVELAR GOMES x<br />

MARIA ZELURZE MATIELLO TONONI (ADVOGADO: ANA IZABEL VIANA GONSALVES.) x ESTELLA ACERBI CÓ.<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.54.000806-2/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargado : ESTELLA ACERBI CÓ E OUTROS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÕES E CONTRADIÇÃO – OMISSÃO QUANTO À APLICAÇÃO DO ART. 1º-F<br />

DA LEI N. 9.494/97 – OMISSÃO COM RELAÇÃO À FUNDAMENTAÇÃO NA CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS<br />

ADVOCATÍCIOS – CONTRADIÇÃO A RESPEITO DOS PERÍODOS APONTADOS - EXISTÊNCIA DE OMISSÕES NO<br />

ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO PROVIDO EM PARTE.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que referendou a decisão monocrática<br />

que negou provimento ao recurso inominado. Alega o embargante que a decisão seria omissa com relação à fixação de<br />

juros de mora não superior a 6% ao ano e à fundamentação para a condenação dos honorários advocatícios. Sustenta<br />

con<strong>tr</strong>adição na medida em que a decisão embargada diverge quando aponta os períodos constant<strong>es</strong> no dispositivo da<br />

sentença.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão e con<strong>tr</strong>adição na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo.<br />

Deveras, no recurso inominado, houve qu<strong>es</strong>tionamento a r<strong>es</strong>peito da incidência de juros de mora, sustentando-se que se<br />

deveria observar o art. 1º-F da Lei n. 9.494/97. A decisão guerreada, por ou<strong>tr</strong>o lado, não se manif<strong>es</strong>tou sobre tal matéria.<br />

Deve ser, portanto, sanada a omissão n<strong>es</strong>se aspecto.<br />

No que tange à condenação em honorários advocatícios, deveras a decisão embargada também r<strong>es</strong>tou omissa, na medida<br />

em que não revelou o dispositivo de lei que deu base à análise subjetiva do arbi<strong>tr</strong>amento da verba honorária. Não obstante,<br />

pelos elementos dos autos, r<strong>es</strong>ta patente que o magis<strong>tr</strong>ado levou em consideração o art. 20, §4º, do CPC.<br />

Por fim, quanto à con<strong>tr</strong>adição alegada, verifica-se que a matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos<br />

limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais, sendo que cabe d<strong>es</strong>tacar que o julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão,<br />

não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a<br />

rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não<br />

oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na


verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o<br />

proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os<br />

litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas. Assim, inexiste con<strong>tr</strong>adição no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao<br />

julgamento da causa foram corretamente analisados na decisão colegiada.<br />

D<strong>es</strong>sa maneira, devem ser sanadas as omissõ<strong>es</strong> no julgado embargado, para constar que é d<strong>es</strong>cabida, no caso, a<br />

aplicação do art. 1º-F, com a modificação in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei nº 11.960/2009, e que a condenação em honorários<br />

advocatícios deu-se com base no art. 20, §4º, do CPC.<br />

Embargos de declaração providos em parte, em razão da existência de omissõ<strong>es</strong>.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO EM<br />

PARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

52 - 2009.50.53.000318-0/01 MARIA MARGARETHE ROSSI DEVENS (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA<br />

DOMENEGHETTI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANA ZANDONADE.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2009.50.53.000318-0/01<br />

Embargante : UNIÃO<br />

Embargada : MARIA MARGARETHE ROSSI DEVENS<br />

E M E N T A<br />

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – ANÁLISE DOS ARGUMENTOS LANÇADOS NA PEÇA RECURSAL –<br />

INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO NÃO PROVIDO.<br />

Trata-se de embargos de declaração interpostos pela UNIÃO em face do acórdão que julgou parcialmente procedente a<br />

pretensão recursal, reconhecendo o direito à r<strong>es</strong>tituição do imposto de renda indevidamente d<strong>es</strong>contado no período<br />

compreendido en<strong>tr</strong>e janeiro/1989 a dezembro/1995. Sustenta a parte embargante que a decisão foi omissa na medida em<br />

que não enfrentou a alegação recursal de que não se pode confundir o imposto de renda incidente sobre as con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

vertidas ao fundo da previdência ao tempo da Lei n. 7.713/88, en<strong>tr</strong>e os anos de 1988 e 1995, e o imposto de renda<br />

incidente sobre a complementação de aposentadoria, cobrado com base na Lei n. 9.250/95, frisando que houve pr<strong>es</strong>crição<br />

do direito à devolução do imposto pago sob a égide da Lei n. 7.713/88 e que, no tange à r<strong>es</strong>tituição do imposto após o<br />

advento da Lei n. 9.250/95, é nec<strong>es</strong>sário delimitar o marco do prazo pr<strong>es</strong>cricional.<br />

