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MARTIN, Roland - Pergamo.pdf - Universidade do Porto

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labeca<br />

O Urbanismo na Grécia Antiga<br />

Jan / 2008<br />

8 de 8<br />

constituíam as articulações das ruas e limitavam a perspectiva; o estu<strong>do</strong> das re-<br />

lações <strong>do</strong>s conjuntos monumentais entre si e sua relação com as grandes ruas<br />

colunadas. Um espírito novo modificou a tradição puramente funcional <strong>do</strong> urba-<br />

nismo grego. Ele estabeleceu um equilíbrio difícil entre um funcionalismo estrito,<br />

rígi<strong>do</strong> e severo e um desenvolvimento ornamental excessivo. Todas as épocas<br />

oscilam entre um e outro. Pensar as realizações anteriores deve ser feito para<br />

que nós, contemporâneos, evitemos pesquisas vãs ou hesitações estéreis.<br />

A evolução da arquitetura urbana na Grécia antiga nos leva, enfim, a reco-<br />

nhecer na formação da estética e no desabrochar de um urbanismo monumen-<br />

tal o “ato arbitrário <strong>do</strong>s governos”. É curioso constatar que to<strong>do</strong>s os “rebentos”<br />

<strong>do</strong> urbanismo estiveram liga<strong>do</strong>s a condições históricas particulares: os tiranos<br />

<strong>do</strong> século VI a.C., as cidades aristocráticas da Magna Grécia, os príncipes de<br />

Pérgamo e os reis selêucidas foram, anteriormente aos impera<strong>do</strong>res romanos,<br />

os grandes promotores <strong>do</strong> urbanismo monumental e estiveram na origem das<br />

criações duráveis que quebraram o estrito funcionalismo <strong>do</strong>s planos clássicos.<br />

Nas cidades <strong>do</strong>s séculos V e IV a.C., os projetos arquitetônicos eram restritos à<br />

expressão da comunidade política e não orienta<strong>do</strong>s para a satisfação de neces-<br />

sidades individuais. A comunidade se expressava nos templos consagra<strong>do</strong>s a<br />

seus deuses protetores e, num nível inferior, em alguns edifícios administrativos.<br />

Foi necessária a vontade pessoal de um Pisístrato e depois de um Péricles para<br />

impor aos atenienses grandes realizações arquitetônicas no quadro de suas ci-<br />

dades. Mais tarde, o progresso <strong>do</strong> urbanismo monumental foi devi<strong>do</strong> aos reis<br />

e príncipes que fizeram das capitais a imagem de seu poder e que enviaram<br />

subsídios e construtores ao resto <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> grego para expandir este espírito<br />

inova<strong>do</strong>r e cria<strong>do</strong>r. Se a Grécia havia deixa<strong>do</strong> como herança somente seu plano<br />

quadricula<strong>do</strong>, ele não ocuparia na história <strong>do</strong> urbanismo senão um local limita<strong>do</strong>,<br />

devi<strong>do</strong> a seu espírito prático e organiza<strong>do</strong>r; ele mereceria mais <strong>do</strong> que isso, mas<br />

é graças aos príncipes e arquitetos que nele trabalharam que se devem as re-<br />

alizações em Pérgamo e Alexandria. Nós devemos a seus desejos de criar um<br />

quadro urbano luxuoso esta aliança, tão difícil de realizar na arquitetura urbana,<br />

entre uma busca funcional, adaptada às necessidades e uma estética monu-<br />

mental que retira das formas tradicionais <strong>do</strong> âmbito arquitetônico seus meios de<br />

expressão.<br />

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