17.04.2013 Views

o discurso político-satírico em “dom quixote” de cervantes - Fafibe

o discurso político-satírico em “dom quixote” de cervantes - Fafibe

o discurso político-satírico em “dom quixote” de cervantes - Fafibe

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

andantes? ¿Dón<strong>de</strong> hay gigantes en España o Dulcineas<br />

encantadas?<br />

Don Quijote estuvo atento a las palabras <strong>de</strong> aquel respetable<br />

hombre, y viendo que callaba, muy encolerizado, t<strong>em</strong>blando <strong>de</strong> los<br />

pies a la cabeza, se puso <strong>de</strong> pie y dijo:<br />

-Todos saben que las armas <strong>de</strong> los togados son las mismas que las<br />

<strong>de</strong> la mujer: la lengua. Así, con la lengua entraré en igual batalla con<br />

vuestra merced. Unos van por el ancho campo <strong>de</strong> la ambición, otros<br />

por el <strong>de</strong> la adulación, otros por el <strong>de</strong> la hipocresía, y algunos, por el<br />

<strong>de</strong> la verda<strong>de</strong>ra religión. Yo voy por el estrecho camino <strong>de</strong> la<br />

caballería andante. Por eso <strong>de</strong>sprecio los bienes <strong>de</strong> fortuna; pero no<br />

la honra. Yo he reparado injusticias, castigado insolencias, vencido<br />

gigantes; no soy <strong>de</strong> los enamorados viciosos, sino <strong>de</strong> los platónicos.<br />

Mis intenciones si<strong>em</strong>pre son <strong>de</strong> hacer bien a todos y mal a ninguno.<br />

Si el que hace esto merece ser llamado bobo, díganlo vuestras<br />

gran<strong>de</strong>za, Duque y Duquesa.(CERVANTES II, 1996, p.67-68)<br />

Neste fragmento t<strong>em</strong>os um <strong>discurso</strong> bastante crítico <strong>de</strong> Dom Quixote que<br />

respon<strong>de</strong> com ve<strong>em</strong>ência ás críticas do eclesiástico colocando-o no seu <strong>de</strong>vido<br />

lugar, conforme observação <strong>de</strong> Maria Augusta Vieira. (2006, p.165)<br />

Pod<strong>em</strong>os perceber que Quixote, esperou o religioso, que na verda<strong>de</strong> era o<br />

capelão do castelo se calar para dar a resposta, mostrando assim bastante<br />

segurança no que iria dizer. Falou no mesmo tom agressivo do eclesiástico, o que<br />

nos leva a crer que a própria igreja já não era tão respeitada na época, pois ao<br />

comentar que n<strong>em</strong> todos os togados vêm pela verda<strong>de</strong>ira religião, automaticamente<br />

insinua que muitos não ag<strong>em</strong> <strong>de</strong> maneira ética. Ao dizer que a arma <strong>de</strong>le é a língua,<br />

pod<strong>em</strong>os <strong>de</strong>duzir que na opinião <strong>de</strong> Quixote, o capelão falava d<strong>em</strong>ais e s<strong>em</strong><br />

conhecimento <strong>de</strong> causa, pois ao justificar-se Quixote enaltece sua causa.<br />

Dom Quixote faz uso da retórica <strong>de</strong> maneira eficiente, o que contradiz com<br />

sua condição <strong>de</strong> louco. Ao afirmar que é um enamorado platônico, supõ<strong>em</strong>-se que<br />

<strong>de</strong>veria ter consciência da sua condição estar vivendo um amor impossível, porém<br />

não se cansava <strong>de</strong> procurar por sua musa Dulcinea, escreveu cartas, e fazia tudo o<br />

que fosse possível para “<strong>de</strong>sencantá-la”, pois acreditava que um encantador a<br />

transformara <strong>em</strong> uma lavradora comum.<br />

Para finalizar analisar<strong>em</strong>os o <strong>discurso</strong> <strong>de</strong> quando Sancho foi governador da<br />

Ilha Barataria. Em mais uma burla dos duques, Sancho assumiu o cargo que tanto<br />

<strong>de</strong>sejava. No começo teve que resolver alguns probl<strong>em</strong>as com os moradores, e se<br />

saiu muito b<strong>em</strong> como juiz, até que apareceu um médico que com o pretexto <strong>de</strong><br />

cuidar <strong>de</strong> sua saú<strong>de</strong> não lhe <strong>de</strong>ixava comer, o que era uma tortura para um glutão<br />

como ele. Seus probl<strong>em</strong>as só estavam começando, quando recebeu um<br />

25

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!