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O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

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O paraíso que Cantor criou Capítulo 4<br />

triangulares, …, po<strong>de</strong>m estar em correspondência, um a um, com o conjunto <strong>do</strong>s<br />

números naturais, ou seja, têm to<strong>do</strong>s a mesma potência, o mesmo cardinal.<br />

Cantor mostrou então que qualquer subconjunto infinito <strong>do</strong>s números naturais é<br />

equipotente a .<br />

Quan<strong>do</strong> consi<strong>de</strong>ramos ao mesmo tempo conjuntos finitos e infinitos, a equipotência<br />

<strong>de</strong> um conjunto com uma sua parte própria torna-se uma característica específica <strong>do</strong>s<br />

conjuntos infinitos.<br />

Assim, em 1888, Richard De<strong>de</strong>kind <strong>de</strong>finiu um conjunto infinito como aquele em<br />

que se po<strong>de</strong> estabelecer uma bijecção com um seu subconjunto próprio. Com esta<br />

<strong>de</strong>finição, De<strong>de</strong>kind revolucionou uma maneira <strong>de</strong> pensar milenária. Agora já não se<br />

necessita <strong>de</strong> <strong>de</strong>finir um conjunto infinito com a negação <strong>do</strong> que é finito, po<strong>de</strong>mos, pelo<br />

contrário, <strong>de</strong>finir o finito como negação <strong>do</strong> que é infinito, ou seja, um conjunto é finito<br />

se não estiver em bijecção com nenhuma parte própria.<br />

O conjunto infinito mais pequeno é o conjunto <strong>do</strong>s números naturais, cujo cardinal é<br />

<strong>de</strong>nota<strong>do</strong> pelo símbolo ℵ 0 (álefe-zero), <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a primeira letra <strong>do</strong> alfabeto<br />

hebraico. Este número é o número infinito mais pequeno.<br />

Cantor ficou seduzi<strong>do</strong> pela estranha aritmética <strong>do</strong> aléfe-zero:<br />

0 1 ℵ0<br />

= + ℵ e ℵ 0 + ℵ0<br />

= ℵ0<br />

Ou seja, quan<strong>do</strong> somamos 1 ao infinito continuamos a ter infinito, assim como,<br />

quan<strong>do</strong> duplicamos o infinito continuamos a ter infinito.<br />

Estas proprie<strong>da</strong><strong>de</strong>s estavam no centro <strong>do</strong> para<strong>do</strong>xo <strong>do</strong> Hotel <strong>de</strong> Hilbert, assim<br />

chama<strong>do</strong> em honra ao lendário matemático alemão David Hilbert.<br />

Hilbert <strong>de</strong>screveu um hotel com um número infinito <strong>de</strong> quartos, numera<strong>do</strong>s 1, 2, 3,...<br />

Uma noite, quan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os quartos estavam ocupa<strong>do</strong>s, um hóspe<strong>de</strong> solitário chega à<br />

procura <strong>de</strong> quarto. O recepcionista <strong>do</strong> hotel fez ca<strong>da</strong> hóspe<strong>de</strong> avançar um quarto, <strong>de</strong><br />

maneira que o ocupante <strong>do</strong> quarto 1 fosse transferi<strong>do</strong> para o quarto 2, o ocupante <strong>do</strong><br />

quarto 2 para o quarto 3, e assim sucessivamente. Assim, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s as mu<strong>da</strong>nças<br />

feitas, o quarto 1 fica então livre para o novo hóspe<strong>de</strong>! Na noite seguinte chegou um<br />

autocarro, com um número infinito <strong>de</strong> novos hóspe<strong>de</strong>s, e nenhum <strong>do</strong>s antigos hóspe<strong>de</strong>s<br />

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