a prática do futsal contribuindo para reduzir a indisciplina escolar
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A PRÁTICA DO FUTSAL CONTRIBUINDO PARA REDUZIR A INDISCIPLINA<br />
ESCOLAR<br />
RESUMO<br />
SILVA, Jorge Ribeiro 1<br />
Professor da SEED – PR - Educação Física<br />
O presente artigo tem como objetivo relatar o processo de implementação na<br />
Escola, no primeiro semestre de 2009, da proposta de Intervenção Pedagógica<br />
elaborada durante o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/SEED,<br />
turma 2008/2009. O programa de atividades intitula<strong>do</strong> “A <strong>prática</strong> <strong>do</strong> <strong>futsal</strong><br />
contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong> <strong>reduzir</strong> a <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>” procurou identificar os senti<strong>do</strong>s<br />
e os significa<strong>do</strong>s da <strong>prática</strong> <strong>do</strong> <strong>futsal</strong> na escola e com sua aplicação, apoiada<br />
em referencial teórico que discute aspectos afetos à <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>, propôlo<br />
como elemento minimiza<strong>do</strong>r <strong>do</strong> grande índice de <strong>indisciplina</strong> que marca o<br />
ambiente <strong>escolar</strong>, principalmente no ensino fundamental. Em consonância com<br />
as Diretrizes Curriculares Estaduais, o referencial teórico utiliza<strong>do</strong> caracteriza e<br />
conceitua o <strong>futsal</strong> e a questão da disciplina/<strong>indisciplina</strong>. O programa de<br />
atividades desenvolvi<strong>do</strong> proporcionou ao educan<strong>do</strong> a busca orientada de<br />
conhecimentos no senti<strong>do</strong> de melhorar a compreensão sobre a vida individual e<br />
social realizan<strong>do</strong> ações como cidadão consciente compreenden<strong>do</strong> que,<br />
evitan<strong>do</strong> a <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>, poderá evitar ou minimizar a violência que,<br />
quase sempre, é conseqüente. Pôde-se confirmar que a educação pelo esporte<br />
apresenta potencialidades como eficiente caminho <strong>para</strong> estimular a consciência<br />
sociocultural <strong>do</strong> indivíduo, resgatar valores e estimular ações que contribuem<br />
<strong>para</strong> a coletividade.<br />
“Palavras-chave”: Disciplina. Indisciplina. Esporte. Futsal.<br />
1 Agradecimentos:<br />
- A Deus por ter me da<strong>do</strong> a oportunidade de aprender, ensinar e ampliar meus conhecimentos.<br />
- À Família e aos amigos, pelo incentivo e apoio nos momentos difíceis.<br />
- Aos Coordena<strong>do</strong>res, Professores e Funcionários <strong>do</strong> PDE/UEM pela dedicação e carinho<br />
durante o Curso.<br />
- Ao Orienta<strong>do</strong>r Prof. Dr. Dourival<strong>do</strong> Teixeira, pelas orientações precisas e de qualidade,<br />
amplian<strong>do</strong> assim, meus conhecimentos científicos na área da Educação Física.
RESUMEN<br />
El presente artículo tiene como objetivo relatar el proceso de implementación<br />
en la escuela, en el primer semestre de 2009, de la propuesta de Intervención<br />
Pedagógica elaborada durante el Programa de Desarrollo Educacional – PDE/<br />
SEED, pandilla 2008/2009. El programa de actividades intitula<strong>do</strong> “La práctica<br />
del <strong>futsal</strong> contribuyen<strong>do</strong> <strong>para</strong> reducir la <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>” intentó identificar<br />
los senti<strong>do</strong>s y los significa<strong>do</strong>s de la práctica del <strong>futsal</strong> en la escuela y, con su<br />
aplicación apoyada en el referencial teórico que discute aspectos referentes a<br />
la <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>, proponerlo como elemento minimiza<strong>do</strong>r del gran índice<br />
de <strong>indisciplina</strong> que marca el ambiente <strong>escolar</strong>, principalmente en la enseñanza<br />
fundamental. En consonancia con las Directrices Curriculares Estaduales, el<br />
referencial teórico utiliza<strong>do</strong> caracteriza y conceptua el <strong>futsal</strong> y la cuestión de la<br />
disciplina/<strong>indisciplina</strong>. El programa de actividades desarrolla<strong>do</strong> proporcionó al<br />
educan<strong>do</strong> la búsqueda orientada de conocimientos en el senti<strong>do</strong> de mejorar la<br />
comprensión sobre la vida individual y social realizan<strong>do</strong> acciones como<br />
ciudadano consciente comprendien<strong>do</strong> que, evitan<strong>do</strong> la <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>,<br />
podrá evitar o minimizar la violencia que, casi siempre, es consecuente. Se<br />
pu<strong>do</strong> confirmar que la educación por el deporte presenta potencialidades como<br />
eficiente camino <strong>para</strong> estimular la consciencia sociocultural del individuo,<br />
resgatar valores y estimular acciones que contribuyen <strong>para</strong> la colectividad.<br />
“Palabras -llave”: Disciplina. Indisciplina. Deporte. Futsal<br />
1. INTRODUÇÃO<br />
O presente artigo tem como objetivo relatar como ocorreu a implementação na<br />
Escola, no primeiro semestre de 2009, da proposta de Intervenção Pedagógica<br />
elaborada durante o Programa de Desenvolvimento Educacional –<br />
PDE/SEED 2 , turma 2008/2009, intitulada “A <strong>prática</strong> <strong>do</strong> <strong>futsal</strong> contribuin<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
<strong>reduzir</strong> a <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>”.<br />
Há, em nossos dias, muitas discussões sobre fatos, atitudes e comportamentos<br />
de alunos, professores e comunidade no interior das escolas remeten<strong>do</strong> à<br />
relação <strong>do</strong>s temas disciplina/<strong>indisciplina</strong> e o rendimento <strong>escolar</strong> <strong>do</strong> educan<strong>do</strong>.<br />
Autores como Aquino (1996), Vergés; Sana (2004), Vasconcellos (2004), La<br />
Taille; Pedro-Silva; Justo (2005), entre outros, vem dedican<strong>do</strong> estu<strong>do</strong>s ora mais<br />
amplos ora mais específico no senti<strong>do</strong> de trazer esclarecimentos <strong>para</strong> a<br />
temática, mas isso não diminui o pânico que, normalmente, é coloca<strong>do</strong> à<br />
2 Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Educação <strong>do</strong> Paraná.
comunidade <strong>escolar</strong> e a sociedade em geral devi<strong>do</strong> a massiva divulgação pelos<br />
meios de comunicação.<br />
Ten<strong>do</strong> como base este referencial teórico sobre o tema disciplina/<strong>indisciplina</strong> e<br />
contemplan<strong>do</strong> elementos da especificidade da modalidade de <strong>futsal</strong> como um<br />
conteú<strong>do</strong> estruturante da Educação Física 3 propusemos um programa de<br />
atividades almejan<strong>do</strong> unir o útil ao agradável. A modalidade de <strong>futsal</strong> é uma<br />
das mais aceitas e requisitadas tanto por meninos quanto por meninas no meio<br />
<strong>escolar</strong>. Deste mo<strong>do</strong> entendemos que pratican<strong>do</strong> uma atividade prazerosa<br />
como <strong>futsal</strong>, bem orientada pelo professor de Educação Física, os alunos<br />
poderão com suas ações, atitudes, comportamentos diminuir o índice de<br />
<strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>.<br />
Procuran<strong>do</strong> contribuir com a formação integral <strong>do</strong> sujeito/educan<strong>do</strong> o programa<br />
de atividades, em síntese, parte <strong>do</strong> entendimento de que estan<strong>do</strong> este sujeito<br />
envolvi<strong>do</strong> com atividades teóricas e <strong>prática</strong>s <strong>do</strong> <strong>futsal</strong>, orienta<strong>do</strong> por um<br />
professor de Educação Física, poderá usar os conhecimentos auferi<strong>do</strong>s na<br />
escola <strong>para</strong> sua formação geral como cidadão, desenvolven<strong>do</strong> hábitos<br />
saudáveis, contribuin<strong>do</strong> com harmonia no interior <strong>do</strong> ambiente <strong>escolar</strong>,<br />
evitan<strong>do</strong> assim, a ociosidade que poderá conduzir às drogas e potencialmente<br />
à violência.<br />
O programa de atividades foi desenvolvi<strong>do</strong> no perío<strong>do</strong> de 15 abril a 13 de junho<br />
de 2009 ten<strong>do</strong> como objetivo geral contribuir com a melhoria das relações<br />
interpessoais no ambiente <strong>escolar</strong> e, marcadamente, diminuir o índice de<br />
<strong>indisciplina</strong> <strong>do</strong>s alunos. A estrutura organizacional <strong>do</strong> programa será<br />