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissõ<strong>es</strong>, aportar clareza ou retificar<br />

eventuais con<strong>tr</strong>adiçõ<strong>es</strong> existent<strong>es</strong> no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentaçõ<strong>es</strong> do<br />

embargante, verifica-se que <strong>es</strong>ta aponta a existência de omissão na decisão proferida por <strong>es</strong>te Juízo, principalmente no<br />

que tange à pr<strong>es</strong>crição do direito de r<strong>es</strong>tituição de imposto de renda indevidamente cobrado sobre a complementação de<br />

aposentadoria.<br />

A decisão guerreada expôs que não há que se falar em pr<strong>es</strong>crição na hipót<strong>es</strong>e, logo em seu item II, posto que o prazo de<br />

cinco anos somente tem início com a aposentadoria, que ocorreu em 03 de janeiro/2008, sendo d<strong>es</strong>cabida a alegação<br />

recursal de que não houve pronunciamento na decisão embargada com relação a <strong>es</strong>se tema. Regis<strong>tr</strong>e-se que o exposto no<br />

item III da referida decisão demons<strong>tr</strong>a que não houve confusão sobre a incidência do imposto de renda sob a égide das<br />

Leis ns. 7.713/88 e 9.250/95.<br />

Assim, a hipót<strong>es</strong>e dos autos não caracteriza omissão, não podendo prosperar o recurso interposto, uma vez que ausent<strong>es</strong><br />

os requisitos previstos no art. 535 do CPC.<br />

Na verdade, a matéria posta no recurso inominado mereceu exame e d<strong>es</strong>ate nos limit<strong>es</strong> das razõ<strong>es</strong> recursais, sendo


d<strong>es</strong>cabida a alegação de que teria sido omissa quanto aos argumentos lançados na peça recursal. Cabe d<strong>es</strong>tacar que o<br />

julgador, d<strong>es</strong>de que fundamente suficientemente sua decisão, não <strong>es</strong>tá obrigado a r<strong>es</strong>ponder todas as alegaçõ<strong>es</strong> das<br />

part<strong>es</strong>, a ater-se aos fundamentos por elas apr<strong>es</strong>entados nem a rebater um a um todos os argumentos levantados, de tal<br />

sorte que a insatisfação quanto ao d<strong>es</strong>linde da causa não oportuniza a oposição de embargos de declaração, sem que<br />

pr<strong>es</strong>ente alguma das hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> do art. 535 do CPC. Na verdade, os embargos de declaração não se pr<strong>es</strong>tam a materializar<br />

nítido qu<strong>es</strong>tionário dirigido ao julgador, pois o proc<strong>es</strong>so, enquanto ins<strong>tr</strong>umento de dis<strong>tr</strong>ibuição da justiça, não tem a<br />

pretensão de viabilizar verdadeiros diálogos en<strong>tr</strong>e os litigant<strong>es</strong> e as magis<strong>tr</strong>aturas.<br />

Assim, inexiste omissão no acórdão impugnado. Todos os pontos nec<strong>es</strong>sários ao julgamento da causa foram devidamente<br />

analisados na decisão colegiada.<br />

Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, r<strong>es</strong>tando demons<strong>tr</strong>ada<br />

tão-somente a inconformidade da embargante com o provimento jurisdicional.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

53 - 2007.50.54.000958-3/01 ELSO SCARPAT (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI, CARLOS<br />

BERKENBROCK, SAYLES RODRIGO SCHUTZ.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

Paulo Henrique Vaz Fidalgo.).<br />

PODER JUDICIÁRIO<br />

JUSTIÇA FEDERAL<br />

Seção Judiciária do Espírito Santo<br />

Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2007.50.54.000958-3/01<br />

Recorrente : ELSO SCARPAT<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – RMI – APLICAÇÃO DO ART. 29, §5º, DA LEI N. 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO E<br />

IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente<br />

a pretensão externada na inicial, em que se pleiteava a revisão da RMI da aposentadoria por invalidez e o pagamento das<br />

diferenças corr<strong>es</strong>pondent<strong>es</strong>. Em suas razõ<strong>es</strong>, sustenta a aplicação do §5º do art. 29 da Lei de Benefícios na hipót<strong>es</strong>e,<br />

r<strong>es</strong>saltando, não obstante, a nec<strong>es</strong>sidade de suspensão do proc<strong>es</strong>so até que o e. STF firme posicionamento ou haja<br />

julgamento do Recurso Ex<strong>tr</strong>aordinário n. 583.834.<br />

Pela leitura da inicial, depreende-se que a qu<strong>es</strong>tão con<strong>tr</strong>overtida se refere, única e exclusivamente, à aplicação da regra do<br />

§ 5º do art. 29 da Lei 8.213/99, ou seja, em casos de conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez decorrent<strong>es</strong> de conversão<br />

de auxílio-doença, se, no cálculo da RMI daquele, deve ser considerado, como salário-de-con<strong>tr</strong>ibuição, o<br />

salário-de-benefício d<strong>es</strong>te.<br />

A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

anterior<strong>es</strong> ao afastamento do <strong>tr</strong>abalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriam<br />

m<strong>es</strong>mo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu r<strong>es</strong>pectivo<br />

salário de benefício) seja computado como salário de con<strong>tr</strong>ibuição da aposentadoria por invalidez.<br />

O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da Lei<br />

9.876/99, o período base a ser considerado para a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o período<br />

imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipót<strong>es</strong>e do §5º (ou seja, utilização, no período básico de<br />

cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido n<strong>es</strong>se


período como salário de con<strong>tr</strong>ibuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção de<br />

benefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra no<br />

plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).<br />

A t<strong>es</strong>e do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29,<br />

caput, da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º<br />

foi revogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong> imediatamente<br />

anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não<br />

há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.<br />

Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela qual<br />

se considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que serviu<br />

de base para a conc<strong>es</strong>são do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios gerais de<br />

atualização.<br />

Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido ant<strong>es</strong> da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 de<br />

novembro de 1999, ou seja, em 01.01.1997 (fl. 12), NÃO procede a revisão pleiteada.<br />

No mais, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que, deveras, nos autos do RE n. 583.834, o E. STF admitiu que há repercussão geral a qu<strong>es</strong>tão<br />

constitucional atinente à aplicação da nova redação do art. 29 da Lei n. 8.213/91, conferida pela Lei n. 9.876/99, a<br />

benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da r<strong>es</strong>pectiva vigência (29.11.1999). Todavia, a Lei n. 11.418/2006, que acr<strong>es</strong>centou os arts.<br />

543-A e 543-B ao CPC, os quais regulamentam o §3º do art. 102 da CR/88, determina que, havendo diversos recursos<br />

ex<strong>tr</strong>aordinários que externem con<strong>tr</strong>ovérsia idêntica, caberá ao <strong>tr</strong>ibunal recorrido selecionar um ou alguns recursos – os<br />

quais servirão de paradigma – e enviá-los ao STF para que <strong>es</strong>sa Corte Suprema decida se, naquele caso, a qu<strong>es</strong>tão<br />

constitucional debatida tem ou não a repercussão geral exigida pela nova lei. Assim, todos os demais recursos sobre<br />

aquele tema permanecerão repr<strong>es</strong>ados – a lei fala em sobr<strong>es</strong>tamento - na instância a quo, no aguardo da decisão do STF<br />

sobre a qu<strong>es</strong>tão. Não se verifica a pr<strong>es</strong>ença de tal hipót<strong>es</strong>e, motivo pelo qual se mos<strong>tr</strong>a d<strong>es</strong>cabido o pedido recursal n<strong>es</strong>se<br />

sentido.<br />

Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

Sem custas, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, na<br />

forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

54 - 2007.50.51.003261-0/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.)<br />

x JOSE FRANCISCO BONATO (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA DOMENEGHETTI.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2007.50.51.003261-0/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

Recorrido : JOSE FRANCISCO BONATO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO – RECÁLCULO DA RMI COM<br />

