Vestígios arqueológicos no Agreste Paraibano - Uepb
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<strong>Vestígios</strong> <strong>arqueológicos</strong> <strong>no</strong> <strong>Agreste</strong> Paraiba<strong>no</strong><br />
Carlos Antônio Belarmi<strong>no</strong> ALVES 1<br />
1 Mestre em Educação, Desenvolvimento e Política Educativa em Ciências da Educação - ULHT (Portugal),<br />
Professor Adjunto da UEPB Campus III.<br />
c_belarmi<strong>no</strong>alves@hotmail.com
TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
VESTÍGIOS ARQUEOLÓGICOS NO AGRESTE PARAIBANO<br />
RESUMO<br />
Este artigo visa apresentar os resultados parciais de estudos realizados nas regiões do <strong>Agreste</strong>,<br />
Brejo, Curimataú e Cariri paraiba<strong>no</strong> pelo equipe do professor Carlos Belarmi<strong>no</strong> (UEPB) <strong>no</strong><br />
sentido de registrar e identificar estes patrimônios em parceria com entidades, pesquisadores<br />
jornalistas e estudiosos em mais de 30 sítios <strong>arqueológicos</strong> nas referidas regiões.<br />
PALAVRAS-CHAVE: Vestígos <strong>arqueológicos</strong>, agreste, Paraíba.<br />
ABSTRACT<br />
This article presents the partial results of studies conducted in regions of the hinterlands, Slough,<br />
Curimataú and Cariri by the team of Professor Carlos Belarmi<strong>no</strong> (UEPB) to register and identify<br />
these assets in partnership with organizations, researchers, journalists and scholars more than<br />
30 archaeological sites in these regions.<br />
KEYWORDS: Achaeological remains, hinterlands, Paraíba.<br />
Campina Grande-PB, A<strong>no</strong> III – Vol.1 - Número 05 – Set/Out de 2012
TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
Os municípios paraiba<strong>no</strong>s em quase todas mesorregiões geográficas e microrregiões<br />
são riquíssimas e dotadas de um grande potencial em sítios pré-históricos, com indústria lítica e<br />
inscrições rupestres.<br />
As inscrições rupestres e a produção lítica são abundantes do <strong>Agreste</strong> ao Sertão.<br />
Podendo ser usados como um caminho para o ecoturismo e geração de emprego e renda. Os<br />
sucessivos achados arqueólogos além sofreram degradação por parte da natureza, o<br />
vandalismo vem colaborando para a destruição deste patrimônio cultural. Os seminários,<br />
conferências, congressos, etc, são realizados em defesa pela comunidade científica, além dos<br />
esforços dos pesquisadores e estudiosos que se interessam por tão e precioso tema. Há uma<br />
falta de interesse por parte dos governantes quase que generalizada e algo terá que ser feito,<br />
pois corremos o risco das futuras gerações não visualizarem e nem entenderem como viviam e<br />
quais os hábitos de <strong>no</strong>ssos ancestrais.<br />
As inscrições rupestres, resquícios cerâmicos, mobílias funerárias e a indústria lítica são<br />
fortes elementos capazes de caracterizar o <strong>no</strong>sso passado. A Paraíba caminha a passo de<br />
quelônios quanto ao interesse pela Pré-História, só algumas instituições governamentais,<br />
pesquisadores e universidades praticam algumas ações pontuais <strong>no</strong> sentido de investir neste<br />
setor. Não existe efetivamente intensidade que venha colocar em evidência a temática, pois<br />
carece de um continuísmo, respaldado pelos governantes.<br />
Diante de tantas reflexões sobre o tema, seriamos omissos e irresponsáveis se<br />
deixássemos de aqui mencionar o trabalho da Fundação Casa José Américo (CFJA) Secretaria<br />
de Educação e Cultural, Gover<strong>no</strong> do Estado, que publicou o mapeamento cultural da Paraíba,<br />
em que faz referência a Pré-Historia Paraibana inclusive com a colaboração de Gabriela Martin,<br />
especialista em Pré-História do Nordeste. A UEPB, via seu Laboratório de Arqueologia e<br />
