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Taciano - Discurso Contra os Gregos - Ibpan.com.br

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novamente <strong>com</strong> o corpo na consumação do tempo, para receber, <strong>com</strong>o castigo, a morte na<<strong>br</strong> />

imortalidade. Por outro lado, não morre, por mais que se dissolva <strong>com</strong> o corpo, se adquiriu<<strong>br</strong> />

conhecimento de Deus. Porque, de si, a alma é treva e nada de lumin<strong>os</strong>o há nela, e é isso o que sem<<strong>br</strong> />

dúvida significam as palavras: "As trevas não apreenderam a luz". Não é a alma que salva o espírito, mas<<strong>br</strong> />

é salva por ele, e a luz apreendeu as trevas, no sentido que o Verbo é a luz de Deus e a alma ignorante<<strong>br</strong> />

é treva. Por isso, quando vive só, inclina-se para a matéria, morrendo juntamente <strong>com</strong> a carne, mas<<strong>br</strong> />

formando parelha <strong>com</strong> o espírito de Deus, já não carece de ajuda e se ergue às regiões onde o Espírito a<<strong>br</strong> />

guia. De fato, a morada do Espírito está no alto, mas a origem da alma é embaixo. Originariamente, o<<strong>br</strong> />

espírito habitava junto <strong>com</strong> a alma, mas, não querendo segui-lo, o espírito a abandonou e ela, que<<strong>br</strong> />

conservava <strong>com</strong>o que um resplendor de seu poder, mas pela separação já não era capaz de contemplar<<strong>br</strong> />

o perfeito, na sua busca de Deus, representou para si, por extravio, uma multidão de deuses, seguindo<<strong>br</strong> />

a<strong>os</strong> demôni<strong>os</strong> enganadores. O espírito de Deus, porém, não está em tod<strong>os</strong> <strong>os</strong> homens, mas somente<<strong>br</strong> />

desce para alguns que vivem justamente e, estreitamente a<strong>br</strong>açado à alma, anuncia, por meio de<<strong>br</strong> />

predições, o escondido para as demais almas. E aquelas que obedecem à sabedoria, atraem para si<<strong>br</strong> />

mesmas o espírito que lhes é congênito. Todavia, as que não obedecem, mas recusam aquele que é<<strong>br</strong> />

mensageiro do Deus que sofreu, m<strong>os</strong>tram-se almas que fazem guerra a Deus, e não são religi<strong>os</strong>as.<<strong>br</strong> />

O castigo eterno d<strong>os</strong> demôni<strong>os</strong><<strong>br</strong> />

14. Também vós sois assim, greg<strong>os</strong>, elegantes no falar mas louc<strong>os</strong> no pensar, pois chegastes a preferir a<<strong>br</strong> />

soberania de muit<strong>os</strong> deuses em vez da monarquia de um só Deus, <strong>com</strong>o se acreditásseis estar seguindo<<strong>br</strong> />

demôni<strong>os</strong> poder<strong>os</strong><strong>os</strong>. Com efeito, assim <strong>com</strong>o <strong>os</strong> salteadores, por sua desumanidade, c<strong>os</strong>tumam<<strong>br</strong> />

audaci<strong>os</strong>amente dominar <strong>os</strong> seus semelhantes, também <strong>os</strong> demôni<strong>os</strong>, depois de fazer as v<strong>os</strong>sas almas<<strong>br</strong> />

abandonadas se desviarem no lodaçal da maldade, as enganaram por meio de ignorâncias e fantasias. É<<strong>br</strong> />

fato que eles não morrem facilmente, pois não têm carne; mas, vivendo, praticam ações de morte, e<<strong>br</strong> />

também eles morrem tantas vezes quantas ensinam a pecar aqueles que <strong>os</strong> seguem. Portanto, a<<strong>br</strong> />

vantagem que agora têm so<strong>br</strong>e <strong>os</strong> homens, isto é, não morrer de modo semelhante a eles, esse mesmo<<strong>br</strong> />

fato lhes será mais amargo quando chegar a hora do castigo, pois não terão parte na vida eterna<<strong>br</strong> />

participando dela, em lugar da morte na imortalidade. E <strong>com</strong>o nós, para quem morrer é agora um<<strong>br</strong> />

acidente tão fácil, receberem<strong>os</strong> depois a imortalidade junto <strong>com</strong> o gozo, ou a pena junto <strong>com</strong> a<<strong>br</strong> />

imortalidade, também <strong>os</strong> demôni<strong>os</strong> que abusam da vida presente para pecar a todo momento, e que<<strong>br</strong> />

durante a vida estão morrendo, terão depois a mesma imortalidade que <strong>os</strong> homens que deliberadamente<<strong>br</strong> />

realizaram tudo o que eles lhes impuseram <strong>com</strong>o lei durante o tempo em que viveram. Não digam<strong>os</strong><<strong>br</strong> />

nada so<strong>br</strong>e o fato de que, entre <strong>os</strong> homens que <strong>os</strong> seguem, aconteceu men<strong>os</strong> espécies de pecad<strong>os</strong> por<<strong>br</strong> />

não viverem longo tempo, enquanto n<strong>os</strong> citad<strong>os</strong> demôni<strong>os</strong> o pecado se prolonga muito mais, em razão<<strong>br</strong> />

do tempo indefinido da sua vida.<<strong>br</strong> />

O que é o homem propriamente<<strong>br</strong> />

15. E preciso, portanto, que daqui para a frente busquem<strong>os</strong> novamente aquilo que já tivem<strong>os</strong> e<<strong>br</strong> />

perdem<strong>os</strong>: unir a n<strong>os</strong>sa alma <strong>com</strong> o espírito santo e cuidarm<strong>os</strong> para que ele forme uma parceria <strong>com</strong><<strong>br</strong> />

Deus. Entretanto, a alma d<strong>os</strong> homens <strong>com</strong>põe-se de muitas partes, e não de uma só; ela é <strong>com</strong>p<strong>os</strong>ta, de<<strong>br</strong> />

modo que se manifesta por meio do corpo. Com efeito, nem a alma poderia por si mesma jamais se<<strong>br</strong> />

manifestar sem o corpo, e nem a carne ressuscita sem a alma. O homem não é, <strong>com</strong>o dogmatizam <strong>os</strong><<strong>br</strong> />

que têm voz de gralhas, animal racional, capaz de inteligência e ciência, pois, segundo eles, pode-se<<strong>br</strong> />

demonstrar que também <strong>os</strong> irracionais são capazes de inteligência e ciência. Contudo, só o homem é<<strong>br</strong> />

imagem e semelhança de Deus, e chamo homem não ao que realiza ações semelhantes a<strong>os</strong> animais, mas<<strong>br</strong> />

àquele que, indo além da humanidade, chega até o próprio Deus. Esse ponto já foi mais tratado mais em<<strong>br</strong> />

pormenores por nós em n<strong>os</strong>so So<strong>br</strong>e <strong>os</strong> animais. O que agora n<strong>os</strong> interessa dizer é que natureza é a<<strong>br</strong> />

imagem e semelhança de Deus. 0 in<strong>com</strong>parável não é outra coisa que o ser em si mesmo, e o que se<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong>para também não é outra coisa que o ser parecido. O Deus perfeito está isento de carne; o homem,

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