17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

62 - 0004707-49.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.004707-9/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARCUS VINICIUS BRUM<br />

VIEIRA (ADVOGADO: ALVIMAR CARDOSO RAMOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).<br />

RECURSO N. 0004707-49.2010.4.02.5050/01<br />

RECORRENTE: MARCUS VINICIUS BRUM VIEIRA<br />

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL DR. BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA<br />

DE CONSTATAÇÃO DE INCAPACIDADE PELA PERÍCIA JUDICIAL – LAUDOS PARTICULARES INSUFICIENTES PARA<br />

ATESTAR A INCAPACIDADE – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 46, que julgou<br />

improcedente o pedido autoral de r<strong>es</strong>tabelecimento de benefício auxílio-doença e de sua posterior conversão em<br />

aposentadoria por invalidez. Em suas razõ<strong>es</strong> de recurso (fls. 50/54), o recorrente alega, em sínt<strong>es</strong>e: i) que se encon<strong>tr</strong>a<br />

incapacitado para o exercício de suas atividad<strong>es</strong> laborais; ii) que é reprovado em todas as en<strong>tr</strong>evistas de emprego que<br />

realiza em virtude de seus problemas de saúde; e iii) que o magis<strong>tr</strong>ado não <strong>es</strong>tá ads<strong>tr</strong>ito, nem vinculado a qualquer<br />

elemento de prova para d<strong>es</strong>empenhar sua atividade judicante. Por fim, postula pelo conhecimento e provimento do recurso<br />

para que seja deferido o direito aos benefícios pleiteados, com o pagamento das parcelas re<strong>tr</strong>oativas. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls.<br />

58/61.<br />

2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º9.099/95).<br />

3. Inicialmente, cabe d<strong>es</strong>tacar que o auxílio-doença, como se ex<strong>tr</strong>ai do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao<br />

segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou<br />

para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. De seu turno, a aposentadoria por invalidez, por<br />

força do disposto no artigo 42, do m<strong>es</strong>mo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será<br />

devida ao segurado que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação<br />

para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

4. O autor, ora recorrente, <strong>tr</strong>abalhador autônomo, atualmente com 54 anos de idade, alega possuir diabet<strong>es</strong>, pr<strong>es</strong>são<br />

arterial refratária a medicamentos, ob<strong>es</strong>idade, distúrbios psíquicos e ansiedade devido a s<strong>tr</strong><strong>es</strong>s. O laudo pericial de fls.<br />

35/36 regis<strong>tr</strong>a que o requerente, de fato, possui hipertensão arterial (HAS) e diabet<strong>es</strong>. No entanto, o perito é taxativo ao não<br />

considerá-lo inapto para as suas funçõ<strong>es</strong> habituais de vendedor autônomo, tendo em vista que as referidas doenças são<br />

passíveis de con<strong>tr</strong>ole mediante <strong>tr</strong>atamento adequado, conjugado à aquisição de hábitos que equilibrem o con<strong>tr</strong>ole da<br />

doença.<br />

5. Vale r<strong>es</strong>saltar que, a d<strong>es</strong>peito da regra pr<strong>es</strong>crita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de ex<strong>tr</strong>ema importância para<br />

auxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,<br />

eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de con<strong>tr</strong>ovérsia na lide. D<strong>es</strong>tarte, havendo laudos divergent<strong>es</strong>, não há como<br />

considerar os documentos apr<strong>es</strong>entados pela autora em de<strong>tr</strong>imento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudos<br />

particular<strong>es</strong> se mos<strong>tr</strong>em suficient<strong>es</strong> à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha no<br />

laudo oficial, hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, d<strong>es</strong>se modo, a nec<strong>es</strong>sidade de realização de<br />

nova prova técnica ou até m<strong>es</strong>mo de complementação do parecer apr<strong>es</strong>entado.<br />

6. Assim, a parte autora, ora recorrente, não logrou êxito em <strong>tr</strong>azer aos autos provas robustas, que pud<strong>es</strong>sem se sobrepor<br />

ao laudo pericial, o qual goza de pr<strong>es</strong>unção de veracidade. Isso porque os laudos particular<strong>es</strong> at<strong>es</strong>tam a existência da<br />

enfermidade e o uso de medicação, mas não o <strong>es</strong>tado de incapacidade. D<strong>es</strong>taco, ainda, que, nos termos da Súmula nº 08<br />

da Turma Recursal do Espírito Santo “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial<br />

produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa,<br />

há de prevalecer sobre o particular”.<br />

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

8. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e de honorários advocatícios, cujo valor,<br />

considerada a complexidade da causa, arbi<strong>tr</strong>o em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante a assistência judiciária gratuita<br />

deferida à fl. 30, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!