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Ao mesmo julgador, quando acabando o logar se embarcou para o Reino.<br />
Lobo cerval, phantasma peccadora,<br />
Alimaria christão, selvage humana,<br />
Que eras com vara pescador de canas,<br />
Quando devia, ser burro de nora.<br />
Leve -te Berzabú, vai-te em má hora,<br />
Levanta d’esta vez fato e cabana,<br />
E não pares senão estejas tu, morras na rua,<br />
Sepultura te dêem montes de cisco.,<br />
E toda aquell cousa que fôr tua<br />
Corra sempre comtigo o mesmo risco,<br />
Oh selvagem christão! oh besta crua!<br />
Soneto<br />
Aoo casamento de certa dama por nome Brites.<br />
Senhora Beatriz, foi o demonio<br />
Este amor, esta trampo, esta porfia,<br />
Que não durmo de noite, nem de dia,<br />
Em cuidar n’este negro matrimonio.<br />
Já puz uma candêa a Santo Antonio,<br />
E vendo que rua luz não me allamia,<br />
Ou cuido me negais a serventia,<br />
Ou que não abra em vòs meu antimonio<br />
Não cuideis que eu estou bem aciadoM<br />
Pois por não violar essa Maurura<br />
Me tem toda essa terra por capada<br />
Não soffro estes revezes da ventura:<br />
Ou heide desistir do começado;<br />
Ou heide esgravatar na fechadura.<br />
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Soneto<br />
Ainda sujeito a revisões 40<br />
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