BASE NO ARTIGO 29, §5º DA LEI 8.213/91 – OCORRÊNCIA DA DECADÊNCIA – AÇÃO AJUIZADA DEPOIS DE<br />

01/08/2007 – SENTENÇA REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmente<br />

procedente a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, em que a parte recorrida pleiteava revisão da renda mensal inicial<br />

do benefício originário. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que o artigo 29, § 5º da Lei 8.213/91 somente é<br />

aplicável às hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> de aposentadoria por invalidez que não sejam decorrent<strong>es</strong> de <strong>tr</strong>ansformação, em atenção ao<br />

disposto no artigo 55, II, da supracitada lei. Ademais, alega que o artigo 36, § 7º do Decreto n. 3.048/99 não viola a<br />

Constituição (artigo 84, IV).<br />

2. Inicialmente, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que o pr<strong>es</strong>ente caso se <strong>tr</strong>ata de ação de r<strong>es</strong>tauração de autos do proc<strong>es</strong>so principal (n.<br />

2007.50.51.003261-0), que foi ex<strong>tr</strong>aviado na ocasião do roubo de malote encaminhado à Sede da Seção Judiciária do<br />

Espírito Santo, com d<strong>es</strong>tino à Turma Recursal, em 06.04.2009, conforme ofício ES-OFI-2009/00091. Aponta-se que a parte


autora, quando intimada, juntou aos autos cópias das peças proc<strong>es</strong>suais que possuía e que o INSS, por sua vez, se<br />

manif<strong>es</strong>tou pela concordância da r<strong>es</strong>tauração, acostando, aos autos, cópias de peças proc<strong>es</strong>suais que dispunha em seus<br />

arquivos. A sentença proferida à fl. 63 julgou r<strong>es</strong>taurados os autos supramencionados, prosseguindo-se n<strong>es</strong>te proc<strong>es</strong>so no<br />

<strong>es</strong>tado em que se encon<strong>tr</strong>ava, qual seja: rem<strong>es</strong>sa para a Turma Recursal/ES para julgamento do recurso inominado ora<br />

em apreço.<br />

3. Não obstante a alegação recursal de que não se aplica ao caso o disposto no §5º do art. 29 da Lei n. 8.213/91, cumpre<br />

regis<strong>tr</strong>ar que a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais<br />

Federais da 2ª Região, r<strong>es</strong>ponsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as<br />

qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> de direito material en<strong>tr</strong>e decisõ<strong>es</strong> proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em<br />

razão de inúmeros precedent<strong>es</strong> acerca d<strong>es</strong>ta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007,<br />

operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído<br />

anteriormente a 28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.<br />

4. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de<br />

10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, <strong>es</strong>tarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.<br />

Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira pr<strong>es</strong>tação”<br />

recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da<br />

referida MP. Este é o entendimento que deve prevalecer, ante o entendimento de que a contagem d<strong>es</strong>se lapso temporal<br />

deve incidir a partir da data da promulgação da MP 1523/97.<br />

5. No caso dos autos, o benefício foi concedido ant<strong>es</strong> de 26.06.1997 (fl. 35) e a ação foi ajuizada em 10.12.2007 (fl. 01), ou<br />

seja, intemp<strong>es</strong>tivamente, de forma a incidir a decadência para o caso concreto. A análise da decadência deve se orientar<br />

não somente pela data da conc<strong>es</strong>são do benefício previdenciário, mas também pela data do ajuizamento da ação<br />

revisional. Como a parte recorrida ajuizou a ação depois de 01.08.2007, operou-se a decadência.<br />

6. A d<strong>es</strong>peito do requerimento da parte recorrida, em sede de con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, de condenação da autarquia previdenciária<br />

em litigância de má-fé, considera-se não ser devida a referida condenação, devido ao fato de o INSS ter agido den<strong>tr</strong>o de<br />

sua competência recursal ao impugnar a sentença proferida, sem exc<strong>es</strong>sos, e também pelo fato de a parte recorrida ter<br />

ajuizado a ação quando já decaído o direito de revisão da renda mensal inicial do benefício.<br />

7. Pronunciamento de ofício da decadência. Sentença reformada.<br />

8. Sem custas e condenação em honorários advocatícios, haja vista ser a parte recorrida beneficiária da Assistência<br />

Jurídica Gratuita (fl. 15).<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo PRONUNCIAR A DECADÊNCIA DE OFÍCIO, na forma da ementa<br />

constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

55 - 2008.50.53.000116-6/01 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ<br />

RODRIGUES.) x MARIA LUZIA MAGNATO (ADVOGADO: CARLOS AUGUSTO MENDES PEREIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº 2008.50.53.000116-6/01<br />

