O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
O paraíso que Cantor criou Capítulo 4<br />
O próprio Cantor ficou surpreendi<strong>do</strong> com a sua <strong>de</strong>monstração <strong>de</strong> que o conjunto <strong>do</strong>s<br />
números racionais era numerável. “Vejo que é assim”, diz ele, “mas não acredito”.<br />
(Cita<strong>do</strong> por Radice, 1981)<br />
Depois <strong>de</strong> algumas coisas como estas, começamos a pensar se não são numeráveis<br />
to<strong>do</strong>s os conjuntos infinitos. Talvez Salviati estivesse correcto e ℵ 0 seja apenas um<br />
símbolo rebusca<strong>do</strong> para ∞ . Cantor mostrou que isto não é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há uma infini<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
maior <strong>do</strong> que a infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s números naturais: a infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s números reais.<br />
Cantor começou por imaginar to<strong>do</strong>s os números reais numa lista simples, sem<br />
qualquer or<strong>de</strong>nação especial.<br />
a , b<br />
M<br />
M<br />
1<br />
2<br />
n<br />
10<br />
a , b<br />
20<br />
a , b<br />
b<br />
n0<br />
b<br />
11<br />
b<br />
21<br />
b<br />
12<br />
b<br />
b<br />
... b<br />
22<br />
n1<br />
n2<br />
Em segui<strong>da</strong> numerou as linhas <strong>de</strong>ssa lista, ou seja, associou a ca<strong>da</strong> número real um<br />
número natural.<br />
1<br />
2<br />
M<br />
n<br />
M<br />
a , b<br />
1<br />
2<br />
10<br />
a , b<br />
20<br />
a , b<br />
n<br />
b<br />
n0<br />
11<br />
21<br />
1n<br />
... b<br />
... b<br />
12<br />
...<br />
2n<br />
nn<br />
... b<br />
22<br />
n1<br />
n2<br />
Po<strong>de</strong>ria parecer que existiriam números naturais suficientes para associar a to<strong>do</strong> o<br />
número real. Cantor procurou então <strong>de</strong>terminar se as duas listas, <strong>de</strong> números naturais e<br />
números reais, se esgotariam igualmente. Em caso afirmativo, concluir-se-ia que os<br />
reais, como os naturais, eram ℵ 0 , em número. No entanto, Cantor mostrou que a<br />
b<br />
b<br />
b<br />
b<br />
b<br />
...<br />
...<br />
1n<br />
... b<br />
... b<br />
...<br />
2n<br />
nn<br />
...<br />
...<br />
40