Paleontologia (LABAP), o IPHAEP (Instituto Patrimônio Histórico e Artístico da Paraíba) e PB-<br />
TUR, que também investiram nesta área.<br />
É sabido que as descobertas são constantes e que vai desde material da megafauna<br />
(ossos de animais gigantes), indústria ceramista e lítica que variam de: urnas funerárias, vasos,<br />
vasilhames e objetos para cozinha, machadinha, fusos, almofarizes, martelos cilíndricos em<br />
granito bifaceados, contas de colares, cestaria etc, mas existem grande quantidade de materiais<br />
aflorandos <strong>no</strong> solo e de fácies aterramentos, ig<strong>no</strong>rados pelas autoridades competentes, sem<br />
procurarem dar o valor merecido a este patrimônio que vem desaparecendo ora transportado,<br />
vendido ou levado por estudiosos de outras regiões e/ou países.<br />
Campina Grande-PB, A<strong>no</strong> III – Vol.1 - Número 05 – Set/Out de 2012
TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
Alguns professores universitários, arqueólogos, curiosos e pesquisadores têm se<br />
esforçado bastante para preservar e juntar estas peças de grande valor histórico e cultural,<br />
embreando-se com o espírito de aventureiro em lugares de difícil acesso e gastando do seu<br />
próprio bolso. As vezes transformando, muitas vezes, em robby, fotografando ou tornando-os<br />
parte de suas coleções particular este verdadeiro tesouro deixado pelos <strong>no</strong>ssos antepassados<br />
há mais ou me<strong>no</strong>s 5.000 mil a<strong>no</strong>s.<br />
Apesar das dificuldades e falta de recursos para realização de pesquisa não poderemos<br />
deixar de registrar esforços de alguns pesquisadores e estudiosos como: Ruth Trindade de<br />
Almeida (UFPB), Gabriela Martins (UFPE), Ivanici Frazão (CFJA), Eduardo Pazerra Jr.<br />
(UFPB/UEPB), Janete Lins Rodrigues (CFJA), Carlos Belarmi<strong>no</strong> (UEPB), Juvandi de Souza<br />
Santos (UEPB), entre outros. Embora existam, na Paraíba, abnegados estudiosos e defensores<br />
deste patrimônio cultural, paralelamente sofremos ações praticadas pelo vandalismo que vai<br />
desde as pichações, depredações a roubos de materiais da indústria lítica, ceramistas até<br />
relíquias da megafauna encontradas em <strong>no</strong>ssas lagoas e ou tanques. Além daqueles que usam<br />
a pedra como matéria-prima para calçamento e as explodem sem terem conhecimento destes<br />
materiais preciosos capazes de <strong>no</strong>s mostrarem como viviam as ocupações humanas na região.<br />
Os grafiteiros estão sempre em ação, nem os sítios <strong>arqueológicos</strong> catalogados<br />
escapam, pois se insiste, em descaracterizar verdadeiros marcos da história da humanidade, isto<br />
vem ocorrendo em todo o Estado sem que nenhuma punição seja aplicada. É preciso que faça<br />
algo por estes bens culturais, para que as futuras gerações tenham acesso a este legado e<br />
possam estudar mais sobre <strong>no</strong>ssos antepassados. Desde 1937, existe legislação pertinente,<br />
decretos e outros documentos oficiais que fazem referência à organização e proteção do<br />
patrimônio histórico, só que não são cumpridos, ficando apenas <strong>no</strong> papel.<br />
gover<strong>no</strong>s:<br />
Sobre este patrimônio da humanidade são bastante esquecidos e desprezados pelos<br />
Estes deverão estar numa linha em que: o pré-historiador procure estudar as<br />
sociedades do passado mais remoto da humanidade, <strong>no</strong>s seus aspectos mais<br />
diversos: físico, demográfico, patológico, tec<strong>no</strong>lógico, dieta alimentar, padrões de<br />
ocupação do território e até rituais. Como não dispõe de textos escritos utiliza<br />
exclusivamente vestígios materiais deixados por <strong>no</strong>ssos longínquos predecessores<br />
<strong>no</strong>s sítios <strong>arqueológicos</strong> e que são coletados por meio de técnicas arqueológicas. A<br />
