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TRAJES: DA ÁFRICA AO BRASIL<br />

África Tradicional<br />

Hoje a África conta com mais de 60 países, mas as culturas tradicionais que ainda existem neste continente são em número muito maior. São culturas as mais variadas:<br />

algumas com características rurais, agrícolas ou pastoris, organizadas em aldeias; outras que conservam referências urbanas a partir de antigos e seculares impérios<br />

ou poderosas cidades-estado; outras, ainda, desenvolveram nações nas quais as influências européias ou asiáticas se somaram às tradições africanas. No entanto, apesar<br />

dessas diferenças, existem traços comuns aos diversos povos africanos: a importância do sagrado, o valor da ancestralidade e o respeito à estrutura familiar.<br />

MulHer HiMba<br />

HoMeM<br />

Herembe: as jovens quando estão prontas<br />

para casar usam esse ornamento de cabeça,<br />

semelhante a uma flor, produzido em couro de<br />

cabra ou vaca.<br />

Tranças no cabelo: tranças grossas recobertas<br />

com uma mistura de ocre vermelho. O penteado<br />

é refeito a cada três meses e demora cerca de<br />

dois dias para ser produzido.<br />

Creme Otijize: a pele das mulheres e crianças<br />

é protegida do sol e de picadas de insetos, por<br />

uma mistura avermelhada de manteiga de cabra,<br />

ocre vermelho e ervas perfumadas.<br />

Colar: este pesado colar feito em metal e couro<br />

com um pingente de concha (omba) é usado<br />

apenas pelas mulheres casadas.<br />

Tornozeleira: composta por diversas fileiras de<br />

miçangas metálicas, as fileiras da perna direita<br />

são presentes de seu pai, e as da esquerda são de<br />

sua mãe.<br />

Turbante: feito em couro, somente os homens<br />

casados é que usam, enquanto os solteiros mantêm o<br />

cabelo a mostra em uma trança única.<br />

Roupa ocidental: é usada quando os homens<br />

vão trabalhar fora (na cidade) para trazerem comida,<br />

remédios e utensílios para a aldeia.<br />

Roupa Tradicional: usada<br />

geralmente quando os homens estão<br />

na aldeia. Principalmente se for<br />

uma criança ou um idoso, por não<br />

trabalharem na cidade.<br />

Cajado: é símbolo de<br />

masculinidade e poder, pois a<br />

tarefa do pastoreio é reservada aos<br />

homens, e quanto mais animais<br />

tiverem, maior é sua riqueza.<br />

Ausência de otijze: os homens<br />

<strong>Himba</strong> não usam muitos adereços,<br />

nem mesmo o popular creme<br />

avermelhado otijize, pois estes são<br />

itens geralmente relacionados à<br />

feminilidade.


TRAJES: DA ÁFRICA AO BRASIL<br />

o s <strong>Himba</strong> sabem tanto sobre o gado, quanto os Massai do Quênia ou os Dinkas<br />

do Sudão. Eles são uma população de pastores seminômades que habitam<br />

a área de Kunene na Namíbia (no sudoeste africano, abaixo de Angola). São<br />

descendentes dos Herero, grupo de pastores que fugiram do nordeste da África<br />

após invasão de seu território pelos Nama. Da população Herero herdaram seu<br />

idioma, o Dhimba ou Zemba, da família lingüística bantu. Os chamados <strong>Himba</strong><br />

ou Ovahimba são fiéis as suas tradições e suas belas mulheres são conhecidas<br />

pelos penteados complexos e pesadas jóias. Sua religião é monoteísta e seu<br />

deus se chama Mukuru. Para se comunicarem com ele, utilizam o Fogo Sagrado<br />

(grande fogueira no centro do acampamento que é guardada pelo chefe da<br />

aldeia) e praticam o culto aos ancestrais. Possuem descendência bilateral, isto<br />

é, mantém laços familiares com suas próprias famílias (materna e paterna)<br />

e as famílias do cônjuge após o casamento, e este mecanismo social, apesar<br />

de raro, colabora com a união e o fortalecimento de<br />

toda a população. Nas aldeias <strong>Himba</strong> geralmente não se<br />

encontram homens, isso porque, enquanto as mulheres<br />

são encarregadas dos serviços domésticos e educação dos filhos, os<br />

homens vão até a cidade em busca de emprego ou até campos distantes<br />

a procura de pasto para seus rebanhos. A estética <strong>Himba</strong> privilegia cores<br />

como o marrom e o vermelho, ambos representando a ‘vida’, sendo o<br />

primeiro a ‘terra’ (fonte de todos os alimentos) e o segundo o ‘sangue’<br />

(fluído vital). Seus trajes geralmente utilizam metal, miçangas, conchas,<br />

fragmentos de casca de avestruz, madeira (representa pureza) e couro<br />

(matéria prima abundante para um povo pastoril). Sua alimentação é<br />

variada, sendo composta de vegetais, derivados do leite de cabra e<br />

de vaca e carne (sendo que a bovina é mais rara, presente apenas em<br />

festas e cerimônias).<br />

ATIVIDADES<br />

O conceito de diáspora pode ser<br />

basicamente resumido como<br />

o fato de uma população se<br />

espalhar por diversas regiões,<br />

mantendo seus laços culturais<br />

de origem nas suas ações<br />

cotidianas. Percebendo como<br />

se deu o processo forçado da<br />

diáspora Herero, compare com<br />

o processo, também forçado,<br />

da diáspora dos povos do litoral<br />

africano ao serem trazidos para<br />

o Brasil. (Ver texto de apoio<br />

“Hereros”)

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