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O Infinito - Departamento de Matemática da Universidade do Minho

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Perspectiva histórica <strong>do</strong> conceito <strong>de</strong> <strong>Infinito</strong> Capítulo 2<br />

a<strong>do</strong>ptou uma concepção sintética <strong>de</strong> conjunto, on<strong>de</strong> um conjunto é concebi<strong>do</strong> como um<br />

to<strong>do</strong>, sem ser necessário pensar isola<strong>da</strong>mente em ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s seus elementos:<br />

“Posso pensar o conjunto, o agrega<strong>do</strong> ou, se preferirem, a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> habitantes <strong>de</strong><br />

Praga ou <strong>de</strong> Pequim, sem formar uma representação, em separa<strong>do</strong>, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes<br />

habitantes toma<strong>do</strong> singularmente, isto é, uma representação que lhe diga<br />

exclusivamente respeito”. (Cita<strong>do</strong> em Meschkowski, 1990)<br />

Assim, introduziu o conceito, cuja existência até aí era nega<strong>da</strong>, <strong>de</strong> infinito actual. Ele<br />

entendia por multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> infinita, uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> que é maior <strong>do</strong> que qualquer<br />

multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> finita e provou que o conjunto <strong>da</strong>s proposições e ver<strong>da</strong><strong>de</strong>s em si tem<br />

multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> infinita: se A for uma proposição ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, a proposição B (“A é<br />

ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira”) é outra proposição que pertence também ao conjunto; <strong>de</strong>sta proposição B<br />

po<strong>de</strong>-se obter, pelo mesmo processo, a proposição C (“B é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira”), diferente <strong>da</strong>s<br />

anteriores, e assim por diante. Conclui então:<br />

“O agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong> to<strong>da</strong>s estas proposições, ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s quais está liga<strong>da</strong> à que a<br />

prece<strong>de</strong> (…) por ter como sujeito essa mesma proposição prece<strong>de</strong>nte e como conteú<strong>do</strong><br />

a afirmação <strong>de</strong> que tal proposição é ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira, compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> elementos<br />

(proposições) que é maior <strong>do</strong> que qualquer conjunto finito. (…) po<strong>de</strong>mos sempre<br />

continuar a construção <strong>de</strong> novas proposições, ou, para melhor nos exprimirmos, (…)<br />

elas existem por si, quer nós as construamos quer não. Segue <strong>da</strong>í que o agrega<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

to<strong>da</strong>s estas proposições possui uma multiplici<strong>da</strong><strong>de</strong> que é maior <strong>do</strong> que qualquer<br />

número, e que é portanto infinita”. (Cita<strong>do</strong> em Meschkowski, 1990)<br />

Bolzano dá outros exemplos <strong>de</strong> outros conjuntos infinitos para continuar a explicar<br />

as suas concepções:<br />

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