apresentada mais especificamente no item 2.4 deste artigo.<br />
3 Conforme as Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica da SEED-PR.
2. DESENVOLVIMENTO<br />
2.1- Disciplina e Indisciplina Escolar<br />
Para a abordagem de um tema carrega<strong>do</strong> de complexidade torna-se<br />
necessário de início um retorno a pensamentos, conceitos e definições já a<br />
muito coloca<strong>do</strong>s, mas que ainda podem contribuir de forma importante com os<br />
objetivos aqui estabeleci<strong>do</strong>s, neste senti<strong>do</strong>, citamos o filosofo Kant (apud<br />
AQUINO, 1996, p.10), quan<strong>do</strong> este diz que “a disciplina é condição necessária<br />
<strong>para</strong> arrancar o homem de sua condição natural selvagem”, educar o homem<br />
<strong>para</strong> ser homem sem redimir de sua condição animal. Aquino (1996), também,<br />
identifica em Piaget a aposta na “autodisciplina não imposta de fora, mas<br />
inspirada pela busca pessoal de equilíbrio” (p.11). Na perspectiva de Aquino o<br />
tema disciplina/<strong>indisciplina</strong> é trata<strong>do</strong> pelas dimensões da moralidade e da<br />
vergonha.<br />
Podemos abstrair que nesta perspectiva a tese central é a de que a <strong>indisciplina</strong><br />
na escola é, entre outros fatores, decorrência <strong>do</strong> enfraquecimento <strong>do</strong> vínculo<br />
entre moralidade e sentimento de vergonha. Neste contexto, <strong>do</strong> entendimento,<br />
da conscientização e <strong>do</strong> autogoverno poderia nascer uma estabilidade<br />
disciplinar mais consciente, equilibrada e trazen<strong>do</strong> maior segurança<br />
proporcionaria, <strong>para</strong><strong>do</strong>xalmente, maior liberdade na vida em sociedade.<br />
Valorizan<strong>do</strong> a história deste fenômeno pensamos ser interessante mostrar as<br />
conclusões feitas por Aquino (1996) sobre as “recomendações disciplinares”<br />
propostas por Braune no início <strong>do</strong> Século Passa<strong>do</strong> (1922). Aquino percebe que<br />
as normas e correções, detalhadas e rígidas, compreenden<strong>do</strong> ações,<br />
movimentos e comportamentos dentro e fora da sala de aula podem ser<br />
sintetizadas como<br />
[...] necessárias principalmente no que tange ao controle e ordenação<br />
<strong>do</strong> corpo e da fala. O silêncio nas aulas é absoluto e, fora delas,<br />
conti<strong>do</strong>. Os movimentos corporais, por sua vez, são completamente<br />
esquadrinha<strong>do</strong>s: senta<strong>do</strong>s em sala, e em filas fora dela (AQUINO,<br />
1996, p. 43).
Podemos ver que o controle <strong>do</strong> corpo e da fala era importante, assim o silêncio<br />
nas salas deveria ser manti<strong>do</strong> a to<strong>do</strong> custo e no pátio e corre<strong>do</strong>res,<br />
evidencia<strong>do</strong>. Com uma ordem que demandava ficar senta<strong>do</strong> em sala de aula e<br />
em filas e colunas fora dela, a disciplina era mantida sob castigos e ameaças,<br />
portanto com o sacrifício <strong>do</strong> corpo. Este quadro caracteriza, segun<strong>do</strong> Aquino<br />
(1996), uma reação anacrônica estabelecida entre um “novo sujeito histórico” e<br />
a escola como “velhas formas institucionais cristalizadas” (p. 45), denotan<strong>do</strong> a<br />
tentativa de rompimento potencializan<strong>do</strong> uma transição institucional.<br />
Avançan<strong>do</strong> um pouco mais podemos ver que na época da ditadura militar no<br />
poder, a disciplina foi bem rígida, qualquer ato <strong>indisciplina</strong>r era castiga<strong>do</strong> com<br />
sansões disciplinares também muito rígidas. O setor educacional, como não<br />
poderia deixar de ser, na época seguiu a mesma filosofia <strong>do</strong>s militares.<br />
Mas como já vencemos estes tempos podemos dizer que, na<br />
contemporaneidade, cabe à escola propiciar aos alunos o senti<strong>do</strong> das coisas e<br />
<strong>do</strong>s valores, o aluno deverá pensar criticamente, <strong>para</strong> poder produzir com mais<br />
desenvoltura e ser mais útil à sociedade. Para isso o professor tem que<br />
<strong>do</strong>minar os conteú<strong>do</strong>s que ministra <strong>para</strong> poder ter autonomia e <strong>do</strong>mínio de<br />
classe, contribuin<strong>do</strong> com a minimização da <strong>indisciplina</strong> em sala de aula.<br />
Em nossa experiência como <strong>do</strong>cente podemos sentir, assim como Vergés;<br />
Sana (2004), que a <strong>indisciplina</strong> tem dificulta<strong>do</strong> o processo de ensino-<br />
aprendizagem e coloca<strong>do</strong> os professores em situações difíceis. Para Aquino<br />
(1996, p. 40) não é o fato <strong>do</strong> fenômeno da <strong>indisciplina</strong> causar grande impacto<br />
que o torna relevante teoricamente, pelo contrário, <strong>para</strong> este estudioso o<br />
número de obras contemplan<strong>do</strong> está problemática é ainda pequeno. Este fato<br />
contribui <strong>para</strong> dificultar ainda mais a abordagem <strong>do</strong> tema.<br />
A obscuridade que ainda marca este tema permite que façamos uso de nossa<br />
experiência <strong>do</strong>cente na afirmação de que o problema da <strong>indisciplina</strong> está na<br />
escola em geral, não importan<strong>do</strong> o nível socioeconômico da população<br />
envolvida. Neste senti<strong>do</strong>, se faz necessário, uma parceria entre a escola e<br />
família <strong>para</strong> se tentar amenizar a situação. Para isso, devemos considerar que<br />
as regras estabelecidas em casa não podem oscilar, tem que haver uma
constância, <strong>para</strong> que a criança se organize na escola, caso contrário a mesma<br />
fica perdida no ambiente <strong>escolar</strong>, propician<strong>do</strong> assim atitudes de <strong>indisciplina</strong>.<br />
Neste senti<strong>do</strong> Lobo (1997, p. 73) coloca que “sem limites claros, firmes a<br />
criança fica insegura, tanto física quanto emocionalmente, sentin<strong>do</strong>-se<br />
desam<strong>para</strong>da e até aban<strong>do</strong>nada”. Estes aspectos <strong>do</strong> mau encaminhamento<br />
das questões que envolvem a <strong>indisciplina</strong> <strong>do</strong> educan<strong>do</strong>, marcadamente uma<br />
dinâmica familiar inadequada, prejudica o bom desenvolvimento da criança.<br />
Em decorrência ou não da má organização e estabelecimento de regras de<br />
relacionamentos e comportamentos mais bem definidas e consolidadas advêm,<br />
no limite da tolerância, o problema das ameaças e agressões físicas utilizadas<br />
pelos pais. Com relação a este tema vale citar que, segun<strong>do</strong> Piaget cita<strong>do</strong> em<br />
De Vries (1998 apud VERGÉS; SANA, 2004, p. 65), “a coerção socializa<br />
apenas superficialmente o comportamento e, na verdade, reforça a tendência<br />
da criança <strong>para</strong> depender <strong>do</strong> controle <strong>do</strong>s outros”.<br />
A importância das rotinas e <strong>do</strong>s limites é fundamental <strong>para</strong> o desenvolvimento<br />
das crianças. Lobo (1997 apud VERGÉS; SANA, 2004, p. 65), nos adverte que<br />
“os limites são de importância fundamental na educação, porque eles influem<br />
diretamente no desenvolvimento da personalidade, estabelecen<strong>do</strong> o<br />
comportamento das crianças e facilitan<strong>do</strong> sua socialização”. Neste senti<strong>do</strong>, De<br />
La Taille (1996 apud VERGÉS; SANA, 2004, p. 65), indica que “as crianças<br />
precisam adquirir regras que impliquem valores e formas de conduta e estas<br />
somente podem vir de seus educa<strong>do</strong>res, pais ou professores”.<br />
Em relação às punições usadas pelos pais <strong>para</strong> educar seus filhos, muitos pais<br />
alegam que apanharam quan<strong>do</strong> crianças e não se prejudicaram por isso. Le<strong>do</strong><br />
engano, pois, consideran<strong>do</strong> Lobo (1997 apud VERGÉS; SANA, 2004, p. 68), as<br />
“crianças que levam palmadas sentem-se desam<strong>para</strong>das, humilhadas,<br />
submetidas à forca. Mas quan<strong>do</strong> crescem, geralmente esquecem e, por sua<br />
vez, vão bater nos seus filhos”. Infelizmente nos dias de hoje, os pais estão<br />
com muita dificuldade <strong>para</strong> impor limites aos seus filhos, muitas vezes <strong>para</strong><br />
compensar a educação rígida que tiveram quan<strong>do</strong> crianças. Com isso, houve<br />
uma abertura muito grande, digamos, <strong>do</strong>is extremos, de um la<strong>do</strong> a educação
