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Relatório Final Diagnostico - Laboratório de Hidrologia e Estudos ...

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Macroplano <strong>de</strong><br />

Gestão e Saneamento<br />

Ambiental da Bacia da<br />

Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

RELATÓRIO FINAL<br />

Parte I - Diagnóstico Ambiental<br />

M a i o 1 9 9 8<br />

GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE<br />

PNMA<br />

The<br />

grupo etep ECOLOGUS S.M.<br />

Engenharia Consultiva<br />

Group


Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento<br />

Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Governo do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado <strong>de</strong> Meio Ambiente<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Ministério do Meio Ambiente, dos<br />

Recursos Hídricos<br />

e da Amazônia Legal<br />

MMA<br />

SEMA/RJ<br />

Programa Nacional<br />

do Meio Ambiente<br />

PNMA<br />

Consórcio ETEP/ECOLOGUS/SM GROUP<br />

Maio <strong>de</strong> 1998


PREFÁCIO<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

O Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba foi<br />

<strong>de</strong>senvolvido durante os anos <strong>de</strong> 1997/98, através <strong>de</strong> convênio realizado entre a<br />

Secretaria <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente do Rio <strong>de</strong> Janeiro - SEMA e o Ministério do<br />

Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, através do Programa<br />

Nacional do Meio Ambiente - PNMA, com recursos do Banco Internacional para a<br />

Reconstrução e o Desenvolvimento - Banco Mundial.<br />

O Consórcio ETEP-ECOLOGUS-SM Group foi responsável pela realização dos estudos<br />

que agora são tornados públicos. Vencedor <strong>de</strong> licitação pública extremamente<br />

concorrida, o Consórcio mobilizou uma equipe multidisciplinar <strong>de</strong> consultores nacionais<br />

e internacionais, com ampla experiência nos temas da gestão ambiental e do<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável, e gran<strong>de</strong> conhecimento sobre a realida<strong>de</strong> da região da<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

A Secretaria <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente, por sua parte, mobilizou um número<br />

consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> seus quadros, além <strong>de</strong> consultores especializados, para o<br />

acompanhamento, a supervisão e o gerenciamento dos trabalhos realizados.<br />

O Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

insere-se em uma ativida<strong>de</strong> mais ampla <strong>de</strong>senvolvida pela SEMA: o Programa <strong>de</strong><br />

Gestão Ambiental do Litoral Sul do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Além dos estudos que agora se<br />

publicam, este Programa realizou estudos similares para a região da Baía <strong>de</strong> Ilha<br />

Gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong>senvolve ativida<strong>de</strong>s voltadas para o repasse <strong>de</strong> informações para<br />

instituições que atuam na região e os diversos órgãos do Governo do Estado e a<br />

formação e consolidação <strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> gestão ambiental regionais, que possam levar<br />

a cabo as recomendações surgidas no âmbito dos estudos realizados.<br />

É neste espírito que se está dando origem a um sistema regional <strong>de</strong> informações<br />

ambientais, com base nos bancos <strong>de</strong> dados criados pelos estudos nas regiões da Ilha<br />

Gran<strong>de</strong> e <strong>de</strong> Sepetiba, e a um sistema <strong>de</strong> monitoramento ambiental, iniciado pela<br />

implantação <strong>de</strong> estações e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> monitoramento da<br />

qualida<strong>de</strong> e da quantida<strong>de</strong> da água. Novas metodologias e tecnologias <strong>de</strong> gestão<br />

ambiental estão sendo <strong>de</strong>senvolvidas, como um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação para a gestão<br />

ambiental, um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> monitoramento da qualida<strong>de</strong> da água nas baías e propostas<br />

tecnológicas <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> esgotos a baixo custo.<br />

Em 25 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1997, foi assinado Protocolo <strong>de</strong> Intenções, com a participação<br />

do Ministro <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal,<br />

do Governador do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, do Secretário <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente,<br />

dos Prefeitos Municipais da região e <strong>de</strong> representantes da socieda<strong>de</strong> civil e da iniciativa<br />

privada, visando a montagem <strong>de</strong> comitês <strong>de</strong> gestão ambiental nestas regiões, cujos<br />

primeiros passos para sua efetiva implementação já estão em curso.<br />

O encerramento <strong>de</strong>sta importante fase do trabalho: a conclusão do Diagnóstico<br />

Ambiental e das Proposições do Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da<br />

Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba, realizados pelo Consórcio ETEP-Ecologus-SM Group, marca<br />

o início <strong>de</strong> uma nova e mais <strong>de</strong>cisiva fase: fundamentados nos resultados técnicos<br />

<strong>de</strong>stes estudos, todas as partes concernidas estarão habilitadas a discutir estes<br />

pressupostos e a buscar caminhos conjuntos para a solução dos problemas ambientais<br />

da região e <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong> e para a criação <strong>de</strong> instâncias permanentes,<br />

<strong>de</strong>scentralizadas e <strong>de</strong>mocráticas <strong>de</strong> gestão ambiental.<br />

Washington Vicente Nascimento<br />

Secretário <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS<br />

HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL<br />

GOVERNO DO ESTADO DO RIO<br />

DE JANEIRO<br />

MINISTRO GOVERNADOR<br />

Gustavo Krause Marcello Nunes <strong>de</strong> Alencar<br />

Secretário <strong>de</strong> Coor<strong>de</strong>nação dos Assuntos do Meio Ambiente Vice-Governador<br />

Haroldo Mattos <strong>de</strong> Lemos Luiz Paulo Corrêa da Rocha<br />

Coor<strong>de</strong>nadora do PNMA Secretaria <strong>de</strong> Estado do Meio<br />

Ambiente - SEMA<br />

Regina Gualda Secretário<br />

Washington Vicente Nascimento<br />

Coor<strong>de</strong>nador do Projeto<br />

Henrique da Costa Ferreira Filho Subsecretário<br />

Carlos Henrique Abreu Men<strong>de</strong>s<br />

SUPERINTENDÊNCIA DE ESTUDOS AMBIENTAIS - SEMA<br />

Superinten<strong>de</strong>nte/Coor<strong>de</strong>nação Geral<br />

Isaura Maria Ferreira Fraga<br />

Coor<strong>de</strong>nação Adjunta do Programa<br />

Roberto R. Adler<br />

Sérgio <strong>de</strong> Mendonça Lima Tolipan<br />

Consultor PNUD/Gerente Geral<br />

Antônio Ferreira da Hora<br />

Consultor PNUD/Gerente Técnico<br />

Amauri Moreira Serra<br />

Consultor PNUD/Gerente <strong>de</strong> Geoprocessamento<br />

Flávia Nascimento Pereira<br />

Consultor PNUD/Gerente Administrativo<br />

Subsecretário Adjunto<br />

Guido Gelli<br />

Colaboradores:<br />

SEMA: Lúcia Barbosa, Paulo <strong>de</strong><br />

Bessa Antunes; FEEMA: Ana<br />

Cristina Henney, Ana Lucia Aguiar,<br />

Anna Rosa Falsia, Anselmo<br />

Fe<strong>de</strong>rico Neto, Celso Bredariol,<br />

Elizabeth Lima, Fátima Lopes<br />

Soares, Ronaldo Fernan<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Oliveira; SERLA: Mônica da Hora,<br />

IEF: Ana Cristina Carvalho, Gilda<br />

Silveira, Sabina Campagnani; DRM:<br />

Katia Leite Mansur, Cláudio<br />

Rodrigues Martins; SECPLAN:<br />

Lucia Nascimento, Mara Paquelet<br />

Pereira; SOSP: Milton Mello Bastos;<br />

CODIN: Josefina Sales <strong>de</strong> Oliveira.<br />

Especial agra<strong>de</strong>cimento à colaboração das Prefeituras Municipais e do Centro <strong>de</strong><br />

Informações e Dados do Rio <strong>de</strong> Janeiro - CIDE no fornecimento <strong>de</strong> dados básicos para o<br />

trabalho.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba


EQUIPE TÉCNICA DO CONSÓRCIO<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Coor<strong>de</strong>nação Geral<br />

Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental<br />

Planejamento e Gestão Ambiental<br />

Edson Cruz <strong>de</strong> Sá<br />

Cláudia P. Barros <strong>de</strong> Almeida e Silva<br />

Recursos Hídricos Chefe <strong>de</strong> Área - Ronaldo Buarque <strong>de</strong><br />

Nazareth<br />

Jane Cortes Tavares<br />

Paulo Sergio Torres <strong>de</strong> Barros<br />

<strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> Drenagem Chefe <strong>de</strong> Área - Antônio Gillet Júnior<br />

Sistemas <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água Chefe <strong>de</strong> Área - Luiz Fernando Peralva<br />

Furiatti<br />

Vitor Campos do Rego<br />

Sistemas <strong>de</strong> Esgotamento Sanitário Chefe <strong>de</strong> Área - José Eduardo Castro<br />

Sérgio Anibal Gonzales Alonso<br />

Sistemas <strong>de</strong> Gestão <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Chefe <strong>de</strong> Área - João Carlos Xavier <strong>de</strong><br />

Brito<br />

<strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> Condicionantes Físicos<br />

Geoprocessamento e Cartografia Digital<br />

Chefe <strong>de</strong> Área - Gerson Álvaro Scheufler<br />

Luiz Cláudio Ferreira Castro<br />

Economia Sócio-ambiental e Demografia Chefe <strong>de</strong> Área - Guilhermino <strong>de</strong> Oliveira<br />

Filho<br />

Kátia Matozinho<br />

Planejamento Urbano e Or<strong>de</strong>namento Industrial Chefe <strong>de</strong> Área - Paulo Márcio Campos<br />

Vicente <strong>de</strong>l Rio<br />

Julieta Souza<br />

Condicionantes Bióticos, Recuperação e<br />

Chefe <strong>de</strong> Área - Paulo Bi<strong>de</strong>gain da S.<br />

Conservação dos Recursos Naturais<br />

Primo<br />

<strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> Poluição Industrial Chefe <strong>de</strong> Área - Jacques Désilets<br />

Pedro Jauge<br />

Martin Clermont<br />

Jean Luc Guilbault<br />

Mecanismos <strong>de</strong> Controle da Poluição Manon Circé<br />

Sistemas <strong>de</strong> Informações Pierre Cotê<br />

Gestão <strong>de</strong> Banco <strong>de</strong> Dados e Apoio à<br />

Coor<strong>de</strong>nação<br />

Virgínia Martins Machado<br />

Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> da Água e Programa<br />

<strong>de</strong> Monitoramento<br />

Claudia Dias da Silva<br />

Demandas Ambientais dos Recursos Hídricos Eloisa Elena Torres<br />

Estudo dos Recursos <strong>de</strong> Pesca Sônia Maria Brotas Lima<br />

<strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> Contaminação da Biota Aquática Carla Muniz<br />

<strong>Estudos</strong> Sociais Nair Palhano Barbosa<br />

Economia Agrícola e Agronomia Carlos B. Montano<br />

Sistema Viário e Economia <strong>de</strong> Transportes Maria Helena Mac Dowel<br />

Consultores<br />

<strong>Estudos</strong> Jurídicos e Institucionais para Gestão Cid Tomanik Pompeu<br />

Dinâmica Populacional e Projeções Demográficas Luiz Antônio Pinto <strong>de</strong> Oliveira<br />

Economia Industrial Helson Cavalcante Braga<br />

Abastecimento <strong>de</strong> Água Jorge Luiz Paes Rios<br />

Economia Industrial Priscilla Mattos<br />

<strong>Estudos</strong> Oceanográficos e Mo<strong>de</strong>lagem<br />

Hidrodinâmica<br />

Paulo Cesar Colonna Rosman<br />

Eduardo Felga Gobbi<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba


S U M Á R I O<br />

PARTE I - DIAGNÓSTICO AMBIENTAL<br />

1 - INTRODUÇÃO..........................................................................................................1-1<br />

2 - CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO .......................................................................2-1<br />

2.1 - ABRANGÊNCIA TERRITORIAL .................................................................................2-1<br />

2.2 - DEMOGRAFIA.........................................................................................................2-3<br />

2.3 - INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA.....................................................................................2-7<br />

2.4 - OCUPAÇÃO URBANA E INDUSTRIAL......................................................................2-14<br />

2.4.1 - A MANCHA URBANA E OS VETORES DE OCUPAÇÃO ...................................2-14<br />

2.4.2 - DINÂMICA TERRITORIAL E HIERARQUIZAÇÕES ENTRE OS NÚCLEOS<br />

URBANOS ...............................................................................................................2-16<br />

2.4.3 - OCUPAÇÃO URBANA ...................................................................................2-22<br />

2.4.4 - USO INDUSTRIAL .........................................................................................2-34<br />

2.5 - INFRA-ESTRUTURA DE SANEAMENTO...................................................................2-39<br />

2.5.1 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA .........................................................................2-39<br />

2.5.2 - SISTEMA DE ESGOTO ...................................................................................2-42<br />

2.5.3 - LIMPEZA URBANA .......................................................................................2-44<br />

2.5.4 - SISTEMAS DE DRENAGEM ............................................................................2-50<br />

2.6 - CONDICIONANTES FÍSICOS ...................................................................................2-62<br />

2.7 - RECURSOS HÍDRICOS............................................................................................2-63<br />

2.8 - CONDICIONANTES BIÓTICOS E ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS ....................2-64<br />

2.8.1 - FLORA E VEGETAÇÃO..................................................................................2-64<br />

2.8.2 - FAUNA SILVESTRE.......................................................................................2-70<br />

2.8.3 - ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS..........................................................2-74<br />

2.9 - BAÍA DE SEPETIBA: ASPECTOS FÍSICOS E COMUNIDADES BIÓTICAS MARINHAS .....2-78<br />

2.9.1 - ASPECTOS FÍSICOS.......................................................................................2-78<br />

2.9.2 - ECOSSISTEMAS COSTEIROS E LITORÂNEOS...................................................2-84<br />

2.9.3 - OCUPAÇÃO DA ORLA E UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS .................2-87<br />

2.9.4 - ENQUADRAMENTO LEGAL ...........................................................................2-89<br />

2.9.5 - COMUNIDADES BIÓTICAS ............................................................................2-89<br />

2.9.6 - ANÁLISE BIOCONSERVACIONISTA ...............................................................2-95<br />

2.10 - AGROPECUÁRIA E RECURSOS MINERAIS .............................................................2-97<br />

2.10.1 - ESTRUTURA FUNDIÁRIA ............................................................................2-97<br />

2.10.2 - AGROPECUÁRIA.........................................................................................2-98<br />

2.10.3 - RECURSOS MINERAIS ..............................................................................2-100<br />

2.10.4 - PROGNÓSTICOS COM A IMPLEMENTAÇÃO DO MACROPLANO ...................2-101<br />

2.11 - RECURSOS PESQUEIROS E MARINHOS.............................................................2-103<br />

3 - PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS E HIPÓTESES DE CRESCIMENTO<br />

ECONÔMICO.................................................................................................................3-1<br />

3.1 - CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO TENDENCIAL...........................................................3-2<br />

3.2 - CENÁRIOS DEMOGRÁFICO-INDUSTRIAIS.................................................................3-8<br />

3.2.1 - TENDÊNCIAS DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL NO ESTADO DO RIO DE<br />

JANEIRO........................................................................................................3-9<br />

3.2.2 - CRESCIMENTO INDUSTRIAL NA BACIA DA BAÍA DE SEPETIBA .....................3-13<br />

3.3 - CONCLUSÕES .......................................................................................................3-20<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

i


4 - UNIDADES DE PLANEJAMENTO ........................................................................4-1<br />

4.1 - UP.1 - LITORAL OESTE............................................................................................4-1<br />

4.2 - UP.2 - MAZOMBA - CAÇÃO .....................................................................................4-3<br />

4.3 - UP.3 - GUARDA ......................................................................................................4-4<br />

4.4 - UP.4 - GUANDU ......................................................................................................4-6<br />

4.5 - UP.5 - GUANDU-MIRIM ...........................................................................................4-7<br />

4.6 - UP.6 - ITÁ - CAÇÃO VERMELHO ............................................................................4-10<br />

4.7 - UP.7 - SEPETIBA ...................................................................................................4-10<br />

4.8 - UP.8 - PIRAQUÊ-CABUÇU......................................................................................4-11<br />

4.9 - UP.9 - GUARATIBA ...............................................................................................4-11<br />

5 - POLUIÇÃO INDUSTRIAL ......................................................................................5-1<br />

5.1 - BASE DE DADOS DAS INDÚSTRIAS DA BACIA DE SEPETIBA ...................................5-1<br />

5.2 - AVALIAÇÃO DO POTENCIAL POLUIDOR ...............................................................5-11<br />

6 - EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO...............................................................................6-1<br />

7 - A BAÍA DE SEPETIBA .............................................................................................7-1<br />

8 - INSTRUMENTO DE ACOMPANHAMENTO E APOIO À DECISÃO ..............8-1<br />

8.1 MODELO DE QUALIDADE DA ÁGUA - SIMOX.........................................................8-1<br />

8.2 ÍNDICE DE SENSIBILIDADE AMBIENTAL - ISA..........................................................8-5<br />

8.3 MODELO CHUVA-DEFLÚVIO ...................................................................................8-8<br />

8.4 MODELO DE SEDIMENTOS .......................................................................................8-9<br />

8.5 MODELO HIDRODINÂMICO ....................................................................................8-12<br />

8.6 MODELO DE ESTIMATIVA DE CARGAS POLUIDORAS INDUSTRIAIS.........................8-18<br />

8.7 MAPAS TEMÁTICOS E SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS .........................8-21<br />

QUADROS E FIGURAS<br />

QUADRO 2.1 -COMPOSIÇÃO MUNICIPAL DA BACIA CONTRIBUINTE<br />

À BAÍA DE SEPETIBA ...........................................................................................................2-2<br />

QUADRO 2.2 - EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA RECENTE - MUNICÍPIOS,<br />

DISTRITOS E RAS SELECIONADOS - 1991 / 1996..................................................................2-5<br />

QUADRO 2.3 - SISTEMA RODOVIÁRIO PRINCIPAL NA ÁREA DA BACIA<br />

DE SEPETIBA CARACTERÍSTICAS FÍSICAS............................................................................2-8<br />

QUADRO 2.4 -SISTEMA RODOVIÁRIO SECUNDÁRIO NA ÁREA DA BACIA<br />

DE SEPETIBA.....................................................................................................................2-10<br />

QUADRO 2.5 - SITUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL DE CONTROLE DO<br />

USO E OCUPAÇÃO DO SOLO...............................................................................................2-33<br />

QUADRO 2.6 - SÍNTESE DA SITUAÇÃO DA LIMPEZA PÚBLICA .............................................2-49<br />

QUADRO 2.7 - ATENDIMENTO QUANTO À LIMPEZA PÚBLICA .............................................2-49<br />

QUADRO 2.8 - REMANESCENTES FLORESTAIS DE MATA ATLÂNTICA NO ESTADO DO RIO DE<br />

JANEIRO ...........................................................................................................................2-65<br />

QUADRO 2.9 - COBERTURA VEGETAL POR MUNICÍPIO .......................................................2-66<br />

QUADRO 2.10- CULTURAS AGRÍCOLAS NA BACIA..............................................................2-68<br />

QUADRO 2.11 -ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS DA BACIA E DA BAÍA DE SEPETIBA .......<br />

.........................................................................................................................................2-74<br />

QUADRO 2.12 - CURSOS DE ÁGUA AFLUENTES À BAÍA DE SEPETIBA..................................2-79<br />

QUADRO 2.13 - EXTENSÃO DAS ORLAS MUNICIPAIS ..........................................................2-80<br />

QUADRO 2.14 - MORFOMETRIA DAS PRINCIPAIS ILHAS ....................................................2-80<br />

QUADRO 2.15 - VALORES MÉDIOS DE DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS SEDIMENTOS DA<br />

BAÍA DE SEPETIBA. ..........................................................................................................2-84<br />

QUADRO 2.16 - RELAÇÃO DAS PRAIAS CONTINENTAIS E INSULARES .................................2-85<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

ii


QUADRO 2.17 - USOS DA ORLA E DOS RECURSOS NATURAIS..............................................2-88<br />

QUADRO 2.18 - ESPÉCIES DA FAUNA DE INVERTEBRADOS DE INTERESSE PESQUEIRO-<br />

ALIMENTAR DA BAÍA DE SEPETIBA ...................................................................................2-96<br />

QUADRO 3.1 - POPULAÇÕES ATUAIS E PROJETADAS DE INTERESSE - CENÁRIO TENDENCIAL..<br />

...........................................................................................................................................3-5<br />

QUADRO 3.2 - POPULAÇÕES URBANAS CONTIDAS NA BACIA E NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO<br />

MANANCIAL GUANDU.........................................................................................................3-6<br />

QUADRO 3.3 - DENSIDADES POPULACIONAIS URBANAS DE INTERESSE PARA OS ESTUDOS DE<br />

SANEAMENTO BÁSICO ........................................................................................................3-7<br />

QUADRO 3.4 DISTRIBUIÇÃO SETORIAL E ESPACIAL DAS UNIDADES INDUSTRIAIS<br />

POTENCIALMENTE POLUIDORAS INDÚSTRIAS EM ATIVIDADE - 1 996 ..................................3-9<br />

QUADRO 3.5 -ÍNDICES DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO -<br />

SETORES SELECIONADOS ..................................................................................................3-10<br />

QUADRO 3.6 -BRASIL: CENÁRIO MACRO-ECONÔMICO PARA PROJEÇÕES DO CRESCIMENTO<br />

INDUSTRIAL - RJ ...............................................................................................................3-12<br />

QUADRO 3.7 - PROJEÇÕES DO CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA -RJ .....3-13<br />

QUADRO 3.8 RITMO DE CRESCIMENTO PREVISTO DA POPULAÇÃO URBANA DA BACIA DA BAÍA<br />

DE SEPETIBA E DE SEUS MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS, EM COMPARAÇÃO COM O<br />

ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CENÁRIO 1 : INDUSTRIALIZAÇÃO TENDENCIAL ...................3-14<br />

QUADRO 3.9 FORMAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ESTIMADA DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL NA<br />

BACIA DA BAÍA DE SEPETIBA E EM SEUS MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS ................3-15<br />

QUADRO 3.10 TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL NA BACIA<br />

DA BAÍA DE SEPETIBA - CENÁRIO 1 : INDUSTRIALIZAÇÃO TENDENCIAL.............................3-15<br />

QUADRO 3.11 - RITMO DE CRESCIMENTO PREVISTO DA POPULAÇÃO URBANA DA BACIA DA<br />

BAÍA DE SEPETIBA E DE SEUS MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS, EM COMPARAÇÃO COM O<br />

ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CENÁRIO 2 : INDUSTRIALIZAÇÃO CONCENTRADA EM ITAGUAÍ3-<br />

17<br />

QUADRO 3.12 TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL NA BACIA<br />

DA BAÍA DE SEPETIBA - CENÁRIO 2 : INDUSTRIALIZAÇÃO CONCENTRADA EM ITAGUAÍ .....3-17<br />

QUADRO 3.13 - RITMO DE CRESCIMENTO PREVISTO DA POPULAÇÃO URBANA DA BACIA DA<br />

BAÍA DE SEPETIBA E DE SEUS MUNICÍPIOS MAIS INDUSTRIALIZADOS, EM COMPARAÇÃO COM O<br />

ESTADO DO RIO DE JANEIRO - CENÁRIO 3 : INDUSTRIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA INTENSA NA<br />

BACIA...............................................................................................................................3-19<br />

QUADRO 3.14 - TENDÊNCIAS DE CRESCIMENTO DA PRODUÇÃO FÍSICA INDUSTRIAL NA BACIA<br />

DA BAÍA DE SEPETIBA - CENÁRIO 3 : INDUSTRIALIZAÇÃO SECUNDÁRIA INTENSA NA BACIA 3-<br />

19<br />

QUADRO 4.1 - CARACTERÍSTICAS DAS BACIA DA REGIÃO LITORAL OESTE...........................4-2<br />

QUADRO 4.2 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO DA GUARDA.................................................4-5<br />

QUADRO 4.3 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO GUANDU ......................................................4-7<br />

QUADRO 4.4 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO DA GUARDA.................................................4-9<br />

QUADRO 5.1: BACIA SEPETIBA - INDÚSTRIAS E NÚMERO DE EMPREGADOS POR SETOR EM<br />

CADA MUNICÍPIO ( 100 EMPRESAS).....................................................................................5-3<br />

QUADRO 5.2: BACIA SEPETIBA - SÍNTESE DA CLASSIFICAÇÃO DE PORTE INDUSTRIAL POR<br />

NÚMERO DE EMPREGADOS (100 EMPRESAS) .......................................................................5-4<br />

QUADRO 5.3: INDÚSTRIAS QUE POSSUEM UNIDADE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES .........5-5<br />

QUADRO 5.4:ÍNDICES DE EFLUENTES LÍQUIDOS ..................................................................5-8<br />

QUADRO 5.5: ÍNDICES DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...................................................................5-10<br />

QUADRO 5.6: ÍNDICES DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS.........................................................5-11<br />

QUADRO 5.7: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EFLUENTES LÍQUIDOS<br />

POR SETOR INDUSTRIAL....................................................................................................5-12<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

iii


QUADRO 5.8: GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EFLUENTES LÍQUIDOS AS 10 EMPRESAS E<br />

5 SETORES DE MAIOR POTENCIAL .....................................................................................5-13<br />

QUADRO 5.9:POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE METAIS PESADOS..................................5-14<br />

QUADRO 5.10: % SUB-BACIA (100 EMPRESAS) ................................................................5-14<br />

QUADRO 5.11: POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE RESÍDUOS POR SETOR INDUSTRIAL.............5-15<br />

QUADRO 5.12: GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS NAS 10 EMPRESAS E 5 SETORES<br />

DE MAIOR POTENCIAL.......................................................................................................5-16<br />

QUADRO 5.13: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS POTENCIAIS DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS POR BACIA HIDROGRÁFICA.................................................................................5-17<br />

QUADRO 5.14: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EMISSÕES<br />

ATMOSFÉRICAS POR SETOR INDUSTRIAL...........................................................................5-17<br />

QUADRO 5.15: GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EMISSÕES ATMOSFÉRICAS NAS 10<br />

EMPRESAS E 5 SETORES DE MAIOR POTENCIAL .................................................................5-18<br />

QUADRO 5.16: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS POTENCIAIS DE GERAÇÃO DE EMISSÕES<br />

ATMOSFÉRICAS POR BACIAS HIDROGRÁFICAS...................................................................5-19<br />

QUADRO 5.17: RESUMO DOS PRINCIPAIS ASPECTOS QUANTO A POLUIÇÃO INDUSTRIAL.....5-20<br />

QUADRO 6.1- PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS POR UNIDADE DE PLANEJAMENTO - UP..............6-5<br />

QUADRO 7.1 - FLUXO ATMOSFÉRICO, FLUVIAL E TOTAL DE METAIS PESADOS PARA A BAÍA DE<br />

SEPETIBA (EM TONELADAS POR ANO). ................................................................................7-2<br />

QUADRO 7.2 -CONCENTRAÇÕES DE METAIS PESADOS NOS PRINCIPAIS MOLUSCOS E<br />

CRUSTÁCEOS COMESTÍVEIS DA BAÍA DE SEPETIBA (VALORES EXPRESSOS EM µG.G-1 DO PESO<br />

ÚMIDO)...............................................................................................................................7-3<br />

QUADRO 7.3 - METAIS PESADOS EM PEIXES.........................................................................7-3<br />

QUADRO 7.4 - CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS DISPONÍVEIS NO SEDIMENTO (µG/G DE<br />

PESO SECO).........................................................................................................................7-5<br />

QUADRO 7.5 - CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM ORGANISMOS SELECIONADOS(µG/G<br />

DE PESO ÚMIDO DA PARTE COMETÍVEL)..............................................................................7-5<br />

QUADRO 7.6 - CAPTURA ANUAL DE ESPÉCIES MARINHAS .................................................7-11<br />

QUADRO 8.1 - RESULTADO DO MODELO SIMOX - P/OXIGÊNIO DISSOLVIDO.........................8-3<br />

QUADRO 8.2 - RESULTADO DO MODELO SIMOX - P/ DBO......................................................8-4<br />

QUADRO 8.3 - PROJETO ARCVIEW -“SEPETIBA.APR”..........................................................8-24<br />

FIGURA 2.1 - ÁREAS DE ESTUDO(A3) ..................................................................................2-4<br />

FIGURA 2.2 - SISTEMA VIÁRIO (A3).....................................................................................2-8<br />

FIGURA 2.3 - MANCHA URBANA NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE SEPETIBA.............2-14<br />

FIGURA 2.4 - VETORES DE URBANIZAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE SEPETIBA 2-<br />

16<br />

FIGURA 2.5 - HIERARQUIA DOS NÚCLEOS URBANOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE<br />

SEPETIBA..........................................................................................................................2-17<br />

FIGURA 2.6 ÍNDICE ATUAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (1996) ....................................2-41<br />

FIGURA 2.7 POPULAÇÃO AFETADA POR INUNDAÇÕES NOS MUNICÍPIOS .............................2-59<br />

FIGURA 2.8 - ÁREAS DE DRENAGEM (A3) ..........................................................................2-59<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

iv


FIGURA 3.1 - POPULAÇÕES URBANAS POR MUNICÍPIO .........................................................3-7<br />

FIGURA 3.2 TAXAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL URBANO ..........................................3-8<br />

FIGURA 5.1 - EMPRESAS POR SETOR..................................................................................5-20<br />

FIGURA 6.1 - A TRANSPOSIÇÃO ...........................................................................................6-3<br />

FIGURA 6.2 - APORTE DE SEDIMENTOS................................................................................6-5<br />

FIGURA 7.1 - CONCENTRAÇÃO DE CÁDMIO NO SEDIMENTO SUPERFICIAL ............................7-7<br />

FIGURA 7.2 - CONCENTRAÇÃO DE ZINCO NO SEDIMENTO SUPERFICIAL ...............................7-7<br />

FIGURA 8.1 - ISOIETAS MÉDIAS ANUAIS 1931-1935 ............................................................8-8<br />

FIGURA 8.2 - CORRELAÇÃO CHUVA DEFLÚVIO....................................................................8-9<br />

FIGURA 8.3 - CORRELAÇÃO DESCARGA SÓLIDA X LÍQUIDA ...............................................8-10<br />

FIGURA 8.4 - CURVA CHAVE DE SEDIMENTOS ...................................................................8-11<br />

FIGURA 8.5- ANÁLISE DO DEFLÚVIO SÓLIDO.....................................................................8-11<br />

FIGURA 8.6 - DOMÍNIO MODELO HIDRODINÂMICO.............................................................8-13<br />

FIGURA 8.7 - PLUMAS DE CONTAMINANTES COM T90 DE 24 HORAS ..................................8-15<br />

FIGURA 8.8 - PLUMAS DE CONTAMINANTES CANAL DE SÃO FRANCISCO ...........................8-17<br />

MAPAS TEMÁTICOS<br />

MAPA 1 - CARTA TOPOCLIMÁTICA ....................................................................................2-62<br />

MAPA 2 - CONDICIONANTES FÍSICOS .................................................................................2-62<br />

MAPA 3 - ESBOÇO PEDOLÓGICO ........................................................................................2-62<br />

MAPA 4 - POTENCIAL DE USO DAS TERRAS PARA FINS AGROPECUÁRIOS E FLORESTAIS .....2-62<br />

MAPA 5 - USO DO SOLO E COBERTURA VEGETAL...............................................................2-77<br />

MAPA 6 - ESPAÇOS TERRRITORIAIS PROTEGIDOS...............................................................2-77<br />

MAPA 7 - ECOSSISTEMAS COSTEIROS E LITORÂNEOS.........................................................7-15<br />

MAPA 8 - PERÍMETROS URBANOS LEGAIS E ÁREAS INDUSTRIAIS.......................................2-37<br />

MAPA 9 - ZONEAMENTOS MUNICIPAIS..............................................................................2-37<br />

MAPA 10 - BACIAS HIDROGRÁFICAS - UNIDADES DE PLANEJAMENTO................................4-12<br />

MAPA 11 - ESTUDOS DE QUALIDADE DA ÁGUA - SIMULAÇÃO DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO.....8-2<br />

MAPA 12 - AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE - RECURSOS HÍDRICOS ......................................8-7<br />

MAPA 13 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA - ZONAS DE ABRANGÊNCIA DOS SISTEMAS EXISTENTES<br />

.........................................................................................................................................2-42<br />

MAPA 16 - DESTINAÇÃO ATUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................2-49<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

v


PARTE II - PROPOSIÇÕES DO MACROPLANO<br />

1 - PROBLEMÁTICA AMBIENTAL E CAPACIDADE DE SUPORTE REGIONAL<br />

...........................................................................................................................................1-1<br />

2 - METAS DE QUALIDADE AMBIENTAL ..............................................................2-1<br />

2.1 - METAS GLOBAIS....................................................................................................2-1<br />

2.2 - METAS SETORIAIS ..................................................................................................2-3<br />

2.2.1 - METAS PARA A ESTRUTURAÇÃO TERRITORIAL E O DESENVOLVIMENTO<br />

URBANO ...................................................................................................................2-3<br />

2.2.2 - METAS PARA O ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...................................................2-4<br />

2.2.3 - METAS PARA O ABASTECIMENTO DE ÁGUA...................................................2-5<br />

2.2.4 - METAS PARA DRENAGEM ..............................................................................2-6<br />

2.2.5 - METAS PARA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ...............................................2-6<br />

2.2.6 - METAS PARA O CONTROLE DA POLUIÇÃO INDUSTRIAL .................................2-7<br />

3 - PROPOSIÇÃO PARA O MODELO DE GESTÃO ....................................................3-1<br />

3.1 - PROPOSIÇÃO DA BASE JURÍDICO INSTITUCIONAL....................................................3-2<br />

3.2 - PROPOSIÇÕES NO CAMPO DAS AÇÕES OPERATIVAS...............................................3-14<br />

3.3 - PROPOSIÇÕES NO CAMPO TÉCNICO.......................................................................3-17<br />

4 - PLANO DE SANEAMENTO AMBIENTAL E RECURSOS HÍDRICOS ...........4-1<br />

4.1 - PLANO DE ESGOTOS ...............................................................................................4-5<br />

4.2 - PLANO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA..................................................................4-13<br />

4.3 - PLANO DE DRENAGEM.........................................................................................4-20<br />

4.4 - PLANO DE RESÍDUOS SÓLIDOS..............................................................................4-23<br />

4.3.1 - DIRETRIZES GERAIS IMEDIATAS ..................................................................4-24<br />

4.3.2 - DIRETRIZES ESPECÍFICAS.............................................................................4-27<br />

5 - DIRETRIZES PARA ORDENAMENTO DO USO DO SOLO .............................5-1<br />

5.1 - DIRETRIZES PARA ORDENAMENTO DO USO DO SOLO E DOS RECURSOS NATURAIS<br />

5.1.2 - DIRETRIZES MUNICIPAIS ...............................................................................5-5<br />

5.2 - DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO E O ORDENAMENTO DA<br />

ATIVIDADE DE MINERAÇÃO .........................................................................................5-14<br />

5.3 - DIRETRIZES PARA IMPLEMENTAÇÃO DOS ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS .5-17<br />

5.3.1 - JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS ......................................................................5-17<br />

5.3.2 - DIRETRIZES GLOBAIS ..................................................................................5-18<br />

5.3.3 - DIRETRIZES ESPECÍFICAS.............................................................................5-19<br />

5.4 - DIRETRIZES PARA USO MÚLTIPLO DA BAÍA DE SEPETIBA ...................................5-23<br />

5.4.1 - DIRETRIZ GLOBAL.......................................................................................5-23<br />

5.4.2 - DIRETRIZES ESPECÍFICAS.............................................................................. 5.25<br />

5.4.3 - AÇÕES E PROGRAMAS PRIORITÁRIOS...........................................................5-27<br />

5.5 - DIRETRIZES PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL E PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA..5-27<br />

6. RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ......................................................6-1<br />

6.1 - ABORDAGEM CONCEITUAL ...................................................................................6-1<br />

6.2 - IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS .............................................................6-3<br />

6.2.1 - ENCOSTAS .....................................................................................................6-3<br />

6.2.2 - CANAIS DE DRENAGEM..................................................................................6-6<br />

6.2.3 - MANGUES......................................................................................................6-9<br />

6.2.4- RESTINGA DA MARAMBAIA..........................................................................6-12<br />

6.2.5 - PRAIA DE SEPETIBA .....................................................................................6-15<br />

6.2.6 - CAVAS DE MINERAÇÃO ...............................................................................6-17<br />

6.2.7 - RESERVATÓRIO DE LAGES...........................................................................6-19<br />

6.3 - MODALIDADES DE RECUPERAÇÃO PRETENDIDAS................................................6-20<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

vi


6.4 - PROGRAMAS PROPOSTOS.....................................................................................6-21<br />

6.5 - PROGRAMAS DE RECUPERAÇÃO ..........................................................................6-24<br />

6.6 - CRONOGRAMA GLOBAL ......................................................................................6-34<br />

6.7 - CUSTO GLOBAL...................................................................................................6-35<br />

7 - ESTRATÉGIAS DE CONTROLE DE POLUIÇÃO...............................................7-1<br />

7.1 - PROJEÇÕES PARA O FUTURO..................................................................................7-1<br />

7.2 - ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS PARA CONTROLE DA POLUIÇÃO ..............................7-2<br />

7.2.1 - MEDIDAS DE COMANDO E CONTROLE (POR LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO)<br />

.................................................................................................................................7-3<br />

7.2.2 - INSTRUMENTOS ECONÔMICOS .......................................................................7-5<br />

7.3 - OBJETIVOS AMBIENTAIS E ESTRATÉGIAS PROPOSTAS PROPOSTAS ......................7-11<br />

7.3.1 - MECANISMOS DE CONTROLE LEGAIS, INSTITUCIONAIS E ORGANIZACIONAIS<br />

...............................................................................................................................7-13<br />

7.3.2 - PROGRAMAS DE GESTÃO .............................................................................7-16<br />

7.3.3 - BENEFÍCIOS ANTECIPADOS..........................................................................7-22<br />

8 - PRINCIPAIS INTERVENÇÕES POR UNIDADE DE PLANEJAMENTO ........8-1<br />

9 - ESTRUTURA GERAL DO MACROPLANO.........................................................9-1<br />

10 - RESUMO EXECUTIVO .......................................................................................10-1<br />

QUADROS E FIGURAS<br />

QUADRO 3.1 - ORGANIZAÇÕES E ENTIDADES LOCAIS .....................................................3-10<br />

QUADRO 3.2 - ENTIDADES EXTRA-REGIONAIS DE INTERESSE ..........................................3-12<br />

QUADRO 4.1 LOCALIZAÇÃO, DENOMINAÇÃO, CORPO RECEPTOR E PERCENTUAL DE<br />

ABATIMENTO DAS CARGAS ORGÂNICAS NAS ETES PROJETADAS PARA A BACIA DE SEPETIBA<br />

...........................................................................................................................................4-7<br />

QUADRO 4.2 - INVESTIMENTOS POR MUNICÍPIO...............................................................4-22<br />

QUADRO 4.3 - DOTAÇÃO ORÇAMENTÁRIA ANUAL PARA SERVIÇOS DE LIMPEZA PÚBLICA ..<br />

.........................................................................................................................................4-25<br />

QUADRO 5.1 - CATEGORIA 1: AÇÕES E PROJETOS ESPECÍFICOS ........................................5-7<br />

QUADRO 5.2 - CATEGORIA 2: PROPOSIÇÕES PARA LEGISLAÇÃO URBANA E ZONEAMENTO<br />

INDUSTRIAL .......................................................................................................................5-8<br />

QUADRO 5.3 - CATEGORIA 3: AÇÕES OPERACIONAIS....................................................5-10<br />

QUADRO 6.1 - CARACTERÍSTICAS OU USOS FUTURO DAS ÁREAS DEGRADADAS..............6-20<br />

QUADRO 6.2 - ESTRATÉGIAS GLOBAIS DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS........6-22<br />

QUADRO 6.3 - RIOS INCLUÍDOS NO PROGRAMA DE RECOMPOSIÇÃO DE ECOSSISTEMAS<br />

FLUVIAIS..........................................................................................................................6-25<br />

QUADRO 6.4 - CRONOGRAMA GLOBAL ............................................................................6-35<br />

QUADRO 6.5 - QUADRO DE DESEMBOLSO ........................................................................6-35<br />

QUADRO 4.4 - DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA RESÍDUOS SÓLIDOS..................................4-28<br />

QUADRO 7.1 - PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES PARA CONTROLE DE POLUIÇÃO DE ORIGEM<br />

INDUSTRIAL .....................................................................................................................7-15<br />

QUADRO 7.2 - PROGRAMA DE CARACTERIZAÇÃO.............................................................7-16<br />

QUADRO 7.3 - CUSTOS PARA INSTALAÇÃO DE UNIDADES DE TRATAMENTO DE ÁGUA DE<br />

PROCESSO PARA INDÚSTRIAS PRIORITÁRIAS....................................................................7-17<br />

QUADRO 7.4 - CUSTO DE TRATAMENTO DAS EMISSÕES ATMOSFÉRICAS PARA INDÚSTRIAS<br />

PRIORITÁRIAS...................................................................................................................7-18<br />

QUADRO 7.5 - CLASSIFICAÇÃO POR PARÂMETRO (10 EMPRESAS DE MAIOR POTENCIAL DE<br />

GERAÇÃO DE CADA PARÂMETRO)<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

vii


QUADRO7.6. - PROGRAMA DE MONITORAMENTO ............................................................7-19<br />

QUADRO 7.7 - PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO .................................................................7-20<br />

QUADRO 7.8 - PROGRAMA DE FORTALECIMENTO INSTITUCIONAL ...................................7-20<br />

QUADRO 7.9 - USOS E FONTES DOS INVESTIMENTOS PREVISTOS .....................................7-21<br />

QUADRO 9.1 - ESTRUTURA DOS SUBPROGRAMAS DO MACROPLANO .................................9-3<br />

QUADRO 9.2 - SÍNTESE DAS PROPOSIÇÕES SETORIAIS........................................................9-7<br />

FIGURA 4.1 - INVESTIMENTOS NO SISTEMA DE ESGOTO - 1ª ETAPA 2010.........................4-12<br />

FIGURA 4.2 - INVESTIMENTOS TOTAIS NO SISTEMA DE ESGOTO - ATÉ O FINAL DO PLANO<br />

2020.................................................................................................................................4-12<br />

FIGURA 4.3 - ÍNDICE ATUAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (1996) ................................4-18<br />

FIGURA 4.4 - INVESTIMENTOS NA AMPLIAÇÃO DOS SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE<br />

ÁGUA (MILHÕES R$) .......................................................................................................4-18<br />

FIGURA 4.5 - INVESTIMENTOS EM ABASTECIMENTO DE ÁGUA POR NATUREZA DE SERVIÇOS<br />

.........................................................................................................................................4-19<br />

FIGURA 4.6 - PARTICIPAÇÃO PERCENTUAL PARA LIMPEZA E DRAGAGEM........................4-23<br />

FIGURA 5.1 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA - JAPERI..................................................................5-3<br />

FIGURA 5.2 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA - SEROPÉDICA ........................................................5-3<br />

FIGURA 5.3 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA - ITAGUAÍ...............................................................5-3<br />

FIGURA 5.4 - ESTRUTURAÇÃO VIÁRIA - CAMPO GRANDE ..................................................5-3<br />

FIGURA 5.5 - ZUPIS PALMARES, CAMPO GRANDE E INHOAÍBA - PROPOSTA DE<br />

INTERVENÇÃO..................................................................................................................5-11<br />

FIGURA 5.6 - ZUPI SANTA CRUZ - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.....................................5-11<br />

FIGURA 5.7 - ZUPI GUARATIBA - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.......................................5-12<br />

FIGURA 5.8 - ZUPI COROA GRANDE - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO................................5-12<br />

FIGURA 5.9 - ZUPIS SEROPÉDICA E ÁGUAS LINDAS - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ........5-13<br />

FIGURA 5.10 - ZUPI QUEIMADOS - PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ....................................5-13<br />

FIGURA 6.1 - TALUDES ERODIDOS E DESBARRANCADOS ...................................................6-5<br />

FIGURA 6.2 - ENCOSTAS DEGRADAS POR RAVINAS E VOÇOROCAS ....................................6-5<br />

FIGURA 6.3 - ENCOSTA SUJEITA A DESLIZAMENTO............................................................6-5<br />

FIGURA 6.4 - QUEIMADAS EM 80% DA ENCOSTA ...............................................................6-5<br />

FIGURA 6.5 - BANANAIS ENCOBRINDO DIVISORES DE ÁGUA .............................................6-5<br />

FIGURA 6.6 - OCUPAÇÃO TÍPICA DAS ENCOSTAS ...............................................................6-5<br />

FIGURA 6.7 - DEPOSIÇÃO DE ENTULHOS E ESTRANGULAMENTO DO CANAL ......................6-8<br />

FIGURA 6.8 - FORMAÇÃO DE BANCOS DE AREIA APÓS DESMATAMENTO...........................6-8<br />

FIGURA 6.9 - OCUPAÇÃO IRREGULAR DAS CALHAS ...........................................................6-8<br />

FIGURA 6.10 - EROSÃO E DESMATAMENTOS DAS MARGENS DO RIO..................................6-8<br />

FIGURA 6.11 - CANAL ARTIFICIAL COM DEPOSIÇÃO SEDIMENTAR LINEAR........................6-8<br />

FIGURA 6.12 - AVANÇO DA PLANÍCIE DE MARÉ...............................................................6-11<br />

FIGURA 6.13 - MANGUEZAL AFOGADO............................................................................6-11<br />

FIGURA 6.14 - DEPÓSITOS SEDIMENTARES; GRAMÍNEAS E BANCOS DE AREIA ................6-11<br />

FIGURA 6.15 - PLANÍCIE DE MARÉ; BANCOS DE AREIA....................................................6-11<br />

FIGURA 6.16 - PROCESSO DE SEDIMENTAÇÃO E FORMAÇÃO DE ESPORÕES......................6-14<br />

FIGURA 6.17 - EROSÃO DO CORDÃO C/ DESTRUIÇÃO DA VEGETAÇÃO DE RESTINGA .........6-14<br />

FIGURA 6.18 - DESAPARECIMENTO DA ILHA POR EROSÃO ................................................6-14<br />

FIGURA 6.19 - ALTO GRAU DE SEDIMENTAÇÃO E ASSOREAMENTO...................................6-14<br />

FIGURA 6.20 - DEPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS FINOS E ESGOSTO DOMÉSTICO ......................6-16<br />

FIGURA 6.21 - PROCESSO DE SEDIMENTAÇÃO; ENTULHAMENTO E ASSOREAMENTO .........6-16<br />

FIGURA 6.22 - DRAGAS DE EXTRAÇÃO DE AREIA..............................................................6-18<br />

FIGURA 6.23 - CAVAS DE EXTRAÇÃO DE AREIA................................................................6-18<br />

FIGURA 6.24 - VOÇOROCAS E EROSÃO POR RAVINAMENTO .............................................6-19<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

viii


FIGURA 7.1 - % DE VARIAÇÃO PARA OS ANOS 2000, 2005, 2010, 2020...............................7-2<br />

FIGURA 9.1 - INTERRELAÇÕES DO MACROPLANO NO PROGRAMA ESTRATÉGICO DO<br />

COMPLEXO PORTUÁRIO INDUSTRIAL DE SEPETIBA ............................................................9-5<br />

FIGURA 9.2 - INTERRELAÇÕES DO MACROPLANO COM OUTROS PROGRAMAS ESTRATÉGICOS<br />

...........................................................................................................................................9-6<br />

MAPAS TEMÁTICOS<br />

MAPA 15 - SUB-BACIAS E SISTEMAS PROPOSTOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO ...............4-7<br />

MAPA 14 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA - ZONAS DE ABRANGÊNCIA DOS SISTEMAS PROPOSTOS<br />

.........................................................................................................................................4-18<br />

MAPA 17 – PROGRAMA DE MONITORAMENTO FÍSICO-QUÍMICO E BIOLÓGICO DAS ÁGUAS E<br />

SEDIMENTOS .....................................................................................................................4-2<br />

ANEXO - BIBLIOGRAFIA ............................................................................................I<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

ix


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se dotar a região da bacia contribuinte à baía <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong> um<br />

plano integrado <strong>de</strong> gestão e saneamento ambiental vem sendo <strong>de</strong>lineada, ao longo<br />

da última década, em função do <strong>de</strong>clínio verificado na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos<br />

fatores ambientais. As ativida<strong>de</strong>s agrícolas e mineradoras, os centros urbanos e os<br />

parques industriais existentes na região interferem, em ritmo crescente, na preservação <strong>de</strong><br />

ambientes que originariamente guardavam imensa biodiversida<strong>de</strong>. A intensificação da<br />

ocupação urbana, <strong>de</strong>sacompanhada <strong>de</strong> infra-estrutura a<strong>de</strong>quada e feita <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada, e o crescimento da ativida<strong>de</strong> industrial, com baixo índice <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

ambiental, têm se constituído nas principais formas <strong>de</strong> pressão sobre o meio, a mobilizar<br />

preocupações das autorida<strong>de</strong>s ambientais e <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s envolvidas com a<br />

preservação dos recursos naturais da região.<br />

Reforça-se agora a necessida<strong>de</strong> do planejamento integrado, em função das perspectivas<br />

representadas pela convergência <strong>de</strong> programas estaduais e fe<strong>de</strong>rais, voltados para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento econômico da região, notadamente no que se refere ao Complexo<br />

Portuário Industrial <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Inaugurado em 1982, o Porto <strong>de</strong> Sepetiba situa-se no município <strong>de</strong> Itaguaí, e é capaz <strong>de</strong><br />

receber navios <strong>de</strong> até 70 mil toneladas, com uma capacida<strong>de</strong> instalada para movimentação<br />

<strong>de</strong> 7 milhões <strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> carga por ano. Atualmente, opera muito abaixo <strong>de</strong> sua<br />

capacida<strong>de</strong> sendo o volume <strong>de</strong> cargas, basicamente <strong>de</strong> importação, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3,5<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas anuais. O Porto opera, essencialmente, recebendo carvão<br />

metalúrgico e coque para a Cia. Si<strong>de</strong>rúrgica Nacional - CSN; alumina para a Valesul;<br />

sucata com <strong>de</strong>stino à Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica da Guanabara (COSIGUA); além <strong>de</strong> outros<br />

granéis como carvão energético, enxofre e caulim para <strong>de</strong>stinos variados.<br />

Os investimentos do governo fe<strong>de</strong>ral previstos para o Porto <strong>de</strong> Sepetiba, alcançam um<br />

total <strong>de</strong> R$ 300 milhões e visam torná-lo o maior porto da América Latina. Com isso, o<br />

Porto po<strong>de</strong>rá receber navios com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> até 150 mil toneladas, prevendo-se que<br />

venha a movimentar 7 milhões <strong>de</strong> contêineres por ano, ou seja, <strong>de</strong>z vezes mais do que é<br />

operado atualmente em todo o Brasil.<br />

O projeto <strong>de</strong> ampliação inclui a construção <strong>de</strong> 4 novos terminais, a serem implantados e<br />

explorados por empresas privadas. Dois <strong>de</strong>les já foram licitados e estão sob controle das<br />

companhias Ferteco e CSN, respectivamente, sendo um <strong>de</strong>stinado à movimentação <strong>de</strong><br />

grãos e minério <strong>de</strong> ferro e o outro <strong>de</strong> carvão. Os dois terminais restantes, com a licitação<br />

do primeiro <strong>de</strong>les prevista para até junho do corrente ano, <strong>de</strong>stinam-se à movimentação <strong>de</strong><br />

contêineres e carga geral.<br />

O Complexo Portuário <strong>de</strong> Sepetiba constitui atualmente uma das maiores, senão a maior<br />

priorida<strong>de</strong> governamental para <strong>de</strong>senvolvimento do Estado <strong>de</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro. Incluída<br />

entre as iniciativas consi<strong>de</strong>radas essenciais por parte da administração estadual, a<br />

implantação <strong>de</strong>ste projeto figura ainda como meta do governo fe<strong>de</strong>ral no Plano Plurianual<br />

<strong>de</strong> Investimentos <strong>de</strong> 1996 (Plano Brasil em Ação), gerando expectativas <strong>de</strong> que venha a<br />

ser o principal elemento dinamizador da economia da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

1-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

O porto está situado no mais importante entorno geo-econômico do Brasil, que abrange as<br />

cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Rio <strong>de</strong> Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, concentrando, num raio <strong>de</strong> 500<br />

km, 32% da população, 65% do produto industrial, 65% dos serviços e 40% da produção<br />

agrícola do País. Ressalta-se ainda o papel integrador que <strong>de</strong>sempenha no contexto dos<br />

projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento estadual, dado representar alternativa comparativamente<br />

vantajosa para o atendimento portuário aos pólos industriais <strong>de</strong> Queimados, Resen<strong>de</strong> e<br />

Porto Real, bem como <strong>de</strong> novos projetos industriais previstos para a Baixada Fluminense.<br />

A Companhia Docas do Rio <strong>de</strong> Janeiro (CDRJ) consi<strong>de</strong>ra que estes fatores, associados à<br />

linha tecnológica e ao arranjo institucional previsto para o “novo” Porto <strong>de</strong> Sepetiba o<br />

tornam o único porto da América Latina com características <strong>de</strong> Porto Concentrador <strong>de</strong><br />

Cargas “Hubport” (como Cingapura, Rotterdam e outros) no Atlântico Sul, em condições<br />

técnicas <strong>de</strong> operar mais <strong>de</strong> 20 milhões <strong>de</strong> toneladas/ano <strong>de</strong> mercadorias”.<br />

Nestas condições, o conjunto logístico formado pelo porto <strong>de</strong> Sepetiba e seus acessos<br />

rodoviários e ferroviários, tem conseqüências potenciais importantes e imediatas para a<br />

articulação do sistema portuário do Rio <strong>de</strong> Janeiro com o setor produtivo.<br />

Ressalta-se daí a integração da região a importantes pólos industriais e <strong>de</strong> produção<br />

agrícola no país, colocando, principalmente no caso da Malha Su<strong>de</strong>ste, o Porto <strong>de</strong><br />

Sepetiba como alternativa vantajosa para o escoamento <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong>stinados ao<br />

mercado externo, em especial quanto ao estado <strong>de</strong> Minas Gerais, que tem incluído esta<br />

perspectiva como aspecto estratégico, enfatizado em suas políticas <strong>de</strong> crescimento<br />

industrial.<br />

Ainda com potencial <strong>de</strong> projetar a área numa esfera <strong>de</strong> importância extra regional tem-se a<br />

perspectiva <strong>de</strong> consolidar a interligação das rodovias fe<strong>de</strong>rais que cruzam a bacia ou seu<br />

entorno (BR-116, BR-101 e BR-040) pela implantação da RJ-109. Este novo eixo,<br />

ligando os municípios <strong>de</strong> Duque <strong>de</strong> Caxias e Itaguaí, contribui para o pleno escoamento<br />

<strong>de</strong> mercadorias <strong>de</strong> e para o Porto <strong>de</strong> Sepetiba, além <strong>de</strong> representar a consolidação <strong>de</strong> uma<br />

ampla integração viária entre pólos <strong>de</strong> produção do Rio <strong>de</strong> Janeiro com outros estados,<br />

pela articulação <strong>de</strong> rodovias fe<strong>de</strong>rais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> expressão mencionadas acima. Na escala<br />

local contribui para o fortalecimento da articulação entre os principais núcleos urbanos<br />

contidos na bacia. Além disto, possibilitará a estruturação <strong>de</strong> um anel rodoviário,<br />

contornando a Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro (RMRJ), o que além dos<br />

benefícios na esfera metropolitana, representa um fator adicional <strong>de</strong> atração <strong>de</strong><br />

investimentos industriais para a região da baixada <strong>de</strong> Sepetiba, competindo com<br />

vantagens com a alternativa <strong>de</strong> assentamento industrial ao longo da Via Dutra, que hoje se<br />

processa em regiões cada vez mais distantes do núcleo metropolitano.<br />

Ressalta-se ainda a complementarieda<strong>de</strong> ao Porto <strong>de</strong> Sepetiba representada pela<br />

concepção do Terminal Multimodal <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>. Este, cuja operação está<br />

concessionada à iniciativa privada, encontra-se em vias <strong>de</strong> implantação em área do antigo<br />

terminal da Nuclebrás Equipamentos Pesados - NUCLEP. Visa aten<strong>de</strong>r à <strong>de</strong>manda da<br />

indústria automobilística, em franca expansão na região <strong>de</strong> Resen<strong>de</strong>, no Vale do Paraíba,<br />

bem como à FIAT em Betim - MG, com a oferta <strong>de</strong> movimento <strong>de</strong> cargas no sistema “roll<br />

on - roll off”, segmento não contemplado pelo projeto da CDRJ.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

1-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Não se restringe, contudo, à inserção regional do complexo portuário e dos vetores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento elencados acima, a importância estratégica da área <strong>de</strong>limitada pela bacia<br />

contribuinte à baía <strong>de</strong> Sepetiba. De fato, com uma superfície que correspon<strong>de</strong> a 6% do<br />

território do Rio <strong>de</strong> Janeiro, a bacia respon<strong>de</strong> pelo abastecimento <strong>de</strong> água <strong>de</strong> 70% da<br />

população do estado e gera 25% da energia elétrica nele consumida. Constitui ainda a área<br />

<strong>de</strong> maior crescimento <strong>de</strong>mográfico e <strong>de</strong> maior concentração <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> expansão<br />

industrial e <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> recursos minerais (areais) da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro.<br />

A região abriga inúmeras colônias <strong>de</strong> pesca, áreas <strong>de</strong> criadouros, reservas ecológicas <strong>de</strong><br />

manguezais e o mais preservado ambiente <strong>de</strong> restinga da costa do Rio do Janeiro.<br />

Dos aspectos relevantes da infra-estrutura econômica presente na região, citam-se:<br />

♦ Terminal Portuário da empresa MBR, na Ilha <strong>de</strong> Guaíba;<br />

♦ Usinas Hidrelétricas <strong>de</strong> Ponte Coberta (Pereira Passos) e <strong>de</strong> Fontes Velhas/Fontes<br />

Novas, no Ribeirão das Lajes, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da LIGHT, e respectivos reservatórios;<br />

♦ Linhas <strong>de</strong> Transmissão <strong>de</strong> Furnas;<br />

♦ Termelétrica <strong>de</strong> Santa Cruz, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Furnas;<br />

♦ A malha rodoviária existente, <strong>de</strong>stacando-se as rodovias fe<strong>de</strong>rais BR-101 (Rio-Santos),<br />

BR-116 (Rio-São Paulo) e as rodovias estaduais RJ-125, RJ-127, RJ-071 e RJ-105;<br />

♦ Troncos ferroviários <strong>de</strong> passageiros e <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> cargas;<br />

♦ Instalações da CEDAE do Sistema Guandu (captação, adutora, ETA etc);<br />

♦ Inúmeros Distritos Industriais já consolidados, <strong>de</strong>stacando-se os Pólos <strong>de</strong> Queimados,<br />

Santa Cruz, Campo Gran<strong>de</strong> e Paciência; e<br />

♦ Base Aérea <strong>de</strong> Santa Cruz, entre outros.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista da atrativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> investimentos, a FIRJAN registra perspectivas <strong>de</strong><br />

projetos industriais para a área da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> U$ 1 bilhão, com potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> 7<br />

mil empregos diretos (excluído o investimento programado para o Porto <strong>de</strong> Sepetiba).<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

1-3


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2. CARACTERIZAÇÃO DA REGIÃO<br />

Abaía <strong>de</strong> Sepetiba, pela diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> feições naturais, formas <strong>de</strong> uso antrópico,<br />

potencialida<strong>de</strong>s e fragilida<strong>de</strong>s que apresenta, requer para síntese <strong>de</strong> sua<br />

caracterização que se abor<strong>de</strong>, em <strong>de</strong>talhe, inúmeros aspectos reveladores <strong>de</strong>sta<br />

diversida<strong>de</strong> e da complexida<strong>de</strong> das relações que vinculam, interna e<br />

externamente, as dinâmicas existentes em seu território.<br />

Com este objetivo, são apresentados e discutidos no presente capítulo, aspectos do<br />

domínio territorial, da estrutura e dinâmica <strong>de</strong>mográfica e <strong>de</strong> suas tendências, da re<strong>de</strong><br />

viária com seu papel articulador intra e extra regional e indutor da ocupação da bacia, da<br />

ocupação urbana e industrial como forma prepon<strong>de</strong>rante da estruturação da região, da<br />

carência das infra-estrutura <strong>de</strong> saneamento e seus impactos na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida e do<br />

ambiente, das limitações e potencialida<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas pelo condicionantes físicos e<br />

bióticos, da forma <strong>de</strong> apropriação e uso dos recursos naturais, em especial os recursos<br />

hídricos, minerais, costeiros, e marinhos.<br />

2.1 ABRANGÊNCIA TERRITORIAL<br />

A bacia hidrográfica da baía <strong>de</strong> Sepetiba ocupa uma área em torno <strong>de</strong> 2.700 Km 2 ,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo, parcial ou totalmente, os territórios <strong>de</strong> 12 (doze) municípios, estando 8<br />

(oito) na Região Metropolitana, 2 (três) na Região Centro-Sul Fluminense e 2 (dois) na<br />

Região do Médio Paraíba.<br />

Os seis municípios que têm a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas áreas geográficas incluídas na bacia são:<br />

Itaguaí, Japeri, Mangaratiba, Paracambi, Queimados e Seropédica. Nos <strong>de</strong>mais casos, a<br />

área incluída na bacia hidrográfica abrange apenas uma parcela das superfícies<br />

municipais, parcela essa que nem sempre respeita os limites distritais. Destes, apenas Engº<br />

Paulo <strong>de</strong> Frontin tem sua se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong>ntro dos limites da bacia. As áreas dos<br />

municípios <strong>de</strong> Piraí e rio Claro inseridas nestes limites não incluem perímetros urbanos<br />

legais. Contam apenas com as pequenas aglomerações <strong>de</strong> Vila Monumento e São João<br />

Marcos, situadas em áreas rurais. Do município serrano <strong>de</strong> Miguel Pereira, situam-se<br />

<strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> interesse parte do distrito se<strong>de</strong> e dos distritos <strong>de</strong> Conrado e Governador<br />

Portela, sendo que somente estes dois últimos têm a se<strong>de</strong> distrital incluída na bacia.<br />

Os municípios do Rio <strong>de</strong> Janeiro e Nova Iguaçu, embora com suas se<strong>de</strong>s municipais fora<br />

da bacia, possuem importantes parcelas <strong>de</strong> seus territórios nela incluídas. Do município do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, situa-se na bacia a área correspon<strong>de</strong>nte à chamada Zona Oeste, formada<br />

pelas RAs <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, Santa Cruz e Guaratiba, além <strong>de</strong> pequena parcela da RA <strong>de</strong><br />

Bangu, compreen<strong>de</strong>ndo as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Coqueiros e Senador Camará. Do município <strong>de</strong><br />

Nova Iguaçu, situa-se <strong>de</strong>ntro da bacia parte do distrito <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Cava e do antigo distrito<br />

<strong>de</strong> Cabuçu, o qual teve uma parcela <strong>de</strong> seu território emancipada pela criação do<br />

município <strong>de</strong> Queimados em 1993. Aglomerações urbanas <strong>de</strong>stes distritos abrangidas<br />

pelos limites da bacia incluem Jaceruba, Austin, Vila Nova e rio Douro, no distrito <strong>de</strong><br />

Vila <strong>de</strong> Cava e a maior <strong>de</strong>las, correspon<strong>de</strong>nte ao núcleo <strong>de</strong> Cabuçu, que se esten<strong>de</strong> ao<br />

longo da RJ-105.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Note-se, ainda, que além <strong>de</strong> Queimados, emancipado do município <strong>de</strong> Nova Iguaçu, dois<br />

outros constituem <strong>de</strong>smembramentos municipais recentes, são eles: Japeri, <strong>de</strong>smembrado<br />

também do município <strong>de</strong> Nova Iguaçu; e Seropédica, <strong>de</strong>smembrado do município <strong>de</strong><br />

Itaguaí. Este aspecto é relevante na medida em que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento e<br />

controle do uso do solo nos três municípios <strong>de</strong> emancipação mais recente são ainda quase<br />

que integralmente baseadas nos instrumentos dos municípios <strong>de</strong> origem.<br />

Cabe, ressalvar aqui a pequena contribuição territorial do município <strong>de</strong> Vassouras que por<br />

representar apenas 0,5% da área total da bacia e 2,3% da área do município, em região<br />

sem qualquer tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica, é consi<strong>de</strong>rado apenas no cômputo da área total<br />

<strong>de</strong> drenagem da bacia, para efeito <strong>de</strong> estudos hidrológicos, não sendo consi<strong>de</strong>rado como<br />

área sujeita a intervenção do Macroplano.<br />

Além da área apresentada anteriormente, caracterizada no Quadro 2.1, que compreen<strong>de</strong> a<br />

bacia natural <strong>de</strong> drenagem à baía <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>signada nos estudos como Área I,<br />

integram-se artificialmente ao sistema hídrico da região duas outras áreas <strong>de</strong> contribuição,<br />

representadas pela sub-bacia do rio Piraí, que teve seu curso invertido por meio <strong>de</strong><br />

barramento (Área II), e a bacia do rio Paraíba do Sul, a montante da barragem <strong>de</strong> Santa<br />

Cecília (Área III). Estas áreas, apresentadas na Figura 2.1, integram-se às consi<strong>de</strong>rações<br />

do Macroplano pela inter<strong>de</strong>pendência estratégica, no contexto da qualida<strong>de</strong> e quantida<strong>de</strong><br />

dos recursos hídricos da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>terminada pelo esquema do Complexo Light<br />

<strong>de</strong> aproveitamento hidroelétrico e pela materialização do aporte hídrico do rio Paraíba do<br />

Sul ao sistema Guandu, principal manancial <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água à população<br />

metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

QUADRO 2.1<br />

COMPOSIÇÃO MUNICIPAL DA BACIA CONTRIBUINTE À BAÍA DE SEPETIBA<br />

Município Região<br />

DATA DE<br />

Instalação<br />

ÁREA<br />

(Km<br />

ÁREA INCLUÍDA NA<br />

BACIA<br />

ATIVIDADES<br />

2 ) (Km 2 ) % do % da<br />

Município Bacia<br />

Econômicas Observação<br />

Engº P. <strong>de</strong> Frontin Centro-Sul 18/01/1964 139,4 57,6 41,3 2,1 Ind. e Com. Incl. se<strong>de</strong><br />

Flum.<br />

municipal<br />

Itaguaí Metropolitana 11/02/1820 292,3 292,3 100,0 10,8 Ind. e Com.<br />

Japeri Metropolitana 01/01/1993 82,9 82,9 100,0 3,1 Comércio<br />

Mangaratiba Metropolitana 24/03/1833 360,7 360,7 100,0 13,3 Com. e Serv.<br />

Miguel Pereira Centro-Sul 25/10/1955 288,1 252,4 87,6 9,3 Agrop.Com e Excl. se<strong>de</strong><br />

Flum.<br />

Serviços. municipal<br />

Nova Iguaçu Metropolitana 29/07/1833 566,6 245,8 43,4 9,1 Ind. e Com. Excl. se<strong>de</strong><br />

municipal<br />

Paracambi Metropolitana 13/11/1960 179,3 179,3 100,0 6,6 Com. e Serv.<br />

Piraí Médio Paraíba 11/11/1838 583,7 116,9 20,0 4,3 Comércio Excl. se<strong>de</strong><br />

municipal<br />

Queimados Metropolitana 01/01/1993 78,0 78,0 100,0 2,9 Ind. e Com.<br />

Rio Claro Médio Paraíba 01/01/1850 843,5 318,7 37,8 11,8 Agropec. Excl. se<strong>de</strong><br />

municipal<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro Metropolitana 15/08/1567 1255,3 459,7 36,6 17,0 Ind., Com. e Excl. se<strong>de</strong><br />

Serviços municipal<br />

Seropédica Metropolitana 01/01/1997 253,6 253,6 100,0 9,4 Agrop.e Com.<br />

Vassouras Centro-Sul<br />

Flum.<br />

22/04/1883 553,8 12,9 2,3 0,5<br />

TOTAL 2.710,8 100,0<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2.2 DEMOGRAFIA<br />

A área diretamente abrangida pelo Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da<br />

Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba abrigava, em 1996, uma população estimada em 1,33 milhões<br />

<strong>de</strong> habitantes, da qual cerca <strong>de</strong> 60% concentrada na porção pertencente ao município do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro – correspon<strong>de</strong>ndo aproximadamente às Regiões Administrativas <strong>de</strong> Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, Santa Cruz, Guaratiba e uma pequena porção da RA <strong>de</strong> Bangu.<br />

Além <strong>de</strong> expressiva em termos <strong>de</strong> contingente populacional, a bacia possui aspectos<br />

bastante peculiares em termos <strong>de</strong> dinâmica <strong>de</strong>mográfica, cuja caracterização passa<br />

obrigatoriamente pela análise do comportamento <strong>de</strong>sta dinâmica na escala do estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, e <strong>de</strong>ste no contexto <strong>de</strong>mográfico nacional. Estas peculiarida<strong>de</strong>s da<br />

<strong>de</strong>mografia da bacia são <strong>de</strong> extrema relevância pelo fato <strong>de</strong> que, em gran<strong>de</strong> parte, revelam<br />

tendências sensivelmente distintas das que se po<strong>de</strong>ria inferir da analise <strong>de</strong>mográfica<br />

unicamente na esfera do Estado ou da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro. A<br />

relevância acentua-se ao consi<strong>de</strong>rar-se que, <strong>de</strong>ntre as questões colocadas pela SEMA-RJ<br />

no contexto do Macroplano da Bacia <strong>de</strong> Sepetiba, figura a revisão e reformulação <strong>de</strong><br />

Planos <strong>de</strong> Saneamento <strong>de</strong> abrangência metropolitana ou estadual, que foram formulados<br />

em períodos anteriores, com base em premissas <strong>de</strong>mográficas que em muitos casos não<br />

confirmados, ao longo da década <strong>de</strong> 90, no espaço da bacia.<br />

De fato, as últimas décadas foram palco da mais profunda e radical transformação na<br />

composição e estrutura <strong>de</strong>mográfica do país. O enfoque sobre o crescimento da população<br />

brasileira assentou-se, durante décadas, no mito da explosão <strong>de</strong>mográfica. Com efeito,<br />

vinda <strong>de</strong> taxas <strong>de</strong> crescimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 3,0% ao ano, com mulheres tendo em média 6<br />

a 7 filhos, era natural que esta fosse a visão recorrente. A situação, no entanto, mudou<br />

radicalmente e, em certo sentido, ten<strong>de</strong> a uma inversão em relação aos parâmetros<br />

prevalecentes até meados dos anos setenta. Dados preliminares da contagem populacional<br />

<strong>de</strong> 1996 nos levam a inferir que o crescimento <strong>de</strong>mográfico do país entre 1991 e 1996 não<br />

chegou a 1,4% ao ano. No início da década <strong>de</strong> 70, as várias projeções, oficiais ou não,<br />

apontavam que o país teria, no ano 2.000, entre 200 e 220 milhões <strong>de</strong> habitantes. Neste<br />

momento, sabemos que este número não ultrapassará 165 milhões.<br />

É fato que <strong>de</strong>clínios graduais nos níveis <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> vinham ocorrendo há mais <strong>de</strong> um<br />

século, com expressivos ganhos nos patamares <strong>de</strong> esperança <strong>de</strong> vida ao nascer, que teriam<br />

passado <strong>de</strong> 30 anos, ao final do século 19, chegando a 50 anos em meados <strong>de</strong>ste século e a<br />

um valor em torno <strong>de</strong> 68 anos <strong>de</strong> expectativa média <strong>de</strong> vida nos dias atuais. Embora este<br />

fenômeno pu<strong>de</strong>sse ter levado a uma progressão nas taxas <strong>de</strong> crescimento populacional, o<br />

forte <strong>de</strong>clínio dos padrões <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong>, a partir da década <strong>de</strong> 60, prevaleceu como fator<br />

<strong>de</strong> maior influência na composição das taxas nacionais e <strong>de</strong> boa parte das unida<strong>de</strong>s<br />

fe<strong>de</strong>rativas para as décadas mais recentes.<br />

O avanço da urbanização, a generalização crescente das relações sociais <strong>de</strong> mercado e o<br />

advento dos meios anticoncepcionais em larga escala puseram em xeque, nacionalmente,<br />

o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> família numerosa típico <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> menos mercantilizada. De uma<br />

taxa <strong>de</strong> 6 filhos por mulher, em 1970, chegou-se a 4,3 filhos, em média , em 1980, a 2,9<br />

filhos, em 1990, e, atualmente, esse valor <strong>de</strong>ve situar-se em torno <strong>de</strong> 2,4 filhos, em média,<br />

por mulher. Ou seja, em 25 anos, um <strong>de</strong>clínio, em média, <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 3,5 filhos por<br />

mulher.<br />

2-3


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Caberia ainda consi<strong>de</strong>rar a influência sobre o ritmo <strong>de</strong> crescimento populacional do<br />

estado, dos processos migratórios intra-regionais, ocorridos nas décadas recentes. Estes<br />

parecem contribuir para o <strong>de</strong>clínio das taxas <strong>de</strong> crescimento segundo o que se po<strong>de</strong> inferir<br />

da análise dos dados do Censo Demográfico <strong>de</strong> 1991 e dos resultados preliminares da<br />

Contagem Populacional <strong>de</strong> 1996. Constata-se, com base nesta análise, que o estado do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro, entre 1991 e 1996, cresceu a uma taxa anual <strong>de</strong> 0,78%. Entretanto, os<br />

indicadores referidos às chamadas componentes <strong>de</strong>mográficas sugerem que, no mesmo<br />

período, o crescimento vegetativo do Estado po<strong>de</strong> ter-se situado em torno <strong>de</strong> 1,0% ao ano.<br />

Se esta previsão for confirmada pela divulgação dos resultados finais da Contagem <strong>de</strong><br />

1996, o Estado terá perdido quase cem mil pessoas por migração nos 5 anos analisados.<br />

A tendência, portanto, é <strong>de</strong> um continuado <strong>de</strong>clínio da taxa <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico<br />

no Estado, a ponto <strong>de</strong>, num período entre 30 e 40 anos, o crescimento vegetativo,<br />

mantidas as tendências, tornar-se negativo.<br />

O único fator que po<strong>de</strong>ria contrariar essa tendência, salvo uma improvável reversão do<br />

<strong>de</strong>clínio da fecundida<strong>de</strong>, seria a retomada <strong>de</strong> fluxos migratórios para o Rio <strong>de</strong> Janeiro, o<br />

que não se apoia nos fatos <strong>de</strong>mográficos recentes.<br />

As migrações intra-regionais no Brasil - salvo fluxos residuais no Norte e Centro-Oeste -<br />

estão em queda livre, segundo dados da Contagem-96. Mesmo o po<strong>de</strong>roso estado <strong>de</strong> São<br />

Paulo não foi capaz <strong>de</strong> atrair 300 mil migrantes no período 91-96. Muito pouco, para<br />

quem recebia <strong>de</strong> 2 a 2,5 milhões há algumas décadas. A retenção <strong>de</strong> migrantes potenciais<br />

em Minas Gerais e na Região Nor<strong>de</strong>ste vem ocorrendo sob a forma <strong>de</strong> migrações internas,<br />

com <strong>de</strong>stino aos principais centros urbanos e metropolitanos locais. De fato, no novo<br />

paradigma tecnológico, investimentos industriais e mesmo em alguns setores <strong>de</strong> serviços<br />

não significam, necessariamente, explosão <strong>de</strong> empregos e, portanto, não introduzem<br />

vetores relevantes <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> fluxos migratórios.<br />

São, portanto, escassas as perspectivas <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong> frentes migratórias para o estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, mesmo com eventuais efeitos multiplicadores <strong>de</strong> um polo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento industrial e <strong>de</strong> serviços a partir do porto <strong>de</strong> Sepetiba. De on<strong>de</strong> viria essa<br />

população? Do Nor<strong>de</strong>ste, parece uma realida<strong>de</strong> cada vez mais distante.<br />

Em termos especulativos, po<strong>de</strong>r-se-ia pensar nesta área conectada ao eixo Resen<strong>de</strong>-Volta<br />

Redonda e com um vago potencial <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> população e força <strong>de</strong> trabalho em<br />

movimento no sul e Zona da Mata <strong>de</strong> Minas Gerais, bem como em áreas relativamente<br />

estagnadas do Vale do Paraíba Paulista. Este circuito, talvez pu<strong>de</strong>sse ser afetado por uma<br />

intensificação <strong>de</strong> investimentos na área <strong>de</strong> Sepetiba, mas no momento é extremamente<br />

arriscado imaginar em que dimensão, que, aliás, po<strong>de</strong>rá ser insignificante.<br />

Tais investimentos po<strong>de</strong>riam contudo representar fatores <strong>de</strong> intensificação <strong>de</strong> fluxos <strong>de</strong><br />

migração interna, que já ocorrem em proporções bastante elevadas em direção à região da<br />

bacia <strong>de</strong> Sepetiba. Com efeito, o território da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba concentra gran<strong>de</strong><br />

parte das áreas mais promissoras para expansão da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro (RMRJ). Como as partes centrais da metrópole encontram-se saturadas, observase<br />

tendência <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento crescente do uso do solo, em especial na porção leste da<br />

bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-4


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Assim, a análise da dinâmica <strong>de</strong>mográfica focalizada na escala da área <strong>de</strong> abrangência da<br />

bacia, revela tendências <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico sensivelmente distintas daqueles<br />

constatadas no nível estadual. O Quadro 2.2 apresenta a evolução recente das populações<br />

totais nos municípios <strong>de</strong> interesse ao estudo, confrontando as taxas <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong><br />

algumas regiões contidas da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, com o contexto estadual ou municipal<br />

on<strong>de</strong> se inserem. As populações urbanas, <strong>de</strong>terminadas por regressão linear múltipla para<br />

os municípios parcialmente incluídos são apresentadas e analisadas em maior <strong>de</strong>talhe no<br />

capítulo 3 <strong>de</strong>ste relatório.<br />

QUADRO 2.2<br />

EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA RECENTE - MUNICÍPIOS, DISTRITOS E RAS SELECIONADOS<br />

- 1991 / 1996<br />

Municípios Distritos e<br />

Regiões Administrativas<br />

População<br />

Total<br />

1991<br />

População<br />

Total<br />

1996<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Taxa Anual <strong>de</strong><br />

Crescimento<br />

1991 / 1996<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 5.480.768 5.533.011 0,19<br />

R.A Campo Gran<strong>de</strong> 380.057 416.072 1,83<br />

R.A. Santa Cruz 254.363 278.037 1,79<br />

R.A Guaratiba 60.714 74.250 4,12<br />

Nova Iguaçu 774.055 801.036 0,69<br />

Vila <strong>de</strong> Cava 62.828 68.072 1,61<br />

Queimados 98.511 108.531 1,96<br />

Japeri 65.576 66.427 0,26<br />

Miguel Pereira 19.447 20.077 0,64<br />

Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin 12.061 12.557 0,81<br />

Paracambi 36.428 38.884 1,29<br />

Piraí (1) 33.783 40.184 3,53<br />

Itaguaí 60.710 69.961 2,85<br />

Seropédica 52.347 54.252 0,72<br />

Mangaratiba 17.924 19.690 1,89<br />

Rio Claro 13.666 14.308 0,92<br />

TOTAL !Erro <strong>de</strong> sintaxe, ) !Erro <strong>de</strong> sintaxe, )<br />

Nota: (1) Inclui o distrito <strong>de</strong> Pinheiral, emancipado em 01/01/97.<br />

Fontes: IBGE Censo Demográfico <strong>de</strong> 1991 e Resultados Preliminares da Contagem Populacional <strong>de</strong> 1996.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro cresceu a uma taxa <strong>de</strong> 0,78% a/a no período<br />

1991/1996, o município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, com taxa <strong>de</strong> crescimento anual <strong>de</strong> 0,19%, é<br />

certamente aquele que proporcionalmente mais per<strong>de</strong>u população para outros municípios,<br />

estados e outros países.<br />

No entanto, a análise do Quadro 2.2 revela que, embora a população do município do Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro apresente no total uma taxa <strong>de</strong> crescimento bastante inferior à taxa do estado,<br />

as Regiões Administrativas contidas na bacia, que correspon<strong>de</strong>m à chamada Zona Oeste<br />

do município, exce<strong>de</strong>ram em muito esta taxa.<br />

De fato, os bairros da Zona Oeste, em combinação com a Barra da Tijuca, são as<br />

principais áreas passíveis <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>mográfica do município. Além disso, estas áreas<br />

integram-se cada vez mais à dinâmica espacial <strong>de</strong>corrente da integração das ativida<strong>de</strong>s<br />

produtivas ao longo da Av. Brasil (BR 101), influência que se esten<strong>de</strong> até o município <strong>de</strong><br />

Itaguaí, o qual apresenta crescimento bastante significativo (2,85% ao ano), embora sua<br />

população seja ainda mo<strong>de</strong>sta, cerca <strong>de</strong> 70 mil pessoas.<br />

2-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Fenômeno similar ao do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro é verificado em Nova Iguaçu. Este<br />

município teve crescimento pequeno, evi<strong>de</strong>nciando a saturação <strong>de</strong>mográfica já atingida<br />

em diversas áreas da Baixada Fluminense. No entanto, o distrito iguaçuano <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong><br />

Cava, que contribui com parte do território municipal incluído na bacia, apresentou para o<br />

período 91/96, uma taxa <strong>de</strong> crescimento populacional superior ao dobro da média<br />

municipal. Além <strong>de</strong> representar área preferencial <strong>de</strong> expansão dos assentamentos<br />

populacionais, que pela saturação da se<strong>de</strong> municipal buscam áreas periféricas a esta,<br />

po<strong>de</strong>-se associar o ritmo mais intenso <strong>de</strong> crescimento populacional <strong>de</strong> Vila <strong>de</strong> Cava à<br />

crescente integração <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s produtivas ao longo da Via Dutra, a partir da Baixada<br />

Fluminense. Ambos os processos se fazem sentir tanto nos núcleos da porção oeste do<br />

município <strong>de</strong> Nova Iguaçu quanto no município <strong>de</strong> Queimados, contíguo e conurbado<br />

com aquela região<br />

Observa-se, em síntese, que o conjunto formador do que se po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rar o principal<br />

eixo <strong>de</strong> propagação dos efeitos potenciais do porto <strong>de</strong> Sepetiba (Zona Oeste, Nova Iguaçu,<br />

Queimados, Japeri, e Itaguaí - hoje <strong>de</strong>sdobrado em Itaguaí e Seropédica) teve, para a<br />

quase totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua população, crescimento elevado em relação ao entorno, embora<br />

sempre inferior a 2% ao ano, com exceção da Região Administrativa <strong>de</strong> Guaratiba, que<br />

cresceu extraordinariamente a 4,1% ao ano, basicamente pela influência da intensa<br />

expansão populacional das regiões da Barra da Tijuca e Recreio dos Ban<strong>de</strong>irantes.<br />

O espaço territorial em questão constitui-se portanto, em área sujeita a forte migração, a<br />

partir do núcleo metropolitano do Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong>, mesmo na ausência <strong>de</strong> qualquer<br />

novo vetor <strong>de</strong> ocupação, a <strong>de</strong>manda por infra-estrutura já cresce em ritmo bastante<br />

superior ao do Estado ou <strong>de</strong> seu conjunto metropolitano.<br />

Quanto aos municípios serranos, estes são, em certa medida, bastante diferenciados em<br />

relação ao perfil <strong>de</strong>mográfico e econômico dos municípios anteriormente mencionados.<br />

O conjunto apresentou taxas <strong>de</strong> crescimento predominantemente reduzidas, com exceção<br />

do município <strong>de</strong> Piraí, cujo crescimento <strong>de</strong> 3,53% ao ano seria, possivelmente, um reflexo<br />

da dinâmica espacial do polo econômico <strong>de</strong> Volta Redonda - Barra Mansa - Barra do<br />

Piraí.<br />

O município <strong>de</strong> Mangaratiba, na estrada Rio-Santos – BR 101, com seus distritos <strong>de</strong><br />

feição semelhante (Itacurussá e Vila Muriqui), apresentou um crescimento <strong>de</strong>mográfico<br />

mais significativo, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,89% ao ano. As ativida<strong>de</strong>s ligadas ao lazer e o turismo<br />

aparentemente sustentaram esse crescimento da população resi<strong>de</strong>nte. A elevada flutuação<br />

sazonal <strong>de</strong> população é uma característica extremamente marcante <strong>de</strong>ste município. O<br />

número <strong>de</strong> domicílios <strong>de</strong> uso ocasional, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> veranistas, é bastante superior<br />

ao da população resi<strong>de</strong>nte. No ano <strong>de</strong> 1991, viu-se que estes correspondiam a 55% do<br />

total <strong>de</strong> domicílios do município. Em especial no distrito <strong>de</strong> Vila Muriqui, no mesmo ano,<br />

os domicílios <strong>de</strong> veranistas chegavam a 70% do total <strong>de</strong> domicílios.<br />

Por último, cita-se o município <strong>de</strong> Paracambi, que constitui uma transição entre os<br />

contextos serrano e <strong>de</strong> baixada, e que registrou um crescimento médio talvez compatível<br />

com o próprio crescimento vegetativo, <strong>de</strong> 1,29%. Trata-se, <strong>de</strong> um município <strong>de</strong> pequena<br />

base populacional para os padrões <strong>de</strong> ocupação da Baixada Fluminense, da qual avizinhase,<br />

<strong>de</strong>monstrando, em princípio, não estar sujeito à pressão mais imediata dos fluxos<br />

migratórios que <strong>de</strong>rivam do núcleo metropolitano, nem ao processo <strong>de</strong> esvaziamento<br />

<strong>de</strong>mográfico que se percebe nos municípios serranos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-6


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Este último grupo <strong>de</strong> municípios, on<strong>de</strong> a dinâmica <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico é<br />

comparativamente menos intensa que no anterior, é também potencialmente menos<br />

influenciável pela possível propagação <strong>de</strong> efeitos da introdução dos vetores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento previstos para a região, seja em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> aspectos <strong>de</strong><br />

acessibilida<strong>de</strong>, seja em virtu<strong>de</strong> do nível mais reduzido da oferta <strong>de</strong> serviços ou<br />

equipamentos urbanos.<br />

2.3 INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA<br />

A infra-estrutura viária da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, ilustrada na Figura 2.2, é composta por um<br />

amplo conjunto <strong>de</strong> rodovias, fe<strong>de</strong>rais e estaduais, estradas e avenidas municipais, além <strong>de</strong><br />

ramais ferroviários <strong>de</strong> transporte, <strong>de</strong> carga e <strong>de</strong> passageiros.<br />

SISTEMA RODOVIÁRIO PRINCIPAL<br />

O Quadro 2.3, resume as principais características físico-operacionais do sistema<br />

rodoviário principal, assim consi<strong>de</strong>radas as vias que representam o principal acesso às<br />

se<strong>de</strong>s municipais e distritais, às se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> regiões administrativas do Rio <strong>de</strong> Janeiro, e às<br />

<strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong>s inseridas na área <strong>de</strong> estudo.<br />

QUADRO 2.3 - SISTEMA RODOVIÁRIO PRINCIPAL NA ÁREA DA BACIA DE SEPETIBA -<br />

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS<br />

Tipo Extensão Nº Nº <strong>de</strong> Estado Flui<strong>de</strong>z<br />

Rodovia/Ligação <strong>de</strong> na Área <strong>de</strong> Faixas Sentido <strong>de</strong> do<br />

Oper. <strong>de</strong><br />

Estudo<br />

(km)<br />

Pistas Por Pista Conservação Tráfego<br />

BR-101 (Rio Santos) fed. 75 1 2 Duplo Regular Regular<br />

BR-101 (Av. Brasil) mun. 18 2 2 Duplo Excelente Muito Bom<br />

BR-116 (Rio-São Paulo) priv. 30 2 2 Duplo Bom Bom<br />

BR-465 (Rio-São Paulo) fed. 22 1 2 Duplo Regular Regular<br />

RJ-093 (Queimados-Japeri) est. 18 1 2 Duplo Ruim Regular<br />

RJ-099 (Itaguaí-Seropédica) est. 20 1 2 Duplo Regular Regular<br />

RJ-125 (Seropédica-Pati <strong>de</strong> Alferes) est. 50 1 2 Duplo Regular Bom<br />

RJ-127(Paracambi-Men<strong>de</strong>s-RJ 393) est. 23 1 2 Duplo Regular Bom<br />

Av. Santa Cruz/Cesário <strong>de</strong> Melo<br />

Fontes: DNER - rodovias fe<strong>de</strong>rais e privada;<br />

mun. 20 1 2 Duplo Regular Ruim<br />

DER/RJ - rodovias estaduais<br />

CET/Rio - corredores municipais<br />

BR-101 Na área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, configura-se em dois segmentos. Um trecho<br />

urbano, na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, representado pela Av. Brasil<br />

(caracterizada adiante); e um trecho da Rodovia Rio-Santos operado e<br />

administrado pelo Departamento Nacional <strong>de</strong> Estradas <strong>de</strong> Rodagem<br />

(DNER), que penetra na área da bacia por Santa Cruz, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> segue<br />

atravessando os municípios <strong>de</strong> Itaguaí e Mangaratiba até a divisa com o<br />

município <strong>de</strong> Angra dos Reis. É o principal acesso às se<strong>de</strong>s municipais <strong>de</strong><br />

Itaguaí e Mangaratiba, bem como às localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>,<br />

Itacurussá, Vila Muriqui e Conceição do Jacareí. Destacam-se, ainda, os<br />

acessos ao Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz e ao porto <strong>de</strong> Sepetiba. Seu<br />

volume <strong>de</strong> tráfego é substancialmente intensificado nos meses <strong>de</strong> verão, nos<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-7


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

feriados e nos finais <strong>de</strong> semana, quando os volumes médios diários atingem<br />

valores 2,5 vezes superiores à média anual. Apresenta diversos pontos<br />

críticos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> tráfego, <strong>de</strong>vidos às interseções com a RJ-099 e com<br />

várias rodovias municipais, que se processam em nível e possuem traçado e<br />

sinalização ina<strong>de</strong>quados.<br />

BR-116 Seu trecho <strong>de</strong>nominado Rodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, com cerca <strong>de</strong> 400<br />

quilômetros, fazendo a ligação Rio-São Paulo, on<strong>de</strong> se verificam os maiores<br />

fluxos <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong> cargas e <strong>de</strong> passageiros do país. O segmento inserido<br />

na bacia esten<strong>de</strong>-se do limite Oeste do município <strong>de</strong> Nova Iguaçu até o final<br />

da serra das Araras, em Piraí, cortando toda a extensão da bacia no sentido<br />

leste - oeste. Em 1996, a operação do trecho Rio - São Paulo foi concedida<br />

ao consórcio <strong>de</strong> empresas privadas Nova Dutra S/A, que executou obras<br />

emergenciais <strong>de</strong> melhorias operacionais e <strong>de</strong> segurança e iniciou a cobrança<br />

<strong>de</strong> pedágio. Seu tráfego apresenta expressiva participação <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong><br />

carga, sendo mais intenso nos dias úteis <strong>de</strong> semana. Na área da bacia opera<br />

uma praça <strong>de</strong> pedágio <strong>de</strong> cobrança bidirecional, logo após a saída para<br />

Miguel Pereira (RJ-125), no sentido Rio - São Paulo, o que impacta a<br />

circulação local .pela retenção do tráfego. Ainda na área da bacia i<strong>de</strong>ntificase<br />

como problemático o trecho <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida da serra, sem acostamento e com<br />

traçado e geometria antigos, ina<strong>de</strong>quados às características e ao volume <strong>de</strong><br />

tráfego verificados atualmente.<br />

BR-465 Antiga rodovia Rio-São Paulo encontra-se totalmente inserida na área da<br />

bacia. É operada pelo DNER e interliga a BR-116 na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Águas<br />

Lindas, em Seropédica, com a Av. Brasil (BR-101) em Campo Gran<strong>de</strong>. É o<br />

principal acesso à se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Seropédica e principal eixo viário do<br />

município. Atravessa ainda o campus da Universida<strong>de</strong> Rural e as localida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Campo Lindo e Cabuçu. É a principal ligação da Zona Oeste do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e dos municípios <strong>de</strong> Itaguaí e Mangaratiba, com o eixo Rio - São<br />

Paulo (BR-116). Apesar do baixo nível <strong>de</strong> conservação e da presença <strong>de</strong><br />

redutores <strong>de</strong> velocida<strong>de</strong> no centro <strong>de</strong> Seropédica, a rodovia tem sido muito<br />

utilizada por veículos <strong>de</strong>slocando-se no sentido São Paulo - Rio,<br />

especialmente os <strong>de</strong> carga, que <strong>de</strong>ixam a da BR-116 para evitar a praça <strong>de</strong><br />

pedágio instalada logo a jusante do entroncamento. Além das travessias <strong>de</strong><br />

núcleos urbanos, são pontos críticos as interseções com a RJ-099 e com a<br />

Av. Brasil.<br />

RJ-099 Liga a área central do município <strong>de</strong> Itaguaí à BR-465. Cruza a BR-101 na<br />

entrada leste do núcleo urbano <strong>de</strong> Itaguaí, e, após atravessá-lo, termina em<br />

novo entrocamento com a rodovia fe<strong>de</strong>ral. O trecho entre o primeiro<br />

entrocamento com a BR-101 (Reta <strong>de</strong> Piranema) possui significativo tráfego<br />

<strong>de</strong> veículos pesados, provenientes dos inúmeros areais existentes na área. O<br />

trecho urbano <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 4 km, é o principal eixo <strong>de</strong> circulação da se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Itaguaí, configurando as avenidas Piranema e Doutor Curvelo Cavalcanti,<br />

on<strong>de</strong> o tráfego é mais intenso e diversificado, com características <strong>de</strong> tráfego<br />

urbano.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-8


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

RJ-125 Representa o principal acesso às se<strong>de</strong>s dos municípios <strong>de</strong> Japeri, Miguel<br />

Pereira e Pati <strong>de</strong> Alferes. Dentro da área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba se <strong>de</strong>senvolve<br />

a partir da BR-116, em Seropédica, alcança a área central <strong>de</strong> Japeri a 8,5 km<br />

do entroncamento, on<strong>de</strong> se inicia o trecho montanhoso, com pista mais<br />

estreita e sem acostamento, atravessando a área central dos distritos <strong>de</strong><br />

Conrado e Governador Portela, no município <strong>de</strong> Miguel Pereira<br />

(respectivamente, a 25 e 42 km da BR-116), seguindo em direção à se<strong>de</strong> do<br />

município e <strong>de</strong>ixando a área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba. Encontra-se em precário<br />

estado <strong>de</strong> conservação e a travessia do trecho urbano <strong>de</strong> Japeri, com cerca <strong>de</strong><br />

2 km, inclui a transposição em nível da linha férrea e <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s na<br />

circulação.<br />

RJ-093 Totalmente inserida na área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>senvolve-se <strong>de</strong> forma<br />

sinuosa entre a BR-116 e a RJ-125, interligando os municípios <strong>de</strong><br />

Queimados e Japeri. A 7 km do entroncamento com a Via Dutra, <strong>de</strong>la parte<br />

o principal acesso à área urbana do distrito <strong>de</strong> Engº Pedreira (Av. do<br />

Guandu). Até este ponto oferece boas condições <strong>de</strong> circulação. A partir daí<br />

até o núcleo Japeri apresenta <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tráfego, com segmentos<br />

paralelos à linha férrea e em mau estado <strong>de</strong> conservação, tendo unicamente a<br />

função <strong>de</strong> integrar as localida<strong>de</strong> situadas entre Engº Pedreira e a se<strong>de</strong> do<br />

município.<br />

RJ-127 Faz a ligação entre a BR-116, em Seropédica, e a BR-393, fora da bacia, no<br />

município <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>s. O trecho inserido na bacia atravessa os núcleos<br />

urbanos <strong>de</strong> Paracambi e Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin, para os quais representa o<br />

principal acesso. No caso <strong>de</strong> Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin, o acesso é<br />

complementado por um pequeno trecho da RJ-129. Apresenta menos tráfego<br />

e melhor estado <strong>de</strong> conservação do que a RJ-125, com menores transtornos<br />

nas travessias urbanas.<br />

Av. Brasil Com extensão total <strong>de</strong> 54 quilômetros, esta via faz a principal ligação da<br />

cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro com os <strong>de</strong>mais eixos rodoviários fe<strong>de</strong>rais<br />

existentes em seu entorno. Além disto é a principal via <strong>de</strong> ligação da área<br />

central da cida<strong>de</strong> com os bairros da Leopoldina e a Zona Oeste. Atualmente,<br />

é administrada e operada pelo município do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

O segmento da avenida inserido na área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong>senvolve-se<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Senador Camará até Santa Cruz, no entroncamento com a Av. João<br />

XXIII, atravessando diversos bairros cariocas da zona oeste. As condições<br />

<strong>de</strong> circulação são muito boas em quase toda a sua extensão, à exceção <strong>de</strong> seu<br />

trecho final, a partir do entroncamento com a Rio-Santos, com cerca <strong>de</strong> 3<br />

km, on<strong>de</strong> apresenta pista simples e duplo sentido <strong>de</strong> tráfego.<br />

Av. Santa<br />

Cruz / Av.<br />

Cesário <strong>de</strong><br />

Melo<br />

Essas avenidas são integrantes <strong>de</strong> um corredor que liga o bairro <strong>de</strong> São<br />

Cristóvão, na área central do Rio <strong>de</strong> Janeiro, a Santa Cruz, interligando o<br />

subúrbios do Ramal Ferroviário <strong>de</strong> Deodoro e os bairros da Zona Oeste.<br />

Iniciado no Viaduto <strong>de</strong> Benfica, o corredor é formado até Cascadura pela<br />

Av. Suburbana e daí até Santa Cruz, em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>correntes da ocupação urbana na área, correspon<strong>de</strong> a um conjunto <strong>de</strong><br />

avenidas e ruas que segue paralelo ao ramal ferroviário <strong>de</strong> Santa Cruz e à<br />

Av. Brasil, até atingir a área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba on<strong>de</strong> é composto pela<br />

avenida Santa Cruz, a partir da interseção com a estrada dos Coqueiros, e,<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-9


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

em seguida, pelas avenidas Artur Rios e Cesário <strong>de</strong> Melo, levando até a<br />

Praça <strong>de</strong> Santa Cruz, na área central do bairro.<br />

Dadas as condições <strong>de</strong>sfavoráveis <strong>de</strong> circulação neste corredor, função do<br />

tráfego congestionado e das inúmeras interferências com núcleos urbanos, os<br />

<strong>de</strong>slocamentos rodoviários entre os bairros das RAs <strong>de</strong> Santa Cruz, Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, Guaratiba e <strong>de</strong>stes para o centro do Rio são processados<br />

preferencialmente pela Av. Brasil, diferentemente do segmento do corredor<br />

entre Cascadura e os <strong>de</strong>mais subúrbios <strong>de</strong> Deodoro, on<strong>de</strong> a Av. Suburbana é<br />

a via que absorve o maior tráfego <strong>de</strong>/para a área central da cida<strong>de</strong>.<br />

SISTEMA RODOVIÁRIO SECUNDÁRIO<br />

O sistema rodoviário secundário é formado por rodovias estaduais e vias municipais<br />

(estradas ou avenidas), que complementam os acessos a localida<strong>de</strong>s não acessadas<br />

diretamente pelo sistema rodoviário principal. O Quadro 2.4 apresenta as características<br />

físico-operacionais mais relevantes do sistema rodoviário secundário:<br />

QUADRO 2.4 -SISTEMA RODOVIÁRIO SECUNDÁRIO NA ÁREA DA BACIA DE SEPETIBA<br />

RODOVIAS ORIGEM - DESTINO ADMINIST. EXTEN<br />

SÃO<br />

(km)<br />

Av. Padre Guilhermino Decaminada Av. Brasil ao Centro <strong>de</strong> Santa Cruz Municipal 2<br />

Estradas. do Mendanha, da Capoeira Av. Brasil ao Centro <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong><br />

e do Rio do “A”<br />

Municipal 6<br />

Estr. do Monteiro e do Morro Alto Campo Gran<strong>de</strong> (Est do Rio “A”) - ao Municipal 12<br />

centro <strong>de</strong> Guaratiba<br />

Estrada <strong>de</strong> Madureira (RJ 105) Se<strong>de</strong> Municipal <strong>de</strong> Nova Iguaçu ao<br />

entroncamento da BR-465 na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cabuçu (sul <strong>de</strong> Nova Iguaçu)<br />

Estadual 3<br />

Estrada <strong>de</strong> Ambaí (RJ 111) e <strong>de</strong> Via Dutra (BR 116) - Jaceruba (norooeste Estadual 30<br />

Adrianópolis ( RJ-113)<br />

<strong>de</strong> Nova Iguaçu)<br />

Estrada Austin - Madureira Via Dutra (BR 116) - Austin (Nova Iguaçu)<br />

e Leste <strong>de</strong> Queimados<br />

Estadual 3<br />

RJ-129 RJ 127 a Paracambi e Sacra Família Estadual 0,8 e 16<br />

PI -09 Via Dutra (BR 116) - Monumento (em Municipal. 6<br />

Piraí)<br />

Estr. Tronco / estrada do Caçador Centro <strong>de</strong> Itaguaí a Ibituporanga Municipal 13<br />

Acesso a Mangaratiba BR 101 à Se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mangaratiba Estadual 3,3<br />

Acessos a Itacurussá e Muriqui BR 101 a Itacurussá e Muriqui Estadual 2 e 1<br />

Fontes: CET/Rio - corredores municipais; DNER - rodovias fe<strong>de</strong>rais e privada e DER/RJ - rodovias estaduais<br />

As condições <strong>de</strong> circulação no sistema viário secundário, <strong>de</strong> um modo geral, são piores do<br />

que no sistema principal, no que se refere ao estado <strong>de</strong> conservação, em áreas semiurbanas<br />

e rurais, on<strong>de</strong> encontram-se sem revestimento, em leito natural ou com o<br />

pavimento bastante <strong>de</strong>sgastado e com buracos na pista. O mesmo ocorre em relação a<br />

flui<strong>de</strong>z e segurança do tráfego, <strong>de</strong>vido à concentração <strong>de</strong> tráfego <strong>de</strong> entrada/saída dos<br />

centros urbanos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

SISTEMA FERROVIÁRIO PRINCIPAL<br />

O sistema ferroviário principal na área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba é composto por quatro ramais<br />

ferroviários integrantes <strong>de</strong> subsistemas <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros e <strong>de</strong> cargas.<br />

No subsistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> passageiros, operado pela Companhia Fluminense <strong>de</strong><br />

Trens Urbanos — Flumitrens, são <strong>de</strong> relevância o Ramal <strong>de</strong> Japeri e o Ramal <strong>de</strong> Santa<br />

Cruz, com duas vias férreas em bitola larga (1,60 m), eletrificados e com vedação da faixa<br />

<strong>de</strong> domínio na maior parte <strong>de</strong> sua extensão. No subsistema <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> carga,<br />

<strong>de</strong>stacam-se o Ramal <strong>de</strong> Japeri e o Ramal <strong>de</strong> Mangaratiba, ambos atualmente operados<br />

pela iniciativa privada.<br />

Ramal <strong>de</strong><br />

Japeri<br />

Ramal <strong>de</strong><br />

Santa Cruz<br />

Ramal <strong>de</strong><br />

Mangara-<br />

tiba<br />

Faz a ligação da área central do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro com os<br />

municípios da Baixada Fluminense. Parte da estação Dom Pedro II, numa<br />

extensão <strong>de</strong> 61,8 km, e aten<strong>de</strong> a quatro estações intermediárias no Ramal <strong>de</strong><br />

Deodoro (São Cristóvão, São Francisco Xavier, Engenho <strong>de</strong> Dentro e<br />

Madureira/Cascadura); segue em direção ao município <strong>de</strong> Japeri,<br />

atravessando a área central dos municípios <strong>de</strong> Nilópolis, Nova Iguaçu e<br />

Queimados.<br />

O trecho inserido na área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba tem cerca <strong>de</strong> 17 km,<br />

aten<strong>de</strong>ndo às estações <strong>de</strong> Austin, Queimados, Engº Pedreira e Japeri.<br />

A partir da estação <strong>de</strong> Japeri, integra-se ao Ramal <strong>de</strong> Paracambi, também<br />

utilizado preferencialmente para transporte <strong>de</strong> passageiros. Este último tem<br />

pouco mais <strong>de</strong> 8 km <strong>de</strong> extensão e aten<strong>de</strong> às estações <strong>de</strong> Lages, Dr. Eiras e<br />

