17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

expert afastou a alegação de incapacidade sob o argumento de que a existência de cisto cerebral e da epilepsia requer<br />

apenas acompanhamento neurológico de 3 em 3 m<strong>es</strong><strong>es</strong>, r<strong>es</strong>saltando que, no momento do exame, não se constatou<br />

qualquer sinal físico de incapacidade. Por sua vez, o laudo de fls. 86/93 at<strong>es</strong>tou a existência de cris<strong>es</strong> convulsivas, mas<br />

d<strong>es</strong>cartou a possibilidade de incapacidade, aduzindo que “não foi evidenciado na história clínica fator<strong>es</strong> limitant<strong>es</strong> a sua<br />

atividade adminis<strong>tr</strong>ativa”.<br />

5. Os documentos particular<strong>es</strong> não são suficient<strong>es</strong> para afastar a conclusão das perícias oficiais. A recorrente <strong>es</strong>teve em<br />

gozo de benefício auxílio-doença até setembro de 2009. Não há laudos médicos posterior<strong>es</strong> a <strong>es</strong>ta data que indiquem a<br />

existência de incapacidade, sendo certo que não se pode confundir os conceitos de enfermidade e incapacidade, já que o<br />

indivíduo pode <strong>es</strong>tar acometido por doença, sem, contudo, apr<strong>es</strong>entar incapacidade laborativa. Embora, de uma forma<br />

geral, a existência de cisto cerebral, que não pode ser retirado por meio de cirurgia dado o risco do procedimento, seja de<br />

ex<strong>tr</strong>ema gravidade, ela não acarreta, por si só, incapacidade laborativa. Ademais, os laudos particular<strong>es</strong>, que apenas<br />

indicam a nec<strong>es</strong>sidade de acompanhando médico constante e pr<strong>es</strong>crevem medicamentos, não podem ser analisados de<br />

forma isolada para a conc<strong>es</strong>são do benefício, mormente ao se considerar a orientação da Súmula nº 08 da Turma Recursal<br />

do Espírito Santo “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em<br />

princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a r<strong>es</strong>peito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o<br />

particular”.<br />

6. Vale r<strong>es</strong>saltar que, a d<strong>es</strong>peito da regra pr<strong>es</strong>crita no art. 436 do CPC, a perícia judicial é de ex<strong>tr</strong>ema importância para<br />

auxiliar o julgador em seu convencimento, quando os documentos médicos da parte requerente não puderem,<br />

eficientemente, comprovar aquilo que é motivo de con<strong>tr</strong>ovérsia na lide. D<strong>es</strong>tarte, havendo laudos divergent<strong>es</strong>, não há como<br />

considerar os documentos apr<strong>es</strong>entados pela autora em de<strong>tr</strong>imento da conclusão do perito oficial, a menos que os laudos<br />

particular<strong>es</strong> se mos<strong>tr</strong>em suficient<strong>es</strong> à comprovação da incapacidade alegada ou em caso de comprovada e grave falha no<br />

laudo oficial, hipót<strong>es</strong><strong>es</strong> que não ocorreram no caso vertente, excluindo-se, d<strong>es</strong>se modo, a nec<strong>es</strong>sidade de realização de<br />

nova prova técnica ou até m<strong>es</strong>mo de complementação do parecer apr<strong>es</strong>entado.<br />

7. Assim, a parte autora, ora recorrente, não logrou êxito em <strong>tr</strong>azer aos autos provas robustas, que pud<strong>es</strong>sem se sobrepor<br />

aos laudos periciais, que gozam de pr<strong>es</strong>unção de veracidade.<br />

8. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.<br />

9. Condenação da recorrente vencida ao pagamento de custas proc<strong>es</strong>suais e de honorários advocatícios, cujo valor,<br />

considerada a complexidade da causa, arbi<strong>tr</strong>o em R$ 100,00 (cem reais). Contudo, ante a assistência judiciária gratuita<br />

deferida à fl. 45, suspendo a exigibilidade de tais verbas sucumbenciais, nos termos do art. 12 da Lei n.º 1.060/50.<br />

ACÓRDÃO<br />

Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, decide a Turma Recursal do Juizado<br />

Especial <strong>Federal</strong> da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito,<br />

NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do pr<strong>es</strong>ente<br />

julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

10 - 0000090-48.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.000090-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

(PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.) x ANTONIO GOMES DO AMARAL (ADVOGADO: Ruberlan Rodrigu<strong>es</strong><br />

Sabino.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA Nº 0000090-48.2007.4.02.5051/01<br />

RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />

RECORRIDO(A): ANTONIO GOMES DO AMARAL<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO PERICIAL<br />

DO JUÍZO PELA INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL E DEFINITIVA. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO.<br />

INOCORRÊNCIA. CONTRIBUIÇÕES EQUIVALENTE À UM TERÇO DA CARÊNCIA DO BENEFÍCIO. RECURSO<br />

CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 88/91, que julgou<br />

procedente o pleito autoral e condenou a autarquia previdenciária a conceder o benefício auxílio-doença à parte autora<br />

d<strong>es</strong>de a data do requerimento adminis<strong>tr</strong>ativo (10/08/2006), convertendo-o em aposentadoria por invalidez a partir da data da<br />

sentença (13/10/2009), bem como ao pagamento das parcelas a<strong>tr</strong>asadas não atingidas pela pr<strong>es</strong>crição, autorizada a<br />

compensação dos valor<strong>es</strong> já recebidos a título de amparo social ao idoso (fl. 117). Em razõ<strong>es</strong> de recurso (fls. 92/97), o ente

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!