arqueologia é, portanto, o único meio para pré-história conseguir sua documentação<br />
enquanto para o historiador ela não passa de uma ação secundária (PROUS, 1991,<br />
p. 109).<br />
Os realizados estudos <strong>no</strong> <strong>Agreste</strong> do Brejo, Curimataú e Cariri Paraiba<strong>no</strong> foram iniciados<br />
pelo Profº Carlos Belarmi<strong>no</strong> (UEPB) e equipe que tem investido <strong>no</strong> registro e identificação destes<br />
patrimônios em parceria com entidades, pesquisadores jornalistas e estudiosos em mais de<br />
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TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
30 sítios <strong>arqueológicos</strong>. Muitos deles não estão assinalados em nenhum estudo de autores<br />
paraiba<strong>no</strong>s ou de outros Estados. As visitas às cavernas, furnas, lapas e matacões, matéria-<br />
prima para estudo, são realizadas periodicamente e a equipe vem coletando dados para<br />
elaboração de um projeto que contemplará inscrições rupestres, gravuras, matérias líticos e<br />
paleontológicos nessas regiões. O objetivo da primeira etapa é de se conscientizar arqueológico<br />
e ambientalmente as populações que vivem em seu entor<strong>no</strong> e realizar com as prefeituras dessa<br />
área territorial, onde ficam localizados esses vestígios deixados por <strong>no</strong>ssos ancestrais, que<br />
poderão servir como uma fonte de renda após capacitação das crianças e adultos, que servirão<br />
de guia turísticos a esses pontos de concentração de inscrições rupestres associada a beleza<br />
natural como fontes d’água, cachoeiras, matas, casarões coloniais daquela comunidade<br />
(localidade).<br />
Numa segunda etapa, serão realizadas pesquisas de campo, produção de material<br />
didático (folhetos, panfletos), etc., para divulgação na mídia, escolas e população em geral,<br />
falando da importância desse acervo para a região. Uma terceira etapa serão as parcerias com<br />
gover<strong>no</strong> do Estado, Prefeitura, Universidades e Ministérios, que através do estudo e coleta de<br />
material será proposto para sociedade à criação de um Museu Arqueológico e Paleontológico da<br />
Região do <strong>Agreste</strong>, Brejo e Curimataú paraiba<strong>no</strong>. O referido museu terá como objetivo reunir<br />
coleções particulares e materiais espalhados em diversos recantos de <strong>no</strong>ssa região que por falta<br />
de conhecimento não são valorizados pela população. Os professores, universitários,<br />
pesquisadores alu<strong>no</strong>s e simpatizantes deverão passar por uma capacitação para fazer parte das<br />
execuções e coleta desse material para divulgação e implantação do museu.<br />
Alguns materiais de indústria lítica já foram coletados, levantados e catalogados<br />
juntamente com inscrições rupestres e peças paleontológicas. As ocorrências <strong>no</strong>s municípios de<br />
Logradouro, Caiçara, Belém, Pilões, Pilõezinhos, Araçagi, Esperança, Guarabira, Lagoa de<br />
Dentro, Dona Inês, Serra da Raiz, são uma realidade. O Prof. Carlos Belarmi<strong>no</strong> (UEPB) e o<br />
pesquisador e jornalista Hilton Gouveia coletaram recentemente, nas cidades de Guarabira e<br />
Pilõezinhos, artefatos de Pedra Polida, próximo ao povoado de Cachoeira dos Guedes<br />
anteriormente conhecida por Itarana, que significa em tupi-guarani queda d'água muito famosa<br />
por ser uma referência em ocupação humana pré-histórica. Os achados deram-se na Lagoa de<br />
Dr. João Ramos, onde se trabalha com olarias, pelo agricultor, João Martins, 47 a<strong>no</strong>s, onde<br />
coletou um mor (moinho manual de granito) com uma peça passiva que chamamos na<br />
linguagem arqueológica de almofariz (pilão e mão) com 15 cm de diâmetro e 4 de espessura e a<br />
mão (cativo) medindo 12 cm x 3 largura que foi repassado ao analista ambiental e geógrafo<br />