Paracambi, todas situadas no município <strong>de</strong> Paracambi, realizando o<br />

transporte <strong>de</strong> passageiros com composições <strong>de</strong> menor capacida<strong>de</strong>, diferentes<br />

das utilizadas nos <strong>de</strong>mais subsistemas, o que exige o transbordo <strong>de</strong><br />

passageiros na estação <strong>de</strong> Japeri.<br />

Possui 54,8 km <strong>de</strong> extensão e liga o centro do Rio <strong>de</strong> Janeiro, através da<br />

estação <strong>de</strong> Dom Pedro II, a Santa Cruz, aten<strong>de</strong>ndo às mesmas quatro<br />

estações intermediárias no Ramal <strong>de</strong> Deodoro. A partir da estação <strong>de</strong><br />

Deodoro, o ramal segue atravessando os bairros da Zona Oeste. Sua<br />

extensão <strong>de</strong>ntro da área da bacia é <strong>de</strong> 21,6 km, aproximadamente, incluindo<br />

as 10 estações seguintes: Senador Camará, Santíssimo, Augusto<br />

Vasconcelos, Campo Gran<strong>de</strong>, Benjamim do Monte, Inhoaíba, Cosmos,<br />

Paciência, Tancredo Neves e Santa Cruz.<br />

Com 48,2 km <strong>de</strong> extensão, acha-se totalmente inserido na área da bacia <strong>de</strong><br />

Sepetiba. Parte <strong>de</strong> Santa Cruz, atravessando as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Itaguaí,<br />

Itacurussá e Mangaratiba. Tem infra-estrutura e operação mistas (carga e<br />

passageiros), divididas entre a Flumitrens e a empresa MRS Logística S/A,<br />

concessionária da operação das linhas ferroviárias <strong>de</strong> bitola larga da Malha<br />

Su<strong>de</strong>ste da RFFSA. A primeira transporta passageiros, no segmento entre a<br />

estação <strong>de</strong> Santa Cruz e a entrada da Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica da Guanabara -<br />

COSIGUA, próxima ao limite com o município <strong>de</strong> Itaguaí, e a segunda<br />

opera o transporte <strong>de</strong> cargas no segmento seguinte, a partir do pátio <strong>de</strong><br />

Brisamar, em Itaguaí, até Mangaratiba. O transporte <strong>de</strong> passageiros neste<br />

último segmento encontra-se suspenso há algum tempo, estando prevista,<br />

pela Flumitrens, a retomada da operação até a estação <strong>de</strong> Itaguaí, na área<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-11


Ramal<br />

Japeri -<br />

Brisamar<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

central do município, com três paradas intermediárias no bairro <strong>de</strong> Santa<br />

Cruz: Arrozal, Cristo Re<strong>de</strong>ntor e Zona Industrial.<br />

Totalmente inserido na área bacia <strong>de</strong> Sepetiba, este ramal possui 34 km <strong>de</strong><br />

extensão e integra a Linha do Centro, da antiga Superintendência Regional<br />

<strong>de</strong> Juiz <strong>de</strong> Fora SR-3, da RFFSA, com o Ramal <strong>de</strong> Mangaratiba, no pátio <strong>de</strong><br />

Brisamar, em Itaguaí. Atualmente, junto como a Linha do Centro e o Ramal<br />

<strong>de</strong> Mangaratiba, integram a re<strong>de</strong> concessionada à empresa MRS Logística<br />

S/A.<br />

No pátio <strong>de</strong> Brisamar, integra-se a um outro ramal, com 2 km <strong>de</strong> extensão,<br />

até o porto <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da Companhia Docas do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro.<br />

Aspectos Relevantes Quanto ao Transporte Ferroviário<br />

O transporte ferroviário <strong>de</strong> passageiros na bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba apresenta os mesmos<br />

problemas observados em todo o sistema fluminense. Referem-se, principalmente, à<br />

irregularida<strong>de</strong> na freqüência dos trens, em função da baixa oferta <strong>de</strong> composições e ao<br />

<strong>de</strong>sconforto e insegurança das estações, além da falta <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> integração com o<br />

sistema <strong>de</strong> ônibus, que ao invés <strong>de</strong> alimentar o sistema ferroviário, com ele concorre cada<br />

vez mais. A falta <strong>de</strong> investimentos no setor ferroviário, nos últimos <strong>de</strong>z anos, fez com que<br />

estes problemas se agravassem e que a <strong>de</strong>manda total do sistema fosse reduzida a pouco<br />

mais <strong>de</strong> um terço do recor<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1985 — 1.200.000 passageiros/dia (incluindo os<br />

passageiros não pagantes).<br />

A movimentação média diária nesta ocasião, no Ramal <strong>de</strong> Japeri, girava em torno <strong>de</strong> 380<br />

mil passageiros/dia e, no Ramal <strong>de</strong> Santa Cruz, em 250 mil passageiros/dia. Hoje, apesar<br />

do gran<strong>de</strong> aumento da população resi<strong>de</strong>nte nas áreas servidas por ambos os ramais, estes<br />

números baixaram, respectivamente, para 200 mil e 100 mil. O intervalo médio entre as<br />

partidas dos trens nos períodos é inconstante, variando entre 20 a 30 minutos, quando<br />

outrora era <strong>de</strong> 10 minutos fixos.<br />

Além disto, a ocupação urbana do entorno das estações e a priorização do sistema<br />

rodoviário levaram a que as linhas e estações ferroviárias estejam hoje “espremidas”, sem<br />

condições físicas <strong>de</strong> expansão. As estações existentes <strong>de</strong>correm <strong>de</strong> projetos antiquados e<br />

não aten<strong>de</strong>m às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conforto e segurança dos usuários.<br />

No tocante ao transporte <strong>de</strong> carga, existe ociosida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta, já que atualmente realiza-se<br />

apenas dois serviços: o transporte <strong>de</strong> minério <strong>de</strong> ferro, com origem no estado <strong>de</strong> Minas<br />

Gerais e <strong>de</strong>stino ao terminal privado da Minerações Brasileiras Reunidas - MBR (na ilha<br />

Guaíba em Mangaratiba), através da Linha do Centro, Ramal Japeri-Brisamar e do Ramal<br />

<strong>de</strong> Mangaratiba; e o transporte do carvão importado que, a partir do ramal do porto <strong>de</strong><br />

Sepetiba, segue pelo Ramal <strong>de</strong> Japeri-Brisamar, com <strong>de</strong>stino à Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica<br />

Nacional (CSN), situada em Volta Redonda.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-12


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Sistema Ferroviário Secundário<br />

Além dos ramais ferroviários principais, citados anteriormente, encontram-se inseridos na<br />

área <strong>de</strong> estudo, trechos <strong>de</strong> dois outros ramais ferroviários utilizados no transporte <strong>de</strong><br />

carga, quais sejam: Variante <strong>de</strong> Costa Barros, em bitola larga, e o Ramal <strong>de</strong> São Bento,<br />

em bitola métrica.<br />

O primeiro, com 33 km <strong>de</strong> extensão, integra a Malha Su<strong>de</strong>ste concedida à empresa MRS<br />

Logística S/A. É um ramal alternativo, na região do Gran<strong>de</strong> Rio, ao Ramal <strong>de</strong> Japeri,<br />

utilizado exclusivamente para o transporte <strong>de</strong> carga entre os pátios <strong>de</strong> Engº Pedreira, em<br />

Japeri, e Costa Barros, na Pavuna. No momento, por apresentar problemas <strong>de</strong> tráfego, o<br />

transporte vem sendo realizado pelo Ramal <strong>de</strong> Japeri, on<strong>de</strong> a circulação <strong>de</strong> trens <strong>de</strong> carga<br />

é dividida com as composições <strong>de</strong> passageiros até o pátio <strong>de</strong> Deodoro. O segmento<br />

inserido na bacia, a partir <strong>de</strong> Eng.º Pedreira, tem cerca <strong>de</strong> 9 km <strong>de</strong> extensão. Aten<strong>de</strong> à<br />

movimentação <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong>/para o porto do Rio <strong>de</strong> Janeiro e para a região central do<br />

município, transporta basicamente cimento, oriundo <strong>de</strong> Minas Gerais, com <strong>de</strong>stino a<br />

Deodoro, e produtos si<strong>de</strong>rúrgicos da CSN, para exportação pelo porto do Rio.<br />

O Ramal <strong>de</strong> São Bento, com 27 km <strong>de</strong> extensão, integra a linha férrea <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong><br />

carga que se esten<strong>de</strong> até Vitória, no Espírito Santo, passando por Três Rios e Campos, no<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro. Este ramal pertence à Malha Centro-Leste da RFFSA, que hoje tem sua<br />

operação concedida à empresa FCA - Ferrovia Centro Atlântico S/A. O transporte <strong>de</strong><br />

cargas neste ramal é eventual, em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda restrita.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

CONCLUSÕES<br />

Da análise do sistema viário da região verifica-se que, embora a área da bacia <strong>de</strong> Sepetiba<br />

seja extremamente bem servida <strong>de</strong> eixos rodoviários e ferroviários, que respon<strong>de</strong>m por<br />

um enorme potencial <strong>de</strong> integração extra regional, persiste, na escala local, uma clara<br />

secção entre as porções norte e sul da bacia, subordinadas, do ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> acessos e<br />

<strong>de</strong>slocamentos, aos dois gran<strong>de</strong>s eixos rodoviários fe<strong>de</strong>rais que a atravessam (BR-116 e<br />

BR-101). Por sua vez, a análise mais pormenorizada das funções e condições físicas dos<br />

elementos do sistema viário revela a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> articulação entre os assentamentos<br />

urbanos acessados a partir da Via Dutra, polarizados pela região <strong>de</strong> Nova Iguaçu, com<br />

aqueles subordinados ao eixo da BR-101/Av. Brasil, polarizados pelo núcleo central <strong>de</strong><br />

Campo Gran<strong>de</strong>.<br />

O sistema ferroviário existente na área, que po<strong>de</strong>ria, através <strong>de</strong> uma estruturação<br />

multimodal, dar conta <strong>de</strong>sta integração norte-sul na escala da bacia, pa<strong>de</strong>ce <strong>de</strong> problemas<br />

crônicos variados, estando em franca <strong>de</strong>cadência como opção <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento inter<br />

urbano.<br />

O “seccionamento” aludido acima torna-se mais relevante se consi<strong>de</strong>rado o potencial <strong>de</strong><br />

intensificação dos fluxos na direção norte-sul, <strong>de</strong>corrente do <strong>de</strong>senvolvimento associado<br />

ao porto <strong>de</strong> Sepetiba, na costa do município <strong>de</strong> Itaguaí.<br />

Em função disto, e levando-se em conta o potencial dos eixos existentes na área, concluise<br />

pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> priorizar ações que promovam a articulação regional no sentido<br />

norte-sul, o que contribuiria tanto na estruturação interna do território da bacia quanto na<br />

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efetivação do seu potencial estratégico na escala extra regional, visto que aten<strong>de</strong>ria a<br />

<strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento nas direções <strong>de</strong> Minas Gerais e São Paulo, a partir do porto <strong>de</strong><br />

Sepetiba e dos pólos industriais da Zona Oeste e <strong>de</strong> Itaguaí.<br />

2.4 OCUPAÇÃO URBANA E INDUSTRIAL<br />

2.4.1 A Mancha Urbana e os Vetores <strong>de</strong> Ocupação<br />

A posição atual da mancha <strong>de</strong> ocupação urbana existente na bacia hidrográfica da Baia <strong>de</strong><br />

Sepetiba possui a configuração física ilustrada na Figura 2.3, comentada a seguir.<br />

FIGURA 2.3 - MANCHA URBANA NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE SEPETIBA<br />

L E G E N D A<br />

1 - Conceição <strong>de</strong> Jacareí<br />

2 - Mangaratiba<br />

3 - Serra do Piloto<br />

4 - Praia Gran<strong>de</strong><br />

5 - Muriqui<br />

6 - Itacurussá<br />

7 - Vila Monumento<br />

8 - Ibituporanga<br />

9 - Seropédica<br />

10 - Itaguaí<br />

11 - Campo Lindo<br />

12 - Cabuçu<br />

13 - Queimados<br />

14 - Nova Iguaçu<br />

15 - Austin<br />

16 - Japeri<br />

17 - Paracambi<br />

18 - Lages<br />

19 - Eng.Paulo <strong>de</strong> Frontin<br />

20 - Men<strong>de</strong>s<br />

21 - Conrado<br />

22 - Governador Portela<br />

23 - Miguel Pereira<br />

24 - Paty <strong>de</strong> Alferes<br />

25 - Águas Lindas<br />

26 - RA <strong>de</strong> Guaratiba<br />

Mancha Urbana<br />

Ferrovias<br />

Rodovias Fe<strong>de</strong>rais<br />

Rodovias Estaduais<br />

Estradas não-pavimentadas<br />

♦ Mancha contínua e <strong>de</strong> média <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo-se ao longo do leito ferroviário<br />

que atravessa a Zona Oeste, tendo como origem a zona central do Rio <strong>de</strong> Janeiro e<br />

finalização a estação <strong>de</strong> Santa Cruz, on<strong>de</strong> tem início a gleba <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> pública<br />

que vai até a se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Itaguaí;<br />

♦ Mancha <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, que se <strong>de</strong>senvolve ao longo do ramal ferroviário <strong>de</strong> Japeri,<br />

revelando a conurbação dos bairros da porção centro-oeste <strong>de</strong> Nova Iguaçu - Austin /<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Vila Nova com as áreas centrais do município <strong>de</strong> Queimados e do distrito <strong>de</strong> Engº<br />

Pedreira, no município <strong>de</strong> Japeri;<br />

♦ Mancha <strong>de</strong> baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, com <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>s localizadas, ao longo da estrada <strong>de</strong><br />

Madureira, que tem como ponto <strong>de</strong> origem a se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Nova Iguaçu, situada<br />

fora dos limites da bacia, esten<strong>de</strong>ndo-se até as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cabuçu e Km32;<br />

♦ Núcleos urbanos isolados, que ocorrem como ilhas no meio <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>socupadas,<br />

constituídos pelas se<strong>de</strong>s municipais <strong>de</strong> Itaguaí, Seropédica, Japeri, Paracambi,<br />

Mangaratiba, Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin e pela se<strong>de</strong> da Região Administrativa <strong>de</strong><br />

Guaratiba. Também isoladas entre si, apresentam-se as aglomerações <strong>de</strong> menores<br />

dimensões, que constituem os núcleos <strong>de</strong> Campo Lindo e Águas Lindas, em<br />

Seropédica, Parque Guandu, Jardim Marajoara e Parque Cesário, em Japeri e<br />

Conceição <strong>de</strong> Jacareí, praia Gran<strong>de</strong>, Muriqui e Itacurussá, em Mangaratiba. Observe-se<br />

que alguns <strong>de</strong>stes núcleos, como Campo Lindo e Águas Lindas, são antigos<br />

loteamentos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões que consolidaram sua ocupação.<br />

Esta configuração retrata as marcas do processo <strong>de</strong> ocupação da região. Os núcleos<br />

urbanos isolados mostram gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> entre si, enquanto a mancha da estrada<br />

<strong>de</strong> Madureira não foi capaz <strong>de</strong> consolidar ligações com Campo Gran<strong>de</strong> e/ou Campo<br />

Lindo, em Seropédica.<br />

Os vínculos estabelecidos entre os diferentes núcleos mencionados são muito fracos, pois<br />

um vínculo maior, caracterizado pelo fluxo com o centro metropolitano, se impôs <strong>de</strong><br />

forma quase que exclusiva. O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>sta re<strong>de</strong>, tendo o centro do Rio <strong>de</strong> Janeiro como<br />

pólo e a ausência <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento territorial a nível micro-regional,<br />

enfraqueceram e <strong>de</strong>sestimularam a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> vínculos mais sólidos<br />

entre estes núcleos.<br />

A grosso modo, os vetores <strong>de</strong> urbanização da área da bacia hidrográfica da baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba revelam dois compartimentos básicos: Baixada e serra. A gran<strong>de</strong> área <strong>de</strong> baixada<br />

guarda alguma continuida<strong>de</strong> a nor<strong>de</strong>ste, on<strong>de</strong> encontra pouco ou nenhum obstáculo, não<br />

obstante as elevações da serra do Mendanha e da pedra Branca, sendo contornada por<br />

uma faixa <strong>de</strong> encosta que se eleva bruscamente para norte e oeste. Sua porção sul se<br />

constitui em faixa costeira.<br />

Uma gran<strong>de</strong> faixa serrana se precipita nos sentidos norte, noroeste e oeste, na forma <strong>de</strong><br />

cinturão envolvendo a Baixada. Entre a Baixada e as áreas elevadas <strong>de</strong> serra, situa-se uma<br />

faixa <strong>de</strong> encosta, mais íngreme no sentido norte e oeste e mais suave na direção noroeste.<br />

Este meio físico impôs, <strong>de</strong> forma natural, certa diferenciação no comportamento da<br />

ocupação que, obe<strong>de</strong>cendo a tendências e lógicas apontadas pela evolução histórica,<br />

ocasionou novas compartimentações espaciais, <strong>de</strong>finindo seus vetores <strong>de</strong> ocupação,<br />

indicados na Figura 2.4, e distinguidos na presente análise como vetor centro-norte, que<br />

atinge a bacia pelo eixo da BR-116, e vetor sul, que se caracteriza pela ocupação<br />

associada à penetração da BR-101, em especial no trecho correspon<strong>de</strong>nte à Av. Brasil.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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FIGURA 2.4 - VETORES DE URBANIZAÇÃO NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA DE<br />

SEPETIBA<br />

L E G E N D A<br />

Vetores <strong>de</strong> Urbanização<br />

Mancha Urbana<br />

Cota 100 m<br />

Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

As características e principais influências <strong>de</strong>stes vetores sobre a dinâmica territorial atual<br />

são discutidas no ítem a seguir.<br />

2.4.2 Dinâmica Territorial e Hierarquizações entre os Núcleos Urbanos<br />

Num contexto fortemente marcado pela polarização do núcleo metropolitano, como<br />

percebido pela propagação dos vetores <strong>de</strong> ocupação da bacia, ilustrados anteriormente, o<br />

pressuposto básico para o surgimento <strong>de</strong> uma dinâmica própria é a percepção da<br />

estruturação territorial a partir da re<strong>de</strong> urbana local, marcada pela interrelação entre seus<br />

núcleos e aglomerados urbanos. O surgimento <strong>de</strong> uma dinâmica própria é, por sua vez,<br />

fator fundamental para o fortalecimento e consolidação dos núcleos urbanos existentes na<br />

bacia.<br />

A estruturação territorial atual, embasada na re<strong>de</strong> urbana e nas interrelações existentes, é<br />

aqui interpretada com base nos indicadores <strong>de</strong> concentração populacional, nas relações<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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pendulares <strong>de</strong> comércio/serviços, cultura e lazer/recreação e, finalmente, na distribuição<br />

do mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

A visualização da re<strong>de</strong> urbana com base em uma escala <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas populacionais,<br />

ilustrada na figura 2.5, permite uma i<strong>de</strong>ntificação dos locais potencialmente capazes <strong>de</strong><br />

polarizar áreas circunvizinhas. Nela se po<strong>de</strong> observar uma representação do efeito<br />

polarizador do núcleo metropolitano revelando que, a grosso modo, quanto maior a<br />

proximida<strong>de</strong> ao centro, maiores são as concentrações populacionais percebidas.<br />

FIGURA 2.5 - HIERARQUIA DOS NÚCLEOS URBANOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DA BAÍA<br />

DE SEPETIBA<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista do acesso a bens e serviços, a relação <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência e subordinação<br />

dos núcleos e aglomerações existentes na área da bacia com o centro da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro é claramente prepon<strong>de</strong>rante sobre as vinculações entre estes, enfraquecendo as<br />

relações mútuas, no espaço intra-regional. Estas, no entanto, existem em níveis<br />

diferenciados <strong>de</strong> relevância, que permitem inclusive individualizar distintos graus <strong>de</strong><br />

polarização no espaço da bacia ou em áreas a ele contíguas.<br />

Assim, em uma macro escala, i<strong>de</strong>ntifica-se a existência <strong>de</strong> dois gran<strong>de</strong>s sistemas <strong>de</strong><br />

articulação e subordinação na re<strong>de</strong> urbana da bacia, caracterizados pela concentração<br />

industrial e <strong>de</strong> serviços nos dois vetores <strong>de</strong> ocupação já mencionados. No que se refere à<br />

parte baixa da bacia, observam-se duas macro-dinâmicas distintas intimamente associadas<br />

à esfera <strong>de</strong> influência <strong>de</strong> tais vetores, as quais são discutidas a seguir:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Macro<br />

Dinâmica<br />

no<br />

Vetor <strong>de</strong><br />

Ocupação<br />

Centro-<br />

Norte<br />

Macro<br />

Dinâmica<br />

no Vetor<br />

<strong>de</strong><br />

Ocupação<br />

Sul<br />

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Dá-se na parcela norte do território, constituindo a porção da bacia <strong>de</strong><br />

Sepetiba <strong>de</strong> incorporação mais antiga ao processo <strong>de</strong> expansão<br />

metropolitana, direcionado pela BR-116 (Rio-São Paulo) e pelo ramal<br />

ferroviário suburbano <strong>de</strong> Japeri. Engloba o município <strong>de</strong> Queimados e os<br />

núcleos a ele conurbados do município <strong>de</strong> Nova Iguaçu, bem como os<br />

municípios <strong>de</strong> Japeri e Paracambi, todos polarizados pelo núcleo urbano<br />

comercial da se<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Nova Iguaçu, o que impõe o sentido<br />

oeste-leste, para o acesso a produtos e serviços mais diversificados.<br />

Decorrente da justaposição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s industriais e <strong>de</strong> comércio/serviços a<br />

uma ocupação inicialmente resi<strong>de</strong>ncial, a dinâmica atual <strong>de</strong>sta área foi<br />

engendrada a partir do processo <strong>de</strong> suburbanização induzida da Baixada<br />

Fluminense, <strong>de</strong>corrente da intervenção governamental que infra-estruturou<br />

esta região, a partir dos anos 40.<br />

Face ao posterior processo <strong>de</strong> crescimento autônomo e à diversificação da<br />

economia local, Nova Iguaçu passou a concentrar gran<strong>de</strong> parte da infraestrutura<br />

<strong>de</strong> serviços regional (inclusive os equipamentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

educação) polarizando a oferta <strong>de</strong> serviços aos <strong>de</strong>mais núcleos citados.<br />

Queimados, emancipado <strong>de</strong> Nova Iguaçu, constitui uma área virtualmente<br />

conurbada ao município <strong>de</strong> origem que, apesar da instalação <strong>de</strong> seu próprio<br />

distrito industrial, não conseguiu até agora estabelecer uma dinâmica<br />

inteiramente autônoma. Sua re<strong>de</strong> urbana, entretanto, já atinge certo grau <strong>de</strong><br />

complexida<strong>de</strong>, aten<strong>de</strong>ndo secundariamente às <strong>de</strong>mandas dos dois outros<br />

municípios: Japeri e Paracambi. Estes, por outro lado, permaneceram, <strong>de</strong><br />

certo modo, à margem do processo <strong>de</strong> autonomização e diversificação<br />

econômica, mantendo-se em sua função <strong>de</strong> abrigar cida<strong>de</strong>s-dormitório, a<br />

<strong>de</strong>speito <strong>de</strong> passarem a oferecer alguns serviços. Apresentam como traço<br />

comum, um quadro predominante <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência em relação a centros<br />

externos, que resulta em um ambiente <strong>de</strong> relativa estagnação, revelado pelas<br />

baixas taxas <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico neles verificadas entre 1991 e<br />

1996, sendo sua <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> bastante inferior à média da bacia.<br />

Esta outra macro dinâmica envolve os núcleos <strong>de</strong> Itaguaí, a porção<br />

meridional do município <strong>de</strong> Seropédica e os núcleos <strong>de</strong> Santa Cruz, pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba, barra <strong>de</strong> Guaratiba e Sepetiba, todos eles polarizados pelo núcleo<br />

<strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>. Em menor escala <strong>de</strong> abrangência regional <strong>de</strong>staca-se a<br />

polarização das localida<strong>de</strong>s litorâneas <strong>de</strong> Sepetiba e adjacências ao núcleo <strong>de</strong><br />

Santa Cruz.<br />

Esta área é <strong>de</strong> incorporação mais recente ao tecido metropolitano. Teve seu<br />

processo <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ado na década <strong>de</strong> 60 e intensificado a<br />

partir dos anos 70, transformando sua tradicional feição rural e pesqueira.<br />

Neste caso, o vetor resi<strong>de</strong>ncial suburbano foi acompanhado da instalação <strong>de</strong><br />

ativida<strong>de</strong>s industriais e <strong>de</strong> serviços, expandindo a fronteira urbana e<br />

a<strong>de</strong>nsando <strong>de</strong>mograficamente a região <strong>de</strong> modo mais diversificado e menos<br />

predatório do que o que ocorreu no vetor centro-norte.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Contribui para esta diversificação e relativa preservação do meio ambiente a<br />

existência <strong>de</strong> uma base primária (pesca e agropecuária) ainda com algum<br />

vigor econômico e importância social, que engendra <strong>de</strong>mandas ambientais<br />

competitivas em relação aos processos <strong>de</strong> urbanização e industrialização.<br />

Outro fator atuante nesta direção é o freio, ainda que precário, aos vetores <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação, representado pelos atrativos cênicos do ambiente costeiro -<br />

recurso valorizado na região e fora <strong>de</strong>la - e pela apropriação parcial do<br />

espaço rural sob a forma <strong>de</strong> chácaras e sítios recreativos das camadas médias<br />

e altas da metrópole.<br />

A área possui uma dinâmica territorial que configura um território<br />

relativamente integrado do ponto <strong>de</strong> vista das ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

<strong>de</strong>senvolvidas e do porte da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços disponíveis, embora seja<br />

constituída <strong>de</strong> espaços razoavelmente diferenciados (Santa Cruz, Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, Guaratiba e Itaguaí). A<strong>de</strong>mais, esta área é o polo <strong>de</strong> atração <strong>de</strong><br />

investimentos da parte costeira da bacia e, face à diversida<strong>de</strong> econômica e<br />

social <strong>de</strong> sua ocupação, a que apresenta maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> e explicitação <strong>de</strong><br />

conflitos relacionados às questões ambientais e <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento territorial da<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Neste contexto, Seropédica, em que pese alguma subordinação à oferta <strong>de</strong><br />

serviços e ao mercado <strong>de</strong> trabalho <strong>de</strong> Itaguaí constitui, <strong>de</strong> fato, um espaço <strong>de</strong><br />

interconexão entre os dois vetores aludidos acima. Observa-se assim que sua<br />

parte meridional (núcleo da se<strong>de</strong> municipal e Campo Lindo) possui<br />

significativa vinculação à macro dinâmica do vetor sul, ao qual se integra<br />

pelo eixo da BR-465, enquanto sua parte setentrional, embora com vínculos<br />

<strong>de</strong> menor intensida<strong>de</strong>, articula-se principalmente com a re<strong>de</strong> urbana marcada<br />

pelo vetor centro-norte <strong>de</strong> ocupação.<br />

Observa-se que, em ambos os casos, o sentido do abastecimento e a busca por maior<br />

diversificação na oferta <strong>de</strong> produtos e serviços obe<strong>de</strong>ce sempre à direção e sentido do<br />

centro metropolitano, dado que os dois eixos <strong>de</strong> articulação citados têm como alternativa<br />

mais extrema <strong>de</strong> abastecimento o centro da cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

As ligações norte-sul são fracas e, via <strong>de</strong> regra, não estão condicionadas ao comércio e<br />

serviços. A única exceção é a subordinação a Campo Gran<strong>de</strong> da parcela do município <strong>de</strong><br />

Seropédica situada ao sul da BR-116, que se faz através da BR-465. Fora isto, a única<br />

ligação viária entre a parcela da baixada fluminense inserida na bacia e a área da Zona<br />

Oeste do Rio é feita pela RJ-105, em extenso percurso que contorna a serra <strong>de</strong> Madureira,<br />

partindo da se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Nova Iguaçu e conduzindo ao centro <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> por<br />

uma articulação com a BR-465, na localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cabuçu. Revela-se assim a dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> integração entre as duas dinâmicas <strong>de</strong> subordinação oeste-leste <strong>de</strong>scritas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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DINÂMICAS PERIFÉRICAS<br />

Embora secundariamente influenciada pelas dinâmicas associadas aos dois vetores <strong>de</strong><br />

ocupação discutidos acima, a porção mais periférica da bacia, que inclui a região serrana e<br />

o município litorâneo <strong>de</strong> Mangaratiba, apresenta duas dinâmicas principais, que<br />

distinguem o conjunto formado pelos municípios <strong>de</strong> Piraí e Rio Claro <strong>de</strong> um segundo<br />

conjunto formado por Miguel Pereira,. Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin e, em que pese o<br />

distanciamento geográfico, o município <strong>de</strong> Mangaratiba.<br />

Observa-se, para o primeiro conjunto, que a parte mais expressiva dos municípios <strong>de</strong> Rio<br />

Claro e Piraí tem sua dinâmica marcada pela influência dos processos em curso no Médio<br />

Vale do Paraíba do Sul. Já a área <strong>de</strong>stes municípios pertencente à bacia <strong>de</strong> Sepetiba, (parte<br />

dos distritos <strong>de</strong> São João Marcos em Rio Claro e <strong>de</strong> Monumento, em Piraí), apresenta<br />

dinâmica incipiente, associada a pequena população e baixíssima <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica,<br />

estando <strong>de</strong> certo modo alheia às dinâmicas mais típicas tanto da bacia do Paraíba do Sul<br />

quanto da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Caracterizam-se mais por um contexto <strong>de</strong> estagnação e<br />

isolamento, on<strong>de</strong> os poucos vínculos funcionais estabelecidos o são respectivamente com<br />

Mangaratiba, no caso <strong>de</strong> São João Marcos, e com Itaguaí, no caso <strong>de</strong> Vila Monumento,<br />

ambos os casos pela maior acessibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes centros em comparação às respectivas<br />

se<strong>de</strong>s municipais.<br />

O grupo constituído pelos municípios serranos <strong>de</strong> Miguel Pereira e Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin,<br />

e o município litorâneo <strong>de</strong> Mangaratiba, tem sua dinâmica orientada pelo turismo e<br />

marcada principalmente pela presença <strong>de</strong> uma expressiva população flutuante, vinculada<br />

tanto ao turismo sazonal quanto ao <strong>de</strong> segunda residência.<br />

Diferenciam-se os municípios serranos por atraírem principalmente famílias <strong>de</strong> classe<br />

média e alta do Rio <strong>de</strong> Janeiro, enquanto o município <strong>de</strong> Mangaratiba recebe<br />

predominantemente população <strong>de</strong> renda média a baixa, oriunda das áreas suburbanas do<br />

Rio e da baixada fluminense. A expansão do padrão turístico da chamada costa ver<strong>de</strong><br />

fluminense (Angra dos Reis e Parati) tem, entretanto, <strong>de</strong>terminado algumas mudanças no<br />

quadro <strong>de</strong> Mangaratiba, com a presença <strong>de</strong> empreendimentos, no continente e nas ilhas,<br />

voltados para o turismo mais sofisticado.<br />

Vale registrar quanto a este conjunto, a coexistência com dinâmicas ainda marcadas pela<br />

presença <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s econômicas tradicionais. Mangaratiba é marcada pela pesca e pela<br />

agricultura, enquanto nos municípios serranos a antiga ativida<strong>de</strong> agropecuária está<br />

atualmente associada à pequena indústria alimentícia e, em menor escala, ao agroturismo.<br />

A produção primária obtida em ambas as regiões está voltada para o atendimento aos<br />

mercados locais, com exceção, no caso <strong>de</strong> Mangaratiba, para alguns exce<strong>de</strong>ntes gerados<br />

na pesca e na cultura da banana. Do ponto <strong>de</strong> vista da observação da re<strong>de</strong> urbana, tem-se<br />

em Mangaratiba a concentração da maior parte dos serviços na se<strong>de</strong> municipal, embora o<br />

distrito <strong>de</strong> Vila Muriqui também contribua para aten<strong>de</strong>r uma parcela da <strong>de</strong>manda. Para<br />

maior diversificação da oferta <strong>de</strong> produtos e serviços recorre-se a Itaguaí. Da mesma<br />

forma, nos municípios serranos, os serviços ten<strong>de</strong>m a estar concentrados nos distritosse<strong>de</strong>,<br />

sendo que em Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin parte da <strong>de</strong>manda é atendida pelo município <strong>de</strong><br />

Vassouras, do qual foi <strong>de</strong>smembrado.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Embora secundária quanto ao atendimento da população permanente <strong>de</strong>sta porção<br />

periférica da bacia, a integração <strong>de</strong>stas áreas com as dinâmicas articuladas pelos dois<br />

vetores principais <strong>de</strong> ocupação dá-se basicamente pelas rodovias RJ-125 e RJ-127, que<br />

ligam respectivamente os núcleos urbanos <strong>de</strong> Miguel Pereira e. Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin à<br />

área <strong>de</strong> influência direta do vetor <strong>de</strong> ocupação centro-norte. Quanto aos <strong>de</strong>mais<br />

municípios inseridos neste grupo, apenas Mangaratiba po<strong>de</strong> representar uma subordinação<br />

<strong>de</strong> alguma relevância ao vetor <strong>de</strong> ocupação sul, como <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong> sua articulação<br />

mais direta ao município <strong>de</strong> Itaguaí. As relações <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência dos pequenos<br />

assentamentos populacionais <strong>de</strong> Vila Monumento e São João Marcos, como vimos,<br />

parecem caracterizar um <strong>de</strong>sdobramento mais amplo do que as vinculações diretas com<br />

Itaguaí e Mangaratiba.<br />

OUTRAS CONFIGURAÇÕES DAS RELAÇÕES PENDULARES<br />

No que se refere às relações pendulares relacionadas ao uso <strong>de</strong> lazer e recreação,<br />

<strong>de</strong>stacam-se ainda os núcleos litorâneos <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>, barra <strong>de</strong> Guaratiba e pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba como os locais procurados por população originada <strong>de</strong> toda a área <strong>de</strong> estudo,<br />

sendo tradicionais receptores <strong>de</strong> banhistas oriundos da Baixada Fluminense.<br />

Campo Gran<strong>de</strong> aparece como o maior promotor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s esportivas, cinema e teatro,<br />

sendo que o único cinema <strong>de</strong> Seropédica, localizado na UFRRJ, recebe público <strong>de</strong> Itaguaí.<br />

No que se refere a ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho, Campo Gran<strong>de</strong>, Santa Cruz e Itaguaí, nesta<br />

or<strong>de</strong>m, apresentam-se, no espaço da bacia, como os maiores mercados na oferta <strong>de</strong><br />

empregos. Cabe observar, no entanto, que gran<strong>de</strong> parte da população resi<strong>de</strong>nte na bacia<br />

está empregada fora <strong>de</strong>la, <strong>de</strong>stacando-se a se<strong>de</strong> municipal do Rio <strong>de</strong> Janeiro, Nova Iguaçu<br />

e Angra dos Reis.<br />

SÍNTESE DA HIERARQUIZAÇÃO DOS NÚCLEOS URBANOS<br />

Conclui-se assim, que o conjunto dos três indicadores acima, concentração populacional,<br />

relações pendulares comércio/serviços, cultura, lazer/recreação e mercado <strong>de</strong> trabalho,<br />

apontam configurações específicas na hierarquização da re<strong>de</strong> urbana. Tendo em vista a<br />

ótica <strong>de</strong> apontar localida<strong>de</strong>s “suporte”, isto é, capazes <strong>de</strong> se constituir como “lugares<br />

centrais”, aten<strong>de</strong>ndo áreas circunvizinhas com raio <strong>de</strong> certo alcance, chega-se ao seguinte<br />

mo<strong>de</strong>lo quanto ao potencial dos centros i<strong>de</strong>ntificados na região da bacia contribuinte à<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba e seu entorno imediato:<br />

A região tem como base estrutural três aglomerações principais: Campo Gran<strong>de</strong>,<br />

Itaguaí e a conurbação Queimados/Nova Iguaçu.<br />

Em um segundo nível <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za encontram-se Santa Cruz e Miguel Pereira, este<br />

último constituindo um centro <strong>de</strong> abastecimento, cultura e lazer, capital da área serrana<br />

formada por Paty do Alferes, Avelar, Conrado, Mangueiras, Arcádia etc.<br />

Terceiro nível <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za: Seropédica, Japeri, Paracambi e Mangaratiba.<br />

Em quarto nível, classifica-se o município <strong>de</strong> Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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2.4.3 Ocupação Urbana<br />

A ocupação urbana da bacia é caraterizada pela alternância entre os espaços <strong>de</strong>nsamente<br />

urbanizados e aqueles on<strong>de</strong> predomina o uso <strong>de</strong> feições rurais, interpretando-se esta<br />

estruturação a partir da dinâmica territorial e da forte influência que sobre ela exercem os<br />

vetores <strong>de</strong> ocupação da área. São i<strong>de</strong>ntificados, em cada um dos principais núcleos da<br />

bacia, aspectos marcantes do uso do espaço urbano, das faixas <strong>de</strong> renda da população<br />

resi<strong>de</strong>nte, dos atrativos e restrições ambientais e dos espaços institucionais <strong>de</strong> maior<br />

importância. Além disto, discute-se na presente seção problemáticas específicas<br />

associadas ao uso resi<strong>de</strong>ncial, visando compor um quadro mais abrangente da forma <strong>de</strong><br />

apropriação do espaço urbano na bacia.<br />

NOVA IGUAÇU (AUSTIN E CABUÇU), QUEIMADOS, JAPERI E MIGUEL PEREIRA<br />

Verifica-se que a ocupação da porção central e sul <strong>de</strong>sta área forma uma região<br />

homogênea com a Baixada Fluminense, cujo padrão <strong>de</strong> ocupação, até o final da década <strong>de</strong><br />

70 era marcado pela absoluta predominância do uso resi<strong>de</strong>ncial. O uso industrial que à<br />

época limitava-se ao centro <strong>de</strong> Nova Iguaçu, diversificou-se a partir da década <strong>de</strong> oitenta,<br />

dando origem a diversos assentamentos industriais ao longo do trecho baixo da Via Dutra.<br />

Queimados e Japeri apresentam urbanização <strong>de</strong> 100% e sua população pertence,<br />

maciçamente, à faixa <strong>de</strong> baixa renda. Com grau <strong>de</strong> industrialização variando <strong>de</strong> baixo a<br />

médio, contituem-se em cida<strong>de</strong>-dormitório para população ocupada basicamente no<br />

núcleo metropolitano. Sua ocupação é típica da periferia metropolitana. A paisagem<br />

urbana evi<strong>de</strong>ncia pontos <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>nsificada, on<strong>de</strong> poucas e estreitas ruas contam<br />

com calçamento, <strong>de</strong>stacando-se a quase ausência <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> lazer e equipamentos<br />

públicos. No município <strong>de</strong> Queimados encontra-se a área <strong>de</strong> Campo Alegre, com 23,4<br />

km 2 , <strong>de</strong>clarada <strong>de</strong> interesse social para fins <strong>de</strong> reforma agrária.<br />

Na porção <strong>de</strong> Nova Iguaçu ao longo da RJ-105 - estradas <strong>de</strong> Madureira e Joaquim da<br />

Costa - observa-se variação no tipo <strong>de</strong> renda da população resi<strong>de</strong>nte, sendo atraída<br />

população <strong>de</strong> classe média para a proximida<strong>de</strong> do núcleo se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Nova Iguaçu - on<strong>de</strong> está<br />

localizada a Universida<strong>de</strong> do município -, enquanto que na extremida<strong>de</strong> junto às<br />

localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Km 32 e Cabuçu, predomina a ocupação por populações <strong>de</strong> baixa renda.<br />

Embora com áreas localizadas <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional, estes núcleos urbanos<br />

apresentam, em média, baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação, com inúmeros vazios urbanos<br />

loteados ou não, passíveis <strong>de</strong> ocupação resi<strong>de</strong>ncial integrada aos equipamentos urbanos<br />

existentes.<br />

A partir da se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Japeri verifica-se uma gran<strong>de</strong> transformação na forma <strong>de</strong> ocupação.<br />

Com o distanciamento do núcleo municipal ao longo da RJ 125, observa-se uma crescente<br />

predominância <strong>de</strong> residências rurais em chácaras, sítios e áreas <strong>de</strong> pecuária, alcançando as<br />

localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mangueiras, Conrado e Arcádia, sendo esta a última parada antes da subida<br />

da serra. Nesta zona, o comércio limita-se basicamente a pequenas vendas e padarias. Em<br />

Miguel Pereira, há predominantemente ocupação <strong>de</strong> segundas residências para uma<br />

população <strong>de</strong> renda média a alta. Embora ali o núcleo urbano apresente certa oferta <strong>de</strong><br />

produtos para atendimento a um contingente mais exigente <strong>de</strong> veranistas, estas ativida<strong>de</strong>s<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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se concentram em área limitada do centro, dando concorrência pelo espaço com o uso<br />

resi<strong>de</strong>ncial.<br />

SEROPÉDICA (SETENTRIONAL), PARACAMBI E ENGENHEIRO ENGº PAULO DE FRONTIN<br />

A se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin <strong>de</strong>monstra condições <strong>de</strong> ocupação intermediárias entre a<br />

<strong>de</strong> Miguel Pereira e da parte baixa da RJ-125. O grau <strong>de</strong> ruralização do município é o<br />

mais elevado <strong>de</strong> toda a bacia, o que transparece nas condições <strong>de</strong> uso e ocupação do solo.<br />

Apresenta uma estrutura <strong>de</strong> comércio e serviços em grau inferior à <strong>de</strong> Miguel Pereira, o<br />

que significa que sua ocupação <strong>de</strong> segundas residências não comporta população com<br />

renda substancial. Localizada em área <strong>de</strong> relevo mais elevado, sua ocupação possui<br />

marcas diferenciadoras, como edificações em áreas <strong>de</strong> encosta ou o confinamento em<br />

fundos <strong>de</strong> vales.<br />

Paracambi possui sérios problemas estruturais na sua ocupação. A principal aglomeração<br />

urbana concentra-se num fundo <strong>de</strong> vale, com poucas possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> expansão<br />

horizontal. Inserido na antiga Região Metropolitana, esta localida<strong>de</strong> vivenciou nos últimos<br />

vinte anos certo crescimento industrial e populacional, que <strong>de</strong>ixou como conseqüência<br />

significativa concentração populacional em seu diminuto centro urbano, caracterizando<br />

uma das maiores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mográficas <strong>de</strong> toda a área da bacia. A ocupação <strong>de</strong> seu<br />

núcleo urbano estrutura-se pela rodovia RJ-127, cujo acesso se dá a partir da Via Dutra,<br />

prevalecendo contudo a ligação com Japeri por meio do ramal ferroviário.<br />

A rarefeita ocupação urbana da porção setentrional <strong>de</strong> Serópedica, representada pelas<br />

localida<strong>de</strong>s ao norte da Via Dutra, resulta do claro <strong>de</strong>svio <strong>de</strong>ste vetor <strong>de</strong> ocupação, na<br />

altura <strong>de</strong> Queimados, do eixo da rodovia para o ramal ferroviário <strong>de</strong> Japeri. Este <strong>de</strong>svio<br />

parece <strong>de</strong>terminar um uso menos intenso <strong>de</strong>stes núcleos como cida<strong>de</strong>-dormitório do que<br />

do núcleo <strong>de</strong> Paracambi, parada final do referido ramal.<br />

SEROPÉDICA (MERIDIONAL), IBITUPORANGA E MAZOMBINHA EM ITAGUAÍ, ENTORNOS DA<br />

REPRESA DE LAGES EM RIO CLARO<br />

Toda a faixa <strong>de</strong> encosta a oeste é ocupada pelo uso rural. Ibituporanga, se<strong>de</strong> distrital,<br />

possui uma população urbana <strong>de</strong> 33 habitantes, enquanto Monumento, situado no<br />

município <strong>de</strong> Rio Claro, possui cerca <strong>de</strong> 80% <strong>de</strong> sua população em áreas rurais.<br />

Na faixa a sudoeste verificam-se alterações na forma da ocupação, a partir da vizinhança<br />

do núcleo <strong>de</strong> Itaguaí, com ocupação urbana razoavelmente consolidada, seguindo em<br />

direção à encosta, passando por Mazomba / Mazombinha, on<strong>de</strong> começam a surgir na<br />

paisagem chácaras e casas <strong>de</strong> veraneio situadas em confortáveis lotes, caracterizando<br />

predomínio <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s rurais. A parte baixa <strong>de</strong>sta faixa, contígua à se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaguaí,<br />

sofre constantes inundações que <strong>de</strong>ixam áreas incomunicáveis, tendo em vista a<br />

precarieda<strong>de</strong> das condições viárias existentes. Esta área, <strong>de</strong> feições claramente rurais,<br />

sofre, em função <strong>de</strong> sua proximida<strong>de</strong> à se<strong>de</strong> municipal, pressões crescentes <strong>de</strong><br />

urbanização, evi<strong>de</strong>nciadas pelos inúmeros projetos <strong>de</strong> loteamentos surgidos recentemente.<br />

A se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Seropédica possui perfil <strong>de</strong> ocupação bastante distinto da se<strong>de</strong><br />

municipal <strong>de</strong> Itaguaí. Enquanto nesta última os parcelamentos ocorridos nas últimas<br />

décadas tenham se <strong>de</strong>stinado mais ao uso urbano, em Seropédica voltaram-se<br />

principalmente ao uso rural. Ressalta-se que a faixa do município ao longo da Via Dutra é<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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quase que inteiramente ocupada por ZUPIs, embora nestas não se tenha verificado até o<br />

momento a instalação <strong>de</strong> indústrias. A se<strong>de</strong> municipal 1 possui uma malha urbana<br />

caracterizada por “loteamentos restritos a uma pequena área em torno da estação<br />

ferroviária”. Nas proximida<strong>de</strong>s, encontram-se duas gran<strong>de</strong>s áreas institucionais, o campus<br />

da UFRRJ, com 32 km 2 , e a área da EMBRAPA, com 12,8 km 2 , que se colocam como<br />

obstáculos à expansão da malha urbana no sentido leste. Outras áreas institucionais<br />

existentes nesta porção do município são a Floresta Nacional Mário Xavier, sob a<br />

jurisdição do IBAMA, situada entre a BR-465 e a Via Dutra, com área <strong>de</strong> 3,7 km 2 ; as<br />

áreas da Fazenda Casas Altas, com 5,86 km 2 e da Fazenda Moura Costa, com 2,71 km 2 ,<br />

<strong>de</strong>sapropriadas pelo INCRA para assentamentos rurais; e a área <strong>de</strong> assentamento da<br />

Secretaria <strong>de</strong> Assuntos Fundiários, Sol da Manhã, ocupando 6,9 km 2 . É nítido o peso da<br />

população flutuante, formada basicamente por universitários da UFRRJ, que <strong>de</strong>ixa o<br />

núcleo urbano nas férias e fins <strong>de</strong> semana. Seu vínculo com a se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong><br />

Queimados é prejudicado pelo intenso tráfego da via Dutra, que inibe seu uso mais<br />

freqüente para <strong>de</strong>slocamentos <strong>de</strong> nível local.<br />

REGIÕES ADMINISTRATIVAS DE SANTA CRUZ, CAMPO GRANDE E GUARATIBA<br />

(PORÇÃO NORTE) E A CIDADE DE ITAGUAÍ<br />

Estes núcleos, que apresentam feições <strong>de</strong> periferia urbana similares às áreas da Baixada<br />

Fluminense, <strong>de</strong>monstram, em especial as RAs do Rio, terem sido objeto <strong>de</strong> intervenções<br />

governamentais sucessivas no sentido <strong>de</strong> melhorias paisagísticas e das funções urbanas. O<br />

a<strong>de</strong>nsamento é <strong>de</strong> maiores proporções na Zona Oeste do Rio, <strong>de</strong>nunciando sua maior<br />

articulação com o núcleo metropolitano.<br />

Na porção <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> ao norte da Av. Brasil existem algumas concentrações<br />

urbanas em formação, embora predominem chácaras com edificações isoladas. No lado<br />

sul da Av. Brasil, concentra-se a ocupação urbana mais relevante da bacia, tomando quase<br />

que totalmente a área até encontrar o rio Cabuçu, com alguns pequenos vazios. A área que<br />

se esten<strong>de</strong> a partir da margem direita do rio Cabuçu e que inclui a porção norte da RA <strong>de</strong><br />

Guaratiba possui ocupação esparsa, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> chácaras, seguindo pelo Caminho do<br />

Veloso e o entorno da estrada do Cantagalo. Ao norte da linha férrea, a partir do rio<br />

Campinho, já na RA <strong>de</strong> Santa Cruz, em uma faixa que se esten<strong>de</strong> até a Av. Brasil, a<br />

ocupação urbana é <strong>de</strong>scontínua, com predominância <strong>de</strong> vazios.<br />

Embora nos anos noventa Campo Gran<strong>de</strong> apresente-se como a Região Administrativa<br />

mais populosa do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, o seu novo PEU, recém finalizado e ainda<br />

não aprovado, registrou gran<strong>de</strong>s áreas urbanas vazias. Segundo o Cadastro Imobiliário da<br />

Secretaria Municipal da Fazenda, em janeiro <strong>de</strong> 1995, 24% do número total <strong>de</strong> terrenos<br />

vazios do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro encontrava-se nesta RA, sendo que a área ocupada<br />

por vazios urbanos, nesta RA, era superior à área disponível para ocupação em toda a<br />

Área <strong>de</strong> Planejamento-4, que congrega, ainda, os bairros da Barra da Tijuca e<br />

Jacarepaguá. Em seu padrão <strong>de</strong> parcelamento predominam quarteirões <strong>de</strong> lotes amplos,<br />

com áreas entre 200 e 300 m 2 . As áreas ocupadas por população <strong>de</strong> menor po<strong>de</strong>r<br />

aquisitivo (como Santíssimo e Inhoaíba), são uma exceção, sendo encontrados lotes com<br />

área inferior a 150 m 2 . Trabalho recente chama atenção para os novos projetos <strong>de</strong><br />

loteamento em trâmite, cujas dimensões dos lotes situam-se na média dos 125 m 2 . A RA<br />

abriga apenas uma área institucional, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da Companhia Docas do Rio <strong>de</strong><br />

1 Segundo o Plano <strong>de</strong> Ocupação Territorial da Área <strong>de</strong> Influência do Polo Petroquímico <strong>de</strong> Itaguaí - POT<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Janeiro, ainda <strong>de</strong>socupada, localizada na Av. Brasil, junto ao Distrito Industrial <strong>de</strong> Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, com superfície <strong>de</strong> 800.000 m 2 .<br />

O estudo do PEU <strong>de</strong> Santa Cruz, <strong>de</strong> 1985, que não chegou a entrar em vigor, <strong>de</strong>screveu a<br />

mancha ocupada como área <strong>de</strong> baixada, entrecortada por uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rios,<br />

valas e canais, on<strong>de</strong>, com exceção das serras <strong>de</strong> Cantagalo e Paciência, só existem<br />

pequenas elevações. À época, esta RA possuía área <strong>de</strong> cultivo e pecuária ainda bastante<br />

extensa e, apesar da existência <strong>de</strong> algumas indústrias <strong>de</strong> porte, possuía uma ocupação<br />

industrial ainda pequena, em face da oferta <strong>de</strong> áreas industriais <strong>de</strong> que dispunha.<br />

Atualmente é visível a alteração <strong>de</strong>ste quadro, com a intensificação do uso industrial e o<br />

a<strong>de</strong>nsamento populacional das áreas urbanizadas, representadas basicamente pelos<br />

núcleos <strong>de</strong> Santa Cruz e Paciência e por uma faixa entre eles, que se esten<strong>de</strong> ao longo do<br />

corredor viário formado pela rua Felipe Cardoso e Av. Cesário <strong>de</strong> Melo. O restante da<br />

ocupação urbana restringe-se à área ao longo da Av. João XXIII, formada principalmente<br />

por conjuntos habitacionais, e pequena área junto à Av. Brasil, próxima à Valesul. É<br />

marcante a gran<strong>de</strong> área vazia, sem qualquer <strong>de</strong>signação institucional, entre Santa Cruz e<br />

Paciência, ao longo da estrada <strong>de</strong> ferro. A área central <strong>de</strong> Santa Cruz possui uso<br />

predominantemente resi<strong>de</strong>ncial 2 <strong>de</strong> um e dois pavimentos, com um caso isolado <strong>de</strong> prédio<br />

<strong>de</strong> 17 andares, único da região. O uso comercial diversificado concentra-se no polígono<br />

central do núcleo urbano e os loteamentos, neste núcleo, possuem unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> área em<br />

torno <strong>de</strong> 360 m 2 . Nesta RA, encontram-se ainda três gran<strong>de</strong>s áreas institucionais que,<br />

pelas dimensões e localização, certamente interferiram na ocupação daquele território: as<br />

áreas <strong>de</strong> Gericinó, a Vila Militar e o Campo dos Afonsos; a área da base aérea <strong>de</strong> Santa<br />

Cruz (25,5 km 2 ) , pertencente ao Ministério da Aeronáutica; e a área da Termoelétrica <strong>de</strong><br />

Santa Cruz, vizinha à COSIGUA e ao Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz.<br />

Santa Cruz é ainda a localida<strong>de</strong> com maior acervo cultural na Zona Oeste. Existem ali três<br />

monumentos tombados pelo patrimônio: a Ponte dos Jesuítas, sobre o rio Guandu, obra <strong>de</strong><br />

engenharia edificada em 1752; os marcos da Fazenda Real <strong>de</strong> Santa Cruz, em Cantaria,<br />

on<strong>de</strong> se encontram gravadas as iniciais <strong>de</strong> D. Pedro I e da Fazenda Nacional, datada <strong>de</strong><br />

1826; e, finalmente, a se<strong>de</strong> inaugurada em 1881, e a antiga estação ferroviária do<br />

Matadouro Público <strong>de</strong> Santa Cruz. Cabe, ainda, <strong>de</strong>stacar dois outros pontos <strong>de</strong> interesse<br />

cultural em Santa Cruz: o prédio da Socieda<strong>de</strong> Musical Francisco Braga, fundada em<br />

1905, e o morro do Mirante, ponto mais alto do bairro, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se avista toda a planície.<br />

Itaguaí mostra razoável ruptura com a ocupação típica da Zona Oeste, bem como com a<br />

da Baixada Fluminense. A paisagem caracteriza-se pela massa edificada <strong>de</strong> até três<br />

pavimentos, porém em lotes <strong>de</strong> pequenas dimensões, possuindo menor a<strong>de</strong>nsamento e<br />

menor concentração <strong>de</strong> comércio e serviços.<br />

O diagnóstico do Plano Diretor <strong>de</strong> Itaguaí, <strong>de</strong> 1992, avalia a ocupação do solo como:<br />

“malha urbana <strong>de</strong>sigualmente ocupada, havendo em torno do centro áreas que, apesar <strong>de</strong><br />

loteadas, apresentam ocupação <strong>de</strong>scontínua e <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> baixa. A trama viária tem uma<br />

configuração caótica, com diferentes soluções <strong>de</strong> arruamento em cada loteamento. Os<br />

loteamentos são aprovados sem nenhum planejamento <strong>de</strong> sua integração ao sistema viário<br />

e à infra-estrutura. Apenas as vias da área central possuem calçamento”. Ainda segundo<br />

aquele diagnóstico, a <strong>de</strong>sestruturação urbanística na área central <strong>de</strong> Itaguaí é <strong>de</strong> tal monta<br />

que nem a população local estaria em condições <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar precisamente os bairros que<br />

2 segundo trabalho realizado pela Prefeitura do Rio <strong>de</strong> Janeiro em 1994<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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compõem o núcleo urbano. A tipologia construtiva apresenta reduzido cuidado estético,<br />

prevalecendo as construções <strong>de</strong> um pavimento. O casario antigo permaneceu sem<br />

conservação, abrigando funções mistas. Nesta área central, <strong>de</strong> 82,6 há, concentram-se os<br />

equipamentos urbanos e comunitários e a infra-estrutura urbana. O município possui as<br />

seguintes áreas institucionais: a área reservada para o Polo Petroquímico, nunca<br />

implantado, que ocupa 11,38 km2 , junto à cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaguaí; a área pertencente à<br />

Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica Nacional (CSN), vizinha à área do Polo, com 9,3 km2 , reservada<br />

para a construção da segunda unida<strong>de</strong> da CSN, a área do porto <strong>de</strong> Sepetiba, localizada na<br />

ilha da Ma<strong>de</strong>ira, ocupando 10,4 km 2<br />

; a área das instalações da NUCLEP e <strong>de</strong> seu terminal<br />

marítimo, ocupando 3 km2 , atualmente concessionada à iniciativa privada para<br />

implantação <strong>de</strong> um projeto portuário; e a área do Abrigo Cristo Re<strong>de</strong>ntor, terreno<br />

pertencente à CEHAB, localizado na BR-101, junto ao trevo <strong>de</strong> acesso à cida<strong>de</strong>, ocupando<br />

área <strong>de</strong> 1,46 km 2<br />

, dividida em 5.849 lotes. Quanto aos aspectos <strong>de</strong> interesse cultural, o<br />

Plano Diretor <strong>de</strong> 1992 apresentou apenas quatro edificações como bens <strong>de</strong> interesse<br />

cultural em Itaguaí, todas no centro da cida<strong>de</strong>. Também constituem bens <strong>de</strong> interesse para<br />

o patrimônio cultural as chácaras ao longo da RJ-099 (Reta <strong>de</strong> Piranema), que já<br />

adquiriram características <strong>de</strong> sítios <strong>de</strong> lazer e veraneio. As cachoeiras <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>,<br />

Itimirim e Mazomba, por sua beleza, representam recursos <strong>de</strong> interesse turístico da região.<br />

Cabe ainda registrar a existência <strong>de</strong> sambaquis neste município.<br />

FAIXA COSTEIRA DE GUARATIBA, SANTA CRUZ E ITAGUAÍ E MUNICÍPIO DE<br />

MANGARATIBA<br />

Guaratiba foi a RA carioca que mais cresceu na última década, tendo quadruplicado sua<br />

população resi<strong>de</strong>nte, que se constitui, basicamente, <strong>de</strong> ex-moradores do centro do Rio, que<br />

trocaram os bairros centrais por essa localida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido ao rápido acesso à Barra da<br />

Tijuca, possibilitado pela Av. Sernambetiba. O comércio <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Guaratiba é muito<br />

incipiente aten<strong>de</strong>ndo apenas as necessida<strong>de</strong>s básicas. Fora isto, o morador <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba tem que se dirigir a Campo Gran<strong>de</strong> ou à Barra da Tijuca. O banho na praia<br />

excessivamente lodosa e poluída é proibitivo, embora a paisagem neste local - antiga<br />

colônia <strong>de</strong> pescadores - seja bastante interessante, reunindo vários restaurantes <strong>de</strong> frutos<br />

do mar, freqüentados por moradores do Rio e outras localida<strong>de</strong>s. A ocupação das áreas<br />

centrais <strong>de</strong>ste povoado caracteriza-se por intenso parcelamento do solo, em lotes<br />

ocupados na sua maioria por residências unifamiliares, com ruas e calçadas muito<br />

estreitas.<br />

barra <strong>de</strong> Guaratiba, possui praia oceânica com excelentes condições <strong>de</strong> banho, procurada<br />

pela população da Baixada Fluminense e <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Guaratiba. Por este motivo, o<br />

movimento <strong>de</strong> veículos torna-se <strong>de</strong> tal monta nos finais <strong>de</strong> semana, que as autorida<strong>de</strong>s<br />

públicas fecham o acesso <strong>de</strong> carros à praia. Destaca-se, na localida<strong>de</strong>, o sítio <strong>de</strong> Burle<br />

Marx, transformado em fundação, que possui um dos mais importantes acervos <strong>de</strong><br />

espécies vegetais nativas e exóticas cultivadas por este paisagista. Ao longo <strong>de</strong> sua estrada<br />

<strong>de</strong> acesso há diversos restaurantes <strong>de</strong> frutos do mar. A partir do cruzamento com a RJ-<br />

071, a estrada <strong>de</strong>senvolve-se na encosta da serra da pedra Branca tendo à direita o<br />

manguezal <strong>de</strong> Guaratiba e o acesso à restinga <strong>de</strong> Marambaia, que po<strong>de</strong>m ser vislumbrados<br />

<strong>de</strong> um restaurante-mirante com uma das mais belas vistas da costa carioca. A RA <strong>de</strong><br />

Guaratiba possui áreas institucionais representadas pelo Centro Tecnológico do Exército -<br />

Cetex e o Campo <strong>de</strong> Provas <strong>de</strong> Marambaia, que ocupam a área que margeia a estrada das<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Américas e inclui a ilha e a restinga da Marambaia. Além disto existe na região um posto<br />

da Embrapa e uma estação da Embratel.<br />

Coroa Gran<strong>de</strong> é a área paisagisticamente mais bem estruturada <strong>de</strong> Itaguaí. Originada <strong>de</strong><br />

um loteamento <strong>de</strong>stinado à ocupação por camadas médias da população, possui várias<br />

casas <strong>de</strong> boa arquitetura e qualida<strong>de</strong> paisagística. Sua praia, embora lodosa e pouco<br />

apropriada ao banho, atrai, nos feriados e finais <strong>de</strong> semana, numerosos banhistas<br />

provenientes da Baixada Fluminense, <strong>de</strong> Seropédica e <strong>de</strong> Itaguaí, que se organizam<br />

predominantemente em excursões e piqueniques, <strong>de</strong>vido à baixa qualida<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong><br />

bar e restaurante oferecidos no local.<br />

A praia <strong>de</strong> Muriqui, em Mangaratiba, também é bastante procurada por este tipo <strong>de</strong><br />

usuário. A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas para o banho, assim como o padrão da ocupação<br />

urbana são bastante superiores a Coroa Gran<strong>de</strong>. Muriqui foi ocupado duas décadas atrás<br />

por residências praianas <strong>de</strong> população resi<strong>de</strong>nte no Rio e em Nova Iguaçu, possuindo<br />

muitas casas <strong>de</strong> elevado padrão construtivo.<br />

Itacurussá, Ibicuí e praia Gran<strong>de</strong> são localida<strong>de</strong>s praianas com linda e singular paisagem,<br />

on<strong>de</strong> a encosta ver<strong>de</strong> precipita-se sobre o mar, compondo um belo cenário <strong>de</strong> mar e mata,<br />

típico da Costa do Sol. O uso turístico é intenso nesta área, que possui condições<br />

ambientais tão belas quanto frágeis, pela costa recortada em pequenas enseadas, e pela<br />

exuberância dos remanescentes <strong>de</strong> vegetação. Das três localida<strong>de</strong>s, Itacurussá é a que<br />

concentra maior ativida<strong>de</strong> turística, sendo seu Iate Clube o ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> escunas<br />

para passeios turísticos à baía <strong>de</strong> ilha Gran<strong>de</strong> e sua ocupação, além <strong>de</strong> casas <strong>de</strong> veraneio<br />

no centro do núcleo, possui em suas imediações, inúmeros condomínios costeiros, ao<br />

feitio do que ocorre em Angra dos Reis.<br />

O núcleo <strong>de</strong> Mangaratiba é o centro abastecedor <strong>de</strong>stas localida<strong>de</strong>s, possuindo estrutura<br />

comercial e <strong>de</strong> serviços para aten<strong>de</strong>r os turistas e veranistas freqüentadores da área. A<br />

ocupação do núcleo urbano é bastante antiga, diferenciando-se por um padrão<br />

arquitetônico mais simples e antiquado do que a encontrada nas <strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong><br />

praianas do município. Ao longo da costa do município <strong>de</strong> Mangaratiba há diversas<br />

ocupações <strong>de</strong> uso turístico ou <strong>de</strong> veraneio, <strong>de</strong>stacando-se o Hotel Portobelo na praia <strong>de</strong><br />

São Brás, o Hotel Mediterrané rio das Pedras, no local <strong>de</strong> mesmo nome, e o Condomínio<br />

porto Real, na ponta <strong>de</strong> Jacareí.<br />

O município possui bens <strong>de</strong> valor histórico-cultural como a Igreja <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong><br />

Santana, em Itacurussá, e o Bebedouro da Barreira, na estrada <strong>de</strong> São João Marcos, e os<br />

sítios arqueológicos do Saí e da Toca do Pinheiro.<br />

ASPECTOS ESPECÍFICOS DO USO RESIDENCIAL<br />

São abordados aqui aspectos relativos à favelização, ao intenso processo <strong>de</strong> loteamento e<br />

à ocupação <strong>de</strong> áreas da bacia por conjuntos habitacionais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, dado serem<br />

fatores importantes para a caracterização da problemática urbana da bacia e indicadores<br />

do grau <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> dos instrumentos <strong>de</strong> planejamento e controle da apropriação do<br />

espaço urbano nos diferentes municípios envolvidos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Favelas<br />

A ocupação por favelas é fator crítico em todos os núcleos <strong>de</strong>sta região. A população<br />

favelada nas Regiões Administrativas da Zona Oeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que em 1980<br />

correspondia a 3,7% do total da população alcançou, em 1991, 8,1% da população total<br />

das RAs, variando <strong>de</strong> 17.761 para 56.291 habitantes em favelas, em onze anos. Estes<br />

números revelam um crescente processo <strong>de</strong> favelização no vetor sul <strong>de</strong> ocupação da bacia.<br />

Trata-se <strong>de</strong> um processo crítico na região e que afeta também a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaguaí, on<strong>de</strong> se<br />

verificou, no mesmo período, um crescimento da população favelada superior a 60%,<br />

passando <strong>de</strong> 2.225 pessoas, em 1980, para 3.585 pessoas, em 1991.<br />

Nas RAs as favelas encontram-se, em geral, assentadas em áreas planas e sujeitas a<br />

inundações, embora também sejam registradas ocupações em encostas e áreas <strong>de</strong> risco.<br />

Em Santa Cruz, a maioria das favelas situa-se às margens do rio Cação Vermelho e do<br />

canal do Itá. Em Itaguaí, encontram-se, no núcleo do distrito-se<strong>de</strong>, áreas faveladas ao<br />

longo do valão da Ponte Preta (cerca <strong>de</strong> 350 domicílios), do canal do Quitungo, bairro do<br />

Engenho (com 200 domicílios), e da vala do Sangue, no mesmo bairro (cerca <strong>de</strong> 40<br />

domicílios). Fora do núcleo urbano, localizam-se duas outras favelas, uma próxima ao<br />

canal Cai-Tudo, entre a Reta <strong>de</strong> Piranema e a Rio-Santos (cerca <strong>de</strong> 40 moradias) e a outra<br />

ao longo do valão dos Bois, on<strong>de</strong> se verificam algumas casas esparsas. Atualmente, a<br />

maior área favelada existente em Itaguaí parece ser Chaperó, fruto <strong>de</strong> um projeto mal<br />

sucedido <strong>de</strong> implantação da “agrovila do BANERJ” (1986-87) que foi invadida antes <strong>de</strong><br />

sua conclusão.<br />

Loteamentos Irregulares e Clan<strong>de</strong>stinos<br />

Nas áreas mais populosas da bacia, são inúmeros os loteamentos irregulares, clan<strong>de</strong>stinos,<br />

ou mesmo regulares, porém resultantes <strong>de</strong> intenso parcelamento da terra, sem nenhuma<br />

infra-estrutura ou beneficiamento. Estas áreas se assemelham com áreas faveladas e o<br />

acesso à terra se dá por maneiras e expedientes quase tão informais quanto naquelas. Esta<br />

avaliação leva à suposição <strong>de</strong> que nas áreas da Baixada Fluminense, assim como em<br />

Itaguaí e em certas pontos da Zona Oeste do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, os inúmeros<br />

loteamentos substituem o padrão favela, oferecendo o acesso à terra com grau<br />

ligeiramente maior <strong>de</strong> formalização.<br />

A área da bacia teve seu território retalhado <strong>de</strong> forma rápida e inescrupulosa nas quatro<br />

últimas décadas e, embora saiba-se que é expressivo o número <strong>de</strong> loteamentos irregulares<br />

e/ou clan<strong>de</strong>stinos, pouco ou quase nenhum registro há <strong>de</strong>stes quantitativos, reconhecendose<br />

contudo gran<strong>de</strong>s loteamentos junto aos centros dos vetores norte e sul, sem qualquer<br />

exigência quanto à <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> área para equipamentos urbanos, praças ou infraestrutura.<br />

A questão é melhor estudada nas RAs do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, particularmente<br />

pela contribuição do Núcleo <strong>de</strong> Regularização Fundiária que, a partir da década <strong>de</strong><br />

oitenta, passou a voltar-se para a solução do problema. Trabalho do IPLANRIO datado <strong>de</strong><br />

1983 3 apontava que dos 427 loteamentos irregulares existentes no Muncípio do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, nada menos do que 347, isto é, 81% situavam-se na AP-5, ou seja, Zona Oeste.<br />

As formas flexíveis <strong>de</strong> pagamento e a <strong>de</strong>sburocratização da compra facilitam o acesso a<br />

3 Área <strong>de</strong> Planejamento 5 - AP5; <strong>Relatório</strong> Técnico Preliminar<br />

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estas áreas pelos grupos menos favorecidos e não é incomum que os compradores só<br />

dêem conta das irregularida<strong>de</strong>s quando ficam impedidos <strong>de</strong> formalizar a proprieda<strong>de</strong>.<br />

Dados atuais são disponíveis apenas para a RA <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> e revelam que a gran<strong>de</strong><br />

maioria dos loteamentos existentes são irregulares. Estes perfaziam em 1995, um total <strong>de</strong><br />

232 loteamentos irregulares <strong>de</strong> baixa renda, ocupando uma área total <strong>de</strong> 54.368.853 m 2 ,<br />

parcelados em 41.329 lotes, dos quais apenas 28.305 estavam ocupados, abrigando<br />

população estimada em 139.035 habitantes.<br />

Os loteamentos irregulares apresentam características comuns nos principais núcleos<br />

urbanos da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, tais como condições precárias das vias <strong>de</strong> circulação, sem<br />

nivelamento nem pavimentação, freqüente inexistência <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, em alguns casos<br />

provi<strong>de</strong>nciada pelos próprios moradores; total ausência <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> esgotamento, sendo<br />

comum as valas negras ou o manilhamento feito pelos moradores dirigindo, o esgoto até<br />

um rio próximo, ou ainda o lançamento <strong>de</strong>ste diretamente na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> águas pluviais;<br />

precário recolhimento <strong>de</strong> lixo, dada a ina<strong>de</strong>quabilida<strong>de</strong> das vias ao acesso <strong>de</strong> veículos <strong>de</strong><br />

coleta; invasão ou o acúmulo <strong>de</strong> lixo em áreas eventualmente reservadas para logradouros<br />

públicos, etc.<br />

Esta <strong>de</strong>scrição só difere das áreas faveladas pela forma <strong>de</strong> acesso à terra. Ao contrário das<br />

favelas, o acesso aos loteamentos passa por mecanismos <strong>de</strong> mercado, ainda que informal,<br />

envolvendo pagamentos e promessas <strong>de</strong> regularização, o que cria uma situação legal “<strong>de</strong><br />

fato”.<br />

Conjuntos Habitacionais<br />

Até 1981, a CEHAB-RJ concentrava sua ação no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> até<br />

1980, havia construído 72.626 unida<strong>de</strong>s habitacionais. Do total <strong>de</strong> conjuntos construídos<br />

pela CEHAB no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro até 1982, 50% situavam-se na Zona Oeste,<br />

on<strong>de</strong> se concentrou a maioria dos conjuntos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte do município - com 500 a<br />

4.000 unida<strong>de</strong>s; principalmente, entre as estações <strong>de</strong> Santíssimo e Realengo<br />

Em 1980, nada menos do que 60% da população <strong>de</strong> Santa Cruz residiam em conjuntos<br />

habitacionais, havendo <strong>de</strong>zoito <strong>de</strong>les construídos até 1985, localizados, principalmente, ao<br />

longo <strong>de</strong> importantes eixos viários como a Av. Cesário <strong>de</strong> Melo (on<strong>de</strong> situa-se o<br />

“Cesarão”, um dos maiores da América Latina) e Av. Antares ou Av. João XXIII. Como<br />

herança <strong>de</strong>sta época, ainda existe hoje na RA <strong>de</strong> Santa Cruz, estoque <strong>de</strong> terras da<br />

CEHAB/RJ <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s dimensões, como as chamadas glebas Sepetiba 1 e 2, situadas na<br />

estrada <strong>de</strong> Sepetiba, entre o loteamento praia Brisa e a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sepetiba, ocupando<br />

uma superfície <strong>de</strong> 3,35 km 2 .<br />

Na RA <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, existem vinte e quatro conjuntos habitacionais <strong>de</strong> promoção<br />

estatal, sendo doze promovidos pelos IAPs e CEHABs (sete em Campo Gran<strong>de</strong> e cinco<br />

em Cosmos) e doze, <strong>de</strong> implantação mais recente, pela RIOURBE, totalizando, no bairro<br />

<strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, 3.825 unida<strong>de</strong>s, numa área <strong>de</strong> 1.067.044 m 2 , e, em Cosmos, 1.295<br />

unida<strong>de</strong>s, em 1.210.992 m 2 . Segundo o novo PEU <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> (1996), estão sendo<br />

implantadas quatro novas iniciativas em programas habitacionais para grupos <strong>de</strong> baixa<br />

renda sendo a maioria composta por loteamentos para autoconstrução ou por urbanização<br />

<strong>de</strong> loteamento existente.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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A partir <strong>de</strong> 1981, além <strong>de</strong> forte redução na promoção <strong>de</strong> programas habitacionais,<br />

aprofundada posteriormente com a falência do Sistema Financeiro da Habitação e do<br />

BNH, verifica-se que a política <strong>de</strong> localização <strong>de</strong> conjuntos habitacionais <strong>de</strong>sloca-se<br />

notadamente para os municípios da periferia metropolitana, entre outras razões pela<br />

elevação do preço da terra na Zona Oeste do Rio. Os programas passaram a concentrar-se<br />

especialmente em Duque <strong>de</strong> Caxias, Itaguaí e Nova Iguaçu, sendo que o número <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong>s construídas nestas áreas ficou muito abaixo do que foi implantado no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro..<br />

Em <strong>de</strong>corrência, uma parcela consi<strong>de</strong>rável da população da Zona Oeste resi<strong>de</strong> hoje em<br />

conjuntos habitacionais construídos até o início da década passada, sendo menos relevante<br />

esta forma <strong>de</strong> habitação nas <strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong>s da bacia.<br />

Em Itaguaí, os poucos conjuntos existentes revelam a pequena atuação no município, da<br />

CEHAB e das companhias habitacionais que a prece<strong>de</strong>ram. Em 1980, era intenção da<br />

CEHAB implantar ali um conjunto habitacional com cerca <strong>de</strong> 5.000 unida<strong>de</strong>s, numa gleba<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1.400.000m 2 chamada “gleba Cristo Re<strong>de</strong>ntor”. A área foi adquirida, mas o<br />

projeto não foi terminado, supostamente por impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> abastecimento d’água, e o<br />

conjunto inacabado foi invadido.<br />

As duas ações mais recentes da CEHAB em Itaguaí aconteceram em 1991, inseridas no<br />

Plano <strong>de</strong> Ação Imediata para Habitação, através <strong>de</strong> um convênio entre a Prefeitura e a<br />

Socieda<strong>de</strong> Comunitária Habitacional Popular Jardim América. Esta iniciativa promoveu a<br />

construção <strong>de</strong> 48 unida<strong>de</strong>s no Bairro Jardim América.. Em 1992, foi construído um<br />

conjunto com 159 unida<strong>de</strong>s (casas tipo embrião) que, por <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> ocupação, teve as<br />

suas unida<strong>de</strong>s invadidas.<br />

INSTRUMENTOS DE CONTROLE DO USO E DA OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO<br />

O Quadro 2.5 apresenta uma síntese da situação dos municípios inseridos na bacia, com<br />

relação ao grau <strong>de</strong> estruturação <strong>de</strong> seus instrumentos legais <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento urbano.<br />

Da realida<strong>de</strong> dos municípios incluídos na área da bacia, quanto a estes instrumentos e seu<br />

grau <strong>de</strong> implementação, ressalta-se as seguintes observações:<br />

♦ As RAs do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro dispõem <strong>de</strong> arcabouço legal completo e<br />

suficiente para suas <strong>de</strong>mandas. Cabe esforços na concretização <strong>de</strong> medidas previstas,<br />

especialmente aquelas que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> recursos, sempre relegadas a último plano.<br />

Contudo, como parte integrante do município se<strong>de</strong> da capital a concepção na ocupação e<br />

crescimento <strong>de</strong>ste espaço vincula-o ao núcleo central. O entendimento <strong>de</strong> sua inserção<br />

na área da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong>ve se refletir em diretrizes <strong>de</strong> ocupação e<br />

intervenção que reforcem sua interação com as <strong>de</strong>mais localida<strong>de</strong>s da área e promovam<br />

maior in<strong>de</strong>pendência do pólo central.<br />

♦ O município <strong>de</strong> Itaguaí necessita refazer seu Plano Diretor. As diretrizes constantes<br />

do Plano em vigor encontram-se não somente <strong>de</strong>satualizadas, pois datam <strong>de</strong> quinze<br />

anos atrás, como obe<strong>de</strong>cem a concepções <strong>de</strong> crescimento urbano hoje superadas. O<br />

novo Plano Diretor <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>bruçar-se sobre os sérios problemas urbanos existentes,<br />

diagnosticando os loteamentos irregulares e clan<strong>de</strong>stinos, a áreas faveladas, as áreas<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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sujeitas ao alagamento, programas <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> infra-estruturas e equipamentos,<br />

criando mecanismos <strong>de</strong> enfrentamento <strong>de</strong>stas e outras questões e capaz <strong>de</strong> preparar o<br />

município para receber os impactos <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> alcance nacional, como a ampliação<br />

do porto <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

♦ Os novos municípios, Seropédica, Queimados e Japeri, <strong>de</strong>vem provi<strong>de</strong>nciar<br />

urgentemente a sua legislação urbana atualizada, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> parâmetros próprios, agora<br />

possíveis pela sua emancipação. Os dois últimos sequer possuem legislação própria,<br />

após sua elevação a município, sendo que as normas reguladoras da ocupação do solo<br />

referem-se ainda à sua situação <strong>de</strong> distritos <strong>de</strong> Nova Iguaçu.<br />

− Japeri necessita <strong>de</strong> normas norteadoras <strong>de</strong> seu crescimento, assim como a<br />

<strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> intervenções a nível paisagístico e sanitário capazes <strong>de</strong> efetuar<br />

melhorias nas condições urbanas e , consequentemente, na qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong><br />

sua população.<br />

− As mesmas observações cabem para Queimados, com o agravante <strong>de</strong> que a<br />

Prefeitura Municípal vem empreen<strong>de</strong>ndo um projeto industrializante, que já<br />

vem produzindo efeitos <strong>de</strong> atração populacional, <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento e<br />

complexida<strong>de</strong> das funções urbanas. A Prefeitura <strong>de</strong>verá munir-se <strong>de</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong> proteção ambiental, o mais rápido possível, antes que a<br />

irreversibilida<strong>de</strong> das situações <strong>de</strong> poluição industrial se imponha.<br />

− Quanto a Seropédica, além <strong>de</strong> caberem as observações levantadas para o caso<br />

<strong>de</strong> Itaguaí, a legislação existente ainda o contempla como distrito daquele<br />

município. Seropédica <strong>de</strong>ve repensar o or<strong>de</strong>namento <strong>de</strong> suas áreas industriais e<br />

tentar um <strong>de</strong>senvolvimento baseado na sua principal potencialida<strong>de</strong>, isto é, a<br />

localização <strong>de</strong> importantes centros <strong>de</strong> pesquisa, como a UFRRJ e a<br />

EMBRAPA. Outro <strong>de</strong>safio para esta Prefeitura é recompor a continuida<strong>de</strong><br />

territorial <strong>de</strong> suas parcelas ao sul e a norte da Via Dutra, completamente<br />

divorciadas no momento.<br />

♦ O Plano Diretor <strong>de</strong> Nova Iguaçu <strong>de</strong>verá incluir políticas que consi<strong>de</strong>rem as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interação com a Zona Oeste e Seropédica, das localida<strong>de</strong>s do km32,<br />

Marapicu e Cabuçu, situadas ao longo da estrada <strong>de</strong> Madureira.<br />

♦ O Plano Diretor <strong>de</strong> Mangaratiba, que será realizado em breve, tem seu formato<br />

praticamente <strong>de</strong>finido pelo capítulo da Lei Orgânica que trata do assunto. Este capítulo<br />

prevê instrumentos <strong>de</strong> intervenções importantes, <strong>de</strong> modo a dotar a Prefeitura <strong>de</strong><br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enfrentamento dos problemas existentes. As principais medidas<br />

recuperadoras neste município referem-se à implantação <strong>de</strong> infra-estrutura e à<br />

contenção do a<strong>de</strong>nsamento nas estreitas parcelas <strong>de</strong> áreas “aedificandi” na faixa<br />

costeira. O Plano Diretor Municipal po<strong>de</strong>ria se confundir com o Plano Diretor da APA<br />

<strong>de</strong> Mangaratiba, que necessita ser regulamentado o mais rápido possível. Esta<br />

vinculação conferirá às normas <strong>de</strong> ocupação um acento ainda mais voltado à<br />

compatibilização com o meio ambiente.<br />

♦ Dos municípios <strong>de</strong> serra, aquele que mais necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> parâmetros <strong>de</strong><br />

ocupação neste momento é Miguel Pereira, cujas alterações estão se processando <strong>de</strong><br />

forma rápida, expressando-se tanto na substituição das edificações por novos usos<br />

como na extensão da malha urbana existente. Há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se pensar a direção <strong>de</strong><br />

seu ulterior crescimento, bem como prever instrumentos que permitam à Prefeitura<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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lidar com as pressões imobiliárias que vêm crescendo nos últimos anos. Outro ponto<br />

importante a ressaltar é a garantia <strong>de</strong> permanência da ativida<strong>de</strong> agrícola existente neste<br />

município, cada vez mais reduzida, através <strong>de</strong> clara <strong>de</strong>limitação das áreas urbana e<br />

agrícola, sobretudo na área central do município. Também os serviços urbanos<br />

vinculados à segunda residência <strong>de</strong>vem ser planejados, para amenizar os efeitos<br />

sazonais, que fogem ao controle municipal, principalmente a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> resíduos<br />

sólidos. Será preciso <strong>de</strong>finir, também, uma rigorosa política <strong>de</strong> proteção dos cursos<br />

d’água, através do estabelecimento <strong>de</strong> normas que obriguem a ocupação a respeitar as<br />

faixas <strong>de</strong> proteção das margens.<br />

♦ O Plano Diretor <strong>de</strong> Paracambi oferece ao po<strong>de</strong>r público instrumentos po<strong>de</strong>rosos no<br />

or<strong>de</strong>namento do uso do solo, principalmente a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obrigar a edificação <strong>de</strong><br />

lotes <strong>de</strong>socupados, através da cobrança do imposto progressivo. Há distinção entre<br />

áreas agrícolas e urbanas, necessitando uma ação mais vigorosa da Prefeitura no<br />

estabelecimento <strong>de</strong> programas agrícolas. A visão regional às vezes é <strong>de</strong>sprezada por<br />

visão estritamente local, como nesse caso. A vinculação do município, na sua divisa<br />

leste, com parcelas do município <strong>de</strong> Seropédica e com Japeri, fazendo a ligação<br />

interbairros pela raiz da serra, po<strong>de</strong>ria se apresentar como alternativa ao único acesso<br />

rodoviário em condições a Paracambi, a via Dutra. Para o centro <strong>de</strong> Paracambi<br />

po<strong>de</strong>riam ser pensados redirecionamentos da ocupação, visando a <strong>de</strong>scompressão da<br />

área central, <strong>de</strong>nsa e encravada no fundo do vale. <strong>Estudos</strong> po<strong>de</strong>rão avaliar a pertinência<br />

funcional e financeira na promoção, pela Prefeitura, <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização,<br />

através da transferência <strong>de</strong> algumas funções para um segundo núcleo, dividindo o vetor<br />

<strong>de</strong> ocupação.<br />

♦ Face às frágeis funções urbanas que possuem, os municípios <strong>de</strong> Piraí, Rio Claro e<br />

Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin não necessitam <strong>de</strong> planos diretores, caros e trabalhosos.<br />

Po<strong>de</strong>riam possuir apenas Leis <strong>de</strong> Zoneamento (Macrozoneamento e Zoneamento<br />

Urbano), limitando a mancha urbana, protegendo áreas rurais e <strong>de</strong> proteção ambiental e<br />

direcionando os vetores <strong>de</strong> crescimento para áreas a<strong>de</strong>quadas.<br />

♦ Todos os municípios, sobretudo os da área <strong>de</strong> baixada da bacia, necessitam<br />

empreen<strong>de</strong>r política conseqüente na recuperação <strong>de</strong> áreas resi<strong>de</strong>nciais problemáticas,<br />

como os loteamentos irregulares e clan<strong>de</strong>stinos e as favelas. Primeiramente instituindo<br />

revisão das leis <strong>de</strong> parcelamento do solo e sua aplicação rigorosa, garantindo a doação<br />

<strong>de</strong> áreas públicas <strong>de</strong>stinadas ao lazer e recreação. Em segundo lugar, realizando um<br />

amplo levantamento da situação <strong>de</strong> cada loteamento existente, i<strong>de</strong>ntificando os<br />

responsáveis pela irregularida<strong>de</strong> e efetuando as melhorias paisagísticas e <strong>de</strong> infraestrutura<br />

necessárias à sua recuperação.<br />

♦ De modo geral, todos os municípios necessitam revisar a sua legislação urbana, <strong>de</strong><br />

modo a incentivar a implementação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> recuperação ambiental, com a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> proteção e instituição <strong>de</strong> programas específicos<br />

(reflorestamento, incentivos, etc). Da mesma forma, necessitam prever diretrizes e<br />

programas para a recuperação das áreas centrais, incentivando o re-<strong>de</strong>senho urbano e a<br />

requalificação ambiental <strong>de</strong> seus espaços e arquiteturas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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QUADRO 2.5 - SITUAÇÃO DA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL DE CONTROLE DO USO E<br />

Município<br />

Engº P.<br />

Frontin<br />

OCUPAÇÃO DO SOLO<br />

Plano Diretor<br />

não sim<br />

em<br />

revisão<br />

Lei <strong>de</strong><br />

Zoneamento<br />

em<br />

não sim<br />

revisão<br />

1985 1985<br />

Itaguaí 1976 1981 1981<br />

Japeri <br />

Mangaratiba<br />

Miguel<br />

Pereira<br />

Nova<br />

Iguaçu<br />

Paracambi<br />

1977 1977 1977 <br />

1992 1992<br />

1991 1991 <br />

1991 1991 1991<br />

Piraí 1979 1979<br />

Queimados<br />

<br />

Rio Claro 1996 1996<br />

Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro<br />

Seropédica<br />

1992 <br />

<br />

Lei <strong>de</strong><br />

Parcelamento Observações<br />

não sim<br />

em<br />

revisão<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Foi encaminhado à Câmara uma<br />

nova proposta <strong>de</strong> Plano Diretor<br />

(1992), mas o Prefeito seguinte<br />

nunca a publicou. Válidos o<br />

Plano da Fundrem e as revisões<br />

<strong>de</strong> legislação <strong>de</strong> 1981.<br />

Recém emancipado, ainda<br />

utiliza-se do Plano <strong>de</strong> Nova<br />

Iguaçu, embora com restrições.<br />

Iniciou convênio com UERJ<br />

(planejamento e geoprocessamento).<br />

Ainda se utiliza do Plano Diretor<br />

e da legislação realizados com<br />

apoio da Fundrem. A Prefeitura<br />

dispõe <strong>de</strong> serviços externos para<br />

a elaboração <strong>de</strong> novos<br />

instrumentos.<br />

Zoneamento e uso do solo<br />

inseridos na Lei do Código <strong>de</strong><br />

Obras.<br />

O Plano aprovado apenas<br />

encaminhou macro-zoneamento,<br />

agora em fase <strong>de</strong> revisão e<br />

<strong>de</strong>talhamento. A Prefeitura<br />

encaminha importantes projetos<br />

<strong>de</strong> estruturação urbana.<br />

Plano e legislação complementar<br />

bem <strong>de</strong>talhados, com indicativos<br />

<strong>de</strong> projetos locais <strong>de</strong> estruturação<br />

urbana.<br />

A Prefeitura assinou convênio<br />

com IBAM e está iniciando<br />

(1997) a revisão da legislação <strong>de</strong><br />

uso do solo e parcelamento.<br />

Recém emancipado <strong>de</strong> Nova<br />

Iguaçu, iniciou (1997) a<br />

elaboração <strong>de</strong> Plano Diretor.<br />

Novas leis <strong>de</strong> uso do solo e<br />

parcelamento existem, mas ainda<br />

não aprovadas.<br />

Em fase <strong>de</strong> revisão do Plano<br />

Diretor, atualiza constantemente<br />

a legislação <strong>de</strong> uso do solo e<br />

parcelamento. Implanta o Projeto<br />

<strong>de</strong> Estruturação Urbana <strong>de</strong><br />

Campo Gran<strong>de</strong>.<br />

Recém emancipado, ainda<br />

utiliza-se do Plano <strong>de</strong> Itaguaí,<br />

embora com restrições.<br />

2-33


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2.4.4 Uso Industrial<br />

A bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba tem a quase totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu território submetido ao<br />

disciplinamento <strong>de</strong> uso do solo estabelecido pelo Zoneamento Industrial Metropolitano -<br />

Portaria nº 176, <strong>de</strong> 21 <strong>de</strong> fevereiro <strong>de</strong> 1981, Conselho Deliberativo Região Metropolitana<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Esta, por sua vez, subordina-se à Lei Fe<strong>de</strong>ral nº 6803, <strong>de</strong> 2 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong><br />

1980, que, buscando compatibilizar a ativida<strong>de</strong> industrial com a proteção ambiental,<br />

classificou as zonas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> industrial em três categorias:<br />

Zonas <strong>de</strong> Uso<br />

Estritamente<br />

Industrial - ZEI<br />

Zonas <strong>de</strong> Uso<br />

Predominantem<br />

ente Industrial -<br />

ZUPI:<br />

Zonas <strong>de</strong> Uso<br />

Diversificado -<br />

ZUD<br />

Destinadas, preferencialmente, à localização <strong>de</strong> estabelecimentos<br />

industriais cujos resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos,<br />

vibrações, emanações e radiações possam causar perigo à saú<strong>de</strong>, ao<br />

bem estar e à segurança das populações, mesmo <strong>de</strong>pois da aplicação<br />

<strong>de</strong> métodos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> controle e tratamento <strong>de</strong> efluentes, nos<br />

termos da legislação vigente".<br />

Destinadas, preferencialmente à instalação <strong>de</strong> indústrias cujos<br />

processos, submetidos a métodos a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong> controle e tratamento<br />

<strong>de</strong> efluentes, não causem incômodos sensíveis às <strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s<br />

urbanas e nem perturbem o repouso noturno das populações.<br />

Destinadas à localização <strong>de</strong> estabelecimentos industriais cujo processo<br />

produtivo seja complementar às ativida<strong>de</strong>s do meio urbano ou rural em<br />

que se situem, e com elas se compatibilizem, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do<br />

uso <strong>de</strong> métodos especiais <strong>de</strong> controle da poluição, não ocasionando,<br />

em qualquer caso, inconvenientes à saú<strong>de</strong>, ao bem estar, e à segurança<br />

das populações vizinhas.<br />

Com a edição da Portaria nº 176 estabelece-se o Zoneamento Industrial Metropolitano do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, na sua forma atual, e que na bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong>fine 16 áreas<br />

industriais, <strong>de</strong>ntre as quais seis ZEIs, além da Zona Industrial <strong>de</strong> Itaguaí, e nove ZUPIs,<br />

indicadas no Mapa 9 - “Perímetros Urbanos e Áreas Industriais”:<br />

ZEI Campo<br />

Gran<strong>de</strong><br />

Ocupada pelo Distrito Industrial <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, implantado em<br />

área <strong>de</strong> 24,15 ha situada na Av. Brasil, O Distrito é administrado<br />

pela Companhia <strong>de</strong> Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro - CODIN. Apresenta todos os lotes já <strong>de</strong>stinados, com a<br />

maioria <strong>de</strong>les já tendo empresas implantadas. A ZEI não apresenta<br />

conflitos <strong>de</strong> uso, estando a<strong>de</strong>quada às finalida<strong>de</strong>s para as quais foi<br />

projetada.<br />

ZEI Palmares Ocupada pelo Distrito Industrial <strong>de</strong> Palmares, implantado em área <strong>de</strong><br />

aproximadamente 51 ha situada no km 50 da Av. Brasil. O D.I. é<br />

administrado pela CODIN, apresentando toda sua área ocupada por<br />

indústrias já implantadas Não apresenta conflitos <strong>de</strong> uso, sendo<br />

a<strong>de</strong>quada às ativida<strong>de</strong>s para as quais foi projetada<br />

2-34


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

ZEI Paciência Ocupada pelo Distrito Industrial <strong>de</strong> Paciência, administrado pela<br />

CODIN, implantado em área <strong>de</strong> aproximadamente 42,7 ha localizada<br />

entre a Av. Cesário <strong>de</strong> Melo, a Rua Pistóia e o ramal da RFFSA. O<br />

D.I. apresenta ocupação quase plena, com apenas 1 ha <strong>de</strong> área<br />

disponível. A ZEI <strong>de</strong> Paciência não apresenta conflitos aparentes <strong>de</strong><br />

uso.<br />

ZEI Santa<br />

Cruz<br />

ZEI<br />

Queimados<br />

(antes ZEI<br />

Nova Iguaçu)<br />

ZEI<br />

Companhia<br />

Si<strong>de</strong>rúrgica<br />

Nacional<br />

Zona<br />

Industrial <strong>de</strong><br />

Itaguaí<br />

ZUPI Coroa<br />

Gran<strong>de</strong><br />

ZUPI Santa<br />

Cruz<br />

Localizada entre o rio Guandu e o canal <strong>de</strong> São Francisco, é ocupada<br />

pelo Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz, com área aproximada <strong>de</strong> 73,74<br />

ha. Administrado pela CODIN, o D.I. é parcialmente ocupado com<br />

cerca <strong>de</strong> 25% <strong>de</strong> sua área ainda disponível. Apresenta, especialmente<br />

em suas áreas <strong>de</strong>socupadas, conflitos <strong>de</strong> uso pela presença <strong>de</strong> áreas<br />

inundáveis e <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> floresta <strong>de</strong>nsa, em estágio avançado <strong>de</strong><br />

recuperação.<br />

Ocupada pelo Distrito Industrial <strong>de</strong> Queimados, administrado pela<br />

CODIN, implantado em área <strong>de</strong> aproximadamente 177 ha, com<br />

acesso localizado no km 33,5 da rodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra. O D.I.<br />

apresenta aproximadamente 50% <strong>de</strong> sua área ocupada. A ZEI <strong>de</strong><br />

Queimados não apresenta conflitos <strong>de</strong> uso, sendo a<strong>de</strong>quada às<br />

ativida<strong>de</strong>s para as quais foi projetada.<br />

Dispondo <strong>de</strong> 1.100 ha <strong>de</strong> área no município <strong>de</strong> Seropédica, a ZEI<br />

CSN foi estabelecida para dar suporte à expansão da própria<br />

Companhia, não apresentando, hoje, qualquer utilização industrial.<br />

Tem a maior parte <strong>de</strong> seus terrenos ocupados por vegetação comum<br />

às pastagens, apresentando, no entanto, áreas incompatíveis com a<br />

ativida<strong>de</strong> industrial, como terrenos inundáveis, florestas em estágio<br />

avançado <strong>de</strong> recuperação e vegetação <strong>de</strong> mangue, este último<br />

bastante <strong>de</strong>gradado.<br />

Além das zonas enumeradas acima, a bacia conta ainda com a<br />

proposta <strong>de</strong> mais uma área <strong>de</strong> uso exclusivamente industrial, o<br />

Distrito Industrial <strong>de</strong> Itaguaí. Proposto pela prefeitura daquele<br />

município, o D.I. dispõe <strong>de</strong> 125,5 ha, dos quais 89,1 ha para<br />

ativida<strong>de</strong>s industriais. A área está localizada no entroncamento da RJ-<br />

099 com a BR-101. Sua ocupação industrial ainda não se efetivou,<br />

estando limitada a uma concessionária <strong>de</strong> automóveis<br />

Localizada em Itaguaí, em área contígua a da ZEI CSN, possui 698<br />

ha, on<strong>de</strong> se localiza apenas uma indústria. Nesta ZUPI existe extensa<br />

área <strong>de</strong> manguezal. Há também registro <strong>de</strong> áreas inundáveis<br />

Localizada em Santa Cruz, entre a BR-101, o canal <strong>de</strong> São Francisco<br />

e o canal Guandu, ocupa área <strong>de</strong> 2.845,3 ha. Nesta ZUPI localizam-se<br />

14 conjuntos habitacionais, oito favelas e vários loteamentos<br />

irregulares, além <strong>de</strong> 5 indústrias. Segundo o IPLANRIO po<strong>de</strong> ser<br />

dividida em três sub-áreas:<br />

• 1ª sub-área: entre o canal <strong>de</strong> São Francisco e o limite do município<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-35


ZUPI<br />

Guaratiba<br />

ZUPI<br />

Palmares<br />

ZUPI<br />

Inhoaíba<br />

ZUPI Campo<br />

Gran<strong>de</strong><br />

ZUPI<br />

Queimados<br />

ZUPI Águas<br />

Lindas<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro; possui 945,5 ha e está comprometida com o uso<br />

industrial, apresentando 642,8 ha <strong>de</strong> áreas vazias.<br />

• 2ª sub-área: entre o canal <strong>de</strong> São Francisco, área militar e a estrada<br />

<strong>de</strong> ferro; possui 655,3 ha e foi arrendada na década <strong>de</strong> oitenta pela<br />

União, para a viabilização <strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> função técnica<br />

voltado para a agricultura. A área apresenta conflito <strong>de</strong> uso em<br />

relação à legislação ambiental, uma vez que nela encontra-se um<br />

manguezal.<br />

• 3ª sub-área: entre o canal <strong>de</strong> São Francisco, a Av. João XXIII e a<br />

BR-101; possui 515 ha, sendo 15% <strong>de</strong>stes <strong>de</strong> uso resi<strong>de</strong>ncial e nos<br />

85% restantes, com utilização agrícola ou vazios. Apresenta<br />

conflito <strong>de</strong> uso, uma vez que 75% <strong>de</strong>sta sub-área está incluída na<br />

área proposta pelo município do Rio <strong>de</strong> Janeiro para criação da<br />

APA da bacia do rio Cação Vermelho. Esta unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

conservação, no entanto, não foi até o momento efetivamente<br />

criada.<br />

Localizada em Guaratiba, tem área 175,70 ha, on<strong>de</strong> se localiza a<br />

indústria MICHELIN. Apresenta área <strong>de</strong> floresta <strong>de</strong>nsa em seu<br />

interior, assim como alguns prolongamentos <strong>de</strong> área urbanizada em<br />

seu entorno.<br />

Localizada em Santa Cruz, às margens da BR-101, em área <strong>de</strong><br />

1.426,8 ha, dispondo a maior parte <strong>de</strong> sua área sem qualquer uso<br />

urbano, espaço parcialmente utilizado para agricultura. Consi<strong>de</strong>ra-se<br />

em princípio que a ZUPI <strong>de</strong> Palmares apresenta conflitos <strong>de</strong> uso, na<br />

medida em que parte <strong>de</strong> sua área está ocupada por floresta <strong>de</strong>nsa em<br />

estágio avançado <strong>de</strong> recuperação. Há também a indicação <strong>de</strong> que<br />

parte da APA proposta para a bacia do rio Cação Vermelho coinci<strong>de</strong><br />

com parte <strong>de</strong> seus terrenos.<br />

Localizada em Campo Gran<strong>de</strong>, a margem do ramal da RFFSA, tem<br />

área <strong>de</strong> 58,70 ha, totalmente urbanizada, on<strong>de</strong> se localizam as<br />

instalações da empresa Ishikawajima.<br />

Localizada em Campo Gran<strong>de</strong>, às margens da BR-101, em áreas<br />

contíguas às da ZEI Campo Gran<strong>de</strong>, tem área <strong>de</strong> 415 ha, dos quais<br />

20% ocupados com indústrias (5 ao todo) e os 80% restantes<br />

ocupados por áreas resi<strong>de</strong>nciais e usos agrícolas.<br />

Localizada no município <strong>de</strong> Queimados, às margens da BR-116,<br />

dispõe <strong>de</strong> 1.903 ha, on<strong>de</strong> se localizam 13 indústrias. Apresenta várias<br />

áreas urbanizadas, com baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> predial e pequena porção<br />

com uso agrícola.<br />

Localizada em Sepetiba, ao longo da BR-116, dispõe <strong>de</strong> 400 ha sem<br />

qualquer utilização industrial e sem qualquer uso urbano. Não<br />

apresenta usos ou situações ambientalmente conflitantes com a<br />

ativida<strong>de</strong> industrial.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-36


ZUPI<br />

Seropédica<br />

Zona<br />

Econômica<br />

Exclusiva -<br />

ZEE<br />

Outras Áreas<br />

Industriais<br />

Planejadas<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Também localizada em Sepetiba, na confluência da BR-116 com a<br />

BR-485, dispõe <strong>de</strong> 92 ha sem qualquer uso industrial. Apresenta no<br />

seu limite mais a oeste pequena área urbanizada, com baixa<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> predial. A zona situa-se no interior da Floresta Nacional<br />

Mário Xavier, porém em porção não coinci<strong>de</strong>nte com o<br />

reflorestamento existente.<br />

A Lei Complementar nº 16 <strong>de</strong> 4 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 1992 que dispõe sobre a<br />

política urbana do município, instituiu o Plano Diretor Decenal da<br />

Cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro e dá outras providências, cria a Zona<br />

Econômica Exclusiva - ZEE, localizada ao longo da BR-101, em<br />

áreas que englobam os Distritos Industriais <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> e<br />

Palmares. A instituição <strong>de</strong>sta ZEE amplia as ZUPIs Palmares e<br />

Campo Gran<strong>de</strong>, ligando-as em um espaço contínuo. Por outro lado,<br />

exclui parte do bairro Jardim Palmares da área da ZUPI Palmares,<br />

limitando, portanto, seu uso industrial.<br />

Destaca-se aqui, por situar-se fora dos espaços <strong>de</strong> planejamento<br />

industrial acima <strong>de</strong>scrito, a existência no município <strong>de</strong> Itaguaí <strong>de</strong> área<br />

<strong>de</strong> 3500 ha, localizada entre a RJ-099 e o canal <strong>de</strong> São Francisco,<br />

<strong>de</strong>stinada, segundo planejamento da AD-RIO, ao Centro Industrial e<br />

Portuário <strong>de</strong> Sepetiba - CIPS. Uma segunda área <strong>de</strong> 3200 ha está<br />

reservada a uma eventual expansão da CIPS e situa-se em frente à<br />

primeira, do outro lado da rodovia RJ-099, limitada por esta e pela<br />

linha ferroviária. Estas áreas são circundadas por outras não ocupadas<br />

do perímetro urbano legal <strong>de</strong> Itaguaí, e no seu interior existem<br />

pequenas e médias proprieda<strong>de</strong>s com limitada utilização econômica e<br />

poucas benfeitorias <strong>de</strong> construção simples. A efetivação <strong>de</strong> uso<br />

industrial <strong>de</strong> tais áreas implicaria, basicamente, no <strong>de</strong>slocamento do<br />

uso agropecuário incipiente, ali existente, via aquisição e<br />

remembramento das parcelas atuais para reparcelamento urbano<br />

industrial..<br />

CONCLUSÕES QUANTO À OCUPAÇÃO INDUSTRIAL<br />

A <strong>de</strong>cisão empresarial quanto à localização <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s investimentos industriais, na<br />

maioria dos casos, respeitou o zoneamento industrial <strong>de</strong>finido para a RMRJ, situação que<br />

se reflete na bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Isto po<strong>de</strong> ser constatado pela observação do<br />

cadastro <strong>de</strong> indústrias da FEEMA, pelo qual observa-se expressiva concentração<br />

industrial nas áreas <strong>de</strong>finidas como Zonas <strong>de</strong> Uso Estritamente Industrial - ZEIs.<br />

Esta situação <strong>de</strong>ve-se especialmente ao fato <strong>de</strong> que nas ZEIs foram implantados Distritos<br />

Industriais, áreas projetadas e administradas pela Campanha <strong>de</strong> Desenvolvimento<br />