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS<br />

Recorrida : MARIA LUZIA MAGNATO<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO – AUXÍLIO-DOENÇA - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – QUALIDADE DE SEGURADA<br />

VERIFICADA – DIB CORRETAMENTE FIXADA – ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA COM O PAGAMENTO SIMULTÂNEO<br />

DE SALÁRIO E BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO - RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA<br />

REFORMADA EM PARTE.<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedido<br />

autoral, determinando o r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria por invalidez.<br />

Sustenta o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que, quando se constatou a incapacidade laborativa da recorrente, <strong>es</strong>ta<br />

não possuía a qualidade de segurada da Previdência Social, o que demons<strong>tr</strong>a incoerência na sentença ao fixar o<br />

DIB em junho/2003. Aduz que a DIB, no caso, dever ser em 27.10.2008, quando houve a juntada do laudo pericial aos<br />

autos. Subsidiariamente, argumenta que, considerando que, após a fixação da DIB do auxílio-doença, a recorrida laborou e<br />

recebeu salários normalmente, há de se efetuar o d<strong>es</strong>conto dos valor<strong>es</strong> em qu<strong>es</strong>tão, sob pena de enriquecimento sem<br />

causa. O recorrido, em con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, aduz preliminarmente intemp<strong>es</strong>tividade do recurso inominado e preclusão da<br />

apr<strong>es</strong>entação de oposição ao laudo pericial, rechaçando, no mérito, as alegaçõ<strong>es</strong> recursais.


2. Inicialmente, cumpre regis<strong>tr</strong>ar que o recurso inominado ora em apreço foi interposto temp<strong>es</strong>tivamente, posto que os<br />

autos foram remetidos ao INSS, ora recorrente, em 04.11.2009 e a peça recursal foi apr<strong>es</strong>entada, n<strong>es</strong>te Juízo, em<br />

09.11.2009 (fls. 80 e 87), obedecendo, portanto, ao prazo legal.<br />

3. Ora, a intimação p<strong>es</strong>soal do repr<strong>es</strong>entante da Fazenda Pública é de rigor nos feitos em que figura como inter<strong>es</strong>sada,<br />

autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, a teor do que dispõe o art. 38 da Lei Complementar 73/93 e art. 6º<br />

da Lei 9.028/75. Regis<strong>tr</strong>e-se que o art. 7º da Lei n. 10.259/01, que dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis<br />

e Criminais no âmbito da <strong>Justiça</strong> <strong>Federal</strong>, é bem claro ao dispor que as citaçõ<strong>es</strong> e as intimaçõ<strong>es</strong> da União serão feitas na<br />

forma prevista nos arts. 35 a 38 da LC n. 73/93.<br />

4. Também, de início, vale apontar que, quanto à alegação de preclusão a r<strong>es</strong>peito da manif<strong>es</strong>tação sobre o laudo pericial,<br />

não há óbice para o recorrente, em sede recursal, manif<strong>es</strong>tar-se n<strong>es</strong>se sentido, posto que a discussão da aplicação do<br />

direito à <strong>es</strong>pécie, na sentença guerreada, pr<strong>es</strong>supõe o cotejo das provas produzidas no proc<strong>es</strong>so.<br />

5. A sentença guerreada fixou a DIB para r<strong>es</strong>tabelecimento do auxílio-doença em 31.10.2007, que corr<strong>es</strong>ponde à data em<br />

que c<strong>es</strong>sou o benefício na <strong>es</strong>fera adminis<strong>tr</strong>ativa, e a DIB para a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por<br />

invalidez em 27.10.2008, data da confecção do laudo pericial.<br />

6. Ora, se o r<strong>es</strong>tabelecimento do benefício de auxílio-doença é devido a partir da data em que houve o rompimento<br />

adminis<strong>tr</strong>ativo, é porque, em tal data, a parte recorrida ostentava a qualidade de segurada da Previdência Social, m<strong>es</strong>mo<br />

porque, se assim não fosse, não <strong>es</strong>taria gozando do benefício em qu<strong>es</strong>tão.<br />

