boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
fato, não houve incongruências nos relatos.<br />
N<strong>es</strong>se ponto, quadra d<strong>es</strong>tacar que, ao con<strong>tr</strong>ário do que se alega no apelo inominado, a prova documental não é exigível<br />
para o reconhecimento de relação de união <strong>es</strong>tável. A Lei n.º 8213/91 não exige início de prova material para a<br />
comprovação de união <strong>es</strong>tável ou de dependência econômica, fazendo-o, tão somente, em relação à comprovação de<br />
tempo de serviço. Na <strong>es</strong>teira da jurisprudência dominante do Colendo Superior Tribunal de <strong>Justiça</strong>, a prova exclusivamente<br />
t<strong>es</strong>temunhal, d<strong>es</strong>de que robusta e harmônica, é bastante à comprovação da união <strong>es</strong>tável, pr<strong>es</strong>suposto à comprovação da<br />
dependência econômica ensejadora da conc<strong>es</strong>são da pensão por morte. N<strong>es</strong>se sentido, segue jurisprudência da Turma<br />
Nacional de Uniformização (TNU):<br />
PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - UNIÃO ESTÁVEL - INÍCIO DE PROVA MATERIAL PARA COMPROVAÇÃO<br />
DA CONDIÇÃO DE COMPANHEIRA DO SEGURADO - INEXIGIBILIDADE - INEXISTÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL -<br />
PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL - POSSIBILIDADE - INCIDENTE PARCIALMENTE CONHECIDO. 1) A lei<br />
não impõe a realização de início de prova material para efeito de comprovação da convivência more uxoria apta a<br />
demons<strong>tr</strong>ar a existência de união <strong>es</strong>tável en<strong>tr</strong>e a autora e o segurado falecido, para efeito de conc<strong>es</strong>são de benefício de<br />
pensão por morte. 2) É possível a comprovação da condição de companheira mediante a apr<strong>es</strong>entação de prova<br />
exclusivamente t<strong>es</strong>temunhal que seja capaz de evidenciar a união <strong>es</strong>tável. Precedent<strong>es</strong> do STJ e da TNU. 3) Julgado<br />
improcedente o pedido em razão da não realização de início de prova material e, consequentemente, ausente a análise da<br />
prova t<strong>es</strong>temunhal colhida, inviável o exame da qu<strong>es</strong>tão relativa à existência de efetivo direito ao benefício previdenciário<br />
pleiteado, nos termos da Qu<strong>es</strong>tão de Ordem nº 06 da TNU. 4) Pedido de Uniformização parcialmente conhecido, com a<br />
conseqüente anulação do acórdão impugnado e determinação de rem<strong>es</strong>sa dos autos ao Juizado de origem para análise da<br />
prova t<strong>es</strong>temunhal. (PEDILEF 200772950026520, JUIZ FEDERAL RICARLOS ALMAGRO VITORIANO CUNHA, TNU -<br />
Turma Nacional de Uniformização, DJ 13/10/2009.)<br />
Em conclusão, comprovada nos autos a relação de união <strong>es</strong>tável en<strong>tr</strong>e a autora e o segurado e considerando a pr<strong>es</strong>unção<br />
da dependência econômica em favor de companheiro(a) – art. 16, §4º, da Lei 8.213/91 –, impõe-se a conc<strong>es</strong>são do<br />
benefício de pensão por morte, pelo que deve a sentença recorrida manter-se inalterada.<br />
Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida (art. 46 da Lei n.º 9.099/95).<br />
Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,<br />
arbi<strong>tr</strong>ados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.<br />
ACÓRDÃO<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos Juizados<br />
Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,<br />
NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
35 - 0000525-42.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000525-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x MARIA DE LOURDES ROQUE (ADVOGADO: LUIZ CARLOS<br />
BASTIANELLO.).<br />
RECURSO DE SENTENÇA Nº 2009.50.54.000525-2/01<br />
RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RECORRIDO(A): MARIA DE LOURDES ROQUE<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
E M E N T A<br />
PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE – FILHO FALECIDO – NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA<br />
DEPENDÊNCIA NA DATA DO ÓBITO – DEPENDÊNCIA ECONÔMICA COMPROVADA – RECURSO CONHECIDO E<br />
IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado, interposto pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, em face da sentença de fls.<br />
88/94, que julgou procedente o pleito autoral para a conc<strong>es</strong>são de pensão por morte, por entender que r<strong>es</strong>tou configurada a<br />
dependência econômica en<strong>tr</strong>e a autora e seu filho, instituidor da pensão por morte. Aduz o recorrente, em suas razõ<strong>es</strong><br />
recursais, que o companheiro da recorrida <strong>es</strong>taria recebendo benefício de aposentadoria por idade e que, por isso, a única<br />
fonte de renda da família não provinha somente do de cujus. O recorrido apr<strong>es</strong>entou con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>, pugnando pela<br />
manutenção da sentença.<br />
2. A conc<strong>es</strong>são do benefício de pensão por morte pr<strong>es</strong>supõe que o falecido, à época do óbito, <strong>es</strong>tiv<strong>es</strong>se vinculado à<br />
Previdência Social na qualidade de segurado (arts. 10 e 11 da Lei nº 8.213/91), sendo tal requisito indispensável para que o<br />
postulante, que se encon<strong>tr</strong>a no conjunto de dependent<strong>es</strong> do segurado, faça jus ao benefício. Com exceção dos casos