Industrial do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro - CODIN, objeto <strong>de</strong> vultosos investimentos em<br />

infra-estrutura, fator que <strong>de</strong>finiu para elas elevado grau <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> empresas,<br />

representando, também, significativo subsídio aos empreen<strong>de</strong>dores que nelas se<br />

implantaram, uma vez que os preços dos terrenos nelas praticados não refletiam seus<br />

custos reais.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-37


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Por outro lado, o Zoneamento Industrial Metropolitano é instrumento básico utilizado pela<br />

FEEMA quando da avaliação da viabilida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> empreendimentos industriais<br />

em seus processos <strong>de</strong> licenciamento, o que contribui para que sejam respeitadas suas<br />

<strong>de</strong>terminações.<br />

As áreas <strong>de</strong>finidas por este instrumento apresentam em alguns casos, incompatibilida<strong>de</strong>s<br />

com a ativida<strong>de</strong> industrial, ora <strong>de</strong>correntes do <strong>de</strong>senvolvimento da legislação ambiental,<br />

ora resultantes da utilização espontânea dos solos em seus limites.<br />

O <strong>de</strong>sempenho industrial observado na maioria das ZEIs, no entanto, não foi verificado<br />

nas ZUPIs, áreas <strong>de</strong>stinadas, como já comentado, a conciliar <strong>de</strong>terminadas indústria às<br />

<strong>de</strong>mais ativida<strong>de</strong>s urbanas. Por não ter havido investimentos governamentais em infraestrutura<br />

nessas zonas, nem terem sido realizados os Planos <strong>de</strong> Ocupação <strong>de</strong> Zonas<br />

Industriais - POZIs, previstos em lei, as ZUPIs <strong>de</strong>spertaram pouco interesse dos<br />

empresários para a localização <strong>de</strong> seus projetos. Dessa forma, consi<strong>de</strong>ra-se que o<br />

zoneamento industrial em si teve pouca influência no processo locacional das indústrias<br />

na bacia, orientados, isto sim, pelos investimentos do estado em infra-estrutura.<br />

Por outro lado, a <strong>de</strong>finição do Zoneamento Industrial, tendo sido feita com base em vários<br />

critérios que incluíam parâmetros físicos e <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong>, acabou por estabelecer as<br />

ZUPIs em áreas planas, <strong>de</strong>sempedidas e, em geral, servidas por bom sistema viário. Esta<br />

situação facilitou, e vem facilitando, sua ocupação por usos resi<strong>de</strong>nciais, formal e<br />

informalmente implantados.<br />

A ocupação <strong>de</strong>ssas áreas por residências acaba por <strong>de</strong>sestimular aquelas empresas que,<br />

eventualmente, tenham projetado suas plantas industriais para as mesmas, uma vez que<br />

são notórios os conflitos entre ativida<strong>de</strong>s indústrias e resi<strong>de</strong>nciais em outras regiões da<br />

RMRJ.<br />

O processo <strong>de</strong> planejamento da bacia da Baia <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>ssa forma, <strong>de</strong>manda uma<br />

revisão do Zoneamento Industrial Metropolitano que implique:<br />

♦ a manutenção dos contornos das ZEIs que tenham ocupação industrial relevante;<br />

♦ a alteração dos limites das ZUPIs, transformando parcelas dos seus territórios em ZEIs,<br />

quando pertinente, <strong>de</strong>la sendo subtraídas as áreas com ocupação exclusivamente<br />

resi<strong>de</strong>ncial ou em conflito com espaços territoriais protegidos;<br />

♦ a realização emergencial, para as áreas das ZUPIs já re<strong>de</strong>finidas, dos Planos <strong>de</strong><br />

Ocupação das Zonas Industriais que <strong>de</strong>finam, com precisão, o perfil <strong>de</strong> ocupação a ser<br />

nelas adotado.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPAS TEMÁTICOS<br />

Com base neste diagnóstico foram produzidas duas espacializações: Mapa 8 - “Perímetros<br />

Urbanos Legais e Áreas industriais” e Mapa 9 - “Zoneamentos Municipais”.<br />

2-38


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.5 INFRA-ESTRUTURA DE SANEAMENTO<br />

Nesta seção a infra-estrutura <strong>de</strong> saneamento existente na bacia <strong>de</strong> Sepetiba é analisada<br />

setorizadamente, nas áreas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água, esgotamento sanitário, limpeza e<br />

drenagem urbana. Cada setor é caracterizado quanto ao nível <strong>de</strong> atendimento, qualida<strong>de</strong> e<br />

confiabilida<strong>de</strong> dos serviços, buscando-se avaliar as principais carências da região em cada<br />

uma das áreas.<br />

2.5.1 Abastecimento <strong>de</strong> Água<br />

O abastecimento <strong>de</strong> água da região apresenta condições variadas <strong>de</strong> atendimento através<br />

<strong>de</strong> sistemas públicos implantados, os quais são administrados e operados pela CEDAE -<br />

Companhia Estadual <strong>de</strong> Águas e Esgotos, que é a atual concessionária <strong>de</strong> água e esgotos<br />

<strong>de</strong> toda a região. A CEDAE <strong>de</strong>senvolveu no ano <strong>de</strong> 1985, estudos a nível <strong>de</strong> Plano Diretor<br />

<strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água (PDA-RMRJ), contemplando toda a Região Metropolitana do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro. Os estudos previam ampliações em todos os sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água, <strong>de</strong> tal modo que, no ano <strong>de</strong> 1995, todos os municípios dispusessem <strong>de</strong> um nível <strong>de</strong><br />

atendimento <strong>de</strong> 95%, sendo o Rio <strong>de</strong> Janeiro contemplado com 100%. Tais metas não<br />

ocorreram, dispondo hoje a região <strong>de</strong> um quadro insatisfatório, tanto no nível <strong>de</strong><br />

atendimento, quanto na confiabilida<strong>de</strong> dos sistemas. A quase totalida<strong>de</strong> dos municípios<br />

não conta com obras <strong>de</strong> reservação, trazendo como conseqüência um fornecimento <strong>de</strong><br />

água <strong>de</strong>scontínuo às populações, conduzindo à utilização <strong>de</strong> poços rasos e cacimbas que,<br />

<strong>de</strong> modo geral, possuem água com qualida<strong>de</strong> comprometida, <strong>de</strong>vido à contaminação do<br />

lençol freático por lançamento <strong>de</strong> esgotos.<br />

Os principais sistemas <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água da área localizam-se <strong>de</strong>ntro da bacia do<br />

rio Guandu e aten<strong>de</strong>m não somente aos municípios incluídos na bacia <strong>de</strong> Sepetiba, mas,<br />

principalmente, aten<strong>de</strong>m todos os municípios da Baixada Fluminense e o Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Estes sistemas são apresentados a seguir:<br />

Sistema<br />

Acari<br />

Sistema<br />

Ribeirão<br />

das Lajes<br />

Foi o primeiro sistema <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água do Rio <strong>de</strong> Janeiro que<br />

recorreu a fontes <strong>de</strong> abastecimento localizadas fora do município. É<br />

composto <strong>de</strong> cinco subsistemas: São Pedro, rio d’Ouro, Tinguá, Xerém e<br />

Mantiquira, todos originados nas encostas dos morros da região serrana<br />

adjacente à baixada fluminense. Dos subsistemas citados, apenas o do São<br />

Pedro serve a localida<strong>de</strong>s da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, mais especificamente Japeri,<br />

Eng o . Pedreira, Queimados e Austin, aten<strong>de</strong>ndo a uma população <strong>de</strong> 115.358<br />

habitantes, representando 11% da população atendida na bacia. As águas do<br />

referido sistema são <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, necessitando, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>cantação<br />

simples, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção por cloro, mas possuindo uma <strong>de</strong>scarga disponível<br />

reduzida na época da estiagem, o que contribui para um nível <strong>de</strong><br />

atendimento irregular, sem capacida<strong>de</strong> atual <strong>de</strong> ampliações no fornecimento.<br />

Utiliza água proveniente do Reservatório <strong>de</strong> Lajes captando no canal <strong>de</strong> fuga<br />

da usina hidrelétrica <strong>de</strong> Fonte Nova. O sistema possui uma capacida<strong>de</strong><br />

máxima <strong>de</strong> vazão <strong>de</strong> 5,0 m 3 /s, distribuída em duas linhas adutoras. A<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-39


Sistema<br />

Guandu<br />

Sistemas<br />

Isolados<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

produção atual aten<strong>de</strong> uma população total <strong>de</strong> 705.922 habitantes, sendo que<br />

a maior parte <strong>de</strong>sta população encontra-se no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Dentro da bacia, aten<strong>de</strong> às localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Lajes, Paracambi, Seropédica e<br />

Campo Lindo, abastecendo uma população <strong>de</strong> 54.198 habitantes, o que<br />

representa 5% da população atendida na bacia. As águas do sistema são <strong>de</strong><br />

boa qualida<strong>de</strong>, recebendo apenas <strong>de</strong>sinfecção.<br />

Utiliza águas do rio Guandu, já acrescidas das vazões provenientes dos rios<br />

Paraíba, Piraí e ribeirão das Lajes, <strong>de</strong>vido à transposição <strong>de</strong> águas efetuada<br />

para atendimento ao complexo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia da Light. A captação é<br />

feita no rio Guandu, próxima ao local on<strong>de</strong> as linhas adutoras <strong>de</strong> ribeirão das<br />

Lajes cruzam o Guandu, na divisa dos municípios <strong>de</strong> Seropédica e Nova<br />

Iguaçu. O sistema é o gran<strong>de</strong> supridor <strong>de</strong> água da Região Metropolitana do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro, aten<strong>de</strong>ndo uma população estimada em 6.205.529 habitantes,<br />

para os quais fornece 40.431 l/s. Dentro da bacia o sistema aten<strong>de</strong> 835.001<br />

habitantes, fornecendo 4.949 l/s para as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Cabuçu em Nova<br />

Iguaçu, Itaguaí, Regiões Administrativas <strong>de</strong> Santa Cruz, Campo Gran<strong>de</strong>,<br />

Guaratiba e pequena parcela <strong>de</strong> Bangu no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro. O<br />

atendimento a estas localida<strong>de</strong>s significa um índice <strong>de</strong> 79% da população<br />

servida <strong>de</strong>ntro da bacia.<br />

Diversos outros sistemas <strong>de</strong> menor porte existem na região, aten<strong>de</strong>ndo<br />

principalmente as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Itaguaí, Mangaratiba, Paracambi e Miguel<br />

Pereira. São sistemas que têm normalmente captações em mananciais <strong>de</strong><br />

menor capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vazão, mas que apresentam, <strong>de</strong> modo geral, águas com<br />

bom padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, necessitando para sua utilização, somente<br />

<strong>de</strong>sinfecção. Destacam-se os mananciais dos rios Mazomba e Itinguçu, que<br />

aten<strong>de</strong>m uma população <strong>de</strong> 20.832 habitantes no município <strong>de</strong> Itaguaí; os do<br />

Prata, Saco e Botafogo/Santana, que abastecem a uma população <strong>de</strong> 10.738<br />

habitantes no município <strong>de</strong> Mangaratiba; o do Santana que aten<strong>de</strong> a 9.955<br />

habitantes <strong>de</strong> Miguel Pereira; e o do Saudoso, que aten<strong>de</strong> 1.029 habitantes<br />

em Paracambi.<br />

Com base nas informações da CEDAE e em observações e visitas <strong>de</strong> campo, verifica-se,<br />

quanto aos sistemas atualmente existentes nos municípios abrangidos pelo Macroplano,<br />

que após o PDA-RMRJ (1985) foram implantadas apenas algumas “soluções paliativas”,<br />

que visaram ao atendimento imediato <strong>de</strong> situações emergenciais, <strong>de</strong>correntes da própria<br />

carência da operação e da manutenção. Algumas <strong>de</strong>stas soluções adotadas pela CEDAE<br />

seguiram as orientações e as diretrizes do PDA-RMRJ enquanto outras são totalmente<br />

divergentes daquelas diretrizes. A carência nos serviços <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> água na<br />

região só não é maior <strong>de</strong>vido ao fato <strong>de</strong> que o crescimento populacional ocorrido<br />

felizmente esteve muito aquém das expectativas projetadas no referido Plano Diretor.<br />

Observa-se, em virtu<strong>de</strong> das menores taxas <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico efetivamente<br />

ocorridas que, caso as ações <strong>de</strong> curto prazo previstas no PDA-RMRJ tivessem sido<br />

implantadas, a região contaria hoje com um excelente nível <strong>de</strong> atendimento no setor <strong>de</strong><br />

abastecimento <strong>de</strong> água. A seguir apresenta-se um resumo das principais conclusões acerca<br />

do abastecimento <strong>de</strong> água na região, bem como o nível <strong>de</strong> atendimento em cada<br />

município.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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PRINCIPAIS CONCLUSÕES QUANTO AO ABASTECIMENTO DE ÁGUA<br />

Todos os núcleos urbanos existentes na bacia contam com serviço <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água, porém com <strong>de</strong>ficiências quanto à confiabilida<strong>de</strong> do suprimento.<br />

As metas do Plano Diretor da CEDAE para a região quanto à implantação <strong>de</strong> novos<br />

sistemas não foram implementadas, causando um déficit consi<strong>de</strong>rável nos serviços<br />

ofertados.<br />

O índice atual <strong>de</strong> atendimento à maioria dos municípios é inferior a 85%. Somente o<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro e Nova Iguaçu possuem índices superiores.<br />

O uso <strong>de</strong> poços é pratica corrente, na tentativa <strong>de</strong> compensar tal <strong>de</strong>ficiência.<br />

As baixas condições sanitárias, <strong>de</strong>vido à contaminação do lençol freático em várias<br />

localida<strong>de</strong>s da bacia, impõem risco à saú<strong>de</strong>, com informações <strong>de</strong> alta incidência <strong>de</strong><br />

doenças <strong>de</strong> veiculação hídrica.<br />

Os mananciais hídricos da bacia são suficientes para atendimento às <strong>de</strong>mandas locais<br />

existentes e projetadas. Dado seu papel estratégico <strong>de</strong> suprimento a RMRJ <strong>de</strong>ve ser<br />

alvo <strong>de</strong> política <strong>de</strong> preservação e recuperação <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong>.<br />

As principais pressões sobre áreas <strong>de</strong> mananciais locais consistem na área <strong>de</strong> expansão<br />

urbana projetada sobre as cabeceiras do rio Santana, pelo perímetro urbano legal <strong>de</strong><br />

Miguel Pereira e nos problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>smatamento e <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> mata ciliar nas<br />

cabeceiras do rio Mazomba. O manancial do rio São Pedro encontra-se atualmente<br />

protegido pela Reserva Biológica do Tinguá.<br />

FIGURA 2.6<br />

ÍNDICE ATUAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (1996)<br />

800<br />

700<br />

600<br />

500<br />

400<br />

300<br />

Populaçao (1000)<br />

200<br />

100<br />

0<br />

RJ NI* JP QM IT SR PR MA MP<br />

Municipios<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

Indice <strong>de</strong> atendimento<br />

* Nova Iguaçu conta com 85% em média <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong>ntro da Bacia. Austin conta com<br />

66% e Cabuçu 88%.<br />

Pop Urb<br />

Pop aten<br />

%<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

A configuração dos principais sistemas po<strong>de</strong> ser visualizada no Mapa 13 -<br />

“Abastecimento <strong>de</strong> Água - Zonas <strong>de</strong> Abrangência dos Sistemas Existentes”.<br />

2-41


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2.5.2 Sistema <strong>de</strong> Esgoto<br />

A população urbana, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1.300.000 habitantes, atualmente existente na bacia da<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba, respon<strong>de</strong> por uma produção <strong>de</strong> esgotos sanitários da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 286.900<br />

m 3 /dia.<br />

De forma generalizada, é muito precário o atendimento à população da bacia quanto ao<br />

esgotamento sanitário. Praticamente inexistem sistemas implantados, mesmo <strong>de</strong>ntro do<br />

município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> o serviço é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da CEDAE, através <strong>de</strong><br />

concessão.<br />

Nos <strong>de</strong>mais municípios, a situação não é diferente, sendo que o pouco que existe opera <strong>de</strong><br />

maneira ina<strong>de</strong>quada.<br />

De maneira geral, os esgotos domésticos são conduzidos a fossas sépticas individuais,<br />

normalmente sem sumidouro, ou, na maioria dos casos, conduzidas para as galerias <strong>de</strong><br />

águas pluviais ou diretamente para valas a céu aberto ou para fundos <strong>de</strong> vale e cursos <strong>de</strong><br />

água locais. Em geral, inexiste qualquer programa voltado à conscientização das<br />

populações acerca da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> limpeza das fossas, o que acarreta a perda <strong>de</strong><br />

eficiência das mesmas, que se transformam com o tempo em simples caixas <strong>de</strong> passagem,<br />

com pouca ou nenhuma <strong>de</strong>puração dos esgotos.<br />

A produção <strong>de</strong> esgotos sanitários na bacia, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 286.900 m 3 /dia, gera uma carga<br />

orgânica em torno <strong>de</strong> 69.920 kg DBO/dia, lançada praticamente em sua totalida<strong>de</strong> nos<br />

cursos d’água atingindo a baía <strong>de</strong> Sepetiba. Tal fato leva a uma condição <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação<br />

ambiental crescente em praticamente toda a região. As condições sanitárias da população<br />

são as piores possíveis, agravando-se ainda mais para a parcela resi<strong>de</strong>nte nas áreas <strong>de</strong><br />

baixada, sujeitas a inundações periódicas.<br />

A falta <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> esgotos tem ocasionado altos níveis <strong>de</strong> contaminação do lençol<br />

freático por coliformes fecais, sendo esta a água disponível para gran<strong>de</strong> parte da<br />

população.<br />

As áreas <strong>de</strong> maior criticida<strong>de</strong> nas regiões <strong>de</strong> baixada, localizam-se em Queimados,<br />

Cabuçu, Engº. Pedreira e Guaratiba.<br />

Os esgotos lançados nos rios e canais chegam à baía <strong>de</strong> Sepetiba, acumulando-se ao longo<br />

das praias da porção leste, on<strong>de</strong> encontram-se as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Sepetiba e Guaratiba. O<br />

mau cheiro po<strong>de</strong> ser sentido ao longo da orla, afugentando o turismo e causando a falência<br />

das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bares e restaurantes, que até pouco tempo eram tradicionais.<br />

O lançamento da carga orgânica <strong>de</strong>ntro da baía po<strong>de</strong> ser resumidamente caracterizado,<br />

quanto aos impactos produzidos, em três regiões distintas:<br />

Região do litoral leste, área balneária <strong>de</strong> Sepetiba e Guaratiba que recebe 34,7% da carga<br />

orgânica produzida na bacia, equivalente a 24,300 Kg DBO/dia. É uma área da baía com<br />

baixíssimo padrão <strong>de</strong> circulação da água, po<strong>de</strong>ndo-se concluir que as condições <strong>de</strong><br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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<strong>de</strong>puração são atualmente mínimas, tornando as praias totalmente poluídas sem qualquer<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> balneabilida<strong>de</strong>.<br />

Região do litoral central, recebe lançamentos próximos ao porto <strong>de</strong> Sepetiba, possuindo<br />

condições <strong>de</strong> circulação <strong>de</strong> água melhores que as da área anterior. Recebe a maior<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> efluentes produzidos na bacia, da qual, em se excluindo as contribuições<br />

que chegam pelo canal <strong>de</strong> São Francisco (Guandu), que pela sua alta vazão consegue<br />

<strong>de</strong>purar os esgotos ao longo <strong>de</strong> seu percurso, lança-se nesta região cerca <strong>de</strong> 40,4% da<br />

carga orgânica gerada na bacia, equivalente a 28.200 Kg DBO/dia. Vale ressaltar que,<br />

<strong>de</strong>ste total, 21.700 Kg DBO/dia são lançados pelo rio Guandu Mirim.<br />

Região do litoral oeste, área <strong>de</strong> balneário <strong>de</strong> Mangaratiba, com forte apelo voltado ao<br />

turismo. Apresenta pequeno percentual (1,6%) da carga orgânica <strong>de</strong> esgotos domésticos<br />

produzida na bacia, porém com diversos locais <strong>de</strong> lançamento, distribuídos praticamente<br />

ao longo <strong>de</strong> todas as praias, comprometendo os padrões <strong>de</strong> balneabilida<strong>de</strong> pretendidos<br />

para a região.<br />

Na região contribuinte ao litoral central as ações do Plano para tratamento dos efluentes<br />

<strong>de</strong>vem basicamente dirigir-se aos impactos causados nos locais <strong>de</strong> lançamento das ETEs,<br />

consi<strong>de</strong>rada a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>puração e diluição dos corpos receptores. Já nas regiões do<br />

litoral leste e oeste, <strong>de</strong>ve-se ainda observar os impactos quanto à questão da<br />

balneabilida<strong>de</strong>. Este fato é ainda mais importante no litoral leste, <strong>de</strong>vido às condições<br />

adversas quanto a circulação <strong>de</strong> água na baía.<br />

PRINCIPAIS CONCLUSÕES QUANTO À INFRA-ESTRUTURA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO<br />

A região, em sua totalida<strong>de</strong>, não conta com serviços <strong>de</strong> coleta e tratamento <strong>de</strong> esgotos;<br />

Os esgotos domésticos são lançados em galerias <strong>de</strong> águas pluviais ou diretamente nos<br />

cursos d’água da bacia;<br />

A carga orgânica <strong>de</strong> efluentes domésticos produzida na bacia é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 70 t/dia <strong>de</strong><br />

DBO;<br />

O lançamento diário <strong>de</strong>sta carga no sistema hídrico tem contribuído sobremodo para o<br />

quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração ambiental verificado hoje na bacia;<br />

A principal <strong>de</strong>manda das populações resi<strong>de</strong>ntes na bacia é associada à infra-estrutura<br />

<strong>de</strong> saneamento;<br />

A falta <strong>de</strong> saneamento associada ao problema <strong>de</strong> inundações <strong>de</strong> núcleos urbanos, piora<br />

ainda mais a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>ssas populações;·<br />

As áreas mais críticas quanto ao déficit <strong>de</strong> saneamento são as bacias do rios<br />

Poços/Queimados, Guandu Mirim e Piraquê, que concentram 76% da população<br />

urbana resi<strong>de</strong>nte na bacia;<br />

As praias <strong>de</strong> Guaratiba são excepcionalmente impactadas por estes lançamentos, face<br />

à baixíssima circulação da massa d’água nesta área.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.5.3 Limpeza Urbana<br />

Dentro da bacia <strong>de</strong> Sepetiba po<strong>de</strong>-se dividir, para fins <strong>de</strong> avaliação da limpeza publica, as<br />

seguintes regiões homogêneas, quanto às características do lixo e dos serviços prestados:<br />

♦ Região do Rio <strong>de</strong> Janeiro;<br />

♦ Região <strong>de</strong> Baixada, composta pelos municípios <strong>de</strong> Nova Iguaçu (Cabuçu) e<br />

Queimados.<br />

♦ Região Serrana, agrupando Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin e Miguel Pereira;<br />

♦ Região <strong>de</strong> Transição Litorânea, abrangendo Seropédica e Piraí (Vila Monumento);<br />

♦ Região <strong>de</strong> Transição Serrana, consistindo <strong>de</strong> Japeri e Paracambi<br />

♦ Região Litorânea, compreen<strong>de</strong>ndo os municípios <strong>de</strong> Itaguaí e Mangaratiba;<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

No município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, a coleta e a <strong>de</strong>stinação dos resíduos domiciliares e<br />

hospitalares está a cargo da COMLURB - Companhia Municipal <strong>de</strong> Limpeza Urbana -<br />

que, na área <strong>de</strong> Santa Cruz, Campo Gran<strong>de</strong>, Guaratiba e Jacarepaguá, coleta cerca <strong>de</strong> 500<br />

t/dia, <strong>de</strong>positando estes resíduos no Aterro <strong>de</strong> Itaguaí e na Usina <strong>de</strong><br />

Reciclagem/Compostagem <strong>de</strong> Jacarepaguá. Tanto a operação <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo domiciliar<br />

como a <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> logradouros públicos são bem realizadas, sendo que a primeira se<br />

acha terceirizada para empresas <strong>de</strong> coleta particulares e a segunda é realizada pela própria<br />

COMLURB.<br />

Em termos <strong>de</strong> atendimento à população da Zona Oeste, po<strong>de</strong>-se estimar que o índice<br />

ultrapassa os 90%, computando-se neste índice a população resi<strong>de</strong>nte nas favelas da<br />

região. Para o atendimento <strong>de</strong> favelas, existe um programa <strong>de</strong>nominado “Gari<br />

Comunitário”, empregando mão <strong>de</strong> obra local e veículos, equipamentos e ferramental<br />

específicos para as características físicas e urbanísticas <strong>de</strong> cada favela.<br />

A limpeza <strong>de</strong> logradouros públicos é feita regularmente, abrangendo os serviços <strong>de</strong><br />

varrição <strong>de</strong> ruas, praças e jardins, a limpeza dos locais <strong>de</strong> feiras-livres, a capina <strong>de</strong> ruas e a<br />

remoção <strong>de</strong> entulhos <strong>de</strong> obras e gran<strong>de</strong>s objetos não coletados pelo serviço <strong>de</strong> rotina.<br />

No que concerne ao <strong>de</strong>stino final, o lixo da região é conduzido, em sua maior parte, para o<br />

Aterro <strong>de</strong> Itaguaí que, apesar do nome, se situa em Santa Cruz. Atualmente, este aterro é<br />

operado como um aterro controlado, sem coleta e tratamento do chorume produzido pela<br />

massa <strong>de</strong> resíduos. Já a Usina <strong>de</strong> Jacarepaguá, com capacida<strong>de</strong> nominal para processar até<br />

560 t/dia <strong>de</strong> lixo domiciliar, vem operando regularmente a meia carga, processando até<br />

400 t/dia <strong>de</strong> lixo. Momentaneamente a usina encontra-se paralizada por problemas<br />

operacionais.<br />

No que diz respeito à coleta e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> lixo hospitalar, esta se acha integralmente a<br />

cargo da COMLURB, que efetua a coleta seletiva junto a hospitais, postos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,<br />

ambulatórios e clínicas médicas e odontológicas. A totalida<strong>de</strong> do lixo patogênico coletado<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

é conduzida para o Aterro Sanitário <strong>de</strong> Jardim Gramacho, que se encontra em área<br />

localizada junto à baía <strong>de</strong> Guanabara, on<strong>de</strong> é enterrado em valas isoladas dos <strong>de</strong>mais<br />

resíduos, mas sem nenhum tratamento séptico. Não há um controle diferenciado para o<br />

volume coletado em cada bairro do município, mas po<strong>de</strong>-se dizer que o atendimento <strong>de</strong>ste<br />

serviço tem um índice superior a 90%.<br />

No município do Rio <strong>de</strong> Janeiro existem diversos distritos industriais, sendo os principais<br />

o <strong>de</strong> Palmares e o <strong>de</strong> Santa Cruz, os quais não possuem qualquer infra-estrutura para a<br />

coleta e <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> seus resíduos. Face à <strong>de</strong>ficiência por parte dos órgãos <strong>de</strong> controle<br />

ambiental, é prática comum das indústrias lançarem seus resíduos em vazadouros <strong>de</strong><br />

outros municípios ou até mesmo em terrenos baldios.<br />

No Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz, que se localiza próximo à baía <strong>de</strong> Sepetiba, tem-se<br />

como exemplos a COSIGUA, que não dispõe seus resíduos em aterro especial, e a Casa<br />

da Moeda do Brasil, que estoca seus resíduos em tambores metálicos, expostos ao tempo,<br />

muitos dos quais já <strong>de</strong>teriorados e permitindo que sua carga tóxica entre em contato com<br />

o solo.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Região <strong>de</strong> Baixada<br />

Esta região caracteriza-se por municípios com bairros distantes entre si e cortados por<br />

dois gran<strong>de</strong>s eixos viários, a rodovia BR-116 e a linha férrea da RFFSA, com um número<br />

bastante limitado <strong>de</strong> retornos e viadutos, o que aumenta ainda mais a distância entre os<br />

bairros. Possui gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vias não pavimentadas, o que contribui para<br />

aumentar o tempo <strong>de</strong> coleta e reduzir a vida útil dos veículos coletores.<br />

Apesar <strong>de</strong> tais dificulda<strong>de</strong>s, tanto Nova Iguaçu como Queimados apresentam um serviço<br />

<strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo domiciliar razoável, com um índice <strong>de</strong> coleta que varia entre 70% e 75%<br />

<strong>de</strong> atendimento à população urbana. Em ambos os municípios a coleta é terceirizada,<br />

porém, face às condições <strong>de</strong> circulação local, os veículos coletores acham-se em precário<br />

estado <strong>de</strong> conservação. Os serviços <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> logradouro são praticados pelas<br />

respectivas prefeituras <strong>de</strong> forma regular apenas nos Distritos-Se<strong>de</strong>. Nos bairros mais<br />

afastados dos municípos estes serviços são feitos <strong>de</strong> forma intermitente, <strong>de</strong>ixando muito a<br />

<strong>de</strong>sejar e provocando reclamações sistemáticas dos moradores.<br />

Quanto à <strong>de</strong>stinação final dos resíduos, ambos os municípios estão dispondo seu lixo no<br />

Aterro Sanitário <strong>de</strong> Gramacho. Embora os municípios possuam projetos <strong>de</strong> implantação<br />

<strong>de</strong> Usinas <strong>de</strong> Compostagem, ambas as usinas acham-se paralizadas por falta <strong>de</strong> recursos,<br />

sendo que em Queimados a usina teve suas obras apenas iniciadas. O lançamento do lixo<br />

em Gramacho gera significativo acréscimo <strong>de</strong> custo no serviço, sem falar no aumento do<br />

tempo morto entre o término da coleta e a <strong>de</strong>scarga do lixo no <strong>de</strong>stino final. A ausência <strong>de</strong><br />

um local <strong>de</strong> <strong>de</strong>stinação próximo à área <strong>de</strong> coleta propicia vazamentos do lixo coletado em<br />

terrenos baldios ou nos rios que cortam a região, sendo tal prática usual nas localida<strong>de</strong>s<br />

mais afastadas e em núcleos resi<strong>de</strong>nciais <strong>de</strong> baixa renda, <strong>de</strong>vido tanto à <strong>de</strong>ficiência do<br />

serviço <strong>de</strong> coleta como ao baixo nível <strong>de</strong> instrução e consciência sanitário-ambiental da<br />

população <strong>de</strong>stas localida<strong>de</strong>s.<br />

O lançamento do lixo nos rios causa sérios problemas <strong>de</strong> obstrução <strong>de</strong> calha e inundações<br />

e, no caso do rio Queimados, que <strong>de</strong>sagua a montante da captação da ETA do Guandu,<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

ocasionou por diversas vezes a paralização da captação, para <strong>de</strong>ixar passar a “onda <strong>de</strong><br />

lixo”.<br />

Com relação à coleta e <strong>de</strong>stinação do lixo hospitalar, Nova Iguaçu já contou com a coleta<br />

seletiva <strong>de</strong>stes resíduos, mas atualmente os dois municípios coletam este lixo em conjunto<br />

com o domiciliar, lançando-o no Aterro <strong>de</strong> Gramacho.<br />

Em futuro próximo, os municípios <strong>de</strong>verão implantar serviços <strong>de</strong> coleta em separado para<br />

o lixo hospitalar. O Estado prevê a implantação <strong>de</strong> incineradores <strong>de</strong> lixo patogênico ao<br />

lado das instalações <strong>de</strong> usinas <strong>de</strong> compostagem com financiamento internacional.<br />

No que concerne aos resíduos industriais, vale esclarecer inicialmente que o parque <strong>de</strong><br />

Nova Iguaçu se localiza ao longo da Via Dutra, na bacia do rio Iguaçu, e portanto fora da<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Tal não ocorre, no entanto, com Queimados, cujo Distrito<br />

Industrial está na bacia do rio <strong>de</strong> mesmo nome, que <strong>de</strong>ságua no rio Guandu e vai ter à baía<br />

<strong>de</strong> Sepetiba.<br />

O Distrito Industrial <strong>de</strong> Queimados não possui qualquer infra-estrutura para a coleta e<br />

<strong>de</strong>stinação <strong>de</strong> seus resíduos e as indústrias aí localizadas lançam seus resíduos em<br />

vazadouros <strong>de</strong> outros municípios, ou até mesmo em terrenos baldios e <strong>de</strong>ntro do rio<br />

Queimados, que fica muito próximo ao distrito, causando os problemas já <strong>de</strong>scritos com a<br />

captação <strong>de</strong> águas da CEDAE.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Região Serrana<br />

A principal característica dos municípios <strong>de</strong>sta região é o relevo aci<strong>de</strong>ntado, o que<br />

constitui elemento redutor do atendimento domiciliar face à dificulda<strong>de</strong> dos veículos<br />

coletores <strong>de</strong> atingir as áreas mais elevadas. Por outro lado, nem todas as habitações<br />

situadas na encosta <strong>de</strong> morros têm testada para a via <strong>de</strong> acesso, sendo o acesso a boa parte<br />

<strong>de</strong>stas moradias feito através <strong>de</strong> rampas e escadarias exclusivas para pe<strong>de</strong>stres.<br />

Além disto, é usual a ocupação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> encosta situadas abaixo da via <strong>de</strong> acesso,<br />

fazendo com que o lixo tenha que ser levado para cima para ser coletado. Assim, para os<br />

moradores, é mais simples lançar o lixo na encosta do que acondicioná-lo a<strong>de</strong>quadamente<br />

e levá-lo até o local <strong>de</strong> passagem do veículo coletor.<br />

Por isso a coleta do lixo domiciliar nas áreas <strong>de</strong> encosta, além <strong>de</strong> onerosa, sempre é<br />

praticada <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>ficiente. Assim, a média do índice <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> lixo<br />

domiciliar é relativamente baixa nestes municípios, situando-se na faixa <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong><br />

atendimento a população urbana.<br />

Entretanto, a coleta é feita <strong>de</strong> forma regular pelas respectivas prefeituras, notando-se uma<br />

tendência quase uniforme em todos os municípios <strong>de</strong> se elevar o índice <strong>de</strong>ste serviço para<br />

a faixa dos 80%.<br />

A limpeza <strong>de</strong> logradouros públicos também é realizada pelas prefeituras locais, sendo tais<br />

serviços executados apenas nos distritos se<strong>de</strong>. Nos bairros e localida<strong>de</strong>s mais afastados, a<br />

limpeza <strong>de</strong> ruas e praças é feita <strong>de</strong> forma esporádica e, via <strong>de</strong> regra, através da reclamação<br />

<strong>de</strong> moradores.<br />

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Nestes municípios, à exceção <strong>de</strong> Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin, que possui aterro controlado com<br />

cobertura <strong>de</strong> terra diária, o lixo coletado é disposto em vazadouros municipais, os<br />

conhecidos “lixões que, além <strong>de</strong> se acharem em locais totalmente ina<strong>de</strong>quados para a<br />

implantação <strong>de</strong> aterros, às margens <strong>de</strong> curso d’água e encosta <strong>de</strong> morros, são operados <strong>de</strong><br />

forma precária pelas prefeituras, com o intuito <strong>de</strong> diminuir os custos operacionais ao<br />

máximo.<br />

Com relação ao lixo hospitalar, apenas Paracambi e Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin procuram dar<br />

um tratamento diferenciado a este tipo <strong>de</strong> resíduo. Paracambi dispõe <strong>de</strong> incinerador para<br />

lixo hospitalar, que se encontra fora das condições operacionais i<strong>de</strong>ais e está queimando o<br />

lixo em temperaturas abaixo <strong>de</strong> 300 0 C, ao invés <strong>de</strong> incinerá-lo. Em Engº Paulo <strong>de</strong><br />

Frontin, o lixo consi<strong>de</strong>rado infecto-contagioso é segregado, colocado em sacos plásticos e<br />

conduzido para incineração no Sanatório <strong>de</strong> Men<strong>de</strong>s. Porém, o lixo <strong>de</strong> outras unida<strong>de</strong>s do<br />

hospital, dos postos <strong>de</strong> atendimento médico e dos ambulatórios, é enterrado no aterro<br />

controlado do município.<br />

O parque industrial dos municípios <strong>de</strong>sta região é irrelevante, não apresentando problemas<br />

significativos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Região <strong>de</strong> Transição<br />

Esta região caracteriza-se por suas extensas áreas planas com <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mográfica<br />

extremamente baixa, dificultando o processo <strong>de</strong> coleta do lixo, uma vez que os veículos<br />

coletores, para completarem suas cargas, têm que percorrer longas distâncias e per<strong>de</strong>r<br />

muito tempo entre cargas sucessivas. Face a esta problemática local, o índice <strong>de</strong><br />

atendimento gira em torno <strong>de</strong> 50% da população urbana, com exceção do município <strong>de</strong><br />

Rio Claro, que praticamente não possui população urbana na área <strong>de</strong> estudo.<br />

A coleta nos municípios da região é feita pelas respectivas prefeituras, a maior parte das<br />

vezes com caminhões basculantes <strong>de</strong> carroceria metálica, alugados a terceiros. Em<br />

Seropédica, a situação é mais grave porque o número <strong>de</strong> veículos alugados é função da<br />

disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> verbas, quase sempre inexistentes.<br />

Além disto, há outro fator que po<strong>de</strong> ser apontado como causa do baixo índice <strong>de</strong><br />

atendimento, principalmente em Seropédica. Este fator é a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vias<br />

pavimentadas que, em Seropédica, não chegam a 5% do total <strong>de</strong> vias do município. Nesta<br />

localida<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 15% da população urbana resi<strong>de</strong> em locais on<strong>de</strong> o acesso do veículo<br />

coletor é extremamente difícil.<br />

Com exceção <strong>de</strong> Vila Monumento e do centro <strong>de</strong> Seropédica, on<strong>de</strong> a limpeza <strong>de</strong><br />

logradouros é feita <strong>de</strong> forma regular, as <strong>de</strong>mais áreas da Região <strong>de</strong> Transição não contam<br />

com este serviço.<br />

A <strong>de</strong>stinação final do lixo coletado é feita em lixões absolutamente precários, sem<br />

nenhum cuidado operacional. Seropédica está tentando um acordo com a COMLURB, no<br />

sentido <strong>de</strong> utilizar o Aterro <strong>de</strong> Itaguaí, porém, enquanto este não entra em vigor, o lixo<br />

está sendo lançado em uma área da zona urbana do município que passou a ser<br />

consi<strong>de</strong>rada como vazadouro do município, após o uso sistemático da mesma. O<br />

lançamento <strong>de</strong> lixo nos rios ocorre <strong>de</strong> forma usual, com características similares ao<br />

problema da Baixada, ou seja, lançamento em rios praticado pela população <strong>de</strong> baixa<br />

2-47


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

renda dos núcleos urbanos ribeirinhos e provocado pela <strong>de</strong>ficiência <strong>de</strong> coleta e pelo baixo<br />

nível sócio-econômico da população.<br />

O lixo hospitalar, quando coletado, se dá em conjunto com o lixo domiciliar e tem a<br />

mesma <strong>de</strong>stinação <strong>de</strong>ste último.<br />

Os problemas <strong>de</strong> lixo industrial <strong>de</strong>sta região são <strong>de</strong> pequena monta pois o parque<br />

industrial é praticamente inexistente. O único caso <strong>de</strong> problemas com resíduos industriais<br />

ocorre em Seropédica, on<strong>de</strong> os <strong>de</strong>tritos provenientes da extração <strong>de</strong> areia assoreiam<br />

sistematicamente o canal <strong>de</strong> Piranema. No biênio 1995/96, este canal alagou, por três<br />

vezes, parte da cida<strong>de</strong>, a última <strong>de</strong>las provocando estado <strong>de</strong> calamida<strong>de</strong> pública no<br />

município.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Região Litorânea<br />

Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>sta região é caracterizada pela sua proximida<strong>de</strong> com o mar e o fluxo <strong>de</strong><br />

turistas em fins <strong>de</strong> semana, feriados e férias escolares. A coleta nos municípios está a<br />

cargo das respectivas prefeituras e é realizada <strong>de</strong> forma bastante satisfatória, atingindo<br />

níveis <strong>de</strong> atendimento superiores a 80% da população urbana. As frotas estão bem<br />

dimensionadas e em estado <strong>de</strong> conservação razoável, o que permite visualizar que este<br />

índice <strong>de</strong> atendimento ten<strong>de</strong> a evoluir ao longo do tempo. Somente nos períodos <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> afluxo turístico é que este índice cai, sendo que em Mangaratiba po<strong>de</strong> chegar até a<br />

50% da população urbana somada à população flutuante.<br />

Os serviços <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> logradouros são praticados <strong>de</strong> forma regular, com as mesmas<br />

características das regiões anteriores, ou seja, são rotina no Distrito-Se<strong>de</strong> e nas principais<br />

localida<strong>de</strong>s e executados <strong>de</strong> maneira esporádica nas regiões mais afastadas.<br />

A <strong>de</strong>stinação final dos resíduos coletados é feita no Aterro <strong>de</strong> Itaguaí (município <strong>de</strong><br />

Itaguaí) e em aterro controlado próprio (Mangaratiba). No que diz respeito a este último,<br />

cabe mencionar o esforço da municipalida<strong>de</strong> no sentido <strong>de</strong> corrigir <strong>de</strong>ficiências anteriores,<br />

tendo conseguido em poucos meses transformar o antigo lixão em um aterro controlado,<br />

com cobertura imediata do lixo vazado e controle das águas pluviais, reduzindo ao<br />

mínimo o volume <strong>de</strong> chorume gerado no aterro.<br />

A coleta <strong>de</strong> lixo hospitalar é feita em separado do lixo domiciliar, sendo que o lixo<br />

hospitalar <strong>de</strong> Itaguaí é aterrado também em separado nas valas do Aterro <strong>de</strong> Itaguaí,<br />

enquanto que em Mangaratiba a disposição é conjunta.<br />

O parque industrial da Região ainda é relativamente pequeno, havendo <strong>de</strong>staque apenas<br />

para o caso da Companhia Mercantil Industrial Ingá, situada na ilha da Ma<strong>de</strong>ira, cujo<br />

<strong>de</strong>stino final dos seus resíduos até hoje não está equacionado, e que pela proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sua localização praticamente “<strong>de</strong>ntro” da baía <strong>de</strong> Sepetiba, vem poluindo e<br />

comprometendo com metais as águas da baía.<br />

2-48


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Conclusões<br />

Em seqüência, os Quadros 2.6 e 2.7 apresentam um resumo das principais conclusões<br />

quanto ao sistema <strong>de</strong> limpeza pública da região.<br />

QUADRO 2.6 - SÍNTESE DA SITUAÇÃO DA LIMPEZA PÚBLICA<br />

MUNICÍPIO POPULAÇÃO FORMA<br />

ADMINISTRAÇÃO<br />

ORGÃO<br />

RESPONSÁVEL<br />

ESTRUTURA REGULA<br />

MENTO<br />

RECURSO<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 5.580.303 Indireta COMLURB A<strong>de</strong>quada Sim Suficiente<br />

Itaguaí 69.961 Direta Sec. <strong>de</strong> Meio<br />

Ambiente<br />

Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Mangaratiba 19.690 Direta Secretaria <strong>de</strong><br />

Transporte<br />

A<strong>de</strong>quada Não Razoável<br />

Seropédica 54.252 Direta Secretaria <strong>de</strong> Obras Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Piraí 40.184 Direta Sec. <strong>de</strong> Serviços<br />

Públicos<br />

Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Engº Paulo <strong>de</strong> 12.557 Direta Sec. <strong>de</strong> Obras e Razoável Não Insuficiente<br />

Frontin<br />

Serv. Púb.<br />

Miguel Pereira 20.077 Direta Secretaria <strong>de</strong> Obras Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Japeri 66.427 Direta Sec. Obras, S. Púb.,<br />

Urb. e M. Amb.<br />

Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Paracambi 38.884 Direta Sec. <strong>de</strong> Obras e<br />

Serv. Púb.<br />

Ina<strong>de</strong>quada Não Insuficiente<br />

Queimados 108.531 Direta Sec. <strong>de</strong> Obras e<br />

Serv. Púb.<br />

Ina<strong>de</strong>quada Não Razoável<br />

Nova Iguaçu 801.036 Indireta EMLURB A<strong>de</strong>quada Sim Razoável<br />

QUADRO 2.7 - ATENDIMENTO QUANTO À LIMPEZA PÚBLICA<br />

LIXO URBANO LIXO HOSPITALAR<br />

Municípios População Índice Quant. Estado Destino Unid. Quant. Destino Conceito<br />

Atend. (t/dia) Da frota <strong>Final</strong> Médicas (t/dia) <strong>Final</strong> Geral<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 5.580.303 73 8.773 M. Bom A.Cont. N. Disp. 70,5 A.Cont. muito bom<br />

Itaguaí 69.961 65 58 Razoável A.Cont. 13 3 A.Cont. razoável<br />

Mangaratiba 19.690 80 32 Bom A.Cont. 9 1 A.Cont. bom<br />

Seropédica 54.252 48 26 Razoável Lixão 7 N. Disp. Queima precário<br />

Piraí 40.184 70 28 Razoável Lixão 13 N. Disp. Lixão ruim<br />

Engº Paulo <strong>de</strong><br />

Frontin<br />

12.557 71 9 Razoável A.Cont. 6 0,5 Inciner. bom<br />

Miguel Pereira 20.077 28 6 Precário Lixão 22 0,6 Lixão precário<br />

Japeri 66.427 11 7 Razoável Lixão 3 N. Disp. Lixão precário<br />

Paracambi 38.884 50 20 Precário Lixão N. Disp. N. Disp. Inciner. razoável<br />

Queimados 108.531 74 80 Ruim Lixão N. Disp. N. Disp. Lixão precário<br />

Nova Iguaçu 801.036 69 550 Bom A.Cont. 50 5,2 A.Cont. bom<br />

MAPAS TEMÁTICOS<br />

A espacialização do tema encontra-se no Mapa 16 - “Destinação Atual dos Resíduos<br />

Sólidos”.<br />

2-49


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.5.4 Sistemas <strong>de</strong> Drenagem<br />

Os problemas <strong>de</strong> drenagem em toda a região são extremamente alarmantes sob a ótica<br />

ambiental, ocasionando quase que anualmente cheias que <strong>de</strong>sabrigam e expõem gran<strong>de</strong><br />

parcela da população a perdas materiais e humanas. Todos os municípios contidos na área<br />

<strong>de</strong> baixada estão sob a influência das baixas <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s dos talvegues que entrecortam<br />

as áreas urbanas, apresentando pontos <strong>de</strong> estrangulamento críticos em travessias <strong>de</strong><br />

rodovias , ferrovias, ruas e sob a sensível influência <strong>de</strong> maré. A situação é agravada por<br />

diversas práticas poluídoras da população, como o lançamento <strong>de</strong> lixo e <strong>de</strong> toda sorte <strong>de</strong><br />

materiais <strong>de</strong>ntro das calhas dos rios, culminando com as <strong>de</strong>ficiências operacionais e <strong>de</strong><br />

recursos das próprias Prefeituras para ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manutenção e <strong>de</strong>sassoreamento <strong>de</strong><br />

calhas.<br />

Os diversos municípios possuem várias áreas críticas que merecem ações estruturais e não<br />

estruturais, para o equacionamento da problemática das cheias.<br />

Define-se como área crítica (AC), aquela cuja freqüência <strong>de</strong> inundação correspon<strong>de</strong> a<br />

períodos anuais, em <strong>de</strong>corrência das chuvas intensas <strong>de</strong> verão que ocorrem nos meses <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>zembro a março, e que évulnerável por se manter em condições ina<strong>de</strong>quadas para<br />

drenar o excesso <strong>de</strong> escoamento superficial. A tônica <strong>de</strong>ssas áreas é possuir um sistema<br />

<strong>de</strong> drenagem com as seguintes características:<br />

♦ ocupação das margens, em alguns casos, atingindo o segundo leito, on<strong>de</strong> ocorrem os<br />

níveis mais altos nas cheias;<br />

♦ obstrução da seção <strong>de</strong> escoamento dos cursos d’água, talvegues, canais artificiais e<br />

valões pelo lixo lançado e/ou carreado das margens para a calha ;<br />

♦ assoreamento do leito dos cursos principais, através do acúmulo <strong>de</strong> material<br />

(solo/vegetação) proveniente das encostas após as gran<strong>de</strong>s enxurradas;<br />

♦ utilização, como corpo receptor do esgoto doméstico e industrial <strong>de</strong>spejado “ïn natura”<br />

<strong>de</strong> forma indiscriminada.<br />

As regiões <strong>de</strong>tectadas como <strong>de</strong> maior criticida<strong>de</strong> são comentadas a seguir.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Paracambi<br />

AC.1 Rios Macacos e Sabugo - Área que abrange os bairros a montante do trecho<br />

canalizado do rio até a ponte da RJ-127, <strong>de</strong>ntro da área urbana <strong>de</strong> Paracambi, e<br />

o trecho não canalizado, que vai da ponte até a confluência com o ribeirão das<br />

Lajes. Inclui, também, a confluência do rio Sabugo com o rio Macacos, pela<br />

margem direita. Possui extensão aproximada <strong>de</strong> 7 km ao longo do álveo do rio<br />

Macacos, da confluência com o ribeirão das Lajes para montante. Abrange,<br />

também, o trecho entre a travessia do rio Sabugo com a estrada RJ-127, para<br />

montante, até, aproximadamente, 1,4 km.<br />

As áreas atingidas são os bairros Jardim Nova Era, BNH , centro <strong>de</strong> Paracambi,<br />

Quilombo e Lajes. As inundações atingem, <strong>de</strong> uma maneira geral, 0,5 m acima<br />

das margens ocupadas, invadindo casas e estabelecimentos comerciais.<br />

2-50


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.2 Valão da Areia - Área que abrange a confluência do valão da Areia com o<br />

ribeirão das Lajes, até o inicio do remanso provocado pela influência dos níveis<br />

d’água do ribeirão. O efeito das enchentes é sentido, principalmente, nas<br />

proximida<strong>de</strong>s da confluência com o ribeirão das Lajes em estirão <strong>de</strong>,<br />

aproximadamente, 1 a 2 km para montante. As áreas atingidas são <strong>de</strong> menor<br />

relevância atualmente, pois compreen<strong>de</strong>m zona eminentemente rural, com<br />

predominância <strong>de</strong> pastagem natural.<br />

AC.3 Canal da Guarajuba - Área que compreen<strong>de</strong> o bairro <strong>de</strong> Vila Guarajuba, no<br />

trecho a montante do estrangulamento provocado pelo bueiro sob a rodovia RJ-<br />

127. As enchentes atingem todo o bairro, numa extensão <strong>de</strong>, aproximadamente,<br />

1,3 km. Observaram-se níveis d’água <strong>de</strong> até 2,5 m <strong>de</strong>ntro das casas afetadas.<br />

Como resumo da situação tem-se:<br />

A área crítica <strong>de</strong> maior preocupação é a que se esten<strong>de</strong> para montante, pelo rio<br />

Macacos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a confluência com o ribeirão das Lajes até às áreas correspon<strong>de</strong>ntes<br />

aos bairros BNH e Nova Era.<br />

Em seguida, <strong>de</strong>stacam-se os trechos referentes aos canais da Guarajuba e Dr. Eiras e o<br />

rio Sabugo, junto à travessia.<br />

As piores cheias foram as ocorridas nos anos <strong>de</strong> 1967 e 1986, atingindo níveis acima<br />

<strong>de</strong> 1,0 m <strong>de</strong>ntro das edificações, nos bairros do Quilombo e centro da cida<strong>de</strong>.<br />

Todos os anos os rios e canais citados transbordam cerca <strong>de</strong> 0,5 m acima do nível<br />

normal, durante as chuvas <strong>de</strong> verão.<br />

O quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>de</strong>ntro das áreas urbanas <strong>de</strong> Paracambi e Lages, e<br />

que originam, inclusive, as condições propícias às inundações é <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> práticas<br />

<strong>de</strong> uso do solo sem orientação a<strong>de</strong>quada e fiscalização ostensiva, propiciando: o<br />

<strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong> encostas para ocupação urbana precária; o acúmulo <strong>de</strong> lixo nos leitos<br />

dos rios e canais; travessias <strong>de</strong> pontes ou bueiros sub-dimensionados; o lançamento <strong>de</strong><br />

esgoto doméstico “in natura” nos cursos d’água, e a falta <strong>de</strong> dragagem periódica dos<br />

componentes das meso e macrodrenagens<br />

Engenheiro Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin<br />

AC.1 Rio Macacos - Esta área crítica abrange as casas das beiras localizadas ao longo<br />

do rio Macacos à montante do CIEP, incluindo a foz do rio Santa Clara e do rio<br />

do Liro. A extensão <strong>de</strong>ssa área crítica é <strong>de</strong> aproximadamente 3 km ao longo do<br />

álveo do rio Macacos, a partir do CIEP até o rio do Liro. As principais áreas<br />

atingidas pelas enchentes são os bairros Santa Inês, São Lourenço e Ramalho<br />

num total <strong>de</strong> 100 residências.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Queimados<br />

AC.1 Rio Quebra-Cocos, Sto. Antônio e D’Ouro - Área que abrange os bairros a<br />

montante da confluência dos rios Sto. Antônio e D’Ouro, junto à travessia com<br />

a RFFSA.. Possui extensão <strong>de</strong> aproximadamente 3 km ao longo do álveo dos<br />

rios. As áreas atingidas são os bairros Delamare e Tricampeão.<br />

2-51


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.2 Rio Camorim - Área que abrange os bairros a montante da confluência com o<br />

rio, até a travessia com a RFFSA. Possui extensão <strong>de</strong> aproximadamente 2,2 km<br />

ao longo do álveo do rio. As áreas atingidas são os bairros Belmonte e<br />

Camorim.<br />

AC.3 Rio Abel - Área que abrange os bairros a montante da confluência com o rio<br />

Camboatá até os limites com o município <strong>de</strong> Nova Iguaçu, acompanhando a via<br />

férrea. Possui extensão <strong>de</strong> aproximadamente 3,2 km ao longo do álveo dos rios.<br />

As áreas atingidas são os bairros que se situam ao longo da via férrea.<br />

AC.4 Rio Camboatá - Área que abrange os bairros a montante da confluência com o<br />

rio Abel, a montante da travessia com a rodovia Pres. Dutra. Possui extensão <strong>de</strong><br />

aproximadamente 2 km ao longo do álveo do rio. As áreas atingidas são os<br />

bairros <strong>de</strong> Parque Santiago e Jardim S. Vicente.<br />

AC.5 Rio Queimados - Área que abrange os bairros a jusante da confluência com o<br />

rio Camboatá. Possui extensão <strong>de</strong> aproximadamente1 km ao longo do álveo do<br />

rio. As áreas atingidas encontram-se principalmente no bairro Sta. Rosa.<br />

Resume-se portanto, para o município <strong>de</strong> Queimados:<br />

De um modo geral, as inundações atingem 0,5 m acima das margens ocupadas<br />

invadindo casas e estabelecimentos comerciais.<br />

A área crítica <strong>de</strong> maior preocupação é a que se esten<strong>de</strong> para montante, pelos rios dos<br />

Poços, Abel, Camorim e um braço <strong>de</strong> rio Morto na margem esquerda do rio Poços.<br />

Em seguida, <strong>de</strong>stacam-se os trechos referentes ao rio Queimados, com a presença<br />

marcante <strong>de</strong> areeiros.<br />

Todos os anos os rios e canais citados transbordam cerca <strong>de</strong> 0,5m acima do nível<br />

normal, durante as chuvas <strong>de</strong> verão.<br />

O quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>de</strong>ntro das áreas urbanas <strong>de</strong> Queimados, e que<br />

originam, inclusive, as condições propícias às inundações , é <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

uso do solo sem orientação a<strong>de</strong>quada e fiscalização ostensiva, propiciando: a ocupação<br />

urbana precária <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> áreas alagáveis; o acúmulo <strong>de</strong> lixo nos leitos dos rios e<br />

canais; a implantação <strong>de</strong> pontes e bueiros sub-dimensionados; o lançamento <strong>de</strong> esgoto<br />

doméstico “in natura” nos cursos d’água e a falta <strong>de</strong> dragagem periódica dos<br />

componentes da meso e macrodrenagens.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Japeri<br />

Possui seis áreas críticas <strong>de</strong> inundações, que <strong>de</strong> maneira geral atingem <strong>de</strong> 0,5 a 1,00m<br />

acima das margens ocupadas, invadindo casas e estabelecimentos comerciais.<br />

AC.1 Canal F - Canal que drena a área entre a encosta sul da serra da Ban<strong>de</strong>ira e a<br />

estrada para Miguel Pereira. As áreas atingidas encontram-se no Bairro Virgem<br />

<strong>de</strong> Fátima.<br />

2-52


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.2 Canais G1, G2 e G3 - Sistema <strong>de</strong> canais interligados ao valão das Moças.<br />

Desenvolvem-se ao longo da antiga ferrovia <strong>de</strong>sativada da RFFSA até a junção<br />

com o ramal atual, em ativida<strong>de</strong>.<br />

Drenam toda a área entre a ferrovia e a RJ-125. As áreas atingidas são os<br />

bairros situados entre a antiga via férrea e RJ-125. Virgem <strong>de</strong> Fátima.<br />

AC.3 e<br />

AC.4<br />

Canal E e D - Canal que drena a área entre as duas ramificações da via férrea ,<br />

na encosta sul da serra da Ban<strong>de</strong>ira . As áreas atingidas encontram-se no bairro<br />

da Chacrinha, trecho oeste e leste, respectivamente.<br />

AC.5 Canal C - Canal que drena a área <strong>de</strong> influência da av. Albertina, em Eng o<br />

Pedreiras, entre as duas ramificações da via férrea . As áreas atingidas situam-se<br />

no bairro do Alecrim..<br />

AC.6 Canais A e B - Canais que drenam a área <strong>de</strong> influência do Canal do Aníbal<br />

(canal B), afluente da margem direita do rio dos Poços. As áreas atingidas<br />

situam-se nos bairros <strong>de</strong> Parque Guandu e Jardim Marajoara.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Mangaratiba<br />

AC.1 Rio da Draga - área que abrange o distrito <strong>de</strong> Itacurussá, concentrando-se em<br />

pontos a montante da RJ-014 e <strong>de</strong>ntro da área urbana. O rio da Draga é<br />

revestido num trecho <strong>de</strong>, aproximadamente 200 m, <strong>de</strong>ntro da cida<strong>de</strong>. A extensão<br />

<strong>de</strong> área atingida é <strong>de</strong> 0,4 km ao longo do álveo do rio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz até pouco a<br />

montante da travessia com a RJ-014, no bairro <strong>de</strong> Brasilinha.<br />

AC.2 Rio Catumbi - Área que abrange o distrito <strong>de</strong> Muriqui, concentrando-se em<br />

pontos ao longo <strong>de</strong> toda a extensão do rio. As margens foram ocupadas,<br />

causando um estreitamento da seção <strong>de</strong> escoamento e acarretando gran<strong>de</strong>s<br />

inundações em épocas <strong>de</strong> chuva. A foz, em períodos <strong>de</strong> ventos sudoeste, fica<br />

praticamente obstruída pela forte <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> areia trazida pelas correntes<br />

marítimas, barrando o <strong>de</strong>semboque natural. Em função disso, observam-se<br />

pontos <strong>de</strong> fuga do rio que, nessas épocas procura, naturalmente, novas saídas<br />

para o mar. A extensão é <strong>de</strong> aproximadamente 0,6 km ao longo do álveo do rio,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz até pouco a montante da travessia da RJ-014, atingindo toda a<br />

população ribeirinha.<br />

AC.3 Rio da Prata - Área que abrange o distrito <strong>de</strong> Muriqui, concentrando-se em<br />

pontos ao longo <strong>de</strong> toda a extensão do rio. Devido à ocupação das margens,<br />

forma-se um gargalo por estreitamento da seção <strong>de</strong> escoamento provocando<br />

gran<strong>de</strong>s inundações em épocas <strong>de</strong> chuva. A bacia do rio sofre com problemas <strong>de</strong><br />

vossorocas, originadas pelas obras do DNER, na rodovia Rio - Santos. Gran<strong>de</strong><br />

parte do material carreado, chega ao leito do rio, por <strong>de</strong>slizamentos constantes<br />

durante a época <strong>de</strong> chuva, assoreando. A extensão é <strong>de</strong> aproximadamente 1,2<br />

km ao longo do álveo do rio, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz até pouco a montante da travessia da<br />

RJ-014, e atinge toda a população ribeirinha.<br />

2-53


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.4 Rio do Saco - Área crítica, que abrangindo o distrito se<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mangaratiba,<br />

concentra-se no trecho entre a foz e a BR-101. Um dos fatores que participam<br />

na formação das enchentes na localida<strong>de</strong> teve sua origem no <strong>de</strong>svio do rio do<br />

Saco, do seu leito natural para o atual, com a intenção <strong>de</strong> liberar a área original<br />

<strong>de</strong> manguezal, visando transformá-la em área <strong>de</strong> cultivo <strong>de</strong> coco e,<br />

posteriormente, em loteamento . Essa atitu<strong>de</strong> promoveu o agravamento dos<br />

problemas <strong>de</strong> drenagem em toda a área da praia do Saco, que se situa,<br />

primordialmente, em cota topográfica inferior ao nível médio do mar.<br />

Superpondo-se a isso, quando os ventos vindo do sudoeste atingem a<br />

<strong>de</strong>sembocadura do rio do Saco, o escoamento remansa pelo canal do Leitão,<br />

seu afluente, provocando inundações freqüentes, principalmente, no bairro<br />

Ranchito. A extensão é <strong>de</strong> aproximadamente 1,7 km ao longo do álveo do rio,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a foz até pouco a montante da travessia da RJ-014, atingindo a população<br />

da praia do Saco e o bairro Ranchito.<br />

Como conclusões para a região <strong>de</strong> Mangaratiba tem-se:<br />

As áreas críticas <strong>de</strong> maior preocupação são as que se esten<strong>de</strong>m pelos bairros <strong>de</strong> praia<br />

do Saco e Ranchito<br />

As piores cheias foram as ocorridas nos anos <strong>de</strong> 1967 e 1986, atingindo níveis acima<br />

<strong>de</strong> 1,0m <strong>de</strong>ntro das edificações, nos bairros do Quilombo e centro da cida<strong>de</strong>.<br />

Todos os anos, os rios e canais citados transbordam cerca <strong>de</strong> 0,5 a 2,00 m acima do<br />

nível normal, durante as chuvas <strong>de</strong> verão, invadindo casas e estabelecimentos<br />

industriais.<br />

O quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental <strong>de</strong>ntro das áreas urbanas <strong>de</strong> Mangaratiba, e que<br />

originam, inclusive, as condições propícias às inundações, é <strong>de</strong>corrente <strong>de</strong> práticas <strong>de</strong><br />

uso do solo sem orientação a<strong>de</strong>quada e fiscalização ostensiva: o <strong>de</strong>smatamento <strong>de</strong><br />

encostas para obras rodoviárias e ocupação urbana precária; o acúmulo <strong>de</strong> lixo nos<br />

leitos dos rios e canais; implantação <strong>de</strong> pontes por bueiros sub- dimensionados; o<br />

lançamento <strong>de</strong> esgoto doméstico “in natura” nos cursos d’água, a falta <strong>de</strong> dragagem<br />

periódica dos componentes da meso e macrodrenagens.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Itaguaí<br />

A questão das inundações em Itaguaí já vem <strong>de</strong> longa data. A baixada do município é<br />

periodicamente sujeita a este regime em função <strong>de</strong> sua topografia e localização junto à<br />

costa. Para a ocupação da área no século XVII, foram abertos diversos canais que<br />

alteraram sensivelmente o sistema <strong>de</strong> drenagem natural da área. Posteriormente, diversos<br />

canais, valas e valões interligados foram abertos e mantidos pelo DNOS. Devido à falta <strong>de</strong><br />

recursos e <strong>de</strong> investimentos na área, apesar dos esforços que vêm sendo empreendidos<br />

pela atual administração municipal, canais e valas foram sendo assoreados e tendo suas<br />

seções reduzidas, causando problemas sérios <strong>de</strong> inundações, sobretudo durante as chuvas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro a março.<br />

2-54


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.1 Rio Mazomba - Área que abrange o leito maior do Mazomba, entre a linha<br />

férrea e a BR-101. Os efeitos das enchentes são sentidas ao longo do rio<br />

Mazomba, cerca <strong>de</strong> 1 km a jusante da ponte sobre a BR-101. As áreas atingidas<br />

não apresentam no momento, aglomeração urbana, todavia consta já terem<br />

havido perdas <strong>de</strong> vidas humanas no local <strong>de</strong>vido às enchentes.<br />

AC.2 Canal <strong>de</strong> Santo Inácio - Compreen<strong>de</strong> as áreas lin<strong>de</strong>iras a este canal,<br />

principalmente as da margem esquerda, relativas ao loteamento Brisamar e<br />

aquelas situadas na margem direita, a jusante da via férrea. Os efeitos das cheias<br />

são sentidos ao longo do loteamento Brisamar, em cerca <strong>de</strong> 6,8 km ao longo da<br />

via férrea.<br />

AC.3 Valão da Rua 18 - A área atingida pelas enchentes encontra-se a montante da<br />

BR-101. Os efeitos das enchentes fazem-se sentir principalmente no Bairro<br />

Engenho, ao longo <strong>de</strong> um trecho <strong>de</strong> 2,6 km <strong>de</strong> valão.<br />

AC.4 Canal do Viana - A área situa-se a montante da ponte da Av. Doutor Curvelo<br />

Cavalcante. A área atingida situa-se entre a via férrea e a RJ-079 (cerca <strong>de</strong> 0,95<br />

km), além <strong>de</strong> uma área a montante da RJ-079. Vila Margarida é o principal<br />

bairro atingido pelas cheias nessa área.<br />

As conclusões para este município são:<br />

A áreas críticas <strong>de</strong> maior preocupação são as que se esten<strong>de</strong>m entre a BR-101 e a baía<br />

<strong>de</strong> Sepetiba.<br />

A pior cheia guardada na lembrança dos moradores foi a ocorrida no ano <strong>de</strong> 1996<br />

atingindo níveis acima <strong>de</strong> 1,0 m <strong>de</strong>ntro das edificações, tendo <strong>de</strong>struído, inclusive, as<br />

barragens da CEDAE nos rios Itinguçú e Itimirim que abasteciam <strong>de</strong> água potável a<br />

cida<strong>de</strong>. Atualmente, a população consome água bruta, aduzida diretamente <strong>de</strong>sses<br />

mananciais.<br />

A drenagem da cida<strong>de</strong> é distribuída pelos canais citados acima , sendo 1/3 da área<br />

urbana drenada pelos canais do Trapiche e Viana e 2/3 pelo canal da Ponte Preta e pelo<br />

rio Itaguaí.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Seropédica<br />

AC.1 Valão dos Bois (antiga Rio - São Paulo) - Esta área está localizada entre o<br />

valão dos Bois e a estrada para Itaguaí (antiga Rio-São Paulo), indo até a<br />

confluência com o rio da Guarda sendo caracterizada como área <strong>de</strong> extração<br />

intensiva <strong>de</strong> areia através <strong>de</strong> cavas. A extensão <strong>de</strong>ssa área crítica é <strong>de</strong><br />

aproximadamente 6 km ao longo do álveo do valão dos Bois. A área atingida é<br />

aquela localizada entre a Reta <strong>de</strong> Piranema e o valão dos Bois, no trecho entre a<br />

antiga Rio-São Paulo e o rio da Guarda.<br />

2-55


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.2 Valão dos Bois (Campo Lindo) - Esta área crítica abrange as inundações<br />

provocadas pelo valão dos Bois, nos bairros <strong>de</strong> Parque Jacimar e Campo<br />

Lindo. A extensão é <strong>de</strong> aproximadamente 1 km ao longo do álveo do valão dos<br />

Bois. As principais áreas atingidas pelas enchentes são as áreas urbanas dos<br />

bairros Parque Jacimar e Campo Lindo.<br />

AC.3 Valão dos Bois (Médio Guandu) - Esta área abrange diversos bairros ao longo<br />

do valão dos Bois, a saber: Jardim Central, Jardim das Acácias, São Jorge e<br />

parte <strong>de</strong> Campo Lindo. A extensão da área crítica é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1 km ao longo<br />

do álveo do valão dos Bois. As principais áreas atingidas são urbanas,<br />

principalmente os bairros Jardim Central, Jardim das Acácias, São Jorge e parte<br />

<strong>de</strong> Campo Lindo. Segundo informações a cheia que ocorreu em 1995, que<br />

chegou a causar calamida<strong>de</strong> pública, atingindo mais <strong>de</strong> 7.000 pessoas, com<br />

perda total <strong>de</strong> bens, atingem as áreas urbanas <strong>de</strong>sses bairros através do trecho<br />

rompido do dique da margem direita do rio Guandu.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Nova Iguaçu<br />

A área crítica i<strong>de</strong>ntificada no município <strong>de</strong> Nova Iguaçu não se enquadra no mesmo<br />

conceito estabelecido para os outros municípios. Atualmente, é área rural, <strong>de</strong> pastagem e<br />

com aptidões agrícolas, porém com tendência a absorver a futura expansão urbana do<br />

bairro <strong>de</strong> Cabuçu. Nesse sentido, empenhou-se em caracterizar o potencial <strong>de</strong> inundações<br />

com o intuito <strong>de</strong> subsidiar o plano <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ssa área. A área crítica <strong>de</strong> Nova Iguaçu<br />

que mais se <strong>de</strong>staca, apresenta as seguintes características:<br />

AC.1 Rio Ipiranga - Área que abrange a confluência do rio Ipiranga com o rio<br />

Guandu, para montante, até a confluência com o rio Cabuçu. Possui extensão <strong>de</strong><br />

aproximadamente 4,8 km ao longo do álveo do rio, da confluência com o<br />

Guandu para montante. As áreas atingidas correspon<strong>de</strong>m à zona rural do trecho<br />

indicado.<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

A Prefeitura da Cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em conjunto com a Caixa Econômica Fe<strong>de</strong>ral,<br />

vem empreen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1991 a execução <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> meso e macrodrenagens da bacia<br />

<strong>de</strong> Sepetiba. Em função <strong>de</strong> modificações posteriores acontecidas naquela área a Prefeitura<br />

<strong>de</strong>senvolveu projetos executivos, em consonância com as novas características da bacia, e<br />

vem implantando estas obras <strong>de</strong>ntro das seguintes áreas críticas.<br />

AC.1 Canal da Liberda<strong>de</strong> - Área situada nas proximida<strong>de</strong>s da Av. João XXIII, entre o<br />

canal <strong>de</strong> São Fernando e o canal D. Pedro II (a montante do canal do Guandu)<br />

sendo atravessado pela BR-101, transversalmente. No centro da área a<br />

Prefeitura está executando obras no canal da Liberda<strong>de</strong> para drenar uma bacia<br />

<strong>de</strong> 0,80 km2. A extensão longitudinal <strong>de</strong>sta área crítica é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2,1 km ao<br />

longo <strong>de</strong> todo o canal da Liberda<strong>de</strong>, que drena esta área juntamente com o canal<br />

<strong>de</strong> São Fernando e com o canal do Guandu.<br />

A ocupação da bacia a montante da estrada Rio-Santos (BR-101) é agrícola,<br />

com culturas rotativas e, a jusante da estrada Rio-Santos (BR-101), é<br />

parcialmente urbana, com a existência, ao longo <strong>de</strong> sua margens, <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

conjuntos habitacionais, tais como os conjuntos Guandu e da Liberda<strong>de</strong>.<br />

2-56


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.2 Rio Guandu-Mirim - Trata-se <strong>de</strong> área agrícola junto às margens (leito maior) do<br />

rio Guandu-Mirim, logo a jusante do rio da Prata do Mendanha, on<strong>de</strong> ele recebe<br />

a afluência dos rios Campinho e Capenga, além <strong>de</strong> outros riachos <strong>de</strong> menor<br />

porte. A extensão longitudinal <strong>de</strong>sta área crítica é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2 km ao longo do<br />

rio Guandu-Mirim. As áreas atingidas pertencem ao município do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, na margem esquerda do rio Guandu-Mirim, e ao município <strong>de</strong> Nova<br />

Iguaçu, na margem direita. Tendo em vista que existem núcleos urbanos<br />

próximos e que existem pressões <strong>de</strong>mográficas para a ocupação <strong>de</strong>stas áreas, as<br />

invasões, e mesmo os loteamentos através <strong>de</strong> aterros, <strong>de</strong>verão ser reprimidos e<br />

fiscalizados, para se evitar problemas futuros <strong>de</strong> poluição das águas e <strong>de</strong><br />

populações <strong>de</strong>sabrigadas. A área <strong>de</strong>verá ser ocupada apenas com agricultura<br />

e/ou áreas <strong>de</strong> lazer.<br />

AC.3 Rio Campinho / canal do Melo - A Prefeitura <strong>de</strong>sapropriou algumas áreas e<br />

construiu a Av. Canal, em continuação à já existente, <strong>de</strong>nominada Av. Manoel<br />

Cal<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Alvarenga, localizada no centro urbano <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, sendo<br />

uma importante via <strong>de</strong> acesso a este bairro. No rio Campinho, a avenida foi<br />

implantada na margem direita, entre o rio do “A” e o canal do Melo, numa<br />

extensão <strong>de</strong> 1,15 km. No rio do “A”, a Av. Canal foi implantada no rio<br />

Papagaio até a rua Almerinda <strong>de</strong> Castro na margem direita, numa extensão <strong>de</strong><br />

0,56 km do rio Papagaio até a rua Murilo Alvarenga na margem esquerda, numa<br />

extensão <strong>de</strong> 0,98 km. O canal do Melo está localizado no bairro <strong>de</strong> Campo<br />

Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>senvolvendo-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua foz, no rio Campinho, até a estrada da<br />

Posse. O trecho objeto das obras <strong>de</strong> canalização efetuada pela PMRJ está entre<br />

as estacas 186 e 214, com extensão total <strong>de</strong> 0,56 km, drenando uma bacia<br />

hidrográfica da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 8,72 km2.<br />

A área crítica beneficiada com estas obras da PMRJ foi, principalmente, o<br />

Jardim Paraíso localizado entre o rio do “A” e o canal do Melo. As principais<br />

áreas atingidas no Jardim Paraíso foram transformadas em avenidas canais pela<br />

PMRJ, conforme já <strong>de</strong>scrito.<br />

AC.4 Rio Prata do Mendanha - A área crítica correspon<strong>de</strong> ao início do rio Prata do<br />

Mendanha. Desenvolve-se em região levemente ondulada, praticamente sem<br />

ocupação habitacional. Desembocam nele os rios Guarajuba e Guandu do Sena.<br />

O rio Guarajuba é um rio tipicamente urbano e está situado em região <strong>de</strong><br />

topografia plana, com total ocupação habitacional; e o rio Guandu do Sena é<br />

tipicamente rural e está localizado em região <strong>de</strong> topografia ondulada. O trecho<br />

do rio objeto das obras da Prefeitura Municipal do Rio <strong>de</strong> Janeiro está<br />

localizado no bairro <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, esten<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o rio dos<br />

Cachorros até o rio Guarajuba, perfazendo um total <strong>de</strong> 3,08 km <strong>de</strong> extensão,<br />

drenando uma bacia hidrográfica da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 27,40 km2. As obras neste trecho<br />

do rio Prata do Mendanha eram necessárias para melhorar a drenagem <strong>de</strong> parte<br />

da área urbana <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, que é feita através do rio Guarajuba. Deverse-á<br />

evitar a ocupação das margens dos rios e das encostas, principalmente, da<br />

bacia do rio Guandu do Sena. Especial atenção <strong>de</strong>verá ser dada à cobertura<br />

vegetal <strong>de</strong>sta bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

AC.5 Rio Piraquê - Esta área crítica encontra-se junto às margens do rio Piraquê que<br />

foi recentemente dragado pela Prefeitura Municipal do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Parte das<br />

inundações periódicas atingem o bairro <strong>de</strong> Jardim Maravilha e as áreas dos<br />

valões das Pedras e José Sena. A extensão atingida pelas cheias é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2<br />

km ao longo das margens dos rios Piraquê e Cabuçu. A principal área atingida é<br />

o Jardim Maravilha.<br />

Atualmente assiste-se a construção <strong>de</strong> casas ao longo do rio Piraquê, sobretudo<br />

junto à RJ-073, estrada <strong>de</strong> acesso a pedra <strong>de</strong> Guaratiba. Tais loteamentos e/ou<br />

invasões <strong>de</strong>verão ser evitados, a fim <strong>de</strong> se controlar os riscos <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>ntes em<br />

futuras enchentes, com perdas <strong>de</strong> bens ou mesmo <strong>de</strong> vidas humanas. Deverá<br />

haver fiscalização rigorosa da Prefeitura sob pena <strong>de</strong> se per<strong>de</strong>r os investimentos<br />

feitos na área. A ocupação <strong>de</strong>verá ser apenas para fins agrícolas ou <strong>de</strong> lazer nas<br />

áreas livres ainda existentes ao longo das margens do rio Piraquê.<br />

AC.6 Bairros Alagados e Recôncavo em Sepetiba - Trata-se <strong>de</strong> áreas baixas <strong>de</strong>ntro do<br />

aglomerado urbano <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong> drenagem difícil <strong>de</strong>vido aos efeitos das<br />

marés. A extensão longitudinal <strong>de</strong>sta área é <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 1,0 km<br />

perpendicularmente à praia do Aterro, em Sepetiba. As principais áreas<br />

atingidas são os bairros do Recôncavo e dos Alagados, em Sepetiba.<br />

AC.7 Canal do Goiaba e Pau Flecha - Esta área crítica engloba diversas áreas <strong>de</strong>ntro<br />

da R.A. <strong>de</strong> Santa Cruz, incluindo os bairros Matadouro e Caxias, e a Base Aérea<br />

<strong>de</strong> Santa Cruz. A área da bacia caracteriza-se, a montante, pela ocupação urbana<br />

do centro <strong>de</strong> Santa Cruz, com vias pavimentadas, prevalecendo imóveis<br />

unifamiliares. Na faixa urbanizada, são poucas as áreas com cobertura vegetal<br />

significativa, a não ser pela existência <strong>de</strong> poucas árvores ainda remanescentes<br />

nos quintais. A maior porção da bacia, entretanto, tem características peculiares<br />

por se tratar <strong>de</strong> pistas <strong>de</strong> pouso, taxiamento e circulação periférica da Base<br />

Aérea, predominando, nas áreas marginais, revestimento <strong>de</strong> gramíneas.<br />

O canal do Pau-Flecha <strong>de</strong>senvolve-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua foz, na baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

(Bairro <strong>de</strong> Sepetiba), até a interseção com o canal da Goiaba, perfazendo um<br />

total <strong>de</strong> 2,7 km <strong>de</strong> extensão. O canal da Goiaba esten<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua foz, no<br />

canal do Itá, através da Base Aérea, até a estrada da Areia Branca (Centro<br />

Urbano <strong>de</strong> Santa Cruz), com extensão total <strong>de</strong> 5,78 km.<br />

As principais áreas atingidas são os bairros Matadouro, Caxias e a Base Aérea<br />

<strong>de</strong> Santa Cruz, conforme <strong>de</strong>scrito.<br />

Apresenta-se, a seguir, um resumo das localizações das áreas críticas i<strong>de</strong>ntificadas e uma<br />

síntese geral da situação encontrada.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-58


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

MUNICÍPIO LOCALIZAÇÃO<br />

QUEIMADOS Camorim, Abel, Camboatá, Queimados, Quebra-Coco, Sto<br />

Antônio, D’ouro<br />

ITAGUAÍ Sto Inácio, Vala do Sangue, valão rua 18, canal da Ponte<br />

Preta, canal do Viana, canal do Trapiche, Itaguaí e Mazomba<br />

PARACAMBI Macacos, Sabugo, canal da Guarda, valão da Areia, Dr. Eiras<br />

JAPERI Canal do Anibal, Canais B,C,D,E,F,G1,G2, e G3<br />

SEROPÉDICA Valão dos Bois<br />

NOVA IGUAÇU Ipiranga<br />

MANGARATIBA da Draga, Catumbi, da Prata, do Saco<br />

RIO DE JANEIRO Canal da Liberda<strong>de</strong>, canal do S.Francisco, canal Guandu, rio<br />

Guandu-Mirim, canal do Meio, Prata do Mendanha, Piraquê,<br />

Bairro Alagados, e Recôncavo, Canal Goiaba, Canal Pau<br />

Flexa, Bairros Caxias e Matadouro<br />

Total <strong>de</strong> áreas críticas: 38<br />

Total <strong>de</strong> áreas inundáveis: 62 km2<br />

% em relação à área urbana total: 30%<br />

População sujeita a inundações: 21% da população da bacia, o que correspon<strong>de</strong> a<br />

cerca <strong>de</strong> 275.000 habitantes<br />

Extensão total <strong>de</strong> canais envolvidos: 85km<br />

35%<br />

30%<br />

25%<br />

20%<br />

15%<br />

10%<br />

5%<br />

0%<br />

Figura 2.7<br />

POPULAÇÃO AFETADA POR INUNDAÇÕES NOS MUNICÍPIOS<br />

31%<br />

20%<br />

Pop. Afetada / Pop. Total<br />

14%<br />

21%<br />

25%<br />

20%<br />

PR QM JP IT RJ SR NI MA<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4%<br />

34%<br />

ESPACIALIZAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM<br />

É apresentado na Figura 2.8 o tema “Sistemas <strong>de</strong> Drenagem e Áreas Críticas <strong>de</strong><br />

Inundação - Delimitação dos Municípios” .<br />

2-59


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.6 CONDICIONANTES FÍSICOS<br />

O diagnóstico dos condicionantes físicos presentes na bacia <strong>de</strong> Sepetiba, optou-se por<br />

orientar a análise integrada dos mesmos segundo 4 temas síntese, consistentes com as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento. Estas análises integradas foram mapeadas em quatro<br />

cartas temáticas que integram a coleção <strong>de</strong> mapas do Macroplano, e apresentam bases<br />

espacializadas das interpretações realizadas quanto a: aspectos topoclimáticos,<br />

condicionantes físicos <strong>de</strong> natureza geológica e geomorfológica, pedologia e<br />

potencialida<strong>de</strong> dos solos.<br />

A caracterização topoclimática foi <strong>de</strong>senvolvida através da análise sistemática da<br />

intensida<strong>de</strong>, duração e freqüência dos ventos reinantes na Bacia Hidrográfica <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

on<strong>de</strong> se optou pela compartimentação do relevo segundo a orientação das vertentes em<br />

relação à rosa dos ventos. Tal processo justifica-se pela sua praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> visualização e<br />

entendimento do relevo enquanto obstáculo a circulação geral da atmosfera, permitindo<br />

assim i<strong>de</strong>ntificar as áreas <strong>de</strong> fragilida<strong>de</strong> natural quanto à presença <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> poluição<br />

aérea.<br />

Na região em questão os ventos predominantes ou estão relacionados ao anticiclone<br />

semifixo do Atlântico Sul (N, NE e E) ou estão associados aos processos <strong>de</strong> correntes<br />

perturbadas provenientes das regiões polares (S,SO e O). Desta forma os ventos reinantes<br />

em 90% do tempo coinci<strong>de</strong>m com as gran<strong>de</strong>s linhas estruturais do relevo, também<br />

conhecida por Direção Geral Brasileira, que é SO/NE. Desta forma são apresentadas<br />

quatro classes principais <strong>de</strong> compartimentação topoclimática: as encostas <strong>de</strong> barlavento<br />

SO/ sotavento NE, encostas <strong>de</strong> sotavento NE / barlavento NE, vales litorâneos N/S ,<br />

compartimento baixada e compartimentos e vales intermontanos.<br />

Em relação às potencialida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dispersão atmosférica o compartimento que apresenta as<br />

melhores condições é o <strong>de</strong> vales N/S, que po<strong>de</strong>m ser varridos longitudinalmente pelos<br />

ventos. Um compartimento <strong>de</strong> dispersão intermediária é o das baixadas, seguidos pelos<br />

compartimentos <strong>de</strong> encostas, orientadas transversalmente em relação aos ventos<br />

dominantes (sistema barlavento/sotavento) e por fim, apresentando grau crítico <strong>de</strong><br />

dispersão, os vales intermontanos.<br />

Foram mapeadas 5 unida<strong>de</strong>s quanto aos condicionantes toclimáticos: zonas <strong>de</strong> alta<br />

dispersão, zonas <strong>de</strong> dispersão mo<strong>de</strong>rada a alta; zonas <strong>de</strong> dispersão intermediárias<br />

(barlavento S/SO - sotavento N/NE); zonas <strong>de</strong> dispersão intermediárias (barlavento N/NE<br />

- sotavento N/NE); zonas <strong>de</strong> calmaria e baixa dispersão; como indicado no Mapa 1, ao<br />

final <strong>de</strong>sta seção.<br />

O mapa geológico-geomorfológico da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, apresentado sob o título<br />

“Condicionantes Físicos” está baseado no mapeamento digital elaborado pelo<br />

GEROE,1995 - Grupo Executivo para Obras Emergenciais, sobre o qual efetuou-se uma<br />

interpretação <strong>de</strong> condicionantes geológico/ geotécnicos, com base em metodologia<br />

consagrada utilizada pelo IPT - Instituto <strong>de</strong> Pesquisas Tecnológias, vinculado à USP -<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-60


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A metodologia do IPT está fortemente relacionada à origem dos materiais. Assim são<br />

i<strong>de</strong>ntificadas ocorrências primárias, representadas por morros associados a duas subclasses:<br />

morros <strong>de</strong> gnaisses, xistos e migmatitos e morros <strong>de</strong> rochas graníticas e alcalinas.<br />

As ocorrências secundárias ou <strong>de</strong>rivadas são representadas por areias <strong>de</strong> restinga, solos<br />

moles argilosos <strong>de</strong> mangue e <strong>de</strong> áreas alagadiças, aluviões indiferenciados, e solos<br />

aluvionares argilosos e arenosos. Ocorrências intermediárias, geralmente evi<strong>de</strong>nciado<br />

superfícies arrasadas, rebaixadas e via <strong>de</strong> regra entulhadas por sedimentos, são<br />

apresentadas como classes <strong>de</strong> transição entre as classes principais acima <strong>de</strong>scritas. São<br />

apontadas no mapeamento como: morrotes/solos residuais <strong>de</strong> cristalino, tálus/colúvio<br />

indiferenciados, tálus e colúvio. Uma última classe, nitidamente geomorfológica: é<br />

representada por formações <strong>de</strong> montanhas e escarpas.<br />

Esta classificação possuí forte orientação geotécnica relacionando <strong>de</strong> uma lado<br />

compartimentos “duros” e <strong>de</strong> outro os compartimentos consi<strong>de</strong>rados “moles”, situando<br />

entre estes os compartimentos intermediários ou <strong>de</strong> transição. Sob este enfoque os<br />

processos geomorfológicos relacionam-se diretamente ao tipo <strong>de</strong> substrato a ser<br />

trabalhado. Ravinamentos, voçorocamentos, <strong>de</strong>sbarrancamentos, <strong>de</strong>slizamentos e queda<br />

<strong>de</strong> barreiras são processos freqüentes nos compartimentos primários e <strong>de</strong> transição. Já os<br />

processos <strong>de</strong> assoreamento, colmatação e inundações/ enchentes são freqüentes na classe<br />

secundária ou <strong>de</strong>rivada. Esta metodologia mostra-se especialmente a<strong>de</strong>quada para a<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> condicionantes físicos relacionados com a susceptibilida<strong>de</strong> à erosão, com<br />

a instabilida<strong>de</strong> geológico-geotécnico e com outros aspectos <strong>de</strong> apoio ao diagnóstico <strong>de</strong><br />

fragilida<strong>de</strong>s e zonas críticas. O Mapa 2 - Condicionantes Físicos, apresenta o resultado<br />

<strong>de</strong>sta análise.<br />

O mapeamento dos solos utiliza o termo solo como referência a todo e qualquer material<br />

<strong>de</strong> origem natural, particulado e não consolidado, proveniente da meteorização <strong>de</strong> rochas,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser transportado ou in situ. Com base nesta <strong>de</strong>finição, buscou a caracterização e a<br />

distribuição dos diferentes tipos <strong>de</strong> solos e sua relação com os condicionantes geológicogeomorfológicos,<br />

bem como com os processos atuantes, nos vários tipos <strong>de</strong> ambientes que<br />

compõem a bacia. A exigüida<strong>de</strong> <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> solos em escala <strong>de</strong>talhada para a<br />

totalida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> estudo e a varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> escalas em que os dados disponíveis se<br />

encontram, foram aspectos que levaram a adoção <strong>de</strong> procedimentos diferenciados e<br />

complementares para a configuração <strong>de</strong> um esboço pedológico e i<strong>de</strong>ntificação dos solos<br />

para uso agropecuários e florestais, conforme indicam os mapas 3 e 4.<br />

Os dados utilizados foram extraídos em gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> trabalhos elaborados pela<br />

EMBRAPA, pelo GEROE, Projeto RADAMBRASIL e do Programa ZEE-RJ (SEMA,<br />

1996).<br />

As informações dos mapas <strong>de</strong> solos disponíveis, serviram para a i<strong>de</strong>ntificação preliminar<br />

das gran<strong>de</strong>s classes <strong>de</strong> solos existentes na área da bacia. A partir daí, foram estabelecidas<br />

correlações com alguns condicionantes físico-ambientais (formas do relevo, ambientes e<br />

litologias), elementos já caracterizados em trabalhos anteriores e disponíveis para toda a<br />

área (GEROE, 1995). Para tais correlações, proce<strong>de</strong>u-se primeiramente, à uma<br />

superposição do Mapa Semi<strong>de</strong>talhado <strong>de</strong> Solos do Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro na escala<br />

1:50.000 (EMBRAPA/SNLCS, 1980) ao Mapa Síntese dos Condicionantes Físico-<br />

Ambientais, escala 1:50.000, Folha Santa Cruz, elaborado pelo GEROE (1995),<br />

juntamente com a análise das respectivas legendas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-61


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Essa superposição permitiu associar os chamados condicionantes físicos-ambientais aos<br />

tipos <strong>de</strong> solos <strong>de</strong>scritos na legenda do mapa semi<strong>de</strong>talhado da EMBRAPA.<br />

Para o restante da bacia, não abrangida pelo mapeamento da EMBRAPA, foi feita uma<br />

extrapolação das correlações obtidas a partir <strong>de</strong> análise feita para o município do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, utilizando-se as folhas do mapa síntese dos condicionantes físico-ambientais que<br />

cobrem esse restante (GEROE,1995) e a base 1:50.000 elaborada pelo Macro Plano, na<br />

qual constam a topografia e as sub-bacias. O trabalho assim realizado gerou o mapa <strong>de</strong><br />

esboço pedológico para a bacia <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

A avaliação das possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso das terras para a área <strong>de</strong> estudo refere-se a um guia<br />

<strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aproveitamento das terras, tendo como base as correlações<br />

anteriormente realizadas entre condicionantes geológico-geomorfológicos e classes <strong>de</strong><br />

solos, além das informações <strong>de</strong> uso do solo e do mapa <strong>de</strong> <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>s da área da bacia,<br />

integrante na base cartográfica no Macroplano.<br />

O produto da conjugação <strong>de</strong>sses fatores e critérios nos forneceu um mapeamento dos<br />

diferentes potenciais <strong>de</strong> uso das terras para fins agropecuários e apresentado no Mapa 4.<br />

Para efeito <strong>de</strong> classificação, foram adotadas as classes <strong>de</strong> uso e cobertura vegetal do<br />

GEROE com algumas adaptações e ressalvas principalmente quanto aos aspectos que não<br />

pu<strong>de</strong>ram ser individualizados pela interpretação das imagens. No caso específico da<br />

cobertura florestal, adotou-se a classificação proposta pela Resolução CONAMA 06/94.<br />

Outro ponto importante a ser consi<strong>de</strong>rado quanto a este aspecto refere-se a<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> individualização da cultura <strong>de</strong> banana, principalmente situada à<br />

vertente atlântica da Serra do Mar, uma vez que os padrões i<strong>de</strong>ntificados nas imagens não<br />

o permitiram. Os trabalhos <strong>de</strong> campo foram portanto orientados a i<strong>de</strong>ntificar, <strong>de</strong>ntro das<br />

manchas florestais, áreas on<strong>de</strong> a presença <strong>de</strong> bananeiras se mostre relevante, <strong>de</strong> forma a<br />

individualizá-las <strong>de</strong>ntro das classes mapeadas, pela superposição <strong>de</strong> ícone indicativo.<br />

Todos os dados processados, comporão uma camada <strong>de</strong> informação (layer) <strong>de</strong>signado<br />

como uso do solo. A interpolação <strong>de</strong>stes layers com os <strong>de</strong>mais layers temáticos<br />

possibilitará, entre outros:<br />

− associar a cobertura vegetal com os tipos <strong>de</strong> relevo, hipsometria; embasamento<br />

rochoso, pluviosida<strong>de</strong>, etc.<br />

− i<strong>de</strong>ntificar a quantificar a cobertura vegetal remanescente por bacia, sub-bacia,<br />

município e ilha.<br />

− i<strong>de</strong>ntificar as ações efetiva ou potencialmente impactantes (expansão <strong>de</strong> áreas urbanas,<br />

linhas <strong>de</strong> transmissão, oleodutos);<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

A partir do diagnóstico dos componentes físicos da bacia <strong>de</strong> Sepetiba foram produzidas as<br />

seguintes espacializações: Mapa 1 - “Carta Topoclimática”, Mapa 2 - “Condicionantes<br />

Físicos”, Mapa 3 - “Esboço Pedológico” e Mapa 4 - “Potencial <strong>de</strong> Uso das Terras para<br />

Fins Agropecuários.<br />

2-62


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.7 RECURSOS HÍDRICOS<br />

Os recursos hídricos existentes na bacia representam papel estratégico, po<strong>de</strong>ndo ser<br />

consi<strong>de</strong>rados como um dos principais recursos ambientais disponíveis. Os mesmos são<br />

utilizados para abastecimento público e industrial <strong>de</strong> água, diluição <strong>de</strong> efluentes,<br />

recreação e geração <strong>de</strong> energia. A bacia <strong>de</strong> Sepetiba produz água e energia elétrica que<br />

satisfazem às suas <strong>de</strong>mandas e exporta todo o exce<strong>de</strong>nte para a Região Metropolitana do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

As obras <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia tiveram seu início em 1905, com a construção da<br />

barragem e do reservatório <strong>de</strong> Lajes, no ribeirão das Lajes, bem como da usina<br />

hidrelétrica <strong>de</strong> Fontes. Posteriormente, em 1911, a bacia passou a receber as águas do rio<br />

Piraí, através <strong>de</strong> uma barragem neste rio e <strong>de</strong> um túnel que <strong>de</strong>sembocava no Reservatório<br />

<strong>de</strong> Lajes. Em 1940 e 1943, a barragem <strong>de</strong> Lajes foi alterada para aumento da capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> acumulação.<br />

Poucos anos mais tar<strong>de</strong>, em 1952, foram concluídas as obras <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio do rio Paraíba-<br />

Piraí e a usina hidrelétrica <strong>de</strong> Nilo Peçanha. As obras encontram-se implantadas às<br />

margens do rio Paraíba do Sul, na bacia do rio Piraí e na bacia do ribeirão das Lajes.<br />

Permitem a retirada <strong>de</strong> água do rio Paraíba do Sul, por meio <strong>de</strong> bombas, e da barragem <strong>de</strong><br />

Santa Cecília, e seu lançamento no reservatório <strong>de</strong> Santana. Deste reservatório é<br />

novamente bombeada para o reservatório do Vigário, situado no município <strong>de</strong> Piraí.<br />

No reservatório do Vigário, há um canal até as tubulações que <strong>de</strong>scem a serra das Araras e<br />

conduzem as águas para as usinas hidrelétricas <strong>de</strong> Nilo Peçanha e Fontes Novas, situadas<br />

as margens do ribeirão das Lajes. Em 1962, concluiu-se o Sistema LIGHT com a entrada<br />

em operação da usina <strong>de</strong> Pereira Passos. Tais obras <strong>de</strong> transposição <strong>de</strong> águas da bacia do<br />

rio Paraíba do Sul, para a bacia do ribeirão das Lajes-Guandu, contribuíram para um<br />

aumento sensível da oferta <strong>de</strong> água na região.<br />

As ações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte para abastecimento <strong>de</strong> água na região, tiveram seu início na<br />

década <strong>de</strong> 1930, quando da construção <strong>de</strong> uma adutora <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o Reservatório <strong>de</strong> Lajes até<br />

o Rio <strong>de</strong> Janeiro, o que representou na época uma das maiores obras <strong>de</strong> adução do mundo.<br />

Em 1950 iniciou-se a captação <strong>de</strong> água do Sistema Guandu.<br />

Este sistema foi construído para produzir 13,8 m³/s, sendo posteriormente (1961-1964)<br />

ampliado para 24 m³/s, juntamente com a construção do túnel adutor Guandu-Engenho<br />

Novo e da elevatória do Lameirão. No período <strong>de</strong> 78-82 a Estação do Guandu foi<br />

novamente ampliada para 40 m³/s, em conseqüência do aumento da área <strong>de</strong> atendimento,<br />

após a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Recentemente, o sistema<br />

sofreu nova ampliação, para uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 45 m³/s.<br />

Além do rio Guandu, que sem dúvida é o gran<strong>de</strong> manancial <strong>de</strong> água para a região, dispõese<br />

ainda <strong>de</strong> diversos outros mananciais, que apresentam capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> atendimento com<br />

água <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>, a diversos municípios e localida<strong>de</strong>s da área. Destacam-se aí os rios<br />

Mazomba e Cação, que abastecem Itaguaí; os rios Prata, Saco e Santana/Botafogo, que<br />

aten<strong>de</strong>m toda a região <strong>de</strong> Mangaratiba; o rio Santana, afluente do Guandu, que abastece<br />

Miguel Pereira, e o rio São Pedro que faz parte do sistema Acari, e que abastece gran<strong>de</strong><br />

parte <strong>de</strong> Nova Iguaçu(localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Austin), Japeri e Queimados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-63


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A seguir, apresentam-se dados sobre o papel estratégico dos recursos hídricos da bacia.<br />

♦ As disponibilida<strong>de</strong>s hídricas da bacia <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong>correm em gran<strong>de</strong> parte do aporte<br />

<strong>de</strong> águas da bacia do Paraíba do Sul, estabelecendo alto nível <strong>de</strong> susceptibilida<strong>de</strong> da<br />

primeira às condições ambientais da segunda. Tal fato impõe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong> monitoramento que permita a orientação <strong>de</strong> ações quanto ao controle <strong>de</strong><br />

poluição hídrica e transporte <strong>de</strong> sedimentos entre as duas bacias.<br />

♦ Os principais problemas associados à qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água no rio Guandu são<br />

conseqüências do gran<strong>de</strong> volume lançamento <strong>de</strong> esgotos e <strong>de</strong> lixo nos tributários e na<br />

sua própria calha, e da turbi<strong>de</strong>z causada principalmente pelas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração<br />

<strong>de</strong> areia nos município <strong>de</strong> Seropédica e Queimados.<br />

♦ A principal forma <strong>de</strong> poluição hídrica na bacia ocorre em função do lançamento <strong>de</strong><br />

esgotos "in natura".<br />

♦ As áreas mais críticas quanto à poluição hídrica fluvial situam-se na porção leste da<br />

bacia, em especial no médio e baixo curso das bacias dos rios Poços-Queimados,<br />

Guandu Mirim, Cação Vermelho-Itá, Piraquê e no baixo curso do rio da Guarda.<br />

Destaca-se na Região Serrana, a baixa qualida<strong>de</strong> das águas do rio Macacos, que drena<br />

os núcleos urbanos <strong>de</strong> Paracambi e Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin.<br />

♦ Os rios da porção oeste da bacia apresentam-se em sua maioria preservados em suas<br />

cabeceiras e com <strong>de</strong>terioração <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong> apenas junto a costa quando atingem os<br />

núcleos urbanos do município <strong>de</strong> Mangaratiba.<br />

♦ Embora a poluição hídrica alcance níveis críticos em diversos tributários do rio<br />

Guandu, as condições <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas águas são a<strong>de</strong>quadas tanto para o<br />

abastecimento <strong>de</strong> água quanto para os <strong>de</strong>mais usos previstos para a Classe II. Isto<br />

<strong>de</strong>corre da superiorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua vazão (artificial) em relação às vazões naturais <strong>de</strong> seus<br />

tributários.<br />

♦ É relevante a carga <strong>de</strong> sedimentos transportada pelos rios da bacia, em especial o rio<br />

Guandu e seus tributários.<br />

2.8 CONDICIONANTES BIÓTICOS E ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS<br />

2.8.1 Flora e Vegetação<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista biogeográfico terrestre, a bacia <strong>de</strong> Sepetiba situa-se integralmente no<br />

bioma da Mata Atlântica, que, no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro ocupava 97% do território, no<br />

ano <strong>de</strong> 1500. Em 1990 restavam cerca <strong>de</strong> 896.324 ha <strong>de</strong> florestas, correspon<strong>de</strong>ndo a<br />

20,24% da superfície do Estado. O Quadro 2.8 apresenta o processo <strong>de</strong> redução histórica<br />

da Mata Atlântica no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-64


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 2.8 - REMANESCENTES FLORESTAIS DE MATA ATLÂNTICA<br />

NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO<br />

Ano Área<br />

(ha)<br />

% Cobertura Florestal<br />

Remanescente<br />

1500 4.294.000 97,00<br />

1912 3.585.000 81.00<br />

1960 1.106.700 25,00<br />

1978 973.900 22,00<br />

1985 937.100 21,17<br />

1990 896.200 20,24<br />

Fonte: Evolução dos Remanescentes Florestais e Ecossistemas Associados do Domínio da Mata<br />

Atlântica Ecossistemas - Fundação S.O.S. Mata Atlântica / Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas<br />

Espaciais, 1993.<br />

Entre 1985 e 1990, o Estado per<strong>de</strong>u 30.579 ha <strong>de</strong> florestas, 1.072 <strong>de</strong> restinga e 101 ha <strong>de</strong><br />

mangues.<br />

Os estudos do Macroplano diagnosticaram os seguintes tipos remanescentes <strong>de</strong> vegetação<br />

nativa e <strong>de</strong> classes <strong>de</strong> uso da terra na bacia <strong>de</strong> Sepetiba: Floresta Densa e em Estágio<br />

Médio <strong>de</strong> Regeneração, Floresta em Estágio Inicial <strong>de</strong> Regeneração; Comunida<strong>de</strong>s<br />

Vegetais <strong>de</strong> Afloramento Rochoso, Comunida<strong>de</strong>s Vegetais <strong>de</strong> Restinga; Vegetação <strong>de</strong><br />

Mangue; Vegetação <strong>de</strong> Mangue Degradado; Campo/Pastagem; Áreas Inundadas e<br />

Inundáveis; Reflorestamento; Área Agrícolas; Solos Exposto e Áreas Urbanas. Estas<br />

categorias encontram-se i<strong>de</strong>ntificadas no MAPA 5 - “Uso do Solo e Cobertura Vegetal”,<br />

apresentado ao final <strong>de</strong>sta seção.<br />

Na atualida<strong>de</strong>, as florestas existentes abrangem cerca <strong>de</strong> 40% da área da bacia e são<br />

representadas por fragmentos <strong>de</strong> diversos tamanhos e estágios sucessionais, situados<br />

quase que exclusivamente nos topos e encostas das serras, raramente alcançando as<br />

margens dos rios nos trechos <strong>de</strong> baixada.<br />

Há uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> tipos florestais com distintas alturas, espaçamentos entre as plantas e<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> árvores e arbustos. Esta varieda<strong>de</strong> é reflexo <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> fatores, tais<br />

como altitu<strong>de</strong>, espessura e fertilida<strong>de</strong> do solo, proximida<strong>de</strong> do mar, orientação da encosta,<br />

insolação, ventos e regime <strong>de</strong> precipitações, bem como das diferenciadas formas e<br />

intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> perturbações a que foi submetida a floresta pretérita, e das condições em<br />

que a sucessão se processou posteriormente, até chegar ao estado atual.<br />

Matas <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> serras estão, <strong>de</strong> modo geral, condicionadas pela presença <strong>de</strong> solos rasos<br />

e po<strong>de</strong>m apresentar dossel contínuo, <strong>de</strong> porte baixo e alta <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>, com alto teor <strong>de</strong><br />

matéria orgânica no solo. As matas <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> vale estão sobre solos mais profundos,<br />

sendo <strong>de</strong> maior porte, com gran<strong>de</strong> riqueza florística.<br />

Os remanescentes florestais das bacias po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>signados como fragmentos em<br />

estágios avançado, médio e inicial <strong>de</strong> regeneração. Cabe mencionar que em um único<br />

fragmento é possível encontrar mais <strong>de</strong> um estágio sucessional. Fragmentos <strong>de</strong> floresta<br />

primária provavelmente não mais existem ou são raríssimos. O único local com chance <strong>de</strong><br />

abrigá-los é a Reserva Biológica do Tinguá. Estes representariam a máxima expressão<br />

local em termos <strong>de</strong> clímax.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-65


