boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
boletim tr/es 2012.165 - Justiça Federal
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
BENEFÍCIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA. REFLEXOS NOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS ANTES DA<br />
ALTERAÇÃO. EMENDAS CONSTITUCIONAIS N. 20/1998 E 41/2003. DIREITO INTERTEMPORAL: ATO JURÍDICO<br />
PERFEITO. NECESSIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DE OFENSA AO<br />
PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS. RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Há<br />
pelo menos duas situaçõ<strong>es</strong> jurídicas em que a atuação do Supremo Tribunal <strong>Federal</strong> como guardião da Constituição da<br />
República demanda interpretação da legislação infraconstitucional: a primeira r<strong>es</strong>peita ao exercício do con<strong>tr</strong>ole de<br />
constitucionalidade das normas, pois não se declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade de uma lei sem ant<strong>es</strong><br />
entendê-la; a segunda, que se dá na <strong>es</strong>pécie, decorre da garantia constitucional da proteção ao ato jurídico perfeito con<strong>tr</strong>a<br />
lei superveniente, pois a solução de con<strong>tr</strong>ovérsia sob <strong>es</strong>sa perspectiva pr<strong>es</strong>supõe sejam interpretadas as leis postas em<br />
conflito e determinados os seus alcanc<strong>es</strong> para se dizer da existência ou ausência da re<strong>tr</strong>oatividade constitucionalmente<br />
vedada. 2. Não ofende o ato jurídico perfeito a aplicação imediata do art. 14 da Emenda Constitucional n. 20/1998 e do art.<br />
5º da Emenda Constitucional n. 41/2003 aos benefícios previdenciários limitados a teto do regime geral de previdência<br />
<strong>es</strong>tabelecido ant<strong>es</strong> da vigência d<strong>es</strong>sas normas, de modo a que passem a observar o novo teto constitucional. 3. Negado<br />
provimento ao recurso ex<strong>tr</strong>aordinário.<br />
RE 564.354/SE, rel. Min. Cármen Lúcia, 8.9.2010, DJE 15/02/2011 – grifos nossos<br />
Com o julgamento acima referenciado, a Corte Suprema afastou a alegação de ofensa a ato jurídico perfeito e superou<br />
qualquer qu<strong>es</strong>tionamento acerca da constitucionalidade da aplicação imediata dos novos tetos limitador<strong>es</strong> aos benefícios<br />
previdenciários concedidos em momento anterior à edição das emendas constitucionais, pelo que não se reconhece<br />
qualquer violação aos dispositivos constitucionais suscitados na peça de recurso.<br />
Recurso conhecido e improvido, mantendo-se a condenação da autarquia federal à aplicação do novo teto à renda mensal<br />
do benefício previdenciário da parte recorrida e ao pagamento das diferenças decorrent<strong>es</strong> d<strong>es</strong>ta medida (não se discute,<br />
n<strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, ou<strong>tr</strong>as qu<strong>es</strong>tõ<strong>es</strong> revisionais), observada a pr<strong>es</strong>crição qüinqüenal.<br />
Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários advocatícios,<br />
arbi<strong>tr</strong>ados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, nos termos do art. 55 da Lei n.º 9.099/95.<br />
A C Ó R D Ã O<br />
Vistos, relatados e discutidos <strong>es</strong>t<strong>es</strong> autos, em que são part<strong>es</strong> as acima indicadas, acordam os Juíz<strong>es</strong> da Turma Recursal<br />
dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER DO RECURSO e,<br />
no mérito, NEGAR-LHE PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o pr<strong>es</strong>ente julgado.<br />
BRUNO DUTRA<br />
Juiz <strong>Federal</strong> Relator<br />
83 - 0006818-40.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006818-4/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DO<br />
SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x CLEVERSON<br />
WILLIAN ALVARINO (ADVOGADO: THIAGO AARÃO DE MORAES.).<br />
RECURSO DE SENTENÇA Nº 0006818-40.2009.4.02.5050/01<br />
RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS<br />
RECORRIDO(A): CLEVERSON WILLIAN ALVARINO<br />
RELATOR: JUIZ FEDERAL BRUNO DUTRA<br />
EMENTA<br />
RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. MEDIDA PROVISÓRIA N.º 242/2005.<br />
CONTROLE INCIDENTAL DE CONSTITUCIONALIDADE. NORMA AFASTADA. REVISÃO DEVIDA. RECURSO<br />
CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.<br />
Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou procedente o pedido inicial de revisão<br />
da renda mensal do benefício previdenciário de auxílio-doença e determinou sua fixação com base na média aritmética dos<br />
80% maior<strong>es</strong> salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição. Em sede de recurso, a autarquia previdenciária apenas defende a aplicabilidade da<br />
Medida Provisória n.º 242/2005 ao caso sob apreço, razão pela qual o cálculo de fixação deveria observar os 36 últimos<br />
salários-de-con<strong>tr</strong>ibuição. Con<strong>tr</strong>arrazõ<strong>es</strong> às fls. 61/67.<br />
A sentença merece ser mantida por seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei n.º 9.099/95).<br />
O auxílio-doença que o autor percebe foi concedido no período da vigência da Medida Provisória n. 242, de 24/03/2005, que<br />
alterou dispositivos da Lei nº. 8.213/91. Publicada em 24/03/2005, prorrogada por 60 dias, permaneceu em vigência até<br />
25/07/2005. Embora rejeitada pelo Senado <strong>Federal</strong>, as relaçõ<strong>es</strong> jurídicas perpe<strong>tr</strong>adas na sua vigência ainda não foram