tradicional, rotulada como rígida e de outro la<strong>do</strong> a educação considerada<br />
moderna, com muitos paparicos e presentes.<br />
Com a experiência de vários anos de magistério, notamos que com esse<br />
procedimento, as crianças perderam o senso da disciplina e <strong>do</strong> respeito, pois<br />
as mesmas acham que podem tu<strong>do</strong>, inclusive desrespeitar os próprios pais e<br />
os professores e acharem que isso é uma atitude normal, o que infelizmente já<br />
está considera<strong>do</strong> um ato comum em nosso meio. Diante desse quadro, ficou<br />
muito difícil <strong>para</strong> os pais, escola e professores terem um controle da<br />
<strong>indisciplina</strong>.<br />
Visto a complexidade <strong>do</strong> tema buscamos, em Ferreira (1986, p. 938), o senti<strong>do</strong><br />
literal <strong>do</strong> termo na tentativa de maior esclarecimento. Este autor define<br />
<strong>indisciplina</strong> como o “procedimento, ato ou dito contrário à disciplina;<br />
desobediência; desordem; rebelião”. Com base em Ferreira, podemos afirmar<br />
que o aluno que comete um ato de <strong>indisciplina</strong> está sen<strong>do</strong> um aluno<br />
desobediente, desordeiro e rebelde, perante as normas estabelecidas. Sen<strong>do</strong><br />
assim, esse aluno <strong>indisciplina</strong><strong>do</strong> necessita ser puni<strong>do</strong>, conforme o Regimento<br />
Interno da Escola, corrigin<strong>do</strong> assim, sua transgressão disciplinar, <strong>para</strong> que com<br />
isso a escola mantenha o controle da disciplina.<br />
Mas isso não é tão objetivo ou simples assim, é o que nos mostra Rego (1996)<br />
ao afirmar que<br />
O próprio conceito de <strong>indisciplina</strong>, como toda criação cultural não é<br />
estático, uniforme, nem tampouco universal. Ele se relaciona com o<br />
conjunto de valores e expectativas que variam ao longo da história,<br />
entre as diferentes culturas, numa mesma sociedade nas diversas<br />
classes sociais, nas diferentes instituições e até mesmo dentro de<br />
uma mesma camada social ou organismo. Também no plano<br />
individual, a palavra <strong>indisciplina</strong> pode ter diferentes senti<strong>do</strong>s que<br />
dependerão das vivências de cada sujeito e <strong>do</strong> contexto em que<br />
forem aplicadas (REGO, 1996 apud VERGÉS; SANA, 2004, p.<br />
26-27).<br />
Podemos afirmar a partir de nossas vivências e respalda<strong>do</strong>s em nossos<br />
estu<strong>do</strong>s que a <strong>indisciplina</strong> se constitui um entrave na educação atual. Nossos<br />
estu<strong>do</strong>s mostram a complexidade <strong>do</strong> tema e nossa experiência de vida como<br />
estudante e posteriormente como professor, faz detectar problemas sérios no<br />
tocante a <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>. Antes os alunos tinham muito respeito <strong>para</strong> com
o professor e <strong>para</strong> com os outros, haja vista que quan<strong>do</strong> chegava alguém na<br />
sala de aula, to<strong>do</strong>s os alunos ficavam em pé, em sinal de respeito <strong>para</strong> com o<br />
visitante. Hoje se o professor não se cuidar, ele poderá ser empurra<strong>do</strong> ou até<br />
mesmo pisotea<strong>do</strong> pelos alunos em sala de aula, isso é o reflexo da inversão de<br />
valores, tiran<strong>do</strong> totalmente a autoridade <strong>do</strong> professor e dan<strong>do</strong> mais abertura<br />
<strong>para</strong> os alunos, e com isso eles não têm limites. Sen<strong>do</strong> assim, o problema<br />
<strong>indisciplina</strong>r fica bem acentua<strong>do</strong>.<br />
Segun<strong>do</strong> o filósofo e sociólogo chileno, Casassus (2008 apud RATIEK 2008,<br />
p.30) “Para vencer a <strong>indisciplina</strong> é preciso examinar quais emoções das<br />
crianças a escola ainda não compreendeu”. Quan<strong>do</strong> os estudantes se sentem<br />
aceitos na forma que são tendem a relaxar propician<strong>do</strong> assim melhor<br />
aprendiza<strong>do</strong>. O professor tem que propiciar atividades motivantes <strong>para</strong> diminuir<br />
a <strong>indisciplina</strong>, por sua vez, a escola tem que procurar entender as emoções da<br />
criança.<br />
O problema da <strong>indisciplina</strong> já vem se arrastan<strong>do</strong> por muito tempo no interior<br />
das escolas. Segun<strong>do</strong> Aquino (1996, p.67) “estamos em outro tempo e<br />
precisamos estabelecer outras relações”. É importante considerar o aluno em<br />
relação ao seu meio e momento histórico em que vive.<br />
O professor consegue se impor perante a classe, a partir <strong>do</strong> momento que ele<br />
<strong>do</strong>mina os conteú<strong>do</strong>s a serem ministra<strong>do</strong>s e aplica estratégias eficientes <strong>para</strong><br />
ensiná-los. Critican<strong>do</strong> o momento atual de nossa educação Vichessi traz o<br />
psicólogo austríaco, Alfred Adler (apud VICHESSI 2009, p.79) que no início <strong>do</strong><br />
Século XX já dizia que “a Educação só se reduz ao ato de o aluno transcrever<br />
o que está no caderno <strong>do</strong> professor sem que nada passe pela cabeça de<br />
ambos” apontan<strong>do</strong> a importância de maior teor crítico no processo educativo.<br />
Desconsideran<strong>do</strong> a participação <strong>do</strong> aluno como protagonista em sua formação<br />
o resulta<strong>do</strong> é o tédio, e a pessoa desanimada, sai à procura de algo mais<br />
interessante <strong>para</strong> fazer. A escola é o local <strong>do</strong> conhecimento, porém se faz<br />
necessário deixar espaço <strong>para</strong> a ação mental <strong>do</strong>s alunos. Haven<strong>do</strong> um<br />
envolvimento institucional (escola), com certeza o ambiente tornar-se-á mais<br />
prazeroso, reduzin<strong>do</strong> satisfatoriamente a <strong>indisciplina</strong>.
Para a educa<strong>do</strong>ra da Faculdade de Educação da Unicamp, Aragão (2009 apud<br />
VICHESSI 2009, p.79), “As crianças não enxergam a utilidade de um regimento<br />
ou <strong>do</strong>s famosos combina<strong>do</strong>s que não se sustentam. Elas não sentem a<br />
necessidade de respeitá-los e acabam até se voltan<strong>do</strong> contra essas normas”.<br />
Realmente é difícil de administrar normas pré-estabelecidas e convenções<br />
(combina<strong>do</strong>s/contratos), pois as convenções variam de escola <strong>para</strong> escola e<br />
até mesmo no interior das mesmas. O ideal, é que se pre<strong>do</strong>mine o diálogo sem<br />
dar trégua à mentira, pois com a mentira o professor perde a autoridade e o<br />
aluno perde a confiança <strong>do</strong> professor, dificultan<strong>do</strong> assim o bom andamento da<br />
aula. É necessário que o professor explique aos alunos o motivo, a importância<br />
e o respeito às regras pré-estabelecidas, proporcionan<strong>do</strong> um ambiente de<br />
disciplina.<br />
Em relação aos conflitos, eles jamais vão deixar de existir, principalmente no<br />
meio <strong>escolar</strong>. Saber administrá-los fará com que você consiga um ambiente<br />
mais satisfatório <strong>para</strong> trabalhar melhor. Explicar esse tema às crianças é tarefa<br />
<strong>do</strong> professor.<br />
Conforme afirma a psicóloga <strong>do</strong> Departamento de Psicologia da Unicamp<br />
(TOGNETTA apud VICHESSI 2009, p.80) “Esperar que os pequenos, de mo<strong>do</strong><br />
espontâneo, saibam se portar perante os colegas e os educa<strong>do</strong>res é um<br />
engano. É abrir mão de um dever <strong>do</strong>cente”. A expectativa de que a formação<br />
moral deva ser prioritariamente feita pela família não pode tirar o compromisso<br />
da escola nesta questão. Nesta linha de entendimento a educa<strong>do</strong>ra Áurea de<br />
Oliveira (apud VICHESSI 2009, p.80), <strong>do</strong> Departamento de Educação da<br />
UNESP, coloca que ”Não se trata de destituí-la dessa tarefa, mas é preciso<br />
enxergar o espaço <strong>escolar</strong> como propício <strong>para</strong> a vivência de relações<br />
interpessoais”. É consideran<strong>do</strong> esta potencialidade <strong>do</strong> espaço <strong>escolar</strong> que<br />
nossa proposta de um programa de atividades a partir da modalidade <strong>futsal</strong>,<br />
que possui como característica principal a quase totalidade de aceitação por<br />
alunos e alunas das 5ªs e 6ªs séries <strong>do</strong> ensino fundamental, poderá trazer os<br />
resulta<strong>do</strong>s espera<strong>do</strong>s quanto à minimização da <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>.