7. Também foi medida acertada pelo Juízo a quo ao fixar a DIB para a conc<strong>es</strong>são de aposentadoria por invalidez a partir<br />

da confecção do laudo pericial, momento em se constatou a incapacidade total e definitiva para o exercício das atividad<strong>es</strong><br />

laborais. Não consta do art. 42, § 1º da Lei nº 8.213/91 qualquer exigência de que o termo a quo da aposentadoria por<br />

invalidez deva ser a contar da juntada do laudo pericial em Juízo, como alega o recorrente, sendo que o termo inicial da<br />

aposentadoria por invalidez poderia ser inclusive anterior à confecção do laudo pericial, tendo em vista a possibilidade de<br />

reconhecimento de situação de incapacidade total e definitiva preexistente ao m<strong>es</strong>mo.<br />

8. No mais, com relação à alegação da recorrente de que há, no caso, concomitância de conc<strong>es</strong>são de auxílio-doença e<br />

aposentadoria por invalidez em períodos em que a parte recorrida recebeu salários por força de vínculo empregatício, no<br />

período de outubro/2007 a junho/2008, deveras o documento acostado às fl. 91/92 revela tal fato.<br />

9. Como se observa, houve atividade laborativa remunerada d<strong>es</strong>envolvida pela parte recorrente em períodos em que a<br />

sentença guerreada determinou a percepção de auxílio-doença, que tem DIB em 31.10.2007, o que implica enriquecimento<br />

ilícito d<strong>es</strong>ta (art. 884 do CCB).<br />

10. Assim, deve ser mantida a decisão no que tange ao pagamento do benefício de auxílio-doença a partir da data fixada<br />

(DIB), porém deve ser d<strong>es</strong>contado, das parcelas exequendas, o valor pago a título de salário percebido pela recorrida a<br />

título de vínculo empregatício com MITRA DIOCESANA DE COLATINA, conforme documento acostado às fls. 91/92.<br />

11. Recurso parcialmente provido.<br />

12. Custas isentas na forma do art. 4º, I, da Lei n. 9.289/1996 e por gozar a parte recorrida do benefício da assistência<br />

judiciária gratuita. Sem a condenação em honorários advocatícios, em atenção ao disposto no art. 21 do CPC.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER O RECURSO E DAR-LHE<br />

PROVIMENTO EM PARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.


Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

56 - 2009.50.53.000931-5/01 ISBELA DAS CHAGAS FERNANDES (ADVOGADO: GUSTAVO SABAINI DOS SANTOS.) x<br />

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.002701-3/01<br />

Recorrente : ISBELA DAS CHAGAS FERNANDES<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL- INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA NÃO<br />

CONFIGURADA EM RELAÇÃO AO FILHO FALECIDO - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA<br />

MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente a<br />

pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, em que pleiteava o benefício da pensão por morte. Alega a recorrente, em suas<br />

razõ<strong>es</strong> recursais, que somente o fato de receber benefício previdenciário não obsta o reconhecimento de sua dependência<br />

econômica para com o filho falecido.<br />

2. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependent<strong>es</strong> do segurado que falecer, aposentado ou não, a contar da<br />

data do óbito ou da decisão judicial, em caso de morte pr<strong>es</strong>umida (art. 74 da Lei 8.213/91, em sua redação anterior à<br />

modificação in<strong>tr</strong>oduzida pela Lei 9.528/97). O art. 16 da Lei n. 8.213/91 <strong>tr</strong>az um rol de dependent<strong>es</strong> do segurado: o<br />

cônjuge; a companheira; o companheiro; o filho não emancipado (de qualquer condição) menos de 21 anos ou inválido; os<br />

pais; e o irmão não emancipado (de qualquer condição) menor de 21 anos ou inválido. Regis<strong>tr</strong>e-se que, conforme dita o<br />

§4º d<strong>es</strong>se dispositivo legal, a dependência econômica é pr<strong>es</strong>umida para o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho<br />

não emancipado (de qualquer condição) menor de 21 anos ou inválido.<br />

3. No caso, deveras a recorrente é mãe do segurado falecido (MAURICIO DAS CHAGAS FERNANDES). Em 20.01.2009,<br />

requereu o benefício da pensão por morte, sob a alegação de que era dependente do de cujus, todavia tal pedido foi<br />

indeferido pela autarquia recorrida, tendo em vista que os documentos apr<strong>es</strong>entados não comprovaram a dependência<br />

econômica alegada.<br />

4. Por certo, em se <strong>tr</strong>atando de mãe e filho, é nec<strong>es</strong>sária a comprovação de dependência econômica, para eventual<br />

