17.04.2013 Views

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Conclusão<br />

De um mo<strong>do</strong> geral os alunos admitem a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> um infinito em potência, mas não<br />

em acto, e, quan<strong>do</strong> não rejeitam totalmente a sua possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, ten<strong>de</strong>m a transpor para<br />

esse território os méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> comparação e medi<strong>da</strong> que lhes são familiares <strong>do</strong> caso<br />

finito.<br />

Enfim, intuitivamente, a palavra infinito tem um, ou vários, significa<strong>do</strong>s para ca<strong>da</strong><br />

um <strong>de</strong> nós.<br />

Des<strong>de</strong> sempre essa noção preocupa os homens. A partir <strong>da</strong> observação <strong>da</strong>s estrelas, o<br />

<strong>de</strong>correr <strong>do</strong> tempo, as experiências religiosas (crença na vi<strong>da</strong> eterna), o homem tem-se<br />

questiona<strong>do</strong> sobre algo maior <strong>do</strong> que a sua mente po<strong>de</strong> conceber e que ultrapassa os<br />

horizontes temporal e espacialmente limita<strong>do</strong>s <strong>da</strong> sua existência.<br />

A noção <strong>do</strong> ilimita<strong>do</strong>, <strong>do</strong> eterno, <strong>do</strong> que não acaba, <strong>do</strong> que está sempre para além <strong>do</strong><br />

concebível, em suma, <strong>do</strong> infinito, faz parte <strong>da</strong>s nossas experiências mais profun<strong>da</strong>s. Ao<br />

longo <strong>do</strong>s tempos, pintores, escultores e poetas têm procura<strong>do</strong> traduzi-la na expressão<br />

artística.<br />

Na pintura encontramo-la, por exemplo, na representação <strong>do</strong> horizonte em<br />

perspectiva, a partir <strong>do</strong> Renascimento, nas construções <strong>do</strong> Surrealismo nos princípios <strong>do</strong><br />

século XX e constitui, como vimos, uma preocupação constante na obra <strong>de</strong> M. C.<br />

Escher.<br />

Na literatura, os exemplos abun<strong>da</strong>m. Fiquemos apenas com o final <strong>de</strong> um soneto <strong>de</strong><br />

Vinicius <strong>de</strong> Moraes on<strong>de</strong> se joga com as palavras imortal e infinito:<br />

Eu possa me dizer <strong>do</strong> amor (que tive):<br />

Que não seja imortal, posto que é chama<br />

Mas que seja infinito enquanto dure.<br />

81

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!