17.04.2013 Views

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

O paraíso que Cantor criou Capítulo 4<br />

tinha saí<strong>do</strong>. “Não há problema”, anunciou o recepcionista. Desta vez, transferiu o<br />

ocupante <strong>do</strong> quarto 1 para o quarto 2, o <strong>do</strong> quarto 2 para o 4, o <strong>do</strong> 3 para o 6 e, em geral,<br />

o ocupante <strong>do</strong> quarto n para o quarto 2n. Isto <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>socupa<strong>do</strong> um número infinito <strong>de</strong><br />

quartos ímpares para os infinitamente muitos recém-chega<strong>do</strong>s. Portanto, o passageiro<br />

número 1 <strong>do</strong> autocarro po<strong>de</strong> ir para o quarto 1, o número 2 para o quarto 3, o número 3<br />

para o quarto 5, e em geral, o número n para o quarto 2n −1.<br />

Mesmo que chegue uma<br />

infini<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> autocarros infinitos <strong>de</strong> turistas, to<strong>da</strong> a gente po<strong>de</strong> ser acomo<strong>da</strong><strong>da</strong>.<br />

O hotel <strong>de</strong> Hilbert mostra que certos tipos <strong>de</strong> argumentos estão disponíveis no caso<br />

finito, mas não po<strong>de</strong>m ser usa<strong>do</strong>s em qualquer outro caso: por exemplo, o “princípio <strong>da</strong><br />

gaiola <strong>de</strong> pombos”, que afirma ser impossível colocar n + 1 objectos em n caixas<br />

colocan<strong>do</strong> no máximo um em ca<strong>da</strong> uma, é falso para qualquer n infinito, e em particular<br />

ℵ = n .<br />

para 0<br />

Cantor chamou numerável ao conjunto <strong>do</strong>s números naturais e consi<strong>de</strong>rou que<br />

qualquer conjunto que estivesse em correspondência, um a um, com o conjunto <strong>do</strong>s<br />

números naturais também era numerável.<br />

O próximo passo era respon<strong>de</strong>r à questão: Terão to<strong>do</strong>s os conjuntos infinitos o<br />

mesmo cardinal?<br />

Assim, surgiu a tentativa, bem sucedi<strong>da</strong>, <strong>de</strong> estabelecer uma bijecção entre os<br />

números inteiros e os números naturais.<br />

f : →<br />

⎩ ⎨⎧<br />

2n<br />

n a<br />

− 2n<br />

+ 1<br />

se<br />

se<br />

n > 0<br />

n ≤ 0<br />

Cantor mostrou que, <strong>de</strong> facto, também o conjunto <strong>do</strong>s números inteiros tem tamanho<br />

álefe-zero e perguntou-se então se o conjunto <strong>do</strong>s números racionais teria também o<br />

tamanho álefe-zero (o que à primeira vista parece falso).<br />

38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!