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André da Silva Santos, que disponibilizará a peça para um futuro museu. Uma outra descoberta<br />
foi, às margens do rio Araçagi-mirim também onde o Profº Belarmi<strong>no</strong> Maria<strong>no</strong> Neto (UEPB)<br />
Campus III encontrou uma machadinha de quartzo. A equipe tem se deslocado a diversos sítios<br />
da região onde existem ocorrências destas peças. Precisamente <strong>no</strong> sítio Tananduba, foi<br />
encontrado e comunicado a equipe um almofariz granítico, com 16 cm, e boca de 12 cm por 14<br />
de fundo este recipiente pré-histórico era usado para extração de sumo de ervas e para pisar<br />
peque<strong>no</strong>s grãos, que poderá ser caracterizados como obra de grupos líticos de tradição Tupi-<br />
Guarani. O artefato foi localizado pelo Sr. José Carlos de Pontes (Biri<strong>no</strong>) em 22 de março de<br />
1998, quando retirou aterro para construção de uma capela de<strong>no</strong>minada São Sebastião, naquela<br />
comunidade. A equipe fez uma escavação mais aprofundada à procura de outros artefatos e<br />
estudara melhor o grupo de ocupação humana nesta área.<br />
No município de Pilõezinhos-PB, a equipe realizou diversas excursões com bastante<br />
sucesso tendo como fruto do trabalho um machado cilíndrico com 19 cm x 17 dimensão e 3,5<br />
altura, que , há trinta a<strong>no</strong>s, estava em posse da Sra. Maria Nila da Conceição que o de<strong>no</strong>mi<strong>no</strong>u<br />
de Pedra de Corisco, e o repassou ao Sr. José Ferreira de Lima, 37 a<strong>no</strong>s, conhecido por Baeta<br />
residente <strong>no</strong> sítio Amarelinha de Cima, localizado às margens do Rio Mundaú. Encontra-se em<br />
poder dos estudiosos, <strong>no</strong> mesmo município, uma machadinha cilíndrica com dimensões 10cm x<br />
03 dimensão x 2cm altura, <strong>no</strong> sítio Campineiro <strong>no</strong> mesmo município, além de restos de<br />
fogueiras, ponta de flecha em sílex, encontradas outra em cristal de rocha de 4,5 cm,<br />
considerada pela equipe, evidências mais interessantes deste município. Em 1988, tem-se<br />
<strong>no</strong>tícia que próximo ao rio Guarabira que liga Pilõezinhos, próximo a Vila Pe. Cícero, fora<br />
coletado um machado polido de rara beleza de<strong>no</strong>minado de semilunar e que é conhecido como<br />
âncora, hoje esse exemplar faz parte de acervo de origem desconhecida. Segundo afirma (Mário<br />
Melo in Martin 1997), “estes tipos de machados são objetos votivos ou seja ofertado em<br />
juramentos realizados pelos pré-históricos em cumprimento de promessas voltadas a alguma<br />
divindade de seu período arqueológico”.<br />
Menciona Millier apud Martin (1977, p.116):<br />
que tais artefatos só poderão ter suas conhecidos a sua mediante o estudo em<br />
laboratório através do carbo<strong>no</strong> 14, e que estes materiais líticos indicam a presença<br />
de caçadores - pescadores que se movimentavam ao longo dos rios <strong>no</strong>rdesti<strong>no</strong>s, e<br />
os instrumentos eram preparados segundo as suas necessidades imediatas. Já <strong>no</strong><br />
caso dos (mos) ativos e passivos (mão e pilão) indicam a presença de populações<br />
sedentárias ou semi-sedentárias com especial atenção a presença de alguns destes<br />
instrumentos sejam eles modificados ou não eram usados para quebrar frutos de<br />
palmáceas (coco e coquinhos) esmagar sementes e ossos para aproveitamento do<br />
tuta<strong>no</strong> e que apareceu abundantemente na estratigrafia arqueológica da região<br />
indicando uma dieta alimentar com o máximo de aproveitamento dos recursos.<br />
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TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
Coloca Calderon (1962),<br />
que o batedor entre as indústrias líticas brasileiras era muito mais abundante do que<br />