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Os fragmentos florestais em melhor estado são encontradas nos seguintes locais:<br />

♦ serra do Tinguá, nas cabeceiras dos rios Santana, São Pedro, Santo Antônio e Douro<br />

♦ serras <strong>de</strong> Mangaratiba, em especial nos vales dos rios Ingaíba e São Brás<br />

♦ serra <strong>de</strong> Paracambi, na bacia do rio Macacos, a meio caminho entre as cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Engº<br />

Paulo <strong>de</strong> Frontin e Paracambi.<br />

♦ alto da serra <strong>de</strong> Madureira -Mendanha<br />

♦ Morro da Marambaia (encostas voltadas para o mar)<br />

♦ arredores do Reservatório <strong>de</strong> Lajes<br />

A cobertura florestal das ilhas é réplica, em menor escala, do que ocorrem no litoral.<br />

Devido à proximida<strong>de</strong> do litoral, é provável que não haja en<strong>de</strong>mismos vegetais causados<br />

pelo isolamento, que po<strong>de</strong>ria funcionar como barreira geográfica no mecanismo <strong>de</strong><br />

especiação. As ilhas Guaíba e Ma<strong>de</strong>ira tem florestas alteradas em áreas <strong>de</strong> topo. As<br />

<strong>de</strong>mais ilhas principais como Itacurussá, Jaguanum, Furtada, Martins, Cutiatá-Açu, Vigia<br />

Gran<strong>de</strong>, Bonita, Saracura e Jardins, encontram-se com florestas em bom estado.<br />

O Quadro 2.9 mostra a situação da cobertura vegetal por município. A categoria “outros”<br />

engloba campo/pastagem, áreas inundadas e inundáveis, silvicultura, áreas agrícolas, solo<br />

exposto e áreas urbanas.<br />

QUADRO 2.9 - COBERTURA VEGETAL POR MUNICÍPIO<br />

Município Área na<br />

bacia (ha)<br />

COBERTURA VEGETAL E USO DO SOLO<br />

Em Ha Em % da Área Municipal na Bacia<br />

Floresta Restinga Mangue<br />

Degradado<br />

Mangue<br />

Floresta Restinga Mangue<br />

Degradado<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-66<br />

Mangue<br />

Engº Paulo <strong>de</strong><br />

Frontin<br />

5.760 3.136,5 --- --- --- 54.45% --- --- ---<br />

Itaguaí 29.230 11.389,2 838,9 340,1 239,8 38,96% 2,87% 1,16% 0,82%<br />

Japeri 8.290 1.044,9 --- --- --- 12,60% --- --- ---<br />

Mangaratiba (1) 36.070 15.223,8 2.207,2 48,2 100,2 80,60% 6,12% 0,13% 0,28%<br />

Miguel Pereira (2) 25.240 14.696,6 ....... --- --- 60,32% --- --- ---<br />

Nova Iguaçu 24.580 13.536,4 --- --- --- 55,07% --- --- ---<br />

Paracambi 17.930 7.301,5 --- --- --- 40,72% --- --- ---<br />

Piraí 11.690 4.325,4 --- --- --- 37,00% --- --- ---<br />

Queimados 7.800 793,9 --- --- --- 10,18% --- --- ---<br />

Rio Claro 31.870 19.833,9 --- --- --- 62,23% --- --- ---<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 45.970 14.614,4 878,9 80,9 2.352,1 31,79% 1,91% 0,18% 5,12%<br />

Seropédica 25.360 3.114,7 --- --- --- 12,28% --- --- ---<br />

TOTAIS 269.790 109.011,2 3.925 469,2 2.692,1<br />

Nota: (1) - A pequena área <strong>de</strong> Angra dos Reis, a oeste do rio Jacarei, foi computada como pertencente ao município <strong>de</strong> Mangaratiba.<br />

(2) - Inclui a pequena área <strong>de</strong> Vassouras.<br />

As comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restinga aparecem somente na restinga da Marambaia, cuja superfície<br />

total abrange cerca <strong>de</strong> 79 km², a qual se soma o morro da Marambaia, com cerca <strong>de</strong> 20<br />

km². A restinga da Marambaia apresenta diversas feições naturais como praias; feixes <strong>de</strong><br />

cristas <strong>de</strong> praias; campos <strong>de</strong> dunas; dois cordões litorâneos; lagoas colmatadas; áreas<br />

alagadas permanentemente com uma série <strong>de</strong> ilhas circulares que po<strong>de</strong>m ser associadas a


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sambaquis; esporões e marcas <strong>de</strong> ondulação em zona submersa; e re<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais. No<br />

extremo oeste da restinga situa-se a ilha ou morro da Marambaia.<br />

A vegetação da restinga da Marambaia encontra-se em excelente estado <strong>de</strong> conservação,<br />

fato que foi constatado através <strong>de</strong> um sobrevôo. Na parte próxima ao continente há<br />

comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> restinga herbáceas e arbustivas e porções ocupadas por restinga arbórea<br />

por sobre os cordões arenosos. Na parte afilada, predomina a restinga herbácea,<br />

entremeada com superfícies <strong>de</strong> areia exposta. As poucas moitas arbustivas ocorrem sobre<br />

a berma da praia (duna).<br />

Na zona alargada situada a oeste, que se esten<strong>de</strong> até o morro da Marambaia, a vegetação é<br />

mais diversificada. Observa-se vegetação <strong>de</strong> brejo, vegetação rasteira <strong>de</strong> praia,<br />

comunida<strong>de</strong>s herbáceas e arbustivas sobre dunas fixas e moveis, comunida<strong>de</strong>s herbáceasarbustivas<br />

tipo “parque”, florestas <strong>de</strong> restingas e florestas paludosas. As florestas <strong>de</strong><br />

restinga ocupam os cordões mais antigos. Formam faixas estreitas côncavas, paralelas às<br />

linha <strong>de</strong> praia da enseada da Marambaia e à face leste da ponta da Pombeba. Ocorre<br />

também nas áreas adjacentes ao morro da Marambaia, formando uma massa contínua com<br />

a floresta <strong>de</strong>ste morro.<br />

Os manguezais encontram-se distribuídos em toda a orla interior da baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

inclusive em algumas ilhas. Po<strong>de</strong>m ser agrupados da seguinte forma<br />

♦ mangue <strong>de</strong> Guaratiba - restinga da Marambaia<br />

♦ mangue da APA das Brizas<br />

♦ mangue da Zona <strong>de</strong> Canais<br />

♦ mangue <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong><br />

♦ mangue da ilha <strong>de</strong> Itacurussá<br />

♦ mangues <strong>de</strong> Mangaratiba<br />

Os principais mangues da região são os <strong>de</strong> Guaratiba e os da zona dos canais. Os <strong>de</strong>mais<br />

além <strong>de</strong> possuírem menor tamanho, apresentam-se em estados variados <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação. Os<br />

mangues da zona dos canais encontram-se em ampliação, colonizando as amplas<br />

superfícies <strong>de</strong> lama. As principais espécies dos mangues <strong>de</strong> Sepetiba são: Rhizophora<br />

mangle (mangue-vermelho), Avicennia schaueriana (mangue-preto ou siriúba) e<br />

Laguncularia racemosa (mangue-branco), comuns à maioria dos manguezais que ocorrem<br />

na costa brasileira.<br />

Afloramentos rochosos são expressivos na bacia, estando <strong>de</strong> uma maneira geral bem<br />

preservados em função, provavelmente, da dificulda<strong>de</strong> para retirada <strong>de</strong> plantas, <strong>de</strong>vido ao<br />

alto grau <strong>de</strong> inclinação, além <strong>de</strong> seu uso restrito.<br />

Os campos e as pastagens constituem os tipos predominantes na baixada e nas colinas,<br />

ocorrendo ainda em muitas encostas do domínio serrano e dos maciços costeiros. São<br />

essencialmente <strong>de</strong> origem antrópica. Poucas são as áreas que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>signadas como<br />

pastagem, on<strong>de</strong> se exerce um controle sobre ervas invasoras <strong>de</strong> modo a propiciar o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento apenas <strong>de</strong> espécies forrageiras paláveis e <strong>de</strong> maior valor alimentar para o<br />

gado.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Na verda<strong>de</strong>, a maioria dos terrenos planos e <strong>de</strong> colina são áreas abandonadas à espera <strong>de</strong><br />

serem loteadas ou que, mesmo com gado, não sofrem qualquer tipo <strong>de</strong> manejo racional. A<br />

cobertura vegetal é predominantemente formada por ervas invasoras e ru<strong>de</strong>rais, dos quais<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>stacam o capim-colonião (Panicum maximum), capim-gordura (Melinis minutiflora),<br />

sapê (Imperata brasiliensis), barba-<strong>de</strong>-bo<strong>de</strong> (Aristida paelens) e rabo-<strong>de</strong>-burro<br />

(Andropogon bicornis).<br />

Conforme as condições <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgaste do solo, há um tipo <strong>de</strong> flora invasora. Os capins sapê<br />

e rabo-<strong>de</strong>-burro predominam nas colinas e em encostas serranas em estágio extremo <strong>de</strong><br />

esgotamento do solo, sendo indicadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação ambiental. Espécie invasora<br />

arbórea <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque na bacia é a árvore sabiá (Mimosa caesalpinifolia), originária do<br />

nor<strong>de</strong>ste do Brasil.<br />

Encontram-se na bacia, em particular na baixada, áreas inundadas e inundáveis associadas<br />

às <strong>de</strong>pressões naturais do terreno, aos cursos <strong>de</strong> água, bem como às cavas abandonadas <strong>de</strong><br />

areais. Plantas típicas <strong>de</strong>stes locais são taboas (Typha dominguensis), periperis (Cyperus<br />

giganteus), aguapés (Echornia crassipes) e salsas-do-brejo.<br />

As áreas <strong>de</strong> silvicultura correspon<strong>de</strong>m a pequenos plantios <strong>de</strong> Eucaliptus sp no campus da<br />

UFRRJ, na Floresta Nacional Mário Xavier, na Reta <strong>de</strong> Piranema e em pontos isolados na<br />

bacia do rio Santana. As principais culturas agrícolas da bacia são mostradas no<br />

Quadro 2.10.<br />

QUADRO 2.10- CULTURAS AGRÍCOLAS NA BACIA<br />

Grupo Culturas<br />

Frutas abacate, abacaxi, banana, caqui, coco-ver<strong>de</strong>, goiaba, laranja,<br />

limão, mamão, manga, maracujá e tangerina<br />

Grãos arroz, milho e feijão<br />

Olerícolas folhosos: agrião, alface, cebolinha, chicória, couve, couve-flor,<br />

repolho e salsa<br />

frutos: abóbora, abobrinha, chuchu, jiló, pepino, pimentão,<br />

quiabo, tomate e vagem<br />

raízes e tubérculos: aipim, batata-doce, cenoura e inhame.<br />

Outras Culturas café e cana-<strong>de</strong>-açúcar<br />

Foram consignadas como solo exposto as áreas <strong>de</strong>capeadas, sem qualquer tipo <strong>de</strong><br />

cobertura vegetal. As maiores manchas passíveis <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação correspon<strong>de</strong>m às áreas<br />

<strong>de</strong> empréstimo da BR-101, em Itaguaí.<br />

Fato relevante na bacia é a aparente vagarosida<strong>de</strong> da sucessão vegetal. Sendo a floresta o<br />

ecossistema clímax <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte do território da bacia, era <strong>de</strong> se esperar que a sucessão<br />

vegetal nas áreas <strong>de</strong> pastagem abandonada e em outras áreas <strong>de</strong>gradadas fosse mais<br />

intensa, e que matas com razoável <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> se restabelecessem em menos <strong>de</strong> uma<br />

década. No entanto, observa-se que amplas superfícies revestidas por plantas<br />

herbáceo/arbustivas e muitas florestas em estágio inicial <strong>de</strong> regeneração não evoluem ou<br />

avançam muito lentamente <strong>de</strong>vido a diversos fatores, que atuam isoladamente ou em<br />

conjunto:<br />

♦ solos esgotados em colinas e encostas, dominados pela presença <strong>de</strong> ervas invasoras;<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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♦ competição com ervas-invasoras, em especial o capim-colonião;<br />

♦ queimadas anuais provocadas por balões, criadores <strong>de</strong> gado ou para “limpeza” <strong>de</strong><br />

terreno;<br />

♦ consumo <strong>de</strong> plântulas pelo gado ou morte por pisoteio.<br />

♦ gran<strong>de</strong> distância dos fragmentos <strong>de</strong> mata produtores <strong>de</strong> propágulos<br />

A compreensão técnica <strong>de</strong>ste fenômeno é fundamental para a formulação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

reflorestamento, sendo a atual carência <strong>de</strong> dados sobre o assunto um impeditivo para a<br />

implementação <strong>de</strong> uma solução efetiva para o problema.<br />

Destacam-se ainda os seguintes aspectos relacionados à cobertura vegetal:<br />

♦ muitas espécies nativas da bacia são apropriadas para a revegetação <strong>de</strong> áreas<br />

<strong>de</strong>gradadas, arborização urbana e mesmo para a silvicultura, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

obter diversos produtos;<br />

♦ os principais eventos que vêm acarretando alterações na cobertura vegetal são: os<br />

bananais; a criação <strong>de</strong> gado em encostas íngremes e topos <strong>de</strong> morros; esgotamento dos<br />

solos, dificultando a regeneração; as queimadas provocadas por balões, criadores <strong>de</strong><br />

gado e bananeiros; a colonização <strong>de</strong> ervas invasoras; as linhas <strong>de</strong> transmissão; a<br />

escassa valorização das florestas; a fiscalização florestal precária; a expansão <strong>de</strong> áreas<br />

urbanas, loteamentos, favelas e condomínios; a construção <strong>de</strong> casas na beira dos rios,<br />

pedreiras, retirada <strong>de</strong> palmito e plantas ornamentais e espaços territoriais protegidos<br />

não implantados;<br />

♦ a inexistência <strong>de</strong> Reservas Florestais Legais, previstas no Código Florestal, e que<br />

po<strong>de</strong>ria constituir um valioso instrumento <strong>de</strong> preservação;<br />

♦ o extrativismo vegetal, com exceção do palmito, encontra-se em <strong>de</strong>cadência. A<br />

exploração ma<strong>de</strong>ireira comercial está encerrada, <strong>de</strong>vido ao esgotamento dos estoques<br />

e, em segundo plano, à fiscalização. Resta apenas, e em reduzida proporção a extração<br />

<strong>de</strong> lenha para consumo doméstico e <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira para construção <strong>de</strong> pequenas<br />

benfeitorias em sítios e fazendas. A única área com problemas relevantes <strong>de</strong><br />

extrativismo <strong>de</strong> lenha é a serra do Mendanha, on<strong>de</strong> se faz a retirada para abastecimento<br />

<strong>de</strong> padarias das baixada fluminense. A fabricação <strong>de</strong> carvão é rara. A retirada <strong>de</strong><br />

plantas ornamentais e medicinais das matas é intensa. O palmito é a ativida<strong>de</strong> extrativa<br />

<strong>de</strong> maior significância. Ela ocorre <strong>de</strong> forma generalizada. As principais áreas <strong>de</strong><br />

extração são as serras da bacia do rio Ingaíba e São Brás, a serra <strong>de</strong> Paracambi e a serra<br />

do Tinguá;<br />

♦ a fiscalização florestal é realizada pelo IEF, IBAMA e Batalhão Florestal, sendo que<br />

nenhum <strong>de</strong>les possui unida<strong>de</strong>s sediadas na bacia. A Prefeitura do Rio <strong>de</strong> Janeiro conta<br />

com efetivos da Guarda Municipal que realizam o serviço <strong>de</strong> fiscalização ambiental em<br />

seu território. Foi apurado que uma unida<strong>de</strong> do Batalhão Florestal está prestes a se<br />

instalar nas <strong>de</strong>pendências da Floresta Nacional Mário Xavier, aten<strong>de</strong>ndo a convite do<br />

IBAMA;<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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♦ s principais entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> manejo da flora nativa com experiência, tecnologia e centros<br />

<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> mudas são a EMBRAPA (Centro Nacional <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong><br />

Agrobiologia - CNPAB), a UFRRJ, a Prefeitura do Rio <strong>de</strong> Janeiro e a Floresta<br />

Nacional Mário Xavier. No campo da contenção física <strong>de</strong> encostas, a bacia conta com<br />

a experiência comprovada da GEORIO, e os serviços da Concessionária Nova Dutra e<br />

do DNER. A bacia apresenta uma capacida<strong>de</strong> instalada excelente para pesquisa,<br />

ensaios, produção <strong>de</strong> mudas e geração <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong> recuperação <strong>de</strong> matas,<br />

restingas, mangues e arborização urbana, bem como contenção física <strong>de</strong> encostas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2.8.2 Fauna Silvestre<br />

A bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba é formada por um mosaico <strong>de</strong> habitats, po<strong>de</strong>ndo-se distinguir<br />

os seguintes: Habitats Florestais, Habitats <strong>de</strong> Restinga, Habitats <strong>de</strong> Mangue, Habitats <strong>de</strong><br />

Campo/Pastagem, Habitats <strong>de</strong> Água Doce e Habitats Urbanos<br />

Observa-se que a bacia sofreu uma intensa fragmentação do habitat florestal original, com<br />

a criação <strong>de</strong> novos habitats, tais como áreas urbanas, campos e pastagens Este processo<br />

gerou um empobrecimento da fauna original e o acréscimo <strong>de</strong> animais exóticos.<br />

Como conseqüência <strong>de</strong>ste processo secular, a fauna da bacia po<strong>de</strong> ser dividida em três<br />

grupos, <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> habitats que as espécies freqüentam: umbrófilas,<br />

heliófilas e ubíquas. O primeiro grupo inclui as espécies restritas às formações florestais.<br />

O segundo agrupa as espécies restritas à vegetação aberta, ensolarada (campos e pastos),<br />

enquanto o terceiro reúne as espécies que praticamente vivem em todos os tipos <strong>de</strong><br />

habitat.<br />

É possível <strong>de</strong>duzir que a fauna seja composta principalmente <strong>de</strong> espécies heliófilas e<br />

úbiquas. Parece claro que as espécies mais prejudicadas com a alteração dos habitats são<br />

as umbrófilas. Isto <strong>de</strong>corre do fato <strong>de</strong> que muitos animais <strong>de</strong> ambientes sombreados <strong>de</strong><br />

mata não se aventuram em áreas abertas. A fragmentação da mata fragiliza a<br />

sobrevivência dos animais umbrófilos.<br />

Sobre os animais <strong>de</strong> floresta po<strong>de</strong>-se afirmar que:<br />

♦ muitos anfíbios po<strong>de</strong>m viver nos habitats florestais da bacia em populações<br />

geneticamente a<strong>de</strong>quadas, pois não necessitam <strong>de</strong> extensas áreas <strong>de</strong> vida. Os lagartos<br />

compreen<strong>de</strong>m em sua maioria animais <strong>de</strong> tamanho reduzido, com exceção do teiú<br />

(Tupinambis teguixin), pouca vagilida<strong>de</strong> e dinâmica populacional simples, que não<br />

necessitam <strong>de</strong> áreas extensas para sua sobrevivência;<br />

♦ com respeito às serpentes, embora muito pouco se saiba a respeito do tamanho das<br />

áreas domiciliares e da biologia populacional do grupo, especula-se que a bacia tenha<br />

boa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentação <strong>de</strong> todas as espécies nativas. Cobra <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte<br />

como a jibóia (Boa constrictor) <strong>de</strong>ve ocorrer em bom número, pois não é muito<br />

exigente em termos <strong>de</strong> habitats;<br />

♦ as aves florestais <strong>de</strong> menor porte, como os passeriformes, po<strong>de</strong>rão ser mantidos na<br />

bacia com populações <strong>de</strong> tamanho razoáveis, que irão variar <strong>de</strong> espécie para espécie.<br />

Para a maioria ocorrer, o principal fator está na existência <strong>de</strong> remanescente florestal <strong>de</strong><br />

2-70


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

razoável porte. Exceção se faz às espécies que são objeto <strong>de</strong> captura sistemática, seja<br />

para serem utilizadas como alimento, seja para servirem como animais <strong>de</strong> estimação<br />

(xerimbabo);<br />

♦ as aves carnívoras <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, essencialmente florestais ocorrerão em quantida<strong>de</strong>s<br />

reduzidas, enquadrando-se neste caso o gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) o<br />

gavião-pato (Spizastur melanoleucus) e a coruja-murucututu (Pulsatrix perspicillata).<br />

Predadores <strong>de</strong> médio porte são relativamente abundantes, como o falcão-mateiro<br />

(Micrastur ruficollis) e gavião-<strong>de</strong>-cabeça-cinza (Leptodon cayenensis);<br />

♦ nas mesmas condições estão as espécies <strong>de</strong> maior porte que vivem exclusivamente no<br />

piso da mata ou no subbosque, como o macuco (Tinamus solitarius) e o jacu (Penelope<br />

superciliaris), nas encostas <strong>de</strong> baixa altitu<strong>de</strong> e o jacuguaçu (Penelope obscura) e<br />

inhambu (Crypturellus obsoletos) nas partes elevadas das serras. O jaó-do-sul<br />

(Crypturellus noctivagus) e a jacutinga (Pipile jacutinga) estão certamente extintos.<br />

Problemática é a situação <strong>de</strong> alguns psitací<strong>de</strong>os, como o papagaio-chauá (Amazona<br />

rodochorytha) e as tiribas (Pyhrrura cruentata e Pyhrrura leucotis);<br />

♦ nas capoeirinhas, <strong>de</strong>vido à pequena espessura dos troncos e à falta <strong>de</strong> cavida<strong>de</strong>s, as<br />

espécies das famílias Falconidae, Psittacidae, Strigidae, Rhamphastida<strong>de</strong>, Capitonidae,<br />

Tyrannidae, Dendrocolaptidae, Contingida<strong>de</strong> e Hirundinida<strong>de</strong> são muito prejudicadas,<br />

pois não há disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> locais para nidificação e abrigo;<br />

♦ os roedores, marsupiais, lagomorfos e morcegos aparentemente po<strong>de</strong>m viver com<br />

populações razoáveis na bacia. Destacam-se pelo tamanho os ouriços (Coendou sp),<br />

pacas (Agouti paca) e cutias (Dasyprocta spp). Em áreas mais úmidas ocorre o rato <strong>de</strong><br />

espinho (Proechimys gujanensis). Os marsupiais também são abundantes na área,<br />

sendo os mais comuns o gambá (Di<strong>de</strong>lphis marsupialis), a cuíca <strong>de</strong> quatro-olhos<br />

(Philan<strong>de</strong>r opossum) e a cuiquinha (Marmosa sp). Os morcegos mais freqüentes são os<br />

frugívoros (Artibeus lituratus, Sturnira lilium, Phyllostomus hastatus e Platyhynus<br />

lineatus) o insetívoro (Myotis nigricans) e o polinívoro (Glossophaga soricina). Em<br />

estradas pouco movimentadas bor<strong>de</strong>jando áreas florestais é possível se encontrar tapitis<br />

(Sylvilagus brasiliensis);<br />

♦ do grupo dos mamíferos e<strong>de</strong>ntados ocorrem as seguintes espécies na bacia: tatus,<br />

incluindo o verda<strong>de</strong>iro (Dasypus novemcinctus), peba (Euphractus sexcintus) e tatuí<br />

(Dasypus septemcinctus); o tamanduá-<strong>de</strong>-colete (Tamandua tetradactyla), a preguiçacomum<br />

(Bradypus variegatus) e a preguiça-<strong>de</strong>-coleira (Bradypus torquatus). Todas as<br />

espécies <strong>de</strong> tatus têm aparentemente plenas condições <strong>de</strong> estarem com populações <strong>de</strong><br />

bom tamanho, assim como a preguiça-comum e o tamanduá-<strong>de</strong>-colete. O tatu-í tem<br />

naturalmente baixa <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional. A preguiça-<strong>de</strong>-coleira ocorre apenas em<br />

floresta <strong>de</strong>nsa como por exemplo na serra do Tinguá. O tatu-canastra (Priodontes<br />

maximus) está extinto;<br />

♦ com respeito ao grupo dos carnívoros, são registradas na bacia as seguintes espécies:<br />

cachorro-do-mato (Cerdocyon thous), guaxinim (Procyon cancrivorus), quati (Nasua<br />

nasua), aracambé (Conepatus chinga), furão (Galictis cuja), irara (Eira barbara), onça<br />

vermelha (Felis concolor), jaguatirica (Felis pardalis), gato-do-mato-pequeno-pintado<br />

(Felis tigrina) e jaguarundi (Felis yagouaroundi). O gato-maracajá-peludo (Felis<br />

wiedii) não possui registro recente na região. Com exceção dos cachorros-do-mato,<br />

guaxinins, quatis, aracambés, iraras, furões, jaguarundí e gato-do-mato-pequenopintado,<br />

as <strong>de</strong>mais espécies <strong>de</strong>vem se apresentar com baixas populações. A pior<br />

situação indiscutivelmente é da onça-parda ou suçuarana (Felis concolor). Devido ao<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-71


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

seu tamanho e as exigências territoriais, a bacia po<strong>de</strong>rá no máximo abarcar a área<br />

domiciliar <strong>de</strong> alguns poucos indivíduos, sendo impossível manter em seu interior<br />

populações mínimas viáveis;<br />

♦ <strong>de</strong>ntre os mamíferos <strong>de</strong> casco (artiodáctilos e perissodáctilus), <strong>de</strong>vem ocorrer duas<br />

espécies nas matas da bacia: veado-mateiro (Mazama americana) e o caititu (Taiassu<br />

tajacu). Todos são espécies <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque pois constituem os maiores herbívoros e são os<br />

preferidos pelos caçadores, especialmente nas matas <strong>de</strong> Mangaratiba. As populações<br />

do veado-mateiro não <strong>de</strong>vem ser altas, <strong>de</strong>vido a caça, enquanto que a do caititu ainda é<br />

alta, pela capacida<strong>de</strong> do animal <strong>de</strong> adaptar-se a ambientes parcialmente alterados. A<br />

anta (Tapirus terrestris) provavelmente está extinta na bacia;<br />

♦ no tocante aos primatas, a bacia <strong>de</strong>ve albergar as seguintes espécies: sagüis (Callithrix<br />

aurita: Callithrix jacchus, Callithrix pennicillata), barbado (Alouatta fusca) e macacoprego<br />

(Cebus apella). Os sagüis (C. jacchus e C. pennicillata) são exóticos, sendo<br />

provenientes do Centro e Nor<strong>de</strong>ste e com ocorrência inclusive <strong>de</strong> híbridos. Callithrix<br />

aurita <strong>de</strong>ve ocorrer apenas nas partes elevadas das serras do Tinguá e Três Orelhas,<br />

sendo especializado em mata <strong>de</strong> altitu<strong>de</strong>. As florestas <strong>de</strong> Mangaratiba e Tinguá têm<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sustentarem populações razoáveis do macaco-prego e do barbado.<br />

Com respeito à fauna dos habitats <strong>de</strong> campo/pastagem, ela é composta <strong>de</strong> muito menos<br />

espécies que na floresta, sendo que estas encontram-se, em geral, em gran<strong>de</strong> número. As<br />

freqüentes queimadas <strong>de</strong>vem prejudicar muito a fauna, <strong>de</strong>struindo ninhos e abrigos, ou<br />

mesmo acarretando mortes por queimaduras.<br />

Animais domésticos como bois (Bos taurus), porcos (Sus scrofa domesticus), cavalos<br />

(Equus caballus), cabritos (Capra hircus) e galinhas (Gallus domesticus) <strong>de</strong>vem possuir<br />

uma biomassa muito maior que a soma <strong>de</strong> todos os animais silvestres da bacia.<br />

A fauna da restinga da Marambaia é diversificada <strong>de</strong>vido ao estado <strong>de</strong> conservação. A<br />

restinga da Marambaia talvez seja o último e mais seguro refúgio do lagarto-<strong>de</strong>-praia<br />

(Liolaemus lutzae), espécie endêmica do estado do Rio, reconhecidamente ameaçada <strong>de</strong><br />

extinção. Vive nas praias <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a restinga da Marambaia até Cabo Frio (praia das<br />

Conchas), litoral que vem sendo rapidamente urbanizado. Tambem ameaçada é a<br />

perereca-das-bromélias (Hyla truncata) que possui a particularida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ser o único anfíbio<br />

frugívoro conhecido.<br />

Em termos <strong>de</strong> fauna silvestre, os mangues da baía <strong>de</strong> Sepetiba constituem habitats <strong>de</strong><br />

mamíferos e aves. Há registros da ocorrência <strong>de</strong> lontras (Lutra longicaudis) nos mangues<br />

<strong>de</strong> Guaratiba. Espécie que comumente frequenta manguezais é o guaxinim (Procyon<br />

cracrivorus). A maioria da fauna silvestre <strong>de</strong> mangues é constituida por aves.<br />

Distinguem-se na bacia dois tipos <strong>de</strong> habitats aquáticos, os <strong>de</strong> rios e córregos serranos e os<br />

<strong>de</strong> baixada. Os primeiros, quando em bom estado, <strong>de</strong>vem abrigar cágados-da-serra<br />

(Hydromedusa maximiliani), além <strong>de</strong> anfíbios nos rasos e pequenos remansos.<br />

Na baixada, em particular nos rios maiores, po<strong>de</strong>m ocorrer os cágados Hydromedusa<br />

tectífera e Phrynops geoffroanus e em ribeirão das Lages, o cágado <strong>de</strong> Hogei (P.hogei).<br />

Lontras (Lutra longicaudis) são reportadas para as bacias dos rios Ingaíba e São Brás,<br />

assim como na represa <strong>de</strong> ribeirão das Lajes. Neste reservatório encontram-se capivaras<br />

(Hydrochaeris hydrochaeris) em processo <strong>de</strong> recuperação populacional. Jacarés-do-papo-<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-72


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

amarelo (Caiman latirostris) ocorrem apenas nas lagoas da restinga da Marambaia, on<strong>de</strong><br />

existe o cágado-do-litoral (Acanthochelys radiolata). A ariranha (Pteronura brasiliensis)<br />

está extinta.<br />

No tocante às aves paludícolas, a bacia apresenta uma quantida<strong>de</strong> expressiva <strong>de</strong> espécies,<br />

po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>stacar: biguá (Phalacrocorax olivaceus), mergulhão (Podiceps dominicus);<br />

frango-d’água (Gallinula chloropus), saracura-anã (Rallus nigricans); garça-branca<br />

(Casmerodius albus); socozinho (Butori<strong>de</strong>s striatus); jaçanã (Jacana jacana); o irerê<br />

(Dendrocygna viduata); martim-pescador (Ceryle torquata), viuvinha (Fluvicola<br />

leucocephala) e a lava<strong>de</strong>ira (Fluvicola nengeta).<br />

Os habitats urbanos são os mais pobres em espécies. A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cresce das áreas <strong>de</strong><br />

periferia, on<strong>de</strong> há árvores em quintais e maior quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terrenos baldios, para as<br />

áreas mais urbanizadas. Nestas, a fauna é composta essencialmente pelas seguintes<br />

espécies <strong>de</strong> animais nativos: rolinhas (Columbina talpacoti), bem-te-vis (Pitangus<br />

sulphuratus), cambaxirras (Traglodytes aedon) e, <strong>de</strong>ntre os da fauna exótica, o pardal<br />

(Passer domesticus), o pombo (Columba livia), ambos da Europa e Ásia, e o bico-<strong>de</strong>-lacre<br />

(Estrilda astrilda), da África.<br />

Em sua gran<strong>de</strong> maioria, os animais que compõem a fauna da bacia são <strong>de</strong> pequeno porte.<br />

Os que alçançam maior tamanho são a onça vermelha (Felis concolor) e o jacaré-dopapo-amarelo<br />

(Caman latirostris).<br />

Dentre as aves, po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental o macuco<br />

(Tinamus solitarius), habitante somente <strong>de</strong> floresta <strong>de</strong>nsa e o papagaio-chauá (Amazona<br />

rodochorytha). Também os gran<strong>de</strong>s gaviões, como o gavião-pega-macaco (Spizaetus<br />

tyrannus), e frugívoros especialistas, como a araponga (Procnias nudicollis), que<br />

requerem uma extensa área florestal para forrageamento, po<strong>de</strong>m ser indicadores <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> ambiental.<br />

Dos mamíferos, ressalta-se como indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental a jaguatirica (Felis<br />

pardalis) e a sussuarana (Felis concolor) que são animais <strong>de</strong> topo <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ias trófica<br />

necessitando <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s extensões <strong>de</strong> áreas conservadas para apresentar populações<br />

viáveis.<br />

As espécies exóticas que ocorrem na bacia, sem contar as espécies domésticas criadas<br />

soltas (boi, cavalo, burro, porco, galinha, etc), são o rato-<strong>de</strong>-casa (Rattus rattus),<br />

camundongos (Mus musculus), ratazanas (Rattus norvegicus); as aves garça-vaqueira<br />

(Bulbucus ibis), pardal (Passer domesticus) e bico <strong>de</strong> lacre (Estrilda estrilda); e os saguis<br />

(C.jachus e C.pennicillata). Também chegaram à bacia nas últimas décadas, o arapaçudo-cerrado<br />

(Lepidocolaptes angustirostris), o joão-<strong>de</strong>-barro-vermelho (Furnarius<br />

leucopus) e a lava<strong>de</strong>ira (Fluvicola nengeta).<br />

A caça na bacia não é intensa. Apurou-se que as serras <strong>de</strong> Mangaratiba são um dos sítios<br />

preferidos <strong>de</strong> caça no território fluminense, superado apenas pelas matas <strong>de</strong> Angra dos<br />

Reis e Parati. Os animais mais visados são veados, caititus, pacas, macuco, jacu e<br />

inhambu. A caça é praticada <strong>de</strong> espera ou com cachorro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-73


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Das espécies capturadas para servirem como animais <strong>de</strong> estimação ou serem<br />

comercializadas, <strong>de</strong>stacam-se aves canoras, como o trinca-ferro (Saltator similis), o<br />

coleirinho (Sporophila caerulescens), o chorão (Sporophila leucoptera), o pinchanchã<br />

(Sporophila frontalis) e o azulão (Cyanocompsa brissonii). Dentre as espécies mais<br />

cobiçadas como xerimbabo, estão os psitací<strong>de</strong>os, Maracanã (Propyhrrura maracana),<br />

araguari (Aratinga leucophthalmus) e sabiá-cica (Triclaria malachitacea), a araponga<br />

(Procnias nudicollis), os araçaris e tucanos (Seleni<strong>de</strong>ra maculirostris e Ramphastos<br />

vitellinus) e as saíras (Tangara cayana, Tangara seledon, Tangara cyanirostris) e<br />

gaturamos (Euphonia chlorotica, Euphonia pectoralis). Um dos locais tradicionalmente<br />

utilizados para abastecer os mercados clan<strong>de</strong>stinos <strong>de</strong> animais silvestres no Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

é a encosta baixa da serra do Tinguá.<br />

2.8.3 Espaços Territoriais Protegidos<br />

Na bacia, foram i<strong>de</strong>ntificadas 16 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação, sendo 3 sob jurisdição<br />

fe<strong>de</strong>ral, 7 sob jurisdição estadual e 6 sob jurisdição dos municípios. O Quadro 2.11<br />

apresenta as características básicas das principais Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação e <strong>de</strong>mais<br />

espaços territoriais protegidos.<br />

QUADRO 2.11 -ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS DA BACIA E DA BAÍA DE SEPETIBA<br />

DENOMINAÇÃO ÁREA ATOS LEGAIS SUBOR-<br />

NOTAS<br />

(ha)<br />

DINAÇÃO<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO<br />

Reserva Biológica <strong>de</strong> 26.000 Decreto 97.780 <strong>de</strong> 23/5/89 IBAMA Sem Plano <strong>de</strong> Manejo. Com plano<br />

Tinguá<br />

emergencial recente. Situação<br />

fundiária quase resolvida.<br />

Carência <strong>de</strong> pessoal,<br />

Estação Ecológica <strong>de</strong> Piraí 4.000 Termo <strong>de</strong> Comodato 7 <strong>de</strong> IBAMA<br />

equipamentos e benfeitorias. .<br />

Sem Plano <strong>de</strong> Manejo. Carência<br />

26/05/82 (LIGHT-SEMA)<br />

<strong>de</strong> pessoal, equipamentos e<br />

Floresta Nacional Mário 439 Decreto 93.369 <strong>de</strong> 8/10/86 IBAMA<br />

benfeitorias<br />

Sem Plano <strong>de</strong> Manejo. Carência<br />

Xavier<br />

<strong>de</strong> pessoal..<br />

Parque Estadual da pedra 12.500 Lei 2.377 <strong>de</strong> 28/6/74 IEF/RJ Sem Plano <strong>de</strong> Manejo. Situação<br />

Branca<br />

fundiária não resolvida. Carência<br />

<strong>de</strong> pessoal, equipamentos e<br />

benfeitorias.<br />

Parque das Dunas ---- Lei 1807 <strong>de</strong> 3/04/91 ------ Lei genérica, tem aplicação<br />

somente na restinga da<br />

Reserva Biológica e 2.800 Dec. 7549 <strong>de</strong> 20/11/74, IEF/RJ<br />

Marambaia.<br />

Sem Plano <strong>de</strong> Manejo. Situação<br />

Arqueológica <strong>de</strong> Guaratiba alterado pelo Decreto 5.415<br />

fundiária não resolvida. Carência<br />

<strong>de</strong> 31/03/82<br />

<strong>de</strong> pessoal , equipamentos<br />

benfeitorias.<br />

e<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-74


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 2.11 -ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS DA BACIA E DA BAÍA DE SEPETIBA<br />

(CONT.)<br />

DENOMINAÇÃO ÁREA ATOS LEGAIS SUBOR-<br />

NOTAS<br />

(ha)<br />

DINAÇÃO<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO<br />

Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental 22.936 Dec 9.802 <strong>de</strong> 12/03/87 FEEMA Possui plano <strong>de</strong> manejo. Carência<br />

<strong>de</strong> Mangaratiba<br />

<strong>de</strong> pessoal, equipamentos e<br />

benfeitorias. Ausência <strong>de</strong><br />

articulação com a municipalida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Mangaratiba<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação do Lei 1.331 <strong>de</strong> 12/07/88 ------ Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação com<br />

maciço Mendanha-<br />

pendência legais. O Programa <strong>de</strong><br />

Madureira<br />

Despoluição da Baía <strong>de</strong><br />

Guanabara prevê uma verba para<br />

o levantamento fundiário..<br />

Área <strong>de</strong> Rel. Int. Ecológico Constituição Estadual, Art. ------ Sem regulamentação.<br />

da Baia <strong>de</strong> Sepetiba<br />

266, VI<br />

APA da Orla Marítima da s.i. Lei 1208 <strong>de</strong> 28/03/92 e SMAC/RJ Transformada pelo Decreto<br />

Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Decreto 12.328/93<br />

2.328/93 em Área <strong>de</strong> Especial<br />

Interesse Ambiental. Sem<br />

regulamentação.<br />

APA ds Brisas 101 Lei 1918 <strong>de</strong> 05/10/92 SMAC/RJ <strong>Estudos</strong> básicos concluídos.<br />

Regulamentação em andamento.<br />

Sem plano <strong>de</strong> manejo. Ausência<br />

<strong>de</strong> pessoal, benfeitorias e<br />

equipamentos<br />

Parque Municipal do s.i. Lei 2114 <strong>de</strong> 10/12//92 SMAC/RJ Sem plano <strong>de</strong> manejo. Ausência<br />

Mendanha<br />

<strong>de</strong> pessoal, benfeitorias e<br />

equipamentos<br />

APA da pedra Branca s.i. Lei 1.206 <strong>de</strong> 28/03/88 SMAC/RJ APA criada <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um Parque<br />

Estadual. Sem aplicação prática.<br />

APA da serra do Mendanha s.i. Lei 1.483 <strong>de</strong> 5/12/89 SMAC/RJ Sem plano <strong>de</strong> manejo. Ausência<br />

<strong>de</strong> pessoal, benfeitorias e<br />

equipamentos<br />

Reserva Ecológica do Saco s.i Lei Orgânica <strong>de</strong> Itaguaí SAMA/ Pendências judiciais. Sem plano<br />

da Coroa Gran<strong>de</strong><br />

Itaguaí <strong>de</strong> manejo. Ausência <strong>de</strong> pessoal,<br />

benfeitorias e equipamentos<br />

Reservas Florestais Legais ------ Código Florestal Proprietários Não há cadastro sobre as Reservas<br />

Rurais Legais existentes na bacia, que<br />

<strong>de</strong>vem abranger legalmente 20 %<br />

da área <strong>de</strong> cada proprieda<strong>de</strong> rural.<br />

RPPN rio das Pedras ...... --------- Hotel rio das Área bem preservada em<br />

Pedras Mangaratiba .<br />

RPPN Sítio Angaba e Sítio s.i. Portaria 41 <strong>de</strong> 07/04/92 Proprietário Situada em Itaguaí.<br />

Poranga<br />

Rural<br />

RPPN porto Real 1.000 - - - - - - Condomínio Em processo <strong>de</strong> homologação<br />

porto Real pelo IBAMA.<br />

RESERVAS<br />

Código Florestal, Resolução Privada Reservas ecológicas da margem e<br />

ECOLÓGICAS<br />

CONAMA 04/85 ou Pública nascentes <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> água;<br />

Reservas ecológicas <strong>de</strong> margem<br />

<strong>de</strong> reservatórios; Reservas<br />

ecológicas <strong>de</strong> topos <strong>de</strong> serra e<br />

morros; Reservas ecológicas <strong>de</strong><br />

áreas inclinadas; Reservas<br />

ecológicas <strong>de</strong> restinga e dunas;<br />

Reservas ecológicas <strong>de</strong><br />

manguezais<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-75


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 2.11 -ESPAÇOS TERRITORIAIS PROTEGIDOS DA BACIA E DA BAÍA DE SEPETIBA<br />

(CONT.)<br />

DENOMINAÇÃO ÁREA ATOS LEGAIS SUBOR- NOTAS<br />

(ha)<br />

DINAÇÃO<br />

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO<br />

Remanescentes <strong>de</strong> Mata<br />

CF, art.225, §4º, Decreto<br />

Fragmentos florestais<br />

Atlântica<br />

750/93<br />

disseminados na bacia<br />

Reserva da Biosfera s..i Várias áreas da bacia<br />

Campus da UFRRJ 3.185 ------- UFRRJ Gran<strong>de</strong> área em Seropédica<br />

Restinga e morro da 9.900 A Lei Orgânica do Rio <strong>de</strong> Forças Área partilhada pelo Exército,<br />

Marambaia<br />

Janeiro a consi<strong>de</strong>ra como<br />

uma área sujeita a atenção<br />

especial por parte do Po<strong>de</strong>r<br />

Público (art. IX, I)<br />

Armadas Marinha e Aeronáutica.<br />

Estação Experimental <strong>de</strong><br />

Itaguaí<br />

800 ------- PESAGRO Área em Seropédica<br />

Centro Nacional <strong>de</strong><br />

Agrobiologia<br />

s.i. ------- EMBRAPA Área em Seropédica<br />

Estação <strong>de</strong> Pesquisa <strong>de</strong><br />

Aquicultura Estuarina<br />

300. ------- FIPERJ Área em Guaratiba<br />

Praias Insulares e - - - CF, art. 20, IV;<br />

SPU e Cerca <strong>de</strong> 95 praias continentais e<br />

Continentais<br />

Código Civil<br />

Prefeituras insulares<br />

Ilhas Marítimas - - - CF, art. 20, IV e 26, II SPU, Estado<br />

e Prefeituras<br />

49 ilhas e ilhotas<br />

Especificamente em Campo Gran<strong>de</strong>, <strong>de</strong>stacam-se duas áreas <strong>de</strong> proteção ambiental:<br />

♦ O Parque da Moça Bonita é uma área que veio per<strong>de</strong>ndo superfície e,<br />

consequentemente cobertura vegetal, ao longo dos anos. O Plano para a Área <strong>de</strong><br />

Planejamento 5 - AP-5, <strong>de</strong> 1985, observou que os 1.200.000 m2 <strong>de</strong> sua área original<br />

reduziram-se a 500.000 m2 já no governo anterior e, mais tar<strong>de</strong>, a área foi ocupada<br />

pela CEHAB e por uma favela. Hoje, o parque ocupa apenas 40.000 m2, o que <strong>de</strong>verá<br />

ser ainda mais reduzido pela futura implantação <strong>de</strong> uma escola estadual.<br />

♦ O Parque Estadual da pedra Branca incorpora todas as áreas <strong>de</strong> relevo a acima da cota<br />

100 m situadas no maciço da pedra Branca. Criado pela Lei Estadual No. 2.377/74, é<br />

administrado pelo Instituto Estadual <strong>de</strong> Florestas do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Em Guaratiba, há a Reserva Biológica <strong>de</strong> Guaratiba e as áreas das Florestas Protetoras da<br />

União: Pau da Fome, Caboclos, Camorim, Colônia, Covanca, Curicica, Engenho Novo <strong>de</strong><br />

Guaratiba, rio da Prata do Cabuçu, Mendanha, Piraquara e serra da Barata. Mais<br />

recentemente o sítio on<strong>de</strong> residia Burle Marx transformou-se em Parque Municipal.<br />

O Decreto Municipal nº 12.524/93 criou Área <strong>de</strong> Proteção ao Patrimônio Cultural - APAC<br />

para o centro do bairro <strong>de</strong> Santa Cruz, englobando os edifícios históricos tombados. Para<br />

sua regulamentação foi criada Área <strong>de</strong> Especial Interesse Urbanístico - AEIU,<br />

incorporando o conjunto dos prédios tombados num projeto cultural mais abrangente para<br />

revitalização e dinamização do patrimônio, bem como compatibilização <strong>de</strong> novas<br />

ocupações com o volume edificado nestas áreas.<br />

− Na faixa costeira <strong>de</strong> Santa Cruz / Sepetiba e Guaratiba, existem várias áreas <strong>de</strong><br />

manguezal que são protegidos por lei: os manguezais <strong>de</strong> Guaratiba, do rio<br />

Cação, <strong>de</strong> Sepetiba e <strong>de</strong> Santa Cruz com respectivas áreas do entorno; o<br />

manguezal do saco do Piaí, nas áreas do saco do Piaí e praia do Aterro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>stas áreas específicas, pela legislação urbanística em vigor no município<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, todas as áreas <strong>de</strong> matas e capoeiras, acima da cota 100 m são non<br />

aedificandi, o que inclui algumas áreas situadas na RA <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>.<br />

A Prefeitura do Rio <strong>de</strong> Janeiro recomenda a transformação das áreas inundáveis do rios<br />

Campinho e Cabuçu-Piraquê em Campo Gran<strong>de</strong>, assim como a área da bacia do rio Cação<br />

Vermelho em Santa Cruz, em Áreas Municipais <strong>de</strong> Proteção Ambiental. Além disso,<br />

propõe a criação <strong>de</strong> “Área <strong>de</strong> Proteção <strong>de</strong> Encosta” nas encostas entre a cota 60 e a cota<br />

100, o que significaria a extensão da área non aedificandi para as áreas acima da cota 60.<br />

No município <strong>de</strong> Itaguaí estão preservadas por legislação específica:<br />

♦ as áreas acima da cota 100 são <strong>de</strong> preservação permanente (Lei <strong>de</strong> Zoneamento, 1980);<br />

♦ o manguezal <strong>de</strong> Itacurussá / Coroa Gran<strong>de</strong> e área <strong>de</strong> entorno (entre o limite com o<br />

município <strong>de</strong> Mangaratiba, a linha férrea da RFFSA e o limite oeste do loteamento<br />

Fazenda Coroa Gran<strong>de</strong>) são <strong>de</strong>finidos como áreas <strong>de</strong> preservação e proteção.<br />

Cabe referir que, extensas áreas do município <strong>de</strong> Itaguaí constituem “Área <strong>de</strong> Proteção a<br />

Manancial” tendo em vista que, a legislação pertinente indica a proteção das áreas<br />

situadas a montante do ponto <strong>de</strong> captação das barragens dos mananciais. Acusam-se três<br />

pontos <strong>de</strong> captação localizados no município: dois na região da Mazomba e um no<br />

Guandu.<br />

No município <strong>de</strong> Seropédica encontra-se a Floresta Nacional Mário Xavier ocupando área<br />

<strong>de</strong> 493 ha, junto à rodovia BR-465, antigo Horto Florestal <strong>de</strong> Santa Cruz que foi<br />

convertido a floresta nacional.<br />

Gran<strong>de</strong> parcela do território <strong>de</strong> Mangaratiba constitui Área <strong>de</strong> Proteção Ambiental -APA,<br />

instituída por <strong>de</strong>creto e que não teve Plano <strong>de</strong> Manejo realizado até o momento. O<br />

município possui, ainda, as seguintes áreas <strong>de</strong> interesse ambiental:<br />

♦ Áreas acima da cota 100, que constituem Área <strong>de</strong> Preservação <strong>de</strong> Matas e Capoeiras;<br />

♦ O manguezal <strong>de</strong> Itacurussá e a área compreendida entre o rio adjacente ao Iate Clube<br />

<strong>de</strong> Itacurussá, a linha férrea da RFFSA, o limite com o município <strong>de</strong> Itaguaí, a cota 100<br />

e a ponta da Barreira.<br />

No município <strong>de</strong> Nova Iguaçu são áreas protegidas por legislação específica :<br />

♦ As Florestas Protetoras da União São Pedro, rio D’Ouro e Tinguá.<br />

♦ Áreas <strong>de</strong> Preservação <strong>de</strong> Matas e Capoeiras, todas situadas acima da cota 100.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPAS TEMÁTICOS<br />

Foram espacializados os temas “Uso do Solo e Cobertura Vegetal” e “Espaços Territoriais<br />

Protegidos” nos Mapas 5 e 6 respectivamente, os quais são apresentados a seguir.<br />

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2.9 BAÍA DE SEPETIBA: ASPECTOS FÍSICOS E COMUNIDADES BIÓTICAS MARINHAS<br />

2.9.1 Aspectos Físicos<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba é um corpo <strong>de</strong> águas salinas e salobras semi-enclausurado, com cerca<br />

<strong>de</strong> 520 km² <strong>de</strong> superfície e perímetro <strong>de</strong> 170,5 km, com um litoral caracterizado por<br />

pequenas praias e estuários separados por pontas rochosas. A leste é limitada por uma<br />

extensa planície quaternária que é drenada pelos rios, responsáveis pela maior<br />

contribuição <strong>de</strong> água doce. Ao sul tem por limite a restinga e o morro da Marambaia.<br />

A restinga da Marambaia é uma imensa barragem <strong>de</strong> areia que, apesar <strong>de</strong> seus poucos<br />

metros acima do nível do mar, funciona como um dique, isolando a baía. A ligação com o<br />

oceano Atlântico é feita através <strong>de</strong> passagens e canais existentes entre o continente e as<br />

ilhas <strong>de</strong> Itacurussá, Jaguanum e Pombeba. O canal mais importante fica entre a ponta dos<br />

Castelhanos, na ilha Gran<strong>de</strong>, e a ponta Grossa, na ilha da Marambaia. Na extremida<strong>de</strong><br />

leste da baía há pequenos canais (Pau Torto, Pedrinho e Bacalhau) com baixas<br />

profundida<strong>de</strong>s que estabelecem a ligação <strong>de</strong>sta com o oceano, através da “barra <strong>de</strong><br />

Guaratiba”.<br />

Possui cerca <strong>de</strong> 55 praias continentais, 35 a 40 praias insulares e aproximadamente 49<br />

ilhas e ilhotas. A baía <strong>de</strong> Sepetiba e sua região litorânea apresentam uma gama <strong>de</strong><br />

ecossistemas, tais como ilhas, costões rochosos, restingas, praias, mangues e lameiros<br />

intertidais.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

ORIGEM E FORMAÇÃO<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba tem origem lagunar, tendo sido formada na última regressão do nível<br />

do mar a cerca <strong>de</strong> 3.500 anos, quando a restinga da Marambaia se constituiu. A restinga<br />

da Marambaia, com cerca <strong>de</strong> 40 km <strong>de</strong> extensão e largura máxima <strong>de</strong> 5 km, situa-se entre<br />

afloramentos cristalinos, <strong>de</strong>limitando uma zona lagunar em fase <strong>de</strong> colmatação, e é<br />

limitada a oeste pela serra da Marambaia, e a leste pelo morro <strong>de</strong> Guaratiba.<br />

A topografia da restinga é suave e, na parte mais elevada (640 m), a oeste, encontra-se o<br />

espigão rochoso do pico da Marambaia. A formação da restinga da Marambaia iniciou-se<br />

quando o nível do mar se encontrava em níveis superiores aos atuais, propiciando a<br />

formação <strong>de</strong> um esporão projetado a partir do morro <strong>de</strong> Guaratiba para oeste.<br />

O acúmulo <strong>de</strong> sedimentos nesta região, transportados pelas ondas e as correntes marinhas,<br />

associadas à ação eólica sobre as áreas expostas, possibilitou o crescimento lateral e<br />

vertical do esporão, com a formação <strong>de</strong> dunas. Paralelamente, começaram a emergir<br />

coroas arenosas nas proximida<strong>de</strong>s da ilha da Marambaia, originando barras alongadas na<br />

direção W-E, cujo <strong>de</strong>senvolvimento propiciou o aprisionamento <strong>de</strong> pequenos corpos<br />

d’água que, com o passar dos tempos, foram colmatados.<br />

Com a transgressão marinha em épocas posteriores, houve um entalhe generalizado dos<br />

sedimentos com a região central da restinga ainda aberta. Na fase anterior ao período<br />

atual, foram retomados os processos <strong>de</strong> assoreamento, com a formação <strong>de</strong> dunas e,<br />

finalmente, o fechamento da abertura central da restinga, unindo os esporões <strong>de</strong> leste e <strong>de</strong><br />

oeste, acarretando uma mudança natural nas condições <strong>de</strong> circulação e obrigando a<br />

abertura dos canais da barra <strong>de</strong> Guaratiba.<br />

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CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS<br />

O vento predominante na região da baía <strong>de</strong> Sepetiba é o vento sul, que sopra durante<br />

todos os meses do ano, sendo mais freqüentes nos meses <strong>de</strong> novembro, <strong>de</strong>zembro, janeiro,<br />

fevereiro e março (Verão), com velocida<strong>de</strong>s que variam <strong>de</strong> 6,8 a 8,2 km/h.<br />

O vento <strong>de</strong> leste é o <strong>de</strong> maior velocida<strong>de</strong>. Ocorre em todos os meses do ano, mas torna-se<br />

mais forte <strong>de</strong> agosto a novembro, alcançando velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 11,1 a 11,5 km/h. O vento<br />

sudoeste vem a seguir, com velocida<strong>de</strong>s que variam entre 9 a 10,8 km/h. É comum o ano<br />

inteiro. As velocida<strong>de</strong>s máximas são atingidas no mês <strong>de</strong> agosto, durante as frentes frias.<br />

O vento nor<strong>de</strong>ste, também comum ao longo do ano, é mais expressivo <strong>de</strong> maio a julho,<br />

sendo que suas velocida<strong>de</strong>s variam <strong>de</strong> 5,4 a 6,4 km/h. Os ventos <strong>de</strong> direção su<strong>de</strong>ste são<br />

mais freqüentes durante os meses <strong>de</strong> setembro a <strong>de</strong>zembro, e suas velocida<strong>de</strong>s chegam a<br />

8,6 km/h. Os ventos <strong>de</strong> direção noroeste têm pouca expressivida<strong>de</strong>. Não atingem valores<br />

<strong>de</strong> ocorrência superiores a 10% e sua velocida<strong>de</strong> que não ultrapassam 7,2 km/h.<br />

Os ventos <strong>de</strong> direção norte e oeste são praticamente inexpressivos. O primeiro por ocorrer<br />

em proporções insignificantes e o segundo por aparecer somente em dois meses do ano<br />

(janeiro e <strong>de</strong>zembro), com velocida<strong>de</strong>s baixas (4,6 a 5,7 km/h)<br />

BACIA CONTRIBUINTE E RIOS AFLUENTES<br />

Na baía <strong>de</strong> Sepetiba <strong>de</strong>ságuam inúmeros cursos <strong>de</strong> água, sendo que o rio Guandu - canal<br />

São Francisco é o mais importante.<br />

A <strong>de</strong>scarga majoritária <strong>de</strong> água doce na baía, cerca <strong>de</strong> 93%, provem dos rios que<br />

<strong>de</strong>ságuam entre a ilha da Ma<strong>de</strong>ira e a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>staca-se o<br />

canal <strong>de</strong> São Francisco (77%), e os rios da Guarda (8%), Guandu (4%) e Mazomba-Cação<br />

(2%). O volume médio diário <strong>de</strong> água lançada pelos rios atinge 14,5 x 10 6 m³ na estação<br />

chuvosa e 12,6 x 10 6 m³ na estação <strong>de</strong> estiagem. Os rios afluentes da baía são<br />

relacionados no Quadro 2.12, sendo assinalados com asterisco os principais.<br />

QUADRO 2.12 - CURSOS DE ÁGUA AFLUENTES À BAÍA DE SEPETIBA<br />

BACIA OU REGIÃO<br />

CURSOS DE ÁGUA<br />

HIDROGRÁFICA<br />

Região Hidrográfica <strong>de</strong> Mangaratiba Garatucaia, Jacareí, Gran<strong>de</strong>, Ingaíba (*), São Brás (*), Lapa (ou do Saco), Saí.<br />

João Gago, praia Gran<strong>de</strong>, Muriqui (ou da Prata), Cacumbi, Muxiconga ou<br />

Santana, da Draga, Botafogo, Tinguaçu, Timirim, Coroa Gran<strong>de</strong>, do Pereira,<br />

Vermelho e Briza Mar<br />

Bacia Hidrográfica do rio Mazomba- Mazomba - Cação (*)<br />

Cação<br />

Bacia Hidrográfica do rio da Guarda Guarda ou Itaguaí (*)<br />

(ou Itaguaí)<br />

Bacia Hidrográfica do rio Guandu-São Guandu-canal <strong>de</strong> São Francisco (*), canal São Fernando (*) e Guandu Mirim -<br />

Francisco<br />

canal Guandu (*)<br />

Região Hidrográfica da Zona Oeste/RJ Canal do Itá (*), rio das Flexas ou canal Pau Flexas, rio do Ponto (ou Covanca),<br />

rio Piraquê-Cabuçu (*), rio Piracão (*), rio Portinho (*), rio João Correia<br />

Região Hidrográfica da Restinga da Pequenos córregos<br />

Marambaia<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

TOPOGRAFIA<br />

A linha <strong>de</strong> costa da baía <strong>de</strong> Sepetiba, perfaz aproximadamente 136,5 km, contabilizandose<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ponta Grossa da Marambaia, no morro da Marambaia, até a ponta do Bispo, em<br />

Mangaratiba, situada <strong>de</strong>fronte à ilha Guaíba. Desta ponta até a ponta do Gambelo, que é o<br />

limite da área <strong>de</strong> planejamento, e que se localiza pouco <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Mangaratiba, são mais<br />

34 km, o que totaliza um perímetro <strong>de</strong> 170,5 km.<br />

A orla interna da restinga da Marambaia e do morro da Marambaia atinge 65,5 km. Deste<br />

total, 53 km são <strong>de</strong> restinga e 12,5 correspon<strong>de</strong>m a orla do morro da Marambaia.<br />

A linha <strong>de</strong> costa oceânica perfaz 43 km, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a ponta Grossa da Marambaia até pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba, sendo 3 km do morro da Marambaia e o restante da restinga.<br />

Quatro municípios, Rio <strong>de</strong> Janeiro, Itaguaí, Mangaratiba e Angra dos Reis, compartilham<br />

e <strong>de</strong>tém o domínio sobre a orla, conforme mostrado no Quadro 2.13<br />

QUADRO 2.13 - EXTENSÃO DAS ORLAS MUNICIPAIS<br />

Extensão <strong>de</strong> Orla (km)<br />

Restinga e Morro<br />

Município da Marambaia Litoral Orla na Orla Oceânica (8)<br />

Orla Orla Restante baía <strong>de</strong> Sepetiba e da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Interna Oceânica (3)<br />

(1) (2)<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 13 10 34 (4) 47 57<br />

Itaguaí 19 18 16 (5) 35 53<br />

Mangaratiba 33,5 15 50 (6) 83,5 98.5<br />

Angra dos Reis ---- ---- 5 (7) 5 5<br />

T O T A L 65,5 43 105 170,5 213,5<br />

Notas: (1) <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Guaratiba até a ponta Grossa da Marambaia; (2) da ponta Grossa da Marambaia até pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba; (3) <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Guaratiba (Rio <strong>de</strong> Janeiro) até a ponta do Gambelo, em Angra dos Reis ; (4) <strong>de</strong> pedra <strong>de</strong><br />

Guaratiba até a foz do rio da Guarda; (5) - da foz do rio da Guarda até o limite oficial com Mangaratiba; (6) - do limite<br />

oficial com Itaguaí até o limite com Angra dos Reis; (7) - do limite com Mangaratiba até a ponta do Gambelo; (8) -<br />

correspon<strong>de</strong>nte a restinga da Marambaia.<br />

Com respeito as ilhas principais, o Quadro 2.14 fornece dados sobre a morfometria e o<br />

município ao qual pertence.<br />

QUADRO 2.14 - MORFOMETRIA DAS PRINCIPAIS ILHAS<br />

Ilha Perímetro<br />

(km)<br />

Comprimento<br />

(km)<br />

Largura<br />

(km)<br />

Município a que<br />

Pertence<br />

Itacurussá 16 5 4 Itaguaí e Mangaratiba<br />

Jaguanum 9 4 1 Mangaratiba<br />

Guaíba 9 2 1 Mangaratiba<br />

As curvas batimétricas <strong>de</strong>ntro da baía diminuem gradativamente <strong>de</strong> oeste para leste e do<br />

centro para as bordas. Na extremida<strong>de</strong> leste, na altura da barra <strong>de</strong> Guaratiba, as<br />

profundida<strong>de</strong>s giram em torno <strong>de</strong> 1 a 2 m. Entre as ilhas, ocorrem canais estreitos e<br />

<strong>de</strong>pressões que atingem 47 m <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>.<br />

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A baía possui três canais no seu setor oeste. O primeiro na entrada, entre a ilha Guaíba e a<br />

ilha da Marambaia, com máximo <strong>de</strong> 31 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, é uma via <strong>de</strong> acesso ao<br />

porto <strong>de</strong> Sepetiba. O segundo e principal, entre as ilhas <strong>de</strong> Itacurussá e Jaguanum,<br />

utilizado também como acesso ao porto <strong>de</strong> Sepetiba, possui profundida<strong>de</strong> máxima <strong>de</strong> 24<br />

metros. O terceiro, entre a ilha <strong>de</strong> Itacurussá e o continente, atinge 5 metros <strong>de</strong><br />

profundida<strong>de</strong>. A baía da Marambaia, pequena enseada formada pela ponta da Pombeba e<br />

pela restinga, tem uma batimetria suave e atinge 5 metros <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> na sua entrada.<br />

A região entre a ilha Gran<strong>de</strong> e o morro da Marambaia configura um alto topográfico,<br />

formando-se uma rampa para a entrada das águas oceânicas pelo fundo. Essa<br />

configuração topográfica vem a favorecer o estabelecimento <strong>de</strong> um regime <strong>de</strong> circulação<br />

<strong>de</strong> água e sedimentos.<br />

SEDIMENTOS E PROCESSOS GEOMORFOLÓGICOS<br />

Os <strong>de</strong>pósitos subaquáticos existentes na baía <strong>de</strong> Sepetiba são compostos <strong>de</strong> bancos<br />

arenosos, siltosos e argilosos. Os sedimentos dominantes são representados pelos clásticos<br />

finos, argilo-sílticos e areno-sílticos. Em alguns trechos, os sedimentos são arenosos e<br />

mais grosseiros, principalmente ao longo da restinga, próximo às áreas on<strong>de</strong> se faz a<br />

ligação com o mar e junto à foz do canal <strong>de</strong> São Francisco, on<strong>de</strong> se forma um <strong>de</strong>lta e<br />

atuam processos fluviais.<br />

O efeito distributivo dos sedimentos está associado ao movimento das marés, à ação <strong>de</strong><br />

correntes internas e à existência <strong>de</strong> níveis energéticos distintos <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong><br />

argilominerais pelo fenômeno <strong>de</strong> floculação.<br />

Observa-se que cerca <strong>de</strong> 70% da área <strong>de</strong> distribuição dos sedimentos são compostos <strong>de</strong><br />

silte e argila, característica apresentada também em áreas circunvizinhas à ilha da Ma<strong>de</strong>ira<br />

e, principalmente, no interior do saco da Coroa Gran<strong>de</strong>, bem como na baía da Marambaia.<br />

Na entrada da baía, entre a ilha da Marambaia e internamente ao longo da restinga<br />

encontra-se areia média; junto a ilha Guaíba e um pouco mais ao norte ocorre areia fina.<br />

Na baía da Marambaia a predominância é <strong>de</strong> silte, com algumas ocorrências <strong>de</strong> areia fina<br />

junto a costa. No centro da baía predomina o silte com duas ocorrências disjuntas <strong>de</strong> areia<br />

fina. A norte, há ocorrência <strong>de</strong> argila junto à <strong>de</strong>sembocadura dos rios Guandu e São<br />

Francisco. Nos canais entre as ilhas a granulometria varia <strong>de</strong> fina a média, grossa no canal<br />

<strong>de</strong> Itacurussá e argila a este <strong>de</strong>sta ilha.<br />

A laguna costeira da baía <strong>de</strong> Sepetiba fica protegida da ação do mar pela restinga <strong>de</strong><br />

Marambaia e, face as suas características <strong>de</strong> semiconfinamento, ocorre um processo <strong>de</strong><br />

sedimentação progressiva provocado pelo material transportado pelos rios que nela<br />

<strong>de</strong>sembocam. Esses rios são também responsáveis pelo aporte <strong>de</strong> água doce, sobretudo o<br />

canal do São Francisco e os rios e canais próximos.<br />

A entrada <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos <strong>de</strong> origem continental fluvial na baía restringe-se à faixa localizada a<br />

nor<strong>de</strong>ste, nas proximida<strong>de</strong>s das <strong>de</strong>sembocaduras <strong>de</strong> canais e rios. O acúmulo <strong>de</strong>stes e dos<br />

<strong>de</strong>mais sedimentos provoca a formação <strong>de</strong> uma ampla planície <strong>de</strong> maré, on<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido à<br />

baixa energia reinante e as oscilações do nível da água, se <strong>de</strong>senvolvem os manguezais.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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O acúmulo <strong>de</strong> sedimentos provoca uma diminuição gradual da lâmina d’água da baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba, sendo que, em alguns pontos, verifica-se a formação <strong>de</strong> <strong>de</strong>ltas, como é o caso da<br />

<strong>de</strong>sembocadura do canal <strong>de</strong> São Francisco, on<strong>de</strong> o solo é formado por sedimentos<br />

aluvionares. A área úmida, caracterizada pelas planícies, é o local on<strong>de</strong> o efeito da<br />

invasão salina provocada pela maré se faz mais presente. Um pequeno <strong>de</strong>lta está se<br />

formando também na foz <strong>de</strong> um córrego da baía da Marambaia.<br />

Para os sedimentos oceânicos que entram na baía <strong>de</strong> Sepetiba são admitidas duas fontes<br />

principais: a região entre a ilha Gran<strong>de</strong> e o morro da Marambaia; e a mais importante,<br />

proveniente da baía <strong>de</strong> ilha Gran<strong>de</strong>. Os sedimentos provenientes <strong>de</strong> ambas juntam-se ao<br />

entrar na baía <strong>de</strong> Sepetiba e sua penetração se processa entre as ilhas <strong>de</strong> Itacurussá e<br />

Jaguanum e entre o morro da Marambaia e a ilha <strong>de</strong> Jaguanum, bem como pelo canal <strong>de</strong><br />

Itacurussá, <strong>de</strong>sembocando no saco <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>.<br />

A entrada através do canal da barra <strong>de</strong> Guaratiba, classicamente situado na bibliografia,<br />

não constitui fonte expressiva <strong>de</strong> sedimentos oceânicos. Conforme verificado na<br />

mo<strong>de</strong>lagem hidrodinâmica efetuada, a energia <strong>de</strong> entrada não é suficiente para promover a<br />

troca <strong>de</strong> água ou o carreamento <strong>de</strong> sedimentos entre a porção oceânica e a porção interna<br />

da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

O fluxo resultante do transporte <strong>de</strong> sedimentos mais grosseiros no ciclo <strong>de</strong> maré completo<br />

tem sentido leste, ou seja, direcionado para o fundo da baía.<br />

Na dinâmica sedimentar <strong>de</strong>stacam-se três áreas. A primeira se localiza na <strong>de</strong>sembocadura<br />

dos canais da Guarda, São Francisco, Guandu e cursos próximos, e se caracteriza por uma<br />

intensa sedimentação e um avanço da linha <strong>de</strong> costa em 395 metros.<br />

A segunda área situa-se no centro da restinga da Marambaia e é a mais erosiva. Em 1868,<br />

a largura era <strong>de</strong> 360 metros, reduzindo-se para 120 metros em 1981. A terceira área é<br />

representada pela baía da Marambaia e ponta da Pombeba. Nela verifica-se uma<br />

retificação da linha da costa com um recuo <strong>de</strong> 151 metros no fundo da baía. A ponta da<br />

Pombeba, ligada ao esporão em 1868, está separada da restinga. Esta ponta, que em 1956<br />

apresentava uma largura <strong>de</strong> 210 metros e um comprimento <strong>de</strong> 600 metros, em 1980 estava<br />

com 107 metros <strong>de</strong> largura 448 <strong>de</strong> comprimento.<br />

Tal fenômeno é <strong>de</strong>corrente da interação dos agentes físicos, como corrente, ondas e<br />

ventos. A taxa <strong>de</strong> sedimentação da baía é estimada entre 0,30 a 1,0 cm por ano.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

TEMPERATURA<br />

A parte central da baía, entre as ilhas <strong>de</strong> Itacurussá e Jaguanum, é uma zona <strong>de</strong><br />

temperatura mais baixa <strong>de</strong>vido à penetração <strong>de</strong> águas oceânicas mais frias. A área é<br />

<strong>de</strong>formada para o sul <strong>de</strong>vido à influência do aporte dos rios, que trazem do continente<br />

água com temperatura ligeiramente superior. A água superficial, além da influência dos<br />

rios, sofre o efeito da insolação, que provoca um aumento da temperatura <strong>de</strong><br />

aproximadamente 1ºC em relação a água do fundo.<br />

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A água proveniente dos rios, por ser menos <strong>de</strong>nsa, ao penetrar na baía <strong>de</strong> Sepetiba ten<strong>de</strong> a<br />

se manter na superfície. Ao fundo da baía observa-se uma influência do rio Piracão, além<br />

da penetração <strong>de</strong> águas oceânicas através da barra <strong>de</strong> Guaratiba, que <strong>de</strong>finem o padrão <strong>de</strong><br />

distribuição da temperatura da água.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

SALINIDADE<br />

A invasão das águas do mar pelas correntes <strong>de</strong> maré e o aporte fluvial do canal <strong>de</strong> São<br />

Francisco e do rio Piracão têm uma influência significativa na distribuição da salinida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ntro da baía. De forma geral, a salinida<strong>de</strong> está compreendida entre 34% e 20%, sendo<br />

que o fundo da baía e as áreas costeiras apresentam salinida<strong>de</strong> inferior a 30%. Na parte<br />

central, e próximo ao cordão rochoso da ilha <strong>de</strong> Jaguanum a salinida<strong>de</strong> varia entre 30% e<br />

34%. Em áreas circunvizinhas a foz dos rios da Guarda e Piracão e do canal do São<br />

Francisco, po<strong>de</strong>-se encontrar uma fina camada <strong>de</strong> estratificação superficial <strong>de</strong> água doce<br />

proveniente do aporte <strong>de</strong>sses rios. Nessas situações a salinida<strong>de</strong> na superfície po<strong>de</strong> ser<br />

reduzida.<br />

Em geral, a estratificação é bem caracterizada por um período <strong>de</strong> chuvas intensas<br />

coinci<strong>de</strong>ntes com as marés <strong>de</strong> sizígia, estando restritas as águas próximas à costa, on<strong>de</strong> há<br />

influência do aporte dos principais rios e canais da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Nessa estreita faixa<br />

costeira, observa-se uma camada superficial <strong>de</strong> água menos salina e outra <strong>de</strong> maior<br />

espessura, ao fundo, com salinida<strong>de</strong> entre 33%o e 20%o.<br />

PENETRAÇÃO DE LUZ<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba apresenta uma penetração <strong>de</strong> luz relativamente baixa em suas águas,<br />

com uma distribuição diretamente relacionada com o aporte dos rios e a penetração das<br />

águas oceânicas. Entre as ilhas <strong>de</strong> Jaguanum e Itacurussá há uma zona <strong>de</strong> maior<br />

penetração <strong>de</strong> luz, limitada a leste pelos aportes do rio da Guarda, do canal do São<br />

Francisco e do rio Piracão, os quais empurram baía a<strong>de</strong>ntro, as zonas da baixa penetração.<br />

No trecho on<strong>de</strong> tais rios não estão presentes, há uma zona comprimida ao longo da costa.<br />

A zona intermediária é uma interface entre as duas áreas anteriores, e se concentra na<br />

parte central da baía, sendo a <strong>de</strong> maior ocupação espacial.<br />

Os contornos <strong>de</strong>stas zonas variam <strong>de</strong> acordo com os períodos <strong>de</strong> maré e, sazonalmente,<br />

em função do regime <strong>de</strong> chuvas.<br />

Além do aporte <strong>de</strong> sedimentos fluviais, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada a possível influência do<br />

arraste <strong>de</strong> fundo (pesca <strong>de</strong> camarão) quanto a penetração <strong>de</strong> luz, e mesmo a contaminação<br />

do meio líquido através da remobilização do material fino absorvido em metais<br />

eventualmente <strong>de</strong>positados no fundo da baía.<br />

A profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sechi é importante parâmetro por <strong>de</strong>terminar a camada eufótica, on<strong>de</strong><br />

se processa a maior parte da produção primária que é a base da ca<strong>de</strong>ia alimentar. Observase<br />

que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> penetração das águas oceânicas provocadas pela variação <strong>de</strong> maré<br />

e o aporte dos rios são os fatores principais quanto a dinâmica e à distribuição da<br />

transparência no interior da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

2-83


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

2.9.2 Ecossistemas costeiros e litorâneos<br />

Os ambientes costeiros e litorâneos compreen<strong>de</strong>m aqueles que sofrem a ação das marés e<br />

da salinida<strong>de</strong>, localizados na porção continental adjacente, bem como os ambientes<br />

situados no interior da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Na baía <strong>de</strong> Sepetiba po<strong>de</strong>m ser distinguidos os seguintes ambientes costeiros e litorâneos<br />

principais:<br />

AMBIENTES DA COLUNA D’ÁGUA<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba, <strong>de</strong>vido às feições oceanográficas, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como um<br />

ecossistema estuarino, caracterizados por uma massa <strong>de</strong> água costeira semifechada que<br />

possui ligação livre com o mar aberto. Assim, o estuário é fortemente afetado pela ação<br />

das marés e, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le, a água marinha mistura-se com a água doce <strong>de</strong>spejada pelos rios.<br />

Três tipos <strong>de</strong> zona estuarina estão presentes na baía, em função da distribuição da<br />

salinida<strong>de</strong>, transparência da água, temperatura e padrões <strong>de</strong> circulação.<br />

A zona salobra situa-se na foz dos principais rios e canais e na área ao fundo do saco da<br />

Coroa Gran<strong>de</strong>, próximo à foz do rio Mazomba-Cação, representada espacialmente por<br />

pequenas áreas situadas junto a costa e a saída <strong>de</strong>stes rios. A zona mixohalina se restringe<br />

a uma faixa <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 25 km <strong>de</strong> largura que começa na ilha da Ma<strong>de</strong>ira e ten<strong>de</strong> a ser<br />

alargar à medida que se dirige para o fundo da baía, até se encontrar com a restinga da<br />

Marambaia.<br />

A zona euhalina compreen<strong>de</strong> o restante da baía <strong>de</strong> Sepetiba, abarcando a área da principal<br />

entrada no entorno das ilhas Jaguanum, Pombeba e Itacurussá. Os limites <strong>de</strong>stas zonas<br />

variam diurnamente, quer em superfície ou no fundo, por influência das marés das<br />

<strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> água doce e das correntes.<br />

AMBIENTES BENTÔNICOS DE SUBSTRATO INCONSOLIDADO<br />

Os ambientes bentônicos da baía são formados majoritariamente por substratos não<br />

consolidados. Consi<strong>de</strong>rando o diâmetro médio das partículas, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>limitadas duas<br />

áreas com características granulométricas distintas. Uma à oeste das ilhas Jaguanum e da<br />

Marambaia, e ainda na forma <strong>de</strong> uma estreita faixa junto ao centro da restinga da<br />

Marambaia, com sedimentos grosseiros e a outra, mais interna, on<strong>de</strong> prepon<strong>de</strong>ram os<br />

sedimentos finos. Espacialmente, a segunda é prepon<strong>de</strong>rante sobre a primeira, como po<strong>de</strong><br />

ser constatado pelo Quadro 2.15 e pela distribuição dos sedimentos anteriormente<br />

apresentada.<br />

QUADRO 2.15 - VALORES MÉDIOS DE DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DOS<br />

SEDIMENTOS DA BAÍA DE SEPETIBA.<br />

Argila Silte Areia Muito Areia Fina Areia Média Areia Grossa<br />

Fina<br />

7,3 67,6 6,4 2,2 11,8 4,7<br />

Fonte: PETRORIO<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Nas partes leste e norte da baía os sedimentos são argilosos, próximo ao canal <strong>de</strong> São<br />

Francisco são finos, porém com um leve enriquecimento na fração areia fina,<br />

apresentando abundância <strong>de</strong> minerais <strong>de</strong>tríticos, como quartzo, feldspato e biotita. Ao sul,<br />

a mineralogia fina é dominada por materiais argilosos, como caulinita, ilitita e traços.<br />

No sedimento, a matéria orgânica em alguns lugares chega a atingir 20% do peso seco<br />

total. O valor médio porém oscila entre 10 e 15%.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

PRAIAS<br />

As praias ocupam a maior parte da costa, vindo a seguir os costões rochosos e os<br />

manguezais. Em geral possuem perfil suave e granulometrias variadas, <strong>de</strong> acordo com seu<br />

posicionamento. Muitas <strong>de</strong>las são freqüentadas por turistas, em especial no verão. Há<br />

cerca <strong>de</strong> 95 praias insulares e continentais, relacionadas no Quadro 2.16.<br />

QUADRO 2.16 - RELAÇÃO DAS PRAIAS CONTINENTAIS E INSULARES<br />

Legenda: RJ - Rio <strong>de</strong> Janeiro; IT-Itaguaí; MA - Mangaratiba; : Imprópria para banho<br />

PRAIA MUNICÍ<br />

-PIO<br />

OBSERVAÇÃO<br />

PRAIAS CONTINENTAIS<br />

Barra <strong>de</strong> Guaratiba RJ Possui casas <strong>de</strong> veraneio e <strong>de</strong> pescadores. É uma praia oceânica.<br />

Pedra <strong>de</strong> Guaratiba RJ Fica junto à vila <strong>de</strong> pescadores. Contém diversos bares e restaurantes<br />

especializados em frutos do mar. <br />

Venda Gran<strong>de</strong> e das RJ<br />

Brizas<br />

Localizadas junto a um loteamento<br />

Aterro, Cardo, RJ Situadas em Sepetiba. Têm estreita faixa <strong>de</strong> areia, seguida <strong>de</strong> lama. <br />

Recôncavo,<br />

Sepetiba<br />

D.Luzia<br />

Coroa Gran<strong>de</strong> IT Situada <strong>de</strong>fronte a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>, com vila <strong>de</strong> pescadores e<br />

casas <strong>de</strong> veraneio <br />

Itacurussá MA Praia situada no núcleo urbano <strong>de</strong> mesmo nome. Tem cais <strong>de</strong> atracação.<br />

Bonzinho, Axixá, MA Águas ver<strong>de</strong>s e tranquilas, boas para banho e lazer<br />

Leitão, do Corte do<br />

Leão e Atanásio<br />

Muriqui e Gran<strong>de</strong> MA Urbanização à margens da via férrea. Areais claras e águas mansas. Em<br />

Muriqui, localida<strong>de</strong> urbana, a orla tem casas <strong>de</strong> veraneio e bares. <br />

João Gago MA Cercada por um condomínio.<br />

Saí e Saizinho MA Área da MBR. Orla extensa e <strong>de</strong>serta, <strong>de</strong> areia brancas e finas e ruínas <strong>de</strong> um<br />

antigo porto <strong>de</strong> minérios.<br />

Brava MA Área <strong>de</strong> veraneio popular. Cercada <strong>de</strong> morros e limitada pela ferrovia.<br />

Ibicuí MA Casas <strong>de</strong> veraneio numa orla recortada por península com pequenas praias (da<br />

Ponte, do Amparao e Figueira)<br />

da Ribeira MA Longa e estreita. Dividida em trechos (Santo Antônio e Junqueira), segue os<br />

trilhos até o terminal. Areias radioativas.<br />

<strong>de</strong> Mangaratiba MA Enseada situada no centro <strong>de</strong> Mangaratiba. Abriga um pequeno porto e<br />

comércio, à margem da extinta ferrovia. As águas são rasas. <br />

do Saco, Guiti, Itaguaçu MA Semi-urbanizadas, com casas simples e águas rasas. A praia do Saco <strong>de</strong>ve ser<br />

e Cação<br />

imprópria para banho, pois nela <strong>de</strong>ságua o rio do Saco.<br />

2-85


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<strong>de</strong> São Braz e dos MA<br />

PRAIAS CONTINENTAIS (cont.)<br />

Enseada longa, com areia cinzenta <strong>de</strong>vido ao <strong>de</strong>sague dos rios Ingaíaba e<br />

Pinheiros<br />

São Braz. A área é ocupada por uma fazenda e pelo condomínio e hotel<br />

Portobello.<br />

Sítio Bom, da Cruz e MA Praias com condomínios que impe<strong>de</strong>m o livre acesso. A orla inclinada são<br />

Itaoca<br />

traços comuns a todas<br />

Paciência, Goiabal e MA Ocupadas pelo Club Mediterranée Village rio das Pedras, que impe<strong>de</strong> o<br />

Gran<strong>de</strong><br />

livre acesso. Água claras e mansas.<br />

Figueira e Brava MA A primeira é <strong>de</strong>sabitadae, na segunda, um condomínio impe<strong>de</strong> o livre<br />

acesso. São estreitas, entre costões rochosos.<br />

Jacareí e Guaratecaia MA Situada no distrito <strong>de</strong> Conceição <strong>de</strong> Jacareí. Areias onduladas. É um<br />

baneário para ônibus <strong>de</strong> excursão. A praia <strong>de</strong> Jacareí é imprópria para<br />

banho.<br />

Praias estreitas MA Após a praias <strong>de</strong> Guaratecaia, há duas praias pequenas, cercadas por<br />

morros íngremes.<br />

Marambaia, Sino, Restinga e Praias <strong>de</strong> acesso impedido por serem <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da Marinha, Exército<br />

Pescaria Velha, José, morro da e Aeronáutica.<br />

Cachoeira, Caetana, Marambaia<br />

Katuca, Zumbi, do RJ, IT e MA<br />

CRCEN, Suja, Caju,<br />

Praínha,<br />

Saracura<br />

Armação e<br />

Capitão, Mariquita, ilha<br />

PRAIAS INSULARES<br />

da A ilha da Ma<strong>de</strong>ira, na realida<strong>de</strong> não mais uma ilha pois encontra-se ligada<br />

saco <strong>de</strong> Dentro, Ma<strong>de</strong>ira, IT ao continente, abriga o porto <strong>de</strong> Sepetiba, a Ingá Mercantil, uma pedreira,<br />

Barbados, da ponta, do<br />

casas <strong>de</strong> pescadores e bares simples. As praias do Frazão e Itapuca<br />

Poço, Limão, porto<br />

<strong>de</strong>saparecerão <strong>de</strong>vido a ampliação do porto <strong>de</strong> Sepetiba, da mesma forma<br />

Velho, Inglês, Frazão,<br />

Itapuca<br />

que as extintas praias <strong>de</strong> Salina, Engenho, Coração, Praínha e Guaíca.<br />

Águas Lindas, do Leste, ilha <strong>de</strong> É a maior ilha da baía. Muito frequentada por saveiros e ocupada por casas<br />

Flexeiras, Gamboa, Itacurussá, <strong>de</strong> veraneio e turistas. Águas ver<strong>de</strong>s e mansas. Na praia Cabeça do Boi<br />

Quitiguara, Gran<strong>de</strong>, IT e MA encontra-se o hotel Elias C e na praia <strong>de</strong> Sapioeira o hotel do Pierre. Tem<br />

Prainha, Amores,<br />

duas escolas.<br />

Guarda, Viela, Boa<br />

Vista, Cabeça do Boi,<br />

Gato, Sapioeira.<br />

Leste, Sul e do Hotel. ilha do ilha com árvores bastante freqüentada por saveiros.<br />

Martins, IT<br />

Pitangueiras, ilha <strong>de</strong> A orla é bastante arborizada. Possui gran<strong>de</strong>s pedras , propiciando banhos,<br />

Cabaceiros,<br />

Jaguanum, pesca e esportes náuticos.<br />

Calabouços, Calhaus, MA<br />

Mocambo, Várzea, da<br />

Estopa, do Catito, do<br />

Sul e Araçá<br />

COSTÕES ROCHOSOS E AMBIENTES BENTÔNICOS DE SUBSTRATO CONSOLIDADO<br />

Os costões rochosos são porções submersas na zona intra-marés dos maciços rochosos<br />

continentais e das ilhas. As rochas são basicamente charkonitos (ilha da Marambaia),<br />

metaígneas e granitos (<strong>de</strong>mais ilhas e continente).<br />

No continente, aparecem <strong>de</strong> modo intercalado com as praias e os manguezais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

Conceição <strong>de</strong> Jacareí até Itacurussá. Estão presentes também no litoral <strong>de</strong> praticamente<br />

todas as ilhas, com exceção das ilhas <strong>de</strong> Pombeba, Cavaco, Nova, Bom Jardim e Baleias.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-86


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MANGUEZAIS E LAMEIROS INTERTIDAIS<br />

Os lameiros intertidais são planícies formadas <strong>de</strong> sedimentos carreados pelos rios que se<br />

<strong>de</strong>positaram na orla, sendo constituídos por grânulos <strong>de</strong> argila, silte e areia fina. Na baía,<br />

estão presentes na costa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong> até pedra <strong>de</strong> Guaratiba, e no início da<br />

restinga da Marambaia. Parte <strong>de</strong>stes lameiros é ocupada por manguezais.<br />

Os manguezais encontram-se distribuídos em toda orla interior da baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

inclusive em algumas ilhas. Os lameiros intertidais e os mangues, em particular os <strong>de</strong><br />

Guaratiba, com mais <strong>de</strong> 2.800 ha, constituem a principal área da baía em termos <strong>de</strong><br />

produtivida<strong>de</strong> biológica.<br />

SUBSTRATOS ARTIFICIAIS<br />

Diversas obras formam ambientes que são colonizados pela fauna e flora, <strong>de</strong>ntre as quais<br />

citam-se pilares <strong>de</strong> pontes da ilha Guaíba e da ilha da Ma<strong>de</strong>ira, barcos abandonados,<br />

estruturas <strong>de</strong> concreto, aço, ma<strong>de</strong>ira e enroncamentos dos Portos <strong>de</strong> Sepetiba, ilha Guaíba<br />

e da NUCLEP e <strong>de</strong> atracadouros, cais, estaleiros, marinas e clubes náuticos. As cercadas<br />

para pesca, construídas em ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> mangue e bambu, são também colonizadas por<br />

uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> animais e algas.<br />

ECOSSISTEMAS INSULARES<br />

A maioria dos ecossistemas insulares resultam do afogamento da costa, sendo, portanto,<br />

prolongamentos dos tipos <strong>de</strong> relevos litorâneos, <strong>de</strong> suas geologias e <strong>de</strong>mais<br />

condicionantes tectônicas.<br />

Estas ilhas são em sua maioria cristas emersas das porções afogadas da serra do Mar, com<br />

exceção das ilhas da Pombeba, Cavaco, Nova, Bom Jardim e Baleias, que têm origem<br />

sedimentar. Os ecossistemas que nelas ocorrem são réplicas, em menor escala, dos que<br />

ocorrem no litoral. Assim, nelas po<strong>de</strong>m ser encontrados restingas, manguezais, costões<br />

rochosos, brejos e mata atlântica.<br />

Existem cerca <strong>de</strong> 49 ilhas e ilhotas na baía <strong>de</strong> Sepetiba, sendo as principais as <strong>de</strong><br />

Itacurussá, Ma<strong>de</strong>ira, Jaguanum, Guaíba, Furtada, Martins, Cutiatá-Acu, Vigia Gran<strong>de</strong>,<br />

Bonita, Saracura e Jardins.<br />

2.9.3 Ocupação da Orla e Utilização dos Recursos Naturais<br />

Os usos da baía <strong>de</strong> Sepetiba, consi<strong>de</strong>rando a orla como parte integrante, são mostrados<br />

sinteticamente Quadro 2.17.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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QUADRO 2.17 - USOS DA ORLA E DOS RECURSOS NATURAIS<br />

Uso Características<br />

Ativida<strong>de</strong>s Militares A restinga e o morro da Marambaia constituem campos <strong>de</strong> provas e <strong>de</strong> treinamento<br />

militar, sendo partilhadas pelas três Forças Armadas. A Aeronáutica dispõe ainda <strong>de</strong><br />

um aeroporto em Santa Cruz, chamado <strong>de</strong> Bartolomeu <strong>de</strong> Gusmão. Em Itacurussá,<br />

encontra-se uma <strong>de</strong>legacia da Capitania dos Portos do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que<br />

tem a se<strong>de</strong> na capital.<br />

Ativida<strong>de</strong>s Industriais Ao longo da costa nor<strong>de</strong>ste, encontram-se estabelecido o Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa<br />

Cruz e outras indústrias, <strong>de</strong>ntre as quais se <strong>de</strong>staca a Cia Mercantil e Industrial Ingá<br />

(Indal Ingá).<br />

Ocupação Urbana e Edificações<br />

<strong>de</strong> Lazer<br />

Diversas áreas urbanas e a localida<strong>de</strong> encontram-se às margens da baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

<strong>de</strong>ntre as quais barra <strong>de</strong> Guaratiba, pedra <strong>de</strong> Guaratiba e Sepetiba, pertencentes ao<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro; Coroa Gran<strong>de</strong> (Itaguaí) e Itacurussá, Muriqui, Ibicuí, se<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Mangaratiba, Saí, praia Brava e Conceição <strong>de</strong> Jacareí, estas pertencentes ao<br />

município. Instalados tanto nestas áreas urbanas quanto em praias afastadas e nas<br />

maiores ilha, estão as edificações <strong>de</strong> lazer, caracterizadas por hotéis, casas <strong>de</strong><br />

veraneio isoladas e loteamentos e condomínios <strong>de</strong> segunda residência.<br />

Ativida<strong>de</strong>s Turísticas e <strong>de</strong> Lazer Nos últimos quinze anos, diversas empresas iniciaram a exploração em escala<br />

comercial do potencial turístico da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Vários hotéis e restaurantes<br />

situados nas maiores ilhas e ao longo das praias na costa norte, além <strong>de</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong><br />

saveiros operam na baía.<br />

Ativida<strong>de</strong>s Pesqueiras A pesca na baía <strong>de</strong> Sepetiba abrange dois segmentos: a pesca artesanal e a pesca<br />

industrial. A primeira é realizada por pequenas embarcações, <strong>de</strong> até 10m, providas<br />

<strong>de</strong> remo ou motor <strong>de</strong> baixa potência, atuando no interior da baía.. A segunda é feita<br />

por embarcações com tonelagem <strong>de</strong> arqueação bruta superior a 20 t.<br />

Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Navegação e Infra-<br />

Estrutura Portuária<br />

Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Espaços Territoriais Protegidas<br />

Dois tipos <strong>de</strong> navegação ocorrem na baía. A primeira, que não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos canais<br />

<strong>de</strong> navegação, inclui o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> produtos e pessoas do continente para as<br />

ilhas, passeios turísticos <strong>de</strong> barco e o trânsito <strong>de</strong> barcos <strong>de</strong> pesca.<br />

A maior rota regular <strong>de</strong> transporte se dá entre a ilha Gran<strong>de</strong> e Mangaratiba, e é<br />

operada pela CONERJ com embarcações com capacida<strong>de</strong> para 500 passageiros.<br />

Atualmente esta empresa interrompeu o serviço, que vem sendo realizado, em<br />

menor escala, por uma empresa particular (Sermapi – Serviços Marítimos) em<br />

embarcações com capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 15 a 30 passageiros, com diversas saídas por dia<br />

(mínimo <strong>de</strong> 6 passageiros).<br />

O segundo tipo <strong>de</strong> navegação engloba os navios e rebocadores envolvidos nas<br />

ativida<strong>de</strong>s dos Portos <strong>de</strong> Sepetiba, da MBR e da NUCLEP.<br />

Além do Centro Tecnológico do Exército, que <strong>de</strong>senvolve pesquisas com<br />

armamentos militares, as margens da baía <strong>de</strong> Sepetiba encontram-se instalações <strong>de</strong><br />

pesquisa da Fundação Instituto Estadual da Pesca - FIPERJ (Estação Experimental<br />

<strong>de</strong> Guaratiba) e da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral Rural do Rio <strong>de</strong> Janeiro - UFRRJ (Estação<br />

<strong>de</strong> Biologia Marinha <strong>de</strong> Itacurussá).<br />

A constituição do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, através <strong>de</strong> seu artigo 266, VI, <strong>de</strong>clarou a<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba como “Área <strong>de</strong> Relevante Interesse Ecológico - ARIE”. Até o<br />

momento, não houve regulamentação do dispositivo.<br />

Os <strong>de</strong>mais espaços territorais protegidos existentes na baía <strong>de</strong> Sepetiba são os<br />

seguintes: Reserva Biológica e Arqueológica <strong>de</strong> Guaratiba, Área <strong>de</strong> Proteção<br />

Ambiental <strong>de</strong> Mangaratiba, Reserva Ecológica do saco da Coroa Gran<strong>de</strong>,<br />

manguezais, praias, costões rochosos e a restinga da Marambaia.<br />

Em 17 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1976, a extinta SUDEPE, atual IBAMA, mediante a Portaria<br />

n° 20, <strong>de</strong>clarou a área compreendida entre o litoral e a profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 6 metros<br />

como um espaço proibido a pesca <strong>de</strong> arrasto visando a proteção dos criadouros do<br />

camarão-branco. A <strong>de</strong>terminação ainda permanece válida.<br />

Fonte: ECOLOGUS-ETEP-SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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2.9.4 Enquadramento Legal<br />

As águas da baía <strong>de</strong> Sepetiba estão enquadradas na classe 7 da Resolução CONAMA nº<br />

20/86, e tem como principais usos benéficos a preservação da flora e fauna, recreação <strong>de</strong><br />

contato primário e secundário, pesca comercial, navegação, abastecimento industrial,<br />

estético e diluição <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos.<br />

2.9.5 Comunida<strong>de</strong>s Bióticas<br />

As espécies da baía, em sua maioria, são típicas <strong>de</strong> estuários e áreas costeiras. As<br />

comunida<strong>de</strong>s bióticas da baía distribuem-se basicamente <strong>de</strong> acordo com as variações dos<br />

atributos físico-químicos das massas d’água, das características dos sedimentos e dos<br />

tipos <strong>de</strong> habitats litorâneos, <strong>de</strong>lineando suas áreas <strong>de</strong> ocorrência ainda <strong>de</strong> acordo com sua<br />

ecofisiologia e seus limites <strong>de</strong> tolerância a distintos fatores ambientais.<br />

A comunida<strong>de</strong> planctônica da baía distribui-se <strong>de</strong> acordo com as características físicoquímicas<br />

da massa d’água local. Assim, em função da maré e da proximida<strong>de</strong> da foz dos<br />

rios, é possível observar-se comunida<strong>de</strong>s específicas, adaptadas a estes ambientes.<br />

Os organismos bentônicos <strong>de</strong> fundo inconsolidado distribuem-se por diferentes tipos <strong>de</strong><br />

sedimento, cujas diferenças contribuem para a ocorrência <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s específicas,<br />

relacionadas não somente com o tipo <strong>de</strong> sedimento mas também com as características da<br />

coluna d’água adjacente.<br />

Os manguezais, assim como as planícies <strong>de</strong> maré adjacentes, constituem-se em ambientes<br />

peculiares <strong>de</strong>ntro do sistema da baía <strong>de</strong> Sepetiba e que também proporcionam uma<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> habitats para os organismos.<br />

COMUNIDADES PLANCTÔNICAS<br />

O plâncton abrange todos os organismos que têm pouca ou nenhuma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

locomoção na massa d’água, ficando <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da ação das correntes oceânicas e<br />

costeiras. São organismos, na sua maioria microscópicos, que vivem somente na coluna<br />

d’água, po<strong>de</strong>ndo ser animais (zooplâncton) ou vegetais (fitoplâncton).<br />

Algumas formas flutuantes macroscópicas, como as águas-vivas, são classificadas como<br />

planctônicas, <strong>de</strong>vido à sua limitada capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> locomoção. Muitos animais do bentos e<br />

do necton passam parte <strong>de</strong> suas vidas no plâncton, geralmente quando ainda são ovos ou<br />

larvas. O plâncton é o grupo mais numeroso <strong>de</strong> organismos marinhos. Devido à sua<br />

capacida<strong>de</strong> limitada, e até mesmo ausente, <strong>de</strong> locomoção, são indicadores <strong>de</strong> massas<br />

d’água.<br />

As comunida<strong>de</strong>s fitoplanctônicas refletem as condições hidrológicas da baía <strong>de</strong> Sepetiba e<br />

sua condição <strong>de</strong> mistura. Ocorrem espécies tipicamente dulcícolas, nas áreas sob forte<br />

influência <strong>de</strong> águas continentais; espécies típicas <strong>de</strong> águas salinas; assim como aquelas<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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características <strong>de</strong> zonas <strong>de</strong> mistura, on<strong>de</strong> é percebida a influência ora <strong>de</strong> águas salinas ora<br />

<strong>de</strong> águas continentais e/ou salobras.<br />

Observam-se altos índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong>, bem como elevadas <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s celulares, em<br />

toda a baía, o que é explicado pela varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> condições da qualida<strong>de</strong> da água e da<br />

variação dos parâmetros físico-químicos, que possibilitam a ocorrência <strong>de</strong> um largo<br />

espectro <strong>de</strong> espécies.<br />

Determinadas áreas da baía estão sujeitas à maior concentração fitoplanctônica e<br />

apresentam uma <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> celular superior às <strong>de</strong>mais, provavelmente relacionada à sua<br />

localização em relação aos padrões <strong>de</strong> circulação das águas e às situações <strong>de</strong> maré. As<br />

maiores concentrações são geralmente encontradas no centro e no fundo da baía,<br />

<strong>de</strong>crescendo em direção ao norte e noroeste.<br />

As principais espécies distribuem-se pelas classes Bacillariophyceae (diatomáceas),<br />

Chrysophyceae, Dinophyceae (dinoflagelados), Chlorophyceae (algas ver<strong>de</strong>s),<br />

Euglenophyceae e Cryptophyceae, ocorrendo também organismos pertencentes às classes<br />

Nostocophyceae (cianofíceas) e Zygnemaphyceae e alguns silicoflagelados<br />

O fitoplâncton é caracterizado por espécies tipicamente estuarinas e neríticas, com nítida<br />

predominância das diatomáceas <strong>de</strong> pequeno porte, o que é esperado por ser este o grupo<br />

normalmente dominante em estuários.<br />

O elo trófico intermediário <strong>de</strong> transferência energética entre os produtores primários<br />

aquáticos (fitoplâncton) e os organismos <strong>de</strong> níveis tróficos superiores é o zooplâncton,<br />

comunida<strong>de</strong> que apresenta uma composição bastante heterogênea, on<strong>de</strong> se distinguem<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> organismos planctônicos permanentes (holoplâncton) até organismos<br />

temporariamente planctônicos (meroplâncton), <strong>de</strong>ntre os quais <strong>de</strong>stacam-se larvas e ovos<br />

<strong>de</strong> inúmeros invertebrados e peixes.<br />

Seus representantes têm hábitos alimentares diversificados, havendo predominância <strong>de</strong><br />

herbívoros, em termos <strong>de</strong> biomassa, e se <strong>de</strong>stacam como base da alimentação <strong>de</strong> algumas<br />

espécies <strong>de</strong> peixes em suas fases pós-embrionárias e adultas, do que <strong>de</strong>corre a importância<br />

<strong>de</strong> sua manutenção para a produção pesqueira <strong>de</strong> um ecossistema.<br />

As maiores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> zooplâncton são encontradas na entrada e no centro da baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba. As estações localizadas a leste apresentam os valores mais baixos, o inverso do<br />

observado com o fitoplâncton, que se concentra nas massas d’água do centro para o<br />

interior da baía, que têm maior influência continental. Esta inversão po<strong>de</strong> ser explicada<br />

pela rapi<strong>de</strong>z <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento do fitoplâncton e pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nutrientes que,<br />

neste caso, são predominantemente <strong>de</strong> origem fluvial, enquanto o zooplâncton se favorece<br />

da maior influência marinha.<br />

Os grupos <strong>de</strong> zooplâncton encontrados na baía <strong>de</strong> Sepetiba são característicos <strong>de</strong><br />

ambientes costeiros, havendo uma acentuada dominância <strong>de</strong> representantes do<br />

holoplâncton, principalmente Copepoda, seguido por Cladocera, Chaetognatha e<br />

Appendicularia, grupos normalmente dominantes na comunida<strong>de</strong> zooplanctônica costeira,<br />

característica que coinci<strong>de</strong> com sua área <strong>de</strong> ocorrência na baía.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Ressalta-se ainda a presença <strong>de</strong> carnívoros marinhos como Ctenophora e alguns<br />

Siphonophora. Quanto ao merozooplâncton, observam-se larvas <strong>de</strong> diversos grupos,<br />

como Anthozoa, Turbellaria, Polychaeta, Bivalvia, Gastropoda, Cirripedia, Decapoda,<br />

Stomatopoda, Insecta, Echino<strong>de</strong>rmata, Phoronida, Hemichordata e Urochordata, assim<br />

como larvas e ovos <strong>de</strong> peixes.<br />

Foram i<strong>de</strong>ntificadas na baía 24 espécies <strong>de</strong> Copepoda, havendo predominância da or<strong>de</strong>m<br />

Calanoida. Destacam-se Acartia lilljeborgi, Paracalanus quasimodo, Paracalanus<br />

parvus, Paracalanus crassirostris, Pseudodiaptomus acutus e Oithona hebes, todas<br />

espécies costeiras. A maior biomassa é encontrada próximo à entrada da baía.<br />

Com relação ao ictioplâncton, são encontrados ovos <strong>de</strong> peixes em toda a baía, com as<br />

maiores <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s na entrada. Ressalta-se a maior abundância das famílias Engraulidae<br />

(manjubas) e Clupeidae (sardinhas).<br />

As espécies Brevoortia pectinata (savelhas), Harengula clupeola (sardinhas cascudas) e<br />

Ophisthonema oglium (sardinha-lage), da família Clupeidae, e Anchoa januaria, Anchoa<br />

tricolor, Anchoviella lepi<strong>de</strong>ntostole, Cetengraulis e<strong>de</strong>ntulus e Lycengraulis grossi<strong>de</strong>ns<br />

(manjubas) da família Engraulidae, caracterizam-se por apresentar fecundação externa,<br />

como a maioria dos peixes <strong>de</strong>sse sistema, e por formarem gran<strong>de</strong>s cardumes, liberando<br />

um número elevado <strong>de</strong> ovos nas águas, o que justifica a predominância <strong>de</strong> ovos <strong>de</strong>ssas<br />

famílias.<br />

Ocorrem também ovos das famílias Carangidae (galo, pampo, xaréu), Scianidae<br />

(pescadas, corvina, piraúna), Mugilidae (tainhas e paratis), Atherinidae (peixe-rei),<br />

Gobiidae, Syngnathidae, Soleidae, Sparidae, Balistidae (balistes), Blennidae,<br />

