boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ecorrido <strong>es</strong>tá prevista no Decreto nº 53.831/64, devendo a sentença a quo ser mantida em sua integralidade.<br />
7. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />
8. Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios, ora fixados em 10% do<br />
valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, acordam os Srs. Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da<br />
Seção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa<br />
constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
33 - 0000591-94.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000591-4/01) GENILZA CARVALHO DAS NEVES (ADVOGADO:<br />
FABRÍCIO MARIN PEREIRA, SALERMO SALES DE OLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).<br />
RECURSO DE SENTENÇA N. 0000591-94.2010.4.02.5051/01<br />
RECORRENTE: GENILZA CARVALHO DAS NEVES<br />
RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE DE FILHO – POSSIBILIDADE DE PROVA<br />
EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ECONÔMICA – RENDA DO<br />
FALECIDO COMO MERA COMPLEMENTAÇÃO À RENDA FAMILIAR – BENEFÍCIO INDEVIDO – RECURSO<br />
CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.<br />
1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face de sentença de fls. 108/109, que<br />
julgou improcedente o pleito inicial e não concedeu à autora o benefício de pensão por morte. Sustenta a recorrente, em<br />
suas razõ<strong>es</strong>, que, ap<strong>es</strong>ar de seu <strong>es</strong>poso perceber quantia um pouco superior a um salário mínimo, <strong>es</strong>te montante não é<br />
suficiente para sustentar toda a família, razão pela qual afirma que o salário que era recebido pelo seu filho, atualmente<br />
falecido, era <strong>es</strong>sencial para a subsistência da família. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 115/122.<br />
2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependent<strong>es</strong> do segurado que falecer, aposentado ou não, nos<br />
termos do artigo 74 da Lei nº 8.213/91. Com efeito, a sua conc<strong>es</strong>são não exige o recolhimento de número mínimo de<br />
con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão <strong>es</strong>teja filiado à<br />
Previdência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. R<strong>es</strong>salta-se que a carência e qualidade de segurado são<br />
institutos distintos e independent<strong>es</strong>, de modo que o fato de a carência não ser nec<strong>es</strong>sária, não impede que se exija a<br />
qualidade de segurado como requisito para a conc<strong>es</strong>são da pensão por morte.<br />
3. O artigo 16 da Lei 8.213/91 <strong>tr</strong>az o rol de p<strong>es</strong>soas que podem figurar como dependent<strong>es</strong> do segurado, e, n<strong>es</strong>te rol <strong>es</strong>tão<br />
incluídos os genitor<strong>es</strong> do m<strong>es</strong>mo, d<strong>es</strong>de que comprovem a dependência econômica, conforme dispõe o art. 16, II e §4º da<br />
supracitada Lei.<br />
4. Preliminarmente, r<strong>es</strong>salte-se que o benefício de pensão por morte configura benefício de pr<strong>es</strong>tação continuada, de<br />
natureza substitutiva - eis que substitui os ingr<strong>es</strong>sos do <strong>tr</strong>abalho - e de caráter alimentar, d<strong>es</strong>tinando-se à manutenção dos<br />
dependent<strong>es</strong> do segurado falecido. Em verdade, o benefício da pensão por morte não tem o condão de servir como<br />
complementação de renda daquele que o requer, e sim - tendo em vista sua natureza de caráter alimentar-, de garantir a<br />
subsistência do ente familiar, ant<strong>es</strong> assistido financeiramente pelo segurado.<br />
5. Por ou<strong>tr</strong>o lado, inexiste conceito jurídico a r<strong>es</strong>peito da “dependência econômica” para efeitos previdenciários. Para tanto,<br />
insta conceituá-la, r<strong>es</strong>umidamente, como: o auxílio material pr<strong>es</strong>tado pelo segurado a alguém (nos mold<strong>es</strong> do art. 16 da Lei<br />
8.213/91), cuja c<strong>es</strong>sação, tendo em vista o falecimento do mantenedor, acarreta considerável d<strong>es</strong>equilíbrio nos meios de<br />
subsistência do assistido.<br />
6. A jurisprudência da 3ª Seção do STJ firmou entendimento segundo o qual “não se exige início de prova material para<br />
comprovação da dependência econômica de mãe para com o filho, para fins de obtenção do benefício de pensão por<br />
morte” (AGRESP 200602014106). Portanto, a prova t<strong>es</strong>temunhal é suficiente para comprovar a dependência econômica.