o universal machado de Pedra Polida. A presença desse instrumento é determinante<br />
para se compreender a utilização dos recursos alimentares.<br />
Os tipos de rochas utilizadas na elaboração do material lítico polido em coleções do<br />
Nordeste são: o granito grosso, o médio diabásio; basalto, antibólo, gnaisse, dierito, andesito,<br />
arenito fi<strong>no</strong>, ardósia siltito e quartrito e outros tipos de minerais que necessitam de estudo em<br />
laboratório para sua identificação.<br />
A presença de almofarizes (pilão e mão) encontrados próximo aos pontos d’água (rios),<br />
abrigos, cavernas, matacões, lapas, furnas ou mesmo superficialmente aterrados estão<br />
associados à agricultura, além de certo tipo de machados de pedra polida, já referenciados<br />
anteriormente esses eram usados por pré-históricos, coletores/agricultores para cavar a terra.<br />
Seria irresponsabilidade sugerir ou propor a datação desses instrumentos <strong>no</strong> município de<br />
Guarabira e Pilõezinhos, mas diz (Bryan Apud Martin, 1997, p. 178),<br />
que o polimento vem anteriormente a pedra lascada em sambaquis, mas uma<br />
evidência inquestionável <strong>no</strong>s demonstra a existência do polimento <strong>no</strong> Brasil com<br />
perfeito acabamento já <strong>no</strong> <strong>no</strong><strong>no</strong> milênio, pois existe evidência de que machado polido<br />
foi coletado durante escavações do sítio do meio <strong>no</strong> Piauí numa fogueira datada ±<br />
9.200 a<strong>no</strong>s. No <strong>no</strong>sso caso tais, datações só serão possível graças a métodos de<br />
radiocabor<strong>no</strong> ou carbo<strong>no</strong> 14, em laboratórios especiais.<br />
A região do <strong>Agreste</strong> paraiba<strong>no</strong> se destaca por grandes números destas ocorrências e<br />
vira a página da sua história, pois os achados são de grande valor arqueológico. Não sabemos o<br />
que farão as autoridades municipais e/ou estaduais para preservá-los. Guarabira possui o<br />
histórico sítio da “Pedra da Viola” repleto de gravuras rupestres e conhecidos através de uma<br />
reportagem do Jornal do Brejo, registrada <strong>no</strong> autor deste artigo e o trabalho da historiadora Ana<br />
Lúcia de Freitas Coutinho, intitulado À Pedra da Viola: estudos descritos sobre um sítio<br />
arqueológico pré-cabralia<strong>no</strong> em Guarabira, gravuras existentes ao longo do rio Araçagi-mirim<br />
citado na obra, Diálogos da Grandeza do Brasil, citado por (Braudonio in Caspistra<strong>no</strong> de Abreu,<br />
1923) onde se dá conta que Felicia<strong>no</strong> Coelho de Carvalho, capitão Mor, em 1598, avista nesta<br />
área do Arassoagipe (como era conhecido na época), caracteres gravados em três grandes<br />
monólitos que o chamou a atenção. As evidências existem, e <strong>no</strong>s que fazemos ciência,<br />
continuaremos firmes e atentos <strong>no</strong> sentido de resgatar tanto os instrumentos das indústrias<br />
líticas e ceramistas como a arte pré-histórica que tanto <strong>no</strong>s ensina sobre o <strong>no</strong>sso passado,<br />
através desses ancestrais, com existência comprovada há mais de 5.000.<br />
Campina Grande-PB, A<strong>no</strong> III – Vol.1 - Número 05 – Set/Out de 2012
REFERÊNCIAS<br />
TARAIRIÚ – Revista Eletrônica do Laboratório de Arqueologia e Paleontologia da UEPB<br />
BRANDÔNIO, Ambrosio Fernandes. Diálogos das Grandezas do Brasil (1918). São Paulo: Dois<br />
Nundos, 1943.<br />
CALDERON, Valentim. As tradições líticos de uma região do Baixo Médio São Francisco (Bahia):<br />
Estudo de arqueologia e et<strong>no</strong>logia. Salvador: UFBA 1983.<br />
MARTIN, Gabriela. Pré-história do Nordeste do Brasil. Recife: UFPE, 1997.<br />
PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: UNB, 1992.<br />
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