Indisciplina como resolver?<br />
Como equilibrar de maneira justa a reação <strong>do</strong>s envolvi<strong>do</strong>s, alunos, professores<br />
e comunidade interna da escola, diante de um problema disciplinar. Um<br />
encaminhamento possível é o sugeri<strong>do</strong> pela educa<strong>do</strong>ra da Universidade de<br />
Franca (UNIFRAN) Vicentin (2009 apud MOÇO, 2009, p. 85)<br />
O ideal é respirar, tentar se controlar e reconhecer que o embate<br />
pertence aos envolvi<strong>do</strong>s. No caso de uma discussão mais quente<br />
entre a garotada, o caminho é relatar o que você viu com linguagem<br />
descritiva e ouvir as partes. Peça que to<strong>do</strong>s contem como se sentiram<br />
e por que discutiram. Isso demonstra respeito pelos valores de cada<br />
um.<br />
Para não cair num autoritarismo arcaico o professor deve conquistar autoridade<br />
com o saber e o respeito ao aluno, ele (professor) deve ter conhecimentos<br />
sobre a aprendizagem (como ela acontece), planejan<strong>do</strong> suas aulas, além de ter<br />
<strong>do</strong>mínio sobre os conteú<strong>do</strong>s a serem ministra<strong>do</strong>s. Afirma a educa<strong>do</strong>ra da<br />
Universidade <strong>do</strong> Oeste de Santa Catarina, campus de Joaçaba Trevisol (2009<br />
apud MOÇO, 2009, p.86) que “É preciso diversificar a meto<strong>do</strong>logia, pois<br />
interagimos com alunos conecta<strong>do</strong>s com ao mun<strong>do</strong> por diferentes redes e<br />
ferramentas”. A participação se faz necessário com mais ênfase de to<strong>do</strong>s em<br />
situações desafia<strong>do</strong>ras, visan<strong>do</strong> obter a participação efetiva, protagonista por<br />
parte de cada aluno.<br />
Uma das causas da <strong>indisciplina</strong> é a falta de perspectivas de um futuro<br />
promissor. Aqui precisamos quebrar a lógica historicamente construída de que<br />
o conhecimento serve <strong>para</strong> sermos “alguém na vida” e caminharmos no senti<strong>do</strong><br />
coloca<strong>do</strong> por Vasconcellos (2004) quan<strong>do</strong> aponta <strong>para</strong> um “senti<strong>do</strong> novo” <strong>para</strong><br />
a busca <strong>do</strong> conhecimento. O autor traz a necessidade de entendermos de<br />
forma mais ampla a busca <strong>do</strong> conhecimento, pois este deve ser busca<strong>do</strong> <strong>para</strong><br />
“ajudar a necessária transformação estrutural da sociedade; os alunos, desde<br />
ce<strong>do</strong>, precisam ser orienta<strong>do</strong>s nesta direção”. Neste senti<strong>do</strong>, questiona<br />
colocan<strong>do</strong> que<br />
Muitos professores dizem, com razão, que os alunos não sabem o<br />
que estão fazen<strong>do</strong> ali. Ótimo, contatarem um fato e daí? Não caberia<br />
a eles tentarem ajudar o aluno a encontra um senti<strong>do</strong> par o estu<strong>do</strong>?
Precisamos ter coragem e assumir este senti<strong>do</strong> radical da escola e <strong>do</strong><br />
conhecimento: a transformação! (VASCONCELLOS, 2004, p. 72).<br />
Consideran<strong>do</strong> este autor, podemos colocar, não como solução, mas, como um<br />
apoio, o senti<strong>do</strong> de articulação entre o tripé: compreensão de nosso mun<strong>do</strong>,<br />
fruição <strong>do</strong> que foi historicamente construí<strong>do</strong> pela humanidade, e,<br />
necessariamente, a transformação deste mun<strong>do</strong>.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, apesar <strong>do</strong>s alunos terem, a cada dia, mais obscurecidas suas<br />
aspirações e objetivos <strong>escolar</strong>es devemos manter, com base em Vasconcellos<br />
uma visão mais realista quanto às potencialidades da escola junto ao educan<strong>do</strong><br />
e educa<strong>do</strong>r. Diz este autor<br />
A verdade, porém, está no fato de que a ação educacional, a relação<br />
professor-aluno, é algo construí<strong>do</strong> e reconstruí<strong>do</strong> continuamente, da<br />
mesma forma que todas as outras relações sociais, a relação<br />
pedagógica não é algo que existe fora da vontade humana. São os<br />
homens metamorfosea<strong>do</strong>s de professor e de alunos que a recriam a<br />
to<strong>do</strong> minuto sob o peso milenar da tradição herdada, subvertida pela<br />
ânsia sempre presente de avançar e de transformar<br />
(VASCONCELLOS, 2004, p. 35).<br />
Nossa proposta, focan<strong>do</strong> o <strong>futsal</strong> em relação à problemática da educação não<br />
vê uma solução cabal <strong>do</strong> problema da <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>, mas tentará formar<br />
na frente de batalha na tentativa de amenizar esta realidade que, como já<br />
mostramos, encontra-se impactante.<br />
2.2. A Educação Física<br />
As primeiras <strong>prática</strong>s corporais surgiram na Europa. A ginástica veio <strong>para</strong> o<br />
desenvolvimento da saúde e a formação moral <strong>do</strong>s cidadãos, basean<strong>do</strong>-se nos<br />
conhecimentos médicos e na instrução física militar. O objetivo dessa <strong>prática</strong><br />
corporal era aplicar exercícios com o intuito de aprimorar as capacidades e<br />
habilidades como a força, a destreza, a agilidade e a resistência, além de<br />
almejar a formação <strong>do</strong> caráter, da autodisciplina, de hábitos higiênicos, <strong>do</strong><br />
respeito à hierarquia e <strong>do</strong> sentimento patriótico.<br />
Uma nova ordem econômica, política e social se deu, devi<strong>do</strong> a medicina.<br />
Sen<strong>do</strong> assim, havia a necessidade de um novo homem, <strong>para</strong> enfrentar a
ealidade posta no momento. Novas políticas educacionais surgiram com a<br />
proclamação da República.<br />
Podemos nos reportar desse fato, com a explanação de Macha<strong>do</strong> (2000)<br />
afirman<strong>do</strong> que<br />
O século XIX foi o século que difundiu a instrução pública e Rui<br />
Barbosa foi influencia<strong>do</strong> pelas discussões de sua época. Tanto que,<br />
empenha<strong>do</strong> num projeto de modernização <strong>do</strong> país, interessou-se pela<br />
criação de um sistema nacional de ensino – gratuito, obrigatório e<br />
laico, desde o jardim de infância até a universidade. Para elaboração<br />
<strong>do</strong> seu projeto buscou inspiração em países onde a escola pública<br />
estava sen<strong>do</strong> difundida, procuran<strong>do</strong> demonstrar os benefícios<br />
alcança<strong>do</strong>s com a sua criação. Para fundamentar sua análise<br />
recorreu às estatísticas <strong>escolar</strong>es, livros, méto<strong>do</strong>s, mostran<strong>do</strong> que a<br />
educação, nesses países, revelava-se alavanca de desenvolvimento.<br />
Suas ideias acerca desta questão estão claramente redigidas nos<br />
seus famosos pareceres sobre educação (MACHADO, 2000 apud<br />
DCEs – SEED, 2009, p. 38).<br />
Como apresenta as DCEs (SEED-PR, 2009, p. 39), Rui Barbosa em 1822,<br />
“emitiu o parecer nº 224, sobre a Reforma Leôncio de Carvalho, decreto nº<br />
7.247, de 19 de abril de 1879, de Instrução Pública”.<br />
A partir de 1929, a disciplina de Educação Física tornou-se obrigatória nas<br />
instituições de ensino <strong>para</strong> crianças a partir de 6 anos de idade e <strong>para</strong> ambos<br />
os sexos, por meio de um anteprojeto publica<strong>do</strong> pelo então Ministro da Guerra,<br />
General Nestor Sezefre<strong>do</strong> Passos .<br />
Conforme Leandro (2000)<br />
Propõe também a criação <strong>do</strong> Conselho Superior de Educação Física<br />
com o objetivo de centralizar, coordenar e fiscalizar as atividades<br />
referentes ao Desporto e à Educação Física no país e também a<br />
elaboração <strong>do</strong> Méto<strong>do</strong> Nacional de Educação Física (LEANDRO,<br />
2002 Apud DCEs – SEED, 2009. p. 39).<br />
Diante disso, o regime militar, aproveitou o momento favorável da história <strong>para</strong><br />
introduzir seus méto<strong>do</strong>s no ensino de Educação Física nas escolas brasileiras.<br />
Também nessa época surgiram: a criação <strong>do</strong> “Regulamento da Instrução Física<br />
Militar” (Méto<strong>do</strong> Francês), em 1921; a obrigatoriedade da <strong>prática</strong> da ginástica<br />
