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MARTIN, Roland - Pergamo.pdf - Universidade do Porto

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labeca<br />

O Urbanismo na Grécia Antiga<br />

Jan / 2008<br />

A lição que vem de Pérgamo não deve ser perdida. Nos planos helenís-<br />

ticos e romanos o teatro tornou-se uma peça fundamental de vastos conjuntos,<br />

<strong>do</strong>s quais retiramos as características: Éfeso, Palmira e Gerasa são os melhores<br />

exemplos. A leste, como a oeste, as cidades romanas integraram definitivamente<br />

o teatro ao plano urbano 2 . Esta assimilação foi possível devi<strong>do</strong> a duas trans-<br />

formações que livraram o edifício de sua servidão topográfica. Foi inicialmente<br />

efetua<strong>do</strong> um trabalho de unificação <strong>do</strong> plano em si mesmo: auditório e skené fo-<br />

ram reuni<strong>do</strong>s em uma mesma estrutura com o desaparecimento <strong>do</strong>s paro<strong>do</strong>i e a<br />

orquestra foi reduzida a um traça<strong>do</strong> semi-circular. De outra parte, o emprego da<br />

abóbada permitiu reduzir os trabalhos consagra<strong>do</strong>s às fundações necessárias<br />

ao auditório. As terraplanagens artificiais foram substituídas por um conjunto de<br />

passagens abobadadas que, cada vez mais, asseguravam a circulação interior<br />

e aumentavam as possibilidades de extensão. Tornan<strong>do</strong>-se um edifício com con-<br />

tornos precisos e limita<strong>do</strong>s, independente de toda ajuda exterior, o teatro se<br />

apresentava tal qual o fórum, inteiramente fecha<strong>do</strong> em suas colunas, como um<br />

elemento disponível e flexível, capaz de se encaixar em múltiplas combinações<br />

monumentais, características <strong>do</strong> urbanismo romano.<br />

Conclusão<br />

Se ao final deste estu<strong>do</strong> nós tentamos definir as características <strong>do</strong> urba-<br />

nismo grego, ele nos aparece inicialmente como uma planta original, saída da<br />

terra natal, nascida das condições históricas, geográficas e políticas que deter-<br />

minaram a formação das cidades helênicas. A estrutura arquitetônica das ci-<br />

dades gregas é construída à imagem de sua estrutura política; constituin<strong>do</strong> uma<br />

comunidade fortemente centralizada, sedenta de assegurar sua independência<br />

e sua autonomia num quadro geográfico muito limita<strong>do</strong>. A cidade grega deu nas-<br />

cimento a um tipo de cidade original, cujos elementos foram se constituin<strong>do</strong> pro-<br />

gressivamente. As contribuições estrangeiras são fracas. O plano ortogonal re-<br />

ticula<strong>do</strong> nasceu das próprias condições de seu emprego, inicialmente esporádico<br />

e limita<strong>do</strong> a um bairro e posteriormente aplica<strong>do</strong> a uma cidade inteira; ele não se<br />

deu conforme a imitação de um urbanismo estrangeiro, nem ítalo-etrusco, nem<br />

oriental. A oeste, os exemplos <strong>do</strong> plano quadricula<strong>do</strong> nas colônias gregas re-<br />

velaram-se impostos por uma topografia particular ou inspira<strong>do</strong>s pelo movimento<br />

criativo <strong>do</strong> século V a.C., vin<strong>do</strong> da Jônia. Este movimento não deveu nada ao<br />

Oriente que propôs tipos de cidades muito diferentes. Este plano teve nascimen-<br />

2 P. Frézouls, Annales du service archéologique de Syrie, I. 95 , p. 20 e seguintes.<br />

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