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Bpte a sua casaca de veludo;
E seja capitão se quer dois dias,
Converse à porta de Domingo Dias,
Que péga fidalguia mais que tudo.
Seja um magano, um picaro, um cornudo,
Vá a palacio, e apoz das cortezias
Perca quanto guanhar nas mercancias,
E em que perca o alheio, esteja mudo.
Ande sempre na caça e montaria,
Dê nova solução, novo epitêlio,
E diga-o sem proposito à porfia.
Que em dizendo facção, pretexto, affecto,
Será no entendimento da Bahia
Mui fidalgo, mui rico, e mui discreto.
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Soneto
Descreve os passatempos que tinha na Vila de S. Francisco
Ha cousa como estar em São Francisco?
Ver como irmos ao pasto tomar fresco:
Passa as negras, falla-se burlesco,
Chamam-se todad, todas cahem no visco.
O peixe roda aqui, ferve o marisco,
Come-se ao grave, bebe-se do Tudesco,
Vem barcos da cidade com refresco,
Ha já tanto biscoito , como cisco.
Chega a Faisca, falla, ao lusco fusco,
Não cannça o paladar, rompe-me a casco.
Joga-se em casa, em sendo o dia brisco:
Vem chegando a Pascoa, e se eu m’emparco,
Os lombos da tatú é o pão que busco.
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