deferimento do benefício previdenciário em qu<strong>es</strong>tão, nos termos do art. 16, II, da Lei n. 8.213/91. No caso, a recorrente já é<br />

beneficiária de pensão por morte de seu falecido cônjuge d<strong>es</strong>de 1998, conforme documento à fl. 63, auferindo um salário<br />

mínimo mensal. D<strong>es</strong>sa forma, conforme apontou a sentença guerreada, eventual auxílio financeiro pr<strong>es</strong>tado pelo filho<br />

falecido tinha a mera finalidade de aumentar a receita familiar.<br />

5. Ora, r<strong>es</strong>ta claro que a recorrente possui renda própria, suficiente para a manutenção do seu sustento, não r<strong>es</strong>tando<br />

configurado que o filho falecido é que suportava maior parte das d<strong>es</strong>p<strong>es</strong>as do lar.<br />

6. Assim, não se vislumbra, no caso, dependência econômica da recorrente com relação ao seu filho falecido.<br />

7. Recurso conhecido e, no mérito, improvido.<br />

8. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma<br />

do voto constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

57 - 2008.50.50.002647-1/01 FRANCISCO JOAQUIM SILVESTRE (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO


SIMOES ALVES, ANA CRISTINA DELACIO ABREU.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: SERGIO ROBERTO LEAL DOS SANTOS.).<br />

Proc<strong>es</strong>so nº. 2008.50.50.002647-1/01<br />

Recorrente : FRANCISCO JOAQUIM SILVESTRE<br />

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

E M E N T A<br />

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO - PEDIDO DE REVISÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO<br />

(AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ) – RECÁLCULO DA RMI COM BASE NO ART. 29, II, e § 5º<br />

DA LEI N. 8.213/91 – DECADÊNCIA DO DIREITO REVISIONAL DA RMI DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA –<br />

DESCABIDA A REVISÃO DA RMI DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - RECURSO PROVIDO EM<br />

PARTE – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que pronunciou a<br />

decadência da pretensão autoral. Alega o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong> recursais, que não há incidência de decadência no<br />

caso em tela, lançando mão de laboriosa t<strong>es</strong>e n<strong>es</strong>se sentido.<br />

2. Deveras, a Turma Regional de Uniformização de Jurisprudência das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Federais<br />

da 2ª Região, r<strong>es</strong>ponsável pela uniformização da interpretação da lei federal quando houver divergência sobre as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong><br />

de direito material en<strong>tr</strong>e decisõ<strong>es</strong> proferidas pelas Turmas Recursais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, em razão de<br />

inúmeros precedent<strong>es</strong> acerca d<strong>es</strong>ta matéria, editou a Súmula n. 8, cuja redação é a seguinte: “Em 01.08.2007, operou-se a<br />

decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a<br />

28.06.1997, data da edição da MP n. 1.523-9, que deu nova redação ao art. 103 da Lei n. 8.213/91”.<br />

3. Assim, os benefícios com DIB anterior a 27.06.1997, data da nona edição da MP 1.523, convertida na Lei 9.528, de<br />

10.12.97, a qual alterou a redação do art. 103 da Lei 8.213/91, <strong>es</strong>tarão impedidos de serem revistos a partir de 27.06.2007.<br />

Na verdade, em 01.08.2007, 10 anos contados do “dia primeiro do mês seguinte ao do recebimento da primeira pr<strong>es</strong>tação”<br />

recebida após o início da vigência da Medida Provisória nº 1.523-9/1997, operou-se a decadência das açõ<strong>es</strong> que visem à<br />

revisão de ato conc<strong>es</strong>sório de benefício previdenciário instituído anteriormente a 26.06.1997, data da en<strong>tr</strong>ada em vigor da<br />

referida MP.<br />

4. No caso dos autos, por ou<strong>tr</strong>o lado, o benefício de auxílio-doença foi concedido ant<strong>es</strong> de 28.06.1997, ou seja, em<br />

02.09.1996 (fl. 23) e a ação foi ajuizada somente em 05.05.2008, portanto intemp<strong>es</strong>tivamente. Assim, não há como negar a<br />

incidência da decadência na hipót<strong>es</strong>e, com relação a <strong>es</strong>se pedido revisional.<br />

5. Por ou<strong>tr</strong>o lado, o benefício de aposentadoria por invalidez foi concedido depois de 28.06.1997, ou seja, em 01.07.1999<br />