nas instituições de ensino, em 1929; a a<strong>do</strong>ção oficial <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Frânces, em<br />
1931, no ensino secundário; a criação da Escola de Educação Física <strong>do</strong>
Exército, em 1933, a criação da Escola Nacional de Educação Física e<br />
Desportos da Universidade <strong>do</strong> Brasil, em 1939.<br />
Nesse perío<strong>do</strong>, a legitimidade da Educação Física nas escolas brasileiras se<br />
deu com o méto<strong>do</strong> ginástico francês que estava fortemente am<strong>para</strong><strong>do</strong> nos<br />
conhecimentos da anatomia e da fisiologia, com forte influência <strong>do</strong> positivismo,<br />
ou seja, um conhecimento científico considera<strong>do</strong> superior a outras formas de<br />
conhecimento, com o objetivo de um projeto de modernização <strong>do</strong> país.<br />
No perío<strong>do</strong> pós ditadura militar, as bases de sustentação da Educação Física<br />
nas escolas se enfraqueceram sobremaneira. No meio pedagógico a Educação<br />
Física assim como outras disciplinas impostas pelo regime militar como a<br />
Organização Social e Política Brasileira e Estu<strong>do</strong>s de Problemas Brasileiros<br />
eram vistas com desconfiança, ou seja, como ranços da ditadura militar.<br />
Posteriormente, com o destino da educação já nas mãos <strong>do</strong>s educa<strong>do</strong>res (?), a<br />
Educação Física passou a ser questionada nos currículos <strong>escolar</strong>es. No início<br />
da década de 80, os professores de Educação Física tinham que lutar pela<br />
legitimidade da disciplina, pois a sua legalidade estava ameaçada. Após um<br />
perío<strong>do</strong> muita turbulência, a nova Lei de Diretrizes e Bases (1988 – 1996).<br />
Conforme Caparróz (2001), a Educação Física foi definida na LDB como<br />
componente curricular obrigatório.<br />
Basea<strong>do</strong> em Caparróz (2001), verificamos algumas razões <strong>para</strong> que a<br />
Educação Física fosse inserida no currículo <strong>escolar</strong>. A correlação com a<br />
Medicina, enfocan<strong>do</strong> o movimento como fator primordial <strong>para</strong> promover e<br />
manter a saúde, contrarian<strong>do</strong> assim, o entendimento anterior <strong>do</strong>minante de que<br />
o movimento provocaria desgaste. Essa fundamentação esta am<strong>para</strong>da no<br />
discurso médico <strong>do</strong> século XVIII, que enfatiza a influência da instituição médica<br />
no surgimento da Educação Física na Europa e particularmente na Alemanha.<br />
A Educação Física vai sen<strong>do</strong> considerada importante instrumento da promoção<br />
da saúde <strong>do</strong> povo. Mediante o exposto, surgem alguns movimentos que vieram<br />
ajudar a Educação Física, como, por exemplo, a famosa polícia médica, as<br />
campanhas sanitárias, o movimento higienista e a Educação Física, ou seja, a<br />
educação corporal com vistas à saúde também no ambiente <strong>escolar</strong>.
A educação <strong>do</strong> corpo que inicialmente era através da ginástica, com o tempo<br />
incorporan<strong>do</strong> o esporte. A Educação Física também era uma forma de garantir<br />
a produtividade no trabalho, sen<strong>do</strong> administrada como uma pre<strong>para</strong>ção <strong>para</strong> o<br />
trabalho.<br />
Na década de 60, houve a campanha <strong>do</strong> Esporte <strong>para</strong> To<strong>do</strong>s, com o objetivo<br />
de diminuir os custos com a saúde da população. O Esporte <strong>para</strong> to<strong>do</strong>s não<br />
tinha exigência técnica e sim objetiva à massificação da população.<br />
O esporte por sua vez, devi<strong>do</strong> a legitimidade social e a importância política que<br />
alcançou, tornou-se sustenta<strong>do</strong>r da importância da Educação Física<br />
Enfatiza Tenroller (2006) Educação Física é uma <strong>prática</strong> pedagógica<br />
sistematizada que abrange um amplo complexo processo de ações. Ela poderá<br />
ser educacional ou não. No meio <strong>escolar</strong> ela poderá enfatizar, por exemplo, o<br />
esporte como o futebol, o <strong>futsal</strong>, o handebol, o basquetebol, o voleibol, o judô,<br />
etc... No meio extra-<strong>escolar</strong> seus objetivos são a profilaxia (prevenção de<br />
<strong>do</strong>enças), competitiva, ocupação de tempo livre, lazer, etc...Em toda ação da<br />
Educação Física é necessário a pedagogia, tanto no meio <strong>escolar</strong> como no<br />
meio extra <strong>escolar</strong>. Por exemplo, planejamento de um treino, certamente<br />
necessita de uma pedagogia, ou seja, uma previsão de objetivos bem<br />
elabora<strong>do</strong>s <strong>para</strong> serem atingi<strong>do</strong>s.<br />
Afirma Hurta<strong>do</strong> (1987 Apud TENROLLER, 2006, p. 30) que a educação física,<br />
(...) quaisquer que sejam suas funções, corresponde a uma atividade<br />
muscular controlada, regida por normas, pricípios, méto<strong>do</strong>s e<br />
objetivos bem defini<strong>do</strong>s que vão desde o movimento morfofuncional<br />
<strong>do</strong> organismo infanto-juvenil até a manutenção <strong>do</strong> equilíbrio<br />
homeostático <strong>do</strong> indivíduo adulto e a readaptação orgânico-funcional<br />
<strong>do</strong> indivíduo <strong>do</strong>ente ou deficiente físico. (...) serve de maneira<br />
decisiva e vital <strong>para</strong> a educação <strong>do</strong> indivíduo.<br />
A Educação Física no ensino fundamental<br />
As Diretrizes Curriculares Estaduais de Educação Física apontam <strong>para</strong> os<br />
Conteú<strong>do</strong>s Estruturantes que organizam os campos de estu<strong>do</strong>s da disciplina.<br />
Os Conteú<strong>do</strong>s Estruturantes respeitam o histórico de conhecimento que cada
aluno traz consigo de sua própria cultura, fundamental <strong>para</strong> o processo ensino/<br />
aprendizagem.<br />
A Educação Física e seu objeto de ensino/estu<strong>do</strong>, a Cultura Corporal, podem<br />
enriquecer os conteú<strong>do</strong>s com experiências corporais diversas, priorizan<strong>do</strong> a<br />
cultura de cada comunidade.<br />
Os Conteú<strong>do</strong>s Estruturantes propostos <strong>para</strong> a Educação Física na Educação<br />
Básica são: Esporte; Jogos e brincadeiras; Ginástica; Lutas e Dança. Os<br />
conteú<strong>do</strong>s básicos <strong>para</strong> o ensino fundamental que a equipe disciplinar <strong>do</strong><br />
Departamento de Educação Básica (DEB) elencou a partir de discussões com<br />
to<strong>do</strong>s os professores <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Paraná nos eventos de formação<br />
continuada ocorri<strong>do</strong>s ao longo de 2007 e 2008 (DEB Itinerante). O acesso a<br />
esses conhecimentos é direito <strong>do</strong> aluno na fase de <strong>escolar</strong>ização e é<br />
responsabilidade <strong>do</strong> professor ministrá-los. Os conteú<strong>do</strong>s básicos deverão<br />
constar no Plano de Trabalho Docente <strong>do</strong> professor, que por sua vez, é o lugar<br />
da criação pedagógica <strong>do</strong> professor, onde os conteú<strong>do</strong>s receberão abordagens<br />
contextualizadas históricas, social e politicamente, enfocan<strong>do</strong> <strong>para</strong> os alunos<br />
as suas realidades regionais, culturais e econômicas, contribuin<strong>do</strong> com a sua<br />
formação cidadã. O plano de trabalho <strong>do</strong>cente é o currículo em ação, sen<strong>do</strong> a<br />
expressão singular e de autoria de cada professor, construí<strong>do</strong> nas discussões<br />
coletivas com seus pares.<br />
Fazer uma ligação esclarecen<strong>do</strong> que vai apresentar uma adaptação da tabela<br />
<strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s básicos da 6ª serie, apresentada nas DCEs (SEED-PR, 2008, p.<br />
85)<br />
A seguir, apresentamos uma adaptação <strong>do</strong> quadro <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s básicos da<br />
6ª série, apresentada pelas DCEs – SEED-PR (p. 85), dan<strong>do</strong> ênfase ao<br />
conteú<strong>do</strong> Esporte, em virtude deste estu<strong>do</strong> versar sobre a <strong>prática</strong> <strong>do</strong> <strong>futsal</strong>.
