O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Perspectiva histórica <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> <strong>Infinito</strong> Capítulo 2<br />
to<strong>do</strong>s os conjuntos, mas vários <strong>do</strong>s seus problemas foram posteriormente soluciona<strong>do</strong>s<br />
no século XX.<br />
2.6. No século XX<br />
No inicio <strong>de</strong>ste século ocorreu, em Paris, o segun<strong>do</strong> Congresso Internacional <strong>de</strong><br />
<strong>Matemática</strong>, on<strong>de</strong> David Hilbert apresentou uma conferencia on<strong>de</strong> formulou uma lista<br />
com 23 problemas matemáticos que precisavam <strong>de</strong> resposta. O primeiro <strong>do</strong>s problemas<br />
referia-se à estrutura <strong>de</strong> continui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong>s números reais e mais explicitamente à<br />
Hipótese <strong>do</strong> contínuo. Hilbert questionou a existência <strong>de</strong> um cardinal entre o contínuo e<br />
o numerável e se o contínuo po<strong>de</strong> ser bem or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>.<br />
Do problema <strong>do</strong> contínuo <strong>de</strong> Cantor sobre a potência ou cardinali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>do</strong> contínuo<br />
ς , Hilbert questionou se é ou não a primeira a seguir à potência numerável, ℵ 0 .<br />
“I – Problema <strong>do</strong> Senhor Cantor relativo à potência <strong>do</strong> contínuo.<br />
To<strong>do</strong> o sistema infinito <strong>de</strong> números reais, isto é, to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> números (ou<br />
pontos), ou é equivalente ao conjunto <strong>do</strong>s números naturais 1, 2, 3, …, ou ao conjunto<br />
<strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os números reais, e por consequência ao conjunto, isto é, aos pontos <strong>de</strong> um<br />
segmento; <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista equivalente, não há mais que <strong>do</strong>is conjuntos <strong>de</strong><br />
números: os numeráveis e o contínuo.<br />
A partir <strong>de</strong>ste teorema po<strong>de</strong>mos concluir igualmente que o contínuo apresenta o<br />
número cardinal imediatamente a seguir ao <strong>do</strong> conjunto numerável.<br />
(…) O conjunto <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os números não po<strong>de</strong>rá ser or<strong>de</strong>na<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma outra forma<br />
tal que to<strong>do</strong>s os conjuntos parciais tenham um primeiro elemento? Dito <strong>de</strong> outra forma,<br />
será que o contínuo po<strong>de</strong>rá ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> um conjunto bem or<strong>de</strong>na<strong>do</strong>?” (Hilbert,<br />
1990 [1902])<br />
Em 1908, Ernst Zermelo propôs a primeira axiomatização <strong>da</strong> teoria <strong>de</strong> conjuntos<br />
evitan<strong>do</strong> assim as contradições existentes. Para um matemático, uma <strong>de</strong>monstração só é<br />
váli<strong>da</strong> se for verificável e assim surge um novo problema, ou seja, a subjectivi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
inerente ao acto a verificar.<br />
21