17.04.2013 Views

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e, no mérito, NEGAR-LHE<br />

PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />

BRUNO DUTRA<br />

Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />

95 - 0004817-82.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004817-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) UNIÃO FEDERAL<br />

(PROCDOR: RODRIGO BARBOSA DE BARROS.) x HELMAR POTRATZ (ADVOGADO: MARIA DE FÁTIMA<br />

DOMENEGHETTI.).<br />

RECURSO DE SENTENÇA N.º 0004817-82.2009.4.02.5050/01<br />

RECORRENTE: UNIÃO FEDERAL<br />

RECORRIDO: HELMAR POTRATZ<br />

RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />

EMENTA<br />

RECURSO INOMINADO – TRIBUTÁRIO – REPETIÇÃO DE INDÉBITO – IMPOSTO DE RENDA – COMPLEMENTO DE<br />

APOSENTADORIA – OBSERVÂNCIA DOS LIMITES OBJETIVOS E SUBJETIVOS DA AÇÃO – NULIDADE REJEITADA –<br />

PRESCRIÇÃO NÃO RECONHECIDA – BIS IN IDEM TRIBUTÁRIO – CRITÉRIOS DE CÁLCULO – RECURSO DA UNIÃO<br />

FEDERAL CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM PORMENOR<br />

Cuida-se de recurso inominado interposto pela União <strong>Federal</strong> em face da sentença de fls. 62/67, que julgou procedente o<br />

pedido autoral, no que concerne à r<strong>es</strong>tituição dos valor<strong>es</strong> cobrados sobre a complementação da sua aposentadoria,<br />

declarando a inexigibilidade da relação jurídico-<strong>tr</strong>ibutária en<strong>tr</strong>e <strong>es</strong>te e a ré no que se refere à incidência do imposto de renda<br />

sobre as parcelas de complementação de aposentadoria que já foram <strong>tr</strong>ibutadas na época da vigência da Lei nº 7.713/88<br />

(1º/01/1989 a 31/12/95), condenando a União a r<strong>es</strong>tituir à parte autora que fora recolhido, indevidamente, de imposto de<br />

renda sobre sua aposentadoria complementar que, proporcionalmente, corr<strong>es</strong>ponder às parcelas de con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong><br />

efetuadas pelo autor no período da vigência da Lei nº 7.713/88. Em sede de recurso, o recorrente alega, a nulidade da<br />

sentença de origem por violação aos limit<strong>es</strong> objetivos e subjetivos da lide (art. 460 do CPC), a ausência de documentos<br />

impr<strong>es</strong>cindíveis à propositura da ação, a pr<strong>es</strong>crição da pretensão autoral, a inocorrência de bis in idem <strong>tr</strong>ibutário,<br />

postulando, por fim, a reforma da r. sentença, para que os pedidos sejam julgados improcedent<strong>es</strong>. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls.<br />

84/93.<br />

Preliminarmente, não se reconhece alegação de nulidade da sentença por violação aos arts. 460 do Código de Proc<strong>es</strong>so<br />

Civil, já que o juízo a quo pautou-se, integralmente, no pleito autoral para delimitar a abrangência do julgamento. D<strong>es</strong>ta<br />

feita, ao con<strong>tr</strong>ário do que se alega em sede de recurso inominado, a sentença recorrida tão somente, declarou a<br />

inexigibilidade do IR incidente sobre o benefício de complementação de aposentadoria na proporção corr<strong>es</strong>pondente às<br />

con<strong>tr</strong>ibuiçõ<strong>es</strong> vertidas pelo participante do plano de previdência privada no período de vigência da Lei n.º 7.713/89,<br />

consoante pedido de r<strong>es</strong>tituição formalizado na peça v<strong>es</strong>tibular. Nulidade que não se reconhece.<br />

Não há que se falar em ausência de documentos, porquanto existem nos autos peças hábeis a comprovar os recolhimentos<br />

efetuados a favor de entidade de previdência privada, conforme d<strong>es</strong>tacou o Juízo a quo (documentos de fls. 18/19).<br />

No que se refere à pr<strong>es</strong>crição, segundo recente orientação firmada no Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> (RE 566.621/RS), vencida<br />

a vacatio legis de 120 (cento e vinte) dias da nova lei, é válida a aplicação do prazo pr<strong>es</strong>cricional de 05 (cinco) anos para a<br />

repetição de indébito de <strong>tr</strong>ibutos sujeitos a lançamento por homologação às açõ<strong>es</strong> ajuizadas a partir de então, r<strong>es</strong>tando<br />

inconstitucional sua aplicação às açõ<strong>es</strong> ajuizadas anteriormente a <strong>es</strong>sa data (09.06.2005).<br />

Para a contagem d<strong>es</strong>se prazo, tem-se que “o termo inicial da pr<strong>es</strong>crição é o mês em que o beneficiário efetivamente<br />

passou a perceber o benefício corr<strong>es</strong>pondente à aposentadoria complementar, sempre posteriormente a 1995, eis que a Lei<br />

9.250/95 passou a produzir efeitos a partir de janeiro de 1996” (AgRg no REsp 1042540/RJ, Rel. Minis<strong>tr</strong>o LUIZ FUX,<br />

PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/05/2010, DJe 14/06/2010).<br />

Fixadas <strong>es</strong>sas premissas, tem-se que a data de início do benefício de aposentadoria complementar regis<strong>tr</strong>ada nos autos é<br />

a de 18/07/2007 (fl. 19), enquanto a pr<strong>es</strong>ente ação foi ajuizada em julho de 2009 (fl. 20), informaçõ<strong>es</strong> suficient<strong>es</strong> a afastar a<br />

pr<strong>es</strong>crição da pretensão de r<strong>es</strong>sarcimento das retençõ<strong>es</strong> de imposto de renda efetuadas sobre o benefício de<br />

suplementação.<br />

Em análise do mérito, importante regis<strong>tr</strong>ar que a matéria já se encon<strong>tr</strong>a pacificada pela jurisprudência do C. Superior<br />

Tribunal de <strong>Justiça</strong> e da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais, cuja orientação se consolidou no<br />

sentido de que “não incide imposto de renda sobre os benefícios de previdência privada auferidos a partir de janeiro de<br />

1996 até o limite do que foi recolhido exclusivamente pelos beneficiários (excluídos os aport<strong>es</strong> das pa<strong>tr</strong>ocinadoras) sob a<br />

égide da Lei nº 7.713/88, ou seja, en<strong>tr</strong>e 01.01.89 e 31.12.95 ou en<strong>tr</strong>e 01.01.89 e a data de início da aposentadoria, se<br />

anterior a janeiro de 1996”. PEDILEF 200685005020159, Relatora Juíza <strong>Federal</strong> Jacqueline Michels Bilhalva, DJ de<br />

09.02.2009.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!