Quadro 1 – Conteú<strong>do</strong>s básicos da 6ª série<br />
Conteú<strong>do</strong>s<br />
estruturantes<br />
Esporte<br />
Conteú<strong>do</strong>s<br />
básicos<br />
Coletivos<br />
Individuais<br />
Abordagem Teóricometo<strong>do</strong>lógica<br />
Estudar a origem <strong>do</strong>s<br />
diferentes esportes e<br />
mudanças ocorridas com os<br />
mesmos, no decorrer da<br />
história.<br />
Aprender as regras e os<br />
elementos básicos <strong>do</strong><br />
esporte.<br />
Vivência <strong>do</strong>s fundamentos<br />
das diversas modalidades<br />
esportivas.<br />
Compreender, por meio de<br />
discussões que provoquem<br />
a reflexão, o senti<strong>do</strong> da<br />
competição esportiva.<br />
Avaliação<br />
Espera-se que o aluno<br />
possa conhecer a<br />
difusão e diferença de<br />
cada esporte,<br />
relacionan<strong>do</strong>-as com as<br />
mudanças <strong>do</strong> contexto<br />
histórico brasileiro.<br />
Reconhecer e se<br />
apropriar <strong>do</strong>s<br />
fundamentos básicos<br />
<strong>do</strong>s diferentes esportes.<br />
Conhecimento das<br />
noções básicas das<br />
regras das diferentes<br />
manifestações<br />
esportivas.<br />
Os conteú<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s são de suma importância <strong>para</strong> as aulas de<br />
educação física, pois nos fornece um suporte didático pedagógico muito bom<br />
<strong>para</strong> planejarmos aulas de qualidade <strong>para</strong> nossos alunos. O conteú<strong>do</strong> esporte<br />
nos dá uma panorâmica teórico-<strong>prática</strong> sobre várias modalidades esportivas<br />
coletivas e individuais como, por exemplo, o <strong>futsal</strong>, ora aqui sen<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>,<br />
o handebol, o basquetebol, o voleibol, o atletismo, etc...O conteú<strong>do</strong> jogos e<br />
brincadeiras, nos propiciam a oportunidade de resgatarmos várias brincadeiras<br />
e joguinhos de outras gerações, que muitas vezes levam a criança à<br />
criatividade, como por exemplo construir seus próprios brinque<strong>do</strong>s, levan<strong>do</strong>-as<br />
à valorizá-los melhor. O conteú<strong>do</strong> dança, propicia aos alunos o conhecimento<br />
da dança no seu aspecto histórico e levá-lo à <strong>prática</strong> conforme a cultura local,<br />
dan<strong>do</strong> ênfase às danças folclóricas. O conteú<strong>do</strong> ginástica, nos permite abordar<br />
a parte histórica da ginástica, como também darmos conhecimento aos alunos<br />
sobre vários tipos de ginástica, como, por exemplo, a gisnástica calistênica, a<br />
ginástica geral, a ginástica rítmica e resgatan<strong>do</strong> a ginástica circense. Por fim, o<br />
conteú<strong>do</strong> lutas, muito importante <strong>para</strong> o aluno, no senti<strong>do</strong> de levá-lo a conhecer<br />
vários tipos de lutas, dan<strong>do</strong> ênfase à capoeira, por ser da nossa cultura e o<br />
judô, por ser um esporte olímpico, dan<strong>do</strong> ênfase aos seus fundamento, não<br />
esquecen<strong>do</strong> da parte lúdica.
A Proposta Pedagógica Curricular apresentada a seguir tem como objetivo<br />
principal, auxiliar os professores no momento da elaboração <strong>do</strong> planejamento e<br />
<strong>do</strong> plano de trabalho <strong>do</strong>cente.<br />
Enfocamos a Proposta Pedagógica Curricular <strong>do</strong> Ensino Fundamental da<br />
Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Educação (SEED-PR, 2008), que nos reporta à<br />
meto<strong>do</strong>logia histórico-crítica, apontan<strong>do</strong> as seguintes estratégias de ensino:<br />
- Prática social: é uma pre<strong>para</strong>ção/mobilização <strong>do</strong> aluno <strong>para</strong> a<br />
construção <strong>do</strong> conhecimento <strong>escolar</strong>.<br />
- Problematização: é um momento que a <strong>prática</strong> social é posta em<br />
questão, levan<strong>do</strong> em consideração o conteú<strong>do</strong> a ser trabalha<strong>do</strong> e as exigências<br />
sociais de aplicação deste conhecimento.<br />
- Instrumentalização: é o caminho por meio <strong>do</strong> qual o conteú<strong>do</strong><br />
sistematiza<strong>do</strong> é posto a disposição <strong>do</strong>s alunos <strong>para</strong> que o assimilem e o<br />
recriem, e ao incorporá-lo transformem-no em instrumento de construção<br />
pessoal e profissional.<br />
- Catarse: é a fase em que o educan<strong>do</strong> sistematiza e manifesta o que<br />
assimilou <strong>do</strong>s conteú<strong>do</strong>s e méto<strong>do</strong>s de trabalho utiliza<strong>do</strong>s.<br />
- Retorno à <strong>prática</strong> social: é o ponto de chegada <strong>do</strong> processo<br />
pedagógico na perspectiva histórico-crítica, ou seja, o professor e aluno<br />
modificam-se intelectualmente e qualitativamente em relação às suas<br />
concepções sobre o conteú<strong>do</strong> que construíram.<br />
Esse movimento dessas estratégias de ensino é bem interessante, pois na<br />
<strong>prática</strong> social, o aluno inicialmente se pre<strong>para</strong> <strong>para</strong> receber o conhecimento,<br />
posteriormente na problematização, a <strong>prática</strong> social é posta, respeitan<strong>do</strong> o<br />
conteú<strong>do</strong> a ser trabalha<strong>do</strong> amarra<strong>do</strong> com os costumes da comunidade, na<br />
catarse é o momento em que o aluno assimilou o conhecimento e finalmente o<br />
retorno à <strong>prática</strong> social é o momento culminante, onde tanto o aluno como o<br />
professor se idealizam concomitantemente, modifican<strong>do</strong>-se intelectualmente<br />
em relação ao conteú<strong>do</strong> construí<strong>do</strong> por ambos.<br />
Kunz (2006) considera quatro concepções básicas em que a Educação Física<br />
vem sen<strong>do</strong> trabalhada nas escolas. A primeira é a concepção Biológica-
Funcional, que prioriza o exercício físico, ten<strong>do</strong> como função, o<br />
condicionamento físico <strong>do</strong>s alunos. A segunda é a concepção de Formativo-<br />
Recreativa, visan<strong>do</strong> a formação da personalidade e das habilidades motoras<br />
gerais <strong>para</strong> melhor adaptação no meio social em que se está inseri<strong>do</strong>, também<br />
tem a função de organizar o seu tempo livre. A terceira concepção é a Técnico-<br />
Esportiva, com a finalidade de descobrir talentos esportivos. A quarta<br />
concepção é a Crítico-Emancipa<strong>do</strong>ra que busca alcançar através <strong>do</strong><br />
movimento humano, o desenvolvimento de competências como a autonomia, a<br />
competência social e a competência objetiva, que significa a instrumentalização<br />
específica da disciplina. O conteú<strong>do</strong> pricipal <strong>do</strong> trabalho pedagógico da<br />
Educação Física Escolar, é o movimento humano.<br />
Caparróz (2001), cita que a escola pública está falida. O que dizer então da<br />
Educação Física? A matéria “Renovação nas quadras” da Revista Nova<br />
Escola, de agosto de 2000, traz alguns tópicos de aulas de Educação Física,<br />
onde algumas atividades enfocam uma Educação Física renovada que se<br />
insere na proposta da teoria da escola nova.<br />
2.3. Esporte<br />
No início <strong>do</strong> século XIX, a sociedade capitalista desenvolvia-se com a divisão<br />
<strong>do</strong> trabalho, ou seja, esforço físico x intelecto. Dessa divisão <strong>do</strong> trabalho surge<br />
a divisão de classes: a dirigente (elite) e a classe <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. Essas<br />
classes sociais tinham uma atividade em comum, que era o esporte. Este <strong>para</strong><br />
cada classe social tinha significa<strong>do</strong>s e objetivos diferentes. Para a elite o<br />
esporte distraia seus filhos, que só estudavam. Para os trabalha<strong>do</strong>res, o<br />
esporte estava liga<strong>do</strong> as suas raízes culturais. A elite considerava vulgar o<br />
esporte pratica<strong>do</strong> pelos trabalha<strong>do</strong>res, impon<strong>do</strong>-lhe novas regras. Na época, as<br />
grandes indústrias estavam crescen<strong>do</strong> bastante, diante disso começaram a<br />
surgir as desigualdades sociais. Diante desse quadro, as revoltas, resistências<br />
e manifestações eram freqüentes, desestabilizan<strong>do</strong> a ordem vigente. A<br />
padronização <strong>do</strong> esporte, com regras rígidas, sem restrições, contribuiu <strong>para</strong> a
desmobilização <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res. O esporte foi utiliza<strong>do</strong> como estratégia<br />
educativa <strong>para</strong> neutralizar as lutas sociais.<br />
A difusão mundial da <strong>prática</strong> desportiva, porém, não foi imediata. A<br />
dimensão social alcançada pelo esporte, atualmente, contou com<br />
importantes fatores, tais como: o surgimento de novas escolas <strong>para</strong> a<br />
classe média e redução de jornada de trabalho: formação de clubes<br />
esportivos: esporte como fator de contenção da classe trabalha<strong>do</strong>ra:<br />
os jogos olímpicos como expressão máxima <strong>do</strong> fenômeno esportivo<br />
(ASSIS, 2001 apud SEED-PR, 2007. p. 13).<br />
No nosso entender, no início <strong>do</strong> século XIX, o esporte surgiu como forma de o<br />
sistema político (o poder) vigente na época, controlar as massas, de um la<strong>do</strong> a<br />
elite e de outro la<strong>do</strong> a classe trabalha<strong>do</strong>ra, pois pratican<strong>do</strong> e/ou acompanhan<strong>do</strong><br />
o esporte, a massa evitava ou não tinha tempo <strong>para</strong> discutir outros assuntos<br />
como os de interesse político e no caso <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, quase que não<br />
tinham tempo <strong>para</strong> lutar pelas suas reivindicações trabalhistas, pois estavam<br />
motiva<strong>do</strong>s e envolvi<strong>do</strong>s com o esporte. Sabemos que o esporte é saudável e<br />
propicia ao cidadão uma vida social adequada e também ajuda a projeção <strong>do</strong><br />
país a nível mundial, mas é necessário que nos policiemos <strong>para</strong> que o<br />
interesse em demasia pelo esporte não torne o cidadão uma pessoa alienada<br />
às suas ações críticas, deixan<strong>do</strong> de ser consciente e livre. Tu<strong>do</strong> na vida tem o<br />
seu valor e a sua importância, desde que seja com moderação, assim sen<strong>do</strong> o<br />
esporte é salutar, desde que não interfira negativamente em outras atividades<br />
<strong>do</strong> cidadão. O esporte é recomendável desde que seja monitora<strong>do</strong> e/ou<br />
ministra<strong>do</strong> por um profissional da área, um professor de educação física e/ou<br />
um técnico desportivo.<br />
Futebol, ópio <strong>do</strong> povo: A ideologia das massas<br />
“Esporte é Saúde”, “Esporte é Energia”, “Esporte é Integração<br />
Nacional”. Tu<strong>do</strong> verdade e tu<strong>do</strong> mentira. (...) Claro que o esporte<br />
ajuda a integração nacional, mas a atenção demasiada aos pés <strong>do</strong><br />
joga<strong>do</strong>r e <strong>do</strong> couro da vaca dá desintegração nacional, pois o homem<br />
se aposenta de ser consciente e livre (...)”. (NADAL, 1978 apud<br />
SEED-PR, 2007. p. 19).<br />
Nadal, esta se referin<strong>do</strong> a que tipo de consciência? Ópio é um analgésico muito<br />
forte e faz o cérebro funcionar lentamente, contaminan<strong>do</strong> a consciência crítica<br />
<strong>do</strong> homem.
