17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relato<br />

30 - 0000823-11.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000823-8/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x ANTONIO SOARES DA SILVA FILHO<br />

(ADVOGADO: SANDRA CARVALHO GONÇALVES, TACIO DI PAULA ALMEIDA NEVES.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.52.000823-8/01<br />

RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RECORRIDO: ANTONIO SOARES DA SILVA FILHO<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONTAGEM ESPECIAL DE TEMPO DE SERVIÇO – EXPOSIÇÃO A<br />

RUÍDO – COMPROVAÇÃO – UTILIZAÇÃO DE EPI NÃO AFASTA O CÔMPUTO ESPECIAL – JUROS DE MORA – LEI N.º<br />

11.960/09 – APLICABILIDADE RECONHECIDA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA<br />

REFORMADA EM MÍNIMA PARTE<br />

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 230/235, que julgou<br />

procedente o pleito inaugural de contagem <strong>es</strong>pecial de tempo de serviço exercido sob condiçõ<strong>es</strong> prejudiciais à saúde e, por<br />

via conseqüencial, condenou a autarquia ao pagamento de aposentadoria por tempo de con<strong>tr</strong>ibuição em favor da parte<br />

autora. Em sede de recurso, após genérica fundamentação, o INSS impugna a contagem <strong>es</strong>pecial dos períodos de<br />

22/11/1982 a 22/09/1983, de 24/01/1984 a 30/11/1990, de 01/06/1991 a 19/11/1993 e de 12/05/1994 a 01/11/1994, ao<br />

argumento de que a <strong>es</strong>pecialidade pelo ruído pode ser afastada pelo uso de Equipamento de Proteção Individual – EPI.<br />

Subsidiariamente, postula a aplicação da nova regra <strong>es</strong>tabelecida no art. 1º-F da Lei n.º 9.494/97, com redação conferida<br />

pela Lei n.º 11.960/09, à condenação pecuniária imposta na sentença recorrida. Sem con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong>.<br />

2. Após exame do caderno proc<strong>es</strong>sual, ratifica-se o reconhecimento dos períodos de atividade exercida sob pr<strong>es</strong>são sonora<br />

impugnados pelo INSS. Com efeito, os PPPs e demais documentos técnicos anexados aos autos (fls. 141/143 e 194)<br />

revelam que, nos intervalos qu<strong>es</strong>tionados, o autor/recorrido <strong>es</strong>teve sujeito à pr<strong>es</strong>são sonora em intensidade variável en<strong>tr</strong>e<br />

86,6 e 93,8 dB, valor<strong>es</strong> superior<strong>es</strong> a todos os limit<strong>es</strong> toleráveis para os períodos, nos termos da Súmula n.º 32 da TNU .<br />

Conquanto se alegue que a insalubridade é passível de eliminação pelo uso de EPI, para fins previdenciários, a utilização<br />

de tais equipamentos, no caso de ruído, não se releva suficiente a afastar a contagem <strong>es</strong>pecial do período. Tal<br />

entendimento já se encon<strong>tr</strong>a pacificado pela TNU dos JEFs, consoante se ex<strong>tr</strong>ai do teor da Súmula nº. 09: “O uso de<br />

Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não<br />

d<strong>es</strong>caracteriza o tempo de serviço <strong>es</strong>pecial pr<strong>es</strong>tado” (grifos nossos).<br />

3. Ademais, no caso concreto, a autarquia não logrou êxito em demons<strong>tr</strong>ar a eficácia dos equipamentos de proteção,<br />

apenas invocando o regis<strong>tr</strong>o genérico de funcionalidade do material lançado no PPP. Logo, tenho que não r<strong>es</strong>tou<br />

peremptoriamente comprovado, nos autos, que o uso de equipamento de proteção eliminou (ou reduziu a níveis toleráveis)<br />

a potencialidade l<strong>es</strong>iva do agente agr<strong>es</strong>sor.<br />

4. Por todo o exposto, r<strong>es</strong>ta concluir que os períodos compreendidos en<strong>tr</strong>e 22/11/1982 e 22/09/1983, 24/01/1984 e<br />

30/11/1990, 01/06/1991 e 19/11/1993 e 12/05/1994 e 01/11/1994 podem ser enquadrados como tempo de atividade<br />

<strong>es</strong>pecial, tendo em vista a exposição do <strong>tr</strong>abalhador, de forma habitual e permanente, a níveis de pr<strong>es</strong>são sonora<br />

superior<strong>es</strong> aos limit<strong>es</strong> toleráveis, não neu<strong>tr</strong>alizada pelo uso de EPI, nos termos fixados pelo juízo a quo.<br />

5. Finalmente, no tocante aos juros de mora, a d<strong>es</strong>peito do entendimento originalmente adotado por <strong>es</strong>te magis<strong>tr</strong>ado, tenho<br />

por bem acompanhar a orientação majoritária delineada por <strong>es</strong>te colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54 da Turma<br />

Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, razão pela qual acolho a aplicabilidade da<br />

alteração legislativa engendrada no 1º-F da Lei nº 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09, inclusive às causas de<br />

natureza previdenciária. Com efeito, na <strong>es</strong>teira na jurisprudência do Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> , a partir de 30.06.2009,<br />

impõe-se a aplicação imediata dos índic<strong>es</strong> oficiais da caderneta de poupança para efeito de cálculo de correção monetária<br />

e de juros de mora incident<strong>es</strong> sobre as condenaçõ<strong>es</strong> pecuniárias impostas à Fazenda Pública, incluídas as verbas<br />

consideradas alimentar<strong>es</strong>.<br />

6. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em mínima parte (aplicação do art. 1º-F da Lei n.º<br />

9.494/97, a partir de 30.06.2009).<br />

7. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Considerando o provimento do recurso apenas em mínima parte, condeno o<br />

INSS ao pagamento de honorários advocatícios, arbi<strong>tr</strong>ados em 10% (dez por cento) do valor da condenação, nos termos do<br />

art. 55, caput, da Lei n. 9.099/95 c/c art.21, parágrafo único, do CPC.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!