Cygnoglossidae e Gerridae (carapicus, carapebas, caratingas).<br />

A maioria das famílias encontradas no ictioplâncton ocorre na baía também em sua fase<br />

adulta. A abundância <strong>de</strong> ovos e larvas <strong>de</strong> vários grupos da comunida<strong>de</strong> zooplanctônica<br />

confirma que a baía é um criatório.<br />

COMUNIDADES BENTÔNICAS<br />

Vários estudos foram realizados na baía <strong>de</strong> Sepetiba enfocando a flora marinha, tendo<br />

registrado a ocorrência <strong>de</strong> 180 espécies e táxons infra-específicos, dos quais 37 são<br />

clorófitas (algas ver<strong>de</strong>s), 27 são feófitas (algas pardas) e 116 são rodófitas (algas<br />

vermelhas), além <strong>de</strong> uma crisófita (gênero Vaucheria) e <strong>de</strong> cianofíceas (algas azuisesver<strong>de</strong>adas<br />

ou cianobactérias) e bacilariofíceas (diatomáceas bentônicas).<br />

A abundante microfauna <strong>de</strong> foraminíferos bentônicos da baía <strong>de</strong> Sepetiba leva à<br />

formação, ao longo do tempo, <strong>de</strong> extensos <strong>de</strong>pósitos (vasas) no leito submarino. O estudo<br />

<strong>de</strong>stes <strong>de</strong>pósitos em relação à riqueza e composição <strong>de</strong> espécies, abundância e condições<br />

das carapaças (testas) fornece informações valiosas sobre as condições do ecossistema da<br />

baía, tais como dinâmica das correntes e níveis <strong>de</strong> oxigênio dissolvido.<br />

A composição dos foraminíferos encontrados em todas as estações é essencialmente<br />

bentônica, tendo sido encontradas espécies planctônicas somente em 7 amostras. Dentre<br />

as espécies i<strong>de</strong>ntificadas, foram encontradas espécies estenohalinas (com baixa tolerância<br />

a variações <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>) e eurihalinas (com ampla tolerância a variações <strong>de</strong> salinida<strong>de</strong>),<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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caracterizando fauna <strong>de</strong> laguna mista (mixo-euhalina), <strong>de</strong> laguna marinha normal e <strong>de</strong> mar<br />

normal.<br />

As esponjas marinhas são organismos filtradores primitivos que constituem bons<br />

indicadores da situação ambiental do habitat em que ocorrem. A fauna <strong>de</strong> esponjas<br />

marinhas da baía <strong>de</strong> Sepetiba apresenta uma alta riqueza <strong>de</strong> espécies na ilha <strong>de</strong> Itacurussá,<br />

predominando representantes da família Haliclonidae.<br />

A fauna <strong>de</strong> cnidários bentônicos (corais, gorgônias, anêmonas, hidrozoários,<br />

penatuláceos), está representada na baía <strong>de</strong> Sepetiba pelas anêmonas Anemonia<br />

sargassensis, Bunodosoma caissarum, Bunodosoma cangicum, Anthopleura cascaia,<br />

Anthopleura variarmata, Phyllactis praetexta e Aiptasia pallida. Os octocorais<br />

penatuláceos da espécie Renilla reniformis e octocorais gorgonáceos (gorgônias ou leques<br />

do mar) como Lophogorgia sp e Leptogorgia sp, além <strong>de</strong> corais moles como Carijoa<br />

riisei e hidrói<strong>de</strong>s (Aglaophencia sp) estão presentes em sedimentos inconsolidados da<br />

baía.<br />

A fauna <strong>de</strong> poliquetos ou vermes marinhos da baía <strong>de</strong> Sepetiba é representada por<br />

espécies como Armandia sp, Nereis sp, Orseis sp e Scolelepis sp, as quais foram<br />

encontradas predominantemente na área central. Certas espécies <strong>de</strong> poliquetos, <strong>de</strong>ntre as<br />

quais Hemipodus sp, Cirratulus sp, Tharyx sp, Anaiti<strong>de</strong>s sp e Chone sp, encontradas em<br />

várias localida<strong>de</strong>s da baía, constituem a base da ca<strong>de</strong>ia alimentar <strong>de</strong> certos integrantes da<br />

ictiofauna).<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba, por suas características estuarinas e provavelmente pela presença <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira oriunda dos rios e dos manguezais, apresenta uma malacofauna rica em espécies<br />

perfurantes, as quais <strong>de</strong>sempenham um importante papel nestes ecossistemas, auxiliando a<br />

remineralização <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos e <strong>de</strong> resíduos vegetais ricos em celulose e ligninas, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>gradação lenta e difícil. Dentre as espécies perfurantes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>stacam-se como<br />

dominantes Lyrodus floridanus e Bankia fimbriatula (ambas da família Teredinidae).<br />

Além <strong>de</strong>stes organismos, foram observados também Teredo navalis, Teredo bartschi,<br />

Bankia gouldi e Bankia carinata e Martesia striata.<br />

A predominância <strong>de</strong> fundos lodosos e arenosos, <strong>de</strong>termina na baía duas comunida<strong>de</strong>s<br />

distintas <strong>de</strong> moluscos: uma exclusivamente <strong>de</strong> lodo, on<strong>de</strong> se <strong>de</strong>stacaram as espécies<br />

Corbula aequivalvis, Diplodonta portesiana, Diplodonta patagonica, Tellina trinitatis,<br />

Cardiomya cleryana, Tagelus divisus, Macoma uruguayensis e Fellaniella vilar<strong>de</strong>boana,<br />

e outra <strong>de</strong> areia, on<strong>de</strong> predominam Anadara brasiliana, Solen tehuelchus, Trachycardium<br />

muricatum, Pitar fulminatus, Chlamys tehuelchus, Thracia similis, Lioberus castaneus e<br />

Chione paphia. Não obstante, algumas espécies ocorrem em ambos os tipos <strong>de</strong> fundo,<br />

indicando a inexistência <strong>de</strong> restrições quanto a este parâmetro: Pitar sp, Corbula<br />

caribaea, Cyclinella tenuis, Diplodonta sp, Tellina versicolor, Tellina martinicensis,<br />

Ctena pectinella, Adrana electa e Mactra janeiroensis.<br />

A fauna <strong>de</strong> substrato consolidado é predominantemente composta por moluscos,<br />

principalmente ostras (Crassostrea sp e Ostrea sp), mexilhões, esponjas, anêmonas e<br />

cracas. As espécies <strong>de</strong> cracas mais comuns são Balanus venustus, Balanus improvisus e<br />

Balanus trigonus, características <strong>de</strong> infralitoral, e Chthamalus proteus, Chthamalus<br />

bisinuatus, Megabalanus coccopoma, Megabalanus tintinnabulum e Tetraclita<br />

stalactifera, espécies <strong>de</strong> costões na faixa entre marés ou do infralitoral superior.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Na região ainda aparecem <strong>de</strong> forma abundante espécies <strong>de</strong> crustáceos como os camarões<br />

Penaeus schmitti e Penaeus paulensis e os siris Callinectes danae, Portunus sayi e<br />

Cronius ruber.<br />

A maior riqueza da comunida<strong>de</strong> bentônica é observada na área da entrada da baía e nas<br />

adjacências das ilhas <strong>de</strong> Jaguanum e Itacurussá, ressaltando-se, porém, que a porção mais<br />

interna apresenta elevada abundância <strong>de</strong> carcinofauna e <strong>de</strong> poliquetos, importantes<br />

componentes bentônicos da ca<strong>de</strong>ia trófica marinha.<br />

É possível concluir, com relação ao bentos, que existem comunida<strong>de</strong>s características <strong>de</strong><br />

distintos tipos <strong>de</strong> fundo inconsolidado (areia ou lama: comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> foraminíferos, <strong>de</strong><br />

moluscos e <strong>de</strong> poliquetos), comunida<strong>de</strong>s indicadoras da influência <strong>de</strong> massas d’água <strong>de</strong><br />

diferentes salinida<strong>de</strong>s (águas estuarinas ou marinhas: comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> foraminíferos e <strong>de</strong><br />

moluscos) e <strong>de</strong> massas d’água <strong>de</strong> temperaturas diferentes (águas tropicais quentes ou<br />

águas subtropicais frias: comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> moluscos).<br />

COMUNIDADES NECTÔNICAS<br />

Há uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies ocorrendo na região costeira adjacente à baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba. Uma gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong>stas possui ampla área <strong>de</strong> distribuição, muitas vezes<br />

extrapolando os domínios do continente sul americano. São espécies <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte,<br />

predominantemente carnívoras, vivendo preferencialmente em alto mar. Outras espécies<br />

aí ocorrentes têm parte <strong>de</strong> sua vida associada a estuários, entrando periodicamente em<br />

baías e lagoas costeiras em busca <strong>de</strong> alimento e/ou abrigo.<br />

Com exceção da sardinha verda<strong>de</strong>ira, que constitui o principal recurso pesqueiro da região<br />

su<strong>de</strong>ste/sul em termos <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> pescado, e do bonito-listrado, poucos estudos foram<br />

feitos sobre outras espécies <strong>de</strong> hábito pelágico-<strong>de</strong>mersal. A maioria <strong>de</strong>sses peixes se<br />

alimenta na coluna d'água e po<strong>de</strong>ria ser capturada com re<strong>de</strong> <strong>de</strong> cerco, constituindo-se em<br />

alternativa à pesca da sardinha atualmente em <strong>de</strong>clínio.<br />

Espécies nobres, como o ba<strong>de</strong>jo, o cherne e as garoupas ocorrem também na borda da<br />

plataforma continental, enquanto a cavalinha, o chicharro, o carapau, a savelha, a tainha, o<br />

galo, o espada e a enchova ocorrem ao longo da costa durante uma parte <strong>de</strong> seu ciclo <strong>de</strong><br />

vida, abrigando-se em baías e lagoas costeiras durante o período reprodutivo.<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba propriamente dita abriga uma ictiofauna bastante diversificada<br />

contribuindo com uma gran<strong>de</strong> parte do pescado produzido na região. Desempenha<br />

importante papel na manutenção <strong>de</strong> peixes e outros organismos, que permanecem<br />

abrigados em suas águas durante todo o seu ciclo vital, e como local <strong>de</strong> criação para<br />

outras espécies animais que a utilizam temporariamente.<br />

Os peixes encontrados na baía em sua gran<strong>de</strong> maioria são pelágicos, formam cardumes e<br />

possuem gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> natatória, que lhes permite predar e/ou fugir velozmente.<br />

Ocorrem, também em gran<strong>de</strong> número, as espécies epibênticas que permanecem nadando<br />

próximo ao fundo ou refugiando-se nas sinuosida<strong>de</strong>s dos substratos rochosos. É comum<br />

para este grupo apresentar mimetismo. Os peixes bentônicos estão presentes em menor<br />

quantida<strong>de</strong>, têm todo o seu ciclo <strong>de</strong> vida associado ao fundo, on<strong>de</strong> permanecem<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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escondidos em meio ao substrato lamoso ou arenoso, possuem geralmente corpo achatado<br />

e pouca mobilida<strong>de</strong>.<br />

A estabilida<strong>de</strong> dos fatores ambientais propicia o estabelecimento <strong>de</strong> uma comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

peixes com padrão sazonal e temporal <strong>de</strong> ocorrência pouco <strong>de</strong>finido. Observa-se uma<br />

tendência <strong>de</strong> padrão sazonal para os peixes jovens, ocorrendo em maior abundância<br />

próximo à margem continental entre o outono e o inverno. Em relação ao peso, por outro<br />

lado, observa-se uma tendência crescente da área <strong>de</strong>sprotegida para a protegida, indicando<br />

que gran<strong>de</strong> parte dos adultos encontram-se mais no interior da baía.<br />

Embora as variações sazonais não sejam bem caracterizadas, as maiores capturas por<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> esforço (CPUEs) no interior da baía ocorrem <strong>de</strong> janeiro a julho, enquanto na<br />

margem continental restringe-se aos meses do outono. Aparentemente, existem padrões <strong>de</strong><br />

variação espacial, observando-se o predomínio <strong>de</strong> G. aprion e D. rhombeus na zona<br />

<strong>de</strong>sprotegida, M. liza e M. furneiri na parte mais interna da zona protegida e X.<br />

brasiliensis e A januaria na margem continental.<br />

A zona protegida do interior da baía apresenta maior diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes, embora o<br />

número <strong>de</strong> espécies não seja muito superior àquele observado na zona <strong>de</strong>sprotegida,<br />

localizada fora do cordão <strong>de</strong> ilhas que limita a baía. o interior da baía, as espécies<br />

permanecem associadas aos locais <strong>de</strong> menores transparências, profundida<strong>de</strong>s e<br />

salinida<strong>de</strong>s.<br />

A ictiofauna <strong>de</strong>scrita para a baía é composta por aproximadamente 120 espécies,<br />

compreen<strong>de</strong>ndo 82 gêneros e 44 famílias. As famílias Ariidae, Gerreidae, Sciaenidae,<br />

Carangidae, Atherinidae, Mugilidae e Engraulidae são as mais abundantes na região.<br />

A maioria das espécies <strong>de</strong> peixes ocorrentes tem alguma fase <strong>de</strong> seu ciclo vital associada<br />

aos estuários dos rios que <strong>de</strong>ságuam na baía e/ou aos manguezais que ocupam a sua<br />

porção norte e leste.<br />

O grupo dos mamíferos marinhos é representado na baía <strong>de</strong> Sepetiba por Sotalia fluviatilis<br />

ou boto-cinza. Na baía <strong>de</strong> Sepetiba foram registrados 20 grupos <strong>de</strong> boto-cinza, resultando<br />

em um total <strong>de</strong> 663 indivíduos. O tamanho dos grupos varia <strong>de</strong> 1 a cerca <strong>de</strong> 150<br />

indivíduos. Os grupos são encontrados entre as ilhas do Bernardo, da Saracura, do Vigia<br />

Gran<strong>de</strong> e do Vigia Pequeno e ao Sul da ilha Guaíba. Com respeito aos quelônios, inferiuse<br />

a existência <strong>de</strong> Chelonia mydas e Caretta caretta. Não obteve-se dados sobre a captura<br />

aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong>stas tartarugas por parte <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pescadores, mas é provável que ocorra.<br />

COMUNIDADES DE MANGUEZAIS<br />

Na baía <strong>de</strong> Sepetiba estão localizados inúmeros manguezais que exportam diariamente <strong>de</strong><br />

1 a 3 gramas <strong>de</strong> carbono por metro quadrado. Assim, um hectare <strong>de</strong> mangue repassa para<br />

a baía <strong>de</strong> Sepetiba cerca <strong>de</strong> 10 a 30 kg <strong>de</strong> carbono por dia ou, anualmente, entre 4 a 11<br />

toneladas. Consi<strong>de</strong>rando que há pelo menos 40 km² <strong>de</strong> manguezais em torno da Baía, a<br />

taxa <strong>de</strong> transferência total <strong>de</strong> carbono por ano <strong>de</strong>ve variar entre 16.800 a 46.200 toneladas.<br />

Constituem portanto ecossistemas <strong>de</strong>cisivos para a manutenção das ca<strong>de</strong>ias alimentares<br />

das zonas contíguas e, por conseguinte, em gran<strong>de</strong> parte responsáveis pela produtivida<strong>de</strong><br />

pesqueira. Admite-se que 90% dos peixes marinhos <strong>de</strong> valor comercial são provenientes<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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<strong>de</strong> zonas costeiras e, <strong>de</strong>stes, cerca <strong>de</strong> 2/3 <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m direta e indiretamente dos estuários e<br />

mangues.<br />

2.9.6 Análise Bioconservacionista<br />

Do ecossistema da baía <strong>de</strong> Sepetiba, merecem <strong>de</strong>staque em termos <strong>de</strong> porte os golfinhos,<br />

que ainda são observados em suas águas inclusive em gran<strong>de</strong> número, e as tartarugas<br />

marinhas. Os peixes <strong>de</strong> maior porte, que superam um metro <strong>de</strong> comprimento, são:<br />

cambeva-prata ou cação (Sphyrna tiburo), cherne (Epinephelus niveatus), raia (Dasyatis<br />

centroura), raia manteiga (Gymnura altavela), bagre (Scia<strong>de</strong>ichthys luniscutis),<br />

sernanbiguara (Trachinotus falcatus) e Trichiurus lepturus.<br />

As espécies <strong>de</strong> interesse comercial distribuem-se por todas as categorias <strong>de</strong> tamanho,<br />

sendo que a maioria (53%) concentra-se entre os peixes <strong>de</strong> médio porte. Cabe salientar<br />

que a maioria <strong>de</strong>ssas espécies, e também <strong>de</strong> pequeno porte capturadas nas pescarias<br />

comerciais, formam cardumes sendo capturadas em gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s em pesca <strong>de</strong><br />

arrasto (sardinhas, savelhas, pescadinha e parati, <strong>de</strong>ntre outras).<br />

Com respeito aos organismos indicadores <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental, o comportamento do<br />

fitoplâncton na baía <strong>de</strong> Sepetiba é um excelente exemplo da sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indicar<br />

massas d’água. Uma gran<strong>de</strong> presença <strong>de</strong> clorofíceas indica a influência <strong>de</strong> águas doces;<br />

espécies <strong>de</strong> hábitos bentônicos encontradas na coluna d’água indicam revolvimento do<br />

fundo: Amphora sp, Navicula lyra, Synedra sp, Pleurosigma balticum e P. acuminata; e<br />

a presença da cianofícea Oscillatoria limnetica indica águas eutrofizadas e potencialmente<br />

contaminadas por poluição orgânica.<br />

Outros indicadores <strong>de</strong> alterações na massa d’água e sedimentos são o samanguaiá<br />

(Anomalocardia brasiliana), o sururu (Mytella guyanesis), a anêmona vermelha<br />

(Bunodosoma caissarum) o cnidário Renilla reniformis. Outros organismos com potencial<br />

para serem indicadores são algumas espécies <strong>de</strong> cracas e <strong>de</strong> algas (Ulva sp.). Dentre os<br />

poucos tolerantes estão gran<strong>de</strong> parte das algas e os <strong>de</strong>mais cnidários.<br />

Para o monitoramento da bioacumulação <strong>de</strong> metais pesados po<strong>de</strong>m ser utilizados como<br />

indicadores: ostras (Cassostrea brasiliana, C. rizophorae), sururus (Mytella guianensis);<br />

samanguaiá (Anomalocardia brasiliana) e unha-<strong>de</strong>-velho (Tagelus plebeus). A eles <strong>de</strong><br />

somam os caranguejos (Uci<strong>de</strong>s cordatus), guaiamuns e siris (Callinectes sp). Além <strong>de</strong><br />

serem muito comuns na baía, fazem parte da dieta das populações humanas.<br />

Algas marinhas bentônicas também são potencialmente bons indicadores <strong>de</strong> poluição por<br />

metais pesados. <strong>Estudos</strong> propõe a utilização da alga parda Padina gymnospora<br />

(Phaeophyta) como indicadora <strong>de</strong> poluição por chumbo (Pb) e zinco (Zn), pelo seu papel<br />

na transferência <strong>de</strong> metais via ca<strong>de</strong>ia alimentar. Além <strong>de</strong>la, em Dictyopteris sp<br />

(Phaeophyta) po<strong>de</strong> ser útil para manganês (Mn), Hypnea cervicornis (Rhodophyta) <strong>de</strong> Zn<br />

e Acanthophora spicifera (Rhodophyta), <strong>de</strong> cobre (Cu). A ostra C. brasiliana tem sido<br />

recomendada para monitoramento <strong>de</strong> zinco e cádmio (Cd).<br />

Dentre as espécies <strong>de</strong> peixes ocorrentes na baía, as mais a<strong>de</strong>quadas a atuarem como<br />

bioindicadoras são as <strong>de</strong> interesse comercial, por virem sendo monitoradas há vários anos<br />

<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> estatística pesqueira. Po<strong>de</strong>rão ser utilizados a tainha, o parati e a<br />

pescada, já que são bastante conhecidos quanto aos seus hábitos e necessida<strong>de</strong>s ecológicas<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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e por já terem sido alvo <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> bioacumulação anteriormente. Outra espécie<br />

interessante é o peixe-rei, também bastante estudado na região.<br />

Talvez o grupo mais vulnerável na baía <strong>de</strong> Sepetiba seja o das macroalgas, pois a maioria<br />

costuma ter requisitos ambientais pouco versáteis, logo <strong>de</strong>saparecendo em condições<br />

ambientais <strong>de</strong>sfavoráveis. Junto com elas estão os octocorais, muito sensíveis à<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material em suspensão Sendo organismos filtradores, não toleram altas<br />

taxas <strong>de</strong> sedimentação nem gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material em suspensão, que contribuem<br />

para bloquear seu sistema <strong>de</strong> alimentação. Das espécies ameaçadas <strong>de</strong> extinção constantes<br />

na lista oficial do IBAMA, constata-se apenas a presença da tartaruga Chelonia mydas.<br />

Numa baía ocorrem diversos moluscos perfurantes <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, que po<strong>de</strong>m causar<br />

prejuízos as ativida<strong>de</strong>s econômicas, como a <strong>de</strong>struição <strong>de</strong> instalações <strong>de</strong> cais com pilares<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e <strong>de</strong> barcos <strong>de</strong> pesca e recreio com cascos do mesmo material. Dentre estas<br />

espécies, <strong>de</strong>staca-se Lyrodus floridanuse, Bankia fimbriatula, Teredo navalis, Teredo<br />

bartschi, Bankia gouldi e Bankia carinata e Martesia striata.<br />

A baía apresenta uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos comestíveis <strong>de</strong> interesse pesqueiro,<br />

conforme mostrado no Quadro 2.18.<br />

QUADRO 2.18 - ESPÉCIES DA FAUNA DE INVERTEBRADOS DE INTERESSE PESQUEIRO-<br />

ALIMENTAR DA BAÍA DE SEPETIBA.<br />

Grupo Nome Popular Nome Científico<br />

sururu Mytella guyanensis<br />

berbigão, vôngole, samanguaiá Anomalocardia brasiliana<br />

ostra da pedra Ostrea equestris<br />

ostra do mangue Crassostrea rhizophorae<br />

mija-mija ou rala-coco Trachycardium muricatum<br />

tarioba Iphigenia brasiliensis<br />

unha <strong>de</strong> velho Tegellus plebeius<br />

Moluscos mexilhão Mytilus (=Perna) perna<br />

marisco Pitar fulminatus<br />

marisco Mactra isabelleana<br />

marisco Anadara brasiliana<br />

marisco Chlamys tehuelchus<br />

marisco Macoma constricta<br />

sernambi Meso<strong>de</strong>rma mactroi<strong>de</strong>s<br />

marisco Lucina pectinata<br />

corogondó Thais haemastoma<br />

caranguejo Uci<strong>de</strong>s cordatus<br />

guaiamum Cardisoma ganhumi<br />

siri Callinectes danae; C.sapidus<br />

siri Portunus sayi<br />

Crustáceos siri Cronius ruber<br />

camarão legítimo, branco cinza, verda<strong>de</strong>iro Penaeus schmitti<br />

camarão rosa, ferro ou lixo Penaeus paulensis; P. brasiliensis<br />

lagosta<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Comercialmente, as espécies <strong>de</strong> invertebrados mais valorizadas são os camarões, o<br />

caranguejos e o guaiamum. A eles se seguem o samanguaía, ostras, sururu, mexilhões e<br />

siris.<br />

Na baía <strong>de</strong> Sepetiba, como no resto da costa do país, a ictiofauna constitui o principal<br />

recurso econômico. As espécies mais capturadas são tainha, parati e corvina. A elas se<br />

agregam as seguintes: bagre, cação, chicharro, enchova, espada, guaivira, linguado,<br />

pescada amarela, pescada branca, pescadinha, piraúna, raia, robalo, sardinha laje, sardinha<br />

verda<strong>de</strong>ira, sororoca, xaréu e xerelete<br />

Com respeito aos organismos com potencial para a aquicultura <strong>de</strong>stacam-se entre as algas<br />

propícias aquelas produtoras <strong>de</strong> gelificantes (ficocolói<strong>de</strong>s) como Hypnea spp, usada como<br />

matéria-prima para a produção <strong>de</strong> carragenina e estabilizadores; Gelidium spp, matériaprima<br />

para a produção <strong>de</strong> agar; e Porphyra spp, utilizada na alimentação (conhecida nos<br />

países orientais como nori). Dentre os invertebrados, se sobressaem a ostra <strong>de</strong> mangue<br />

(Crassostrea rhizophorae) mexilhão (Mytilus perna), sururu (Mytella guianensis) e<br />

camarão-rosa (Penaeus brasiliensis)<br />

Caranguejo (Uci<strong>de</strong>s cordatus), guaiamuns (Cardisoma ganhumi) e samanguaias<br />

(Anomalocardia brasiliana) são promissores, porém não há tecnologia dominada.<br />

2.10 AGROPECUÁRIA E RECURSOS MINERAIS<br />

2.10.1 Estrutura Fundiária<br />

Em conseqüência do intenso processo <strong>de</strong> urbanização da área da bacia hidrográfica nas<br />

últimas décadas, bem como da proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s centros consumidores (municípios<br />

<strong>de</strong>nsamente habitados que compõem a Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro), parte<br />

consi<strong>de</strong>rável do setor rural dos municípios da região estudada vive sob constante dilema:<br />

manter as ativida<strong>de</strong>s produtivas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> alimentos ou resignar-se à pressão<br />

originária do a<strong>de</strong>nsamento <strong>de</strong>mográfico e transferir-se para outras regiões com terras mais<br />

baratas e infra-estrutura compatível com a produção agrícola.<br />

Em função disso, a região como um todo sofreu uma forte alteração <strong>de</strong> sua estrutura<br />

fundiária. Em algumas áreas, principalmente na baixada ao redor do rio Guandu, a<br />

agricultura ce<strong>de</strong>u espaço para gran<strong>de</strong>s loteamentos urbanos. Em locais mais afastados<br />

<strong>de</strong>sta pressão, a estrutura fundiária manteve-se inalterada, como no município <strong>de</strong><br />

Mangaratiba, tendo em vista que neste local somente as áreas situadas próximas ao litoral<br />

sofreram valorização imobiliária que justificasse o <strong>de</strong>smembramento dos imóveis.<br />

A tendência com relação à estrutura fundiária na região em estudo é <strong>de</strong> manter a atual<br />

evolução <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração da posse da terra nas áreas com forte pressão antrópica e<br />

permanência da situação atual nos locais on<strong>de</strong> esta pressão não seja significativa.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2.10.2 Agropecuária<br />

Apesar <strong>de</strong> afetada pelo intenso processo <strong>de</strong> urbanização e por algumas medidas <strong>de</strong><br />

preservação ambiental, a superfície <strong>de</strong> 261.700 hectares da bacia hidrográfica <strong>de</strong> Sepetiba<br />

ainda comporta uma agropecuária relativamente importante ocupando uma área estimada<br />

em 107.150 hectares, sendo 23.150 ha <strong>de</strong>stinados às ativida<strong>de</strong>s agrícolas e os restantes<br />

84.000 ha, estimados com base no plantel existente na bacia, <strong>de</strong>stinados à pecuária.<br />

A tendência da região com relação à ativida<strong>de</strong> agropecuária é <strong>de</strong> crescimento mo<strong>de</strong>rado,<br />

diminuindo-se as áreas utilizadas e aumentando-se discretamente a produção com a<br />

introdução <strong>de</strong> novas tecnologias. Ao longo dos próximos anos espera-se que as áreas com<br />

explorações agrícolas venham a per<strong>de</strong>r espaço para o crescimento urbano, notadamente no<br />

entorno dos bairros <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> e Santa Cruz, e das se<strong>de</strong>s municipais <strong>de</strong> Itaguaí e<br />

Seropédica. Já com relação à pecuária, a tendência também é a perda espaço nas áreas <strong>de</strong><br />

maior concentração urbana a manutenção do atual perfil <strong>de</strong> ocupação nas áreas mais<br />

afastadas dos centros urbanos, especialmente ao longo do Vale do rio Santana, na subida<br />

para Miguel Pereira.<br />

A pecuária <strong>de</strong> corte, <strong>de</strong> médio a baixo nível tecnológico, ten<strong>de</strong> a permanecer<br />

predominante e as áreas <strong>de</strong> pastagem <strong>de</strong>verão sofrer uma discreta diminuição, dado que as<br />

manchas urbanas atuais possuem ainda muitos vazios que <strong>de</strong>verão dar conta da absorção<br />

da maior parte do crescimento populacional no horizonte temporal do Macroplano,<br />

<strong>de</strong>vendo assim ser pequeno o avanço da ocupação urbana sobre as áreas <strong>de</strong> pastagem. A<br />

pecuária leiteira <strong>de</strong>verá manter a atual tendência <strong>de</strong> crescimento mo<strong>de</strong>rado.<br />

Em linhas gerais, po<strong>de</strong>-se observar, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>ste cenário, as seguintes tendências:<br />

FRUTICULTURA<br />

A produção <strong>de</strong> banana na região, principalmente nos municípios <strong>de</strong> Itaguaí e Mangaratiba,<br />

a <strong>de</strong>speito da gran<strong>de</strong> extensão <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> cultivo encontradas na bacia, vem per<strong>de</strong>ndo<br />

importância no mercado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em função da baixa qualida<strong>de</strong>. O sistema <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> baixo nível tecnológico e as plantações em encostas da serra do Mar, com<br />

custos adicionais <strong>de</strong> transporte que diminuem a pequena margem <strong>de</strong> lucro dos produtores,<br />

indicam uma tendência <strong>de</strong> estagnação da produção, com uma diminuição acentuada da<br />

área cultivada na próxima década. Trata-se contudo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> ainda com expressiva<br />

relevância sócio econômica na região, dado o contingente populacional hoje <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

da ativida<strong>de</strong>.<br />

Os cultivos nas encostas que permanecerem ativos continuarão a <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma série<br />

<strong>de</strong> problemas ambientais, tais como a erosão acelerada dos solos e o risco <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>slizamentos.<br />

O coco-ver<strong>de</strong> e o maracujá surpreen<strong>de</strong>m pela forma como está se processando seu<br />

crescimento na bacia hidrográfica. Ambas as culturas não possuem muita expressão na<br />

atual participação da área cultivada da região, respectivamente 2,8% e 0,6%. Estas<br />

culturas vêm, no entanto, <strong>de</strong>monstrando gradual conquista <strong>de</strong> território, exibindo índices<br />

ascen<strong>de</strong>ntes e positivos nos indicadores pesquisados.<br />

2-98


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A análise realizada aponta para um perfil empresarial na condução das culturas <strong>de</strong> cocover<strong>de</strong><br />

e maracujá, <strong>de</strong>vido principalmente aos excelentes índices técnicos <strong>de</strong>monstrados.<br />

São culturas que indicam um gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> expansão regional e retorno do capital<br />

investido, notadamente pela proximida<strong>de</strong> dos consumidores.<br />

No caso <strong>de</strong> coco-ver<strong>de</strong>, trata-se <strong>de</strong> cultura com investimentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 2.100,00/ha<br />

nos primeiros 3 anos, dando-se a primeira colheita no 4º ano e a partir daí colheitas anuais<br />

com custo <strong>de</strong> manutenção + colheita em torno <strong>de</strong> R$ 550,00/ha por ano.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

OLERICULTURA<br />

A produção olerícola na região estudada é bastante evoluída em algumas culturas, tais<br />

como o quiabo, a mandioca e algumas folhosas, que encontram nesta região condições<br />

edafoclimáticas propícias para o seu <strong>de</strong>senvolvimento pleno. Estas áreas cultivadas vêm<br />

sendo pressionadas pela expansão urbana, notadamente em Santa Cruz, Campo Gran<strong>de</strong> e<br />

Itaguaí. Outras áreas <strong>de</strong> produção importante, tais como o vale do rio Santana e a região<br />

<strong>de</strong> Paracambi, também sofrem pressão <strong>de</strong>vido à valorização das terras em função da<br />

crescente <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>stas áreas para serem utilizadas como chácaras e sítios <strong>de</strong> lazer.<br />

Além disso, há uma tendência a redução do número <strong>de</strong> produtores para a maioria das<br />

culturas que compõem este setor produtivo, inversamente ao que ocorreu com a produção,<br />

que teve um aumento significativo das colheitas, <strong>de</strong>vido à maior profissionalização dos<br />

agricultores.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a área cultivada com olerícolas atualmente na bacia em estudo, prevê-se<br />

uma manutenção da situação atual, com a tendência da diminuição do número <strong>de</strong><br />

produtores e <strong>de</strong> aumento não muito significativo da produção em função da melhoria dos<br />

sistemas <strong>de</strong> produção utilizados. Culturas temporárias como as <strong>de</strong> olerícolas alcançam<br />

custos <strong>de</strong> investimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> R$ 350,00 a R$ 500/ha por ano.<br />

PECUÁRIA<br />

Comparando os efetivos avícolas na bacia hidrográfica da baía <strong>de</strong> Sepetiba, foi constatada<br />

tendência para a expansão da avicultura <strong>de</strong> corte na região e um <strong>de</strong>créscimo da ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> postura.<br />

Os frangos <strong>de</strong> corte criados na área da bacia são em geral, <strong>de</strong>stinados ao abate em outras<br />

localida<strong>de</strong>s, como Jacarepaguá, on<strong>de</strong> se concentram os gran<strong>de</strong>s abatedores. Nas<br />

proximida<strong>de</strong>s, há ainda pequenos abatedouros nos municípios <strong>de</strong> Duque <strong>de</strong> Caxias e Barra<br />

Mansa, para on<strong>de</strong> converge parte da produção da bacia. Esta tendência <strong>de</strong>verá ser<br />

mantida.<br />

Assim sendo, o cenário ten<strong>de</strong>ncial aponta para a manutenção da atual estrutura produtiva,<br />

especializando-se a região na avicultura <strong>de</strong> corte. Deve-se <strong>de</strong>stacar que as maiores áreas<br />

<strong>de</strong> produção avícola encontram-se localizadas próximas à se<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> Rio Claro,<br />

fora portanto da área <strong>de</strong>limitada da bacia hidrográfica da baía <strong>de</strong> Sepetiba, po<strong>de</strong>ndo-se<br />

contudo consi<strong>de</strong>rar um expressivo potencial <strong>de</strong> fortalecimento da ativida<strong>de</strong> na região <strong>de</strong><br />

estudo.<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Não obstante os avanços <strong>de</strong> plantel e produção, tanto <strong>de</strong> corte como leiteira, a<br />

bovinocultura não é uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expressão na área da bacia. As gran<strong>de</strong>s áreas <strong>de</strong><br />

pastagem disponíveis, em sua maior parte não estão sendo utilizadas com o pastoreio,<br />

sendo antigos pastos abandonados, servindo como estoque <strong>de</strong> áreas para futuros<br />

loteamentos urbanos.<br />

Com base na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga <strong>de</strong> uma unida<strong>de</strong> animal (equivalente adulto), estima-se<br />

que na área da bacia, os pastos realmente utilizados ocupem uma superfície da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

84.000 hectares.<br />

A tendência é a manutenção da situação atual, com melhorias tecnológicas sendo<br />

paulatinamente incorporadas aos sistemas <strong>de</strong> produção, com um discreto crescimento do<br />

plantel e da produção nos próximos anos não se prevendo, contudo, significativo<br />

crescimento <strong>de</strong> áreas efetivamente ocupadas pela ativida<strong>de</strong>. As técnicas atualmente<br />

adotadas carecem <strong>de</strong> maior controle, com pisoteio <strong>de</strong> vegetação nas encostas, gerando<br />

processos erosivos com inúmeras voçorocas nas áreas <strong>de</strong> pastagem, principalmente nas<br />

proprieda<strong>de</strong>s situadas na subida da serra, ao longo da RJ-125.<br />

2.10.3 Recursos Minerais<br />

No território da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração mineral mais<br />

relevante é a extração <strong>de</strong> areia, tanto em cavas submersas como em calhas fluviais. O<br />

principal pólo <strong>de</strong> extração <strong>de</strong> areia situa-se no município <strong>de</strong> Seropédica, encontrando-se<br />

ainda algumas unida<strong>de</strong>s extrativas no município <strong>de</strong> Queimados. A principal concentração<br />

<strong>de</strong> areais na região, encontra-se entre a Reta <strong>de</strong> Piranema, a antiga rodovia Rio-São Paulo<br />

e o rio Guandu, em local <strong>de</strong>nominado Reta do 500.<br />

A produção areeira da região é direcionada para a indústria <strong>de</strong> construção civil. A região<br />

da baixada da bacia <strong>de</strong> Sepetiba é a maior produtora <strong>de</strong> areia do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

respon<strong>de</strong>ndo por 70% da produção estadual e 90% do abastecimento da RMRJ.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se que o estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro tem uma das maiores produções do Brasil<br />

(10% da produção nacional <strong>de</strong> areia para construção civil - DNPP anuário, 1995), tem-se<br />

uma avaliação da intensida<strong>de</strong> da exploração realizada na região.<br />

De acordo com a Secretaria <strong>de</strong> Desenvolvimento Econômico <strong>de</strong> Itaguaí, existem na<br />

atualida<strong>de</strong> 90 areais no recém criado município <strong>de</strong> Seropédica, 81 dos quais em operação,<br />

registrando-se uma produção média diária <strong>de</strong> 110 m3 por unida<strong>de</strong>. Esten<strong>de</strong>ndo essa<br />

produtivida<strong>de</strong> para os 81 areais em operação no município, tem-se um <strong>de</strong>sempenho total<br />

<strong>de</strong> 8.910 m 3 /dia, isto é, 196.020 m 3 /mês. As empresas são na maioria <strong>de</strong> pequeno porte,<br />

em geral fornecedoras para casas <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> construção. Existem, no entanto, alguns<br />

areais <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte, cuja produção <strong>de</strong>stina-se a empreiteiras <strong>de</strong> vulto.<br />

Os areais ocupam um ou mais lotes <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 10 hectares cada, sendo que, na maior<br />

parte dos casos, os proprietários atuais não são os primeiros a explorar as jazidas. A<br />

extração é feita por draga <strong>de</strong> sucção e recalque, montada em plataforma flutuante.<br />

Acoplada à draga há uma tubulação <strong>de</strong> recalque, que lança a areia no ponto <strong>de</strong><br />

armazenamento. A mão-<strong>de</strong>-obra empregada em cada unida<strong>de</strong> produtiva é <strong>de</strong> 3 a 4<br />

funcionários em média, estimando-se que o setor empregue ao todo cerca <strong>de</strong> 350 pessoas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A ativida<strong>de</strong> extrativa <strong>de</strong> areia <strong>de</strong>staca-se não só pela importância no mercado estadual,<br />

mas também pelos danos ambientais que provoca. Embora na gran<strong>de</strong> maioria estas<br />

unida<strong>de</strong>s produtivas sejam licenciadas pela FEEMA, não existe um controle sistemático<br />

<strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho ambiental nem a imposição <strong>de</strong> que sejam implementados planos <strong>de</strong><br />

recuperação ambiental, previstos na fase <strong>de</strong> licenciamento.<br />

O processo <strong>de</strong> exploração empregado tem com principal característica a abertura <strong>de</strong><br />

escavações profundas na baixada que circunda a calha do rio Guandu, on<strong>de</strong> a areia é<br />

retirada das camadas superficiais da crosta. As águas <strong>de</strong> circulação do processo <strong>de</strong><br />

dragagem possuem gran<strong>de</strong> carga <strong>de</strong> sedimentos finos que, embora proibido, são<br />

freqüentemente lançados nos cursos <strong>de</strong> água próximos às cavas. Nos rios, a exploração<br />

também é feita <strong>de</strong> forma predatória. Com freqüência, em vez <strong>de</strong> retirar areia do fundo dos<br />

rios, os areeiros <strong>de</strong>smontam as barrancas das margens, <strong>de</strong>gradando a calha fluvial e dando<br />

início a progressivo processo <strong>de</strong> erosão. As áreas mais afetadas pela ativida<strong>de</strong> são a bacia<br />

<strong>de</strong> inundação do rio Guandu, ao longo da Reta <strong>de</strong> Piranema (município <strong>de</strong> Seropédica), a<br />

calha do rio Guandu em Seropédica e Itaguaí atingindo inclusive áreas junto à confluência<br />

com o rio Santana e ribeirão das Lajes.<br />

Além disto, como observado no relatório Extração <strong>de</strong> Areia. Projeto Planagua -<br />

SERLA/GTZ - maio/97, a ativida<strong>de</strong> conta com alto grau <strong>de</strong> clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong> e<br />

informalida<strong>de</strong>, induzindo à baixíssima internalização <strong>de</strong> custos ambientais em sua<br />

estrutura econômica, bem como a um alto índice <strong>de</strong> evasão <strong>de</strong> receitas tributárias.<br />

Nos últimos anos, as ativida<strong>de</strong>s extrativas na região tiveram um gran<strong>de</strong> aumento. Em<br />

função da gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>manda por este bem na Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

consi<strong>de</strong>rando o potencial extrativo já i<strong>de</strong>ntificado, po<strong>de</strong>-se prever, caso não sejam<br />

fiscalizadas pelo Po<strong>de</strong>r Público as normas e critérios já estabelecidos para esta ativida<strong>de</strong>,<br />

um aumento da extração <strong>de</strong> areia, acompanhado por um pronunciado aumento dos<br />

processos erosivos, com intensificação da carga <strong>de</strong> sedimentos transportada pelo rio<br />

Guandu e que vai assorear a foz do canal <strong>de</strong> São Francisco e a costa da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

2.10.4 Prognósticos com a Implementação do Macroplano<br />

Com a implementação das diretrizes <strong>de</strong> controle e or<strong>de</strong>namento propostas pelo<br />

Macroplano, po<strong>de</strong>-se cenarizar para os segmentos da agropecuária e extração mineral na<br />

região as seguintes situações:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

ESTRUTURA FUNDIÁRIA<br />

Mesmo consi<strong>de</strong>rando algumas ações do Po<strong>de</strong>r Público na região, através do INCRA e do<br />

recém-estruturado ITERJ, <strong>de</strong>verá ser pouco alterada a estrutura fundiária da região. A<br />

região <strong>de</strong>verá seguir as atuais tendências <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconcentração nas áreas <strong>de</strong> maior pressão<br />

antrópica e manutenção da estrutura fundiária nas áreas mais afastadas dos centros<br />

populacionais.<br />

Medidas específicas são previstas pelo Macroplano no contexto do controle e<br />

or<strong>de</strong>namento do uso do solo urbano, visando a manutenção <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> uso agrícola,<br />

<strong>de</strong>ntro dos atuais limites legais dos perímetros urbanos, dado serem estes perímetros<br />

2-101


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

muito superiores em extensão às manchas <strong>de</strong> concentração urbana atualmente verificadas<br />

na bacia.<br />

A reversão do uso planejado <strong>de</strong> urbano para agrícola aten<strong>de</strong>, a um só tempo, a dois<br />

objetivos do Macroplano. O primeiro, o <strong>de</strong> garantir uma base mínima <strong>de</strong> fortalecimento<br />

da ativida<strong>de</strong> agrícola, na medida em que se reduz a pressão especulativa sobre zonas <strong>de</strong><br />

maior potencial para agricultura. O segundo objetivo é o <strong>de</strong> estimular que o crescimento<br />

urbano previsto para a bacia ocorra, prioritariamente, no sentido <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsar e consolidar<br />

os núcleos urbanos existentes, buscando-se refrear a expansão sobre as áreas <strong>de</strong><br />

perímetros urbanos legais, o que, além <strong>de</strong> onerar o custo <strong>de</strong> infra-estruturação urbana,<br />

intensificará sobremodo a pressão sobre áreas frágeis, tais como áreas <strong>de</strong> mananciais,<br />

bacias <strong>de</strong> inundações, encostas e remanescentes <strong>de</strong> vegetação natural.<br />

O fortalecimento do uso rural, neste contexto atuará em certa medida como um anteparo a<br />

esta expansão, em áreas on<strong>de</strong> se possa estabelecer competição entre usos urbano e rural<br />

em bases economicamente equilibradas.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento agropecuário, garantida a absorção <strong>de</strong> técnicas <strong>de</strong> bom <strong>de</strong>sempenho<br />

ambiental para a ativida<strong>de</strong>, atuaria, no contexto da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, como instrumento<br />

<strong>de</strong> gestão ambiental, uma vez que contribuiria para a contenção <strong>de</strong> usos <strong>de</strong> maior pressão<br />

(urbano e industrial) <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> áreas amplamente suficientes, disponíveis em diversos<br />

pontos da bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

AGRICULTURA<br />

Atuar no contexto da estrutura fundiária, não é suficiente para viabilizar o fortalecimento<br />

da ativida<strong>de</strong> agropecuária na bacia. Trata-se <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> sob impacto <strong>de</strong> fatores técnicos e<br />

econômicos diversos. É necessário que sejam adotadas medidas <strong>de</strong> incentivo às ativida<strong>de</strong>s<br />

produtivas, tais como a melhoria da assistência técnica, o crédito agrícola direcionado<br />

para as principais culturas, a isenção ou diminuição <strong>de</strong> tributos sobre as ativida<strong>de</strong>s<br />

agrícolas, po<strong>de</strong>ndo-se com isto prever que haja um aumento da produção acima do<br />

cenário ten<strong>de</strong>ncial esperado, contribuindo para a consolidação do uso agrícola mesmo em<br />

áreas hoje sujeitas a forte processo especulativo. Cabe salientar que este processo <strong>de</strong><br />

fortalecimento do setor agrícola não constituir-se-ia em fator <strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão do quadro geral<br />

<strong>de</strong> expansão urbana esperado para as próximas décadas na região, dado que esta, além <strong>de</strong><br />

dispor <strong>de</strong> uma razoável infra-estrutura <strong>de</strong> transporte coletivo e uma re<strong>de</strong> viária <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

porte, <strong>de</strong>mandando apenas intervenções <strong>de</strong> melhoria e algumas obras <strong>de</strong> integração,<br />

possui gran<strong>de</strong> disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> áreas planejadas para expansão industrial, bem como<br />

gran<strong>de</strong>s estoques <strong>de</strong> terras loteadas e empreendimentos imobiliários diversos no interior<br />

das manchas urbanas existentes.<br />

PECUÁRIA<br />

Assim como a agricultura, mesmo adotando-se diversos incentivos à ativida<strong>de</strong>, é <strong>de</strong> se<br />

esperar no cenário prospectivo que as ativida<strong>de</strong>s pecuárias sigam as atuais tendências<br />

observadas <strong>de</strong> crescimento mo<strong>de</strong>rado e especialização da produção, contando-se com o<br />

aprimoramento <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental da ativida<strong>de</strong> a partir da implementação <strong>de</strong><br />

medidas <strong>de</strong> incentivo a recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas pelos proprietários rurais.<br />

2-102


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quanto às áreas <strong>de</strong> pecuária, i<strong>de</strong>ntifica-se também potencial para a substituição da<br />

ativida<strong>de</strong> produtiva nestas terras, a partir do incentivo à produção florestal, <strong>de</strong> eucaliptos<br />

por exemplo, dado à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> colocação <strong>de</strong> produtos florestais como carvão e<br />

ma<strong>de</strong>ira para construção civil, tanto no Vale do Paraíba quanto na área metropolitana do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MINERAÇÃO<br />

Este é um segmento que po<strong>de</strong> ser seriamente afetado em suas tendências atuais, caso o<br />

Po<strong>de</strong>r Público venha a intervir com firmeza na ativida<strong>de</strong>, fiscalizando-a e cumprindo a<br />

vasta legislação disciplinatória existente. Po<strong>de</strong>-se prever que com a implementação <strong>de</strong> um<br />

programa ambiental para a área, seja disciplinada a produção <strong>de</strong> areia e minimizados os<br />

impactos negativos que a ativida<strong>de</strong> causa ao meio ambiente.<br />

Por outro lado o disciplinamento ambiental da ativida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rá ocasionar uma crise<br />

temporária <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong> areia na Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro, dada a<br />

relevância da área da bacia no contexto <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> areia no Estado. Consi<strong>de</strong>rando<br />

que a melhoria <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental da ativida<strong>de</strong> está muito mais condicionada à<br />

reversão <strong>de</strong> práticas ina<strong>de</strong>quadas utilizadas na produção do que a novos e significativos<br />

investimentos, uma vez equacionada a fase inicial, o disciplinamento ambiental da<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ter pequenos impactos no preço do produto e no custo da construção civil<br />

com um todo.<br />

Cabe salientar que um impacto eventualmente maior sobre preços finais po<strong>de</strong>ria ser<br />

atribuído a regularização tributária da ativida<strong>de</strong>, que hoje é precariamente controlada do<br />

ponto <strong>de</strong> vista fiscal na maioria das regiões produtivas do Estado.<br />

2.11 RECURSOS PESQUEIROS E MARINHOS<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba é um gran<strong>de</strong> corpo d’água, com cerca <strong>de</strong> 305 km 2 <strong>de</strong> superfície,<br />

limitado ao norte e a leste pelo continente, ao sul pela restinga da Marambaia e a oeste por<br />

um cordão <strong>de</strong> ilhas, <strong>de</strong>ntre as quais as <strong>de</strong> Itacurussá, Jaguanum e Pombeba. O relevo da<br />

área continental é caracterizado por uma faixa <strong>de</strong> planície costeira cortada por alguns rios<br />

e encaixada entre os paredões da escarpa principal da serra do Mar.<br />

A Marambaia é uma imensa barragem <strong>de</strong> areia que, apesar <strong>de</strong> seus poucos metros acima<br />

do nível do mar, funciona como um dique, isolando a baía. Seu comprimento exce<strong>de</strong> a 40<br />

km e chega a distar 18 km do bordo continental. Do lado oceânico, o <strong>de</strong>clive é forte e as<br />

ondas batem violentamente. Do outro lado, porém, a restinga aplaina-se nas águas<br />

tranquilas da baía.<br />

A circulação hidrodinâmica da baía <strong>de</strong> Sepetiba é regida essencialmente pelo fluxo e<br />

refluxo das marés, além da morfologia do fundo. A influência <strong>de</strong> outros fatores, como<br />

ondas, ventos e <strong>de</strong>scargas fluviais é insignificante.<br />

O <strong>de</strong>semboque <strong>de</strong> cinco rios em sua porção nor<strong>de</strong>ste contribui para a redução da<br />

salinida<strong>de</strong> da águas até um metro <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong>, tornando-as salobras, e acarreta a<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos argilosos no fundo da baía. Neste trecho e a leste, a margem é<br />

ocupada por mangue.<br />

2-103


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

As condições ambientais <strong>de</strong>scritas favorecem a presença <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

espécies animais, que aí encontram abrigo e alimento. No entanto, a poluição na área tem<br />

se intensificado e a análise <strong>de</strong> tecidos <strong>de</strong> organismos aquáticos, coletados no litoral norte<br />

da baía e na ilha <strong>de</strong> Itacurussá, <strong>de</strong>monstram a ocorrência <strong>de</strong> concentrações acima das<br />

permitidas, para o cádmio e para o zinco. O mercúrio também apresentou concentrações<br />

acima das máximas permitidas na parte biótica do sistema. O efeito do mercúrio é<br />

cumulativo, principalmente na presença <strong>de</strong> chumbo, que é o metal mais lançado na baía.<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba, além <strong>de</strong> contribuir para a manutenção das populações <strong>de</strong> animais<br />

capturados ao longo da costa, abriga em suas águas estoques significativos <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong><br />

valor comercial que favorecem a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma importante frota artesanal. A baía<br />

produz até 70% <strong>de</strong> todo o camarão branco <strong>de</strong>sembarcado no Estado, ressaltando-se,<br />

entretanto, que este camarão apresenta os menores índices <strong>de</strong> presença <strong>de</strong>ntre os<br />

crustáceos comercializados em nível estadual.<br />

Apesar das técnicas e estratégias pesqueiras empregadas direcionarem-se prioritariamente<br />

ao camarão branco por seu maior valor <strong>de</strong> mercado, os maiores volumes <strong>de</strong> captura na<br />

baía referem-se às taínhas e aos paratis.<br />

A ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada da baía e <strong>de</strong> seu entorno têm provocado modificações drásticas<br />

em suas características ambientais, pelo lançamento <strong>de</strong> efluentes químicos em suas águas,<br />

transportados principalmente através <strong>de</strong> seus rios contribuintes. Estes fatores, aliados ao<br />

emprego <strong>de</strong> estratégias ina<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong> captura do camarão branco, propiciaram a queda<br />

na produção do pescado a partir do final da década <strong>de</strong> 70.<br />

Destaca-se que a presença <strong>de</strong> metais pesados em tecidos das espécies comercializadas e<br />

consumidas na região constitui um problema <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública não consi<strong>de</strong>rado pelas<br />

autorida<strong>de</strong>s locais ou estaduais.<br />

Os órgãos públicos atuantes na região têm se mostrado ainda pouco eficazes e muitas<br />

vezes incapazes <strong>de</strong> solucionar os problemas existentes. A re<strong>de</strong> <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados<br />

estatísticos sobre a produção pesqueira na região é ineficiente, dificultando o<br />

planejamento <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s conservacionistas e a adoção <strong>de</strong> medidas eficazes <strong>de</strong> manejo.<br />

Dentro do quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração observado, <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>stacadas as primeiras tentativas<br />

<strong>de</strong> ação realizadas pela prefeitura <strong>de</strong> Itaguaí, ao tentar solucionar alguns dos problemas <strong>de</strong><br />

seus pescadores, e pelas comunida<strong>de</strong>s pesqueiras <strong>de</strong> alguns pontos da baía, por sua<br />

atuação na fiscalização da pesca.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

2-104


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

3. PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS E<br />

HIPÓTESES DE CRESCIMENTO ECONÔMICO<br />

Conforme caracterizado inicialmente, o território da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

concentra gran<strong>de</strong> parte das áreas mais promissoras para expansão da Região<br />

Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro (RMRJ). Como as partes centrais da metrópole<br />

encontram-se saturadas, observa-se tendência <strong>de</strong> a<strong>de</strong>nsamento crescente do uso do<br />

solo na bacia<br />

As hipóteses formuladas para cenarização futura do crescimento econômico da região<br />

abordam prospectivamente este processo <strong>de</strong> ocupação sob dois dos ângulos mais<br />

relevantes para o Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia: a dinâmica<br />

populacional e as perspectivas <strong>de</strong> industrialização. De fato, as tendências relativas a estes<br />

dois aspectos da ocupação do espaço regional em análise constituem pontos centrais das<br />

reflexões, tendo em vista dar respostas a três problemas básicos no processo <strong>de</strong><br />

planejamento: como caracterizar no espaço da bacia as tendências futuras quanto a<br />

poluição urbana, poluição industrial e intensificação do uso do solo e dos recursos<br />

naturais.<br />

A importância da questão <strong>de</strong>mográfica da bacia e <strong>de</strong> seu entorno imediato - que inclui a<br />

cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro e a baixada fluminense - é realçada pela <strong>de</strong>pendência do seu<br />

vasto contingente populacional em relação aos recursos hídricos do rio Guandu - principal<br />

curso d'água que drena para a baía <strong>de</strong> Sepetiba, com todas as possíveis implicações daí<br />

<strong>de</strong>correntes para o or<strong>de</strong>namento a longo prazo do compartilhamento do uso <strong>de</strong>stes<br />

recursos.<br />

Os enfoques <strong>de</strong>mográficos prospectivos aqui apresentados apoiam-se amplamente na<br />

análise <strong>de</strong>mográfica discutida no Capítulo 2 <strong>de</strong>ste documento, valendo recordar que<br />

aquela análise evi<strong>de</strong>nciou, por um lado, a tendência ao arrefecimento do crescimento<br />

populacional no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro e em sua Região Metropolitana, o que resulta<br />

em menor pressão potencial sobre as áreas periféricas mais procuradas do que as<br />

verificadas no passado. Por outro lado, viu-se que o movimento <strong>de</strong> irradiação<br />

populacional da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro nas direções oeste e noroeste,<br />

para <strong>de</strong>ntro da bacia, portanto, vem sendo acompanhado cada vez mais do<br />

estabelecimento <strong>de</strong> indústrias, resultando no aparecimento <strong>de</strong> concentrações fabris <strong>de</strong><br />

crescente importância. Destaca-se neste aspecto, em particular, a Zona Oeste do<br />

município do Rio <strong>de</strong> Janeiro e os municípios <strong>de</strong> Queimados e Itaguaí. Por esta razão,<br />

nestes três pólos antevêem-se evoluções do contingente populacional urbano situadas<br />

entre as mais rápidas da bacia e expressivamente mais velozes do que a média da Região<br />

Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Procurou-se assim, na formulação <strong>de</strong> hipóteses <strong>de</strong> crescimento econômico para a bacia,<br />

visualizar as resultantes <strong>de</strong>stes processos concomitantes, tentando-se enfocar<br />

consistentemente as interações previsíveis entre os componentes <strong>de</strong>mográfico e industrial<br />

<strong>de</strong>sta dinâmica territorial. Este enfoque buscou inferir indicadores <strong>de</strong>mográficos dos<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

possíveis efeitos da implantação do porto <strong>de</strong> Sepetiba sobre as projeções <strong>de</strong>mográficas do<br />

cenário ten<strong>de</strong>ncial, usando para tanto a construção <strong>de</strong> dois cenários alternativos.<br />

O cenário ten<strong>de</strong>ncial ou discutido na seção 3.1, a seguir, representa a expectativa <strong>de</strong><br />

crescimento <strong>de</strong>mográfico no espaço territorial da bacia, baseada unicamente na<br />

continuida<strong>de</strong> dos mesmos processos sócio-econômicos que até o momento respon<strong>de</strong>ram<br />

por este crescimento. Ressalta-se, que nas projeções baseadas no cenário ten<strong>de</strong>ncial,<br />

foram incluídos núcleos externos à bacia, pelo fato <strong>de</strong> se constituírem em pólos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água abastecidos pelo manancial do rio Guandu, sendo portanto <strong>de</strong> interesse<br />

ao Macroplano, no que se refere ao seu Plano Diretor <strong>de</strong> Abastecimento <strong>de</strong> Água<br />

Os cenários alternativos, consi<strong>de</strong>rados basicamente, superpõem ao cenário ten<strong>de</strong>ncial<br />

duas diferentes hipóteses sobre a intensificação do processo <strong>de</strong> industrialização.<br />

Na formulação <strong>de</strong> tais hipóteses, partiu-se <strong>de</strong> projeções <strong>de</strong> crescimento da produção física<br />

industrial no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, para inferir tendências específicas para a bacia da<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba. As principais bases para estas inferências foram as diferenças existentes<br />

entre estes dois espaços geográficos - o Estado e a bacia, quanto às composições setoriais<br />

da indústria e quanto ao ritmos <strong>de</strong> crescimento da população urbana. Este último aspecto,<br />

vale registrar, foi o elo <strong>de</strong> conexão entre as dimensões <strong>de</strong>mográfica e industrial das<br />

análises prospectivas, mediante cenários cujo <strong>de</strong>senvolvimento é objeto das apreciações<br />

finais da seção 3.2 <strong>de</strong>ste capítulo. Nela procura-se aquilatar a medida em que os cenários<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial fortalecidos pela presença do porto <strong>de</strong> Sepetiba, implicam<br />

em <strong>de</strong>svios nas tendências em curso, <strong>de</strong> modo a fornecer indicações <strong>de</strong> pontos críticos<br />

quanto aos aspectos temporais e espaciais da implementação das diretrizes e programas<br />

do Macroplano.<br />

3.1 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO TENDENCIAL<br />

Os parâmetros para a projeção estão contidos na própria avaliação dos componentes<br />

<strong>de</strong>mográficos do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro e, em escala mais abrangente, do país. O<br />

Estado, segundo estimativas que po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>duzidas das taxas <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong> e dos<br />

mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, teria em meados dos anos 90, uma taxa bruta <strong>de</strong> natalida<strong>de</strong> da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 17 nascidos vivos por mil habitantes e uma taxa bruta <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m<br />

<strong>de</strong> 6,5 óbitos por mil habitantes. A diferença entre o crescimento vegetativo resultante<br />

(1,7% menos 0,65% ou seja, 1,05% ao ano) e a taxa observada na comparação entre 91 e<br />

96 (0,78% ao ano) seria explicada pelo saldo migratório negativo.<br />

Para as projeções consi<strong>de</strong>rou-se o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> distribuição proporcional <strong>de</strong> tendência do<br />

IBGE, a partir dos parâmetros calculados através da tendência 1980-1991, afinada à<br />

projeção nacional com base nos indicadores dos componentes <strong>de</strong>mográficos dos PNAD<br />

92, 93 e 95 e Registro Civil. A partir da projeção nacional, aplicou-se um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

tendência <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico para as Unida<strong>de</strong>s Fe<strong>de</strong>rativas e consolidou-se, para<br />

os municípios, o princípio <strong>de</strong> subdivisão em linha <strong>de</strong> distribuição proporcional da<br />

tendência do estado. Fixou-se, assim, o limite inferior da taxa <strong>de</strong> fecundida<strong>de</strong> no estado<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro em 1,8 filhos por mulher, o que enten<strong>de</strong>-se que possa ocorrer em um<br />

tempo não muito distante.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Tendo em vista que, neste momento, estão sendo divulgados os resultados preliminares da<br />

Contagem-1996, proce<strong>de</strong>u-se a um ajuste das projeções anteriores, com base no<br />

comportamento embutido nos dados <strong>de</strong>ssa Contagem.<br />

Dado serem <strong>de</strong> interesse para o planejamento <strong>de</strong> recursos hídricos, foram também<br />

realizadas projeções para áreas externas à bacia, porém a ela vinculadas pela <strong>de</strong>pendência<br />

em relação a seus mananciais hídricos, em especial o do rio Guandu. Estas projeções<br />

focalizam a totalida<strong>de</strong> dos municípios envolvidos à exceção do Rio <strong>de</strong> Janeiro, do qual se<br />

individualizou do todo as RAs <strong>de</strong> interesse. O panorama populacional atual e prospectivo<br />

<strong>de</strong> interesse à bacia, assim obtido, é apresentado no Quadro 3.1, on<strong>de</strong> ressaltam-se os<br />

seguintes aspectos principais:<br />

♦ o caráter eminentemente urbano da população envolvida (99,4% em 1996);<br />

♦ as reduzidas taxas globais projetadas <strong>de</strong> crescimento <strong>de</strong>mográfico, <strong>de</strong>terminadas pela<br />

estagnação populacional <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> contingente humano, como o Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro externo à bacia, São João <strong>de</strong> Meriti, Nova Iguaçu e Nilópolis;<br />

♦ o já mencionado dinamismo populacional diferenciado, observado nos município da<br />

bacia que possuem base econômica industrial (Zona Oeste do Rio, Queimados e<br />

Itaguaí), e o impulso <strong>de</strong>mográfico dado pelas ativida<strong>de</strong>s turísticas (Mangaratiba e Engº<br />

Paulo <strong>de</strong> Frontin).<br />

Em seguida, <strong>de</strong>terminou-se para o espaço da bacia, os contingentes <strong>de</strong> população urbana<br />

dos municípios parcialmente incluídos, inferidos para o ano 1996, com base em<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s populacionais estimadas, mediante regressão linear múltipla. O resultado<br />

<strong>de</strong>sses exercícios é apresentado no Quadro 3.2, no qual se repete a apresentação das<br />

populações externas <strong>de</strong> interesse, <strong>de</strong> forma a ressaltar a peculiarida<strong>de</strong> da área <strong>de</strong> estudos<br />

em relação ao seu entorno metropolitano.<br />

É interessante observar a partir do Quadro 3.2 as taxas reduzidas <strong>de</strong> crescimento para o<br />

município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em média da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 0,16% ao ano entre 1996 e 2020 em<br />

comparação ao crescimento populacional projetado no horizonte do Macroplano para os<br />

bairros da Zona Oeste. Sua população teria um crescimento <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 53% até 2020<br />

enquanto prevê-se, para o restante do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, um <strong>de</strong>créscimo<br />

populacional da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4%, no mesmo horizonte. Destaca-se ainda mais, neste<br />

conjunto, o surpreen<strong>de</strong>nte crescimento projetado para a RA <strong>de</strong> Guaratiba, cuja população<br />

mais que dobraria no período analisado, acumulando até 2020 um crescimento<br />

populacional da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 130%. Assim, a Zona Oeste, que em 1996 respondia por 13,9%<br />

da população do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, em 2020 <strong>de</strong>teria 20,3% <strong>de</strong>sta população.<br />

Outro <strong>de</strong>staque seria o município <strong>de</strong> Itaguaí que, mesmo separado <strong>de</strong> Seropédica, chegaria<br />

a uma população <strong>de</strong> 122 mil pessoas em 2020, portanto quase dobrando sua população em<br />

relação ao patamar <strong>de</strong> 1996.<br />

Em resumo, no cenário ten<strong>de</strong>ncial, o conjunto da bacia, que em 1996 continha uma<br />

população urbana <strong>de</strong> 1,3 milhões <strong>de</strong> pessoas (correspon<strong>de</strong>nte a 98% da população total da<br />

área), em 2020 atingiria o patamar <strong>de</strong> 1,9 milhões (com uma taxa <strong>de</strong> urbanização, como<br />

po<strong>de</strong> se inferir do Quadro 3.1, <strong>de</strong> praticamente 100%). Observa-se ainda do Quadro 3.2<br />

que, mantidos os atuais consumos per capita, as <strong>de</strong>mandas hídricas totais em relação aos<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-3


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

mananciais da bacia ten<strong>de</strong>m a crescer lentamente, acumulando aumento <strong>de</strong> apenas 11%<br />

até o ano 2020. Contudo, no que tange aos setores <strong>de</strong> esgotamento sanitário e limpeza<br />

pública, às <strong>de</strong>ficiências já existentes na bacia <strong>de</strong>verá se somar um aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda<br />

por tais serviços da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 46%, ao longo do horizonte das projeções.<br />

As Figuras 3.1 e 3.2 ao final <strong>de</strong>sta seção ilustram a distribuição das projeções<br />

populacionais e taxas <strong>de</strong> crescimento nos municípios da bacia.<br />

<strong>Final</strong>mente, no Quadro 3.3 é <strong>de</strong>monstrado o ajuste <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>mográficas<br />

representativas das concentrações populacionais atuais (1996) da bacia, nas manchas<br />

urbanas i<strong>de</strong>ntificadas no Mapa <strong>de</strong> Uso do Solo 1 , elaborado nos estudos do Macroplano.<br />

Como são diferenciadas naquele mapeamento duas categorias <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> predial urbana<br />

(DI - baixa, e DII - média) e os dados populacionais referem-se a unida<strong>de</strong>s políticoadministrativas<br />

inteiras (municípios ou regiões administrativas), proce<strong>de</strong>u-se a uma<br />

análise <strong>de</strong> regressão a três variáveis, visando <strong>de</strong>terminar a relação entre as <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s<br />

médias <strong>de</strong>stas duas categorias que melhor explicassem as populações urbanas<br />

efetivamente observadas. Os <strong>de</strong>svios em cada unida<strong>de</strong> espacial foram posteriormente<br />

ajustados, resultando em estimativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s urbanas, para 1996, diferenciadas para<br />

as duas categorias. Estes ajustes foram <strong>de</strong> extrema importância aos estudos, por terem<br />

permitido individualizar, com melhor aproximação, as concentrações populacionais<br />

efetivamente presentes nas diferentes sub-áreas <strong>de</strong> contribuição do sistema hídrico,<br />

aspecto fundamental para o diagnóstico e o planejamento ambiental da bacia, bem como<br />

para a formulação dos planos setoriais <strong>de</strong> saneamento.<br />

Os resultados obtidos confirmam o que se observa visualmente na área, cujas<br />

aglomerações mais <strong>de</strong>nsas encontram-se efetivamente na Zona Oeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

em Nova Iguaçu e em Queimados. As <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s excepcionalmente elevadas obtidas para<br />

Paracambi refletem as limitações físicas à expansão da se<strong>de</strong> municipal, forçando a<br />

concentração da população urbana em áreas exíguas.<br />

1 Mapa 5, Capítulo 2<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-4


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Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 3.2<br />

POPULAÇÕES URBANAS CONTIDAS NA BACIA E NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DO<br />

MANANCIAL GUANDU<br />

Populações Urbanas - 1996 e Projeções<br />

MUNICÍPIOS / RAs / LOCALIDADES<br />

(1000 Habitantes)<br />

1996 2000 2010 2020<br />

ENG. PAULO DE FRONTIN - <strong>de</strong>ntro da bacia 6,4 6,9 8,6 10,4<br />

ITAGUAÍ 66,4 75,2 99,3 122,1<br />

JAPERI 66,4 67,3 68,9 70,1<br />

MANGARATIBA 15,3 17,0 21,3 25,7<br />

NOVA IGUAÇU - <strong>de</strong>ntro da bacia 163,0 167,7 178,5 187,5<br />

PARACAMBI 36,4 38,9 45,5 50,3<br />

QUEIMADOS 108,5 117,2 139,5 160,3<br />

RIO - RA Bangu - <strong>de</strong>ntro da bacia 22,4 24,1 28,5 32,5<br />

RIO - RA Campo Gran<strong>de</strong> 416,1 447,4 528,5 603,1<br />

RIO - RA Guaratiba 74,3 87,3 126,6 170,4<br />

RIO - RA Santa Cruz 278,0 298,5 351,2 399,2<br />

SEROPÉDICA 42,2 44,7 53,5 62,4<br />

MIG. PEREIRA - Conrado- <strong>de</strong>ntro da bacia 1,4 1,5 1,6 1,8<br />

MIG. PEREIRA - Gov. Portela- <strong>de</strong>ntro da bacia 5,5 5,7 6,3 6,9<br />

SUBTOTAL - Bacia Hidrográfica: 1.302,3 1.399,2 1.657,6 1.902,7<br />

Taxa <strong>de</strong> Crescimento na Bacia (%a.a) - 1,81 1,71 1,39<br />

BELFORD ROXO 385,8 423,0 497,9 569,1<br />

DUQUE DE CAXIAS 714,4 750,1 842,4 927,2<br />

NILÓPOLIS 155,2 152,9 146,9 140,8<br />

NOVA IGUAÇU - Fora da bacia 636,2 654,8 696,9 731,8<br />

PATY DO ALFERES - Se<strong>de</strong> Municipal 11,1 11,8 14,8 16,8<br />

PATY DO ALFERES - Avelar 2,9 3,1 3,9 4,4<br />

RIO DE JANEIRO - Fora da bacia 4742,2 4718,0 4638,8 4548,1<br />

SÃO JOÃO DE MERITI 434,1 440,2 454,7 465,9<br />

SUBTOTAL - Área externa à Bacia Hidrográfica: 7082,0 7153,8 7296,2 7404,1<br />

Taxa <strong>de</strong> Crescimento externa à bacia (%a.a) 0,25 0,20 0,15<br />

TOTAL GERAL 8.384,3 8.553,0 8.953,8 9.306,2<br />

Taxa <strong>de</strong> Crescimento Total (%a.a) - 0,50 0,46 0,39<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-6


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 3.3 - DENSIDADES POPULACIONAIS URBANAS DE INTERESSE PARA OS ESTUDOS DE<br />

SANEAMENTO BÁSICO<br />

MUNICÍPIOS / RAs Densida<strong>de</strong>s<br />

Urbanas 1996<br />

D I D II 1996-<br />

Taxas <strong>de</strong><br />

Crescimento da<br />

População Urbana<br />

(% a.a)<br />

2000- 2010-<br />

2000 2010 2020<br />

Densida<strong>de</strong>s D I<br />

Projeções<br />

ENGº. PAULO DE<br />

FRONTIN<br />

3.327 1,6 2,2 2,0 3.550 4.427 5.385<br />

ITAGUAÍ 2.590 3,1 2,8 2,1 2.932 3.872 4.763<br />

JAPERI 2.514 0,3 0,2 0,2 2.547 2.607 2.655<br />

MANGARATIBA 2.669 2,7 2,3 1,9 2.965 3.718 4.480<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

(DENSIDADES EM HAB./KM 2 )<br />

Densida<strong>de</strong>s D II<br />

Projeções<br />

2000 2010 2020 2000 2010 2020<br />

NOVA IGUAÇU 5.807 13.532 0,7 0,6 0,5 5.977 6.361 6.680 13.928 14.823 15.566<br />

PARACAMBI 6.561 15.288 1,6 1,6 1,0 7.004 8.196 9.059 16.322 19.097 21.109<br />

QUEIMADOS 4.888 1,9 1,7 1,4 5.280 6.280 7.217<br />

RIO - RA Campo<br />

Gran<strong>de</strong> (1)<br />

4.423 10.307 1,8 1,7 1,3 4.756 5.618 6.412 11.082 13.091 14.940<br />

RIO - RA Guaratiba 4.294 4,1 3,8 3,0 5.047 7.321 9.858<br />

RIO - RA Santa Cruz 6.739 15.704 1,8 1,6 1,3 7.235 8.513 9.677 16.859 19.837 22.550<br />

SEROPÉDICA 1.462 1,4 1,8 1,5 1.548 1.854 2.163<br />

Obs: (1) Densida<strong>de</strong>s válidas para a parte da RA <strong>de</strong> Bangu incluída na<br />

bacia.<br />

FIGURA 3.1 - POPULAÇÕES URBANAS POR MUNICÍPIO<br />

PF IT JP MA MP NI PA PI QM RC RA<br />

B<br />

Municipios/RAs<br />

RA<br />

CG<br />

RA<br />

G<br />

RA<br />

SC<br />

SR<br />

700.0<br />

600.0<br />

500.0<br />

400.0<br />

300.0<br />

200.0<br />

100.0<br />

0.0<br />

1996<br />

2000<br />

2010<br />

2020<br />

Legenda: PF - Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin; IT - Itaguaí; JP - Japeri; MA - Mangaratiba; MP - Miguel Pereira; NI - Nova Iguaçu; PA -<br />

Paracambi; PI - Piraí; QM - Queimados; RC - Rio Claro; RA - Região Administrativa ; B - Bangu; CG - Campo Gran<strong>de</strong>; G - Guaratiba;<br />

SC - Santa Cruz; SR - Seropédica<br />

3-7


%<br />

a.a.<br />

4,5<br />

4,0<br />

3,5<br />

3,0<br />

2,5<br />

2,0<br />

1,5<br />

1,0<br />

0,5<br />

0,0<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

FIGURA 3.2<br />

TAXAS DE CRESCIMENTO POPULACIONAL URBANO<br />

PF IT JP MA MP NI PA QM RA<br />

B<br />

Municípios / RAs<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

RA<br />

CG<br />

RA<br />

G<br />

RA<br />

SC<br />

SR Total<br />

Bacia<br />

1996 - 2000<br />

2000 - 2010<br />

2010 - 2020<br />

Total Area<br />

Inseção RMRJ<br />

Legenda: PF - Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin; IT - Itaguaí; JP - Japeri; MA - Mangaratiba; MP - Miguel Pereira; NI - Nova Iguaçu; PA -<br />

Paracambi; PI - Piraí; QM - Queimados; RC - Rio Claro; RA - Região Administrativa ; B - Bangu; CG - Campo Gran<strong>de</strong>; G - Guaratiba;<br />

SC - Santa Cruz; SR - Seropédica<br />

3.2 CENÁRIOS DEMOGRÁFICO-INDUSTRIAIS<br />

O diagnóstico industrial realizado, indica a Zona Oeste do Rio e os municípios <strong>de</strong><br />

Queimados e Itaguaí como principais pólos <strong>de</strong> industrialização da bacia, o que é refletido<br />

na natureza diversificada - em relação ao restante da região - e no gran<strong>de</strong> porte das<br />

unida<strong>de</strong>s instaladas nestes locais. Por outro lado, elementos obtidos junto à CODIN - Cia.<br />

<strong>de</strong> Distritos Industriais do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro - e à FIRJAN - Fe<strong>de</strong>ração das<br />

Indústrias do Rio <strong>de</strong> Janeiro - confirmam a li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong>stas áreas, nas quais verifica-se a<br />

existência <strong>de</strong> inúmeros projetos industriais em fase <strong>de</strong> implantação e/ou estudo<br />

De fato, os dados do cadastro industrial da FEEMA - con<strong>de</strong>nsados no Quadro 3.4, a<br />

seguir - revelam que 81% dos estabelecimentos e 89% dos trabalhadores das indústrias<br />

potencialmente poluídoras da bacia encontram-se nestes três pólos, entre os quais <strong>de</strong>stacase<br />

a Zona Oeste do Rio, com 52% das unida<strong>de</strong>s e 68% dos empregados.<br />

Apesar <strong>de</strong>sta concentração espacial, observa-se, até nas áreas <strong>de</strong> melhor acessibilida<strong>de</strong> da<br />

bacia, ampla disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terrenos apropriados para instalação <strong>de</strong> indústrias, o que<br />

indica que um conflito agudo <strong>de</strong>ste uso do solo com os <strong>de</strong>mais não é esperado nos<br />

horizontes <strong>de</strong> curto e médio prazo, e talvez nem mesmo no <strong>de</strong> longo prazo. A baixa<br />

<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação, até o momento, das ZUPIs e <strong>de</strong> algumas ZEIs retratam bem esta<br />

realida<strong>de</strong>.<br />

Face a estas características dos rebatimentos físico-territoriais do processo <strong>de</strong><br />

industrialização da bacia, elegeu-se como objetos <strong>de</strong> prospecção prioritários, nos estudos<br />

realizados, indicadores dos níveis esperados <strong>de</strong> emissão <strong>de</strong> poluentes. Em lugar da<br />

3-8


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

<strong>de</strong>manda <strong>de</strong> terrenos, portanto, focalizou-se as tendências da produção física, que<br />

representam melhor a evolução do potencial poluído.<br />

Por outro lado, com base no padrão <strong>de</strong> concentração espacial do setor secundário da<br />

bacia, elegeu-se, como objetivo <strong>de</strong> discriminação espacial nas análises prospectivas, a<br />

obtenção <strong>de</strong> resultados tanto para o conjunto da bacia quanto particularizados segundo as<br />

três áreas-pólo i<strong>de</strong>ntificadas: Rio <strong>de</strong> Janeiro (Zona Oeste), Queimados e Itaguaí.<br />

Quadro 3.4<br />

Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Distribuição Setorial e Espacial das Unida<strong>de</strong>s Industriais Potencialmente Poluidoras<br />

Indústrias em Ativida<strong>de</strong> - 1 996<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro Queimados Itaguaí Outros Total<br />

Discriminação Quant. %/ Setor %/ Munic. Quant. %/ Setor %/ Munic. Quant. %/ Setor %/ Munic. Quant. %/ Setor %/ Munic. Quant. %/ Setor<br />

Metalurgia No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 12 21,4 52,2 4 25,0 17,4 4 26,7 17,4 3 14,3 13,0 23 21,3<br />

No <strong>de</strong> Empregados 5.770 35,4 66,9 932 32,5 10,8 906 43,4 10,5 1.011 37,3 11,7 8.619 36,0<br />

Bebidas No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 4 7,1 57,1 3 18,8 42,9 7 6,5<br />

No <strong>de</strong> Empregados 1.775 10,9 55,4 1.430 49,9 44,6 3.205 13,4<br />

Borracha No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 3 5,4 75,0 1 4,8 25,0 4 3,7<br />

No <strong>de</strong> Empregados 2.193 13,5 83,9 421 15,5 16,1 2.614 10,9<br />

Edit. e Gráfica No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 1 1,8 50,0 1 6,3 50,0 2 1,9<br />

No <strong>de</strong> Empregados 2.010 12,3 99,5 10 0,3 0,5 2.020 8,4<br />

Química No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 15 26,8 83,3 2 13,3 11,1 1 4,8 5,6 18 16,7<br />

No <strong>de</strong> Empregados 1.491 9,2 96,3 46 2,2 3,0 11 0,4 0,7 1.548 6,5<br />

Têxtil No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 3 5,4 42,9 2 12,5 28,6 1 6,7 14,3 1 4,8 14,3 7 6,5<br />

No <strong>de</strong> Empregados 469 2,9 34,2 232 8,1 16,9 193 9,2 14,1 478 17,6 34,8 1.372 5,7<br />

Mecânica No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 3 5,4 60,0 1 6,3 20,0 1 6,7 20,0 5 4,6<br />

No <strong>de</strong> Empregados 345 2,1 25,9 115 4,0 8,6 873 41,8 65,5 1.333 5,6<br />

Produtos Plásticos No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 2 3,6 66,7 1 4,8 3 2,8<br />

No <strong>de</strong> Empregados 855 5,2 99,4 5 0,2 860 3,6<br />

Vestuário & Etc. No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 1 4,8 1 0,9<br />

No <strong>de</strong> Empregados 502 18,5 502 2,1<br />

Outras No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s 13 23,2 34,2 5 31,3 13,2 7 46,7 18,4 13 61,9 34,2 38 35,2<br />

No <strong>de</strong> Empregados 1.379 8,5 73,4 147 5,1 7,8 70 3,4 3,7 283 10,4 15,1 1.879 7,8<br />

Total No <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s<br />

No <strong>de</strong> Empregados<br />

56<br />

16.287<br />

51,9<br />

68,0<br />

16<br />

2.866<br />

14,8<br />

12,0<br />

15<br />

2.088<br />

13,9<br />

8,7<br />

21<br />

2.711<br />

19,4<br />

11,3<br />

108<br />

23.952<br />

100,0<br />

100,0<br />

A rota metodológica traçada para alcance <strong>de</strong>stes objetivos passou pela realização <strong>de</strong><br />

previsões para os setores industriais <strong>de</strong> interesse (os mais importantes na bacia), quais<br />

sejam: Metalurgia, Química, Bebidas, Têxtil, Plásticos, Vestuário & Calçados, Editorial<br />

& Gráfico, Mecânico e Borracha. Estas previsões foram feitas primeiramente para o<br />

conjunto do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro e posteriormente particularizadas para a bacia da<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba e suas sub-regiões <strong>de</strong> interesse, para efeito dos estudos prospectivos.<br />

As estimativas específicas para a bacia foram obtidas por correlação com os diferenciais<br />

<strong>de</strong> dinâmica <strong>de</strong>mográfica entre esta região e o conjunto do estado. Feita esta correlação<br />

para o cenário-base, ou ten<strong>de</strong>ncial (cenário 1), partiu-se para o exame, em bases<br />

indicativas, das possíveis repercussões populacionais e industriais da implantação do<br />

porto <strong>de</strong> Sepetiba, representadas pelos cenários 2 e 3.<br />

3.2.1 Tendências da Produção Física Industrial no Estado do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro<br />

A expansão da produção industrial da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro, que<br />

<strong>de</strong>termina até aqui o movimento <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong> fábricas na bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

tem peso altamente significativo no conjunto da dinâmica do setor secundário do estado<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-9


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Por seu lado, a indústria fluminense constitui um parque fabril diversificado, consolidado<br />

e integrado ao restante da economia brasileira. As análises numéricas realizadas<br />

<strong>de</strong>monstraram que se trata <strong>de</strong> um segmento que respon<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma consistente aos fatores<br />

que afetam o conjunto do setor secundário nacional, embora guardando algumas<br />

particularida<strong>de</strong>s.<br />

Os dados do Quadro 3.5 retratam a evolução recente da produção física da indústria <strong>de</strong><br />

transformação do estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, no seu conjunto e discriminada segundo os<br />

setores mais importantes na bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba 2 (ver Quadro 3.1).<br />

Vê-se no Quadro 3.5 o efeito estagnante do quadro recessivo predominante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

década <strong>de</strong> 80 sobre o conjunto da indústria fluminense, e também a resposta diferenciada<br />

à conjuntura geral apresentada pelos setores significativos na bacia.<br />

Quadro 3.5<br />

Índices da Produção Física Industrial do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro - Setores Selecionados<br />

(Índices 1991 = 100)<br />

Anos Metalurgia Bebidas Química Têxtil Plásticos<br />

Vestuário,<br />

Calçados &<br />

Etc.<br />

Borracha<br />

Total Indústria<br />

<strong>de</strong><br />

Transformação<br />

1981 83,8 63,2 94,6 180,0 75,0 165,0 106,8<br />

1982 88,4 56,4 101,3 190,8 81,3 174,2 110,2<br />

1983 88,1 49,6 96,6 141,7 77,0 151,5 96,1<br />

1984 88,2 50,1 99,4 113,0 75,2 142,2 94,2<br />

1985 97,0 54,4 98,9 164,8 84,7 137,4 97,9<br />

1986 116,3 72,7 112,7 189,8 119,3 146,1 113,6<br />

1987 117,7 69,9 110,9 192,6 110,6 132,3 113,6<br />

1988 118,1 72,4 111,9 146,0 103,5 122,2 113,9<br />

1989 116,7 90,2 111,9 144,1 125,6 116,7 118,6<br />

1990 102,3 90,5 104,9 115,9 113,6 107,6 102,4<br />

1991 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

1992 106,2 71,7 99,0 87,6 85,9 78,5 97,8 95,6<br />

1993 115,7 75,7 96,6 103,4 86,9 84,3 104,9 98,6<br />

1994 123,9 82,3 93,5 110,6 87,2 99,1 110,3 101,0<br />

1995 117,4 106,0 89,4 88,9 104,9 98,9 116,3 99,1<br />

1996 113,5 119,6 106,6 70,8 116,8 91,7 122,1 98,1<br />

Fonte: FIBGE - Pesquisa Industrial.<br />

Uma análise <strong>de</strong> regressão múltipla foi realizada em busca <strong>de</strong> relações numéricas válidas<br />

para a projeção do comportamento dos segmentos industriais <strong>de</strong> interesse específico e do<br />

conjunto da indústria <strong>de</strong> transformação fluminense, como base para posteriores<br />

estimativas particularizadas para a bacia hidrográfica da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Nesta análise<br />

<strong>de</strong> regressão, foram examinadas correlações estatísticas da produção física da indústria<br />

fluminense com as seguintes variáveis macroeconômicas nacionais in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes:<br />

♦ o índice do Produto Interno Bruto (PIB), representando o nível geral da ativida<strong>de</strong><br />

econômica;<br />

♦ o índice da massa salarial total (MSAL), representando a influência da <strong>de</strong>manda<br />

doméstica;<br />

2 Dois setores significativos na bacia não aparecem nas estatísticas <strong>de</strong> produção física da FIBGE para o Rio<br />

<strong>de</strong> Janeiro: as indústrias editorial e gráfica e mecânica. Felizmente, o primeiro é constituído quase<br />

integralmente por um caso bastante particular (a unida<strong>de</strong> da Casa da Moeda do Brasil, em Santa Cruz) -<br />

passível <strong>de</strong> análise em separado - e o segundo tem um peso <strong>de</strong> apenas por volta <strong>de</strong> 5% no conjunto do<br />

setor secundário da bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-10


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

♦ o índice da taxa <strong>de</strong> câmbio real (CÂMBIO) 3 , representando a influência da política<br />

cambial sobre a competitivida<strong>de</strong> internacional da indústria; e<br />

♦ uma variável dummy representativa do menor nível <strong>de</strong> proteção à indústria doméstica<br />

após a abertura comercial dos anos 90 (PROTEC), assumindo valor 0, até 1990, e 1 <strong>de</strong><br />

1991 em diante.<br />

Após os testes iniciais e um processo subsequente <strong>de</strong> tentativas, verificou-se que as<br />

variáveis escolhidas foram suficientes para a construção <strong>de</strong> relações numéricas formais,<br />

estatisticamente significativas, entre a produção física da indústria fluminense e o<br />

ambiente macroeconômico nacional.<br />

Nestas relações, ficou evi<strong>de</strong>nte que, <strong>de</strong> modo geral, a abertura comercial da década <strong>de</strong> 90<br />

(representada pela variável PROTEC) teve maior repercussão sobre a economia do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro do que a política cambial <strong>de</strong> valorização da moeda nacional frente ao dólar. Como<br />

comportamento bastante peculiar, vale <strong>de</strong>stacar o que se observa com relação ao subsetor<br />

estadual <strong>de</strong> vestuário e calçados, composto essencialmente <strong>de</strong> pequenas e médias<br />

confecções e malharias. Embora respon<strong>de</strong>ndo positivamente à <strong>de</strong>manda doméstica<br />

(MSAL), a produção física <strong>de</strong>ste subsetor mostra correlação negativa com o PIB,<br />

refletindo o fenômeno <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocamento para as regiões menos <strong>de</strong>senvolvidas<br />

(principalmente o nor<strong>de</strong>ste) das ativida<strong>de</strong>s intensivas em mão-<strong>de</strong>-obra não-especializada,<br />

à medida em que a economia dos pólos nacionais torna-se mais complexa e<br />

tecnologicamente <strong>de</strong>senvolvida (e sua população mais instruída e profissionalmente<br />

qualificada).<br />

Quanto ao segmento têxtil, os testes estatísticos <strong>de</strong>monstraram a insuficiência das<br />

variáveis consi<strong>de</strong>radas para explicar diretamente a evolução observada da produção física.<br />

Uma análise específica do subsetor evi<strong>de</strong>nciou que:<br />

♦ o nível <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> da indústria têxtil fluminense está forte e significativamente<br />

correlacionado com a <strong>de</strong>manda nacional <strong>de</strong> fibras têxteis químicas (variável<br />

FIBQUIM) e com o ambiente externo (cuja influência é representada pelas variáveis<br />

CÂMBIO e PROTEC);<br />

♦ o consumo <strong>de</strong> fibras têxteis químicas, por sua vez, é uma parcela crescente do consumo<br />

nacional total <strong>de</strong> fibras têxteis, po<strong>de</strong>ndo este último ser expresso <strong>de</strong> forma<br />

estatisticamente significativa 4 em função do nível geral <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> econômica (PIB);<br />

♦ a participação das fibras químicas (artificiais - como o rayon e o viscose - ou sintéticas<br />

- como o nylon, o poliéster e a lycra) na <strong>de</strong>manda total <strong>de</strong> fibras têxteis ten<strong>de</strong> a ser<br />

crescente, quase igualando no horizonte final das projeções (2020) a presença das<br />

fibras naturais (algodão, sisal, seda);<br />

3 Índice que retrata a evolução da relação entre a taxa <strong>de</strong> câmbio nominal (ou oficial) e uma taxa real<br />

hipotética corrigida pelo diferencial entre as inflações doméstica e internacional.<br />

4 Ao contrário das <strong>de</strong>mais regressões, adotou-se neste caso um mo<strong>de</strong>lo semilogarítmico, que pressupõe<br />

elasticida<strong>de</strong>s-renda <strong>de</strong>crescentes no tempo. Tratando-se <strong>de</strong> um produto influenciado diretamente pela<br />

<strong>de</strong>manda final (roupas, etc.), o mo<strong>de</strong>lo semilogarítmico tem neste caso sobre o linear a vantagem <strong>de</strong><br />

refletir a utilida<strong>de</strong> marginal <strong>de</strong>crescente dos bens <strong>de</strong> consumo, à medida em que a renda dos indivíduos<br />

aumenta.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-11


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

♦ com a recuperação progressiva, inevitável a longo prazo, do valor real da taxa <strong>de</strong><br />

câmbio, e a participação crescente das fibras químicas no também crescente consumo<br />

nacional <strong>de</strong> fibras têxteis, po<strong>de</strong>-se esperar expansão intensa da indústria fluminense <strong>de</strong><br />

tecidos a médio e longo prazos.<br />

O cenário macroeconômico quanto às variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes das equações <strong>de</strong> regressão<br />

<strong>de</strong>terminadas po<strong>de</strong> ser observado no Quadro 3.6. De modo geral, trata-se <strong>de</strong> expectativas<br />

otimistas, que supõem a manutenção bem-sucedida da estabilização monetária e a<br />

progressiva redução das restrições externas ao crescimento econômico. Contudo, sendo<br />

esperadas taxas <strong>de</strong> acréscimo populacional cada vez menores, não é prevista a volta dos<br />

rápidos e constantes aumentos reais do PIB total que caracterizaram a economia brasileira<br />

recente até os anos 70.<br />

Quadro 3.6<br />

Brasil: Cenário Macro-Econômico para Projeções do Crescimento Industrial - RJ<br />

PIB Total PIB "Per Capita" Massa Salarial Índice da<br />

R$ Ritmo <strong>de</strong> Crescimento População Taxa <strong>de</strong> R$ Taxa <strong>de</strong><br />

Anos bilhões Índice (1.000 hab.) R$/hab. Crescimento bilhões % do PIB Índice Câmbio Real<br />

(1) (% a.a.) (1991 = 100) (1) (% a.a.) (1) (1991 = 100) (1991 = 100)<br />

1975 409,2 - 61,4 106.988 3.824 - 143,2 35,0 55,9 ND<br />

1980 568,3 6,8 85,3 119.003 4.775 4,5 199,5 35,1 77,9 111,4<br />

1985 604,8 1,3 90,8 130.580 4.632 -0,6 190,2 31,4 74,3 156,1<br />

1990 663,9 1,9 99,7 143.421 4.629 0,0 261,9 39,4 102,3 82,7<br />

1991 665,9 0,3 100,0 146.155 4.556 -1,6 256,0 38,4 100,0 100,0<br />

1992 660,6 -0,8 99,2 148.850 4.438 -2,6 245,1 37,1 95,8 105,5<br />

1993 688,3 4,2 103,4 151.545 4.542 2,3 267,6 38,9 104,5 97,3<br />

1994 729,6 6,0 109,6 154.240 4.730 4,1 297,8 40,8 116,4 77,8<br />

1995 760,3 4,2 114,2 155.910 4.876 3,1 332,7 43,8 130,0 67,9<br />

1996 782,4 2,9 117,5 158.030 4.951 1,5 357,4 45,7 139,6 68,4<br />

PROJEÇÕES<br />

2000 939,5 4,7 141,1 165.590 5.673 3,5 446,2 47,5 174,3 71,1<br />

2005 1.150,2 4,1 172,7 174.874 6.577 3,0 546,3 47,5 213,4 85,0<br />

2010 1.404,1 4,1 210,9 184.157 7.625 3,0 702,1 50,0 274,3 100,0<br />

2020 2.052,5 3,9 308,2 200.306 10.247 3,0 1128,9 55,0 441,0 100,0<br />

Fontes: PIB e índice do câmbio real até 1996 - elaborados com dados da FGV (Conjuntura Econômica) e do Boletim Macrométrica;<br />

Massa Salarial até 1996 - elaborado com dados da ENDEF/FIBGE e Contas Nacionais/FIBGE;<br />

Projeções 1997/2 020 - previsões Etep/SM/Ecologus;<br />

População - FIBGE (inclusive projeções).<br />

Obs.: (1) valores em reais constantes <strong>de</strong> 1996.<br />

A opção por um quadro prospectivo predominantemente otimista justifica-se em função<br />

da conveniência <strong>de</strong> se balizar as ações <strong>de</strong> planejamento do Macroplano pela conjuntura<br />

mais crítica <strong>de</strong>ntro do espectro <strong>de</strong> possibilida<strong>de</strong>s razoáveis, que no caso é representada<br />

por um maior crescimento industrial e sua conseqüente <strong>de</strong>manda ambiental. Há ainda o<br />

fato <strong>de</strong> que é sempre mais fácil postergar a implementação <strong>de</strong> ações já planejadas do que<br />

ser surpreendido pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> implementá-las sem a prévia <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> programas<br />

e projetos que via <strong>de</strong> regra <strong>de</strong>mandam extenso tempo <strong>de</strong> amadurecimento.<br />

Os resultados da aplicação <strong>de</strong>stas hipóteses às equações <strong>de</strong> regressão <strong>de</strong>senvolvidas são<br />

apresentados no Quadro 3.7, no qual se observa que:<br />

♦ os extremos opostos <strong>de</strong> perspectiva <strong>de</strong> expansão da produção física industrial no Rio<br />

são dados pelas já mencionadas tendências favoráveis do segmento têxtil e<br />

<strong>de</strong>sfavoráveis do segmento <strong>de</strong> vestuário e calçados (cuja projeção indica a virtual<br />

extinção da ativida<strong>de</strong> a partir do ano 2010 no estado do Rio);<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-12


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

♦ nas posições intermediárias são encontrados dois grupos, sendo um <strong>de</strong> crescimento<br />

acelerado (metalurgia, bebidas e produtos plásticos) e outro com tendência <strong>de</strong><br />

expansão mais lenta (química e borracha);<br />

♦ para o conjunto da indústria <strong>de</strong> transformação fluminense, tem-se perspectiva<br />

equivalente à do grupo intermediário menos aquecido.<br />

Quadro 3.7<br />

Projeções do Crescimento da Produção Física da Indústria -RJ<br />

Setores Índice<br />

1991 = 100<br />

1996 2000 2005 2010 2020<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

Metalurgia 113,5 105,4 -1,8 129,0 4,1 157,5 4,1 230,3 3,9<br />

Bebidas 119,6 142,9 4,5 174,9 4,1 224,7 5,1 361,4 4,9<br />

Química 106,6 114,1 1,7 129,6 2,6 148,3 2,7 196,0 2,8<br />

Têxtil 70,8 230,3 34,3 389,0 11,1 570,2 7,9 951,1 5,3<br />

Produtos Plásticos 116,8 154,0 7,2 188,7 4,1 242,7 5,2 390,7 4,9<br />

Vestuário, Calçados & Etc. 91,7 64,2 -8,5 15,4 -24,9 0,0 -100,0 0,0 0,0<br />

Borracha 122,1 140,8 3,6 161,9 2,8 194,6 3,8 284,3 3,9<br />

Total da Indústria <strong>de</strong> Transformação 98,1 114,0 3,8 128,3 2,4 145,5 2,6 189,4 2,7<br />

3-13<br />

% a.a<br />

3.2.2 Crescimento Industrial na Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Consi<strong>de</strong>rações Metodológicas e Cenário Ten<strong>de</strong>ncial<br />

Como se viu, a bacia constitui o espaço <strong>de</strong> expansão prioritário da Região Metropolitana<br />

do Rio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> está instalada proporção importantíssima do parque industrial do<br />

estado do Rio. Sabendo-se da tendência à concentração espacial usual nos processos <strong>de</strong><br />

industrialização (polarização em torno do mercado <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, das infra-estruturas e<br />

dos serviços disponíveis), é esperada a continuida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> instalação <strong>de</strong><br />

indústrias já verificado na bacia, principalmente em alguns locais já revelados como<br />

opções preferenciais para investimento industriais (Zona Oeste do Rio, Queimados e<br />

Itaguaí).<br />

A medida exata em que a expansão industrial da RMRJ a médio e longo prazos se dará na<br />

direção das áreas disponíveis a oeste e noroeste (portanto em direção à bacia) não po<strong>de</strong><br />

ser senão objeto meramente especulativo, tal é a complexida<strong>de</strong> dos fatores envolvidos.<br />

Contudo, é certo que, a exemplo do que acontece com a população projetada (ver seção<br />

3.1), a maior parte do crescimento absoluto da indústria da RMRJ nas próximas décadas<br />

se dará no interior da bacia hidrográfica estudada, aproveitando as áreas já <strong>de</strong>stinadas<br />

para este fim no Zoneamento Industrial da Região Metropolitana.<br />

Trabalhou-se assim com a hipótese <strong>de</strong> que, sendo ativida<strong>de</strong> eminentemente concentrada<br />

nas cida<strong>de</strong>s, a indústria apresentará um viés <strong>de</strong> expansão em direção à bacia proporcional<br />

ao viés análogo apresentado pela população urbana. Ou seja, admitiu-se que o


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

crescimento da produção física industrial na bacia superará a média estadual na mesma<br />

proporção em que a população urbana projetada o fizer.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se as projeções <strong>de</strong>mográficas apresentadas no Quadro 3.2 e projeções<br />

adicionais da população urbana estadual, tem-se os elementos do Quadro 3.8, no qual<br />

aparecem indicadas as perspectivas <strong>de</strong>mográficas (cenário ten<strong>de</strong>ncial) até o ano 2020,<br />

reagrupadas segundo os municípios mais industrializados da bacia, bem como os <strong>de</strong>svios<br />

<strong>de</strong>stas perspectivas em relação às projeções estaduais (representados pelo ICERJ - Índice<br />

Comparativo das taxas <strong>de</strong> crescimento dos municípios com as taxas <strong>de</strong> crescimento do<br />

estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro). Observa-se neste quadro que o conjunto da bacia ten<strong>de</strong> a ter<br />

expansão <strong>de</strong>mográfica urbana (e industrial, <strong>de</strong>ntro das hipóteses adotadas) cerca <strong>de</strong> 20%<br />

superior à do estado até o ano 2020, e que o município <strong>de</strong> Itaguaí apresenta as mais<br />

aceleradas perspectivas <strong>de</strong> crescimento ten<strong>de</strong>ncial em termos proporcionais (cerca <strong>de</strong> 50%<br />

acima do crescimento estadual).<br />

Para se chegar a estimativas <strong>de</strong> expansão média da produção física industrial foram<br />

atribuídos pesos para pon<strong>de</strong>ração da participação dos diferentes subsetores na produção<br />

física da bacia<br />

Quadro 3.8<br />

Ritmo <strong>de</strong> Crescimento Previsto da População Urbana da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba e <strong>de</strong> Seus<br />

Municípios Mais Industrializados, em Comparação com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Cenário 1 : Industrialização Ten<strong>de</strong>ncial<br />

Unida<strong>de</strong>s Espaciais Unida<strong>de</strong>s 1996 2000 2010 2020<br />

1. Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro Mil Habitantes 12.866 13.352 14.470 15.408<br />

Índice 1996=100 100,0 103,8 112,5 119,8<br />

Mil Habitantes 791 857 1.035 1.205<br />

2. Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro Índice 1996=100 100,0 108,4 130,9 152,4<br />

ICERJ (1) 100,0 104,5 116,3 127,3<br />

Mil Habitantes 109 117 139 160<br />

4. Município <strong>de</strong> Queimados Índice 1996=100 100,0 108,0 128,5 147,7<br />

ICERJ (1) 100,0 104,1 114,2 123,3<br />

Mil Habitantes 66 75 99 122<br />

3. Município <strong>de</strong> Itaguaí Índice 1996=100 100,0 113,2 149,5 183,9<br />

ICERJ (1) 100,0 109,1 132,9 153,6<br />

Mil Habitantes 337 350 384 415<br />

5. Demais Municípios Índice 1996=100 100,0 103,8 114,1 123,3<br />

ICERJ (1) 100,0 100,1 101,5 102,9<br />

Mil Habitantes 1.302 1.399 1.658 1.903<br />

6. Total da Bacia Índice 1996=100 100,0 107,4 127,3 146,1<br />

ICERJ (1) 100,0 103,5 113,2 122,0<br />

OBS.: (1) ICERJ = Índice <strong>de</strong> Crescimento Comparativo com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Esta pon<strong>de</strong>ração consi<strong>de</strong>rou os pesos relativos entre os subsetores já instalados na bacia<br />

(Quadro 3.9) e aqueles baseados em hipóteses <strong>de</strong> diversificação que <strong>de</strong>verão acompanhar<br />

a industrialização progressiva da bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-14


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 3.9<br />

Formação da Distribuição Estimada da Produção Física Industrial na Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba e em seus Municípios Mais Industrializados<br />

Participações Setoriais no<br />

Distribuições do Emprego por Setor na Bacia da Baía Distribuições Estimadas da Produção Física por Setor<br />

Estado do RJ (%) Índice<br />

<strong>de</strong> Sepetiba (%) (4)<br />

na Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba (%) (5)<br />

Setores Industriais na Produção no Número <strong>de</strong><br />

Física (1) Empregados (2)<br />

RPFIS Rio <strong>de</strong><br />

(3 = 1/2) Janeiro<br />

Queimados Itaguaí<br />

Outros<br />

Municípios<br />

Total da<br />

Bacia<br />

Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro<br />

Queimados Itaguaí<br />

Outros<br />

Municípios<br />

Total da<br />

Bacia<br />

Metalurgia 28,0 16,3 1,722 35,4 32,5 43,4 37,3 36,0 56,1 62,3 57,4 72,4 58,4<br />

Bebidas 1,5 4,0 0,383 10,9 49,9 0,0 0,0 13,4 3,8 21,3 0,0 0,0 4,8<br />

Borracha 0,1 1,6 0,062 13,5 0,0 0,0 15,5 10,9 0,8 0,0 0,0 1,1 0,6<br />

Editorial e Gráfica (6) nd 0,500 12,3 0,3 0,0 0,0 8,4 5,7 0,2 0,0 0,0 4,0<br />

Química 17,4 8,8 1,971 9,2 0,0 2,2 0,4 6,5 16,6 0,0 3,3 0,9 12,0<br />

Têxtil 3,4 5,7 0,596 2,9 8,1 9,2 17,6 5,7 1,6 5,4 4,2 11,9 3,2<br />

Mecânica (7) nd 1,000 2,1 4,0 41,8 0,0 5,6 1,9 4,5 32,1 0,0 5,2<br />

Produtos Plásticos 4,9 5,0 0,985 5,2 0,0 0,0 0,2 3,6 4,8 0,0 0,0 0,2 3,3<br />

Vestuário e Calçados 0,4 19,0 0,020 0,0 0,0 0,0 18,5 2,1 0,0 0,0 0,0 0,4 0,0<br />

Outros (8) 44,2 39,6 1,117 8,5 5,1 3,4 10,4 7,8 8,7 6,4 2,9 13,1 8,3<br />

Total 100,0 100,0 1,000 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0<br />