Karl Marx (1818 – 1883), importante pensa<strong>do</strong>r da história da humanidade,<br />
conceitua ideologia a partir da luta de classes.<br />
Segun<strong>do</strong> MARX:<br />
Com efeito, cada nova classe que toma o lugar da que <strong>do</strong>minava<br />
antes dela é obrigada, <strong>para</strong> alcançar os fins a que se propõe, a<br />
apresentar seus interesses como sen<strong>do</strong> o interesse comum de to<strong>do</strong>s<br />
os membros da sociedade, isto é, <strong>para</strong> expressar isso mesmo em<br />
termos ideais: é obrigada a emprestar às suas idéias a forma de<br />
universalidade, a apresentá-las como sen<strong>do</strong> as únicas racionais, as<br />
únicas universalmente válidas. (MARX, 1987 apud SEED-PR, 2007,<br />
p.20).<br />
Assim, os <strong>do</strong>minantes apresentam suas idéias como leis, perseguin<strong>do</strong> quem as<br />
infringir. A ditadura militar vivida pelo Brasil, é um exemplo disso. Na década de<br />
70 <strong>para</strong> neutralizar a oposição ao regime, o governo faz uso de vários<br />
instrumentos de coerção. Para amenizar as crises que o governo vinha<br />
enfrentan<strong>do</strong>, o presidente Médici (1969 – 1974) lançou mão <strong>do</strong> futebol <strong>para</strong><br />
neutralizar a população diante da crise econômica, dan<strong>do</strong> total apoio à Seleção<br />
Brasileira de Futebol de 1970, inclusive in<strong>do</strong> pessoalmente aos estádios <strong>para</strong><br />
assistir jogos da seleção, que por sua vez foi tri campeã mundial. O povo ao<br />
invés de ir <strong>para</strong> as ruas fazer manifestações pelos seus direitos trabalhistas,<br />
ficava em casa torcen<strong>do</strong> pela seleção brasileira numa “corrente pra frente”,<br />
como diz a música de Miguel Gustavo, “Pra frente Brasil”.<br />
A seguir citarei <strong>do</strong>is conceitos de esporte, basea<strong>do</strong> em <strong>do</strong>is autores. Go<strong>do</strong>y<br />
(1992), cita o Prof. MANOEL JOSÉ GOMES TUBINO, indica:<br />
“O Esporte no Brasil, <strong>para</strong> efeito de legislação, deve ser considera<strong>do</strong><br />
como atividade pre<strong>do</strong>minantemente física que enfatiza o caráter<br />
formativo-educacional, participativo e competitivo, seja obedecen<strong>do</strong> à<br />
regras pré-estabelecidas ou respeitan<strong>do</strong> normas, respectivamente em<br />
condições formais ou não formais.E que <strong>para</strong> efeito de entendimento<br />
e em função da indicação acima, deva ser entendi<strong>do</strong> na abrangência<br />
das seguintes manifestações: esporte-educação, esporteparticipação,<br />
esporte-performance: deven<strong>do</strong> ser concebidas como<br />
forma de exercício <strong>do</strong> direito de to<strong>do</strong>s a <strong>prática</strong> esportiva.” (UMA<br />
NOVA POLÍTICA PARA O DESPORTO BRASILEIRO”, 1985, p. 18)<br />
Segun<strong>do</strong> Tenroller (2006), a partir da “Carta Internacional de Educação Física e<br />
Desportos”, de 1979, o conceito de esporte torna-se muito mais amplo,<br />
caracterizan<strong>do</strong> também atividades como o xadrez, o bilhar e outros jogos de<br />
salão, entendidas como esportes intelectivos. Existem muitas classificações de
esporte, entre as quais se podem citar esportes olímpicos, esportes de<br />
tradição não olímpica, artes marciais, esportes de aventura ou desafio,<br />
esportes de relação com a natureza, esportes de identidade cultural e esportes<br />
de expressão corporal.<br />
Na Constituição <strong>do</strong> Brasil de 1988, no artigo 217, está expresso que esporte é<br />
prioridade educacional, um “direito de to<strong>do</strong>s”, esporte é saúde, educação e<br />
vida: esporte é confraternização entre os povos: esporte suspende guerras:<br />
esporte une culturas e povos.<br />
Segun<strong>do</strong> Gutmann (1979 apud BRACHT, 2005, p.14), o esporte assumiu suas<br />
características básicas: competição, rendimento físico-técnico, record,<br />
racionalização e cientificização <strong>do</strong> treinamento.<br />
Autores como Eichberg (1979 apud BRACHT, 2005, p.14) e Rigauer (1969<br />
apud BRACHT, 2005, p.14) entendem que alguns princípios que passaram a<br />
reger a sociedade capitalista industrial acabaram sen<strong>do</strong> incorpora<strong>do</strong>s pelo<br />
esporte.<br />
Conforme Bracht (2005), no Brasil, a Comissão de Reformulação <strong>do</strong> Esporte<br />
Brasileiro, instituída pelo presidente José Sarney, em 1985, sugeriu, e foi sen<strong>do</strong><br />
amplamente aceita inclusive incorporada pela Constituição Federal de 1988,<br />
diferenciar o conceito de esporte em três manifestações: a) desporto-<br />
performance, b) desporto-participação e c) desporto-educação.<br />
O esporte ramificou-se em duas vertentes: a) esporte de alto rendimento ou<br />
espetáculo; esporte enquanto atividade de laser. Utilizaremos a expressão<br />
“esporte espetáculo”, complementan<strong>do</strong> a expressão “alto rendimento” porque<br />
entendemos que esta abriga a característica central dessa manifestação hoje,<br />
que é a transformação <strong>do</strong> esporte em merca<strong>do</strong>ria veiculada pelos meios de<br />
comunicação de massa, como é o caso da Rede Globo de Televisão.<br />
Conforme Digel (1986 apud BRACHT, 2005, p.17), o esporte de rendimento ou<br />
espetáculo constitui hoje um sistema que pode ser resumi<strong>do</strong> nos seguintes<br />
pontos:
- Possui um a<strong>para</strong>to <strong>para</strong> a procura de talentos normalmente<br />
financia<strong>do</strong>s pelo Esta<strong>do</strong>. Além disso, este a<strong>para</strong>to promove o<br />
desenvolvimento tecnológico, com o desenvolvimento de aparelhos<br />
<strong>para</strong> a utilização ótima <strong>do</strong> “material humano”; - Possui um pequeno<br />
número de atletas que tem o esporte como principal ocupação; -<br />
possui uma massa consumi<strong>do</strong>ra que financia parte <strong>do</strong> esporteespetáculo;<br />
- os meios de comunicação de massa são<br />
coorganiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong> esporte-espetáculo; - possui um sistema de<br />
gratificação que varia em função <strong>do</strong> sistema político-societal (que faz<br />
parte de uma sociedade)<br />
Diante dessa realidade surgem os clubes esportivos e as empresas esportivas,<br />
transforman<strong>do</strong> o esporte em merca<strong>do</strong>ria com fins lucrativos, sen<strong>do</strong> assim, uma<br />
<strong>prática</strong> <strong>do</strong> sistema capitalista.<br />
Por outro la<strong>do</strong> o esporte mesmo, enquanto atividade de laser, com motivos<br />
liga<strong>do</strong>s à saúde, ao prazer e à sociabilidade poderá também ter um cunho<br />
capitalista, quan<strong>do</strong> terceirizadas por clubes e escolinhas de futebol, <strong>futsal</strong> e<br />
outras modalidades.<br />
É necessário a proposição <strong>do</strong> esporte educacional visan<strong>do</strong> a integração social,<br />
respeitan<strong>do</strong> as seguintes fases: planejamento, desenvolvimento e evolução das<br />
atividades: a motricidade, oferecen<strong>do</strong> a possibilidade de uma aprendizagem<br />
