17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

57 - 0001645-64.2011.4.02.5050/01 (2011.50.50.001645-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) WALDIR MARTINS CASTRO<br />

(ADVOGADO: JULIO FERNANDES SOARES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:<br />

JOSÉ GUILHERME BARBOSA DE OLIVEIRA.).<br />

RECURSO N. 0001645-64.2011.4.02.5050/01<br />

RECORRENTE: WALDIR MARTINS CASTRO<br />

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL DR. BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE CONSTATAÇÃO<br />

DE INCAPACIDADE PERMANENTE PELA PERÍCIA JUDICIAL – PREVALÊNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL SOBRE OS<br />

LAUDOS PARTICULARES – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fl. 87, que julgou<br />

improcedente o pedido autoral de conversão de benefício auxílio-doença em aposentadoria por invalidez. Em suas razõ<strong>es</strong><br />

de recurso (fls. 91/112), sustenta o recorrente <strong>es</strong>tar total e permanentemente incapacitada para o exercício de qualquer<br />

atividade laborativa, pelo que faria jus à aposentadoria por invalidez. Requer, assim, a conc<strong>es</strong>são do referido benefício,<br />

aduzindo que o Juízo não se r<strong>es</strong><strong>tr</strong>inja à análise do laudo pericial oficial. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 116/118.<br />

2. A sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46, Lei n.º9.099/95).<br />

3. O auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendo cumprido, quando for o<br />

caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu <strong>tr</strong>abalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15<br />

(quinze) dias consecutivos. Por sua vez, a aposentadoria por invalidez, segundo o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao<br />

segurado (tendo cumprido, quando for o caso, a carência exigida) que, <strong>es</strong>tando ou não em gozo de auxílio-doença, for<br />

considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á<br />

paga enquanto permanecer n<strong>es</strong>ta condição.<br />

4. O laudo pericial de fl. 68/69, produzido sem vícios ou máculas, ap<strong>es</strong>ar de sucinto, é conclusivo ao afirmar que a<br />

enfermidade que acomete o autor – sequela de necrose avascular de cabeça de fêmur direito – apenas gera incapacidade<br />

temporária, havendo a possibilidade de recuperação após <strong>tr</strong>atamento clínico. Não há elementos probatórios nos autos que<br />

comprovem a impossibilidade de recuperação de saúde do autor, sendo certo que as condiçõ<strong>es</strong> p<strong>es</strong>soais alegadas – idade<br />

avançada, baixo grau de <strong>es</strong>colaridade – assumem <strong>es</strong>pecial relevo quando se condiciona o retorno do <strong>tr</strong>abalhador à ativa<br />

pela possibilidade de reabilitação, e não em decorrência de cura da enfermidade.<br />

5. Vale r<strong>es</strong>saltar que, a d<strong>es</strong>peito da regra pr<strong>es</strong>crita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de ex<strong>tr</strong>ema importância para<br />

auxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,<br />

eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de con<strong>tr</strong>ovérsia na lide. D<strong>es</strong>tarte, havendo laudos divergent<strong>es</strong>, não há como<br />

considerar os documentos apr<strong>es</strong>entados pela autora em de<strong>tr</strong>imento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudos<br />

particular<strong>es</strong> se mos<strong>tr</strong>em suficient<strong>es</strong> à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha no<br />

laudo oficial, hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, d<strong>es</strong>se modo, a nec<strong>es</strong>sidade de realização de<br />

nova prova técnica ou até m<strong>es</strong>mo de complementação do parecer apr<strong>es</strong>entado.<br />

6. A parte autora, ora recorrente, não logrou êxito em <strong>tr</strong>azer aos autos provas robustas, que pud<strong>es</strong>sem se sobrepor ao<br />

laudo pericial, o qual goza de pr<strong>es</strong>unção de veracidade. D<strong>es</strong>taco, ainda, que, nos termos da Súmula nº 08 da Turma<br />

Recursal do Espírito Santo “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo<br />

juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de<br />

prevalecer sobre o particular”. D<strong>es</strong>se modo, deve ser mantida a sentença proferida pelo juiz a quo, de modo a não ser<br />

concedido a aposentadoria por invalidez.<br />

7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

8. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e de honorários advocatícios, cujo valor,<br />

considerada a situação financeira da parte, arbi<strong>tr</strong>o em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante assistência judiciária gratuita<br />

deferida à fl. 63, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,<br />

NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!