Obs.: (1) Estimativas do Consórcio ETEP/SMGroup/Ecologus<br />

(2) Fonte - Ministério do Trabalho, Cadastro RAIS 1993.<br />

(4) Fonte - Cadastro FEEMA, 1996.<br />

(5) = (3) x (4), ajustado à escala <strong>de</strong> distribuição percentual.<br />

(6) Dados para estimativa não disponíveis; RPFIS fixado por comparação com os setores têxtil e <strong>de</strong> bebidas;<br />

(7) Dados para estimativa não disponíveis; suposto igual à média do conjunto <strong>de</strong> setores (RFFIS = 1)<br />

(8) Minerais não-metálicos, material elétrico e <strong>de</strong> comunicações, material <strong>de</strong> transportes, papel e papelão, couros e peles, ind. farmacêutica e produtos alimentares.<br />

No Quadro 3.10, po<strong>de</strong>m ser observados os índices médios <strong>de</strong> crescimento da produção<br />

física industrial por unida<strong>de</strong> territorial <strong>de</strong> interesse. Verifica-se neste quadro que po<strong>de</strong>-se<br />

esperar crescimentos ten<strong>de</strong>nciais médios da produção física industrial na bacia na faixa <strong>de</strong><br />

2,5 a 3,2 vezes até o ano 2020, ocorrendo a menor expansão nos municípios menos<br />

industrializados e a maior em Itaguaí. Portanto, mesmo na ausência dos efeitos do porto<br />

<strong>de</strong> Sepetiba, Itaguaí apresenta-se como a unida<strong>de</strong> geográfica da bacia com perspectiva <strong>de</strong><br />

industrialização mais rápida.<br />

Quadro 3.10<br />

Tendências <strong>de</strong> Crescimento da Produção Física Industrial na Bacia<br />

da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Cenário 1 : Industrialização Ten<strong>de</strong>ncial<br />

Unida<strong>de</strong>s Geográficas Índice<br />

1991 = 100<br />

1996 2000 2010 2020<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 109,7 118,2 1,9 186,8 4,7 277,5 4,0<br />

Queimados 110,8 126,0 3,3 207,0 5,1 300,4 3,8<br />

Itaguaí 106,1 124,3 4,0 219,4 5,8 337,1 4,4<br />

Demais Municípios 106,4 121,8 3,4 194,5 4,8 265,9 3,2<br />

Total da Bacia 109,1 119,0 2,2 188,5 4,7 275,9 3,9<br />

Obs.: Hipóteses sobre Diversificação Industrial<br />

(1) Crescimento dos setores presentes na bacia até 2020 = 50%<br />

(2) Diversificações resultantes:<br />

2000 2010 2020<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 0% 20% 41%<br />

Queimados 0% 22% 45%<br />

Itaguaí 0% 26% 53%<br />

Demais Municípios 0% 20% 40%<br />

Total da Bacia 0% 20% 41%<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-15


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Cenário 2 : Industrialização Concentrada em Itaguaí<br />

Este cenário procura retratar um <strong>de</strong>sdobramento intenso mas localizado da implantação<br />

do porto <strong>de</strong> Sepetiba, como o que resultaria por exemplo da implantação local <strong>de</strong> um<br />

enclave semelhante às zonas <strong>de</strong> livre comércio (como a ZPE 5 e a ZLI 6 - ver a respeito o<br />

relatório R3, capítulo 8), cujos principais vínculos <strong>de</strong> insumo-produto sejam<br />

internacionais. Segundo referências diversas (e não formalizadas), tem-se idéia que as<br />

mencionadas iniciativas da ZPE e da ZLI po<strong>de</strong>riam gerar (em conjunto com o porto) cerca<br />

<strong>de</strong> 15.000 empregos.<br />

Partindo-se das hipótese <strong>de</strong> que neste caso não haveria industrialização secundária<br />

expressiva, e <strong>de</strong> que todas estas unida<strong>de</strong>s estariam localizadas no município <strong>de</strong> Itaguaí,<br />

po<strong>de</strong>-se esperar uma repercussão global nesta UG da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 45.000 empregos<br />

adicionais (computando-se os empregos indiretos à base <strong>de</strong> 2:1). Para uma razão <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> 1,6 (média da região, conforme os estudos <strong>de</strong>mográficos do R3), este<br />

impacto equivale a um contingente populacional adicional <strong>de</strong> 72.000 habitantes naquela<br />

municipalida<strong>de</strong> (59% da previsão para 2020 no cenário ten<strong>de</strong>ncial).<br />

Admitindo-se adicionalmente que este acréscimo estará linearmente distribuído no tempo<br />

entre 2000 e 2020, e ainda que já no ano 2000 cerca <strong>de</strong> dois mil empregos adicionais<br />

po<strong>de</strong>rão ter sido criados em Itaguaí (atraindo um contingente populacional adicional <strong>de</strong><br />

3.200 pessoas), tem-se as populações e os ICERJ apresentados no Quadro 3.11.<br />

A aplicação <strong>de</strong>stes índices ao mo<strong>de</strong>lo geral <strong>de</strong> projeção da produção física industrial<br />

<strong>de</strong>scrito no ítem anterior leva aos resultados apresentados no Quadro 3.12. Para o cenário<br />

2, trabalhou-se com um limite <strong>de</strong> expansão superior para os subsetores já presentes na<br />

bacia (55%), <strong>de</strong> tal modo que as distribuições médias finais da produção física entre os<br />

subsetores resultassem semelhantes às do cenário ten<strong>de</strong>ncial.<br />

Verifica-se, com base nas estimativas do Quadro 3.12, que as repercussões <strong>de</strong> um<br />

processo <strong>de</strong> industrialização baseado em zonas <strong>de</strong> livre comércio po<strong>de</strong>riam resultar em<br />

acréscimo médio da produção física industrial (ou emissão total <strong>de</strong> poluentes) até 2020 da<br />

or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 4,8 vezes em Itaguaí, contra um acréscimo esperado <strong>de</strong> 3,2 vezes no cenário<br />

ten<strong>de</strong>ncial. Nas <strong>de</strong>mais UG, não há alteração neste cenário em relação ao anterior (para o<br />

total da bacia evi<strong>de</strong>ntemente há aumento, mas em proporção inexpressiva).<br />

5<br />

Zona <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Exportação, com área já <strong>de</strong>finida em Itaguaí porém em estado atual <strong>de</strong> latência.<br />

6<br />

Zona <strong>de</strong> Logística Industrial, uma iniciativa por enquanto embrionária da CDRJ (Cia. Docas do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro).<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-16


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 3.11<br />

Ritmo <strong>de</strong> Crescimento Previsto da População Urbana da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba e <strong>de</strong> Seus<br />

Municípios Mais Industrializados, em Comparação com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Cenário 2 : Industrialização Concentrada em Itaguaí<br />

Unida<strong>de</strong>s Espaciais Unida<strong>de</strong>s 1996 2000 2010 2020<br />

1. Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro Mil Habitantes 12.866 13.352 14.470 15.408<br />

Índice 1996=100 100,0 103,8 112,5 119,8<br />

Mil Habitantes 791 857 1.035 1.205<br />

2. Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro Índice 1996=100 100,0 108,4 130,9 152,4<br />

ICERJ (1) 100,0 104,5 116,3 127,3<br />

Mil Habitantes 109 117 139 160<br />

4. Município <strong>de</strong> Queimados Índice 1996=100 100,0 108,0 128,5 147,7<br />

ICERJ (1) 100,0 104,1 114,2 123,3<br />

Mil Habitantes 66 78 137 194<br />

3. Município <strong>de</strong> Itaguaí Índice 1996=100 100,0 118,0 206,2 292,4<br />

ICERJ (1) 100,0 113,7 183,3 244,1<br />

Mil Habitantes 337 350 384 415<br />

5. Demais Municípios Índice 1996=100 100,0 103,8 114,1 123,3<br />

ICERJ (1) 100,0 100,1 101,5 102,9<br />

Mil Habitantes 1.302 1.402 1.695 1.975<br />

6. Total da Bacia Índice 1996=100 100,0 107,7 130,2 151,6<br />

ICERJ (1) 100,0 103,8 115,7 126,6<br />

OBS.: (1) ICERJ = Índice <strong>de</strong> Crescimento Comparativo com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-17


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 3.12<br />

Tendências <strong>de</strong> Crescimento da Produção Física Industrial na Bacia<br />

da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Cenário 2 : Industrialização Concentrada em Itaguaí<br />

Unida<strong>de</strong>s Geográficas Índice<br />

1991 = 100<br />

1996 2000 2010 2020<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

% a.a<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 109,7 118,2 1,9 187,0 4,7 278,5 4,1<br />

Queimados 110,8 126,0 3,3 207,5 5,1 302,3 3,8<br />

Itaguaí 106,1 129,6 5,1 299,5 8,7 514,3 5,6<br />

Demais Municípios 106,4 121,8 3,4 195,0 4,8 267,9 3,2<br />

Total da Bacia 109,1 119,2 2,2 192,6 4,9 286,1 4,0<br />

Obs.: Hipóteses sobre Diversificação Industrial<br />

(1) Crescimento dos setores presentes na bacia até 2020 = 55%<br />

(2) Diversificações resultantes:<br />

2000 2010 2020<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 0% 19% 39%<br />

Queimados 0% 22% 43%<br />

Itaguaí 0% 34% 68%<br />

Demais Municípios 0% 19% 38%<br />

Total da Bacia 0% 20% 41%<br />

3-18


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Cenário 3 : Industrialização Secundária Intensa na Bacia<br />

Este cenário tenta retratar as conseqüências <strong>de</strong> um hipotético <strong>de</strong>senvolvimento industrial<br />

diversificado e internamente integrado por vínculos predominantemente regionais <strong>de</strong><br />

insumo-produto (como os que ocorrem nos pólos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo<br />

duráveis - veículos, eletrodomésticos, etc.) em função da implantação do porto <strong>de</strong><br />

Sepetiba. Com todas as inevitáveis incertezas envolvidas na previsão dos <strong>de</strong>sdobramentos<br />

<strong>de</strong> um processo industrial <strong>de</strong>ste tipo, os exercícios <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong>ste terceiro cenário não<br />

po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados senão indicativos.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se, neste caso, que ao núcleo básico <strong>de</strong> 15.000 empregos diretos somar-se-iam<br />

outros 25.000 em indústrias integradas para trás e para frente àquele núcleo, resultando<br />

em um crescimento adicional do emprego na bacia <strong>de</strong> 120.000 postos <strong>de</strong> trabalho (já<br />

computados os indiretos). Admitiu-se adicionalmente que 50% <strong>de</strong>ste impacto final<br />

ten<strong>de</strong>ria a estar localizado em Itaguaí e que a outra meta<strong>de</strong> estaria distribuída à base <strong>de</strong><br />

35% na Zona Oeste do Rio, 5% em Queimados e 10% no restante da bacia (a participação<br />

do Rio retrata a sua presença proporcional no segmento industrial da bacia, mas a do<br />

restante da área foi incrementada para dar conta dos impactos prováveis no município <strong>de</strong><br />

Seropédica, vizinho ao eixo industrial Rio-Itaguaí, e do maior distanciamento <strong>de</strong><br />

Queimados em relação ao porto <strong>de</strong> Sepetiba). O emprego adicional <strong>de</strong> 2000 pessoas em<br />

Itaguaí até o final do século foi mantido neste cenário, bem como o pressuposto <strong>de</strong><br />

distribuição linear dos incrementos entre 2000 e 2020.<br />

No Quadro 3.13 são apresentados os ICERJ associados a estas hipóteses, e no Quadro<br />

3.14 os índices correspon<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> crescimento da produção física industrial (o limite <strong>de</strong><br />

expansão dos subsetores já existentes foi ajustado para 65%, <strong>de</strong> modo a manter a<br />

participação final dos principais grupos na produção física da bacia em nível aproximado<br />

ao obtido nos dois cenários prece<strong>de</strong>ntes).<br />

Verifica-se nas estimativas do Quadro 3.14 que a materialização <strong>de</strong> um quadro como o<br />

retratado por este terceiro cenário elevaria em 5,4 vezes até o ano 2020 a poluição<br />

industrial potencial atualmente observada em Itaguaí (contra 3,2 e 4,8 vezes nos cenários<br />

anteriores). No restante da bacia, os efeitos seriam proporcionalmente pequenos, seja face<br />

à reduzida criação efetiva <strong>de</strong> empregos (caso <strong>de</strong> Queimados) ou face à diluição dos efeitos<br />

em uma massa crítica populacional <strong>de</strong> porte significativamente superior (casos dos<br />

municípios não-individualizados e da Zona Oeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro). No conjunto da<br />

bacia, pelas mesmas razões válidas para a Zona Oeste do Rio e os <strong>de</strong>mais municípios, o<br />

efeito final da materialização <strong>de</strong>ste cenário é pouco significativo em termos<br />

proporcionais.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3-19


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 3.13<br />

Ritmo <strong>de</strong> Crescimento Previsto da População Urbana da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba e <strong>de</strong> Seus<br />

Municípios Mais Industrializados, em Comparação com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro<br />

Cenário 3 : Industrialização Secundária Intensa na Bacia<br />

Unida<strong>de</strong>s Espaciais Unida<strong>de</strong>s 1996 2000 2010 2020<br />

1. Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro Mil Habitantes 12.866 13.352 14.470 15.408<br />

Índice 1996=100 100,0 103,8 112,5 119,8<br />

Mil Habitantes 791 857 1.068 1.273<br />

2. Município do Rio <strong>de</strong> Janeiro Índice 1996=100 100,0 108,4 135,1 160,9<br />

ICERJ (1) 100,0 104,5 120,1 134,4<br />

Mil Habitantes 109 117 144 170<br />

4. Município <strong>de</strong> Queimados Índice 1996=100 100,0 108,0 132,9 156,5<br />

ICERJ (1) 100,0 104,1 118,2 130,7<br />

Mil Habitantes 66 78 149 218<br />

3. Município <strong>de</strong> Itaguaí Índice 1996=100 100,0 118,0 224,2 328,5<br />

ICERJ (1) 100,0 113,7 199,4 274,3<br />

Mil Habitantes 337 350 394 434<br />

5. Demais Municípios Índice 1996=100 100,0 103,8 117,0 129,0<br />

ICERJ (1) 100,0 100,1 104,0 107,7<br />

Mil Habitantes 1.302 1.402 1.755 2.095<br />

6. Total da Bacia Índice 1996=100 100,0 107,7 134,8 160,8<br />

ICERJ (1) 100,0 103,8 119,8 134,3<br />

OBS.: (1) ICERJ = Índice <strong>de</strong> Crescimento Comparativo com o Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Quadro 3.14<br />

Tendências <strong>de</strong> Crescimento da Produção Física Industrial na Bacia<br />

da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Cenário 3 : Industrialização Secundária Intensa na Bacia<br />

Unida<strong>de</strong>s Geográficas Índice<br />

1991 = 100<br />

1996 2000 2010 2020<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

% a.a<br />

Índice<br />

1991 = 100<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

% a.a<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 109,7 118,2 1,9 192,9 5,0 294,2 4,3<br />

Queimados 110,8 126,0 3,3 214,7 5,5 320,7 4,1<br />

Itaguaí 106,1 129,6 5,1 325,4 9,6 575,3 5,9<br />

Demais Municípios 106,4 121,8 3,4 200,1 5,1 281,4 3,5<br />

Total da Bacia 109,1 119,2 2,2 199,4 5,3 303,5 4,3<br />

Obs.: Hipóteses sobre Diversificação Industrial<br />

(1) Crescimento dos setores presentes na bacia até 2020 = 65%<br />

(2) Diversificações resultantes:<br />

2000 2010 2020<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro 0% 19% 38%<br />

Queimados 0% 21% 43%<br />

Itaguaí 0% 35% 70%<br />

Demais Municípios 0% 19% 38%<br />

Total da Bacia 0% 20% 41%<br />

3-20


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

O que se <strong>de</strong>duz <strong>de</strong> mais concreto das análises prece<strong>de</strong>ntes é que:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

3.3 CONCLUSÕES<br />

a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> água total a ser abastecida com os recursos hídricos da bacia ten<strong>de</strong> a<br />

crescer lentamente , caracterizando uma situação em que medidas <strong>de</strong> expansão da<br />

oferta - a não ser em casos específicos e localizados - po<strong>de</strong>m ser objeto <strong>de</strong><br />

equacionamento temporâneo;<br />

quanto aos sistemas <strong>de</strong> lixo e esgotos sanitários, antevê-se a conjugação do quadro <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>ficiências já existente nos serviços prestados com uma expansão <strong>de</strong> 46% da <strong>de</strong>manda<br />

(populações urbanas) até o ano 2020, configurando uma situação que inspira gran<strong>de</strong><br />

preocupação;<br />

contudo, é na gestão ambiental para controle da poluição industrial que parecem se<br />

concentrar os maiores <strong>de</strong>safios no que se refere à alteração do quadro hoje encontrado<br />

pois, a prevalecerem as variáveis sócio econômicas básicas atualmente em ação, a<br />

emissão potencial (sem consi<strong>de</strong>rar as reduções por tratamento nas unida<strong>de</strong>s fabris) <strong>de</strong><br />

poluentes por este segmento <strong>de</strong>verá crescer 150% no conjunto da bacia, com<br />

estimativas <strong>de</strong> acréscimo equivalente para a Zona Oeste do Rio, <strong>de</strong> 171% para o<br />

município <strong>de</strong> Queimados e <strong>de</strong> 218% para Itaguaí.<br />

Com menor grau <strong>de</strong> certeza, face à imprevisibilida<strong>de</strong> inerente ao quadro, ensaios <strong>de</strong><br />

cenários realizados quanto aos impactos da implantação do porto <strong>de</strong> Sepetiba<br />

<strong>de</strong>monstraram tendências <strong>de</strong> alterações substanciais nos quadros <strong>de</strong>mográfico urbano e <strong>de</strong><br />

emissão <strong>de</strong> poluentes industriais no município <strong>de</strong> Itaguaí, com repercussões diluídas e <strong>de</strong><br />

expressão proporcional reduzida nas <strong>de</strong>mais regiões da bacia. Entretanto, os prognósticos<br />

relativos ao cenário ten<strong>de</strong>ncial nestas <strong>de</strong>mais regiões já são suficientes, em conjunto com<br />

as expectativas latentes (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da concretização <strong>de</strong> efeitos do porto <strong>de</strong> Sepetiba)<br />

para Itaguaí, para indicar a conveniência <strong>de</strong> um acompanhamento atento do quadro <strong>de</strong><br />

industrialização da bacia, bem como do <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já <strong>de</strong> medidas - a serem<br />

oportunamente implementadas - visando o controle das emissões finais <strong>de</strong> poluentes pelas<br />

indústrias.<br />

3-21


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

4. UNIDADES DE PLANEJAMENTO<br />

Ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento constitui procedimento metodológico<br />

fundamental quando se trata <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver planos regionais multisetoriais, como<br />

é o caso do Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba. Em especial, consi<strong>de</strong>rando-se a dimensão ambiental do Macroplano,<br />

esta i<strong>de</strong>ntificação torna-se tão mais necessária quanto complexa, na medida em que <strong>de</strong>ve<br />

refletir a compreensão <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s sub-regionais sobre aspectos que vão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as<br />

percepções dos indivíduos em relação ao ambiente on<strong>de</strong> se inserem, sua organização<br />

social e geo-política, as diferentes formas com que estes se apropriam ou intervêm no<br />

ambiente, as infra-estruturas <strong>de</strong> que dispõem, até, e sobretudo, os condicionantes<br />

ambientais a que estão sujeitos.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se que, no caso em questão, a implementação das metas, ações e<br />

intervencões planejadas, <strong>de</strong>verá ocorrer sob a abordagem da gestão integrada <strong>de</strong> recursos<br />

hídricos na esfera da bacia à baía <strong>de</strong> Sepetiba, enfatizou-se incorporar a interpretação das<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s sub-regionais aludidas acima aos condicionantes naturais a elas impostos pela<br />

estruturação, natural ou modificada, do sistema hídrico da região, dada a relevância que as<br />

formas <strong>de</strong> interação das dinâmicas regionais com o recurso água, terão na estrutura <strong>de</strong><br />

gestão regional, a ser futuramente implantada na bacia.<br />

Do resultado consolidado <strong>de</strong>ste esforço, obteve-se a compreensão das i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s subregionais<br />

prepon<strong>de</strong>rantes na bacia caracterizadas na sub-divisão do espaço <strong>de</strong><br />

planejamento em nove áreas, as quais, pelos motivos expostos acima tiveram seus limites<br />

compatibilizados com unida<strong>de</strong>s, múltiplas ou sub-múltiplas, da estruturação do sistema<br />

hidrográfico”.<br />

Estas unida<strong>de</strong>s são a seguir <strong>de</strong>scritas, segundo seus principais aspectos <strong>de</strong> integração no<br />

sistema hídrico, associando-se caracterizações dos usos presentes e aspectos ambientais, e<br />

encontram-se representadas graficamente ao final <strong>de</strong>ste capítulo.<br />

4.1 UP.1 - LITORAL OESTE<br />

A região hidrográfica do Litoral Oeste, com 312 km², tem por limites a ponta do Gambelo<br />

e as serras <strong>de</strong> Capivari, Lajes, Três Orelhas, São Brás, Itaguaçu, Piloto, Coroa Gran<strong>de</strong>,<br />

Mazomba e Pacheco, cujas altitu<strong>de</strong>s variam <strong>de</strong> 600 a 1.690 metros. Confronta-se à oeste<br />

com a bacias dos rio Jacuacanga (bacia da Ilha Gran<strong>de</strong>), Piraí (parte da bacia situada à<br />

montante do reservatório <strong>de</strong> Vigário), ribeirão das Lajes, e Mazomba.<br />

A UP.1 abrange toda a porção do território municipal <strong>de</strong> Mangaratiba e o distrito <strong>de</strong><br />

Coroa Gran<strong>de</strong> do município <strong>de</strong> Itaguaí. Trata-se da principal região <strong>de</strong> uso turístico da<br />

bacia.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A precipitação na região é elevada, com valores que crescem a medida que se aproxima<br />

do litoral, atingindo entre 1.500 a 2.100 mm/ano, com 11 a 12 meses <strong>de</strong> exce<strong>de</strong>ntes<br />

hídricos.<br />

Esta região hidrográfica é formada por um conjunto <strong>de</strong> rios e riachos que formam bacias<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, cujas principais características são mostradas no Quadro 4.1, além <strong>de</strong><br />

diminutos regatos permanentes e/ou intermitentes, sem <strong>de</strong>nominação.<br />

QUADRO 4.1 - CARACTERÍSTICAS DAS BACIA DA REGIÃO LITORAL OESTE<br />

RIO LOCAL DA<br />

NASCENTE<br />

PRINCIPAIS<br />

TRIBUTÁRIOS<br />

Córrego Caratuacaia Serra <strong>de</strong> Jacareí<br />

Rio Jacareí Serra <strong>de</strong> Jacareí<br />

Rio Gran<strong>de</strong> Serra <strong>de</strong> Jacareí<br />

Rio Ingaíba Serra das Lajes Rio Santo Antônio e córrego<br />

do Batatal<br />

Rio São Brás Serra <strong>de</strong> São Brás Rio do Patrimônio e rio dos<br />

Bagres.<br />

Rio do Saco (ou da Lapa) Serra do Piloto Rio Malulu e rio Banguela<br />

Rio Saí Serra do Piloto córrego do Rubião<br />

Rio João Gago Pedra da Conquista<br />

Córrego da Praia Gran<strong>de</strong> Serra <strong>de</strong> Mazomba<br />

Rio Muriqui (ou da Prata) Serra <strong>de</strong> Mazomba<br />

Rio Cacumbi Serra <strong>de</strong> Itacurussá<br />

Rio Muxiconga ou da Fazenda Serra <strong>de</strong> Itacurussá<br />

Rio da Draga Serra <strong>de</strong> Itacurussá<br />

Rio Botafogo Serra <strong>de</strong> Itacurussá<br />

Rio Tingussu Serra do Mazomba<br />

Rio Timirim Serra <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong><br />

Córrego Coroa Gran<strong>de</strong> Serra <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong><br />

Rio do Pereira Serra <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong><br />

Córrego Vermelho Serra do Pacheco<br />

Córrego Brisamar Serra do Pacheco<br />

Ilha <strong>de</strong> Itacurussá Elevações da ilha <strong>de</strong><br />

Itacurussá<br />

Os principais cursos <strong>de</strong> água são os rios Ingaíba, São Brás, do Saco, Saí, Jacareí e o<br />

Tingussu. Os rios, em sua maioria, possuem pequeno caudal e são encaixados em vales<br />

profundos apresentando <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> acentuada. Na fachada atlântica, a muralha tectônica<br />

apresenta-se abruptamente escarpada, fazendo com que os caudais tenham gran<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>sníveis, entre as nascentes e seus níveis <strong>de</strong> base, em trechos muito curtos.<br />

As reduzidas planícies costeiras, condicionam cursos inferiores restritos ao baixo curso,<br />

sem cursos médios significativos. Somente os rios Ingaíba, São Brás, Saí e do Saco têm<br />

planícies <strong>de</strong> alguma significância espacial no baixo curso. O trecho montanhoso possui<br />

leito com pedras <strong>de</strong> variados tamanhos até matacões, bem como diversas cachoeiras e<br />

poços.<br />

As precipitações fortes e concentradas induzem a um escoamento concentrado em cheias<br />

periódicas nos baixos cursos, estabelecidos nas pequenas reentrâncias preenchidas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>pósitos aluvionares e marinhos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

4.2 UP.2 - MAZOMBA - CAÇÃO<br />

Integram a UP.2, a parte central do município <strong>de</strong> Itaguaí on<strong>de</strong> se encontra o complexo<br />

portuário <strong>de</strong> Sepetiba, bem como a parte alta da serra do Mazomba. A região é cortada<br />

pela BR-101.<br />

No passado, o Mazomba era o principal formador do rio da Guarda ou Itaguaí.<br />

Prolongando-se com o nome <strong>de</strong> rio Teixeira, alimentava em conjuntos com outros rios os<br />

extensos banhados das baixadas da bacia do rio Itaguaí.<br />

As precipitações na região são elevadas a oeste e ao norte. Nas gran<strong>de</strong>s chuvas, as águas<br />

do rio Mazomba no início da baixada formavam um gran<strong>de</strong> alagadiço. Durante as cheias,<br />

havia um extravasamento para um banhado adjacente, formado pelo baixo curso do rio<br />

Cação, cujas nascentes situam-se na serra do Leandro <strong>de</strong>fronte à Ilha da Ma<strong>de</strong>ira. O rio<br />

Cação por sua vez, <strong>de</strong>sembocava diretamente na baía <strong>de</strong> Sepetiba. Constatando este fato,<br />

o DNOS construiu em 1941 o canal da Arapucaia, <strong>de</strong>rivando as águas do rio Mazomba<br />

para o rio Cação. O rio Mazomba e seus afluentes foram também, por esta época, todos<br />

dragados. Com a construção do canal Arapucaia o Mazomba <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> ser a nascente<br />

principal do rio da Guarda, passando a constituir um rio isolado, o Mazomba-Cação.<br />

A bacia do rio Mazomba-Cação abrange cerca <strong>de</strong> 96 km², sendo <strong>de</strong>limitada pelas serras<br />

do Gado, Itaguassu, Mazomba, Pacheco e Leandro, entre cotas altimétricas <strong>de</strong> 80 a 1200<br />

m, que são maiores à oeste. Confronta-se, a leste com a bacia do rio Itaguaí e a oeste com<br />

bacias da região hidrográfica do Litoral Oeste.<br />

O rio Mazomba nasce há 1.080 metros, na serra da Mazomba, e se <strong>de</strong>senvolve por cerca<br />

<strong>de</strong> 26 km. Passa a ser <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> rio Cação a montante <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>svio pela margem<br />

esquerda, on<strong>de</strong> tem início o canal <strong>de</strong> Arapucaia ou do Martins. No seu trajeto banha as<br />

localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Mazomba, Mazombinha e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaguaí.<br />

Seus principais afluentes são, pela margem esquerda o rio Santa Rita-Pouso Frio e os<br />

canais Mandi e Guarda Gran<strong>de</strong>, e pela margem direita os rios Mazombinha e, Preto ou<br />

Teixera.<br />

O alto curso do rio Mazomba é caracterizado por leito rochoso com diversos matacões e<br />

areia. As margens são talu<strong>de</strong>s íngremes com poucas árvores estando, em sua maior parte,<br />

<strong>de</strong>sprotegidas ou ocupadas por bananas, e abrigam muitas residências. A água é clara,<br />

com presença <strong>de</strong> lixo, mas fica turva após a chuvas. Provavelmente recebe esgoto<br />

diretamente, bem como efluentes <strong>de</strong> fossas.<br />

No trecho superior há uma captação da CEDAE que dispõe <strong>de</strong> uma pequena barragem<br />

com <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> fundo. Observou-se, em visita ao local, que a bacia a montante da<br />

captação é ocupada por alguns sítios, causando problemas <strong>de</strong> turvação da água <strong>de</strong>vido a<br />

transferência <strong>de</strong> sedimentos. O acesso em busca <strong>de</strong> lazer para montante da captação é<br />

impedido pela CEDAE.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4-3


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A jusante <strong>de</strong>ste local o rio é muito frequentado para lazer pois tem muitos atrativos, como<br />

poços e pequenas quedas. Um estabelecimento hoteleiro construiu três barragens no rio<br />

Mazomba para propiciar a exploração turística. Todos têm <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> fundo.<br />

O leito do rio Mazomba na parte inicial do baixo curso é largo e extremamente raso. Há<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos na calha. O rio, aparentemente, tem uma baixa<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrastá-los. Mais à frente, o rio Mazomba passa a ter um leito mais<br />

aprofundado e largura menor. Com esta configuração, atravessa a porção oeste da área<br />

urbana <strong>de</strong> Itaguaí apresentando margens planas com capim, bananas, residências e<br />

<strong>de</strong>posição <strong>de</strong> lixo. O rio passa a receber maior contribuição <strong>de</strong> esgoto.<br />

Segue seu curso atravessando uma área <strong>de</strong> pasto e logo adiante verte suas águas em dois<br />

canais. O primeiro é <strong>de</strong>nominado rio Cação e o segundo canal Arapucaia. O fluxo do rio<br />

segue pelo rio Cação até <strong>de</strong>saguar em um manguezal situado na face oeste da ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira. O canal do Arapucaia, com 2 km, situado à esquerda, aparentemente está todo<br />

obstruído e não atua mais como extravasor <strong>de</strong> águas. Este canal tem sua foz nas<br />

imediações do porto <strong>de</strong> Sepetiba. Próximo à foz do rio Cação encontra-se instalada a<br />

indústria Ingá possuidora do maior passivo ambiental <strong>de</strong> toda a área estudada.<br />

O baixo curso do rio Mazomba-Cação tem problemas <strong>de</strong> estrangulamento <strong>de</strong> fluxo, o que<br />

vem provocando enchentes.<br />

A influência da maré no rio Cação se faz sentir até 1 km à jusante do cruzamento com a<br />

BR 101, localizado a cerca <strong>de</strong> 8 km a montante da baía.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4.3 UP.3 - GUARDA<br />

A UP.3 abrange a parte leste do núcleo <strong>de</strong> Itaguaí, toda a parte baixa do município <strong>de</strong><br />

Seropédica, incluindo a se<strong>de</strong> municipal, a Universida<strong>de</strong> Rural e a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo<br />

Lindo. Abrange, ainda, a extremida<strong>de</strong> sudoeste da RA <strong>de</strong> Santa Cruz on<strong>de</strong> se situa o<br />

Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz. A região é cortada pela BR-101, BR-465 e RJ-109.<br />

A bacia hidrográfica do rio da Guarda, conhecido originalmente por rio Itaguaí,<br />

compreen<strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> 338 km². Tem como limites a linha que a separa da bacia do rio<br />

Mazomba, as serras da Calçada e Catumbi, e os baixos divisores <strong>de</strong> água que a distinguem<br />

da bacia do rio ribeirão das Lajes, Guandu e canal São Francisco.<br />

O rio da Guarda, consi<strong>de</strong>rando o valão dos Bois como seu formador atual, tem suas<br />

nascentes nas serra da Calçada, em altitu<strong>de</strong> da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 400 metros.<br />

No passado, o rio da Guarda, principal escoadouro da bacia, tinha por formador o rio<br />

Mazomba e era um afluente do baixo curso do Guandu. Gran<strong>de</strong> parte da área central e<br />

inferior da baixada era inundada, on<strong>de</strong> pontilhavam gran<strong>de</strong>s lagoas, como a do Pântano e<br />

os brejos do Dendê, do Mazomba e muitos outros.<br />

Entre 1935 e 1941, o DNOS interviu na bacia, <strong>de</strong>senvolvendo serviços <strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />

envergadura, no qual praticamente todos os rios em seus trajetos na baixada, sem exceção,<br />

foram <strong>de</strong>sobstruídos, dragados e canalizados, eliminando-se ou reduzindo-se<br />

4-4


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

significativamente os banhados. Construiu-se <strong>de</strong>ntre outros, os canais do Dendê e do<br />

Santo Inácio. Este último, paralelo ao rio Teixeira que era o prolongamento do rio<br />

Mazomba e formador do rio Itaguaí, praticamente extinguiu-o. Os principais afluentes do<br />

rio da Guarda são o rio Cai Tudo ( ou rio Quilombo ), o canal da Ponte Preta e a Vala do<br />

Sangue, além do rio Piloto, os valões do Burro e Valinha e o canal <strong>de</strong> Santo Agostinho,<br />

cujas características são resumidas no Quadro 4.2.<br />

QUADRO 4.2 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO DA GUARDA<br />

RIO<br />

LOCAL DA<br />

NASCENTE<br />

PRINCIPAIS TRIBUTÁRIOS<br />

Cai-Tudo ou<br />

Quilombo<br />

Serra da Calçada -----------<br />

Piloto Baixada Rio Meio Dia, Vala do Brejo e rio<br />

Piranema.<br />

Valão dos Burros Baixada -----------<br />

Valão dos Bois Serra da Cachoeira Córrego Águas Lindas, Valão do China<br />

Valinha Baixada<br />

canal S. Francisco<br />

-----------<br />

Canal Ponte Preta Baixada - Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Itaguaí<br />

-----------<br />

Vala do Sangue Baixada - Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Itaguaí<br />

-----------<br />

Canal <strong>de</strong> Santo<br />

Agostinho<br />

Baixada -----------<br />

Após <strong>de</strong>scer a serra da Calçada, o canal <strong>de</strong> Santo Inácio atravessa a porção norte da área<br />

urbana <strong>de</strong> Itaguaí. Tem o leito assoreado, as margens com capins e aguapés, e recebe<br />

esgoto e lixo.<br />

Mais a frente, faz um giro <strong>de</strong> 90 graus e recebe pela margem esquerda os rios Cai Tudo e<br />

logo a seguir o rio Piloto, em área <strong>de</strong> pasto. Cruza a antiga Rio-São Paulo, recebe o Valão<br />

dos Bois, atravessa a BR 101 e ingressa numa área alagada, com margem baixas e<br />

colonizadas por macrófitas, capins e mangues, <strong>de</strong>saguando na baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

A influência da maré no rio da Guarda se faz sentir no rio Cai Tudo, na confluência do<br />

canal do Santo Inácio até o valão do Dendê; no rio Piloto até cerca <strong>de</strong> 2 km a montante da<br />

foz do rio da Guarda; e no valão da Divisa, a cerca <strong>de</strong> 2,5 km <strong>de</strong> sua foz. Sob condições<br />

<strong>de</strong> maré <strong>de</strong> sizígia, a influência da maré se faz sentir até o cruzamento com a BR 101,<br />

situado a 7,8 km da foz do rio da Guarda.<br />

As margens do rio da Guarda na foz, tanto no trecho retificado quanto no que mantém sua<br />

conformação original, observam-se faixas compostas por vegetação típica <strong>de</strong> mangues.<br />

Na atualida<strong>de</strong>, a extensa re<strong>de</strong> <strong>de</strong> canais da baixada contém uma série <strong>de</strong> pontos críticos,<br />

favoráveis ao transbordamento. A proximida<strong>de</strong> com o litoral, aliada a baixa <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e<br />

ao assoreamento, favorece a ocorrência <strong>de</strong> enchentes. Diversos pontos <strong>de</strong><br />

estrangulamento, acarretados por aterros e fundações para a construção das pontes do<br />

sistema rodo-ferroviário, agravam a situação. As áreas mais atingidas em Itaguaí e<br />

circunvizinhanças, afetadas pelas cheias, estão localizadas em cotas que variam <strong>de</strong> 2,50 a<br />

3 metros.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4.4 UP.4 - GUANDU<br />

A bacia do rio Guandu possui cerca <strong>de</strong> 1.395 km². A distribuição das chuvas na região é<br />

fortemente influenciada pelo relevo. As maiores precipitações médias anuais situam-se no<br />

domínio serrano, on<strong>de</strong> a faixa <strong>de</strong> variação vai <strong>de</strong> 2.200 mm a 1.800 mm. Na zona <strong>de</strong><br />

baixada, a precipitação oscila em torno <strong>de</strong> 1.600 a 1.000 mm. Em termos gerais, a<br />

precipitação cresce do litoral para as bordas da bacia, atingindo o seu ápice na serra do<br />

Tinguá, on<strong>de</strong> estão as cabeceiras dos rios São Pedro, Santo Antônio e D’Ouro, com<br />

índices acima <strong>de</strong> 2.200 mm anuais.<br />

Trata-se da maior Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento da bacia, sendo estratégica na área e na esfera<br />

da Região Metropolitana do Rio <strong>de</strong> Janeiro, sob os pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> abastecimento <strong>de</strong><br />

água e produção <strong>de</strong> energia. Congrega a porção mais relevante dos domínios da região<br />

serrana e <strong>de</strong> baixada da bacia <strong>de</strong> Sepetiba. Nela estão contidos integralmente os<br />

municípios <strong>de</strong> Paracambi, Japeri e Queimados. Estão também incluídos nesta UP, as<br />

parcelas dos territórios <strong>de</strong> Engº Paulo <strong>de</strong> Frontin, Miguel Pereira, Piraí e Rio Claro que<br />

vertem para a baía <strong>de</strong> Sepetiba. <strong>Final</strong>mente inclui a porção sudoeste do município <strong>de</strong><br />

Nova Iguaçu, on<strong>de</strong> se encontra a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cabuçu.<br />

Esta unida<strong>de</strong> possui relevante uso industrial, e urbano, congregando as diferenciadas<br />

dinâmicas territoriais da serra e da Baixada Fluminense. Em sua porção serrana<br />

encontram-se extensas áreas <strong>de</strong> solos esgotados, dominados por processos erosivos, que<br />

associados a ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> areais no médio e baixo curso e às cargas<br />

aportadas do rio Paraíba do Sul, faz com que esta unida<strong>de</strong> seja a principal área <strong>de</strong><br />

produção e transporte <strong>de</strong> sedimentos da bacia. Respon<strong>de</strong>ndo por 75% da carga total <strong>de</strong><br />

sedimentos que aporta à baía <strong>de</strong> Sepetiba, da qual estima-se que 1/3 seja proveniente do<br />

rio Paraíba do Sul.<br />

O DNOS, entre 1935 e 1941, promoveu a limpeza do rio Guandu até a sua<br />

<strong>de</strong>sembocadura e a construção <strong>de</strong> 50 km <strong>de</strong> diques marginais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um ponto próximo a<br />

sua foz até um local pouco a jusante da confluência do rio São Pedro. Como já discutido,<br />

as obras <strong>de</strong> transposição alteraram radicalmente a configuração hidrográfica natural da<br />

bacia do rio Guandu. Sob os efeitos <strong>de</strong>sta intervenção, o ribeirão das Lages <strong>de</strong>slocou o rio<br />

Santana como formador do rio Guandu, pois passou a forjar um novo nível <strong>de</strong> base na<br />

bacia. Assim, a partir <strong>de</strong> 1962, com a conclusão das últimas obras <strong>de</strong> transposição, o<br />

ribeirão das Lajes passou a representar o principal formador do rio Guandu.<br />

Tendo em vista esta nova situação, consi<strong>de</strong>ra-se que o rio Guandu tem como afluentes<br />

pela margem esquerda os rios Santana, São Pedro e Poços. O comprimento total do rio<br />

Guandu, contabilizando-se o ribeirão das Lajes como formador, é <strong>de</strong> 108,5 km.<br />

Em 1979, estudo promovido pela SERLA, atestou que a retirada <strong>de</strong> areia no rio Guandu<br />

era indiscriminada, chegando em certos trechos a exaurir a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reposição do<br />

rio; prosseguindo, então, com o solapamento das margens com tratores <strong>de</strong> esteira. Ainda<br />

<strong>de</strong> acordo com o estudo, a ativida<strong>de</strong> provoca o rebaixamento do fundo, abalando obras <strong>de</strong><br />

arte e alterando as condições <strong>de</strong> fluxo dos rios.<br />

As características básicas do formador e <strong>de</strong> seus principais afluentes são mostradas no<br />

Quadro 4.3.<br />

4-6


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 4.3 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO GUANDU<br />

RIO<br />

LOCAL DA NASCENTE<br />

PRINCIPAIS TRIBUTÁRIOS<br />

Ribeirão das Lajes Serra dos Cristais Contribuintes da Represa <strong>de</strong> Lajes: Rio<br />

Bonito, C. Morro Azul, córrego Patrícia,<br />

córrego Recreio, rio Passa Vinte, rio<br />

Ponte <strong>de</strong> Zinco; córrego pedra Gran<strong>de</strong>,<br />

rio Pires, rio da Prata, rio Piloto, rio<br />

Bálsamo e rio das Palmeiras<br />

Afluentes a jusante da UHE Pereira<br />

Passos: ribeirão da Floresta, córrego do<br />

Banda, córrego Paraíso, rio Saudoso. rio<br />

dos Macacos, Vala Jonas Leal, rio<br />

Cacaria, rio da Onça e Valão do Areia<br />

Santana Serra do Couto rios Facão, São João da Barra e João<br />

Correia Vera Cruz, Santa Branca e<br />

Cachoeirão e o canal Paes Leme.<br />

São Pedro Serra do Tinguá -----------<br />

Poços Serra do Tinguá Rio Santo Antônio, rio Douro, canal<br />

Teófilo Cunha, canal Quebra Côco ou<br />

Morto, canal Pepino, canal Aníbal, rio<br />

Queimados e rio Ipiranga<br />

O comprimento total do rio Guandu, contabilizando-se o ribeirão das Lajes como<br />

formador, é <strong>de</strong> 108,5 km.<br />

4.5 UP.5 - GUANDU-MIRIM<br />

O rio Guandu-Mirim nasce na serra do Mendanha, entre os morros <strong>de</strong> Gericinó e Capim<br />

Melado com o nome <strong>de</strong> Guandu-do-Sena, que por sua vez é formado por diversas<br />

nascentes, <strong>de</strong>ntre as quais os córregos Fundão, Pescador, Jequitiba, Bico do Padre,<br />

Cachoeiras, Piabas e Bananal. Logo <strong>de</strong>pois, troca <strong>de</strong> nome para rio Prata do Mendanha<br />

até a confluência com o rio Guandu do Sapê, quando assume a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> rio<br />

Guandu-Mirim. Em continuida<strong>de</strong>, suas águas ingressam no canal D. Pedro II e logo<br />

<strong>de</strong>pois no canal Guandu <strong>de</strong>saguando finalmente na baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Trata-se da UP em condições mais críticas quanto à pressão urbana. Concentra os núcleos<br />

mais populosos da bacia, situados na RA <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong> e parte sul da localida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Cabuçu em Nova Iguaçu. É a unida<strong>de</strong> que apresenta mais graves problemas quanto à<br />

poluição hídrica por cargas orgânicas. Além disto, possui intenso uso industrial,<br />

englobando a porção mais intensamente ocupada do corredor da Av. Brasil, congregando<br />

zonas industriais do porte do DI Campo Gran<strong>de</strong>, DI Palmares e ZUPIs <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>,<br />

Palmares e Inhoaíba. Caracteriza-se ainda por ser área sujeita a críticos problemas <strong>de</strong><br />

inundação <strong>de</strong> áreas urbanas.<br />

O curso total compreen<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 40,5 km, somando-se o comprimento dos rios Guandu<br />

do Sena (6 km), Prata do Mendanha (6,5 km), do Guandu-Mirim propriamente dito (9,5<br />

km), e do canal D. Pedro-Guandu (12,5 km).<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A bacia do rio Guandu-Mirim, abrange cerca <strong>de</strong> 170 km². Limita-se ao norte com a bacia<br />

do rio dos Poços, à leste com a bacia da baía <strong>de</strong> Guanabara, ao sul com as bacias do rio<br />

Cação Vermelho, canal do Itá e baia do rio Gatos/Cabuçu/Piraquê e, a oeste com o canal<br />

<strong>de</strong> São Fernando e rio Guandu.<br />

Descendo a serra do Mendanha, com o nome <strong>de</strong> Guandu do Sena, tem suas águas<br />

represadas pela Fábrica <strong>de</strong> Tecidos Bangu, numa altitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 200 metros. Pouco <strong>de</strong>pois,<br />

atravessa áreas <strong>de</strong> agricultura <strong>de</strong> encosta e hortas na baixada e cruza a estrada Guandu do<br />

Sena. A montante <strong>de</strong>sta estrada as águas têm aparentemente boa qualida<strong>de</strong>, sendo<br />

<strong>de</strong>terioradas rio abaixo.<br />

Mais à frente, troca <strong>de</strong> nome para rio Prata do Mendanha, que atravessa o Distrito<br />

Industrial <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>. Suas águas neste local são turvas, com resíduos domésticos<br />

e industriais.<br />

Recebe pela margem esquerda o rio Guandu do Sapê e troca novamente <strong>de</strong> nome, <strong>de</strong>sta<br />

vez para Guandu Mirim. A partir daí, seu curso segue a orientação geral leste-oeste,<br />

<strong>de</strong>sembocando no canal D. Pedro-Guandu, após percorrer uma distância <strong>de</strong><br />

aproximadamente 9.5 km.<br />

Dois trechos diferentes po<strong>de</strong>m ser caracterizados: um inicial, <strong>de</strong> 4 km contados para<br />

montante da <strong>de</strong>sembocadura do rio Campinho, e outro <strong>de</strong> 5,5 km, entre este ponto e a<br />

<strong>de</strong>sembocadura no canal D Pedro-Guandu.<br />

O trecho <strong>de</strong> montante apresenta uma maior <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, no qual problemas localizados <strong>de</strong><br />

erosão e assoreamento já se fazem sentir quando da passagem <strong>de</strong> cheias. Os terrenos<br />

marginais são <strong>de</strong> baixada, com drenagem <strong>de</strong>ficiente e sujeito à inundações.<br />

Na margem esquerda continuam prevalecendo as pastagens, enquanto na direita já se<br />

instalaram gran<strong>de</strong>s loteamentos, restando poucas áreas ainda <strong>de</strong>socupadas. Ao cruzar a<br />

antiga Rio São Paulo, as águas são turvas, têm péssimo odor e lixo e, possui casas<br />

somente na margem direita. Nas imediações situa-se a fábrica da Cervejaria Brahma, que<br />

se <strong>de</strong>staca por ocupar um imenso terreno. A jusante, não há nenhuma ocupação.<br />

O trecho <strong>de</strong> jusante apresenta-se com baixa <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> em perfil e atravessa região <strong>de</strong><br />

baixada, essencialmente plana, com terrenos <strong>de</strong> cotas entre 4,5 m e 6,0 m, com<br />

predominância entre 5,0 m e 5,5 m.<br />

Por sua baixa <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong>, é fortemente influenciado pelo remanso do curso d’água on<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>semboca o canal do Guandu. Em sua margem esquerda, no município do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro, as terras são utilizadas essencialmente como pastagens. Já na margem direita<br />

(município <strong>de</strong> Nova Iguaçu) a ocupação humana se fez mais presente, apesar das<br />

freqüentes e severas inundações, encontrando-se hoje totalmente ocupada por pequenas<br />

(até <strong>de</strong>z hectares) proprieda<strong>de</strong>s com precário aproveitamento agrícola do solo e por sítios<br />

<strong>de</strong> lazer. Nos dois trechos ocorrem transbordamento da calha do rio, mesmo para eventos<br />

chuvosos <strong>de</strong> média intensida<strong>de</strong>.<br />

Encontra-se canalizado em toda sua extensão, com seção transversal que se aproxima <strong>de</strong><br />

um trapézio com largura média <strong>de</strong> base em torno <strong>de</strong> 5 metros. Depósitos laterais <strong>de</strong><br />

materiais dragados ocorrem em ambas as margens, que com o tempo adquiriram uma<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

certa consistência <strong>de</strong>vido ao natural a<strong>de</strong>nsamento e ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> vegetação,<br />

mas sua morfologia é bastante irregular e caracterizam empecilhos à drenagem dos<br />

terrenos marginais.<br />

Dois afluentes <strong>de</strong>sembocam neste trecho do Guandu-Mirim, os rios Capenga e Campinho.<br />

Ambos drenam áreas <strong>de</strong> média intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong>sembocam no Guandu Mirim<br />

em pontos afastados <strong>de</strong> apenas 450 metros, na altura do início <strong>de</strong> seu trecho baixo. Em<br />

conjunto, acrescem ao Guandu Mirim uma vazão bastante significativa, praticamente<br />

dobrando a vazão do mesmo. Lançam gran<strong>de</strong> carga <strong>de</strong> esgoto doméstico.<br />

No trecho final <strong>de</strong>ste segmento, ingressa no canal D. Pedro-Guandu, on<strong>de</strong> está uma vala<br />

com comportas danificadas. O escoamento aqui se dá alternadamente nos dois sentidos,<br />

conforme se acentua a elevação das águas num ou outro rio. Prepon<strong>de</strong>ra, todavia, o<br />

escoamento na direção Guandu-Mirim - São Francisco <strong>de</strong>vido a cota <strong>de</strong> soleira da<br />

comporta.<br />

Devido a poluição das águas do Guandu-Mirim, houve o abandono do canal do D. Pedro-<br />

Guandu como fonte <strong>de</strong> suprimento para irrigação das antigas culturas, sendo atualmente<br />

um receptor dos <strong>de</strong>spejos sanitários e pluviais da bacia.<br />

Por essa razão e, também, <strong>de</strong>vido às ocasionais enchentes que se transferiam para o canal<br />

do Itá, através da tomada d’água junto à Estrada do Frutuoso, foi interrompida a ligação<br />

do canal do Guandu com o canal do Itá, tornando-se estes sistemas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

Os principais trechos que diferem os segmentos do canal D. Pedro-Guandu, são <strong>de</strong>scritos<br />

abaixo.<br />

Os principais afluentes do rio Guandu-Mirim são, pela margem esquerda os rios Guandu<br />

do Sapê e Capenga e, pela margem direita, o rios Guarajuba, dos Cachorros e Campinho.<br />

QUADRO 4.4 - PRINCIPAIS AFLUENTES DO RIO GUANDU-MIRIM<br />

RIO<br />

LOCAL DA<br />

NASCENTE<br />

PRINCIPAIS TRIBUTÁRIOS<br />

Guandu do Sapê Serra do Mendanha -----------<br />

Capenga Serra <strong>de</strong> Madureira -----------<br />

Guarajuba Morro do Taquaral -----------<br />

Cachorros Serra do Lameirão -----------<br />

Campinho Área urbana <strong>de</strong> Campo Rio do A e canais do Papagaio (formadores)<br />

Gran<strong>de</strong><br />

e do Melo<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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4.6 UP.6 - ITÁ - CAÇÃO VERMELHO<br />

O canal do Itá compreen<strong>de</strong> uma calha <strong>de</strong> 11,9 km para o canal, 1,3 km para o<br />

Remanescente e 1 km para a Vala do Sangue, atravessando áreas do bairro <strong>de</strong> Santa Cruz,<br />

Zona Oeste do município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, drenando uma área total <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 69 km 2 .<br />

Recebe como principais afluentes da margem esquerda o rio Cação Vermelho e o canal da<br />

Ponte Branca, que <strong>de</strong>ságuam a 7,9 e 8,5 km da foz, respectivamente. Deságua diretamente<br />

na baía <strong>de</strong> Sepetiba e sua cabeceira está localizada na Estrada do Frutuoso junto a ponte<br />

Belisário Pena, ponto em que, o canal do Itá recebia no passado certa contribuição do<br />

Guandu. O rio Cação Vermelho nasce na serra da Paciência e se <strong>de</strong>senvolve por cerca 10<br />

km, drenando uma bacia <strong>de</strong> 32 km². Tem um curso longo e sinuoso, com um escoamento<br />

<strong>de</strong> água lento em função da pouca <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>sorganização da drenagem, que faz<br />

com que vários trechos fiquem alagados no período <strong>de</strong> chuva..<br />

Abriga a parte central da RA <strong>de</strong> Santa Cruz, incluindo o núcleo e o bairro <strong>de</strong> Paciência.<br />

Além disto abrange a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cosmos pertencente a RA <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>. Sofre<br />

sérios problemas <strong>de</strong> inundação e similarmente a UP-5, apresenta alto nível <strong>de</strong> poluição<br />

hídrica. Abriga ainda zonas industriais relevantes <strong>de</strong>ntre elas o Distrito Industrial <strong>de</strong><br />

Paciência. No mais, a ocupação da bacia hidrográfica é basicamente <strong>de</strong> uso agrícola até<br />

cerca <strong>de</strong> 1,2 km da foz do canal do Itá, on<strong>de</strong> inicia uma área <strong>de</strong> manguezal que se esten<strong>de</strong><br />

até a baía <strong>de</strong> Sepetiba. Entretanto, na margem direita o manguezal já encontra-se<br />

<strong>de</strong>gradado e <strong>de</strong>scaracterizado inteiramente por aterros clan<strong>de</strong>stinos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

4.7 UP.7 - SEPETIBA<br />

A UP.7 inclui as bacias litorâneas do rio das Flechas e do rio do Ponto, englobando<br />

porções costeiras das RAs <strong>de</strong> Santa Cruz e Guaratiba, inclusive as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Sepetiba, Jardim Pai e Jardim Cinco Marias. Na área encontram-se também a colônia <strong>de</strong><br />

pesca <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

O rio das Flechas tem 6,6, km <strong>de</strong> extensão e forma uma bacia com 24,2 km². Nasce na<br />

área urbana <strong>de</strong> Santa Cruz atravessando áreas agrícolas e <strong>de</strong> pastagens. Em sua foz se<br />

localiza um manguezal, bastante pressionado por lixo e esgotos. O rio do Ponto forma<br />

uma bacia com 30 km² que é <strong>de</strong>limitada pela ponta Grossa, serras da Capoeira e do<br />

Cantagalo e morros do Silvério, <strong>de</strong> Santa Clara, e Joaquina. A bacia abrange parcelas dos<br />

bairros <strong>de</strong> Sepetiba, Santa Cruz, pedra <strong>de</strong> Guaratiba e Guaratiba. O uso do solo tem como<br />

elemento principal as áreas urbanas, havendo ainda inúmeras pedreiras. Nasce a oeste da<br />

serra <strong>de</strong> Cantagalo e se <strong>de</strong>senvolve por 5,5 km. Tem como afluente pela margem esquerda<br />

o rio Piaí. Atravessa uma zona <strong>de</strong> capinzais e margeia o Jardim Piaí, antes <strong>de</strong> <strong>de</strong>saguar no<br />

saco <strong>de</strong> mesmo nome. A jusante da estrada do Piaí forma-se um pequeno manguezal. É<br />

receptor <strong>de</strong> esgotos e lixo. Pequenos barcos a<strong>de</strong>ntram seu curso para atracar.<br />

4-10


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4.8 UP.8 - PIRAQUE-CABUÇU<br />

A bacia do rio Piraquê-Cabuçu drena uma área total <strong>de</strong> 105 km², tendo por limites oeste e<br />

noroeste os morros do Santíssimo, das Palmeiras, da Posse, do Luiz Bom, do Luiz Barata;<br />

serra <strong>de</strong> Inhoaíba, do Cantagalo, da Capoeira Gran<strong>de</strong>; a leste os morros do Viegas,<br />

Lameirão, do Gago, Santa Luzia, do Cabuçu, do Capitão Inácio e do Saco.<br />

O rio Piraquê-Cabuçu nasce na serra do Lameirão com o nome <strong>de</strong> Gatos, no Parque<br />

Estadual da Pedra Branca, e percorre cerca <strong>de</strong> 23 km até <strong>de</strong>saguar na baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Tem como afluentes os rios da Prata, Caboclos, Peri-Peri, dos Porcos, Consulado, Morto,<br />

Cachoeira, da Balata, do Lameirão, do Gato, Cabuçu Mirim, Valão das Cinzas, das Pedras<br />

e José Sena.<br />

Além <strong>de</strong> parte do núcleo <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, inclui as localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Senador<br />

Vasconcelos, Jardim Maravilha e pedra <strong>de</strong> Guaratiba, situadas na RA <strong>de</strong> Guaratiba. As<br />

zonas industriais existentes possue baixa ocupação, sendo gran<strong>de</strong> a disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

lotes industriais. Nesta unida<strong>de</strong> encontram-se a colônia <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> Guaratiba.<br />

Após <strong>de</strong>scer a serra do Lameirão, atravessa a porção leste do centro <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>,<br />

on<strong>de</strong> recebe expressiva carga <strong>de</strong> esgotos que vai <strong>de</strong>saguar justamente na região balneária<br />

<strong>de</strong> pedra <strong>de</strong> Guaratiba, em zona costeira <strong>de</strong> baixíssimas condições <strong>de</strong> circulação e<br />

renovação das águas.<br />

A jusante <strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, percorre áreas menos ocupadas, com pastos e capoeiras,<br />

ingressa na planície costeira e, abaixo da estrada da Matriz, na região <strong>de</strong> sua<br />

<strong>de</strong>sembocadura, forma um extenso manguezal. Atualmente, as árvores na margem<br />

esquerda foram retiradas para que fosse construída uma estrada <strong>de</strong> serviço, na qual<br />

transita o maquinário que vem fazendo a dragagem do rio.<br />

4.9 UP.9 - GUARATIBA<br />

Formada pelas bacias dos rios Piracão, Portinho e João Correia, é das áreas <strong>de</strong> menor<br />

ocupação urbana da Zona Oeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro.<br />

Rio Piracão, com 8,3 km <strong>de</strong> extensão, nasce no morro do Capitão Inácio em área<br />

pertencente ao Parque Estadual da Pedra Branca, e forma uma bacia com 22 km² situada<br />

no bairro <strong>de</strong> Guaratiba. Após um curto trecho, atravessa a estrada da Ilha e a<strong>de</strong>ntra às<br />

zonas inundáveis próximas ao litoral, inicialmente brejos, e logo <strong>de</strong>pois os manguezais da<br />

Reserva Biológica e Arqueológica <strong>de</strong> Guaratiba.<br />

A parte inferior <strong>de</strong> seu curso é o limite <strong>de</strong>sta Reserva. Desemboca na baía <strong>de</strong> Sepetiba no<br />

inicio do canal do Pedrinho. As imediações da estrada da Ilha contam com poucas<br />

habitações.<br />

O rio Portinho nasce na garganta formada entre os morros do Morgado e Toca Pequena no<br />

Parque Estadual da Pedra Branca. Forma uma bacia com 39 km², possuindo um curso <strong>de</strong><br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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14 km. Tem como afluentes o canal do Portinho e os rios Santo Antônio, Escola, Olaria,<br />

Gota Funda, Cabaceiro, Engenho Novo, Lavras, Vala Domingos Ferro e canal do Capitão.<br />

É formado pelo rio Lavras. Toma em seguida o nome <strong>de</strong> canal do Capitão, só passando a<br />

ser conhecido como Portinho, após encontrar-se com o rio Cabaceiro. Ao aproximar-se do<br />

litoral, nas zonas mais baixas, torna-se sinuoso. Perto da foz foi retificado. Deságua no<br />

canal do Bacalhau. Gran<strong>de</strong> parte <strong>de</strong> seu baixo curso forma um manguezal extenso, que faz<br />

parte da Reserva Biológica e Arqueológica <strong>de</strong> Guaratiba. A bacia apresenta habitações e<br />

capinzais, bem como matas no maciço da Pedra Branca e pedreiras.<br />

O rio João Correia com 4 km, nasce na vertente oeste da parte meridional do maciço da<br />

Pedra Branca com o nome <strong>de</strong> rio Itapuca, na garganta <strong>de</strong> mesmo nome, entre os morros<br />

São Sebastião da Bica e Faxina. Na baixada toma o nome <strong>de</strong> João Correia. Tem muitos<br />

meandros e divi<strong>de</strong>-se em dois braços perto da foz on<strong>de</strong> recebe as águas do riacho do<br />

Campo <strong>de</strong> São João. A<strong>de</strong>ntra a Reserva Biologica <strong>de</strong> Guaratiba e <strong>de</strong>ságua no canal do<br />

Bacalhau.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

Estas unida<strong>de</strong>s foram espacializadas no Mapa 10 - “Bacias Hidrográficas e Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Planejamento”, representado neste relatório em formato A3.<br />

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5. POLUIÇÃO INDUSTRIAL<br />

Odiagnóstico multidisciplinar realizado i<strong>de</strong>ntificou que a vocação da região<br />

comporta significativo potencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial, existindo na área,<br />

já no presente, um expressivo número <strong>de</strong> indústrias que respon<strong>de</strong>m por boa<br />

parcela dos problemas <strong>de</strong> <strong>de</strong>terioração ambiental verificados na bacia e,<br />

principalmente, na baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Assim, os estudos da poluição industrial no contexto do Macroplano visaram avaliar a<br />

magnitu<strong>de</strong> e a distribuição geográfica <strong>de</strong>sta problemática na bacia, <strong>de</strong> forma a orientar a<br />

formulação <strong>de</strong> uma estratégia voltada sobretudo a apoiar a atuação da SEMA/FEEMA no<br />

controle e disciplinamento das indústrias existentes, bem como na condução do<br />

licenciamento <strong>de</strong> futuras instalações industriais.<br />

O nível <strong>de</strong> caracterização adotado nos estudos consiste na estimativa do potencial<br />

poluidor do parque industrial existente na bacia, não se constituindo portanto os<br />

resultados obtidos em diagnóstico do <strong>de</strong>sempenho ambiental efetivo das indústrias<br />

avaliadas, mas sim numa aproximação <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sempenho potencial.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se, que no contexto <strong>de</strong> macroplanejamento, este seja o nível a<strong>de</strong>quado e<br />

suficiente <strong>de</strong> avaliação, compatível tanto com a análise ambiental integrada, na qual<br />

inúmeros outros temas <strong>de</strong> estudo são igualmente caracterizados e confrontados, quanto<br />

com o nível <strong>de</strong> análise temática necessário à formulação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> controle<br />

específicas para o setor industrial.<br />

O diagnóstico apresentado é fruto do conhecimento adquirido sobre o parque industrial da<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba, a partir <strong>de</strong> dados do Cadastro Industrial da FEEMA, <strong>de</strong> visitas a<br />

indústrias selecionadas e da aplicação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa do potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

cargas poluidoras para as <strong>de</strong>mais indústrias integrantes do universo analisado - no total,<br />

100 indústrias em operação, distribuídas em 8 dos municípios incluídos na área <strong>de</strong> estudo.<br />

Aspectos específicos sobre o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong>senvolvido para apoio ao<br />

diagnóstico e à formulação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> controle industrial são apresentados no<br />

Volume II, Capítulo 7 do presente relatório.<br />

5.1 BASE DE DADOS DAS INDUSTRIAS DA BACIA DE SEPETIBA<br />

Para composição da base <strong>de</strong> dados das indústrias a avaliar, trabalhou-se inicialmente na<br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> indústrias e seleção dos dados disponíveis, seguindo-se a localização <strong>de</strong><br />

indústrias via GPS e a complementação <strong>de</strong> dados sobre as indústrias selecionadas, a partir<br />

<strong>de</strong> cruzamentos <strong>de</strong> informações entre bancos <strong>de</strong> dados, entrevistas com o setor <strong>de</strong> controle<br />

industrial da FEEMA e visitas às indústrias mais representativas.<br />

Neste processo, a principal fonte <strong>de</strong> dados foi o Cadastro Industrial da FEEMA, o qual<br />

consiste nas informações fornecidas pelas empresas, no ato <strong>de</strong> seu registro junto à<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

FEEMA, para iniciar ou renovar seu licenciamento ambiental. Além disto, foram<br />

consultados os cadastros FIRJAN (Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias do Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro)<br />

e RAIS (<strong>Relatório</strong> Anual <strong>de</strong> Informações Sócio-Econômicas do Ministério do Trabalho),<br />

para atualização ou esclarecimento <strong>de</strong> informações, principalmente com relação a<br />

logradouro e número <strong>de</strong> empregados.<br />

<strong>Final</strong>mente, foram agregadas à base <strong>de</strong> dados as coor<strong>de</strong>nadas geográficas faltantes e<br />

informações obtidas durante visitas à indústrias selecionadas. Nesta composição, foram<br />

ainda consi<strong>de</strong>rados os resultados <strong>de</strong> auto-monitoramento <strong>de</strong> 14 indústrias da bacia,<br />

obtidos da base <strong>de</strong> dados do Programa <strong>de</strong> Autocontrole <strong>de</strong> Efluentes Líquidos PROCON<br />

ÁGUA - FEEMA, bem como informações sobre produção e manejo <strong>de</strong> resíduos sólidos<br />

<strong>de</strong> 17 indústrias, fornecidas pela FEEMA.<br />

Após um processo <strong>de</strong> análise, cruzamento <strong>de</strong> dados dos cadastros, complementação,<br />

eliminação <strong>de</strong> empresas não industriais, indústrias encerradas ou situadas fora dos limites<br />

da bacia, chegou-se a um conjunto <strong>de</strong> 100 empresas que configura o parque industrial da<br />

bacia <strong>de</strong> Sepetiba. A base <strong>de</strong> dados assim obtida encontra-se em sistema MICROSOFT-<br />

ACCESS, para integração ao sistema <strong>de</strong> informações da FEEMA.<br />

A distribuição setorial e geográfica <strong>de</strong>stas 100 empresas, com o número total <strong>de</strong><br />

empregados por setor, é apresentada no Quadro 5.1. Observa-se <strong>de</strong>ste quadro a expressiva<br />

concentração <strong>de</strong> indústrias no município do Rio <strong>de</strong> Janeiro, com concentrações industriais<br />

relevantes também nos municípios <strong>de</strong> Queimados e Itaguaí. O Quadro 5.2. apresenta uma<br />

indicação <strong>de</strong> porte industrial, nos diferentes setores. Observa-se que meta<strong>de</strong> das gran<strong>de</strong>s<br />

empresas encontram-se no setor metalúrgico, sendo também expressivas, neste grupo, as<br />

empresas do setor <strong>de</strong> cervejaria, editorial e gráfica e <strong>de</strong> borracha, todas com mais <strong>de</strong> 1000<br />

empregados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-2


QUADRO 5.1: BACIA SEPETIBA - Indústrias e Número <strong>de</strong> Empregados por Setor em cada Município ( 100 EMPRESAS)<br />

Índice Setor<br />

Eng. Paulo<br />

Frontin<br />

Itaguai Mangaratiba Nova Igaçu Paracambi Pirai Queimados Rio <strong>de</strong> Janeiro Seropédica Japeri Total<br />

IBGE Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg. Ind. Empreg.<br />

PRODUTOS MINERAIS NAO<br />

10 METALICOS 3 27 1 8<br />

1 9 1 7 3 126 4<br />

11 METALURGIA 1 728 4 906<br />

1 57<br />

5 1.032 12<br />

12 MECANICA<br />

MATERIAL ELETRICO E DE<br />

1 873<br />

3<br />

13 COMUNICACOES 1<br />

14 TRANSPORTE 2 7 1 28<br />

1 10 1<br />

15 MADEIRA 1 4<br />

16 MOBILIARIO 1<br />

17 PAPEL E PAPELAO 1<br />

18 BORRACHA<br />

COUROS, PELES E<br />

1 421<br />

3<br />

19 PRODUTOS SIMILARES 1<br />

20 QUIMICA<br />

PRODUTOS<br />

FARMACEUTICOS E<br />

21 VETERINARIOS<br />

PERFUMARIAS,SABOES E<br />

22 VELAS<br />

PRODUTOS DE MATERIAS<br />

2 46<br />

1 11<br />

15<br />

23 PLASTICAS 2<br />

24 TEXTIL<br />

VESTUARIO, CALCADOS E<br />

1 478<br />

2 232 2<br />

25 ARTEFATOS DE TECIDOS 1 502<br />

26 PRODUTOS ALIMENTARES 2<br />

27 BEBIDAS 3 1.430 4<br />

29 EDITORIAL E GRAFICA 1 10 1<br />

30 DIVERSOS<br />

UNIDADES DE APOIO E<br />

1 16<br />

31 SERVICOS INDUSTRIAIS<br />

PRODUTOS DE MINERAIS<br />

32 RADIOATIVOS<br />

GERAÇÃO DE<br />

1 11<br />

34 ELETRICIDADE<br />

SERVICOS INDUSTRIAIS DE<br />

35 UTILIDADE PUBLICA<br />

SERVICOS DE<br />

ALOJAMENTO,ALIMENTACA<br />

51 O,PESSOAIS E SAUDE<br />

SERVICOS AUXILIARES<br />

55 DIVERSOS<br />

1<br />

Total 4 1.169 12<br />

Obs: Os valores representam potencial estimado <strong>de</strong> geração<br />

1.859<br />

2<br />

36<br />

-<br />

-<br />

4<br />

1.046<br />

2<br />

18<br />

16<br />

2.851<br />

54<br />

145<br />

5.757<br />

345<br />

86<br />

33<br />

114<br />

203<br />

2.193<br />

230<br />

1.454<br />

855<br />

276<br />

209<br />

1.775<br />

2.010<br />

279<br />

15.964<br />

1<br />

3<br />

4<br />

38<br />

112<br />

150<br />

1<br />

1<br />

2<br />

5<br />

28<br />

33<br />

14<br />

23<br />

4<br />

1<br />

5<br />

1<br />

1<br />

1<br />

4<br />

1<br />

18<br />

3<br />

5<br />

1<br />

5<br />

7<br />

2<br />

1<br />

2<br />

1<br />

100<br />

360<br />

8.480<br />

1.218<br />

86<br />

78<br />

4<br />

114<br />

203<br />

2.614<br />

230<br />

1.511<br />

860<br />

986<br />

502<br />

321<br />

3.205<br />

2.020<br />

16<br />

39<br />

279<br />

23.126


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.2: BACIA SEPETIBA - Síntese da Classificação <strong>de</strong> Porte Industrial por Número <strong>de</strong> Empregados (100 EMPRESAS)<br />

Índice Setor Pequena Média Gran<strong>de</strong> Total<br />

(


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.3: INDÚSTRIAS QUE POSSUEM UNIDADE DE TRATAMENTO DE EFLUENTES<br />

Setor Indice IBGE Tratamento Tipo Razão Social<br />

PROD. MINERAIS NAO METALICOS 10 <strong>de</strong>cantação IDEAL STANDARD WABCO IND. COM. LTDA.<br />

METALURGIA 11 físico-químico COSIGUA CIA. SIDERÚRGICA DA GUANABARA<br />

físico-químico VALESUL ALUMINIO S.A .<br />

físico-químico FORJAS BRASILEIRAS S.A .<br />

físico-químico QUIMISA GALVANIZAÇÃO<br />

METALURGIA 11 físico-químico LATASA LATAS DE ALUMINIO<br />

MECANICA 12 físico-químico NUCLEP NUCLEBRÁS EQUIP. PESADOS<br />

MOBILIARIO 16 físico-químico LACCA IND. E COM. DE MÓVEIS<br />

BORRACHA 18 físico-químico CIA. BRAS. PNEUMÁTICOS MICHELIN<br />

COUROS, PELES E PROD. SIMILARES 19 físico-químico RECOURO S.A . IND. COURO<br />

QUIMICA 20 físico-químico INPAL S.A . IND. QUIMICA<br />

físico-químico WHITE MARTINS GASES INDUSTRIAIS S.A .<br />

físico-químico SICPA IND. TINTAS LTDA.<br />

físico-químico QUAKER QUIMICA LTDA.<br />

físico-químico FAB. CARIOCA DE CATALISADORES - FCC<br />

físico-químico ECOLAB QUIMICA LTDA.<br />

físico-químico BASF S.A .<br />

físico-químico PAN AMERICANA S.A . IND. QUIMICAS<br />

QUIMICA 20 físico-químico INPAL S.A . IND. QUIMICA<br />

PROD. DE MATERIAS PLASTICAS 23 físico-químico DART DO BRASIL IND. E COM. LTDA.<br />

TEXTIL 24 físico-químico ZAP TEXTIL LTDA.<br />

TEXTIL 24 físico-químico S.A . FAB. TECIDOS MARIA CANDIDA<br />

físico-químico JOLIMODE ROUPAS S.A .<br />

PRODUTOS ALIMENTARES 26 biológico HAZAFER DO BRASIL IND. E COM. LTDA.<br />

BEBIDAS 27 biológico REFRIGERANTES CONVENÇÃO RIO LTDA.<br />

biológico ITACAN REFRIGERANTES LTDA.<br />

biológico CIA. CERVEJARIA BRAHMA<br />

BEBIDAS 27 biológico PEPSI-COLA ENGARRAFADORA LTDA.<br />

biológico CERVEJARIA KAISER RIO S.A .<br />

EDITORIAL E GRAFICA 29 biológico CASA DA MOEDA DO BRASIL - CMB<br />

TOTAL - 30 indústrias tratamento biológico: 7 indústrias<br />

tratamento físico-químico: 22 indústrias<br />

<strong>de</strong>cantação: 1 indústria<br />

De fato, uma atuação mais intensa na aplicação <strong>de</strong> sanções e na adoção <strong>de</strong> mecanismos<br />

econômicos <strong>de</strong> controle respon<strong>de</strong>m por melhor <strong>de</strong>sempenho ambiental dos parques<br />

cana<strong>de</strong>nses adotados como referência. No entanto, o parque da bacia <strong>de</strong> Sepetiba<br />

apresenta, em seu conjunto <strong>de</strong> indústrias, alguns estabelecimentos bastante mo<strong>de</strong>rnos,<br />

tanto no tocante aos processos quanto no que tange a tecnologias <strong>de</strong> tratamento. Dado que<br />

tais indústrias são <strong>de</strong> porte consi<strong>de</strong>rável, po<strong>de</strong>-se admitir que no conjunto há uma<br />

equivalência entre os <strong>de</strong>sempenhos globais dos parques cana<strong>de</strong>nses e o parque industrial<br />

da bacia <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

De qualquer forma, aspectos peculiares ao parque em estudo foram consi<strong>de</strong>rados no<br />

mo<strong>de</strong>lo. Dentre estes, o fato <strong>de</strong> que as indústrias <strong>de</strong> bebidas existentes na bacia são em<br />

geral bastante mo<strong>de</strong>rnas, com gran<strong>de</strong> eficiência no aproveitamento <strong>de</strong> matérias primas e<br />

com instalações <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> efluentes líquidos em boas condições e a<strong>de</strong>quadamente<br />

operadas.<br />

Em contraposição, o setor metalúrgico, bastante expressivo na área em estudo, é<br />

constituído por indústrias <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> portes que, à exceção da indústria<br />

VALESUL, são bastante antigas, dotadas em geral <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> baixa eficiência<br />

quanto ao aproveitamento <strong>de</strong> matérias primas e, portanto, com gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> resíduos. Além disto, são indústrias precariamente equipadas em termos <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes ou gestão <strong>de</strong> resíduos, resultando no baixo <strong>de</strong>sempenho ambiental<br />

<strong>de</strong>ste setor industrial na bacia <strong>de</strong> Sepetiba. Destacam-se neste contexto indústrias como a<br />

Companhia Industrial Ingá e a COSIGUA - Companhia Si<strong>de</strong>rúrgica da Guanabara.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Assim, buscou-se <strong>de</strong> alguma forma contemplar estas peculiarida<strong>de</strong>s do parque em estudo,<br />

na seleção das indústrias cana<strong>de</strong>nses, para composição das amostras por setor, a partir das<br />

quais foram calculados os índices estimativos, <strong>de</strong> forma que estes fornecessem a melhor<br />

aproximação possível da natureza e da magnitu<strong>de</strong> do potencial poluidor do Parque<br />

Industrial <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

OS ÍNDICES ESTIMATIVOS<br />

Para construção dos índices para efluentes líquidos, partiu-se da seleção <strong>de</strong> 75 indústrias<br />

da base <strong>de</strong> dados da bacia do rio St. Laurant, em Quebec, Canadá, <strong>de</strong>senvolvendo-se um<br />

mo<strong>de</strong>lo calcado, especificamente, nas características do parque industrial da bacia <strong>de</strong><br />

Sepetiba .<br />

No caso dos resíduos sólidos industriais, o mo<strong>de</strong>lo adotado para o Macroplano foi<br />

elaborado nos mol<strong>de</strong>s <strong>de</strong> outro, anteriormente <strong>de</strong>senvolvido para o Distrito Fe<strong>de</strong>ral do<br />

México e o Estado do México, o qual teve como finalida<strong>de</strong> a realização <strong>de</strong> um estudo <strong>de</strong><br />

viabilida<strong>de</strong> técnica sobre a gestão dos resíduos perigosos para a Região Metropolitana do<br />

México. Este mo<strong>de</strong>lo tomou por base, para construção dos índices, uma amostra <strong>de</strong> 803<br />

indústrias selecionadas no banco <strong>de</strong> dados sobre resíduos industriais do Ministério do<br />

Meio Ambiente <strong>de</strong> Ontário (MMAO), que na sua composição mostra-se bastante<br />

a<strong>de</strong>quada às características do parque industrial que se preten<strong>de</strong> avaliar.<br />

<strong>Final</strong>mente, a construção dos índices estimativos <strong>de</strong> cargas poluentes em emissões aéreas<br />

foi realizada a partir <strong>de</strong> uma amostra <strong>de</strong> 82 indústrias, selecionadas na base <strong>de</strong> dados<br />

industriais da Divisão <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> do Ar do Ministério do Meio Ambiente <strong>de</strong> Quebec,<br />

também especialmente para os estudos da bacia <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Os índices mo<strong>de</strong>lados abrangem os três seguintes grupos <strong>de</strong> parâmetros:<br />

Efluentes líquidos (potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> cargas em t/dia <strong>de</strong> DBO5, Materiais em<br />

Suspensão e Óleos&Graxas, estimativa <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> dos efluentes e a vazão efluente<br />

calculada com base no consumo diário <strong>de</strong> água).<br />

A estimativa <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> (geração <strong>de</strong> substâncias tóxicas) é expressa por um índice<br />

adimensional <strong>de</strong>nominado Chemiotox, que representa o potencial total <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong><br />

dos efluentes <strong>de</strong> cada indústria, consi<strong>de</strong>rando a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência, nestes, <strong>de</strong><br />

105 diferentes substâncias, <strong>de</strong>ntre elas os metais pesados tipicamente encontrados na<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba. Este índice permite uma avaliação relativa entre as<br />

indústrias, apontando, no conjunto analisado, quais as mais críticas em termos do<br />

potencial <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> seus efluentes;<br />

Resíduos sólidos (potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> cargas anuais <strong>de</strong> resíduos sólidos perigosos<br />

orgânicos e inorgânicos - RPO e RPI - e resíduos não perigosos, englobando resíduos<br />

inertes e não inertes, também diferenciados em orgânicos e inorgânicos - RNPO e<br />

RNPI);<br />

Emissões atmosféricas (potencial <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> cargas anuais <strong>de</strong> partículados,<br />

dióxido <strong>de</strong> enxofre - SO2, monóxido <strong>de</strong> carbono - CO, compostos orgânicos voláteis -<br />

COV, óxidos <strong>de</strong> nitrogênio - NOx, dióxido <strong>de</strong> carbono - CO2 e hidrocarbonetos<br />

aromáticos policíclicos - HAP ).<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-6


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Índices <strong>de</strong> Cargas Poluentes em Efluentes Líquidos<br />

O Quadro 5.4 apresenta os conjuntos <strong>de</strong> índices construídos para cada setor industrial da<br />

bacia <strong>de</strong> Sepetiba, cabendo sobre os mesmos as seguintes consi<strong>de</strong>rações:<br />

1. Vazão Efluente<br />

Quanto à <strong>de</strong>terminação da vazão efluente para aplicação dos índices estimativos <strong>de</strong> carga<br />

poluente, cabe observar que o banco <strong>de</strong> dados obtido a partir do cadastro da FEEMA<br />

comportava 98 empresas em ativida<strong>de</strong>, para as quais estimou-se o volume diário <strong>de</strong><br />

efluentes a partir dos dados existentes ou levantados sobre o consumo <strong>de</strong> água. Além<br />

disto foram consi<strong>de</strong>radas duas empresas em fase <strong>de</strong> implantação: Alcoa e Generalli (Coca<br />

Cola), localizadas no parque industrial <strong>de</strong> Queimados, cujas vazões efluentes foram<br />

estimadas a partir <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> projeto sobre consumo <strong>de</strong> água fornecidos pela FEEMA.<br />

A vazão <strong>de</strong> efluentes industriais <strong>de</strong> cada empresa foi calculada subtraindo-se <strong>de</strong> seu<br />

respectivo consumo da água a parte correspon<strong>de</strong>nte a efluentes sanitários, estimada com<br />

base no número <strong>de</strong> empregados, a uma taxa <strong>de</strong> 70 litros/empregado/dia 1 . Para o caso das<br />

indústrias do setor alimentício (IBGE-26) e sobretudo do setor <strong>de</strong> bebidas(IBGE-27), foi<br />

ainda <strong>de</strong>scontado um volume diário correspon<strong>de</strong>nte a 15% do consumo <strong>de</strong> água 2 ,<br />

atribuído à água incorporada ao produto.<br />

2. Dados do PROCON/FEEMA<br />

Para 10 das 100 empresas integrantes da base <strong>de</strong> análise, contou-se com dados do<br />

Programa <strong>de</strong> Autocontrole <strong>de</strong> Efluentes Industriais - PROCON, fornecidos pela FEEMA.<br />

Para as mesmas foram consi<strong>de</strong>rados, na avaliação final, os potenciais representados por<br />

estes dados, em lugar dos valores resultantes da aplicação dos índices. As <strong>de</strong>z empresas<br />

submetidas a este tipo <strong>de</strong> procedimento são: Latas <strong>de</strong> Alumínio S/A(LATASA), Michelin,<br />

Recouro, FCC, Inpal, Ecolab, BASF, Brahma, Kaiser e Casa da Moeda.<br />

3 Consi<strong>de</strong>rações sobre a diferenciação setorial dos índices<br />

Para os setores <strong>de</strong> minerais não metálicos, metalurgia e mecânica(respectivamente IBGE<br />

10, 11 e 12) da mesma forma que para a Central Térmica <strong>de</strong> Furnas, foi consi<strong>de</strong>rado que,<br />

embora possam gerar cargas <strong>de</strong> DBO5, o fazem em quantida<strong>de</strong>s negligenciáveis, pelo que<br />

adotou-se, para a estimativa dos mesmos, DBO5 = 0. A mesma abordagem foi adotada<br />

quanto à presença <strong>de</strong> óleos e graxas e toxicida<strong>de</strong> nos efluentes dos setores <strong>de</strong> produtos<br />

alimentares e bebidas (IBGE 26 e 27), cujos índices estimativos <strong>de</strong> tais parâmetros foram<br />

consi<strong>de</strong>rados nulos .<br />

Pelo baixo consumo <strong>de</strong> água que apresentam, alguns setores foram consi<strong>de</strong>rados <strong>de</strong><br />

relevância secundária quanto à produção <strong>de</strong> efluentes líquidos. Para estes, em lugar <strong>de</strong><br />

construir-se índices a partir das bases cana<strong>de</strong>nses, utilizou-se analogias com outros<br />

setores mo<strong>de</strong>lados. Assim, foram consi<strong>de</strong>rados, para o setor mobiliário (IBGE-16), os<br />

1 Degrémont, Memento Technique <strong>de</strong> l’eau , Tomo 1, página 34, Edição <strong>de</strong> 1989<br />

2 Com base em informações obtidas em levantamentos realizados em indústrias cervejeiras, executado em<br />

1997, para o estudo do Secretariado da Conventiuon <strong>de</strong> Bale, PNUE<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-7


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

índices <strong>de</strong>senvolvidos para o setor <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras (IBGE-15). Foi o caso também do setor<br />

artefatos <strong>de</strong> tecido (IBGE-25) para o qual se utilizou os índices do setor têxtil (IBGE-24).<br />

Para os setores editorial e gráfico, unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> apoio e serviços auxiliares<br />

(respectivamente, IBGE 29, 31 e 55) foi consi<strong>de</strong>rado um índice <strong>de</strong>senvolvido a partir da<br />

média dos índices dos setores mecânica, transporte e produtos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (respetivamente<br />

IBGE-12, 14 e 15).<br />

No caso particular do setor metalúrgico (IBGE-11) foi observado que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta<br />

nomenclatura encontravam-se tanto indústrias metalúrgicas <strong>de</strong> base como <strong>de</strong> produtos<br />

metálicos acabados. Consi<strong>de</strong>rando que não <strong>de</strong>veriam ser aplicados os mesmos índices<br />

para as duas diferentes áreas <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong>cidiu-se pela aplicação, para o subsetor <strong>de</strong><br />

produtos metálicos acabados, do índice <strong>de</strong>senvolvido para o setor 12 (mecânica). As<br />

indústrias do setor 11 cujo potencial poluidor foi consi<strong>de</strong>rado similar ao do setor 12 foram<br />

Latasa, Alcoa, Quimisa Galvanização Ltda, Fermasa Máquinas e Equipamentos S/A,<br />

Metalúrgica Mol<strong>de</strong>nox Ltda, Quantum Engenharia e Construções Ltda e Ki-Chuva Ind. e<br />

Com. Ltda.<br />

QUADRO 5.4:ÍNDICES DE EFLUENTES LÍQUIDOS<br />

(Fator <strong>de</strong> Correlação : vazão efluente - m 3 /dia)<br />

EFLUENTES LIQUIDOS<br />

Índice Setor DBO M.S. O&G Índice<br />

IBGE<br />

Setores Principais<br />

kg/dia/C.A. kg/dia/C.A. kg/dia/C.A. Chemiotox<br />

10 Produtos minerais não metálicos n.a. 0,05380 0,00040 0,14880<br />

11 Metalúrgica n.a. 0,03300 0,00200 5,68000<br />

12 Mecânica n.a. 0,00820 0,00570 0,02560<br />

13 Material elétrico e <strong>de</strong> comunicações 0,03570 0,01710 0,00380 1,25150<br />

14 Transporte 0,03570 0,01710 0,00380 1,25150<br />

15 Ma<strong>de</strong>ira 2,70180 0,71400 0,00210 1,23590<br />

17 Papel e Papelão 0,40020 0,10580 0,00070 1,60880<br />

18 Borracha 0,02784 0,07487 0,00005 0,19368<br />

19 Couros, Peles Produtos similares 0,60440 0,03190 0,19580 24,67270<br />

20 Química 0,55670 1,49740 0,00100 3,87350<br />

21 Produtos farmacêuticos e veterinários 0,55670 1,49740 0,00100 3,87350<br />

22 Perfumarias, sabões e velas 0,55670 1,49740 0,00100 3,87350<br />

23 Produtos <strong>de</strong> matérias plásticas 0,55670 1,49740 0,00100 3,87350<br />

24 Textil 0,20350 0,17140 0,00160 0,35610<br />

26 Produtos alimentares 0,11820 0,43700 n.d. n.d.<br />

27 Bebidas 0,11820 0,43700 n.d. n.d.<br />

34 Geração <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> (termoelétrica)<br />

Setores Secundários<br />

n.a. 0,24643 0,00387 0,83767<br />

16 Mobiliário 2,70180 0,71400 0,00210 1,23590<br />

25 Vestuário, calçados e artefatos 0,20350 0,17140 0,00160 0,35610<br />

29 Editorial e gráfica 0,27018 0,24643 0,00387 0,83767<br />

31 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Apoio e Serviços Industriais 0,27018 0,24643 0,00387 0,83767<br />

55 Serviços auxiliares diversos 0,27018 0,24643 0,00387 0,83767<br />

Obs: Os valores representam potencial estimado <strong>de</strong> geração n.d.: não <strong>de</strong>finido<br />

n.a.: <strong>de</strong>sprezível<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-8


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Índices <strong>de</strong> Geração <strong>de</strong> Resíduos Sólidos Industriais<br />

Os índices <strong>de</strong>senvolvidos, por setor industrial ou por grupo <strong>de</strong> setores para estimativa do<br />

potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> resíduos, são apresentados no Quadro 5.5, cabendo as seguintes<br />

observações sobre sua <strong>de</strong>finição:<br />

1 Número <strong>de</strong> Empregados<br />

Para a aplicação dos índices estimativos da geração <strong>de</strong> resíduos foi realizado a<br />

complementação e atualização <strong>de</strong> tais dados, na base originária do cadastro da FEEMA, o<br />

qual, continha estas informações para a gran<strong>de</strong> maioria das indústrias inscritas. A eventual<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> complementação <strong>de</strong>ste campo foi atendida pela consulta a dois outros<br />

bancos <strong>de</strong> dados brasileiros (CNI e FIRJAN), bem como, pela visita a algumas indústrias<br />

<strong>de</strong> maior porte.<br />

2. Dados do sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> resíduos da FEEMA<br />

Foram obtidos junto à FEEMA dados da Relação <strong>de</strong> Resíduos por Empresa, para 15<br />

indústrias do universo analisado. Esses dados foram então privilegiados na composição<br />

das cargas finais em lugar dos dados mo<strong>de</strong>lados. Essas quinze empresas são: Ingá,<br />

COSIGUA, Almax, Valesul, Latas <strong>de</strong> Alumino (LATASA), Carioca <strong>de</strong> Papeis, Michelin,<br />

White Martins, FCC, Inpal, BASF, Sicpa, Pan-Americana, Brahma, e Casa da Moeda.<br />

3 Diferenciação setorial dos índices<br />

Dentre os setores existentes na bacia, 7 foram consi<strong>de</strong>rados secundários em termos <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> resíduos. Para cinco <strong>de</strong>stes setores (IBGE 26, 27, 29, 31 e 55), consi<strong>de</strong>rados<br />

<strong>de</strong> pequena importância quanto aos volumes gerados, foi calculado um índice geral único,<br />

que correspon<strong>de</strong> a 2% da média dos 16 setores analisados. Quanto aos dois restantes,<br />

foram adotadas analogias com 2 setores principais, pela similarida<strong>de</strong> que se po<strong>de</strong> atribuir<br />

aos mesmos, no nível em que se processa a presente análise. Assim, para o setor <strong>de</strong><br />

vestuário (IBGE-25), foi adotado o índice do setor têxtil (IBGE-24) e para o setor <strong>de</strong><br />

mobiliário (IBGE-16), o índice do setor <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras (IBGE-15).<br />

Quanto ao setor metalúrgico (IBGE-11), cabem as mesmas observações feitas no ítem<br />

anterior quanto ao reenquadramento <strong>de</strong> algumas indústrias para o setor 12.<br />

No caso particular da Central Termelétrica, seu volume <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> resíduos foi<br />

calculado adotando-se índices estimativos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> resíduos perigosos <strong>de</strong> 2<br />

TM/ano 3 (solventes utilizados para a manutenção dos equipamentos 4 ) e <strong>de</strong> 50 TM/ano <strong>de</strong><br />

resíduos não perigosos 5 constituídos <strong>de</strong> lodos <strong>de</strong> fundo <strong>de</strong> reservatórios do entreposto do<br />

bunker C.<br />

3 TM - Tonelada Métrica<br />

4 Resíduos perigosos orgânicos<br />

5 Resíduos não perigosos / a serem validados através <strong>de</strong> análises apropriadas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-9


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.5: ÍNDICES DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

(Fator <strong>de</strong> Correlação: e - número <strong>de</strong> empregados)<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

Indice Setor RPO RPI RnPO RnPI<br />

IBGE<br />

Setores Principais<br />

TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e<br />

10 Produtos minerais não metalicos 0,80110 0,96379 0,14000 0,25300<br />

11 Metalurgica 0,81177 2,25566 1,81800 1,00300<br />

12 Mecânica 0,12762 0,30307 0,31400 0,09900<br />

13-14 Material Eletrico e Com. /Transporte 0,14002 1,07228 0,38600 0,44200<br />

15 Ma<strong>de</strong>ira 0,01123 0,00398 0,88000 0,00200<br />

17 Papel e Papelão 0,35141 0,10297 1,36200 1,97700<br />

18 Borracha 0,02430 0,01006 0,21600 0,11000<br />

19 Couros, Peles, Produtos Similares 0,21777 0,24843 0,00800 0,52400<br />

21-22-23 Química. etc. 2,10242 0,45508 1,01100 0,88400<br />

24 Textil 0,05301 0,00338 2,03800 0,06000<br />

Setores Secundários<br />

16 Mobiliario 0,01123<br />

25 Vestuario, calcados e artefatos 0,05301<br />

26-27 Produtos Alimentares & Bebidas 0,00928<br />

29-35 Editorial e Gráfica-Unid.<strong>de</strong> apoio Serviços 0,00928<br />

55 Serviços auxiliares diversos 0,00928<br />

0,00398<br />

0,00338<br />

0,01084<br />

0,01084<br />

0,01084<br />

0,88000<br />

2,03800<br />

0,01635<br />

0,01635<br />

0,01635<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

0,00200<br />

0,06000<br />

0,01071<br />

0,01071<br />

0,01071<br />

Emissões Aéreas<br />

Os índices <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> cargas <strong>de</strong> poluição aérea são apresentados no Quadro 5.6,<br />

sendo objeto das seguintes observações:<br />

1. Número <strong>de</strong> empregados<br />

Cabem aqui os mesmos comentários sobre os dados <strong>de</strong> número <strong>de</strong> empregados<br />

apresentados no ítem <strong>de</strong> resíduos.<br />

2. Central Térmica “Furnas Centrais Elétricas”<br />

Em vista da importância da central térmica existente na bacia, seu potencial <strong>de</strong> poluição<br />

aérea foi estimado com base em informações disponíveis sobre suas caraterísticas<br />

específicas. Assim, a partir dos dados disponíveis, foram estimadas as emissões <strong>de</strong><br />

partículas, SO2, CO, CO2 e NOX, segundo a abordagem do EPA 6 . As emissões <strong>de</strong> COV e<br />

HAP, foram estimadas como percentagens das emissões <strong>de</strong> CO2 segundo taxas obtidas a<br />

partir do banco <strong>de</strong> dados cana<strong>de</strong>nse MEF 1994 7 ., para centrais térmicas.<br />

3. Diferenciações setoriais dos índices<br />

Além da geração termelétrica, apenas os setores <strong>de</strong> produtos minerais não metálicos<br />

(IBGE-10), metalúrgico (IBGE-11), a indústria química (IBGE 20 a 23) e as indústrias <strong>de</strong><br />

papel e papelão (IBGE-17) foram consi<strong>de</strong>rados relevantes quanto ao potencial <strong>de</strong><br />

poluição aérea, tendo sido objeto do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> índices diferenciados. Os <strong>de</strong>mais<br />

setores foram consi<strong>de</strong>rados secundários e avaliados mediante um índice geral comum a<br />

6 SCC for gaz turbines for electricity generation, EPA, volume 1<br />

7 Bases <strong>de</strong> dados do Governo do Quebec/Ministério do Meio Ambiente/Divisão do serviço da qualida<strong>de</strong> do<br />

ar/seção das centrais térmicas código ISEA 0910, dados para o ano 1994<br />

5-10


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

todos. Cabe observar que, no caso particular do setor 11, foram consi<strong>de</strong>radas com<br />

potencial relevante apenas as indústrias metalúrgicas <strong>de</strong> base, sendo o grupo associado ao<br />

setor 12, consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong> importância secundária, e avaliado pelo índice geral.<br />

QUADRO 5.6: ÍNDICES DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />

(Fator <strong>de</strong> Correlação: e - número <strong>de</strong> empregados)<br />

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />

Indice Setor Partículas SO2 CO COV NOx CO2 HAP<br />

IBGE<br />

Setores Principais<br />

TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e TM/ano/e<br />

10 Produtos minerais não metalicos 4,26200 19,13660 3,52600 9,53200 1,29240 560,11100 0,01370<br />

11 Metalurgica 0,94790 3,77180 26,51900 0,16950 0,15290 324,80000 0,03190<br />

17 Papel e Papelão 0,76600 1,17800 0,89900 0,27190 0,74000 446,70000 0,00002<br />

20-21-22-23 Química 0,30519 1,75760 0,08860 0,03458 0,54620 353,45000<br />

-<br />

Índice Geral<br />

Demais Setores 0,00149<br />

0,00420<br />

0,00243<br />

0,00258<br />

0,11530<br />

13,06400<br />

5.2 AVALIAÇÃO DO POTENCIAL POLUIDOR<br />

A partir da aplicação dos índices aos fatores <strong>de</strong> correlação da base <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

obteve-se as seguintes conclusões quanto ao grupo <strong>de</strong> empresas mais relevantes em<br />

termos <strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> cargas poluentes para cada um dos parâmetros<br />

analisados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

EFLUENTES LÍQUIDOS<br />

Para o conjunto das 100 empresas analisadas, tem-se um potencial <strong>de</strong> lançamento <strong>de</strong><br />

efluentes da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 153.835 m 3 /dia. Este valor <strong>de</strong> lançamento apresenta um potencial<br />

<strong>de</strong> DBO5 <strong>de</strong> aproximadamente 3.332 kg/dia e uma quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material em suspensão<br />

(MS) da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 48.694 kg/dia.<br />

A <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> óleos e graxas potencialmente produzida pelas empresas mo<strong>de</strong>ladas é <strong>de</strong><br />

aproximadamente 341 kg/dia. <strong>Final</strong>mente, obtém-se um índice Chemiotox em torno <strong>de</strong><br />

715.558 para o conjunto das 100 empresas. Os resultados por setor industrial são<br />

apresentados no Quadro 5.7.<br />

5-11<br />

-


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.7: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EFLUENTES LÍQUIDOS POR SETOR INDUSTRIAL<br />

EFLUENTES LÍQUIDOS<br />

Índice Setor No No Vazão DBO MS O&G Chemiotox<br />

IBGE empresas empreg. m 3 /dia kg/dia kg/dia kg/dia<br />

10 PRODUTOS MINERAIS NAO METALICOS 14 360 157,71<br />

-<br />

8,48 0,06<br />

23,47<br />

11 METALURGIA 23 8.480 122.519,05<br />

12 MECANICA 4 1.218 385,85<br />

13 MATERIAL ELETRICO E DE COMUNICACOES 1 86<br />

49,98<br />

14 TRANSPORTE 5 78<br />

5,13<br />

15 MADEIRA 1 4<br />

0,15<br />

16 MOBILIARIO 1 114<br />

10,00<br />

17 PAPEL E PAPELAO 1 203<br />

55,79<br />

18 BORRACHA 4 2.614 762,73<br />

19 COUROS, PELES E PRODUTOS SIMILARES 1 230 349,56<br />

20 QUIMICA<br />

21 PRODUTOS FARMACEUTICOS E VETERINARIOS<br />

22 PERFUMARIAS,SABOES E VELAS<br />

18 1.511 2.349,73<br />

23 PRODUTOS DE MATERIAS PLASTICAS 3 860<br />

85,80<br />

24 TEXTIL 5 986 1.481,98<br />

25 VESTUARIO, CALCADOS E ARTEFATOS DE TECIDOS 1 502<br />

15,00<br />

26 PRODUTOS ALIMENTARES 5 321<br />

51,56<br />

27 BEBIDAS 7 3.205 20.794,80<br />

29 EDITORIAL E GRAFICA 2 2.020 563,30<br />

30 DIVERSOS 1 16<br />

10,88<br />

31 UNIDADES DE APOIO E SERVICOS INDUSTRIAIS<br />

32 PRODUTOS DE MINERAIS RADIOATIVOS<br />

2 39<br />

5,04<br />

34 GERAÇÃO DE ELETRICIDADE<br />

35 SERVICOS INDUSTRIAIS DE UTILIDADE PUBLICA<br />

51 SERVICOS DE ALOJAMENTO,ALIMENTACAO,PESSOAIS E SAUD<br />

55 SERVICOS AUXILIARES DIVERSOS<br />

1 279 4.180,47<br />

Total 100 23.126 153.834,51<br />

Obs: Os valores representam potencial estimado <strong>de</strong> geração<br />

Legenda: COV - Compostos Orgânicos Voláteis ; HAP - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

-<br />

-<br />

1,78<br />

0,18<br />

0,41<br />

27,02<br />

22,33<br />

17,34<br />

-<br />

352,40<br />

47,76<br />

301,58<br />

3,05<br />

6,09<br />

2.457,66<br />

90,35<br />

2,94<br />

1,36<br />

-<br />

3.332,27<br />

4.126,26<br />

3,16<br />

0,85<br />

0,09<br />

0,11<br />

7,14<br />

5,90<br />

46,20<br />

-<br />

23.264,77<br />

128,48<br />

254,01<br />

2,57<br />

22,53<br />

19.739,61<br />

50,32<br />

2,68<br />

1,24<br />

1.030,21<br />

48.694,62<br />

Proce<strong>de</strong>u-se ainda à i<strong>de</strong>ntificação individualizada do potencial poluidor dos grupos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>z empresas e cinco setores com maior potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> cargas poluidoras, para<br />

cada um dos parâmetros consi<strong>de</strong>rados (DBO5, MS, óleos e graxas e Índice Chemiotox).<br />

Essa abordagem, utilizada nas recomendações do Banco Mundial 8 , tem a gran<strong>de</strong><br />

vantagem <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar um reduzido grupo <strong>de</strong> empresas, sobre as quais a concentração <strong>de</strong><br />

esforços <strong>de</strong> controle gera uma sensível melhora <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental em escala<br />

regional. Salienta-se que algumas indústrias listadas nos grupos prioritários para controle<br />

operam unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> tratamento satisfatoriamente, apresentando assim bom <strong>de</strong>sempenho<br />

ambiental, contudo figuram como prioritárias pelo gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga<br />

poluidora o que, na hipótese <strong>de</strong> não operação ou operação ina<strong>de</strong>quada do tratamento,<br />

significaria a efetivação <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ráveis <strong>de</strong>scargas poluentes no ambiente.<br />

As conclusões obtidas <strong>de</strong>sta análise estão sumarizadas no Quadro 5.8.<br />

8 <strong>Relatório</strong> Nº 15488-BR, Brasil, Gerenciamento da Poluição Ambiental no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

volume II: <strong>Relatório</strong> técnico, agosto 1996, página 60, ítem 2.3.3: Medidas Recomendadas.<br />

247,19<br />

2,20<br />

0,19<br />

0,02<br />

0,00<br />

0,02<br />

0,04<br />

0,04<br />

68,44<br />

2,35<br />

0,09<br />

2,37<br />

0,02<br />

-<br />

-<br />

2,18<br />

0,04<br />

0,02<br />

16,17<br />

341,44<br />

5-12<br />

692.627,13<br />

9,88<br />

62,55<br />

6,42<br />

0,19<br />

12,36<br />

89,75<br />

147,72<br />

8.624,59<br />

9.101,68<br />

332,35<br />

527,73<br />

5,34<br />

-<br />

-<br />

471,86<br />

9,11<br />

4,22<br />

3.501,84<br />

715.558,18


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.8 - GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EFLUENTES LÍQUIDOS PARA AS 10<br />

EMPRESAS E 5 SETORES DE MAIOR POTENCIAL<br />

10 Indústrias Setores Industriais<br />

Parâ-<br />

metro<br />

Participaçã<br />

opercentual<br />

em relação<br />

ao total <strong>de</strong><br />

carga na<br />

bacia (%)<br />

Participação<br />

percentual<br />

em relação ao<br />

total <strong>de</strong> vazão<br />

efluente na<br />

bacia<br />

Indústrias <strong>de</strong><br />

maior<br />

potencial<br />

em cada grupo,<br />

em relação à<br />

bacia<br />

Participação<br />

dos setores<br />

<strong>de</strong> maior<br />

potencial,<br />

em relação à<br />

bacia<br />

DBO5 87 menos <strong>de</strong> 15% KAISER BEBIDAS<br />

(38%); (74%);<br />

BRAHMA QUÍMICO<br />

(17%); PEPSI- (11%)<br />

COLA<br />

MARIA<br />

CANDIDA<br />

e<br />

MS 97 95%, sendo<br />

que 81%<br />

correspon<strong>de</strong> à<br />

vazão da<br />

COSIGUA<br />

(15%)<br />

FCC (46%);<br />

KAISER<br />

(18%);<br />

BRAHMA<br />

(18%)<br />

O&G 99 84% COSIGUA<br />

(70%);<br />

RECOURO<br />

Índice<br />

Chemioto<br />

x<br />

Volume<br />

<strong>de</strong><br />

Efluentes<br />

Líquidos<br />

(20%)<br />

99 84% COSIGUA<br />

(94%)<br />

96% COSIGUA<br />

(77%)<br />

QUÍMICO<br />

(44%);<br />

BEBIDAS<br />

(44%)<br />

METALÚRG<br />

ICO (72%)<br />

METALÚRG<br />

ICO (97%)<br />

METALÚRG<br />

ICO (80%);<br />

BEBIDAS<br />

(13%)<br />

Participação<br />

dos 5 setores<br />

prioritários<br />

em relação<br />

ao total <strong>de</strong><br />

vazão<br />

efluente na<br />

bacia(%)<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Comentários<br />

14 Kaiser e a Brahma,<br />

embora em <strong>de</strong>staque,<br />

operam<br />

satisfatoriamente, com<br />

tratamento capaz <strong>de</strong><br />

reduzir 98% da carga<br />

orgânica<br />

16<br />

80% (para o<br />

setor<br />

metalúrgico)<br />

No cálculo do índice Chemiotox está contemplada a <strong>de</strong>scarga tóxica incluindo os<br />

metais pesados. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> metais pesados nos efluentes <strong>de</strong><br />

diferentes setores industriais está individualizada no Quadro 5.9.<br />

85<br />

98<br />

5-13


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 5.9:POSSIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE METAIS PESADOS<br />