(fl. 13) e a ação foi ajuizada em 05.05.2008, portanto temp<strong>es</strong>tivamente, considerando o prazo decenal de que dispunha a<br />

parte para tanto. Assim, não há como sustentar a incidência da decadência do direito de revisão d<strong>es</strong>se benefício.<br />

6. N<strong>es</strong>se panorama, passo a apreciar a pretensão externada na inicial d<strong>es</strong>ta ação, conforme o disposto no §1º do art. 515<br />

do CPC, em que a parte autora pugna pela revisão da RMI do benefício de aposentadoria por invalidez, com fulcro no §5º<br />

do art. 29 d<strong>es</strong>se m<strong>es</strong>mo diploma legal.<br />

7. A redação original do caput do art. 29 limitava o período básico de cálculo para a aposentadoria por invalidez aos m<strong>es</strong><strong>es</strong><br />

anterior<strong>es</strong> ao afastamento do <strong>tr</strong>abalho (e, pelo óbvio, no caso de prévio recebimento de auxílio-doença, ambos teriam<br />

m<strong>es</strong>mo período básico de cálculo). O §5º permite que o período de gozo de auxílio-doença anterior (e seu r<strong>es</strong>pectivo<br />

salário de benefício) seja computado como salário de con<strong>tr</strong>ibuição da aposentadoria por invalidez.<br />

8. O §5º deve ser interpretado em consonância com o caput do artigo 29. Assim, para os benefícios concedidos ant<strong>es</strong> da<br />

Lei 9.876/99, o período base a ser considerado para a conc<strong>es</strong>são da aposentadoria por invalidez será, via de regra, o<br />

período imediatamente anterior ao do afastamento (art. 29, caput). A hipót<strong>es</strong>e do §5º (ou seja, utilização, no período básico<br />

de cálculo, do salário de benefício que serviu de base para o cálculo da RMI do benefício por incapacidade recebido n<strong>es</strong>se<br />

período como salário de con<strong>tr</strong>ibuição para o cálculo da RMI da aposentadoria) somente se aplica se houve percepção de<br />

benefício por incapacidade intercalado com retornos à atividade. Isso se percebe facilmente no emprego da palavra no<br />

plural (“Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade,...”).<br />

9. A t<strong>es</strong>e do autor somente tem aplicabilidade para aposentadorias por invalidez concedidas após a alteração do art. 29,<br />

caput, da Lei 8.213/91 pela Lei 9.876/99. De fato, após a alteração, o único dispositivo que limitava a abrangência do § 5º<br />

foi revogado. O art. 29, caput, atual não fala mais em “últimos salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição dos m<strong>es</strong><strong>es</strong> imediatamente<br />

anterior<strong>es</strong> ao do afastamento da atividade” para cálculo do salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez. Assim, não<br />

há fundamento legal para a limitação imposta à abrangência do § 5º.<br />

10. Revela-se, portanto, ilegal a forma de cálculo adotada pelo INSS, com base no art. 36, § 7º, do Decreto 3.048/99, pela<br />

qual se considera somente, como RMI da aposentadoria por invalidez, o equivalente a 100 % do salário-de-benefício que


serviu de base para a conc<strong>es</strong>são do auxílio-doença recebido anteriormente, após atualização monetária pelos critérios<br />

gerais de atualização.<br />

11. Assim, considerando que o benefício do autor foi concedido ant<strong>es</strong> da alteração determinada pela Lei 9.876, de 26 de<br />

novembro de 1999, ou seja, em 01.07.1999 (fl. 13), não procede a revisão pleiteada.<br />

12. Recurso conhecido e, no mérito, parcialmente provido.<br />

13. Defiro o pedido de assistência judiciária gratuita formulado na inicial.<br />

14. Sem custas e honorários advocatícios, ante o deferimento do pedido de assistência judiciária gratuita e com a<br />

incidência do art. 55 da Lei n. 9.099/95.<br />

A C Ó R D Ã O<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DO RECURSO E DAR-LHE PROVIMENTO EM<br />

PARTE, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

Fernando C<strong>es</strong>ar Baptista de Mattos<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

Total Anular a sentença e julgar : prejudicado 1 o recurso<br />

Total Dar parcial provimento : 8<br />

Total Dar provimento : 9<br />

Total Dar provimento ao rec. do : autor 1 e negar o do réu<br />

Total Negar provimento :<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!