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O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

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Os primeiros para<strong>do</strong>xos <strong>do</strong> <strong>Infinito</strong> Capítulo 3<br />

A situação po<strong>de</strong> ser representa<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

A<br />

C<br />

B<br />

Mais uma vez se trata <strong>de</strong> uma bijecção entre <strong>do</strong>is conjuntos, o segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s quais<br />

po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> uma parte <strong>do</strong> outro. A circunferência mais pequena é, como<br />

comprimento, meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> maior. Assim, é possível estabelecer uma correspondência <strong>do</strong>s<br />

seus pontos com os <strong>de</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong> circunferência <strong>de</strong> raio [AB ] . Mas também po<strong>de</strong>mos<br />

estabelecer uma correspondência entre os pontos <strong>da</strong> mais pequena na <strong>da</strong> maior, ten<strong>do</strong><br />

portanto uma correspondência biunívoca entre as circunferências.<br />

O para<strong>do</strong>xo resi<strong>de</strong> na possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> correspondência biunívoca entre um segmento<br />

contínuo e uma sua parte própria. Bernhard Bolzano falou <strong>de</strong>ste assunto nos Para<strong>do</strong>xos<br />

<strong>do</strong> <strong>Infinito</strong>.<br />

Vejamos então a solução proposta por Galileu e <strong>de</strong> segui<strong>da</strong> a solução proposta por<br />

Bolzano. A solução que Galileu apresenta é negativa: não é possível com a nossa<br />

compreensão finita apurar o infinito. Ou seja, quan<strong>do</strong> falamos em infinitos e em<br />

indivisíveis, os primeiros são incompreensíveis pela sua dimensão e os segun<strong>do</strong>s pela<br />

sua pequenez.<br />

Galileu enquanto matemático nega a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> raciocinar com argumentos<br />

necessariamente convincentes sobre o infinito. Mas, pelo contrário, enquanto filósofo,<br />

admite a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer conjecturas, arbitrárias e não necessárias, sobre a<br />

natureza <strong>do</strong> infinito. Assim, como matemático afirma:<br />

D<br />

E<br />

F<br />

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