Setor Indice IBGE Cobre Cadmio Zinco Mercurio Niquel Cromo Chumbo<br />

PROD. MINERAIS NAO METALICOS 10 o o o o o n o<br />

METALURGIA 11 o o o o o o o<br />

MECANICA 12 o n o n n n o<br />

MAT. ELET. E COM./TRANSPORTE 13-14 o o o o o o n<br />

MADEIRA 15 n o o n n o n<br />

PAPEL E PAPELAO 17 o n o o o n o<br />

BORRACHA 18 nd nd nd nd nd nd nd<br />

COUROS, PELES E PROD. SIMILARES 19 o o n n n o n<br />

QUIMICA/PROD.FARM./PERFUMARIA 20-21-22-23 o o o o o o o<br />

TEXTIL 24 n n n n n n n<br />

PROD.ALIMENTARES/BEBIDAS 26-27 nd nd nd nd nd nd nd<br />

EDIT.GRAFICA/SERV. IND. UTIL. PUBL. 29-35 nd nd nd nd nd nd nd<br />

SERVICOS AUXILIARES DIVERSOS 55 nd nd nd nd nd nd nd<br />

VESTUARIO, CALCADOS E ARTEFATOS D 25 nd nd nd nd nd nd nd<br />

MOBILIARIO<br />

o - forte possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência<br />

n - fraca possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência<br />

nd - possibilida<strong>de</strong> não <strong>de</strong>finida<br />

16 nd nd nd nd nd nd nd<br />

O Quadro 5.10 apresenta a distribuição em termos percentuais, por bacias<br />

hidrográficas, dos resultados obtidos da estimativa <strong>de</strong> cargas poluentes em efluentes<br />

líquidos.<br />

Note-se <strong>de</strong>sta análise que, do volume total <strong>de</strong> efluentes industriais potencialmente<br />

gerados na área <strong>de</strong> estudo, 78% são lançados na bacia do rio da Guarda, que conta<br />

também com os maiores potenciais <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> óleos&graxas e substâncias tóxicas.<br />

Isto se explica em parte pela presença do Distrito Industrial <strong>de</strong> Santa Cruz e em<br />

especial da empresa si<strong>de</strong>rúrgica COSIGUA.<br />

Ressalta-se que em geral, os lançamentos <strong>de</strong> efluentes industriais ocorrem no baixo<br />

curso dos rios principais da maioria <strong>de</strong> bacias da área <strong>de</strong> estudo.<br />

Quadro 5.10: % SUB-BACIA (100 empresas)<br />

EFLUENTES LÍQUIDOS<br />

Sub-bacia No No Vazão DBO MS O&G Chemiotox<br />

empresas empreg. m 3 /dia kg/dia kg/dia kg/dia<br />

INDÚSTRIAS NA COSTA 3 3 1 0 0 1 1<br />

RIO SAO PEDRO 1 0 0 0 0 0 0<br />

RIO JACAREI 1 0 0 0 0 0 0<br />

RIO IPIRANGA 3 2 1 5 1 0 0<br />

RIO MAZOMBA 5 4 0 0 0 1 0<br />

RIO DOS POÇOS 9 2 1 5 1 0 0<br />

RIO PIRAQUÊ 6 11 0 1 0 0 0<br />

RIO MACACO 8 10 1 7 0 1 0<br />

RIO QUEIMADOS 6 10 6 49 20 0 0<br />

RIO GUANDU 17 17 5 7 49 6 3<br />

RIO DA GUARDA 17 26 78 4 9 72 95<br />

RIO GUANDU MIRIM 24 14 6 22 18 20 1<br />

Total 100 100 100 100 100 100 100<br />

Obs.: Dados resultantes da mo<strong>de</strong>lagem que <strong>de</strong>verão ser validados e confirmados por investigação in situ<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-14


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS<br />

Os resultados globais da mo<strong>de</strong>lagem para resíduos sólidos são apresentados por setor<br />

industrial no Quadro 5.11. Estima-se um potencial <strong>de</strong> geração total <strong>de</strong> 372.568 TM/ano <strong>de</strong><br />

resíduos industriais das diferentes classes. 9 Desse volume, haveria 45.482 TM/ano<br />

categorizadas como perigosas, representando 12% do volume total <strong>de</strong> resíduos industriais.<br />

Da carga total <strong>de</strong> resíduos perigosos, 16,5% seriam do tipo orgânicos e o restante, 85,5%,<br />

resíduos perigosos inorgânicos.<br />

Os resíduos industriais classificados pela NB 10.004 como não perigosos (classes II e<br />

III) representariam cerca <strong>de</strong> 327.085 TM/ano e seriam compostos <strong>de</strong> 6% <strong>de</strong> resíduos<br />

orgânicos e 94% <strong>de</strong> resíduos inorgânicos.<br />

Tem-se ainda, com base em dados obtidos junto à FEEMA, que o passivo ambiental em<br />

termos <strong>de</strong> volume <strong>de</strong> resíduos perigosos (RP) acumulados em estoque na área da bacia, é<br />

da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 7.238.020 TM, a maior parte <strong>de</strong>les <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da empresa Ingá.<br />

Ressalta-se que não se dispôs, para configuração <strong>de</strong> passivo ambiental, <strong>de</strong> dados quanto a<br />

resíduos acumulados nas antigas instalações do Centro <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Resíduos -<br />

CENTRES, situado no município <strong>de</strong> Queimados - bacia do rio Guandu - sub-bacia do rio<br />

Queimados. Sabe-se no entanto que para ali são dirigidos para estocagem resíduos<br />

perigosos <strong>de</strong> várias indústrias da bacia, <strong>de</strong>ntre elas a própria Casa da Moeda, que dispõe<br />

ainda <strong>de</strong> instalações para estoque <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> sua área industrial.<br />

QUADRO 5.11: POTENCIAL DE PRODUÇÃO DE RESÍDUOS POR SETOR INDUSTRIAL<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

Índice Setor No No RP Orgânico RP Inorgân. RnP Orgânico RnP Inorgân. Passivo<br />

IBGE empresas empreg. TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano<br />

10 PRODUTOS MINERAIS NAO METALICOS 14 360 288,40 346,96 50,40<br />

91,08<br />

11 METALURGIA 23 8.480 3.458,91 27.530,50 10.538,29 298.252,70 7.223.020,00<br />

12 MECANICA 4 1.218 155,44 369,14 382,45 120,58<br />

13 MATERIAL ELETRICO E DE COMUNICACOES 1 86 12,04 92,22 33,20<br />

38,01<br />

14 TRANSPORTE 5 78 10,92 83,64 30,11<br />

34,48<br />

15 MADEIRA 1 4<br />

0,04<br />

0,02<br />

3,52<br />

0,01<br />

16 MOBILIARIO 1 114<br />

1,28<br />

0,45 100,32<br />

0,23<br />

17 PAPEL E PAPELAO 1 203<br />

-<br />

-<br />

235,20<br />

-<br />

18 BORRACHA 4 2.614 14,68<br />

6,08 3.847,58 383,24<br />

0,14<br />

19 COUROS, PELES E PRODUTOS SIMILARES 1 230 50,09 57,14<br />

1,84 120,52<br />

20 QUIMICA<br />

21 PRODUTOS FARMACEUTICOS E VETERINARIOS<br />

22 PERFUMARIAS,SABOES E VELAS<br />

18 1.511 1.017,78 9.036,00 1.027,47 6.576,97<br />

-<br />

23 PRODUTOS DE MATERIAS PLASTICAS 3 860 1.808,08 391,37 869,46 760,24<br />

24 TEXTIL 5 986 52,27<br />

3,33 2.009,47<br />

59,16<br />

25 VESTUARIO, CALCADOS E ARTEFATOS DE TECIDOS 1 502 26,61<br />

1,70 1.023,08<br />

30,12<br />

26 PRODUTOS ALIMENTARES 5 321<br />

2,96<br />

3,48<br />

5,25<br />

3,44<br />

27 BEBIDAS 7 3.205 18,51 21,73 230,67<br />

25,07<br />

-<br />

29 EDITORIAL E GRAFICA 2 2.020 612,09<br />

5,81<br />

0,16 150,11 15.000,00<br />

30 DIVERSOS 1 16<br />

0,15<br />

0,17<br />

0,26<br />

0,17<br />

31 UNIDADES DE APOIO E SERVICOS INDUSTRIAIS<br />

32 PRODUTOS DE MINERAIS RADIOATIVOS<br />

2 39<br />

0,36<br />

0,42<br />

0,64<br />

0,42<br />

34 GERAÇÃO DE ELETRICIDADE<br />

35 SERVICOS INDUSTRIAIS DE UTILIDADE PUBLICA<br />

51 SERVICOS DE ALOJAMENTO,ALIMENTACAO,PESSOAIS E SAUD<br />

55 SERVICOS AUXILIARES DIVERSOS<br />

1 279<br />

2,00<br />

-<br />

50,00<br />

-<br />

Total 100 23.126 7.532,62 37.950,16 20.439,37 306.646,54 7.238.020,14<br />

Obs: Os valores representam potencial estimado <strong>de</strong> geração<br />

Legenda:COV - Compostos Orgânicos Voláteis ; HAP - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos<br />

O Quadro 5.12 apresenta os resultados obtidos das análises das <strong>de</strong>z indústrias e cinco<br />

setores prioritários para controle.<br />

9 Classe I + II +III<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-15


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.12 - GERAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS NAS 10 EMPRESAS E 5<br />

SETORES DE MAIOR POTENCIAL<br />

10 INDÚSTRIAS SETORES INDUSTRIAIS<br />

Parâmetro Participação Indústrias <strong>de</strong> Participação Participação Comentários<br />

do grupo em maior potencial individual dos Setores do grupo <strong>de</strong><br />

relação ao em cada grupo e <strong>de</strong> maior potencial em 5. em relação<br />

total <strong>de</strong> carga sua particip. relação ao total da ao total da<br />

na bacia individual no bacia<br />

bacia<br />

(%) total da bacia<br />

(%)<br />

Resíduos<br />

75 VALESUL (24%); METALURGICO (46%); 95 Classificados na<br />

Perigosos<br />

HIBORN (14%) MATÉRIA PLÁSTICA<br />

CLASSE I<br />

Orgânicos<br />

(24%)<br />

Resíduos<br />

93 COSIGUA (61%); METALURGICO (73%); 99 i<strong>de</strong>m anterior<br />

Perigosos<br />

PAN AMERICANA QUÍMICO (24%)<br />

Inorgânicos<br />

(19%)<br />

Resíduos<br />

88 COSIGUA (51%); METALURGICO (68%); 98 í<strong>de</strong>m anterior<br />

Perigosos<br />

PAN AMERICANA QUÍMICO (22%)<br />

Orgânicos e<br />

Inorgânicos<br />

(16%)<br />

Resíduos Não<br />

75 LATASA (26%); METALURGICO (52%); 90 Incluem os resíduos<br />

Perigosos<br />

MICHELIN (18%) BORRACHA (19%)<br />

inertes e não inertes,<br />

Orgânicos<br />

respectivamente<br />

enquadráveis nas<br />

CLASSE II e III,<br />

segundo ABNT-NBR<br />

10004.<br />

Resíduos Não<br />

99 COSIGUA (60%); METALURGICO (97%) 100 i<strong>de</strong>m anterior<br />

Perigosos<br />

Inorgânicos<br />

INGÁ (36%)<br />

Resíduos Não<br />

97 COSIGUA (56%); METALURGICO (94%) 99% i<strong>de</strong>m anterior<br />

Perigosos<br />

Orgânicos e<br />

Inorgânicos<br />

INGÁ (34%)<br />

Passivo Ambiental 100 INGÁ (99,5%)<br />

Resíduos<br />

Perigosos e Não<br />

Perigosos<br />

95 COSIGUA (55%);<br />

INGÁ (30%)<br />

METALURGICO (91%) 99% Classificados nas<br />

CLASSES I, II e III<br />

A distribuição percentual dos potenciais e do passivo por bacias hidrográficas é<br />

apresentada no Quadro 5.13. Deste conclui-se que:<br />

as bacias do rio Guandu e da Guarda figuram como as <strong>de</strong> maior potencial <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong> resíduos sólidos.<br />

42% dos resíduos perigosos orgânicos seriam potencialmente gerados por<br />

estabelecimentos localizados na bacia do rio Guandu, sabendo-se, do confronto com a<br />

base geográfica, que estes concentram-se na sub-bacia dos rios Poços-Queimados.<br />

Quanto aos resíduos perigosos inorgânicos, aproximadamente 82% do potencial <strong>de</strong><br />

geração anual da área <strong>de</strong> estudo concentra-se na bacia do rio da Guarda.<br />

Ainda na bacia do rio da Guarda estariam concentrados 31% do potencial <strong>de</strong> geração<br />

da área <strong>de</strong> estudo, em resíduos classes II e III (não inertes e inertes), do tipo orgânicos,<br />

bem como cerca <strong>de</strong> 60% <strong>de</strong> todos os resíduos classes II e III do tipo inorgânicos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-16


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 5.13: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS POTENCIAIS DE GERAÇÃO DE<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS POR BACIA HIDROGRÁFICA<br />

RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS<br />

Sub-bacia No No RP Org. RP Inorg. RnP Org. RnP Inorg. Passivo<br />

empresas empreg. TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano<br />

INDÚSTRIAS NA COSTA 3 3 0 0 0 36 99<br />

RIO SAO PEDRO 1 0 0 0 0 0 0<br />

RIO JACAREI 1 0 0 0 0 0 0<br />

RIO IPIRANGA 3 2 0 0 0 0 0<br />

RIO MAZOMBA 5 4 3 1 2 0 0<br />

RIO DOS POÇOS 9 2 3 1 2 0 0<br />

RIO PIRAQUÊ 6 11 11 1 20 0 0<br />

RIO MACACO 8 10 3 1 12 0 0<br />

RIO QUEIMADOS 6 10 8 4 8 0 0<br />

RIO GUANDU 17 17 42 8 19 3 0<br />

RIO DA GUARDA 17 26 17 82 31 60 0<br />

RIO GUANDU MIRIM 24 14 13 3 6 0 0<br />

Total 100 100 100 100 100 100 100<br />

Obs.: Dados resultantes da mo<strong>de</strong>lagem que <strong>de</strong>verão ser validados e confirmados por investigação in situ<br />

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />

Do conjunto das 100 empresas mo<strong>de</strong>ladas obteve-se estimativa para o total <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scargas poluentes em emissões atmosféricas não negligenciável. O Quadro 5.14 fornece<br />

as cargas potenciais por setor industrial para os parâmetros avaliados.<br />

QUADRO 5.14: POTENCIAL DE GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EMISSÕES ATMOSFÉRICAS POR SETOR INDUSTRIAL<br />

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS<br />

Índice Setor No No Partículas SO2 CO COV NOx CO2 HAP<br />

IBGE empresas empreg. TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano<br />

10 PRODUTOS MINERAIS NAO METALICOS 14 360 1.534,32 6.889,18 1.269,36 3.431,52 465,26 201.639,96 4,93<br />

11 METALURGIA 23 8.480 5.831,16<br />

12 MECANICA 4 1.218 1,81<br />

13 MATERIAL ELETRICO E DE COMUNICACOES 1 86 0,13<br />

14 TRANSPORTE 5 78 0,12<br />

15 MADEIRA 1 4 0,01<br />

16 MOBILIARIO 1 114 0,17<br />

17 PAPEL E PAPELAO 1 203 155,50<br />

18 BORRACHA 4 2.614 3,89<br />

19 COUROS, PELES E PRODUTOS SIMILARES 1 230 0,34<br />

20 QUIMICA<br />

21 PRODUTOS FARMACEUTICOS E VETERINARIOS<br />

22 PERFUMARIAS,SABOES E VELAS<br />

18 1.511 461,14<br />

23 PRODUTOS DE MATERIAS PLASTICAS 3 860 262,46<br />

24 TEXTIL 5 986 1,47<br />

25 VESTUARIO, CALCADOS E ARTEFATOS DE TECIDOS 1 502 0,75<br />

26 PRODUTOS ALIMENTARES 5 321 0,48<br />

27 BEBIDAS 7 3.205 4,78<br />

29 EDITORIAL E GRAFICA 2 2.020 3,01<br />

30 DIVERSOS 1 16 0,02<br />

31 UNIDADES DE APOIO E SERVICOS INDUSTRIAIS<br />

32 PRODUTOS DE MINERAIS RADIOATIVOS<br />

2 39 0,06<br />

34 GERAÇÃO DE ELETRICIDADE<br />

35 SERVICOS INDUSTRIAIS DE UTILIDADE PUBLICA<br />

51 SERVICOS DE ALOJAMENTO,ALIMENTACAO,PESSOAIS E SAUD<br />

55 SERVICOS AUXILIARES DIVERSOS<br />

1 279 232,00<br />

Total 100 23.126 8.493,62<br />

Obs: Os valores representam potencial estimado <strong>de</strong> geração<br />

Legenda:COV - Compostos Orgânicos Voláteis ; HAP - Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos<br />

23.198,82<br />

163.044,48<br />

1.048,10<br />

1.208,91<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5,12<br />

0,36<br />

0,33<br />

0,02<br />

0,48<br />

239,13<br />

10,98<br />

0,97<br />

2.655,73<br />

1.511,54<br />

4,14<br />

2,11<br />

1,35<br />

13,46<br />

8,48<br />

0,07<br />

0,16<br />

123,00<br />

34.665,42<br />

2,96<br />

0,21<br />

0,19<br />

0,01<br />

0,28<br />

182,50<br />

6,35<br />

0,56<br />

133,87<br />

76,20<br />

2,40<br />

1,22<br />

0,78<br />

7,79<br />

4,91<br />

0,04<br />

0,09<br />

340,00<br />

165.074,19<br />

3,14<br />

0,22<br />

0,20<br />

0,01<br />

0,29<br />

55,20<br />

6,74<br />

0,59<br />

52,25<br />

29,74<br />

2,54<br />

1,30<br />

0,83<br />

8,27<br />

5,21<br />

0,04<br />

0,10<br />

13,00<br />

4.659,30<br />

140,44<br />

9,92<br />

8,99<br />

0,46<br />

13,14<br />

150,22<br />

301,39<br />

26,52<br />

825,31<br />

469,73<br />

113,69<br />

57,88<br />

37,01<br />

369,54<br />

232,91<br />

1,84<br />

4,50<br />

4.332,00<br />

8.769,66<br />

2.027.335,65<br />

15.911,95<br />

1.123,50<br />

1.018,99<br />

52,26<br />

1.489,30<br />

90.680,10<br />

34.149,30<br />

3.004,72<br />

534.062,95<br />

303.967,00<br />

12.881,10<br />

6.558,13<br />

4.193,54<br />

41.870,12<br />

26.389,28<br />

209,02<br />

509,50<br />

1.019.966,00<br />

4.327.012,37<br />

5-17<br />

196,12<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

0,00<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

-<br />

201,06


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 5.15 - GERAÇÃO DE CARGAS POLUENTES EM EMISSÕES ATMOSFÉRICAS PARA<br />

AS 10 EMPRESAS E 5 SETORES DE MAIOR POTENCIAL DE GERAÇÃO<br />

INDÚSTRIAS SETORES INDUSTRIAIS<br />

Parâmetro Participação Participação Participação individual Participação dos 5<br />

das10 individual das dos Setores industriais setores <strong>de</strong> maior<br />

indústrias industrias <strong>de</strong> maior prioritários para controle potencial na bacia<br />

prioritárias na potencial em cada<br />

(%)<br />

bacia<br />

(%)<br />

grupo<br />

Partículas 75 COSIGUA (33%); METALÚRGICO (69%);<br />

98<br />

VALESUL (80%) PROD.MINERAIS NÃO<br />

METÁLICOS (18%)<br />

SO2 74 COSIGUA (32%); METALÚRGICO (67%); 100<br />

VALESUL (10%) PROD.MINERAIS NÃO<br />

METÁLICOS (20%)<br />

CO 96 COSIGUA (48%);<br />

VALESUL (14%);<br />

FORJAS e INGÁ (11%<br />

cada)<br />

METALÚRGICO (99%) 100<br />

COV 80 MORGANITE (17%); METALÚRGICO (74%);<br />

99<br />

IDEAL STANDARD PROD.MINERAIS NÃO<br />

(15%), COSIGUA<br />

(11%) e VULCÃO<br />

(10%)<br />

METÁLICOS (22%)<br />

NOX 73 FURNAS (49%) GERAÇÃO ELETR.(49%);<br />

METALÚRGICO (14%)<br />

83<br />

CO2 76 FURNAS (24%); METALÚRGICO (47%);<br />

94<br />

COSIGUA (22%) PROD.MINERAIS NÃO<br />

METÁLICOS (24%)<br />

HAP 94 COSIGUA (47%);<br />

VALESUL (14%);<br />

FORJAS e INGÁ (10%<br />

cada)<br />

METALÚRGICO (98%); 100<br />

Ressalta-se do quadro acima a participação da empresa COSIGUA, que figura como<br />

prioritária para controle <strong>de</strong> 6 <strong>de</strong>ntre os 7 parâmetros analisados.<br />

A sub-bacia do rio da Guarda é a que agrupa as indústrias com maior potencial <strong>de</strong><br />

emissões atmosféricas <strong>de</strong> natureza industrial na área <strong>de</strong> estudo, conforme mostrado no<br />

Quadro 5.16. Po<strong>de</strong>-se atribuir esta predominância, principalmente, pela presença das<br />

indústrias do parque industrial <strong>de</strong> Santa Cruz.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-18


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 5.16: DISTRIBUIÇÃO PERCENTUAL DOS POTENCIAIS DE GERAÇÃO DE<br />

EMISSÕES ATMOSFÉRICAS POR BACIAS HIDROGRÁFICAS<br />

Sub-bacia No No Partículas SO2 CO COV NOx CO2 HAP<br />

empresas empreg. TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano TM/ano<br />

INDÚSTRIAS NA COSTA 3 3 7 7 11 2 1 5 10<br />

RIO SAO PEDRO 1 0 0 0 0 0 0 0 0<br />

RIO JACAREI 1 0 0 0 0 2 0 0 0<br />

RIO IPIRANGA 3 2 0 0 0 0 1 0 0<br />

RIO MAZOMBA 5 4 2 2 1 3 2 1 1<br />

RIO DOS POÇOS 9 2 5 5 3 12 2 2 3<br />

RIO PIRAQUÊ 6 11 2 3 0 3 5 4 1<br />

RIO MACACO 8 10 1 1 1 2 3 1 1<br />

RIO QUEIMADOS 6 10 11 11 11 17 4 6 11<br />

RIO GUANDU 17 17 21 19 18 8 62 44 17<br />

RIO DA GUARDA 17 26 45 45 51 45 13 30 51<br />

RIO GUANDU MIRIM 24 14 6 6 4 6 7 7 5<br />

Total 100 100 100 100 100 100 100 100 100<br />

Obs.: Dados resultantes da mo<strong>de</strong>lagem que <strong>de</strong>verão ser validados e confirmados por investigação in situ<br />

RESUMO DAS ANÁLISES<br />

O Quadro 5.17 apresenta as principais conclusões da avaliação do potencial poluidor<br />

do parque industrial da bacia. Além disto, com base na análise ambiental integrada, temse<br />

as seguintes conclusões adicionais:<br />

A principal forma <strong>de</strong> poluição industrial na bacia dá-se através da contaminação dos<br />

corpos hídricos, por efluentes líquidos ou resíduos sólidos;<br />

A poluição atmosférica apresenta menor relevância, porém existem zonas industriais<br />

situadas em áreas <strong>de</strong> baixa dispersão, em especial as zonas industriais da RA <strong>de</strong><br />

Campo Gran<strong>de</strong> e a ZUPI Seropédica, recomendando-se cuidados no licenciamento <strong>de</strong><br />

indústrias na expansão <strong>de</strong>stas áreas;<br />

Atualmente a poluição ambiental mais relevante associada ao setor industrial é<br />

relacionada à contaminação ambiental por metais pesados. Esta, embora <strong>de</strong>corrente do<br />

lançamento <strong>de</strong>stes em vários pontos do sistema hídrico da bacia, tem como principal<br />

compartimento os sedimentos <strong>de</strong> fundo da baía <strong>de</strong> Sepetiba, em especial na sua porção<br />

leste, figurando a indústria Ingá, com lançamentos e <strong>de</strong>rramamentos aci<strong>de</strong>ntais<br />

diretamente na costa, como principal geradora <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> poluição;<br />

No contexto atual, a poluição orgânica <strong>de</strong> origem industrial é <strong>de</strong> menor relevância, face<br />

ao bom <strong>de</strong>sempenho ambiental das principais indústrias com potencial <strong>de</strong> geração<br />

<strong>de</strong>stas cargas, bem como, frente aos níveis <strong>de</strong> poluição <strong>de</strong> origem doméstica<br />

verificados na bacia, extremamente mais elevados que o potencial atual <strong>de</strong> geração<br />

industrial;<br />

Os principais cursos d’água que recebem efluentes industriais são: rio Poços-<br />

Queimados, que drena áreas industriais do município <strong>de</strong> Queimados; Prata do<br />

Mendanha e Campinho, afluentes do Guandu-Mirim, que drenam as áreas industriais<br />

<strong>de</strong> Campo Gran<strong>de</strong>, sendo que o primeiro também recebe as águas <strong>de</strong> lavagem da ETA<br />

do Guandu; o Canal do Itá, que drena as áreas industriais da porção leste da RA <strong>de</strong><br />

Santa Cruz e o Canal <strong>de</strong> Santo Agostinho, que drena o DI <strong>de</strong> Santa Cruz.<br />

Quanto aos resíduos sólidos, em que pese o consi<strong>de</strong>rável potencial <strong>de</strong> geração existente<br />

na bacia, o problema mais urgente situa-se no equacionamento dos passivos ambientais<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-19


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

acumulados, em especial consi<strong>de</strong>rando-se a precarieda<strong>de</strong> das condições <strong>de</strong> estoque das<br />

cargas acumuladas.<br />

QUADRO 5.17 RESUMO DOS PRINCIPAIS ASPECTOS QUANTO A<br />

POLUIÇÃO INDUSTRIAL<br />

UNIDADES EFLUENTES<br />

LIQUIDOS<br />

Os três setores - Metalúrgica<br />

industriais prioritários - Química<br />

- Bebidas<br />

As três indústrias<br />

prioritárias<br />

Sub-bacias<br />

prioritárias<br />

- Kaiser<br />

- Brahma<br />

- COSIGUA<br />

- Rio da Guarda<br />

- Rio Guandu Mirim<br />

- Rio Guandu<br />

Comentários A COSIGUA<br />

classifica-se a primeira<br />

em 3 dos 5 parâmetros<br />

analisados.<br />

RESÍDUOS<br />

SÓLIDOS<br />

- Metalúrgica<br />

- Química<br />

- Borracha<br />

- COSIGUA<br />

- Ingá<br />

- Pan Americana<br />

- Rio da Guarda<br />

- rio Guandu<br />

COSIGUA e Ingá<br />

são <strong>de</strong>terminantes.<br />

EMISSÕES<br />

ATMOSFÉRICAS<br />

- Metalúrgica<br />

- Geração <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

- Produtos Não<br />

Metálicos<br />

- COSIGUA<br />

- Furnas Centrais<br />

Elétricas<br />

- Valesul<br />

- Rio da Guarda<br />

- rio Guandu<br />

COSIGUA classifica-se<br />

a primeira em 4 dos<br />

parâmetros analisados.<br />

Furnas Centrais Elétricas<br />

S/A classifica-se a primeira<br />

em 2 dos parâmetros<br />

analisados.<br />

ESPACIALIZAÇÃO DOS RESULTADOS<br />

A Figura 5.1 apresenta a espacialização da base industrial por setor <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>,<br />

ilustrando as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> avaliação ambiental integrada estabelecidas pela<br />

associação do banco <strong>de</strong> dados resultante da avaliação do potencial poluidor das indústrias<br />

com os diferentes elementos do sistema hídrico ou outros compartimentos ambientais da<br />

bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

5-20


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

6. EROSÃO E SEDIMENTAÇÃO<br />

Aquestão dos transporte <strong>de</strong> sedimentos para a baía <strong>de</strong> Sepetiba é um fenômeno<br />

natural <strong>de</strong>terminado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre pelos condicionantes físicos da bacia. Ocorre<br />

porém, que este vem sendo agravado nos últimos trinta anos, em <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><br />

diversas ativida<strong>de</strong>s antrópicas, que concorrem para a <strong>de</strong>gradação dos solos e a<br />

redução da cobertura vegetal, <strong>de</strong> forma disseminada, em todo o espaço da bacia. Estas<br />

ações contribuem em menor ou maior grau para a intensificação da produção e do o<br />

transporte dos sedimentos, cujo resultado se faz sentir através do assoreamento das calhas<br />

dos rios e finalmente na baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

As principais fontes <strong>de</strong> sedimentos estão associadas:<br />

PRINCIPAIS FONTES DE SEDIMENTOS<br />

ao rio Paraíba como <strong>de</strong>corrência da transposição <strong>de</strong> águas Paraíba / Guandu;<br />

à extração <strong>de</strong> areia no leito e na calha fluvial;<br />

à urbanização;<br />

ao <strong>de</strong>sflorestamento;<br />

à remoção <strong>de</strong> solos e <strong>de</strong>tritos das vertentes e;<br />

à disposição <strong>de</strong> resíduos sólidos.<br />

Transposição <strong>de</strong><br />

águas Paraíba /<br />

Guandu<br />

Realizada a partir <strong>de</strong> 1962, elevou as vazões aduzidas ao longo da<br />

calha do rio Guandu / canal <strong>de</strong> São Francisco, para valores em<br />

média <strong>de</strong> 168 m 3 /s, o que representa o triplo da <strong>de</strong>scarga média<br />

natural afluente a baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

A magnitu<strong>de</strong> das vazões artificiais introduzidas nos rios Lajes /<br />

Guandu, provocou a ruptura do equilíbrio natural, que ao longo<br />

das primeiras décadas, após sua implantação, ocasionou alterações<br />

geomorfológicas na calha dos rios, constituindo-se em fonte<br />

expressiva <strong>de</strong> sedimentos, hoje eventualmente esgotada pela<br />

estabilização do processo erosivo ao encontrar substrato rochoso:<br />

as lajes <strong>de</strong> Ribeirão das Lajes.<br />

Entretanto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início até os dias atuais, as águas do Paraíba<br />

chegam ao sistema Guandu carregadas <strong>de</strong> sedimentos, mesmo após<br />

passar pelo o conjunto <strong>de</strong> reservatórios da LIGHT a montante da<br />

UHE <strong>de</strong> Pereira Passos. (ver Figura 6.1)<br />

Dentre os resultados <strong>de</strong>stes processos citam-se:<br />

a) elevação do status geomorfológico do antigo Ribeirão das Lajes<br />

/ Guandu, que <strong>de</strong> afluente do Santana passou a rio principal;<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

6-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

b) reentalhamento e adaptação das calhas fluviais do sistema<br />

hidrográfico do Guandu ao novo padrão hidrológico;<br />

c) ocupação da baía <strong>de</strong> Sepetiba com sedimentos, em ritmo bem<br />

superior ao que normalmente ocorreria sem a transposição;<br />

d) projeção das águas doces sobre as salgadas ocasionando:<br />

♦ a diminuição da intrusão salina que se observa a partir<br />

da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

♦ o aumento <strong>de</strong> áreas encharcadas ou permanentemente<br />

inundadas<br />

♦ dificulda<strong>de</strong>s na drenagem dos efluentes líquidos das<br />

áreas laterais<br />

e) aumento da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> arrasto <strong>de</strong> sedimentos em suspensão<br />

e <strong>de</strong> erosão das margens dos canais fluviais.<br />

Extração <strong>de</strong> areia Esta ativida<strong>de</strong> vem ocorrendo há décadas nos rios Guandu e<br />

afluentes (Macacos e Santana) em areais <strong>de</strong> leito, e no Guarda –<br />

Itaguaí – valão dos Bois, em jazidas <strong>de</strong> margem, como na<br />

conhecida “Reta <strong>de</strong> Piranema” que ocupa área <strong>de</strong> (5 x 20) km 2 .<br />

Nestes últimos areais o material dragado (areia + silte +argila +<br />

água), após retirada da areia, volta à calha fluvial. Este fato, que<br />

burla a legislação ambiental, provoca gran<strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z<br />

nas águas fluviais receptoras.<br />

Urbanização A situação, sobretudo na região <strong>de</strong> baixada, é caótica. Não há<br />

coleta <strong>de</strong> esgotos e a <strong>de</strong> lixo é bastante <strong>de</strong>ficiente, com disposição<br />

final ina<strong>de</strong>quada, localizada por diversas vezes às margens <strong>de</strong><br />

cursos d’água e em encostas. As ruas são, <strong>de</strong> modo geral,<br />

<strong>de</strong>scobertas tornando-se fontes privilegiadas <strong>de</strong> sedimento. Fora da<br />

Baixada a situação melhora, não a ponto <strong>de</strong> se inverter. De<br />

qualquer modo é na Baixada que estão as principais fontes <strong>de</strong><br />

sedimentos, incluindo aí, aqueles que nela ingressam através da<br />

transposição das águas do Paraíba.<br />

Desflorestamento O aparecimento <strong>de</strong> ravinas e voçorocas, marcas expressivas da<br />

<strong>de</strong>gradação ambiental nas bacias do Santana e São Pedro, áreas do<br />

litoral <strong>de</strong> Mangaratiba até Marambaia entre outras, são<br />

conseqüências <strong>de</strong>sta ativida<strong>de</strong> que vem ocorrendo na bacia, junto<br />

com o <strong>de</strong>smatamento.<br />

Remoção intensa<br />

<strong>de</strong> solos das<br />

vertentes<br />

É o resultado <strong>de</strong> ações superpostas ou isoladas envolvendo práticas<br />

agrícolas nocivas, edificações e/ou vias <strong>de</strong> transporte com projetos,<br />

e/ou construção ina<strong>de</strong>quadas ou não concluídas.<br />

Essas “remoções” po<strong>de</strong>m ainda, em alguns casos, se transformarem<br />

em “<strong>de</strong>slizamentos <strong>de</strong> massas”, por vezes catastróficos e com riscos<br />

não <strong>de</strong>sprezíveis. Nas áreas serranas (sobretudo na vertente atlântica<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

6-2


Resíduos sólidos<br />

urbanos e<br />

industriais<br />

Chuva (mm/ano) Vazão (m 3 /s)<br />

1800<br />

1600<br />

1400<br />

1200<br />

1000<br />

800<br />

600<br />

400<br />

200<br />

0<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

da serra do Mar) ocorrem as maiores tormentas do Brasil com<br />

elevados registros <strong>de</strong> “chuvas intensas”, e consequente <strong>de</strong>posição<br />

<strong>de</strong>ntrítica na orla marítima, contribuindo assim para o agravamento<br />

da situação.<br />

Incluindo-se neste ítem a disposição dos resíduos sólidos urbanos e<br />

industriais, que <strong>de</strong> um modo geral não contam com um<br />

planejamento geral que controle sua afluência às calhas fluviais da<br />

bacia <strong>de</strong> Sepetiba. As iniciativas <strong>de</strong> controle <strong>de</strong>ssa fonte <strong>de</strong><br />

sedimentos são esporádicas e muito localizadas. Registra-se aqui a<br />

expressiva quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos, da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 18 t/dia,<br />

provenientes da limpeza dos <strong>de</strong>cantadores e filtros da ETA do<br />

Guandu, ricos em produtos químicos utilizados no tratamento da<br />

água, que são lançados no rio Guandu-Mirim, sem tratamento.<br />

143<br />

Total<br />

55<br />

Bacia<br />

31<br />

Guandu<br />

FIGURA 6.1 - A TRANSPOSIÇÃO<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

Área Total<br />

da Bacia<br />

2.617 km 2<br />

Guandu<br />

53 %<br />

Lajes<br />

13 %<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

%<br />

Área<br />

TRANSPORTE E DEPOSIÇÃO DOS SEDIMENTOS<br />

Com o aumento das fontes <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sedimentos amplia-se também a competência<br />

no transporte. Esses aspectos são observados na área rural com a maior facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

fluxo do escoamento em lençol e também na área urbana, com o incremento das cheias e<br />

concentração <strong>de</strong> fluxo das drenagens <strong>de</strong> rodovias e cortes <strong>de</strong> um modo geral.<br />

No caso especial do Guandu, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transportar é, após a transposição, em<br />

média o triplo daquela que ocorria em condições naturais, ocorrendo ainda ao longo <strong>de</strong><br />

todos os dias, <strong>de</strong>vido à curva <strong>de</strong> atendimento energético, vazões turbinadas, que variam na<br />

faixa <strong>de</strong> 150 a 300 m³/s, aumentando ainda mais a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte dos<br />

sedimentos <strong>de</strong> calha.<br />

A <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos é um fato físico ocorrente nos interfluvios, calhas fluviais e <strong>de</strong><br />

forma expressiva e inconveniente na baía <strong>de</strong> Sepetiba. Superposta ao fato físico, há a ação<br />

humana que altera o processo, acelerando-o e/ou colocando outros ingredientes ao<br />

fenômeno. São exemplos expressivos <strong>de</strong>ssa superposição:<br />

6-3


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

♦ O “entulhamento” das calhas com lixo e sedimentos que se observa na totalida<strong>de</strong> dos<br />

rios da Baixada, em especial nas zonas <strong>de</strong>nsamente habitadas como Itaguaí,<br />

Queimados (UP2 e UP3); Nova Iguaçu e Rio <strong>de</strong> Janeiro (UP4 e UP5).<br />

♦ A construção <strong>de</strong> canais artificiais para saneamento da região ocasionando uma<br />

concentração <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong> água e <strong>de</strong> sedimentos na foz dos rios da Guarda (valão dos<br />

Bois), São Francisco (Guandu) e Guandu (Guandu-Mirim) nas UPs. 2 a 5.<br />

♦ O lançamento <strong>de</strong> efluentes industriais contendo metais pesados, que associam-se aos<br />

sedimentos em suspensão (silte e argila), e transportados até a baía, são motivo <strong>de</strong><br />

preocupação permanente pelo impacto que po<strong>de</strong>rá causar sobre a biota fluvial e<br />

marinha.<br />

Verifica-se que a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos é intensa, sobretudo na porção Leste da baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba entre a Ilha da Ma<strong>de</strong>ira e Guaratiba. De em modo geral, essa <strong>de</strong>posição foi<br />

provocada pelos agentes anteriormente <strong>de</strong>scritos, o que provocou ou vem provocando, em<br />

poucas décadas, o surgimento do <strong>de</strong>lta do canal <strong>de</strong> São Francisco, que se comprova com o<br />

confronto das cartas náuticas <strong>de</strong> 1868, 1935 e 1991. Durante as visitas <strong>de</strong> campo, e<br />

confirmado pelos resultados do mo<strong>de</strong>lo hidrodinâmico, observa-se que os sedimentos que<br />

são arrastados para o extremo leste da baía, região <strong>de</strong> Guaratiba, possuem pequena<br />

mobilida<strong>de</strong> ocasionada pela baixa circulação <strong>de</strong> água nesta região, contribuindo assim<br />

para um processo <strong>de</strong> assoreamento e redução da profundida<strong>de</strong> da baía. Verifica-se por<br />

exemplo, que na foz do Cabuçu – Piraquê (UP9), os sedimentos em suspensão ficam ao<br />

sabor do vai-e-vem das marés, a<strong>de</strong>ntrando os estuários (5 a 10 km) até on<strong>de</strong> a energia da<br />

maré os possa levar.<br />

A <strong>de</strong>posição cumulativa <strong>de</strong> sedimentos no extremo leste da baía, como <strong>de</strong>corrência do<br />

<strong>de</strong>lta, provoca <strong>de</strong>slocamento das correntes para o Sul, com eventual repercussão sobre a<br />

costa interior da restinga.<br />

Na parte Oeste da baía, o transporte <strong>de</strong> sedimentos se dá com menor intensida<strong>de</strong>,<br />

existindo situações isoladas, como a provocada pelo rio da Prata em Muriqui<br />

(Mangaratiba), que por ocasião <strong>de</strong> forte chuva carreou gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sedimentos<br />

até a praia, afetando inclusive a marina do Iate Clube <strong>de</strong> Muriqui. Tal fato, po<strong>de</strong>rá ocorrer<br />

em outras calhas fluviais engordando as praias da costa, sendo <strong>de</strong>corrente da ocorrência<br />

<strong>de</strong> sedimentos oriundos das lábeis encostas <strong>de</strong> solo residual, colocadas a <strong>de</strong>scoberto com a<br />

implantação <strong>de</strong> sistema viário na vertente oceânica da serra do Mar, em especial a Rio-<br />

Santos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

6-4


100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

0%<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Aporte Total à Baía<br />

100% 1.200.000 m3/ano<br />

Guandu<br />

75% 900.000 m3/ano<br />

Outras Bacias<br />

25% 300.000 m3/ano<br />

FIGURA 6.2 - SEDIMENTOS<br />

100%<br />

90%<br />

80%<br />

70%<br />

60%<br />

50%<br />

40%<br />

30%<br />

20%<br />

10%<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

0%<br />

Aporte pela Bacia do Guandu<br />

Produzido na Bacia<br />

( 72 %)<br />

Paraiba<br />

( 28 %)<br />

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES<br />

Os estudos realizados i<strong>de</strong>ntificaram 35 (trinta e cinco) cursos d’água afluentes à baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba. Entre estes, <strong>de</strong>stacam-se aqueles situados nas UPs 2 a 5 como responsáveis pela<br />

quase totalida<strong>de</strong> dos aportes líquidos e sólidos à baía <strong>de</strong> Sepetiba, sobretudo no tocante<br />

aos sedimentos finos, concentrados ao longo <strong>de</strong> uma extensão <strong>de</strong> 4km, entre a foz do<br />

Mazomba e a foz do Guandu-Mirim. Com base nos estudos realizados, conclui-se que o<br />

aporte global <strong>de</strong> sedimentos à baía <strong>de</strong> Sepetiba po<strong>de</strong> ser estimado em 1.150.000 t/ano, dos<br />

quais 75% são oriundos do Guandu, aí incluídos os sedimentos transpostos da bacia do<br />

Paraíba do Sul(28% do total).<br />

No Quadro 6.1 é apresentada uma estimativa <strong>de</strong> aporte <strong>de</strong> sedimentos gerados na bacia,<br />

por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento - UP.<br />

QUADRO 6.1 - PRODUÇÃO DE SEDIMENTOS POR UNIDADE DE PLANEJAMENTO<br />

SIGLA DESIGNAÇÃO ÁREA<br />

(km 2 )<br />

Qst<br />

(1.000t/ano)<br />

Qst/Área<br />

(t/ano/km 2)<br />

UP1 Litoral Oeste 312 137 439<br />

UP2 Mazomba 96 16 167<br />

UP3 Guarda 338 73 216<br />

UP4 Guandu 1.395 862 618<br />

UP5 Guandu-Mirim 180 31 172<br />

UP6 Cação Vermelho 70 8 114<br />

UP7 Sepetiba 54 5 93<br />

UP8 Cabuçu-Piraquê 105 12 114<br />

UP9 Guaratiba 67 6 90<br />

TOTAL 2.617 1.150 439<br />

A estimativa total obtida a partir <strong>de</strong> medições no período 69/94 mostrou-se bem<br />

representativa das condições atuais conforme constatado nas visitas <strong>de</strong> campo. Por outro<br />

lado, aponta para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se recuperar o território e acompanhar <strong>de</strong> perto os<br />

6-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

reflexos sobre a baía <strong>de</strong> Sepetiba. A produção total <strong>de</strong> sedimentos na área <strong>de</strong> maior<br />

criticida<strong>de</strong> da bacia <strong>de</strong> Sepetiba, Guandu-UP4, conduz a um valor superior a 500<br />

t/ano/km 2 , valor este que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como crítico sob o ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong><br />

produção <strong>de</strong> sedimentos.<br />

Desta forma, faz-se necessário que se implementem na região, programas específicos com<br />

o objetivo <strong>de</strong> redução dos sedimentos nos rios, bem como <strong>de</strong> monitoramento dos cursos<br />

d’água, para avaliações mais precisas da produção <strong>de</strong> sedimentos. Em outras palavras, se<br />

não forem tomadas medidas para evitar a progressão da atual taxa <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

sedimentos, po<strong>de</strong>rão ocorrer os seguintes fatos:<br />

♦ alterações a curtíssimo prazo das características geométricas e hidrodinâmicas da baía<br />

<strong>de</strong>vido ao lançamento <strong>de</strong> sedimentos da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1.150.000 m3/ano, com tendência a<br />

se <strong>de</strong>slocar para a zona Leste da baía, aí se concentrando;<br />

♦ <strong>de</strong>terioração e/ou extinção da fauna aquática <strong>de</strong>vido aos atuais níveis <strong>de</strong> poluição<br />

industrial, associado à incorporação <strong>de</strong> metais aos sedimentos finos em suspensão.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

6-6


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

7. A BAÍA DE SEPETIBA<br />

Observam-se hoje inúmeras formas <strong>de</strong> uso e apropriação dos recursos ambientais<br />

da Baía <strong>de</strong> Sepetiba, que são exercidas em diferentes níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

ambiental. Os estudos realizados, apontaram inúmeros conflitos <strong>de</strong>correntes da<br />

interferência <strong>de</strong> certas ativida<strong>de</strong>s sobre a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outras, e elevado<br />

nível <strong>de</strong> pressão sobre o ecossistema da baía como um todo. Dentre os usos e processos<br />

i<strong>de</strong>ntificados, os quais são ilustrados no mapa temático 7, <strong>de</strong>stacam-se:<br />

− Ativida<strong>de</strong>s Militares<br />

− Ativida<strong>de</strong>s Industriais<br />

− Urbanização e Edificações <strong>de</strong> Lazer<br />

− Ativida<strong>de</strong>s Turística e <strong>de</strong> Lazer<br />

− Ativida<strong>de</strong>s Pesqueiras<br />

− Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Navegação e Infra-estrutura Portuária<br />

− Aporte Fluvial <strong>de</strong> Cargas Orgânicas, Oleosas e <strong>de</strong> Lixo<br />

− Aporte Fluvial <strong>de</strong> Sedimento<br />

Uma apreciação sobre os impactos associados a estes aspectos é apresentada adiante.<br />

IMPACTOS CAUSADOS PELAS ATIVIDADES MILITARES<br />

Os impactos causados por ativida<strong>de</strong>s militares na restinga da Marambaia são<br />

aparentemente irrisórios, dado o excelente estado da restinga. O principal impacto já<br />

ocorreu, com a instalação do CTEX em plena Reserva Biológica e Arqueológica <strong>de</strong><br />

Guaratiba. Admite-se que caso a restinga da Marambaia não fosse <strong>de</strong>stinada ao uso<br />

militar, seu espaço já estaria totalmente loteado.<br />

IMPACTOS CAUSADOS PELA INDÚSTRIA<br />

Em que pese haver um controle sistemático exercido pela FEEMA através do SLAP, as<br />

evidências mostram que muitas indústrias não cumprem as <strong>de</strong>terminações daquela<br />

instituição.<br />

A problemática dos metais pesados na baía <strong>de</strong> Sepetiba envolve diversos fatores, <strong>de</strong>ntre as<br />

quais:<br />

− as altas cargas anuais produzidas por algumas indústrias;<br />

− o razoável número <strong>de</strong> indústrias <strong>de</strong> portes variados potencialmente produtoras <strong>de</strong><br />

efluentes contaminados;<br />

− lançamentos dos principais aportes <strong>de</strong> forma concentrada na costa e na foz do rio da<br />

Guarda;<br />

− o semi-confinamento do corpo receptor e sua dinâmica sedimentar;<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

− a alta capacidada <strong>de</strong> animais <strong>de</strong> interesse pesqueiro em concentrar estes metais;<br />

− a gran<strong>de</strong> produção <strong>de</strong> sedimentos em especial na bacia do rio Guandu, associada à<br />

competência <strong>de</strong>ste em transportar tais sedimentos, <strong>de</strong>positando-os na baía <strong>de</strong> Sepetiba;<br />

− a eventual influência da poluição industrial do rio Paraíba do Sul que tem águas<br />

transpostas à calha do rio Guandu, po<strong>de</strong>ndo também respon<strong>de</strong>r pelo aporte <strong>de</strong> metais à<br />

baía.<br />

Dados sobre a Contaminação por Metais Pesados na Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Os aportes fluviais e atmosféricos <strong>de</strong> metais pesados para a baía são mostrados no Quadro<br />

7.1.<br />

QUADRO 7.1 - FLUXO ATMOSFÉRICO, FLUVIAL E TOTAL DE METAIS PESADOS PARA A<br />

BAÍA DE SEPETIBA (EM TONELADAS POR ANO).<br />

Aporte <strong>de</strong> Metais Fe Mn Zn Cu Pb Cd Ni Cr<br />

Atmosférico 34 8 56 0,7 2,48 0,2 1,15 0,1<br />

Fluvial 24000 760 330 54 4,15 1,1 - 32<br />

Total 24034 768 386 54,7 6,63 1,3 - 32,1<br />

Fonte: Pedlowski et al. (1991).<br />

Dele <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que, à exceção do Chumbo, o aporte <strong>de</strong> metais pesados por via<br />

atmosférica é pouco relevante em comparação à magnitu<strong>de</strong> dos aportes por via fluvial.<br />

Sabe-se, quanto a estes últimos, que sua distribuição <strong>de</strong>ntro da baía <strong>de</strong> Sepetiba é<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da localização ao longo da costa, dos pontos <strong>de</strong> contribuição fluvial e da<br />

dinâmica <strong>de</strong> transporte e <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos associada às condições hidrodinâmicas<br />

da baía. Nas condições físico-químicas aí prevalecentes, os metais associam-se ao<br />

material particulado em suspensão na massa <strong>de</strong> água, adsorvidos à cargas <strong>de</strong> superfície ou<br />

co-precipitados com oxi-hidróxidos metálicos, sendo transportados <strong>de</strong> acordo com os<br />

padrões <strong>de</strong> correntes dominantes na baía.<br />

Assim, <strong>de</strong> um modo geral, as maiores concentrações <strong>de</strong> metais pesados são encontradas<br />

nos sedimentos <strong>de</strong>positados ao longo do litoral noroeste da baía, especialmente entre a<br />

região <strong>de</strong> Sepetiba e a Ilha da Ma<strong>de</strong>ira, área que por sua vez, constitui-se em importante<br />

criadouro do camarão-branco.<br />

Note-se que organismos marinhos aí presentes, em particularmente as algas, os moluscos<br />

e os crustáceos, são capazes <strong>de</strong> acumular metais pesados a níveis várias vezes superiores à<br />

concentração na água (bioacumulação), po<strong>de</strong>ndo ocorrer inclusive concentração através<br />

dos vários níveis tróficos da ca<strong>de</strong>ia alimentar (biomagnificação). Contudo, é no sedimento<br />

que ocorrem as maiores concentrações <strong>de</strong> metais pesados.<br />

Os Quadros 7.2 e 7.3 mostram as concentrações <strong>de</strong> metais pesados observadas em<br />

diferentes pesquisas realizadas em organismos marinhos da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 7.2 -CONCENTRAÇÕES DE METAIS PESADOS NOS PRINCIPAIS MOLUSCOS E<br />

CRUSTÁCEOS COMESTÍVEIS DA BAÍA DE SEPETIBA (VALORES EXPRESSOS EM µG.G-1 DO<br />

PESO ÚMIDO).<br />

Organismo Metal<br />

Cu Cr Cd Zn Mn Pb<br />

Mollusca<br />

Ostrea equestris - ostra da pedra 3,19 1,57 1,60 973 2,75 1,12<br />

Crassostrea rhizophorae - ostra do mangue 1,37 0,39 0,48 471 1,44 0,77<br />

Mytella guyanensis - sururu 1,63 1,35 0,49 29,2 2,90 0,96<br />

Tagelus plebeius - unha-<strong>de</strong>-velho 2,52 1,45 0,09 96,4 8,40 1,64<br />

Anomalocardia brasiliana - samanguaiá 0,76 0,38 0,40 19,5 4,15 0,92<br />

Crustacea<br />

Penaeus schmitti - camarão branco 3,47 0,76 0,08 37,80 0,50 2,38<br />

Callinectes danae - siri 32,80 1,51 0,34 39,50 4,12 1,96<br />

CMP 30,0 0,1 1,0 50,0 - 8,0<br />

Fonte: Malm et al. (1990) e Pfeiffer et al. (1985). CMP=Concentração máxima permitida <strong>de</strong> acordo com BSE (Brazilian Standards of the Environment).<br />

Com respeito aos peixes, estudos mais recentes <strong>de</strong>tectaram a presença <strong>de</strong> metais pesados<br />

em tecidos <strong>de</strong> pescadas, corcorocas, taínhas e corvinas, conforme quadro a seguir:<br />

QUADRO 7.3 - METAIS PESADOS EM PEIXES<br />

Gênero Nome Vulgar Alimentação Cu Cr Cd Zn Mn Pb<br />

Mugil sp. taínha filtrador 0.70 0.50 0.03 7.40 0.80 0.60<br />

Cynoscion sp. pescada carnívora 0.27 0.31 0.02 3.42 0.20 0.57<br />

Micropogonias sp. corvina carnívora 0.54 0.77 0.04 27.30 0.97 1.08<br />

Haemulon sp. corcoroca <strong>de</strong>tritívoro 0.60 0.53 0.04 9.00 0.61 1.48<br />

CMP 30 0.1 10 50 --- 8<br />

Legenda: Cu (cobre), Cr (cromo), Cd (cádmio), Zn (zinco), Mn (manganês), Pb (chumbo). CMP= Concentração máxima permitida <strong>de</strong> acordo com BSE (Brazilian<br />

Standards of the Environment). Fonte: Lacerda et al. 1989.<br />

Observa-se nestes dados que as maiores concentrações <strong>de</strong> metais pesados nos organismos<br />

são <strong>de</strong>vidas ao cromo, apresentando níveis preocupantes em ostras, mariscos, sururus e<br />

siris. Ao cromo segue-se o cádmio e zinco em ostras e o <strong>de</strong> zinco em siris. As mesmas<br />

fontes registram que pescadores da Colônia <strong>de</strong> Pesca <strong>de</strong> Guaratiba informaram à época,<br />

que as conchas <strong>de</strong> ostras coletadas na área, quebravam-se com facilida<strong>de</strong> durante o<br />

processo <strong>de</strong> coleta o que foi atribuído à provável competição entre o zinco e o cálcio no<br />

processo <strong>de</strong> formação das conchas. De forma geral, os peixes apresentaram os menores<br />

valores <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>ntre os organismos marinhos pesquisados, em função <strong>de</strong> sua<br />

mobilida<strong>de</strong>.<br />

Os peixes apresentaram os menores valores <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>ntre os organismos<br />

estudados. As espécies analisadas, à exceção da corcoroca, vivem apenas parte <strong>de</strong> seu<br />

ciclo <strong>de</strong> vida associadas aos locais contaminados da baía. Apesar da gran<strong>de</strong> concentração<br />

<strong>de</strong> metais pesados nos compartimentos abióticos da baía, a contaminação dos peixes<br />

ocorre ainda em valores abaixo da concentração máxima para a maioria <strong>de</strong>les. O cromo<br />

entretanto, foi encontrado em concentrações superiores às permitidas por lei em todos os<br />

organismos analisados.<br />

Os valores <strong>de</strong> contaminação por cromo nos tecidos e vísceras dos peixes da baía<br />

encontram-se <strong>de</strong>ntro da faixa reportada por diversos autores, para organismos marinhos<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

coletados em áreas bastante contaminados por metais pesados, como a região nor<strong>de</strong>ste do<br />

Mediterrâneo. Observa-se que a corvina respon<strong>de</strong> com as maiores taxas <strong>de</strong> concentração à<br />

maioria dos metais estudados.<br />

Estudo <strong>de</strong> bioacumulação <strong>de</strong>senvolvido na baía <strong>de</strong> Santos e nos estuários <strong>de</strong> Santos e São<br />

Vicente, <strong>de</strong>monstraram não haver correlação nítida entre o teor <strong>de</strong> cromo presente nas<br />

vísceras e musculatura dos espécimes analisados e os seus respectivos hábitos<br />

alimentares.<br />

A contaminação da tainha, da corvina e da pescada inspira cuidados, uma vez que essas<br />

espécies estão entre as mais pescadas na baía e por ser o cromo um elemento <strong>de</strong><br />

reconhecidas proprieda<strong>de</strong>s carcinogênicas.<br />

Dentre os diversos estabelecimentos industriais potencialmente responsáveis pelo quadro<br />

<strong>de</strong> contaminação que hoje se verifica na baía, <strong>de</strong>staca-se, pelos seus antece<strong>de</strong>ntes, a Cia<br />

Mercantil e Industrial Ingá, implantada em 1966 na Ilha da Ma<strong>de</strong>ira. O efluente gerado<br />

por esta indústria apresenta altas concentrações <strong>de</strong> metais pesados, principalmente <strong>de</strong> Cd<br />

e Zn, o que torna-se mais crítico pelo baixíssimo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental<br />

historicamente apresentado pela empresa. Esta, da qual recentemente foi divulgada a<br />

falência, operou por quase três décadas, acumulando cerca <strong>de</strong> 300 toneladas diárias <strong>de</strong><br />

rejeitos do processo industrial, no antigo mangue, constituído por um braço do Saco do<br />

Engenho. A empresa produzia zinco <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1960 e cádmio <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1974.<br />

Para minorar os problemas ambientais foram implantados posteriormente ao início da<br />

operação, sistemas <strong>de</strong> contenção na bacia <strong>de</strong> acumulação <strong>de</strong> resíduos e uma estação <strong>de</strong><br />

tratamento <strong>de</strong> efluentes industriais. Estas medidas que contudo não reverteram o<br />

problema pelo fato <strong>de</strong> que os sistemas <strong>de</strong> contenção implantados não se mostraram<br />

eficazes na prevenção <strong>de</strong> vazamentos aci<strong>de</strong>ntais. O <strong>de</strong>pósito <strong>de</strong> rejeitos a céu-aberto esta<br />

sujeito a constante acumulação e transbordamento <strong>de</strong> águas <strong>de</strong> chuva além <strong>de</strong> percolação<br />

pela base da fundação que não possui qualquer impermeabilização. As <strong>de</strong>scargas<br />

contínuas <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>sta situação precária causaram a <strong>de</strong>struição do manguezal<br />

adjacente e por ocasião <strong>de</strong> um vazamento ocorrido em outubro <strong>de</strong> 1991, pescadores<br />

encontraram durante várias semanas peixes mortos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> cercadas, boiando na baía e<br />

ao longo da restinga da Marambaia<br />

Estudo recente da Comissão <strong>de</strong> Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro - ALERJ, realizado com apoio do <strong>Laboratório</strong> <strong>de</strong> Radioisótopos do<br />

Instituto <strong>de</strong> Biofísica da UFRJ, imputa a Ingá a responsabilida<strong>de</strong> pela contaminação por<br />

cádmio e zinco, <strong>de</strong> uma vasta área da baía, acusando-a <strong>de</strong> não tomar as providência<br />

exigidas pelas autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> controle ambiental quanto ao remanejamento <strong>de</strong> seu estoque<br />

<strong>de</strong> resíduos.<br />

Resultados <strong>de</strong>ste estudo obtidos <strong>de</strong> testes laboratoriais realizados pela FEEMA e UFRJ,<br />

sobre amostras coletadas na área <strong>de</strong> influência dos <strong>de</strong>spejos da Ingá, assim <strong>de</strong>terminada<br />

por estudos hidrodinâmicos, encontram-se expressos nos Quadros 7.4 e 7.5:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 7.4 - CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS DISPONÍVEIS NO SEDIMENTO<br />

(µG/G DE PESO SECO)<br />

Pontos <strong>de</strong> Zinco Cádmio<br />

Coleta Feema UFRJ Feema UFRJ<br />

1 8.720 6.534 9 5,1<br />

2 860 671 4 1,3<br />

3 880 820 4 3,9<br />

4 900 910 3 3,9<br />

5 3.800 4.482 9 5,2<br />

6 1.180 1.510 5 4,6<br />

QUADRO 7.5 - CONCENTRAÇÃO DE METAIS PESADOS EM ORGANISMOS<br />

SELECIONADOS(µG/G DE PESO ÚMIDO DA PARTE COMETÍVEL)<br />

Organismo Zinco Cádmio<br />

Feema (*) UFRJ Feema (*) UFRJ<br />

Ostra <strong>de</strong> mangue (Crassostrea rhizophorae) nr 4.437 nr 1,33<br />

Sururu (Mytela guyanensis) nr 14 nr 0,45<br />

Samanguaiá (Anomalocardia brasiliana) nr 42 nr 0,3<br />

Carangueijo (Usi<strong>de</strong>s cordatus) nr 164 nr 0,02<br />

Siri (Callinects sp) 30 59 0,2 0,01<br />

Corvinota (Micropogonis furnieri) nr 5 nr 0,3<br />

Pescadinha (Isopisthus pavipinnis) 4 4,5 0,2 0,45<br />

Michole (Pinguipes brasiliensis) 4,2 4,3 0,2 1,33<br />

Nota: (*) - Concentrações encontradas na parte comestívell; nr- não realizado<br />

Um agravante da contaminação revelada pelos estudos é o fato <strong>de</strong> que a zona analisada<br />

situa-se na enseada <strong>de</strong> Coroa Gran<strong>de</strong>, importante criadouro <strong>de</strong> camarões brancos.<br />

Deduz-se dos dados analisados que os parâmetros em situação mais grave no quadro <strong>de</strong><br />

contaminação da baía <strong>de</strong> Sepetiba são o Cromo, o Cádmio e o Zinco. O contaminação por<br />

Cromo, <strong>de</strong>vido à característica toxicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste elemento, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como um<br />

dos metais mais críticos na contaminação da baía <strong>de</strong> Sepetiba. As concentrações <strong>de</strong><br />

Cádmio, metal também <strong>de</strong> toxicida<strong>de</strong> elevada, apresentaram-se elevadas nas ostras,<br />

po<strong>de</strong>ndo representar risco à saú<strong>de</strong> humana na medida que é explorada para consumo<br />

local. Quanto ao Zinco, apesar <strong>de</strong> menos tóxico (é um dos metais essenciais), po<strong>de</strong> vir<br />

também a apresentar problemas para a saú<strong>de</strong> humana dado ser verificado em altas<br />

concentrações (10 a 20 vezes o limite máximo permitido) nas ostras da baía. Alguns<br />

metais encontrados em concentrações elevadas em moluscos filtradores, po<strong>de</strong>m, pelo uso<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>puração vir a ser eliminados <strong>de</strong> seus tecidos, embora ressalte-se que o Cádmio não<br />

po<strong>de</strong> ser eliminado <strong>de</strong>sta forma.<br />

A toxicida<strong>de</strong> dos metais pesados para os seres humanos está relacionada diretamente com<br />

a concentração <strong>de</strong>stes poluentes na dieta alimentar e com a freqüência <strong>de</strong> ingestão dos<br />

ítens (intensida<strong>de</strong> da exposição). No caso da baía <strong>de</strong> Sepetiba, a principal via <strong>de</strong> acesso<br />

dos metais pesados aos seres humanos são os invertebrados marinhos (moluscos e<br />

crustáceos) e as espécies <strong>de</strong> peixes consi<strong>de</strong>radas pouco nobres, que embora sejam pouco<br />

comercializadas, são consumidas localmente por populações <strong>de</strong> baixa renda (ex. corvinas,<br />

cocorocas). Contudo, o consumo <strong>de</strong> ostras, pelo índices <strong>de</strong> contaminação <strong>de</strong>tectados, é o<br />

que mais representa riscos para a saú<strong>de</strong> humana.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Assim, embora não se i<strong>de</strong>ntifique impactos relevantes sobre valores estéticos, os efluentes<br />

industriais que aportam à baía <strong>de</strong> Sepetiba, caso as tendências não sejam revertidas,<br />

po<strong>de</strong>m acarretar sérias conseqüências à saú<strong>de</strong> humana, em especial das populações locais,<br />

mais expostas ao risco do consumo <strong>de</strong> produtos contaminados. Além disto, os impactos<br />

sobre a imagem local, <strong>de</strong>corrente da percepção pública quanto aos riscos da<br />

contaminação, em especial do pescado, po<strong>de</strong>rá ocasionar <strong>de</strong>créscimo da ativida<strong>de</strong> turística<br />

na região com gran<strong>de</strong> impacto à estrutura econômica <strong>de</strong> base tradicional das localida<strong>de</strong>s<br />

costeiras. Estas ativida<strong>de</strong>s englobam a pesca, os numerosos <strong>de</strong> bares e restaurantes <strong>de</strong><br />

frutos do mar típicos da região e o turismo balneário. Por fim, tem-se que a contaminação<br />

da baía, aliada a outros fatores como a falta <strong>de</strong> legislação a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong>sestimulam<br />

possíveis investimentos em maricultura, ativida<strong>de</strong> com bom potencial <strong>de</strong> geração<br />

empregos e renda.<br />

<strong>Final</strong>mente cabe observar, no contexto da poluição por metais, que os mangues têm<br />

atuado como uma barreira geoquímica a estes poluentes. Pesquisas atestam que o<br />

material <strong>de</strong>trítico <strong>de</strong> origem marinha que aporta no manguezal apresenta concentrações<br />

mais altas <strong>de</strong> metais pesados que o material exportado <strong>de</strong>ste ecossistema para a baía.<br />

Assim, enten<strong>de</strong>-se que este sofreria um seqüestro <strong>de</strong> metais ao alcançar o mangue. Ocorre<br />

contudo, como vimos no caso do Saco do Engenho que a própria poluição industrial tem<br />

sua parcela <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> na situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação verificada em diversos<br />

manguezais da região.<br />

Os impactos acarretados à baía pela contaminação <strong>de</strong> metais pesados originada<br />

principalmente por efluentes industriais po<strong>de</strong>m ser assim sumarizados:<br />

contaminação <strong>de</strong> sedimentos em condições praticamente irreversíveis, <strong>de</strong>vido a gran<strong>de</strong><br />

extensão da área afetada, que se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os arredores da Ilha da Ma<strong>de</strong>ira até a<br />

enseada das Garças, no litoral carioca (vi<strong>de</strong> Figuras 7.1 e 7.2 a seguir);<br />

risco permanente <strong>de</strong> remobilização <strong>de</strong> metais pesados na coluna d’água pelo<br />

revolvimento <strong>de</strong> fundo com dragagens (mormente consi<strong>de</strong>rando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

manutenção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s portuárias) e pesca <strong>de</strong> arrasto;<br />

bioacumulação em organismos aquáticos, principalmente moluscos e crustáceos e<br />

bioamagnificação na ca<strong>de</strong>ia alimentar;<br />

distúrbios fisiológicos nos organismos aquáticos;<br />

<strong>de</strong>saparecimento <strong>de</strong> espécies se<strong>de</strong>ntárias suscetíveis por intoxicação crônica (longo<br />

tempo expostos aos contaminantes, mesmo a baixas concentrações);<br />

perecimento <strong>de</strong> larvas e ovos <strong>de</strong> organismos aquáticos, mais vulneráveis aos<br />

contaminantes;<br />

<strong>de</strong>créscimo do recrutamento pela morte <strong>de</strong> alevinos, reduzindo a biomassa <strong>de</strong> pescado;<br />

problemas <strong>de</strong> comercialização <strong>de</strong> pescado e potencial <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> prestígio da<br />

região pelo temor associado ao risco <strong>de</strong> contaminação. Registra-se que, muitas vezes,<br />

por divulgação <strong>de</strong> dados infundados, os intermediários aproveitam para impor preços<br />

irrisórios ao pescado, extrapolando o problema para toda a baía;<br />

contaminação real do pescado, pondo em risco a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas expostas ao<br />

consumo <strong>de</strong>stes ítens;<br />

impactos sobre a economia local e <strong>de</strong>sestímulo a projetos <strong>de</strong> maricultura.<br />

São portanto, inúmeros e <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> magnitu<strong>de</strong> os impactos sobre a baía <strong>de</strong> Sepetiba,<br />

ocasionados pelo mau <strong>de</strong>sempenho do parque industrial da bacia, o que enseja no<br />

contexto do Macroplano, estratégias específicas para sua reversão.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-6


BAÍA DE SEPETIBA<br />

Figura 7.1<br />

Concentração <strong>de</strong> Cádmio (ug/g) no Sedimento Superficial<br />

Figura 7.2<br />

Concentração <strong>de</strong> Zinco (ug/g) no Sedimento Superficial


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

IMPACTOS DA URBANIZAÇÃO E DAS EDIFICAÇÕES DE LAZER<br />

A expansão das áreas e localida<strong>de</strong>s urbanas e das edificações <strong>de</strong> lazer ao longo do litoral<br />

dá-se pela ocupação <strong>de</strong> matas, praias, encostas, mangues e costões rochosos. Nas encostas<br />

litorâneas, a ocupação vem causando um incremento na sedimentação <strong>de</strong> enseadas, <strong>de</strong>vido<br />

a acelerada erosão do solo exposto nos talu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vias internas e mesmo nos cortes feitos<br />

nas encostas para implantação <strong>de</strong> casas.<br />

Como a região tem um elevado índice pluviométrico, a cada precipitação se observa um<br />

elevação repentina <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z da água, que potencialmente afeta a biota bentônica <strong>de</strong><br />

costões rochosos, assim como da coluna d’água, embora não se disponha <strong>de</strong> estudos<br />

específicos para quantificação <strong>de</strong>stes efeitos.<br />

Mangues também vêm sendo reduzidos pela instalação <strong>de</strong> casas e marinas e, em muitas<br />

<strong>de</strong>stas áreas, tem sido observada alta taxa <strong>de</strong> sedimentação <strong>de</strong>vido a erosão do solo dos<br />

mangues. Os solos <strong>de</strong> mangue, sem a proteção das árvores, são facilmente erodidos pelas<br />

ondas e marés, resultando em um incremento <strong>de</strong> turbi<strong>de</strong>z e <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> sedimentos em<br />

áreas adjacentes.<br />

Pelo fato das praias da região, serem na maioria, situadas em anfiteatros fechados, a<br />

ocupação <strong>de</strong> áreas próximas por parte <strong>de</strong> condomínios privados e hotéis, praticamente<br />

impediu o acesso a estas áreas públicas. Além disso há impactos <strong>de</strong>sfavoráveis sobre a<br />

paisagem, po<strong>de</strong>ndo-se <strong>de</strong>stacar como exemplo o empreendimento porto Real Resort,<br />

implantado em uma encosta que se projeta no litoral, em Conceição <strong>de</strong> Jacareí.<br />

Determinados hotéis e marinas fazem enrocamento na foz <strong>de</strong> rios, avançando com a<br />

estrutura alguns metros mar a<strong>de</strong>ntro. Estas obras criam obstáculos às correntes po<strong>de</strong>ndo<br />

modificar condições da hidrodinâmica costeira e acarretar pontos <strong>de</strong> erosão em praias<br />

próximas.<br />

Os impactos da ocupação urbana no litoral caracterizam-se portanto pela diversificação e<br />

amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência, esten<strong>de</strong>ndo-se ao longo <strong>de</strong> toda a costa e <strong>de</strong>mandando para seu<br />

controle, principalmente o fortalecimento dos mecanismos <strong>de</strong> planejamento e<br />

or<strong>de</strong>namento urbano ao nível municipal.<br />

IMPACTOS DAS ATIVIDADES TURÍSTICAS E DE LAZER<br />

Em que pese os benefícios econômicos gerados pela ativida<strong>de</strong> turística na região, a forma<br />

intensa em que tal se verifica, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada e em presença <strong>de</strong> uma infra-estrutura<br />

precária, ocasiona inúmeros impactos que acabam por impactar os próprios atrativos<br />

turísticos da região além do ambiente em geral <strong>de</strong> forma bastante diversificada.<br />

A ativida<strong>de</strong> turística predominante na região é o uso balneário e <strong>de</strong> segunda residência. É<br />

gran<strong>de</strong> o afluxo <strong>de</strong> ônibus <strong>de</strong> excursões e veículos que trazem banhistas para piqueniques<br />

nas praias, congestionando as localida<strong>de</strong>s costeiras nos fins <strong>de</strong> semana e gerando gran<strong>de</strong><br />

acúmulo <strong>de</strong> lixo nas ilhas, praias e ruas litorâneas. Diversas localida<strong>de</strong>s costeiras tornamse<br />

saturadas nos períodos <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> veraneio sofrendo <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> água e energia elétrica,<br />

acúmulo <strong>de</strong> lixo, extensas filas para abastecimento <strong>de</strong> gêneros no comércio local.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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Além disto i<strong>de</strong>ntificam-se impactos <strong>de</strong>correntes do tráfego e fundo <strong>de</strong> embarcações na<br />

baía. São freqüentes as <strong>de</strong>scargas <strong>de</strong> óleo, lançamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos e mesmo condução <strong>de</strong><br />

embarcações <strong>de</strong> maneira ina<strong>de</strong>quada gerando riscos aos usuários do transporte marítimo e<br />

a banhistas.<br />

Em síntese, <strong>de</strong>ntre os efeitos <strong>de</strong>correntes das ativida<strong>de</strong>s turísticas e <strong>de</strong> lazer na baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba e região costeira relacionam-se:<br />

geração <strong>de</strong> empregos sazonais;<br />

incremento da receita municipal;<br />

sobrecarga <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda sazonal <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água, tratamento <strong>de</strong> esgoto e coleta<br />

<strong>de</strong> lixo <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>sproporção entre a população, para a qual são dimensionadas as<br />

poucas infra-estruturas existentes e a população sazonal em algumas localida<strong>de</strong>s até<br />

cinco vezes maior que a primeira;<br />

acúmulo <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> lixo sem <strong>de</strong>stinação que <strong>de</strong>teriora-se ao tempo com os<br />

efeitos sanitários daí <strong>de</strong>correntes;<br />

exploração <strong>de</strong> comércio nas praias por estabelecimentos sem condições mínimas <strong>de</strong><br />

higiene;<br />

congestionamentos <strong>de</strong> vias e núcleos urbanos precariamente infra-estruturas;<br />

especulação imobiliária;<br />

<strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> óleo por embarcações <strong>de</strong> lazer e marinas<br />

lançamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>tritos por turistas em saveiros, barcos alugados e por proprietários <strong>de</strong><br />

lanchas<br />

O controle e or<strong>de</strong>namento da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma a conduzi-la a padrões sustentáveis<br />

<strong>de</strong>manda envolvimento <strong>de</strong> diversas esferas do po<strong>de</strong>r público <strong>de</strong>ntre as quais <strong>de</strong>stacam-se<br />

as autorida<strong>de</strong>s municipais e a Marinha, em espacial através da Capitania dos Portos.<br />

IMPACTOS DAS ATIVIDADES PESQUEIRAS<br />

A pesca na baía não é uma ativida<strong>de</strong> homogênea. Conseqüentemente, os impactos são<br />

diferenciados <strong>de</strong> acordo com a modalida<strong>de</strong> enfocada.<br />

Tal heterogeneida<strong>de</strong> respon<strong>de</strong> ainda por conflitos intra-setoriais da pesca, <strong>de</strong>correntes da<br />

pressão exercida pela pesca <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte sobre os estoques disponíveis, impactando<br />

sobremodo a sustentabilida<strong>de</strong> da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pequenos barcos <strong>de</strong>dicados à pesca<br />

artesanal. Salienta-se aí a carência da região quanto a infra-estrutura <strong>de</strong> fiscalização,<br />

controle e manejo da pesca, <strong>de</strong> atribuição do IBAMA.<br />

Os impactos negativos sobre a biota são <strong>de</strong>correntes das modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca <strong>de</strong> arrasto<br />

e <strong>de</strong> cerco por traineiras. Os impactos negativos associados à pesca artesanal são<br />

<strong>de</strong>sprezíveis.<br />

A pesca <strong>de</strong> arrasto, ou pesca <strong>de</strong> balão, é uma técnica importada <strong>de</strong> países temperados,<br />

on<strong>de</strong> a diversida<strong>de</strong> e as interações interespecíficas são reduzidas, ao contrário do que<br />

ocorre em regiões tropicais, on<strong>de</strong> a biodiversida<strong>de</strong> é alta e as interações complexas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Resulta então em uma ativida<strong>de</strong> predatória, on<strong>de</strong> são coletados todos os tipos <strong>de</strong><br />

organismos maiores do que o tamanho das malhas.<br />

Dirigida à captura <strong>de</strong> camarões ou a peixes <strong>de</strong>mersais, a pesca <strong>de</strong> arrasto apresenta três<br />

gran<strong>de</strong>s inconvenientes. O primeiro é que captura uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> camarões<br />

jovens, pois as re<strong>de</strong>s não tem praticamente nenhuma seletivida<strong>de</strong> no tamanho da captura,<br />

além <strong>de</strong> arrastar em áreas proibidas, que constituem criadouros.<br />

O segundo inconveniente é a captura <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> peixes<br />

<strong>de</strong>mersais também jovens. Em geral, esta fauna acompanhante não é aproveitada e morre,<br />

sendo jogada <strong>de</strong> volta ao mar. <strong>Estudos</strong> indicam que para cada quilo <strong>de</strong> camarão capturado,<br />

<strong>de</strong>z quilos <strong>de</strong> indivíduos jovens <strong>de</strong> peixes são mortos. Para se ter uma dimensão do<br />

problema, levando-se em conta que a captura <strong>de</strong> camarão-branco atingiu em 1980 cerca<br />

<strong>de</strong> 147 toneladas, foram mortos somente naquele ano um total 1.147 toneladas <strong>de</strong><br />

organismos da fauna acompanhante.<br />

O terceiro inconveniente é promover uma constante suspensão <strong>de</strong> sedimentos pelo arrasto,<br />

provocando elevação da turbi<strong>de</strong>z na coluna d’água, o que afasta os peixes e provoca<br />

efeitos negativos nas comunida<strong>de</strong>s bentônicas. Nas áreas on<strong>de</strong> a ação é contínua,<br />

observa-se um <strong>de</strong>créscimo <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> peixes procuradas por pescadores arretarias.<br />

Além disso, a suspensão <strong>de</strong> sedimentos possibilita a remobilização <strong>de</strong> metais pesados,<br />

tornando-os disponíveis para a biota.<br />

Consi<strong>de</strong>rando que <strong>de</strong>ve operar na baía uma frota variável <strong>de</strong> 50 a 300 embarcações <strong>de</strong><br />

arrasto, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo da oferta <strong>de</strong> recursos, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>-se que <strong>de</strong>vam perecer anualmente<br />

toneladas <strong>de</strong> peixes e crustáceos, prejudicando a biota e outras modalida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesca.<br />

Além disto a ativida<strong>de</strong> impacta sua própria sustentabilida<strong>de</strong>, ao capturar camarões <strong>de</strong><br />

pequeno porte. Neste sentido há indícios <strong>de</strong> que o arrasto esteja provocando uma<br />

diminuição progressiva do comprimento médio do camarão.<br />

A pesca <strong>de</strong> cerco promovida por traineiras e sardinheiras é relativamente recente na baía<br />

<strong>de</strong> Sepetiba, pois antes atuavam apenas em mar aberto. Apesar <strong>de</strong> constituir prática ilegal<br />

neste tipo <strong>de</strong> região, os barcos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte a<strong>de</strong>ntram e praticam pesca <strong>de</strong> cerco na baía<br />

com facilida<strong>de</strong>. Cercam com gran<strong>de</strong>s re<strong>de</strong>s os cardumes <strong>de</strong> espécies pelágicas, sobretudo<br />

parati, tainha, sardinha verda<strong>de</strong>ira e sardinha boca-torta, e até mesmo <strong>de</strong> peixes <strong>de</strong>mersais<br />

como corvina, pescada e robalos, empregando nestes casos pesos extras nas re<strong>de</strong>s. Alguns<br />

barcos possuem sonares para <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> cardumes.<br />

Já as cercadas, <strong>de</strong>vido a sua estrutura, não causam impacto sobre os estoques pesqueiros,<br />

pelo contrário, funcionam como recifes artificiais, sendo colonizado por diversos<br />

organismos incrustantes. O único inconveniente é que necessitam <strong>de</strong> estacas que na região<br />

são confeccionadas com árvores <strong>de</strong> mangue, sendo sensível o impacto <strong>de</strong>sta prática sobre<br />

os manguezais da área.<br />

Em suma, a pesca <strong>de</strong> arrasto e a <strong>de</strong> cerco causam severos efeitos sobre as populações <strong>de</strong><br />

organismos marinhos pelágicos e bentônicos, sendo os principais responsáveis pelo<br />

<strong>de</strong>plecionamento dos estoques pesqueiros. A perda <strong>de</strong> manguezais também contribui para<br />

o fato, posto que algumas das principais espécies <strong>de</strong> interesse pesqueiro são <strong>de</strong>tritívoras<br />

(camarões, tainhas, etc) e portanto, extremamente impactadas pela <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong>stes<br />

ecossistemas<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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O <strong>de</strong>clínio dos estoques pesqueiros po<strong>de</strong> ser inferido por dados <strong>de</strong> captura na baía. A<br />

captura anual inferida em 1978 pela SUDEPE, variava entre 600 a 1.200 toneladas e vem<br />

<strong>de</strong>clinando nos últimos anos, conforme mostrado no Quadro 7.6.<br />

QUADRO 7.6 - CAPTURA ANUAL DE ESPÉCIES MARINHAS<br />

Ano 86 87 89 90 91 92 93 94 95 96<br />

Captura (Toneladas) 655 559 532 532 556 604 1042 1000 689 602<br />

O quadro <strong>de</strong> <strong>de</strong>sorganização e ilegalida<strong>de</strong> é reflexo da <strong>de</strong>sarticulação do setor público <strong>de</strong><br />

gestão dos recursos marinhos, que abandonou a área na década <strong>de</strong> 80. A fiscalização é<br />

<strong>de</strong>ficiente e faltam normas atualizadas, elaboradas com base em estudos técnicos.<br />

Impactos positivos da pesca são a geração <strong>de</strong> empregos diretos e indiretos e a oferta <strong>de</strong><br />

alimentos.<br />

IMPACTOS DAS ATIVIDADES DE NAVEGAÇÃO E DA INFRA-ESTRUTURA PORTUÁRIA<br />

Os principais impactos causados pela navegação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte e pela infra-estrutura<br />

portuária na baía po<strong>de</strong>m ser resumidos nos seguintes:<br />

Atração <strong>de</strong> contingentes <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra.<br />

Remobilização <strong>de</strong> Metais <strong>de</strong>vido a dragagem <strong>de</strong> acessos.<br />

Geração <strong>de</strong> Empregos e Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Negócios.<br />

Aci<strong>de</strong>ntes com Equipamentos.<br />

Arraste pluvial <strong>de</strong> lixiviados <strong>de</strong> minérios estocados em terminais portuários, para<br />

<strong>de</strong>ntro da baía.<br />

Arraste eólico <strong>de</strong> particulados das pilhas e esteiras <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> minérios para a<br />

baía.<br />

Aci<strong>de</strong>ntes Marítimos pelo Aumento do Fluxo <strong>de</strong> Navios.<br />

Descargas poluentes carreadas pela drenagem pluvial dos pátios, piers e <strong>de</strong>mais<br />

instalações em terra.<br />

Risco <strong>de</strong> ocorrências não autorizadas <strong>de</strong> limpeza <strong>de</strong> porões das embarcações fun<strong>de</strong>adas<br />

na baía.<br />

Derramamento aci<strong>de</strong>ntal <strong>de</strong> óleo das embarcações.<br />

Risco <strong>de</strong> manejo ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> resíduos consi<strong>de</strong>rados patogênicos, provenientes da<br />

ativida<strong>de</strong> portuária..<br />

O controle <strong>de</strong> impactos da ativida<strong>de</strong> portuária está fortemente condicionado à adoção,<br />

pela autorida<strong>de</strong> portuária, <strong>de</strong> um sistema eficiente <strong>de</strong> gestão ambiental que submeta todas<br />

as operações associadas ao porto. Mormente, tendo em vista que, a construção e operação<br />

dos terminais esta sendo concessionada a iniciativa privada, é fundamental que requisitos<br />

específicos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental sejam formalizados junto aos concessionários,<br />

como normas a serem incorporadas ao <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> seus sistemas e operações.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-11


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Com respeito à segunda modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> navegação, que inclui o <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> produtos<br />

e pessoas do continente para as ilhas, passeios turísticos <strong>de</strong> barco e o trânsito <strong>de</strong> barcos <strong>de</strong><br />

pesca, o impacto <strong>de</strong> maior significância é o <strong>de</strong>scarte <strong>de</strong> óleo. Pelo fato <strong>de</strong> ser crônico, em<br />

algumas enseadas po<strong>de</strong> acarretar a morte <strong>de</strong> organismos que vivem nas zonas intermarés<br />

<strong>de</strong> costões rochosos, permanecendo somente aqueles com alta tolerância a este fator<br />

(Bunodossoma caissarum, Ulva sp, etc), assim como <strong>de</strong> organismos do plâncton e larvas e<br />

ovos <strong>de</strong> peixes. Outro efeito negativo é o lixo lançado na baía pelos usuários <strong>de</strong>stes meio<br />

<strong>de</strong> transporte.<br />

O controle <strong>de</strong>stes impactos pela diversificação dos agentes envolvidos <strong>de</strong>manda a<br />

articulação entre autorida<strong>de</strong>s dos municípios litorâneos e daquelas com competência <strong>de</strong><br />

gestão sobre as águas costeiras e sobre a navegação nestas áreas.<br />

APORTE FLUVIAL DE CARGAS ORGÂNICAS, OLEOSAS E DE LIXO<br />

Ao <strong>de</strong>sembocarem na baía, as águas dos rios trazem consi<strong>de</strong>rável carga orgânica <strong>de</strong><br />

origem doméstica, além <strong>de</strong> lixo e óleo. As maiores quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> esgoto chegam através<br />

dos rios da Guarda, canal <strong>de</strong> São Francisco, canal do Itá, canal do Guandu e do rio<br />

Piraquê-Cabuçu.<br />

O esgoto causa a perda <strong>de</strong> balneabilida<strong>de</strong>s das praias, promove a contaminação da areia<br />

por parasitos, a <strong>de</strong>svalorização <strong>de</strong> imóveis, eleva a turdi<strong>de</strong>z da água e a oferta <strong>de</strong><br />

nutrientes e reduz o oxigênio dissolvido.<br />

As comunida<strong>de</strong>s bentônicas e <strong>de</strong> costões rochosos sofrem um processo <strong>de</strong> redução <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong>. As mais resistentes, <strong>de</strong>vido a competição atenuada e a oferta <strong>de</strong> nutrientes e<br />

matéria orgânica em suspensão, aumentam a biomassa. O excesso <strong>de</strong> esgoto po<strong>de</strong> induzir<br />

ao nanismo <strong>de</strong> árvores <strong>de</strong> mangue, que investe em abundante sistema radicular.<br />

Praticamente todas as praias <strong>de</strong> Guaratiba, Sepetiba e Itaguaí apresentam hoje condições<br />

impróprias a balneabilida<strong>de</strong>. Na orla <strong>de</strong> Mangaratiba, praticamente todas as praias junto a<br />

núcleos urbanos apresentam problemas <strong>de</strong> balneabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre as quais Muriqui, do<br />

Saco, Ibicuí e Jacareí. Os problemas se agravam no verão, quando ocorre a elevação do<br />

contingente populacional.<br />

Além disto são carreados pelos rios gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lixo como garrafas e sacos<br />

plásticos e outros <strong>de</strong>tritos que flutuam na água e vão dar às praias. Além <strong>de</strong> poluição,<br />

<strong>de</strong>preciam a paisagem, afugentando o turismo. Gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> lixo em<br />

manguezais po<strong>de</strong>m causar problemas a fixação <strong>de</strong> propágulos <strong>de</strong> R. mangle, já que estes<br />

são arrastadas pelo atrito com os resíduos sólidos, que <strong>de</strong> acordo com o período da maré,<br />

flutuam pouco acima do sedimento.<br />

Óleos e graxas provenientes <strong>de</strong> postos <strong>de</strong> serviço, oficinas mecânicas, indústrias sem<br />

sistemas <strong>de</strong> tratamento e embarcações que aportam ao longo do baixo curso do rio da<br />

Guarda e canais <strong>de</strong> São Francisco, Guandu e Itá, têm forte impacto sobre a biota <strong>de</strong><br />

costões rochosos, como já comentado.<br />

Contudo, <strong>de</strong>ntre todas as formas <strong>de</strong> poluição carreadas pelos rios a mais crítica é a<br />

<strong>de</strong>corrente ausência <strong>de</strong> infra-estruturas <strong>de</strong> esgoto em praticamente toda a região.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-12


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Inexistem sistemas públicos e os sistemas individuais não sofrem controle <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho<br />

por parte das prefeituras o que resulta em muitos casos, na total ineficácia dos mesmos.<br />

A poluição <strong>de</strong> praias por esgotos é sensível na porção nor<strong>de</strong>ste da baía, sendo possível<br />

perceber mau odor nas águas em <strong>de</strong>terminadas épocas do ano.<br />

No conjunto a poluição por aporte fluvial <strong>de</strong>manda principalmente o fortalecimento da<br />

infra-estrutura <strong>de</strong> saneamento básico para toda a bacia contribuinte, o que no Macroplano<br />

conta com proposições a nível <strong>de</strong> planos diretores.<br />

APORTE FLUVIAL DE CARGAS DE SEDIMENTOS<br />

Como exposto no capítulo prece<strong>de</strong>nte, a baía <strong>de</strong> Sepetiba recebe anualmente um aporte<br />

estimado em 1.200.000 m 3 <strong>de</strong> sedimentos através dos rios.<br />

Ao chegar na baía, esta carga <strong>de</strong> sedimentos <strong>de</strong>posita-se preferencialmente junto à porção<br />

nor<strong>de</strong>ste da costa, gerando o expressivo assoreamento <strong>de</strong> praias que se po<strong>de</strong> observar na<br />

região<br />

As obras <strong>de</strong> canalização e a dragagem dos rios da Zona Oeste do município do Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro que encontram-se em andamento, provavelmente ajudarão a incrementar o aporte<br />

<strong>de</strong> sedimentos. O aumento do “run-off “ po<strong>de</strong>rá promover ainda uma alteração nos<br />

padrões hidrológicos dos mangues, possibilitando uma maior penetração <strong>de</strong> águas<br />

salgadas.<br />

Os impactos atribuídos a estes processos são o assoreamento das áreas costeiras,<br />

pressionando mangues, <strong>de</strong>gradando praias e prejudicando a pesca.<br />

O controle <strong>de</strong> tais efeitos <strong>de</strong>manda ações em pontos diversificados da bacia, voltados<br />

basicamente ao controle dos processos erosivos, envolvendo a conjugação <strong>de</strong> ações nas<br />

áreas <strong>de</strong> manejo <strong>de</strong> solos, urbanização, recuperação <strong>de</strong> áreas <strong>de</strong>gradadas, substituição <strong>de</strong><br />

técnicas agropecuárias e controle da ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> areais.<br />

BALANÇO DOS IMPACTOS<br />

Em resumo, os principais problemas da baía <strong>de</strong> Sepetiba e suas relações <strong>de</strong> causa e efeito<br />

são os seguintes:<br />

contaminação <strong>de</strong> sedimentos e organismos por metais pesados:<br />

Ocasionada principalmente pelos <strong>de</strong>spejos industriais, dado existirem na bacia<br />

inúmeras indústrias cujos processos geram <strong>de</strong>scartes <strong>de</strong>stas substâncias. Dentre estas<br />

<strong>de</strong>stacam-se as indústrias metalúrgicas e químicas, presentes em número e porte<br />

relevante no parque industrial local e, via <strong>de</strong> regra, apresentando baixo nível <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sempenho ambiental.<br />

Dentre as principais consequências da contaminação dos sedimentos e biota por metais<br />

pesados, aponta-se o risco à população, pela ingestão do pescados ou outras espécies<br />

eventualmente apresentando concentrações <strong>de</strong> metais acima dos limites máximos<br />

permitidos.<br />

alterações nos processos <strong>de</strong> erosão e sedimentação:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-13


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Atribuídos à <strong>de</strong>gradação do solo e da cobertura vegetal, em diversos pontos da bacia, e<br />

às ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> exploração <strong>de</strong> areia na calha dos rios e nas suas imediações.<br />

Como principal <strong>de</strong>sdobramento <strong>de</strong>stas alterações <strong>de</strong>staca-se a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong> mangues,<br />

o assoreamento das praias, a redução da lâmina <strong>de</strong> água salgada com <strong>de</strong>sbalaceamento<br />

da salinida<strong>de</strong> nas imediações das zonas estuarinas. Este efeito é especialmente crítico<br />

na porção leste da baía, on<strong>de</strong> se observa o <strong>de</strong>clínio da presença <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> água<br />

salgada. A perda <strong>de</strong> profundida<strong>de</strong> implica também na alteração <strong>de</strong> correntes na baía<br />

levando à instalação <strong>de</strong> processos erosivos nas formações costeiras <strong>de</strong> praias e da<br />

restinga da Marambaia.<br />

poluição por óleo;<br />

Ocasionada principalmente, pelo <strong>de</strong>rrame <strong>de</strong> embarcações e ativida<strong>de</strong>s portuárias, com<br />

consi<strong>de</strong>rável impacto sobre a biota aquática, poluição das praias e a <strong>de</strong>gradação <strong>de</strong><br />

mangues.<br />

Numa segunda escala <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobramento aponta-se o potencial <strong>de</strong> impacto sobre<br />

ativida<strong>de</strong>s econômicas da região dada a vocação turística da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

poluição orgânica das águas;<br />

Decorrente da total ausência <strong>de</strong> saneamento da região, constitui-se numa das<br />

problemáticas ambientais <strong>de</strong> maior relevância da baía, dado o nível em que se verifica<br />

o problema. Sua manifestação mais crítica dá-se no extremo leste da baía, on<strong>de</strong> as<br />

condições <strong>de</strong> renovação e circulação <strong>de</strong> águas são extremamente <strong>de</strong>ficientes.<br />

A consequência mais dramática <strong>de</strong>ste problema para a região é o impacto sobre a<br />

ativida<strong>de</strong> econômica, <strong>de</strong>vido à <strong>de</strong>gradação das praias, em especial tendo em vista a<br />

base tradicional <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> bares e restaurantes <strong>de</strong> frutos do mar, associados ao<br />

uso balneário e ao turismo na região.<br />

perda <strong>de</strong> balneabilida<strong>de</strong>.<br />

Decorrência direta das problemáticas anteriores, tem como principal consequência a<br />

<strong>de</strong>svalorização da região enquanto zona balneária, além do fato <strong>de</strong> expor a população<br />

frequentadora das praias a problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Constata-se que, a <strong>de</strong>speito do baixo<br />

padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> das águas, em especial na costa da zona oeste do Rio <strong>de</strong> Janeiro,<br />

gran<strong>de</strong>s contingentes <strong>de</strong> população utilizam-se das mesmas como principal alternativa<br />

<strong>de</strong> lazer, verificando-se com frequência ocorrência <strong>de</strong> problemas da pele e outras<br />

moléstias associadas ao contato com a poluição hídrica.<br />

turismo predatório<br />

Decorrente da falta <strong>de</strong> conscientização da população, falta <strong>de</strong> infra-estrutura a<strong>de</strong>quada<br />

ao turismo, falta <strong>de</strong> campanhas <strong>de</strong> educação e disciplinamento, tendo como<br />

consequência a <strong>de</strong>gradação dos atributos ‘mobilizadores da própria ativida<strong>de</strong> turística.<br />

conflitos na pesca e pesca predatória<br />

Ocorrem em virtu<strong>de</strong> da falta <strong>de</strong> fiscalização e or<strong>de</strong>namento e tem como principal<br />

impacto a inviabilização da própria ativida<strong>de</strong>.<br />

<strong>de</strong>caimento da pesca artesanal<br />

Decorre diretamente do problema acima e tem como consequência o <strong>de</strong>semprego <strong>de</strong><br />

diversas comunida<strong>de</strong>s tradicionais na região.<br />

ocupação <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada da costa<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

7-14


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Decorrente da especulação imobiliária associada à fragilida<strong>de</strong> das políticas e<br />

instrumentos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>namento urbano. Tem com consequência a <strong>de</strong>scaracterização <strong>de</strong><br />

atributos cênicos importantes e a <strong>de</strong>svalorização da região.<br />

perda <strong>de</strong> biomassa <strong>de</strong> organismos pelágicos e bentônicos e <strong>de</strong>saparecimentos <strong>de</strong><br />

espécies em <strong>de</strong>terminadas zonas<br />

Decorrentes da conjugação <strong>de</strong> vários dos problemas acima enunciados, tem como<br />

principal consequência a perda da biodiversida<strong>de</strong> da baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

redução <strong>de</strong> manguezais<br />

Problemática com relações <strong>de</strong> causa e efeito similares a anterior, porém agregando-se a<br />

estas a redução <strong>de</strong> funções fundamentais <strong>de</strong>stes ecossistemas pata a baía, <strong>de</strong>ntre as<br />

quais a retenção <strong>de</strong> metais, a renovação dos estoques bióticos e <strong>de</strong>puração das águas.<br />

É fato que a baía <strong>de</strong> Sepetiba é vital para a economia da bacia, não somente <strong>de</strong>vido ao<br />

porto, mas sobretudo as potencialida<strong>de</strong>s turísticas e <strong>de</strong> pesca. A baía, <strong>de</strong>vido aos seus<br />

manguezais e as suas características estuarinas constitui um ecossistema <strong>de</strong> alta<br />

produtivida<strong>de</strong>.<br />

Contudo, faltam instrumentos <strong>de</strong> gestão que assegurem o uso múltiplo <strong>de</strong> suas águas e da<br />

faixa marginal, o qual po<strong>de</strong>riam orientar e estimular suas potencialida<strong>de</strong>s.<br />

Em suma, a sustentabilida<strong>de</strong> econômica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da bacia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> no mais alto<br />

grau, da manutenção e recuperação dos ecossistemas marinhos. São eles os responsáveis<br />

pelos belos cenários existentes na região, pela qualida<strong>de</strong> das praias e por atrativos<br />

turísticos como a <strong>de</strong>gustação <strong>de</strong> frutos do mar, tradicionalmente explorados na região.<br />

Intervir na região para recuperação <strong>de</strong> suas condições sanitárias e preservação <strong>de</strong> seus<br />

valores ecológicos representa, sobretudo, evitar que aí se instalem as condições<br />

dramáticas, e dificilmente reversíveis, <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação que hoje se verificam na outrora<br />

magnífica baía <strong>de</strong> Guanabara.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

O Mapa 7 apresenta a espacialização dos Ecossistemas Costeiros e Litorâneos da baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba.<br />

7-15


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

8. INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E<br />

APOIO À DECISÃO<br />

Com base na i<strong>de</strong>ntificação dos fatores mais relevantes da problemática ambiental da<br />

bacia, foram <strong>de</strong>senvolvidos durante a fase <strong>de</strong> diagnóstico, diversos instrumentos<br />

<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem das relações <strong>de</strong> causa e efeito <strong>de</strong>ssa problemática, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> facilitar o entendimento dos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>gradação atuantes em escala<br />

regional, apoiar <strong>de</strong>cisões quanto à <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ambiental para a bacia<br />

e orientar a intensida<strong>de</strong> e priorida<strong>de</strong> das estratégias propostas para a consecução <strong>de</strong> tais<br />

metas.<br />

O uso <strong>de</strong> tais mo<strong>de</strong>los durante a etapa <strong>de</strong> implantação do Macroplano permitirá avaliar o<br />

<strong>de</strong>sempenho das estratégias propostas, indicando a eventual necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reorientação<br />

ou reprogramação, em função <strong>de</strong> eventuais variações <strong>de</strong> cenários que venham alterar as<br />

premissas <strong>de</strong> planejamento. Por este motivo, os instrumentos <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>vem<br />

ser entendidos como ferramental técnico <strong>de</strong> gestão da bacia, a ser permanentemente<br />

atualizado durante a implementação do Macroplano, à medida que se amplie a base <strong>de</strong><br />

conhecimento sobre as relações <strong>de</strong> causa e efeito nele simuladas. Para tanto são previstos,<br />

no próprio plano, programas <strong>de</strong> monitoramento ou pesquisa, voltados à ampliação da base<br />

<strong>de</strong> dados, que irão permitir a retroalimentação e a calibração progressiva <strong>de</strong>stes<br />

instrumentos.<br />

Os mo<strong>de</strong>los que configuram os principais instrumentos <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão gerados pelo<br />

Macroplano são fundamentados e <strong>de</strong>scritos nas seções que se seguem.<br />

8.1 MODELO DE QUALIDADE DA ÁGUA - SIMOX<br />

O diagnóstico realizado para apoio ao planejamento, apontou a presença <strong>de</strong> elevada carga<br />

orgânica em gran<strong>de</strong> parte dos rios da bacia contribuinte à baía <strong>de</strong> Sepetiba. A abrangência<br />

e variabilida<strong>de</strong> regional com que o problema se apresenta na bacia criou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

sistematizar a análise da variação dos níveis <strong>de</strong> poluição ao longo dos sistemas fluviais,<br />

<strong>de</strong> modo a orientar a formulação <strong>de</strong> estratégias diferenciadas <strong>de</strong> saneamento ambiental<br />

para diferentes regiões da bacia. Foi assim i<strong>de</strong>alizado um estudo <strong>de</strong> simulação matemática<br />

da qualida<strong>de</strong> das águas, para as principais bacias hidrográficas, contribuintes à baía <strong>de</strong><br />

Sepetiba, escolhendo-se os parâmetros oxigênio dissolvido e Demanda Bioquímica <strong>de</strong><br />

Oxigênio - DBO para a mo<strong>de</strong>lagem.<br />

Foi selecionado para esta simulação o programa <strong>de</strong> computacão SIMOX, elaborado e<br />

<strong>de</strong>senvolvido pelo CEPIS - Centro Panamericano <strong>de</strong> Ingenieria Sanitária y Ciencias <strong>de</strong>l<br />

Ambiente, localizado em Lima, Peru. O programa está <strong>de</strong>senhado para analisar os<br />

recursos <strong>de</strong> oxigênio dissolvido <strong>de</strong> um sistema fluvial e para prover a combinação ótima<br />

<strong>de</strong> incremento <strong>de</strong> fluxos mínimos e <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> cargas, capaz <strong>de</strong> satisfazer aos<br />

requisitos mínimos permitidos pela legislação em vigor para os parâmetros oxigênio<br />

dissolvido e DBO, nas categorias <strong>de</strong> enquadramento pretendidas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-1


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Os objetivos do estudo <strong>de</strong> simulação <strong>de</strong> oxigênio dissolvido são:<br />

avaliar a situação atual da qualida<strong>de</strong> das águas ao longo dos rios estudados, com<br />

relação à situação <strong>de</strong> comprometimento por contaminação orgânica, comparando os<br />

padrões mandatórios, associados aos usos pretendidos nas bacias, com a qualida<strong>de</strong><br />

verificada;<br />

prognosticar a situação futura (horizontes <strong>de</strong> 2000 e <strong>de</strong> 2020) da qualida<strong>de</strong> dos rios,<br />

consi<strong>de</strong>rando o aumento populacional esperado e a implantação do Plano Diretor <strong>de</strong><br />

Esgotos, para diversas alternativas quanto aos níveis <strong>de</strong> atendimento e <strong>de</strong> redução da<br />

carga nas ETEs;<br />

calcular as vazões e as cargas orgânicas que aportam à baía <strong>de</strong> Sepetiba, as quais foram<br />

incorporadas ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> simulação hidrodinâmica, <strong>de</strong>senvolvido no contexto do<br />

Macroplano para avaliação das condições da baía;<br />

orientar a formulação <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> atuação nas diferentes bacias estudadas, do<br />

ponto <strong>de</strong> vista das intervenções propostas para redução da poluição dos rios por carga<br />

orgânica.<br />

Os resultados obtidos para os diferentes trechos são apresentados nos Quadros 8.1 e 8.2,<br />

respectivamente para Oxigênio Dissolvido e DBO, <strong>de</strong>monstrando os altos níveis <strong>de</strong><br />

comprometimento atual dos cursos d’água e simulando, para condições diversas <strong>de</strong><br />

tratamento, em início e final <strong>de</strong> plano, as melhorias possíveis <strong>de</strong> serem alcançadas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

O Mapa 11 - <strong>Estudos</strong> <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> da Água - Simulação <strong>de</strong> Oxigênio Dissolvido,<br />

apresenta a segmentação aplicada aos rios para estruturação do mo<strong>de</strong>lo.<br />

8-2


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 8.1<br />

RESULTADOS DO MODELO SIMOX PARA OXIGÊNIO DISSOLVIDO<br />

50% POPULAÇÃO ATENDIDA - ANO 2000 80% POPULAÇÃO ATENDIDA<br />

O.D. O.D. 90% IND O.D. 90% IND O.D. 90% IND O.D. 90% IND O.D. 90% IND O.D. 90% IND<br />

RIOS TRECHO ATUALB 40% ETE 40% ETE 70% ETE 70% ETE 90% ETE 90% ETE 40% ETE 40% ETE 70% ETE 70% ETE 90% ETE 90% ETE<br />

1996 2000 2000 2000 2000 2000 2000 2020 2020 2020 2020 2020 2020<br />

RIO GUANDU<br />

Rib. Lajes 400 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Corr. Ponte Coberta 390 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rib. Lajes 380 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rio Cacaria 375 8,67 8,68 8,68 8,68 8,68 8,68 8,68 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69<br />

Rio Cacaria 370 8,57 8,58 8,64 8,58 8,64 8,58 8,64 8,58 8,64 8,58 8,64 8,58 8,64<br />

Rib. Lajes 360 8,70 8,67 8,67 8,67 8,67 8,67 8,67 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69<br />

Rio Onça 350 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rib. Lajes/Guandu 340 8,48 8,59 8,59 8,59 8,59 8,59 8,59 8,65 8,65 8,65 8,65 8,65 8,65<br />

Rio Primeira Agua 335 8,68 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rio Primeira Agua 330 5,81 6,96 6,96 6,96 6,96 6,96 6,96 7,65 7,65 7,65 7,65 7,65 7,65<br />

Rio Guandu 320 8,46 8,58 8,59 8,58 8,59 8,58 8,59 8,65 8,65 8,65 8,65 8,65 8,65<br />

Rio Macaco 310 8,23 8,27 8,28 8,32 8,32 8,35 8,35 8,09 8,10 8,17 8,17 8,22 8,22<br />

Rio Macaco 308 3,79 5,79 5,82 5,87 5,90 5,92 5,95 6,70 6,73 6,82 6,85 6,90 6,93<br />

Rio Macaco 305 3,13 5,40 5,43 5,48 5,51 5,53 5,56 6,47 6,50 6,59 6,62 6,67 6,70<br />

Rio Guandu 300 8,39 8,54 8,54 8,54 8,54 8,54 8,54 8,62 8,62 8,62 8,62 8,62 8,62<br />

Rio Areia 290 8,67 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69 8,69<br />

Rio Guandu 280 8,35 8,51 8,51 8,51 8,51 8,51 8,52 8,61 8,61 8,61 8,61 8,61 8,61<br />

Rio Santana 275 6,08 7,37 7,37 7,37 7,37 7,37 7,37 8,13 8,13 8,13 8,13 8,13 8,13<br />

Rio Santana 270 6,29 7,30 7,30 7,30 7,30 7,30 7,30 7,90 7,90 7,90 7,90 7,90 7,90<br />

Rio Guandu 260 8,10 8,38 8,38 8,38 8,38 8,38 8,38 8,54 8,54 8,54 8,54 8,54 8,54<br />

Rio São Pedro 255 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rio São Pedro 250 5,68 7,24 7,24 7,24 7,24 7,24 7,24 8,10 8,10 8,10 8,10 8,10 8,10<br />

Rio Guandu 240 8,06 8,44 8,44 8,44 8,44 8,44 8,44 8,57 8,57 8,57 8,57 8,57 8,57<br />

Rio Sto. Antonio 235 6,70 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71 6,71<br />

Rio Sto. Antonio 230 3,72 4,52 4,52 4,52 4,52 4,52 4,52 5,02 5,02 5,02 5,02 5,02 5,02<br />

Rio D'Ouro 225 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70 8,70<br />

Rio D'Ouro 220 3,02 4,08 4,08 4,08 4,08 4,08 4,08 4,61 4,61 4,61 4,61 4,61 4,61<br />

Rio Poços 210 3,72 3,85 3,85 3,85 3,85 3,85 3,85 4,59 4,59 4,58 4,59 4,59 4,59<br />

Rio Queimados 200 1,93 2,61 2,77 2,61 2,77 2,61 2,77 3,38 3,55 3,38 3,55 3,38 3,55<br />

Rio Sarapó 190 2,03 2,55 2,55 2,55 2,55 2,55 2,55 2,81 2,81 2,81 2,81 2,81 2,81<br />

Rio Queimados 180 1,50 2,26 2,41 2,26 2,41 2,26 2,41 2,99 3,14 2,99 3,14 2,99 3,14<br />

Rio Queimados 170 1,44 2,34 2,51 2,34 2,51 2,34 2,51 3,13 3,31 3,13 3,31 3,13 3,31<br />

Rio Guandu 168 8,04 8,27 8,28 8,28 8,28 8,28 8,28 8,43 8,43 8,43 8,43 8,43 8,43<br />

Rio Cabuçu 165 3,42 4,48 4,48 4,48 4,48 4,48 4,48 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25 5,25<br />

Rio Cabuçu 164 3,09 4,25 4,25 4,25 4,25 4,25 4,25 5,10 5,10 5,10 5,10 5,10 5,10<br />

Rio Ipiranga 160 3,50 5,80 5,80 5,80 5,80 5,80 5,80 7,35 7,35 7,35 7,35 7,35 7,35<br />

Rio Ipiranga 150 2,67 4,48 4,48 4,48 4,48 4,48 4,48 5,72 5,72 5,72 5,72 5,72 5,72<br />

Rio Guandu 145 8,00 8,25 8,25 8,25 8,25 8,25 8,25 8,41 8,41 8,41 8,41 8,41 8,42<br />

Rio Guandu 140 7,98 8,24 8,24 8,24 8,24 8,24 8,24 8,40 8,40 8,40 8,40 8,40 8,41<br />

Rio Guandu 130 7,97 8,23 8,23 8,23 8,23 8,23 8,23 8,39 8,39 8,39 8,39 8,39 8,40<br />

Rio Guandu 120 7,95 8,21 8,22 8,22 8,22 8,22 8,22 8,38 8,38 8,38 8,38 8,38 8,39<br />

RIO GUANDU MIRIM<br />

Rio Guandu do Sapê 500 1,85 1,91 2,29 1,98 2,36 2,03 2,41 1,82 2,19 1,97 2,35 2,08 2,45<br />

Rio do Campinho 490 0,43 0,99 1,16 1,56 1,91 1,94 2,12 0,00 0,14 1,28 1,42 2,13 2,27<br />

Rio Guandu Mirim 480 1,53 1,70 2,03 1,91 2,29 2,05 2,38 1,30 1,60 1,80 2,11 2,14 2,45<br />

Rio Capenga 470 2,80 0,67 0,67 2,14 2,14 3,12 3,12 0,01 0,01 1,42 1,42 2,85 2,85<br />

Rio Guandu Mirim 460 0,41 1,68 1,96 2,09 2,41 2,37 2,65 1,21 1,46 1,88 2,13 2,42 2,67<br />

Canal do Guandu 450 0,94 2,10 2,37 2,49 2,80 2,75 3,02 1,62 1,86 2,26 2,50 2,77 3,02<br />

RIO DA GUARDA<br />

Rio Piloto 800 4,90 5,63 5,63 6,18 6,18 6,54 6,54 6,14 6,14 6,16 6,16 6,53 6,53<br />

Valão do Dendê 790 4,26 5,22 5,22 5,95 5,95 6,43 6,43 5,84 5,84 5,84 5,84 6,33 6,33<br />

Rio Cai Tudo 780 3,66 5,73 5,74 7,33 7,34 8,39 8,41 6,91 6,92 6,91 6,92 7,95 7,96<br />

Rio Cai Tudo 770 3,12 5,37 5,39 7,10 7,12 8,26 8,27 6,68 6,69 6,68 6,69 7,80 7,82<br />

Rio Piloto 760 4,43 5,56 5,56 6,42 6,42 7,00 7,00 6,28 6,29 6,29 6,30 6,87 6,87<br />

Valão dos Bois 740 3,61 4,82 4,82 5,75 5,75 6,36 6,37 5,56 5,57 5,74 5,75 6,42 6,42<br />

Rio Piloto 730 4,05 5,21 5,21 6,09 6,10 6,69 6,69 5,93 5,93 6,02 6,02 6,64 6,64<br />

Rio Itaguai 720 1,32 2,95 2,99 3,25 3,30 3,46 3,51 3,92 3,97 3,92 3,97 4,14 4,19<br />

Rio da Guarda 710 3,40 4,70 4,71 5,69 5,69 6,34 6,35 5,49 5,50 5,59 5,60 6,27 6,27<br />

Canal S.Agostinho 705 0,67 0,67 0,90 0,67 0,90 0,67 0,90 0,65 0,88 0,65 0,88 0,65 0,88<br />

Rio da Guarda 700 2,74 3,76 3,82 4,52 4,59 5,04 5,10 4,38 4,45 4,46 4,52 4,99 5,05<br />

RIO PIRAQUÊ<br />

Rio Cabuçu 600 0,26 2,70 2,70 2,70 2,70 2,70 2,70 4,80 4,80 4,80 4,80 4,80 4,80<br />

Rio da Prata 590 5,43 6,73 6,73 7,28 7,28 7,65 7,65 7,65 7,65 7,65 7,65 8,03 8,03<br />

Rio Cabuçu 580 2,28 4,02 4,03 4,53 4,54 4,87 4,88 4,31 4,31 4,54 4,54 4,98 4,98<br />

Rio Piraquê 570 2,01 3,97 3,98 4,57 4,58 4,97 4,98 4,25 4,25 4,59 4,59 5,16 5,16<br />

Rio Piraquê 560 1,81 3,67 3,67 4,30 4,31 4,73 4,73 3,77 3,77 4,11 4,11 4,68 4,68<br />

Rio Carapiá 550 3,01 5,27 5,27 6,97 6,97 8,10 8,10 6,96 6,96 6,96 6,96 8,09 8,09<br />

Rio dos Portos 540 5,77 6,55 6,55 6,94 6,94 7,20 7,20 7,11 7,11 7,11 7,11 7,38 7,38<br />

Rio Piraquê 530 2,41 4,13 4,14 4,77 4,77 5,19 5,20 4,25 4,25 4,59 4,59 5,16 5,16<br />

RIO CAÇÃO VERMELHO<br />

Rio Cação Vermelho 900 0,94 3,33 3,38 3,49 3,54 3,66 3,70 5,18 5,29 5,18 5,29 5,37 5,48<br />

Rio Cação Vermelho 890 1,95 3,97 4,01 4,09 4,13 4,21 4,25 5,46 5,54 5,46 5,54 5,60 5,67<br />

Canal do Itá 880 1,88 4,51 4,51 5,57 5,57 6,63 6,63 5,43 5,43 5,43 5,43 6,48 6,48<br />

Canal do Itá 870 1,76 3,17 3,20 3,39 3,41 3,60 3,62 3,47 3,52 3,50 3,54 3,69 3,74<br />

Canal do Itá 860 1,28 3,03 3,06 3,45 3,47 3,85 3,87 3,48 3,52 3,57 3,61 3,96 4,00<br />

Legenda: locais com previsão <strong>de</strong> instalação das ETEs<br />

USOS<br />

Classe 2 - O .D. > 5 mg/l abastecimento doméstico após tratamento convencional<br />

proteção das comunida<strong>de</strong>s aquáticas<br />

recreação <strong>de</strong> contato primário<br />

irrigação <strong>de</strong> hortaliças e plantas frutíferas<br />

criação natural e/ou intensiva <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>stinadas à alimentação humana<br />

Classe 3 - 4 mg/l


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Quadro 8.2<br />

RESULTADOS DO MODELO SIMOX PARA DBO<br />

ALTERNATIVAS DE REDUÇÃO DE CARGAS ORGÂNICAS X ENQUADRAMENTO DOS CORPOS HÍDRICOS<br />

CONAMA 20/86<br />

50% POPULAÇÃO ATENDIDA - ANO 2000 80% POPULAÇÃO ATENDIDA - ANO 2020<br />

RIOS TRECHO D.B.O. DBO 40% 90% IND DBO 70% 90% IND DBO 90% 90% IND DBO 40% 90% IND DBO 70% 90% IND DBO 90%<br />

atual REDUÇÃO 40% ETE REDUÇÃO 70% ETE REDUÇÃO 90% ETE REDUÇÃO 40% ETE REDUÇÃO 70% ETE REDUÇÃO<br />

1996 2000 2000 2000 2000 2000 2000 2020 2020 2020 2020 2020<br />

RIO GUANDU<br />

Rib. Lajes 400 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Corr. Ponte Coberta 390 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rib. Lajes 380 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio Cacaria 375 1,10 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30<br />

Rio Cacaria 370 3,20 3,00 0,60 3,00 0,60 3,00 0,60 2,90 0,50 2,90 0,50 2,90<br />

Rib. Lajes 360 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio Onça 350 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rib. Lajes/Guandu 340 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio Primeira Agua 335 1,00 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20<br />

Rio Primeira Agua 330 0,30 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10<br />

Rio Guandu 320 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio Macaco 310 8,40 5,40 5,00 3,10 2,80 1,60 1,30 8,40 8,10 4,50 4,10 1,80<br />

Rio Macaco 308 15,60 10,30 8,60 6,60 4,90 4,20 2,40 13,90 12,10 8,10 6,40 4,20<br />

Rio Macaco 305 16,80 12,00 10,60 8,30 6,90 5,90 4,50 15,80 14,40 10,30 8,90 6,60<br />

Rio Guandu 300 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10<br />

Rio Areia 290 1,00 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20<br />

Rio Guandu 280 0,20 0,20 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,20 0,20 0,20 0,10 0,10<br />

Rio Santana 275 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00 1,20 1,20 1,20 1,20 1,20<br />

Rio Santana 270 1,60 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 1,00 1,00 1,00 1,00 1,00<br />

Rio Guandu 260 0,40 0,30 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,30 0,20 0,20 0,20 0,20<br />

Rio São Pedro 255 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio São Pedro 250 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,60 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70<br />

Rio Guandu 240 0,50 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 0,20 0,30 0,30 0,20 0,20 0,20<br />

Rio Sto. Antonio 235 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio Sto. Antonio 230 30,90 15,70 15,70 15,70 15,70 15,70 15,70 6,40 6,40 6,40 6,40 6,40<br />

Rio D'Ouro 225 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00<br />

Rio D'Ouro 220 33,20 19,70 19,70 19,70 19,70 19,70 19,70 13,10 13,10 13,10 13,10 13,10<br />

Rio Poços 210 26,80 18,60 18,60 18,60 18,60 18,60 18,60 10,30 10,30 10,30 10,30 10,30<br />

Rio Queimados 200 51,70 33,90 30,20 33,90 30,20 33,90 30,20 20,40 16,50 20,40 16,50 20,40<br />

Rio Sarapó 190 32,70 21,50 21,50 21,50 21,50 21,50 21,50 15,70 15,70 15,70 15,70 15,70<br />

Rio Queimados 180 48,50 31,70 28,30 31,70 28,30 31,70 28,30 19,80 16,30 19,80 16,30 19,80<br />

Rio Queimados 170 42,20 27,30 24,40 27,30 24,40 27,30 24,40 16,90 13,90 16,90 13,90 16,90<br />

Rio Guandu 168 1,60 1,00 0,90 1,00 0,90 0,90 0,90 0,70 0,60 0,60 0,60 0,60<br />

Rio Cabuçu 165 34,70 18,80 18,80 18,80 18,80 18,80 18,80 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50<br />

Rio Cabuçu 164 31,20 16,80 16,80 16,80 16,80 16,80 16,80 7,60 7,60 7,60 7,60 7,60<br />

Rio Ipiranga 160 31,30 17,10 17,10 17,10 17,10 17,10 17,10 7,90 7,90 7,90 7,90 7,90<br />

Rio Ipiranga 150 27,40 14,70 14,70 14,70 14,70 14,70 14,70 6,70 6,70 6,70 6,70 6,70<br />

Rio Guandu 145 1,70 1,10 1,00 1,10 1,00 1,00 1,00 0,70 0,70 0,70 0,60 0,60<br />

Rio Guandu 140 1,80 1,20 1,10 1,10 1,00 1,10 1,00 0,80 0,70 0,70 0,70 0,70<br />

Rio Guandu 130 1,80 1,20 1,10 1,10 1,10 1,10 1,00 0,80 0,70 0,70 0,70 0,70<br />

Rio Guandu 120 1,80 1,20 1,10 1,10 1,10 1,10 1,10 0,80 0,80 0,80 0,70 0,70<br />

RIO GUANDU MIRIM<br />

Rio Guandu do Sapê 500 46,10 43,90 31,80 41,60 29,50 40,10 28,00 44,70 32,90 39,90 28,00 36,60<br />

Rio do Campinho 490 113,50 87,90 83,10 72,40 63,00 62,10 57,30 98,80 94,80 63,00 59,10 39,20<br />

Rio Guandu Mirim 480 62,80 55,50 45,50 49,70 38,50 45,80 35,80 60,70 51,40 46,60 37,30 37,10<br />

Rio Capenga 470 58,30 70,40 70,40 46,40 46,40 30,40 30,40 68,30 68,30 44,30 44,30 20,10<br />

Rio Guandu Mirim 460 60,90 56,80 48,60 48,20 39,10 42,50 34,40 61,00 53,60 45,40 38,00 33,50<br />

Canal do Guandu 450 58,00 53,80 46,20 45,80 37,30 40,50 32,90 57,80 50,90 43,10 36,10 31,90<br />

RIO DA GUARDA<br />

Rio Piloto 800 2,40 2,00 2,00 1,70 1,60 1,40 1,40 2,40 2,40 1,60 1,50 1,00<br />

Valão do Dendê 790 2,20 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 2,50 4,00 4,00 4,00 4,00 4,00<br />

Rio Cai Tudo 780 10,90 12,20 11,90 12,20 11,90 12,20 11,90 19,10 18,70 19,10 18,70 19,10<br />

Rio Cai Tudo 770 11,40 12,70 11,40 12,70 11,40 12,70 11,40 19,20 17,90 19,20 17,90 19,20<br />

Rio Piloto 760 4,80 4,90 4,50 4,60 4,20 4,40 4,00 6,90 6,60 6,30 5,90 5,90<br />

Valão dos Bois 740 6,90 5,80 5,80 4,80 4,70 4,00 4,00 6,80 6,80 4,50 4,40 2,90<br />

Rio Piloto 730 5,70 5,30 5,10 4,70 4,40 4,20 4,00 6,90 6,60 5,50 5,20 4,50<br />

Rio Itaguai 720 42,90 26,70 25,90 26,70 25,90 26,70 25,90 18,40 17,50 18,40 17,50 18,40<br />

Rio da Guarda 710 9,10 8,60 8,40 7,70 7,40 7,00 6,80 10,70 10,50 8,30 8,10 6,70<br />

Canal S.Agostinho 705 23,70 23,80 3,80 23,80 3,80 23,80 3,80 24,70 4,70 24,70 4,70 24,70<br />

Rio da Guarda 700 12,40 12,10 7,30 11,30 6,60 10,90 6,10 13,90 9,10 12,00 7,30 10,70<br />

RIO PIRAQUÊ<br />

Rio Cabuçu 600 121,20 85,30 85,30 85,30 85,30 85,30 85,30 55,10 55,10 55,10 55,10 55,10<br />

Rio da Prata 590 26,90 15,20 15,20 15,20 15,20 15,20 15,20 8,50 8,50 8,50 8,50 8,50<br />

Rio Cabuçu 580 64,00 35,40 35,00 32,50 32,10 30,60 30,20 53,50 53,50 35,40 35,40 23,30<br />

Rio Piraquê 570 61,20 34,40 34,10 31,90 31,60 30,30 30,00 48,30 48,30 32,70 32,70 22,30<br />

Rio Piraquê 560 60,20 39,30 39,00 33,50 33,20 29,60 29,30 56,80 56,80 36,10 36,10 22,20<br />

Rio Carapiá 550 0,60 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,70 0,90 0,90 0,90 0,90 0,90<br />

Rio dos Portos 540 13,50 7,70 7,70 7,70 7,70 7,70 7,70 4,20 4,20 4,20 4,20 4,20<br />

Rio Piraquê 530 53,20 34,70 34,40 29,90 29,70 26,80 26,50 48,70 48,70 31,40 31,40 19,90<br />

RIO CAÇÃO VERMELHO<br />

Rio Cação Vermelho 900 109,00 74,60 73,00 74,60 73,00 74,60 73,00 48,60 45,10 48,60 45,10 48,60<br />

Rio Cação Vermelho 890 87,00 58,50 57,70 58,50 57,70 58,50 57,70 35,00 33,10 35,00 33,10 35,00<br />

Canal do Itá 880 14,90 15,60 15,60 15,60 15,60 15,60 15,60 19,00 19,00 19,00 19,00 19,00<br />

Canal do Itá 870 81,70 71,80 71,10 58,10 57,50 49,10 48,40 73,10 72,10 47,40 46,30 30,20<br />

Canal do Itá 860 73,00 64,50 63,90 52,30 51,70 44,10 43,60 66,50 65,50 43,20 42,20 27,60<br />

USOS<br />

Classe 2: D.B.O . < 5 mg/l abastecimento doméstico após tratamento convencional<br />

proteção das comunida<strong>de</strong>s aquáticas<br />

recreação <strong>de</strong> contato primário<br />

irrigação <strong>de</strong> hortaliças e plantas frutíferas<br />

criação natural e/ou intensiva <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong>stinadas à alimentação humana<br />

Classe 3: D.B.O . < 10 mg/l abastecimento doméstico após tratamento convencional<br />

irrigação <strong>de</strong> culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras<br />

<strong>de</strong>sse<strong>de</strong>ntação <strong>de</strong> animais<br />

Classe 4: não cita limites à DBO navegação<br />

(consi<strong>de</strong>rado DBO entre10 e 50 mg/l) harmonia paisagística<br />

usos menos exigentes<br />

D.B.O . > 50 mg/l<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-4


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

8.2 ISA - ÍNDICE DE SENSIBILIDADE AMBIENTAL<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> orientar priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saneamento ambiental com base<br />

na administração <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandas concorrentes sobre a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte dos recursos<br />

hídricos da bacia, foi <strong>de</strong>senvolvido um indicador que permitisse regionalizar os diferentes<br />

níveis e formas <strong>de</strong> pressão sobre tais recursos, relacionando variáveis representativas da<br />

intensida<strong>de</strong> e forma do uso, da magnitu<strong>de</strong> do contingente por ele beneficiado, e da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte disponível no compartimento fluvial <strong>de</strong>mandado.<br />

O indicador assim concebido busca traduzir o nível <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ambiental <strong>de</strong> uma<br />

dada região <strong>de</strong> contribuição hídrica, em função do nível e da natureza da <strong>de</strong>manda por ela<br />

exercida sobre seus recursos hídricos. Dado que na bacia <strong>de</strong> Sepetiba a poluição por<br />

cargas orgânicas mostra-se como a forma <strong>de</strong> pressão mais relevante sobre os recursos<br />

hídricos, as <strong>de</strong>mandas pon<strong>de</strong>radas neste mo<strong>de</strong>lo abrangem além <strong>de</strong> usos consuntivos da<br />

água e <strong>de</strong>mandas ecológicas, aquelas associadas ao lançamento <strong>de</strong> cargas orgânicas nos<br />

corpos hídricos. Os contingentes beneficiários das diferentes <strong>de</strong>mandas (ou dos usos que<br />

as exercem) são incorporados ao indicador, para permitir a orientação <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s<br />

sociais e econômicas quanto às estratégias <strong>de</strong> intervenção propostas.<br />

O indicador, a que se <strong>de</strong>nominou Índice <strong>de</strong> Sensibilida<strong>de</strong> Ambiental - ISA, foi assim<br />

calculado para diferentes regiões <strong>de</strong> contribuição hídrica, resultantes da divisão das bacias<br />

hidrográficas contribuintes à baía <strong>de</strong> Sepetiba em subsetores <strong>de</strong> contribuição hídrica aos<br />

cursos <strong>de</strong> água principais <strong>de</strong> cada bacia. Desta forma foi possível verificar e mapear,<br />

<strong>de</strong>ntro da área <strong>de</strong> estudo, a variação dos níveis <strong>de</strong> pressão sobre os cursos <strong>de</strong> água,<br />

estabelecendo-se assim uma metodologia <strong>de</strong> avaliação espacializada da região, pela qual é<br />

possível visualizar as áreas que ainda contam com reservas <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte sob<br />

o enfoque analisado, e aquelas em variadas condições <strong>de</strong> criticida<strong>de</strong> quanto ao<br />

esgotamento <strong>de</strong>stas reservas.<br />

Na formulação do ISA foram consi<strong>de</strong>rados os seguintes fatores:<br />

Tipologia <strong>de</strong> usos ou serviços atualmente prestados pelos recursos hídricos<br />

(abastecimento <strong>de</strong> água, atendimento à <strong>de</strong>manda ecológica, usos recreacionais <strong>de</strong><br />

contato primário, diluição <strong>de</strong> efluentes);<br />

População beneficiária equivalente por uso;<br />

Relevância do tipo <strong>de</strong> uso dos recursos hídricos;<br />

Vazão <strong>de</strong>mandada para os serviços;<br />

Vazão disponível.<br />

A relevância atribuída a cada um dos usos da água seguiu como orientação geral o padrão<br />

adotado na gestão integrada dos recursos hídricos, on<strong>de</strong> a priorização dos usos <strong>de</strong>ve visar<br />

a satisfação das necessida<strong>de</strong>s humanas básicas e a salvaguarda dos ecossistemas.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-5


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

A vazão <strong>de</strong>mandada é <strong>de</strong>finida como aquela necessária para prestar o serviço<br />

correspon<strong>de</strong>nte. Assim, a vazão <strong>de</strong>mandada para abastecimento é aquela captada no<br />

manancial; a vazão <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda ecológica e usos recreacionais é a vazão mínima natural<br />

do curso d’água capaz <strong>de</strong> garantir a integrida<strong>de</strong> do ecossistema fluvial e os atributos<br />

cênicos e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> da água necessários ao uso recreacional; e, finalmente, a vazão<br />

<strong>de</strong>mandada para diluição é aquela que seria necessária para <strong>de</strong>purar e diluir a carga<br />

orgânica lançada ao nível <strong>de</strong> concentração compatível com o padrão da classe <strong>de</strong><br />

enquadramento do corpo hídrico. Para esta análise adotou-se como referência balizadora<br />

os usos e as concentrações <strong>de</strong> DBO estabelecidas para corpos hídricos Classe 2 (<br />

Resolução CONAMA n.º 20/ 1986).<br />

Além do fato <strong>de</strong> inexistir enquadramento específico para os rios da região, a adoção <strong>de</strong><br />

uma só classe (Classe 2) para todos os corpos hídricos teve o objetivo <strong>de</strong> referenciá-los a<br />

um mesmo padrão, facilitando assim uma análise comparativa.<br />

É importante ressalvar que a avaliação da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte <strong>de</strong> um sistema hídrico<br />

não se restringe apenas à <strong>de</strong>manda bioquímica <strong>de</strong> oxigênio (DBO), muito embora este<br />

seja um dos mais importantes parâmetros para este tipo <strong>de</strong> avaliação, notadamente em<br />

regiões urbanas ou <strong>de</strong> periferia das cida<strong>de</strong>s. Isto porque a DBO é o parâmetro que melhor<br />

consegue exprimir a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oxigênio no meio hídrico, além <strong>de</strong> ser bom indicador<br />

<strong>de</strong> seu nível <strong>de</strong> comprometimento.<br />

Tais estudos possibilitaram regionalizar a compreensão da problemática ambiental da<br />

bacia sob os seguintes aspectos:<br />

1. Delimitação <strong>de</strong> zonas espaciais com características mais ou menos semelhantes <strong>de</strong><br />

resposta aos níveis <strong>de</strong> pressão sócio-ambiental exercida sobre o sistema hídrico (zonas<br />

homogêneas);<br />

2. Zonas prioritárias para intervenção, face ao quadro atual <strong>de</strong> pressão que suportam;<br />

3. Diferenciação regional dos níveis <strong>de</strong> relevância dos usos da água e, a partir <strong>de</strong>ste<br />

entendimento, proposição <strong>de</strong> enquadramento dos cursos <strong>de</strong> água compatível com os<br />

usos que se preten<strong>de</strong> manter ou viabilizar;<br />

4. Proposição <strong>de</strong> metas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> compatíveis com o enquadramento pretendido.<br />

Além disto, a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> zonas sensíveis ofereceu subsídio à formulação <strong>de</strong><br />

diretrizes para o or<strong>de</strong>namento do uso e ocupação da base territorial e das estratégias <strong>de</strong><br />

controle <strong>de</strong> poluição hídrica.<br />

Os resultados alcançados na aplicação <strong>de</strong>sta metodologia para a região <strong>de</strong> Sepetiba<br />

permitiram elaborar a seguinte graduação conceitual:<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-6


ISA > 10 Altíssima Sensibilida<strong>de</strong><br />

Ambiental<br />

10 > ISA > 5 Alta Sensibilida<strong>de</strong><br />

Ambiental<br />

5 > ISA > 2 Média Sensibilida<strong>de</strong><br />

Ambiental<br />

ISA < 2 Baixa Sensibilida<strong>de</strong><br />

Ambiental<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Indica área on<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> do sistema hídrico<br />

para suportar os usos existentes, mantendo a<br />

concentração <strong>de</strong> DBO em nível compatível com a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um rio Classe 2, encontra-se excedida<br />

em mais <strong>de</strong> 3 vezes. Requer ações estruturais<br />

imediatas, assim como necessita <strong>de</strong> enquadramento<br />

do corpo d’água em classe menos rigorosa <strong>de</strong> forma<br />

a viabilizar o gerenciamento <strong>de</strong> sua qualida<strong>de</strong> frente<br />

a usos consolidados.<br />

Indica área on<strong>de</strong> a capacida<strong>de</strong> do sistema hídrico<br />

para suportar os usos existentes, mantendo a<br />

concentração <strong>de</strong> DBO em nível compatível com a<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um rio Classe 2, encontra-se excedida<br />

em mais <strong>de</strong> 2 vezes. Requer ações estruturais <strong>de</strong><br />

curto prazo, necessitando também <strong>de</strong> proposta <strong>de</strong><br />

enquadramento do curso d’água em classe menos<br />

rigorosa, para a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usos já<br />

consolidados.<br />

Indica área on<strong>de</strong> o sistema hídrico teve sua<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte excedida em menos que duas<br />

vezes, quanto às possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> atendimento aos<br />

usos sob padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> compatível com<br />

Classe 2. Po<strong>de</strong> admitir uma combinação <strong>de</strong> ações<br />

estruturais e não estruturais para a viabilização dos<br />

usos atuais, mantido o enquadramento em Classe 2.<br />

Indica área em que o sistema hídrico possui<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte para aten<strong>de</strong>r aos usos atuais,<br />

mantendo-se como um rio Classe 2. Requer<br />

medidas não estruturais para manutenção <strong>de</strong> seu<br />

atual padrão <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo inclusive ser<br />

analisado o reenquadramento para atendimento<br />

futuro sob padrões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> mais restritivos.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

MAPA TEMÁTICO<br />

No Mapa 12 - Avaliação da Sensibilida<strong>de</strong> - Recursos Hídricos, apresentam-se os<br />

resultados da caracterização atual da região segundo a metodologia do ISA.<br />

8-7


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

8.3 MODELO CHUVA DEFLÚVIO<br />

Tal mo<strong>de</strong>lo foi <strong>de</strong>senvolvido a partir <strong>de</strong> estudo <strong>de</strong> regionalização das <strong>de</strong>scargas da região,<br />

a partir <strong>de</strong> dados secundários, e procedida a sua validação posterior com base em dados<br />

primários <strong>de</strong> cinco postos disponibilizados pela SERLA. Deve-se mencionar que a gran<strong>de</strong><br />

maioria das informações fluviométricas da região <strong>de</strong> Sepetiba estão perdidas ou não<br />

disponíveis, <strong>de</strong>vido à extinção do Departamento Nacional <strong>de</strong> Obras <strong>de</strong> Saneamento –<br />

DNOS, que era o órgão responsável pela operação da maioria dos postos da região.<br />

O mo<strong>de</strong>lo tem o objetivo <strong>de</strong> gerar informações relativas às <strong>de</strong>scargas disponíveis em<br />

pontos distintos da bacia, necessárias à simulação do SIMOX, bem como para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do balanço hídrico; e diante da insuficiência <strong>de</strong> postos fluviométricos,<br />

seus resultados tornam-se extremamente úteis e valiosos para o planejamento regional. O<br />

<strong>de</strong>senvolvimento do mo<strong>de</strong>lo compreen<strong>de</strong>u as seguintes etapas:<br />

Seleção dos postos fluviométricos.<br />

Cálculos da chuva média sobre a área da bacia, controlada pelo postos fluviométricos,<br />

para o mesmo período das observações fluviais.<br />

Definição do mo<strong>de</strong>lo chuva-<strong>de</strong>flúvio.<br />

Testes <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> e análise dos resultados.<br />

O mo<strong>de</strong>lo chuva-<strong>de</strong>flúvio MCD é um algoritmo <strong>de</strong> transformação das chuvas médias<br />

regionais, calculáveis para qualquer área da bacia. Assim, através <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo é possível<br />

se avaliar as vazões médias <strong>de</strong> longo termo - MLT, a partir das chuvas MLT avaliadas nas<br />

isoietas para o período 1931/75 (Figura 8.1). Para <strong>de</strong>finição do MCD foram consi<strong>de</strong>rados,<br />

nas análises procedidas, os requisitos seguintes:<br />

objetivos dos estudos das disponibilida<strong>de</strong>s hídricas e nível <strong>de</strong> precisão requerida no<br />

planejamento, a nível <strong>de</strong> Macroplano;<br />

aproveitamento máximo das informações disponíveis, o que significa<br />

representativida<strong>de</strong> máxima da região;<br />

comodida<strong>de</strong> no uso do mo<strong>de</strong>lo e suas eficiência e eficácia na reprodução da realida<strong>de</strong>,<br />

comprovadas em situações semelhantes;<br />

validação <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> confiabilida<strong>de</strong> requeridos e das informações<br />

disponíveis.<br />

A Figura 8.2 fornece síntese dos resultados alcançados com a escolha <strong>de</strong> correlação linear<br />

para representar o MCD, que aten<strong>de</strong> integralmente aos requisitos listados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-8


QM ( mm/ano )<br />

900<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

FIGURA 8.2<br />

CORRELAÇÃO CHUVA - DEFLÚVIO<br />

ESTATÍSTICAS:<br />

F.19<br />

800 N = 9<br />

R = 0,94<br />

700<br />

QMo = 542<br />

HMo = 1.424<br />

sQ = 157<br />

F.12<br />

600 sH = 346<br />

F.8<br />

F.9<br />

F.10<br />

POSTO<br />

QE = 0,4263HM - 65,04<br />

PO Q M (m H M (m<br />

500<br />

400<br />

300<br />

200<br />

F.2<br />

F.13<br />

F.3<br />

F.11<br />

F.2<br />

F.3<br />

F.8<br />

F.9<br />

F.10<br />

F.11<br />

F.12<br />

F.13<br />

F.19<br />

RIO<br />

Cabuçu<br />

Campinho<br />

Santana<br />

Santana<br />

Guandu<br />

Poços<br />

70/86<br />

69/78<br />

54/56<br />

51/53<br />

54/56<br />

51/56<br />

63/71<br />

51/53<br />

51/56<br />

m)<br />

256<br />

480<br />

561<br />

562<br />

562<br />

454<br />

715<br />

481<br />

807<br />

m)<br />

935<br />

1289<br />

1278<br />

1475<br />

1498<br />

1368<br />

1883<br />

1084<br />

2007<br />

900 1100 1300 1500 1700 1900 2100<br />

NOTAÇÕES: QM : <strong>de</strong>scarga média anual na área <strong>de</strong> drenagem controlada pelo posto<br />

HM : chuva média anual na área <strong>de</strong> drenagem<br />

♦ ponto do posto fluviométrico F.<br />

PO : anos extremos do período <strong>de</strong> observação<br />

QE : estimativa <strong>de</strong> QM N: Tamanho da amostra<br />

R: coeficiente <strong>de</strong> correlação<br />

QMo : média das vazões médias<br />

HMo: média das chuvas HM ( mm/ano )<br />

médias observadas<br />

sQ , sH : <strong>de</strong>svios padrões <strong>de</strong> QM e HM 8.4 MODELO DE SEDIMENTOS<br />

Foram elaborados estudos específicos para avaliação da carga sólida lançada na bacia.<br />

Tais estudos tiveram o objetivo <strong>de</strong> apresentar uma estimativa da produção <strong>de</strong> sedimentos<br />

por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento - UPs e do aporte global à baía <strong>de</strong> Sepetiba. Os estudos<br />

foram realizados com base nas informações disponíveis quanto a sólidos em suspensão,<br />

bem como em dados obtidos em três postos hidrosedimentométricos existentes na bacia,<br />

localizados no rio Piraquê - Cabuçu, no rio Campinho e no rio Guandu, todos operados<br />

pela SERLA. Verifica-se assim uma pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dados disponíveis em<br />

comparação à área total da Bacia, tendo-se em média, um posto para cada 900 km 2 .<br />

Contudo, da análise <strong>de</strong> tais dados e informações disponíveis, bem como com as<br />

informações levantadas em visitas <strong>de</strong> campo, foi possível estabelecer, com razoável<br />

consistência, uma correlação entre os valores <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga sólida “Qst” e <strong>de</strong>scarga líquida<br />

“Q”, cuja curva é apresentada na Figura 8.3. Esta correlação expressa, portanto, a hipótese<br />

assumida como premissa para indicação <strong>de</strong> ações prioritárias do Plano Diretor <strong>de</strong><br />

Recursos Hídricos. Sua validação ou eventual ajuste, na fase <strong>de</strong> implementação do<br />

Macroplano, constitui uma das metas do programa <strong>de</strong> monitoramento ambiental proposto.<br />

As equações representadas na Figura 8.3 apresentam curvas praticamente paralelas, o que<br />

indica uma certa homogeneida<strong>de</strong> regional na produção <strong>de</strong> sedimentos na região <strong>de</strong><br />

baixada ou na região a leste da Ilha da Ma<strong>de</strong>ira. Registra-se, contudo, que o Guandu não<br />

se inclui nesta análise regional, pois sua equação, representando a artificialida<strong>de</strong> da<br />

transposição, só <strong>de</strong>ve ser empregada para avaliação <strong>de</strong> “Qst”, levando em conta a<br />

transposição e as regras <strong>de</strong> operação, relativamente estáveis, da LIGHT.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-9


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Com a transposição <strong>de</strong> águas do Paraíba apresentando valores, em média, 5 vezes<br />

superiores à vazão média do Guandu, resulta que a curva chave <strong>de</strong> sedimentos-CCS do<br />

Guandu, em Fazenda Ilha dos Mineiros(período 86/94), se distância muito das relações<br />

naturais da região, apresentando-se conforme Figura 8.4.<br />

Para a área <strong>de</strong> drenagem natural <strong>de</strong> 797 km 2 ( entre a UHE <strong>de</strong> Pereira Passos e o posto<br />

Faz. Ilha dos Mineiros), e <strong>de</strong> acordo com os <strong>de</strong>flúvios sólidos obtidos neste posto, chegase<br />

aos seguintes resultados para o Guandu: Qst = 1.568 t/dia = 573.000 t/ano, Dst = 538<br />

t/ano/km 2 . É interessante registrar que, do total <strong>de</strong> 1.568 t/dia, po<strong>de</strong>riam ser atribuídos<br />

como associáveis à <strong>de</strong>scarga na saída das turbinas <strong>de</strong> Pereira Passos cerca <strong>de</strong> 30 a 50% da<br />

carga sólida total. Isto significa que as águas transpostas entrariam, em média, com carga<br />

sólida em suspensão <strong>de</strong> 30 a 50 ppm, sendo que 538 t/ano/km 2 , representam um valor <strong>de</strong><br />

transporte <strong>de</strong> sedimentos no Guandu muito próximo ao consi<strong>de</strong>rado “limite <strong>de</strong><br />

normalida<strong>de</strong>” para a bacia natural <strong>de</strong> 797 km 2 . Tal fato po<strong>de</strong> ser observado no gráfico da<br />

Figura 8.5, que apresenta uma síntese das informações obtidas para a bacia, comparadas<br />

com uma curva <strong>de</strong> <strong>de</strong>flúvios sólidos totais anuais, para uma situação <strong>de</strong> limites máximos<br />

<strong>de</strong> normalida<strong>de</strong>.<br />

Qst ( t/dia )<br />

10000,0<br />

1000,0<br />

100,0<br />

10,0<br />

FIGURA 8.3<br />

CORRELAÇÃO ENTRE DESCARGAS SÓLIDA TOTAL E ( Qst ) E LÍQUIDA ( Q )<br />

REGRESSÃO POTENCIAL SEM OS POSTOS DO GUANDU<br />

N = 16 x 2 = 32 pontos<br />

1,2532<br />

Qst = 17,57Q<br />

1,2686<br />

Qst = 18,536Q<br />

1,2044<br />

Qst = 22,633Q<br />

PERÍODO SECO (11, 14 e 18/jul/88)<br />

PERÍODO ÚMIDO (22, 26 e 29/<strong>de</strong>z/88)<br />

1,0<br />

0,1 1,0 100 100,0<br />

Q (m3/s )<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-10


10000<br />

1000<br />

Qst ( t/dia )<br />

Qst = 0,0002Q 3,0557<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

FIGURA 8.4<br />

CURVA-CHAVE DE SEDIMENTOS ( CCS )<br />

GUANDU - Faz. Ilha dos Mineiros - ( U.P. - 4 ) / SERLA<br />

A = 797 km 2 - P.O. 87/88 ( 2 anos ) - N = 18 ptos<br />

200 mg/ l<br />

100 mg/ l<br />

100<br />

100 1000<br />

Q ( m 3 Período Úmido ( nov - abr ) Período Seco ( mai - out )<br />

Pto Período Úmido excluídoPto Período Seco excluído<br />

/s )<br />

50 mg/ l<br />

30 mg/ l<br />

20 mg/ l<br />

FIGURA 8.5<br />

ANÁLISE DO DEFLÚVIO SÓLIDO ANUAL ESPECÍFICO ( Dst ) EM<br />

Dst ( t/ano/km ÁREAS DE DRENAGEM ( A<br />

10000<br />

2 )<br />

1000<br />

100<br />

10<br />

D.6 D.16<br />

D.5<br />

D.4<br />

D.18<br />

D.12<br />

D.15<br />

D.11<br />

D.9<br />

D.17 D.8<br />

D.10<br />

D.7D.3<br />

D.2<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

D.13<br />

D.1<br />

D.14<br />

1<br />

1 10 100 1000 10000<br />

( Dst ) N : Deflúvio Sólido Total Anual, máximo esperado em situação <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong><br />

Khosla ( EE.UU ) a partir <strong>de</strong> medida em 200 bacias hidrográficas, citado por<br />

Hidrossedimentologia Prática<br />

( Dst) N = 4.000 A -0,26<br />

A: Área ( km 2 )<br />

Guandu - corrigido, sem<br />

a transposição<br />

Prata ( COPPE )<br />

K. A. DIB ( D.1 a D.18 )<br />

Guandu ( SERLA )<br />

Cabuçu ( SERLA )<br />

Campinho ( SERLA )<br />

8-11


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

8.5 MODELO HIDRODINÂMICO<br />

A baía <strong>de</strong> Sepetiba é o compartimento integrador dos efeitos <strong>de</strong>correntes dos diversos<br />

tipos <strong>de</strong> poluição que têm origem na bacia. Com o objetivo <strong>de</strong> ter-se um entendimento<br />

preliminar <strong>de</strong> tal problemática, bem como verificar-se qualitativamente como tais cargas<br />

poluidoras afetam a baía, foram <strong>de</strong>senvolvidos dois blocos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem para a região. O<br />

primeiro visou a obtenção <strong>de</strong> cenários com diferentes padrões <strong>de</strong> correntes, gerados por<br />

forçantes que representem situações <strong>de</strong> marés <strong>de</strong> sizígia e quadratura com ventos reais. O<br />

segundo relaciona-se à mo<strong>de</strong>lagem do transporte <strong>de</strong> contaminantes <strong>de</strong> referência,<br />

utilizando para tal fim os resultados do primeiro bloco como dados <strong>de</strong> entrada.<br />

Com o mo<strong>de</strong>lo hidrodinâmico obteve-se, em cada instante, o padrão <strong>de</strong> circulação<br />

<strong>de</strong>finido pela velocida<strong>de</strong> das correntes, média na vertical, e pela posição do nível d'água<br />

ao longo da região mo<strong>de</strong>lada, para diferentes condições impostas. Desta forma, para<br />

diversas situações <strong>de</strong> vento, maré e vazões fluviais, po<strong>de</strong>-se prever o padrão <strong>de</strong> circulação<br />

resultante. Associando-se esse padrão <strong>de</strong> circulação a um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água<br />

obteve-se, em cada instante, a concentração média na vertical do contaminante <strong>de</strong><br />

interesse, ao longo da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Com tal procedimento po<strong>de</strong>-se obter diferentes cenários <strong>de</strong> contaminação,<br />

correspon<strong>de</strong>ndo a diferentes condições <strong>de</strong> vazão na fonte, posição da fonte, marés e<br />

ventos. Assim, utilizando-se esta mo<strong>de</strong>lagem, é possível estudar o impacto que<br />

<strong>de</strong>terminada carga poluente, <strong>de</strong>spejada em diferentes pontos da baía, po<strong>de</strong> causar na<br />

qualida<strong>de</strong> das águas.<br />

Consi<strong>de</strong>rou-se como domínio <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem a área ilustrada na Figura 8.6. Na mesma<br />

figura mostra-se também o esquema <strong>de</strong> discretização em elementos finitos adotado. Po<strong>de</strong>se<br />

notar que nos cinco rios (estuários) afluentes consi<strong>de</strong>rados, a malha <strong>de</strong> discretização<br />

a<strong>de</strong>ntra 5,0 km <strong>de</strong> cada rio, partindo <strong>de</strong> suas embocaduras na baía.<br />

Os cinco rios consi<strong>de</strong>rados foram rio da Guarda, Canal <strong>de</strong> São Francisco, Canal do<br />

Guandu, Canal do Itá e rio Piraquê, que apresentam maior relevância quanto aos aspectos<br />

<strong>de</strong> cargas poluidoras e vazões. Para efeito <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong> contaminantes<br />

oriundos do Saco do Engenho (on<strong>de</strong> se localiza a Cia. Mercantil Industrial Ingá), adotouse<br />

uma vazão <strong>de</strong> efluente constante <strong>de</strong> 0,5 m 3 /s.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-12


FIGURA 8.6.<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Domínio mo<strong>de</strong>lado, indicando acima a batimetria referente ao nível médio da baía e<br />

abaixo a malha <strong>de</strong> elementos finitos. A discretização contém 234 elementos finitos<br />

quadráticos com 1102 nós. As linhas azuis mais grossas marcam os elementos, os<br />

triângulos lineares interiores, conectando os nós <strong>de</strong> cada elemento, apenas auxiliam na<br />

visualização da <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> da malha.<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

0<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

0<br />

Ilha<br />

Guaíba<br />

Ilha da<br />

Marambaia<br />

Ilha <strong>de</strong><br />

Itacuruçá<br />

Restinga da<br />

Marambaia<br />

Saco do<br />

Engenho<br />

Ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Canal <strong>de</strong><br />

S o Francisco<br />

Canal do Guand<br />

Oceano Atlântico<br />

-10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000<br />

Ilha<br />

Guaíba<br />

Ilha da<br />

Marambaia<br />

Ilha <strong>de</strong><br />

Itacuruçá<br />

Restinga da<br />

Marambaia<br />

Saco do<br />

Engenho<br />

Ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Rio da<br />

Guarda<br />

Canal do It<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

Rio Piraqu<br />

Escala <strong>de</strong><br />

Profundida<strong>de</strong>s (m)<br />

-10000 -5000 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000<br />

Rio da<br />

Guarda<br />

Canal <strong>de</strong><br />

S o Francisco<br />

Canal do Guand<br />

Canal do It<br />

Oceano Atlântico<br />

CARACTERÍSTICAS DOS CONTAMINANTES SIMULADOS<br />

Tipicamente no caso <strong>de</strong> esgotos, consi<strong>de</strong>ra-se que as reações cinéticas <strong>de</strong><br />

produção/consumo do contaminante com o meio receptor (as águas da baía) possuem<br />

<strong>de</strong>caimento <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m, dando origem ao parâmetro T90, que é o tempo necessário<br />

para que 90% do contaminante já tenha <strong>de</strong>caído, ou seja, <strong>de</strong>saparecido.<br />

Rio Piraqu<br />

25.0<br />

22.5<br />

20.0<br />

17.5<br />

15.0<br />

12.5<br />

10.0<br />

7.5<br />

5.0<br />

2.0<br />

1.0<br />

8-13


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> contaminantes através <strong>de</strong> nuvens <strong>de</strong> partículas permite a<br />

simulação <strong>de</strong> plumas para diferentes situações consi<strong>de</strong>radas. Neste estudo, os efluentes<br />

contaminantes são relativos aos seguintes casos:<br />

1. Contaminante <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> permanência média, simulado (por três dias) através <strong>de</strong><br />

reações cinéticas <strong>de</strong> primeira or<strong>de</strong>m com T90 <strong>de</strong> 12 horas e concentração 100%. O<br />

valor <strong>de</strong> concentração adotado é apenas um valor <strong>de</strong> referência, visando apresentar<br />

resultados em termos <strong>de</strong> diluição. Tal contaminante po<strong>de</strong>, por exemplo, representar<br />

sedimentos finos em suspensão com probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> 90% em 12 horas.<br />

Esta situação po<strong>de</strong>ria correspon<strong>de</strong>r a sedimentação sob condições ambientais médias<br />

<strong>de</strong> agitação e turbulência. Contaminantes como DBO (<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do oxigênio dissolvido<br />

na baía) ou coliformes fecais possuem T90 tipicamente inferiores a 12 horas. Estando<br />

portanto o valor T90 <strong>de</strong> 12 horas a favor da segurança.<br />

2. Contaminante <strong>de</strong> referência <strong>de</strong> permanência gran<strong>de</strong>, simulado (por três dias) <strong>de</strong> modo<br />

semelhante mas com T90 <strong>de</strong> 24 horas, e mesma concentração inicial <strong>de</strong> 100%. Seria por<br />

exemplo representativo <strong>de</strong> sedimentação sob condições <strong>de</strong> maior agitação e<br />

turbulência, com probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 90% <strong>de</strong> sedimentação em 24 horas.<br />

3. Contaminante <strong>de</strong> referência conservativo, mesmas vazão e concentração, porém sem<br />

consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> <strong>de</strong>caimento no tempo, visando ilustrar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> plumas<br />

<strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> contaminantes por 10 dias, sob condições reais <strong>de</strong> ventos e marés.<br />

Foram consi<strong>de</strong>radas três regiões fontes para os contaminantes <strong>de</strong> referência:<br />

1. Defronte à saída do Saco do Engenho.<br />

2. Na embocadura do Canal <strong>de</strong> São Francisco.<br />

3. Na embocadura do rio Piraquê.<br />

PLUMAS DE CONTAMINANTES<br />

Ilustram-se, nas figuras que se seguem, as plumas com regiões diferenciadas por taxas <strong>de</strong><br />

diluição, indo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o valor <strong>de</strong> 100% na fonte (diluição 1:1) até o valor <strong>de</strong> 0,0001% em<br />

relação ao valor da fonte, ou seja diluição 1:1.000.000. Os índices <strong>de</strong> diluição das<br />

manchas são calculados dividindo-se a concentração local pela concentração na saída da<br />

região fonte, portanto englobam os efeitos <strong>de</strong> advecção, difusão, dispersão e <strong>de</strong>caimento.<br />

Plumas <strong>de</strong> Contaminantes com T90 <strong>de</strong> 12 e T90 <strong>de</strong> 24 horas<br />

Nestes casos estudou-se o comportamento das plumas em situações <strong>de</strong> maré <strong>de</strong> sizígia e<br />

quadratura. Observou-se claramente que as plumas ficam relativamente próximas às<br />

fontes, e a<strong>de</strong>rentes à linha <strong>de</strong> costa. Nota-se também que as pluma apresentam um forte<br />

gradiente típicos <strong>de</strong> frentes contaminantes. Tal comportamento é especialmente observado<br />

na pluma do Canal <strong>de</strong> São Francisco, por apresentar gran<strong>de</strong> vazão. A diferença observada<br />

entre T90 <strong>de</strong> 12 e T90 <strong>de</strong> 24 horas é que, para 24 horas a pluma se esten<strong>de</strong> um pouco mais<br />

(Figura 8.7).<br />

FIGURA 8.7 -<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-14


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Plumas <strong>de</strong> contaminantes <strong>de</strong> referência com T90 <strong>de</strong> 24 horas, em situação <strong>de</strong> maré <strong>de</strong><br />

sizígia. Estampa correspon<strong>de</strong> ao instante 24/04 01:00<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

Ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Saco do<br />

Engenho<br />

100%<br />

Restinga da<br />

Marambaia<br />

10000 15000 20000 25000 30000 35000<br />

10%<br />

0.1%<br />

0.01%<br />

0.001%<br />

0.0001%<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

1%<br />

Plumas <strong>de</strong> Contaminantes Conservativos<br />

Para a região fonte pertinente ao Saco do Engenho, ao Canal <strong>de</strong> São Francisco e ao rio<br />

Piraquê, estudou-se a evolução da pluma <strong>de</strong> contaminante conservativo ao longo <strong>de</strong> <strong>de</strong>z<br />

dias.<br />

Saco do Engenho<br />

Observou-se que a pluma move-se predominantemente para a direção Oeste e apresenta<br />

gran<strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong> após cruzar a ponta on<strong>de</strong> se localiza o porto <strong>de</strong> Sepetiba. A pluma<br />

chega a envolver toda a ilha <strong>de</strong> Itacurussá, e apresenta-se bastante diluída, apresentando<br />

em sua maior parte diluição superior a 1:1000 (0,1%). Entretanto, é notável que na região<br />

do porto <strong>de</strong> Sepetiba a taxa <strong>de</strong> diluição fica entre 1:10 e 1:100 (10% a 1%) e que parte da<br />

pluma com tal diluição chega a tocar a Ilha <strong>de</strong> Itacurussá ao final <strong>de</strong> 10 dias. A pluma <strong>de</strong><br />

modo geral se apresenta bastante diluída por três fatores:<br />

1. A região <strong>de</strong> transporte após a ponta do porto <strong>de</strong> São Sebastião apresenta correntes<br />

relativamente intensas, o que aumenta o tamanho da pluma.<br />

2. A região por on<strong>de</strong> a pluma se <strong>de</strong>senvolve tem profundida<strong>de</strong> média da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 m,<br />

chegando a mais <strong>de</strong> 20 em alguns trechos.<br />

3. A vazão efluente do Saco do Engenho é <strong>de</strong> apenas 0,5 m 3 /s.<br />

Canal <strong>de</strong> São Francisco<br />

8-15


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Observou-se que a pluma apresenta mobilida<strong>de</strong> relativamente pequena se comparada à do<br />

Saco do Engenho. Nota-se que, no início, a pluma <strong>de</strong>senvolve-se mais para Leste, mas,<br />

após o segundo dia, começa a aumentar mais para Oeste. A pluma chega a atingir a área<br />

do porto <strong>de</strong> Sepetiba com diluição inferior a 1:10, o que é cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z vezes maior que as<br />

concentrações na mesma região <strong>de</strong>correntes da pluma oriunda do Saco do Engenho<br />

(Figura 8.8). Tal fato se <strong>de</strong>ve à vazão muito maior no Canal <strong>de</strong> São Francisco.<br />

A pluma <strong>de</strong> modo geral se apresenta pouco diluída por três fatores:<br />

1. A região <strong>de</strong> transporte da pluma tem velocida<strong>de</strong>s relativamente pequenas.<br />

2. A região por on<strong>de</strong> a pluma se <strong>de</strong>senvolve tem profundida<strong>de</strong> média inferior a 5 metros.<br />

3. A vazão efluente do Canal <strong>de</strong> São Francisco é <strong>de</strong> 187 m 3 /s.<br />

Devido às baixas profundida<strong>de</strong>s, nesta região a seqüência <strong>de</strong> ventos tem influência no<br />

<strong>de</strong>senvolvimento da pluma. Isso po<strong>de</strong> ser observado comparando-se o <strong>de</strong>senrolar da<br />

pluma com a tendência do transporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva do vento.<br />

Rio Piraquê<br />

A pluma apresenta mobilida<strong>de</strong> pequena se comparada às anteriores. Nota-se que no início<br />

a pluma <strong>de</strong>senvolve-se mais para Oeste, mas que após o terceiro dia começa a aumentar<br />

também para Leste. Observa-se também que a pluma fica a<strong>de</strong>rente à costa em<br />

praticamente todas as estampas.<br />

A pluma <strong>de</strong> modo geral se apresenta pouco diluída por três fatores:<br />

1. A região <strong>de</strong> transporte da pluma tem velocida<strong>de</strong>s pequenas.<br />

2. A região por on<strong>de</strong> a pluma se <strong>de</strong>senvolve tem profundida<strong>de</strong> média inferior a 2 metros.<br />

3. A vazão efluente do rio Piraquê é significativa em relação ao pequeno tamanho da<br />

mancha.<br />

Por apresentar profundida<strong>de</strong>s inferiores a 2 metros, nesta região a seqüência <strong>de</strong> ventos<br />

tem consi<strong>de</strong>rável influência no <strong>de</strong>senvolvimento da pluma. Isso po<strong>de</strong> ser observado<br />

comparando-se o <strong>de</strong>senrolar da pluma com a tendência do transporte <strong>de</strong> <strong>de</strong>riva do vento.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-16


FIGURA 8.8.<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Canal <strong>de</strong> São Francisco - plumas <strong>de</strong> contaminantes <strong>de</strong> referência conservativos. A<br />

estampa superior mostra a pluma após 9 dias e a inferior após 10 dias.<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

20000<br />

15000<br />

10000<br />

5000<br />

Ilha <strong>de</strong><br />

Itacuruçá<br />

Restinga da<br />

Marambaia<br />

Ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Saco do<br />

Engenho<br />

100%<br />

10%<br />

0.1%<br />

0.01%<br />

0.001%<br />

0.0001%<br />

0 5000 10000 15000 20000 25000<br />

Ilha <strong>de</strong><br />

Itacuruçá<br />

Restinga da<br />

Marambaia<br />

Ilha da<br />

Ma<strong>de</strong>ira<br />

Saco do<br />

Engenho<br />

0 5000 10000 15000 20000 25000<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

1%<br />

100%<br />

10%<br />

1%<br />

0.1%<br />

0.01%<br />

0.001%<br />

0.0001%<br />

8-17


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

CONCLUSÕES<br />

Os resultados apresentados ainda <strong>de</strong> modo qualitativo mostram que, uma vez calibrado<br />

com dados <strong>de</strong> campo, o sistema <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los é a<strong>de</strong>quado aos objetivos do projeto.<br />

Os resultados mostram que plumas oriundas da região do Saco do Engenho têm maior<br />

mobilida<strong>de</strong> que as oriundas do Canal <strong>de</strong> São Francisco, e estas maior que as oriundas do<br />

rio Piraquê. Para uma mesma concentração <strong>de</strong> referência na fonte ressaltam-se os<br />

seguintes pontos:<br />

As plumas do Saco do Engenho apresentam muito maior diluição que as <strong>de</strong>mais por<br />

dois fatores principais: pouca massa <strong>de</strong> contaminante <strong>de</strong> referência, em função da<br />

baixa vazão suposta (0,5 m 3 /s), e maior intensida<strong>de</strong> das correntes nas regiões a Oeste e<br />

a Sul do porto <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

As plumas oriundas do Canal <strong>de</strong> São Francisco são as mais concentradas porque a<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> massa <strong>de</strong> contaminante <strong>de</strong> referência é muito maior que as <strong>de</strong>mais, em<br />

vista da elevada vazão do Canal; e porque a região <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da pluma<br />

apresenta baixas velocida<strong>de</strong>s, e esten<strong>de</strong>-se em gran<strong>de</strong> parte por região com<br />

profundida<strong>de</strong>s médias inferiores a 5, 0 m.<br />

As plumas <strong>de</strong>correntes do rio Piraquê apresentam baixa diluição, porque a região tem<br />

hidrodinâmica com baixas velocida<strong>de</strong>s e profundida<strong>de</strong>s médias inferiores a 2,0 m.<br />

Devido às condições hidrodinâmicas apresentarem sempre velocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correntes<br />

relativamente baixas nas regiões fonte consi<strong>de</strong>radas, as plumas <strong>de</strong> contaminantes <strong>de</strong><br />

referência com T90 = 12 horas <strong>de</strong>saparecem a curtas distâncias das fontes. Tais distâncias<br />

mal chegam a 3 km em marés <strong>de</strong> sizígia, e pouco menos em marés <strong>de</strong> quadratura. Com T90<br />

= 24 horas, as plumas evi<strong>de</strong>ntemente são pouco maiores, mas não passam <strong>de</strong> 5 km.<br />

8.6 MODELO DE ESTIMATIVA DE CARGAS POLUIDORAS INDUSTRIAIS<br />

O principal objetivo do Macroplano quanto à questão industrial, é a formulação <strong>de</strong> metas<br />

e estratégias <strong>de</strong> ação para redução e controle da poluição. Tais estratégias são dirigidas a<br />

otimizar esforços e recursos, orientando a atuação prioritária sobre o grupo <strong>de</strong> indústrias<br />

<strong>de</strong> maior potencial poluidor, ao mesmo tempo em que se estabelece uma base <strong>de</strong> gestão<br />

que permita visualizar o parque industrial como um todo, conhecendo-se a área <strong>de</strong><br />

influência ambiental das diferentes indústrias e permitindo que o monitoramento<br />

ambiental esteja efetivamente inserido no sistema <strong>de</strong> controle do <strong>de</strong>sempenho industrial.<br />

Desta forma, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa do potencial poluidor aqui apresentado, insere-se<br />

num mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão que engloba também o sistema <strong>de</strong> informação geográfica - SIG do<br />

Macroplano, no qual po<strong>de</strong>m ser confrontados, a qualquer momento, o posicionamento das<br />

indústrias no sistema hídrico, e sua proximida<strong>de</strong> a aglomerações urbanas, com os<br />

condicionantes topoclimáticos <strong>de</strong> dispersão aérea <strong>de</strong> poluentes e com todos os <strong>de</strong>mais<br />

condicionantes ambientais cartografados no SIG.<br />

8-18


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

ABORDAGEM CONCEITUAL<br />

A utilização <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa das cargas poluentes presentes nas águas<br />

residuais, nos resíduos sólidos e nas emissões aéreas, aplicado às indústrias da bacia da<br />

baía <strong>de</strong> Sepetiba, visou a i<strong>de</strong>ntificação dos setores e indústrias prioritários para a<br />

aplicação <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> controle.<br />

Para tanto o mo<strong>de</strong>lo adotado baseou-se na construção <strong>de</strong> índices <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> carga<br />

poluente, para diferentes substâncias tipicamente encontradas nas <strong>de</strong>scargas industriais.<br />

Na ausência <strong>de</strong> um acervo consistente <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> monitoramento industrial no Brasil,<br />

foram usados, para construção dos índices, bancos <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> parques industriais<br />

cana<strong>de</strong>nses, selecionados tanto pela similarida<strong>de</strong> com o parque industrial da bacia <strong>de</strong><br />

Sepetiba, quanto pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação das eventuais diferenças encontradas<br />

entre os mesmos. As bases <strong>de</strong> referência selecionadas são:<br />

− para efluentes líquidos, a base <strong>de</strong> dados do Centro St-Laurent, Quebec;<br />

− para resíduos sólidos industriais, a base <strong>de</strong> dados do Ministério do Meio Ambiente e<br />

Energia <strong>de</strong> Ontário;<br />

− para emissões atmosféricas, a base <strong>de</strong> dados do Ministério do Meio Ambiente <strong>de</strong><br />

Quebec.<br />

Em virtu<strong>de</strong> da existência, no estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> um cadastro ambiental com<br />

dados diversificados sobre as indústrias - Cadastro Industrial da FEEMA, foi possível<br />

realizar estimativas com índices diferenciados por setores industriais. Embora não sendo<br />

disponíveis dados completos e atualizados quanto ao volume <strong>de</strong> produção das indústrias a<br />

avaliar, os índices pu<strong>de</strong>ram ser construídos adotando-se como fatores <strong>de</strong> correlação outros<br />

parâmetros disponíveis, que caracterizassem o porte da produção das indústrias. No caso<br />

da estimativas <strong>de</strong> cargas poluentes em emissões aéreas e resíduos sólidos, foi utilizado<br />

como fator <strong>de</strong> correlação o número <strong>de</strong> empregados nas indústrias, tendo sido<br />

<strong>de</strong>senvolvidos índices estimativos da produção anual <strong>de</strong> cargas, expressos em toneladas<br />

<strong>de</strong> carga poluente/número <strong>de</strong> empregados. Quanto aos índices para estimativa das cargas<br />

contidas em efluentes líquidos, utilizou-se a correlação unitária <strong>de</strong>stas com a vazão diária<br />

<strong>de</strong> efluentes industriais, a qual foi calculada a partir das informações disponíveis sobre o<br />

consumo <strong>de</strong> água diário das empresas. Assim, foram construídos índices <strong>de</strong> produção<br />

diária <strong>de</strong> cargas, expressos em toneladas <strong>de</strong> carga poluente/m 3 <strong>de</strong> vazão efluente. A vazão<br />

<strong>de</strong> efluentes foi utilizada, neste caso, pela maior consistência obtida com tal<br />

procedimento.<br />

Os resultados obtidos a partir do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa empregado fornecem uma<br />

aproximação do potencial poluidor das industrias e portanto, da magnitu<strong>de</strong> dos problemas<br />

a serem gerenciados e das indústrias prioritárias para controle, nas diferentes bacias<br />

hidrográficas ou Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento da região. Tais resultado, não são, portanto,<br />

representativos dos níveis <strong>de</strong> poluição que efetivamente estariam sendo causados ao<br />

ambiente pelas diferentes indústrias ou, em outras palavras, refletem a magnitu<strong>de</strong> do<br />

potencial poluidor e não o <strong>de</strong>sempenho ambiental efetivo das indústrias.<br />

Ressalta-se a conveniência <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> avaliação - estimativa do potencial <strong>de</strong> geração <strong>de</strong><br />

poluentes em lugar <strong>de</strong> estimativa do <strong>de</strong>sempenho efetivo da indústria - para o presente<br />

estudo, uma vez que o <strong>de</strong>sempenho efetivo das indústrias é extremamente influenciado<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-19


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

pelo maior ou menor rigor com que sejam operados os sistemas <strong>de</strong> tratamento existentes,<br />

constituindo-se assim em fator extremamente variável no tempo. Desta forma, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

os índices construídos reflitam uma aproximação do nível tecnológico do processo<br />

produtivo, o potencial <strong>de</strong> geração, <strong>de</strong>terminado a partir <strong>de</strong> sua aplicação, torna-se o<br />

indicador mais efetivo para orientar as estratégias <strong>de</strong> controle industrial. Veja-se por<br />

exemplo que indústrias <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> potencial <strong>de</strong> geração, mesmo apresentando num dado<br />

momento bom nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho ambiental, <strong>de</strong>vem ser priorizadas para controle, face<br />

ao risco que representam ao ambiente, numa eventual queda <strong>de</strong> eficiência da operação dos<br />

sistemas <strong>de</strong> tratamento.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista quantitativo, os resultados obtidos fornecem estimativas <strong>de</strong> níveis<br />

médios prováveis do potencial <strong>de</strong> geração dos diferentes poluentes. Portanto, as cargas<br />

associadas ao potencial poluidor <strong>de</strong> cada uma das indústrias <strong>de</strong>vem ser interpretada como<br />

sendo uma indicação <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za daquilo que a indústria seria capaz <strong>de</strong><br />

produzir.<br />

Cabe assinalar que, na consolidação da base <strong>de</strong> dados sobre o parque industrial da bacia<br />

<strong>de</strong> Sepetiba, encontrou-se dificulda<strong>de</strong> em controlar o nível <strong>de</strong> atualização <strong>de</strong> algumas das<br />

informações requeridas, tanto para correlação com as bases Cana<strong>de</strong>nses <strong>de</strong> referência<br />

(aspectos tecnológicos), quanto para aplicação dos índices estimativos (dados sobre o<br />

porte da indústria). Tal fato recomenda que os índices <strong>de</strong> estimativa construídos e as<br />

priorizações estabelecidas a partir <strong>de</strong> sua aplicação sejam objeto <strong>de</strong> validação ao longo da<br />

implementação do Macroplano, em especial a partir da inserção <strong>de</strong> tal mo<strong>de</strong>lagem aos<br />

instrumentos <strong>de</strong> gestão da FEEMA para a bacia <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> estimativa do potencial poluidor das indústrias da bacia<br />

da baía <strong>de</strong> Sepetiba compreen<strong>de</strong>u as seguintes etapas:<br />

1ª Seleção dos bancos <strong>de</strong> dados ambientais cana<strong>de</strong>nses contendo características<br />

aproximadamente correspon<strong>de</strong>ntes ao contexto brasileiro;<br />

2ª Definição <strong>de</strong> equivalência entre a codificação dos setores industriais brasileiros<br />

(índice IBGE) e cana<strong>de</strong>nses (código SIC), <strong>de</strong> maneira a po<strong>de</strong>r-se correlacionar<br />

informações entre os bancos <strong>de</strong> dados;<br />

3ª Seleção nos bancos <strong>de</strong> dados cana<strong>de</strong>nses, dos parâmetros ambientais a mo<strong>de</strong>lar e dos<br />

fatores <strong>de</strong> correlação que estivessem disponíveis também na base <strong>de</strong> dados <strong>de</strong><br />

Sepetiba (vazões efluentes e número <strong>de</strong> empregados);<br />

4ª Construção dos índices a partir do cálculo <strong>de</strong> médias dos conjuntos <strong>de</strong> valores<br />

encontrados para cada parâmetro ambiental;<br />

5ª Avaliação da aplicabilida<strong>de</strong> dos índices construídos ao contexto da área <strong>de</strong> estudo;<br />

6ª Aplicação do mo<strong>de</strong>lo e espacialização dos resultados no SIG do Macroplano.<br />

O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>senvolvido consiste no conjunto <strong>de</strong> índices setoriais <strong>de</strong> estimativa <strong>de</strong> cargas<br />

poluentes, apresentado no Capítulo 5 <strong>de</strong>ste documento o qual integra-se ao SIG pela<br />

espacialização da base <strong>de</strong> dados industriais da bacia da baía <strong>de</strong> Sepetiba.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-20


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

8.7 MAPAS TEMÁTICOS E SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

CONCEPÇÃO GLOBAL<br />

Os mapas temáticos produzidos com o Macroplano visaram duas finalida<strong>de</strong>s: agregam o<br />

conhecimento gerado pelos estudos <strong>de</strong> maneira útil a análise integrada (mapas <strong>de</strong><br />

trabalho) e consolidar resultados <strong>de</strong> estudos e <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> planejamento, <strong>de</strong> forma a<br />

permitir sua divulgação e uso na implementação do Plano (mapas <strong>de</strong> apresentação).<br />

Para viabilizar o uso dos mapas como ferramenta ágil <strong>de</strong> trabalho, estes foram<br />

incorporados a um Sistema <strong>de</strong> Informações Geográficas - SIG, concebido tanto para<br />

aten<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s das fases <strong>de</strong> diagnóstico e planejamento quanto para apoiar<br />

análises integradas as mais variadas possíveis, durante a implementação do Plano.<br />

A abrangência do SIG, por sua vez, confun<strong>de</strong>-se <strong>de</strong> certo modo com a memória técnica do<br />

Macroplano, uma vez que congrega toda a base <strong>de</strong> informação produzida.<br />

O SIG contém hoje o acervo <strong>de</strong> informações gráficas e alfanuméricas reunidas e<br />

processadas durante a elaboração do Macroplano, o qual tem como objeto principal a<br />

espacialização dos fenômenos analisados, como base ao planejamento territorial. A base<br />

<strong>de</strong> dados assim estruturada representa importante instrumento para os inúmeros processos<br />

gerenciais a serem implantados no contexto da gestão ambiental da bacia. No entanto, a<br />

partir <strong>de</strong> sua integração ao sistema <strong>de</strong> gestão da Bacia, com instalação da base <strong>de</strong> dados<br />

em todas as Prefeituras e organismos diretamente vinculados ao mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão, é<br />

intenção da Secretaria <strong>de</strong> Estado do Meio Ambiente - SEMA/RJ que se estabeleça um<br />

processo contínuo <strong>de</strong> retroalimentação <strong>de</strong> informações, tornando a estrutura do banco <strong>de</strong><br />

dados progressivamente mais ampla e atualizada, consolidando seu papel como<br />

instrumento <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão no processo <strong>de</strong> gestão.<br />

Produtos Cartográficos e SIG do Macroplano<br />

Para preparação <strong>de</strong> mapas temáticos e estruturação do SIG do Macroplano, foram<br />

produzidas bases cartográficas digitais à escala 1:50.000, em software Microstation 95,<br />

sendo posteriormente convertidos para Arc View GIS. Os diversos temas <strong>de</strong> análise,<br />

foram digitalizados em quilômetros (km), e preparados no software Microstation95, sendo<br />

convertidos para metros (m) na base final do ArcView GIS.<br />

Para produção dos 17 mapas temáticos em formato A0 que integram os produtos<br />

impressos do Macroplano, foram preparados “layouts” na escala 1:100.000, por meio <strong>de</strong><br />

redução do acervo 1:50.000 <strong>de</strong>senvolvido no software Microstation 95. Posteriormente<br />

foram produzidos os “layouts” também no software ArcView, para impressão em formato<br />

A3 dos 17 mapas temáticos do Macroplano os quais encontram-se inseridos no presente<br />

relatório. Foram produzidos os seguintes mapas:<br />

MAPA 1 - CARTA TOPOCLIMÁTICA<br />

MAPA 2 - CONDICIONANTES FÍSICOS<br />

MAPA 3 - ESBOÇO PEDOLÓGICO<br />

MAPA 4 - POTENCIAL DE USO DAS TERRAS PARA FINS AGROPECUÁRIOS<br />

E FLORESTAIS<br />

8-21


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

MAPA 5 - USO DO SOLO E COBERTURA VEGETAL<br />

MAPA 6 - ESPAÇOS TERRRITORIAIS PROTEGIDOS<br />

MAPA 7 - ECOSSISTEMAS COSTEIROS E LITORÂNEOS<br />

MAPA 8 - PERÍMETROS URBANOS LEGAIS E ÁREAS INDUSTRIAIS<br />

MAPA 9 - ZONEAMENTOS MUNICIPAIS<br />

MAPA 10 - BACIAS HIDROGRÁFICAS - UNIDADES DE PLANEJAMENTO<br />

MAPA 11 - ESTUDOS DE QUALIDADE DA ÁGUA - SIMULAÇÃO DE<br />

OXIGÊNIO DISSOLVIDO<br />

MAPA 12 - AVALIAÇÃO DE SENSIBILIDADE - RECURSOS HÍDRICOS<br />

MAPA 13 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA - ZONAS DE ABRANGÊNCIA DOS<br />

SISTEMAS EXISTENTES<br />

MAPA 14 - ABASTECIMENTO DE ÁGUA - ZONAS DE ABRANGÊNCIA DOS<br />

SISTEMAS PROPOSTOS<br />

MAPA 15 - SUB-BACIAS E SISTEMAS PROPOSTOS DE ESGOTAMENTO<br />

SANITÁRIO<br />

MAPA 16 - DESTINAÇÃO ATUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS<br />

MAPA 17 - PROGRAMA DE MONITORAMENTO FÍSICO-QUÍMICO E<br />

BIOLÓGICO DAS ÁGUAS E SEDIMENTOS<br />

<strong>Final</strong>mente, a base cartográfica 1:50.000 em Microstation foi ampliada para a escala<br />

1:25.000 e complementada com informações temáticas compatíveis com esta escala, para<br />

produção <strong>de</strong> um mapa cartográfico 1:25.000 que integra os produtos cartográficos do<br />

Macroplano.<br />

Quanto ao SIG do Macroplano, este consiste em dois projetos <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados<br />

georreferenciados preparados através do software “ArcView GIS”, <strong>de</strong>nominados:<br />

sepetiba.apr e sepetiba_industria.apr. Maiores informações sobre ambos os projetos<br />

são apresentadas a seguir.<br />

Projeto ArcView “Sepetiba.apr”<br />

O projeto sepetiba.apr é o acervo global do Macroplano, congregando toda a sua<br />

espacialização temática, abrangendo temas e bancos <strong>de</strong> dados relativos à base políticoadministrativa<br />

e sócio-econômica, base industrial, base hidrográfica e <strong>de</strong> recursos<br />

hídricos, ao sistema viário, ao sistema elétrico, à base topográfica, ao uso do solo e<br />

cobertura vegetal, aos condicionantes físicos ambientais, ao esboço pedológico, ao<br />

potencial agrícola, à caracterização topoclimática, aos espaços territoriais protegidos, ao<br />

sistema <strong>de</strong> saneamento e abastecimento <strong>de</strong> água, ao sistema <strong>de</strong> resíduos sólidos, à pesca, à<br />

infra-estrutura portuária e <strong>de</strong> navegação, a aspectos oceanográficos.<br />

O projeto possui uma vista (“view”) <strong>de</strong>nominada BASE FINAL, contendo todos os temas<br />

produzidos, os quais são sumariamente <strong>de</strong>scritos no Quadro 8.3, em termos <strong>de</strong> bases<br />

gráficas e bancos <strong>de</strong> dados alfanuméricos a elas associados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-22


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

Projeto ArcView “Sepetiba_industria.apr”<br />

O projeto sepetiba_industria.apr é um acervo específico, constituindo a base temática<br />

relativa à mo<strong>de</strong>lagem da poluição industrial. Neste projeto estão os resultados da<br />

mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> poluição industrial para ar, água e resíduos sólidos, configurando assim o<br />

mo<strong>de</strong>lo espacializado <strong>de</strong> avaliação do potencial poluidor das indústrias.<br />

O projeto integra os dados cadastrais sobre as indústrias do parque industrial <strong>de</strong> Sepetiba<br />

relativos a setor IBGE, coor<strong>de</strong>nadas geográficas, número <strong>de</strong> empregados e vazão efluente,<br />

com os resultados da aplicação dos índices estimativos <strong>de</strong> cargas poluidoras <strong>de</strong>scritos no<br />

capítulo 5 <strong>de</strong>ste relatório, <strong>de</strong> forma a permitir a visualização <strong>de</strong> diversas sínteses gráficas<br />

do diagnóstico da poluição industrial.<br />

A base geográfica é composta pela hipsometria da bacia, a divisão em bacias<br />

hidrográficas principais e alguns elementos <strong>de</strong> referência da base cartográfica digital do<br />

Macroplano, tais como a hidrografia e a re<strong>de</strong> viária.<br />

As sínteses gráficas foram estruturadas em 19 “layouts” englobando a distribuição<br />

geográfica das empresas com ícones diferenciados por setor industrial, a diferenciação das<br />

empresas por faixas <strong>de</strong> número <strong>de</strong> empregados e <strong>de</strong> vazão efluente e a diferenciação das<br />

empresas por faixas <strong>de</strong> cargas potencialmente produzidas dos 16 parâmetros <strong>de</strong> poluição<br />

analisados.<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-23


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

QUADRO 8.3 - PROJETO ARCVIEW "SEPETIBA.APR"<br />

TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

1 - Base Político Base Municipal Área e Demografia<br />

Administrativa (Unida<strong>de</strong>s poligonais) • nome<br />

limite municipalp.shp • inclusão na bacia (total ou parcial)<br />

municipiosp.shp • população total 1996 (hab)<br />

limite bacia.shp • área total CIDE (km 2 )<br />

• área incluída na bacia (km 2 )<br />

• população na bacia 1996 (mil.hab)<br />

• população na bacia 2000 (mil.hab)<br />

• população na bacia 2010 (mil.hab)<br />

• população na bacia 2020 (mil.hab)<br />

• população urbana na bacia 1996 (mil.hab)<br />

• população urbana na bacia 2000 (mil.hab)<br />

• população urbana na bacia 2010 (mil.hab)<br />

• população urbana na bacia 2020 (mil.hab)<br />

• % pop. / pop. bacia 1996<br />

• % pop. / pop. bacia 2000<br />

• % pop. / pop. bacia 2010<br />

• % pop. / pop. bacia 2020<br />

Ativida<strong>de</strong>s econômicas<br />

• nome do município<br />

• fruticultura (<strong>de</strong>scrição)<br />

• agricultura grãos (<strong>de</strong>scrição)<br />

• olericultura folhas (<strong>de</strong>scrição)<br />

• olericultura frutos (<strong>de</strong>scrição)<br />

• olericultura raízes (<strong>de</strong>scrição)<br />

• pecuária (<strong>de</strong>scrição)<br />

• extração mineral<br />

• comercio e serviços (<strong>de</strong>scrição)<br />

• potencial turístico (avaliação)<br />

• nº empregos industriais na bacia<br />

• % participação nos empregos ind.da bacia<br />

• zonas exclusivamente industrial -ZEI<br />

• zonas uso predominantemente industrial -<br />

ZUPI<br />

Produção agropecuária<br />

• nome do município<br />

• percentual produção banana na bacia<br />

• percentual produção banana no estado<br />

• percentual produção <strong>de</strong> coco-ver<strong>de</strong> na bacia<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-24


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

• percentual produção <strong>de</strong> coco-ver<strong>de</strong> no estado<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

• percentual produção goiaba na bacia<br />

• percentual produção goiaba no estado<br />

• percentual produção manga na bacia<br />

• percentual produção manga no estado<br />

• percentual produção maracujá na bacia<br />

• percentual produção maracujá no estado<br />

• percentual produção feijão na bacia<br />

• percentual produção feijão no estado<br />

• percentual produção milho na bacia<br />

• percentual produção milho no estado<br />

• percentual produção agrião na bacia<br />

• percentual produção agrião no estado<br />

• percentual produção cebolinha na bacia<br />

• percentual produção cebolinha no estado<br />

• percentual produção chicória na bacia<br />

• percentual produção chicória no estado<br />

• percentual produção couve na bacia<br />

• percentual produção couve no estado<br />

• percentual produção salsa na bacia<br />

• percentual produção salsa no estado<br />

• percentual produção abobrinha na bacia<br />

• percentual produção abobrinha no estado<br />

• percentual produção chuchu na bacia<br />

• percentual produção chuchu no estado<br />

• percentual produção jiló na bacia<br />

• percentual produção jiló no estado<br />

• percentual produção quiabo na bacia<br />

• percentual produção quiabo no estado<br />

• percentual produção aipim na bacia<br />

• percentual produção aipim no estado<br />

• percentual produção batata-doce na bacia<br />

• percentual produção batata-doce no estado<br />

• percentual produção aves na bacia<br />

• percentual produção aves no estado<br />

• percentual produção bovinos leiteira na bacia<br />

• percentual produção bovinos leiteira no estado<br />

• percentual produção eqüinos na bacia<br />

• percentual produção eqüinos no estado<br />

• percentual produção suínos na bacia<br />

• percentual produção suínos no estado<br />

Saneamento básico<br />

• nome do município<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-25


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

• população atendida p/ coleta lixo (%<br />

atendimento)<br />

• serviço coleta lixo urb pop permanente<br />

(avaliação)<br />

• servico coleta lixo hospitalar (avaliação)<br />

• servico coleta lixo industrial (avaliação)<br />

• lixo urbano <strong>de</strong>stino (<strong>de</strong>scrição)<br />

• lixo hospitalar <strong>de</strong>stino (<strong>de</strong>scrição)<br />

• sistema resíduos proposições imediatas<br />

• drenagem urbana - áreas criticas<br />

• drenagem urbana - extensão <strong>de</strong> áreas criticas<br />

(km 2 )<br />

• infraestrut. esgotos atual (% atendimento)<br />

• infraestrut. esgotos 2000 (% atendimento)<br />

• infraestrut. esgotos 2010 (% atendimento)<br />

• infraestrut. esgotos 2020 (% atendimento)<br />

• água manancial atual (<strong>de</strong>scrição)<br />

• água manancial proposto (<strong>de</strong>scrição)<br />

• água abastecimento atual (% atendimento)<br />

• água abastecimento 2000 (% atendimento)<br />

• água abastecimento 2010 (% atendimento)<br />

• água abastecimento 2020 (% atendimento)<br />

• reserva <strong>de</strong> manancial atual<br />

• reserva <strong>de</strong> manancial proposto<br />

• água manancial observações (repetido no layer<br />

<strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> água)<br />

• Analise Acessibilida<strong>de</strong> Viária<br />

• nome do município<br />

• acesso ao centro RJ (<strong>de</strong>scrição)<br />

• acesso ao porto <strong>de</strong> Sepetiba c/ RJ 109<br />

(<strong>de</strong>scrição)<br />

• acesso ao porto <strong>de</strong> Sepetiba s/ RJ 109<br />

(<strong>de</strong>scrição)<br />

Espaços Territoriais Protegidos<br />

• nome do município<br />

• reservas ecológicas (<strong>de</strong>scrição)<br />

• unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conservação (<strong>de</strong>scrição)<br />

• áreas especiais (<strong>de</strong>scrição)<br />

• superfície protegida por Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Conservação(km 2 )<br />

• superfície <strong>de</strong> florestas na porção incluída na<br />

bacia (km 2 )<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-26


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

• superfície <strong>de</strong> mangues na porção incluída na<br />

bacia (km 2 )<br />

• superfície <strong>de</strong> restingas na porção incluída na<br />

bacia (km 2 )<br />

Educação e Saú<strong>de</strong><br />

• nome do município<br />

• estabelecimentos ensino pré-escola<br />

(quant.1994)<br />

• estabelecimentos ensino 1º.grau (quant.1994)<br />

• estabelecimentos ensino 2º. grau (quant.1994)<br />

• estabelecimentos ensino 3º. grau (quant.1994)<br />

• estabelecimentos ensino técnico (quant.1994)<br />

• total estabelecimentos ensino (quant.1994)<br />

• matric. inicial pré-escola (quant.1994)<br />

• matric. inicial 1º. grau (quant.1994)<br />

• matric. inicial 2º. grau (quant.1994)<br />

• taxa alfabetização (% 1993)<br />

• hospitais conveniados (quantida<strong>de</strong>)<br />

• leitos hospitalares habitantes conveniados (%)<br />

• ambulatórios cre<strong>de</strong>nciados (quantida<strong>de</strong>)<br />

Base Distrital<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • nome do distrito ou RA<br />

distritos e ra'sp.shp • tipo (<strong>de</strong>scrição) - RA ou Distrito<br />

• município a que pertence<br />

Perímetros Urbanos<br />

Legais<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • (não possui informação alfanumérica<br />

associada)<br />

perímetros urbanos .<br />

shp<br />

2 - Base Industrial Indústrias<br />

(Unida<strong>de</strong>s pontuais) • I<strong>de</strong>ntificação industria<br />

Industrias.shp • código da empresa<br />

- base gráfica não • razão social<br />

anexada<br />

aos outros temas - • código ativida<strong>de</strong> poluidora<br />

• setor industrial<br />

• logradouro<br />

• bairro<br />

• município<br />

• distrito<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-27


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

• status (ativa, inativa, em implantação, em<br />

projeto)<br />

• característica da ativida<strong>de</strong><br />

• Utmn<br />

• Utme<br />

• zoneamento industrial<br />

• código IBGE<br />

• consumo água total<br />

• consumo água industrial<br />

• vazão efluente (m 3 /s)<br />

• vazão efluente (m 3 /s) corrigida e usada na<br />

mo<strong>de</strong>lagem água<br />

• numero funcionários (cadastro FEEMA)<br />

• potencial poluidor geral<br />

• numero funcionários (cadastro CNI)<br />

• numero funcionários (cadastro FIRJAN)<br />

• potencial poluidor água<br />

• parâmetros utilizados p/ mo<strong>de</strong>lagem água<br />

• potencial poluidor ar<br />

• parâmetros utilizado p/ mo<strong>de</strong>lagem ar<br />

• referência<br />

• data cadastro<br />

• controle Feema<br />

• Utmn em km para utilização em " theme"<br />

• Utme em km para utilização em " theme"<br />

• para "join" <strong>de</strong> subbacia.shp<br />

• código IBGE 2 dígitos<br />

Zonas Industriais<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • nome<br />

áreas industriaisp.shp • tipo (ZEI, ZUPI, DI, áreas propostas)<br />

• base legal<br />

• propostas<br />

3 - Hidrografia e Rios e Canais<br />

Recursos Hidricos (Unida<strong>de</strong>s Lineares) • nome<br />

hidrografiap.shp • vazão jusante MLT (m 3 /s)<br />

• vazão mínima (m 3 /s)<br />

• área contribuinte (km 2 )<br />

Espelhos <strong>de</strong> Água<br />

(Unida<strong>de</strong>s<br />

Poligonais)<br />

• nome<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-28


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Espelho d' Aguap.shp • tipo (lago, reservatório, oceano, rio largo)<br />

Sub-bacias<br />

(Unida<strong>de</strong>s<br />

Poligonais)<br />

• nome<br />

sub bacias.shp • bacia principal<br />

• unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento (UP)<br />

• orientação na UP<br />

Estações Hidrometeorológicas<br />

<strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> • código gis<br />

água e <strong>de</strong><br />

sedimentos • código i<strong>de</strong>ntificação<br />

(Unida<strong>de</strong>s pontuais) • codificador<br />

Estação<br />

• localização<br />

monitoramento<br />

feema.shp<br />

estações sema.shp • tipo<br />

estações adicionais • instituição responsável<br />

propostas,shp<br />

postos dib.shp • inicio operação<br />

postos consorcio.shp • termino operação<br />

postos feema.shp • periodicida<strong>de</strong> medição<br />

posto serla.shp • observações<br />

coppe.shp<br />

• código gis<br />

• código i<strong>de</strong>ntificação<br />

• ponto <strong>de</strong> coleta<br />

• unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento<br />

• velocida<strong>de</strong>(m/s)<br />

• profundida<strong>de</strong>(m)<br />

• largura(m)<br />

• vazão(m 3 /s)<br />

• silte(g/l)<br />

• argila(g/l)<br />

• órgão responsável<br />

• código i<strong>de</strong>ntificação adotado pelo órgão<br />

• manancial<br />

• unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento<br />

• bacia <strong>de</strong> drenagem (km 2 )<br />

• período observação (ano)<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-29


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

• concentração em período <strong>de</strong> estiagem (mg/l)<br />

• concentração em período <strong>de</strong> chuvoso (mg/l)<br />

• <strong>de</strong>scarga em período <strong>de</strong> estiagem (t/dia)<br />

• <strong>de</strong>scarga em período chuvoso (t/dia)<br />

Mo<strong>de</strong>lo Qualida<strong>de</strong> • Dados sobre as áreas <strong>de</strong> contribuição hídrica<br />

<strong>de</strong> Água<br />

conforme subdivisão adotada no SIMOX<br />

(Unida<strong>de</strong>s<br />

• numero do tramo<br />

Poligonais)<br />

simox.shp • bacia<br />

• rio<br />

• município<br />

• comprimento tramo (km)<br />

• área (km 2 )<br />

• vazão no tramo 1996 (l/s)<br />

• vazão no tramo 2020 (l/s)<br />

• pop.urbana no tramo 1996 (quant)<br />

• pop.urbana no tramo 2020 (quant)<br />

• OD no tramo 1996<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - sem<br />

tratam.<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 40%<br />

redução ETE<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 40%<br />

red.ETE + 90% red.indústrias<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 70%<br />

redução ETE<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 70%<br />

red.ETE + 90% red.industrias<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 90%<br />

redução ETE<br />

• OD p/ 50% pop.atendida ano 2000 - 90%<br />

red.ETE + 90% red.industrias<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - sem<br />

tratam.<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 40%<br />

redução ETE<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 40%<br />

red.ETE + 90% red.industrias<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 70%<br />

redução ETE<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 70%<br />

red.ETE + 90% red.industrias<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 90%<br />

redução ETE<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-30


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Unida<strong>de</strong>s<br />

Ambientais<br />

Homogêneas<br />

• OD p/ 80% pop.atendida ano 2020 - 90%<br />

red.ETE + 90% red.industrias<br />

• Dados sobre as áreas <strong>de</strong> contribuição hídrica<br />

conforme subdivisão adotada ISA<br />

(Unida<strong>de</strong>s Poligonais • numero do tramo<br />

das áreas analisadas • curso <strong>de</strong> água principal<br />

no ISA)<br />

bacia isa.shp • valor ISA avaliado consi<strong>de</strong>rando rio classe 2<br />

• nível sensibilida<strong>de</strong> ambiental (Altíssimo, Alto,<br />

Médio, Baixo)<br />

• comprom capacida<strong>de</strong> suporte (%)<br />

• usos principais (<strong>de</strong>scrição)<br />

• metas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

• unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> • Dados sobre as bacias hidrográficas<br />

Planejamento Local correspon<strong>de</strong>ntes às Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Planejamento<br />

Local<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais • nome-indicado no isa.dbf<br />

correspon<strong>de</strong>m<br />

a agrupamentos dos • metas <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> -indicado no isa.dbf<br />

polígonos<br />

da base gráfica do • alternativa intervenção -indicado no isa.dbf<br />

ISA)<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Planejamento Regional<br />

• código i<strong>de</strong>ntificação no GIS<br />

• nome<br />

• metas gestão<br />

• proposta 1<br />

• proposta 2<br />

• proposta 3<br />

• proposta 4<br />

• proposta 5<br />

• proposta 6<br />

• proposta 7<br />

• proposta 8<br />

• proposta 9<br />

• proposta 10<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-31


CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

BASE GRÁFICA<br />

(.SHP)<br />

DESCRICAO<br />

4 - Sistema Viário Malha Rodoviária<br />

5 - Sistema<br />

Elétrico<br />

sistviario.shp • nome<br />

• tipo operação (fe<strong>de</strong>ral, estadual, municipal,<br />

concessão fe<strong>de</strong>ral)<br />

• status (existente, projetada)<br />

• extensão na bacia<br />

• número <strong>de</strong> pistas<br />

• número <strong>de</strong> faixas por pista<br />

• estado conservação<br />

• flui<strong>de</strong>z trafego<br />

Malha Ferroviária<br />

ferroviap.shp<br />

Linhas <strong>de</strong><br />

Transmissão<br />

(Unida<strong>de</strong>s Lineares)<br />

linhas <strong>de</strong><br />

Transmissaop.shp<br />

Sistemas <strong>de</strong> Geração • tipo<br />

uhe.shp • nome<br />

• potência<br />

• operadora<br />

• observação<br />

6 - Topografia Curvas <strong>de</strong> Nível<br />

(Unida<strong>de</strong>s Lineares) • cota<br />

topografia.shp<br />

Hipsometria<br />

hipsometria .shp • cota<br />

7 - Uso do Solo e Categorias<br />

Cobertura Vegetal (Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

8 -Condicionantes Categorias<br />

Físicos Ambientais (Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

9 - Esboço<br />

Pedológico<br />

Categorias<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-32


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

10 - Potencial<br />

Agrícola<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Categorias<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

11 -<br />

Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Caracterização Dispersão<br />

Topoclimática (Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

Atmosférica • cor<br />

Dispersão<br />

• zona<br />

atmosferica.shp<br />

Barreiras<br />

Estruturais <strong>de</strong><br />

Vento<br />

(Unida<strong>de</strong>s lineares)<br />

Barra ventos.shp<br />

12 - Espaços Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

Territoriais Conservação<br />

Protegidos (Unida<strong>de</strong>s poligonais) • nome<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> • ato legal<br />

conservacaop.shp<br />

baía.shp • legislação<br />

reserva ecológicas <strong>de</strong> • área total (ha)<br />

manguesais.shp<br />

áreas das forcas • área na bacia (ha)<br />

armadas.shp<br />

praias.shp • tutela<br />

embrapa.shp • plano manejo<br />

costoes rochosos.shp • situação fundiária<br />

campus da ufrj.shp • município<br />

campus <strong>de</strong> dunas.shp • Observação<br />

criadouros.shp<br />

aeia maciço da pedra<br />

b.shp<br />

aeia orla da baía.shp<br />

13 - Sistema <strong>de</strong> Bacias <strong>de</strong><br />

Esgoto<br />

Esgotamento<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • código i<strong>de</strong>nt. GIS<br />

bacias esgotamento • nome da sub-bacia <strong>de</strong> esgoto<br />

sanitario.shp<br />

• pop. contribuinte 1996 (hab)<br />

• municípios<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-33


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Sistema Esgotamento Proposto<br />

• código i<strong>de</strong>nt. GIS<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • nome<br />

• pop. atendida 2000 (hab)<br />

• pop. atendida 2010 (hab)<br />

• pop. atendida 2020 (hab)<br />

• municípios/local <strong>de</strong> atendimento<br />

• nome da estação <strong>de</strong> tratamento<br />

Estações <strong>de</strong> • código i<strong>de</strong>ntificação da ETE<br />

Tratamento<br />

<strong>de</strong> Esgotos (ETE) • código i<strong>de</strong>ntificação do sistema <strong>de</strong> esgoto<br />

• nome do sistema<br />

• corpo receptor<br />

• município/local <strong>de</strong> atendimento<br />

• custo <strong>de</strong> implantação (em U$) p/ anos 2000-<br />

2009<br />

• vazão (l/s) estimada p/ anos 2000-2009<br />

• tipo tratamento p/ 2000-2009 (primário,<br />

secundário e/ou quimicam.assistido)<br />

• eficiência <strong>de</strong> tratamento p/ 2000-2009<br />

• custo <strong>de</strong> implantação em (em U$) p/ anos<br />

2010-2020<br />

• vazão (l/s) estimada p/ anos 2010-2020<br />

• tipo tratamento p/ 2010-2020 (primário,<br />

secundário e/ou quimicam.assistido)<br />

• eficiência <strong>de</strong> tratamento p/ 2010-2020<br />

14 - Sistema <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong><br />

Abastecimento Produção (SA) • código do manancial<br />

<strong>de</strong> Água (Unida<strong>de</strong>s pontuais) • sistema atual<br />

Sistema atual- • manancial atual nome<br />

Sistema <strong>de</strong><br />

abastecimento.shp<br />

• vazão captada atual (l/s)<br />

• tipo tratamento atual (<strong>de</strong>sinfecção, <strong>de</strong>cantação)<br />

• municípios atendidos atualmente<br />

• vazão 2000 (l/s)<br />

• tipo tratamento 2000 (<strong>de</strong>sinfecção, <strong>de</strong>cantação)<br />

• municípios atendidos 2000<br />

• municípios atendidos 2010<br />

• vazão captada 2020 (l/s)<br />

• municípios atendidos 2020<br />

• manancial observações<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-34


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Sistema proposto • código do manancial<br />

Sistema <strong>de</strong> • sistema proposto<br />

abastecimento.shp<br />

• manancial proposto nome<br />

• vazão captada atual (l/s)<br />

• tipo tratamento atual (<strong>de</strong>sinfeccao,<br />

<strong>de</strong>cantação...)<br />

• municípios atendidos atualmente<br />

• vazão 2000 (l/s)<br />

• tipo tratamento 2000(<strong>de</strong>sinfeccao,<br />

<strong>de</strong>cantação...)<br />

• municípios atendidos 2000<br />

• municípios atendidos 2010<br />

• vazão captada 2020 (l/s)<br />

• municípios atendidos 2020<br />

• manancial observações<br />

Adutoras<br />

Sistema atual • código adutora<br />

adutora.shp • sistema<br />

• status (ativo, inexistente)<br />

• localida<strong>de</strong> atendida (município/local)<br />

• vazão atual (l/s)<br />

Sistema atual • código adutora<br />

adutora.shp • sistema<br />

• status(ativo, inexistente)<br />

• localida<strong>de</strong> atendida<br />

• vazão atual (l/s)<br />

• vazão 2000 (l/s)<br />

• vazão 2010 (l/s)<br />

• vazão 2020 (l/s)<br />

15 - Sistema <strong>de</strong> Destinaçao <strong>Final</strong><br />

Resíduos existentes na bacia<br />

Sólidos (Unida<strong>de</strong>s pontuais)<br />

lixoes.shp • nome<br />

<strong>de</strong>stinacoes.shp • município<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-35


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Destinacoes- • quantida<strong>de</strong> coletada (t/dia)<br />

lancamentos.shp • procedência da carga<br />

• vazão <strong>de</strong> chorume produzido (m3/dia)<br />

• rio receptor do chorume produzido nos lixões<br />

em beira <strong>de</strong> rio<br />

• status (ativo, inativo)<br />

16 - Pesca Zonas <strong>de</strong> pesca<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

cercada e arrasto.shp • tipo (cercada ou arrasto)<br />

Locais <strong>de</strong> peca<br />

(Unida<strong>de</strong>s pontuais)<br />

17 - Infraestrutura<br />

Portuária<br />

locais <strong>de</strong> pesca.shp • tipo (extrativismo marisco, pesca artesanal,<br />

traineiras, sardineiras)<br />

Colônia <strong>de</strong> pesca<br />

(Unida<strong>de</strong>s pontuais) • nome<br />

colonia <strong>de</strong> pesca.shp • localida<strong>de</strong><br />

Criadouros<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • categoria<br />

criadouros.shp<br />

Entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pesquisa<br />

(Unida<strong>de</strong>s pontuais) • nome<br />

unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

pesquisa.shp<br />

Instalações<br />

Portuárias e <strong>de</strong><br />

Apoio<br />

e <strong>de</strong> Navegação (Unida<strong>de</strong>s pontuais) • i<strong>de</strong>ntificador<br />

Instalações<br />

Portuarias.shp<br />

Canal <strong>de</strong> Acesso ao<br />

porto<br />

• nome<br />

• tipologia<br />

• movimento <strong>de</strong> carga<br />

• observações<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

Canal <strong>de</strong> Acesso ao<br />

porto.shp<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-36


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

18 -Informações Oceano<br />

Oceanográficas (Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

Oceano.shp<br />

Despejos <strong>de</strong><br />

dragagem<br />

(Unida<strong>de</strong>s Lineares) • cota<br />

Despejo<br />

dragagem.shp<br />

Batimetria 1940<br />

(Unida<strong>de</strong>s Lineares) • cota<br />

Batimetria 1940.shp<br />

Batimetria 1991<br />

(Unida<strong>de</strong>s Lineares) • cota<br />

Batimetria 1991.shp<br />

Distribuição<br />

Salinida<strong>de</strong><br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • concentração<br />

salinida<strong>de</strong>.shp<br />

Zonas biogeográficas bentônicas<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • qualificação<br />

Zonas biogeográficas<br />

bentonicas.shp<br />

Distribuição Sedimentos (Poncano)<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • tipo <strong>de</strong> sedimento<br />

sedimentos.shp<br />

Distribuição <strong>de</strong><br />

Clorofila<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • quantificação<br />

Clorofila.shp<br />

Temperatura<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • quantificação<br />

Temperatura.shp<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

8-37


TEMA<br />

PRINCIPAL<br />

CONSÓRCIO: ETEP - ECOLOGUS - SM GROUP<br />

BASE GRÁFICA DESCRICAO<br />

(.SHP)<br />

Distribuição <strong>de</strong><br />

Oxigênio<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais) • quantificação<br />

Oxigenio.shp<br />

Distribuição <strong>de</strong><br />

Amônia<br />

(Unida<strong>de</strong>s poligonais)<br />

Amonia.shp<br />

19 - Informações<br />

Pontuais • tipo<br />

Aleatórias • <strong>de</strong>scrição<br />

20 - Informações<br />

Poligonais • tipo<br />

Aleatórias • <strong>de</strong>scrição<br />

Macroplano <strong>de</strong> Gestão e Saneamento Ambiental da Bacia da Baía <strong>de</strong> Sepetiba<br />

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