motora contextualizada que garanta condições de análise crítica-reflexiva sem<br />
nenhum tipo de discriminação, pois como diz Freitas (1994 apud TEIXEIRA,<br />
2001, p.88) “a união de <strong>do</strong>is indivíduos e a associação de suas forças<br />
aumentam o seu poder e, por conseguinte, o seu direito. E quanto mais<br />
indivíduos formem a aliança, mais to<strong>do</strong>s em conjunto terão direitos”.<br />
Para a professora Vera Lúcia Menezes Costa, cita<strong>do</strong> em (TUBINO, 1992 apud<br />
TEIXEIRA, 2001, p.88-89),<br />
O Desporto Educacional é responsabilidade pública assegurada pelo<br />
Esta<strong>do</strong>, dentro ou fora da escola, tem como finalidade democratizar e<br />
gerar cultura através de modalidades motrizes de expressão de<br />
personalidade <strong>do</strong> indivíduo em ação, desenvolven<strong>do</strong> este indivíduo<br />
uma estrutura de relações sociais recíprocas e com a natureza, a sua<br />
formação corporal e as próprias potencialidades, pre<strong>para</strong>n<strong>do</strong>-o <strong>para</strong> o<br />
lazer e o exercício crítico da cidadania, evitan<strong>do</strong> a seletividade,<br />
segregação social e hiper-competitividade, com vistas a uma<br />
sociedade, livremente organizada, cooperativa e solidária.<br />
Sabemos muito bem que o esporte competitivo, que visa resulta<strong>do</strong>s (esporte de<br />
alto rendimento) na maioria das vezes excluin<strong>do</strong> pessoas que precisam ser
inseridas na sociedade. É o caso das crianças que têm dificuldades motoras,<br />
as crianças gordinhas, as crianças tímidas, etc. Daí justifica-se dar ênfase ao<br />
Desporto Educacional que realmente tem o objetivo de agregar e educar as<br />
crianças <strong>para</strong> serem cidadãos conscientes em uma sociedade mais justa e<br />
igualitária, evitan<strong>do</strong> assim a temerosa seletividade (a famosa peneirada), que<br />
muitas vezes por vários motivos não são escolhi<strong>do</strong>s realmente os melhores,<br />
deixan<strong>do</strong> as crianças não selecionadas frustradas e muitas vezes perden<strong>do</strong> a<br />
motivação <strong>para</strong> o esporte, sen<strong>do</strong> que em alguns casos tornam-se um indivíduo<br />
<strong>indisciplina</strong><strong>do</strong> e revolta<strong>do</strong> com tu<strong>do</strong>, propenso a cair na violência.<br />
Para evitar to<strong>do</strong>s esses dissabores <strong>para</strong> os alunos e <strong>para</strong> os professores,<br />
também, necessário se faz explicarmos e ministrarmos brincadeiras, jogos e<br />
esportes, justifican<strong>do</strong>, as diferenças e as correlações existente entre ambas.<br />
A brincadeira consiste em uma atividade espontânea, voluntária, sem regras<br />
fixas, que propicie prazer e diversão.<br />
O jogo é uma atividade com as mesmas características da brincadeira com<br />
regras fixas, ausente no universo da pura brincadeira. O jogo pode ser dividi<strong>do</strong><br />
em jogos não competitivos e jogos competitivos.<br />
O esporte incorpora elementos <strong>do</strong> jogo, mas vai além dele. O esporte é jogo<br />
também, mas possui outras características que não encontramos no jogo,<br />
como por exemplo: a organização em grande escala, o elemento da disputa<br />
física e o da competição (HELAL, 1990 apud TEIXEIRA, 2001, p.93)<br />
Diante dessa correlação entre brincadeira, jogo e esporte, o aluno ficará mais<br />
consciente, mais pre<strong>para</strong><strong>do</strong> e em condições de escolher em qual atividade irá<br />
participar.<br />
Devi<strong>do</strong> ao fato <strong>do</strong> <strong>futsal</strong> ser muito pratica<strong>do</strong> no Brasil e ser bem aceito na<br />
comunidade <strong>escolar</strong>, faremos um breve estu<strong>do</strong> sobre o mesmo.
2.4. Futsal<br />
2.4.1. Origem e evolução<br />
Pelada – Palavra <strong>do</strong> vocabulário popular brasileiro, que denomina e qualifica o<br />
futebol joga<strong>do</strong> em normas e regras adaptadas <strong>para</strong> uma variedade de locais<br />
ruas, praias, quadras, campos de terra, etc.. As “peladas” constituem um<br />
ambiente rico e fértil <strong>para</strong> o desenvolvimento e a evolução espontânea <strong>do</strong><br />
joga<strong>do</strong>r de futebol e Futsal brasileiro.<br />
É fundamental citar que “Ao buscar a origem de uma modalidade esportiva é<br />
necessário distinguir sua parte <strong>prática</strong> e recreativa de sua parte organizacional<br />
e administrativa” (TOLUSSI, 1982, p. ).<br />
Falar de Brasil e Uruguai, na origem <strong>do</strong> Futsal, já é indicativo de versões<br />
opostas. Relatos e publicações históricas não permitem saber, precisamente,<br />
em qual desses <strong>do</strong>is países a modalidade foi gerada, revezan<strong>do</strong>-se quanto ao<br />
seu nascimento. (FONSECA, 2007, p.20).<br />
É unânime, na história <strong>do</strong> Futsal, que a Associação Cristã de Moços-ACM<br />
desempenhou um papel central na sua criação e no seu desenvolvimento, com<br />
seus primeiros passos por meio <strong>do</strong> futebol de salão no início da década de<br />
1930, na América <strong>do</strong> Sul, especificamente nas quadras <strong>do</strong> Brasil e <strong>do</strong> Uruguai.<br />
Relatos favoreceram a paternidade uruguaia, após uma seqüência de<br />
conquistas da seleção de futebol <strong>do</strong> Uruguai nas Olimpíadas de Paris (1924) e<br />
Amsterdã (1928) e da vitória na 1ª Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> de 1930, desenvolveu-se<br />
pelo país uma fixação de jovens e crianças em jogar futebol.<br />
É fundamental destacar que “O professor e secretário <strong>do</strong> Departamento de<br />
Menores da Associação Cristã de Jovens de Montevidéu, Juan Carlos Ceriani<br />
Gravies, redigiu as primeiras regras <strong>do</strong> que foi denomina<strong>do</strong> in<strong>do</strong>or – football”<br />
(TOLUSSI, 1982; SAMPEDRO, 1997 apud FONSECA, 2007, p.20)
2.4.2. Fundamentos <strong>do</strong> Futsal<br />
Fundamentos referem-se a particularidades <strong>do</strong> Futsal. São ações utilizadas<br />
durante o jogo. O passe, o chute, o drible, o <strong>do</strong>mínio, a proteção, a condução e<br />
o controle de bola a marcação, a desmarcação (finta) e antecipação. Se não<br />
fragmentarmos essas ações, perceberemos que são ações que ocorrem<br />
simultaneamente durante um jogo. Durante um jogo, quanto menos “raciocinar”<br />
<strong>para</strong> agir, melhor (SANTANA, 1996, p.85). Não há como fragmentar uma ação<br />
na dinâmica de um jogo. O ideal é deixar a criança exercitar os fundamentos<br />
com total liberdade, pois um fundamento é a seqüência <strong>do</strong> outro e com certeza<br />
ela terá mais criatividade e mais prazer em executar os fundamentos. Vivenciar<br />
os fundamentos de forma lúdica em sua totalidade é o essencial <strong>para</strong> a<br />
iniciação. A atividade precisa ser prazerosa <strong>para</strong> que a criança participe com<br />
motivação.<br />
Quan<strong>do</strong> a criança sente-se desmotivada e sem interesse pelas atividades, o<br />
professor tem que rever os seus méto<strong>do</strong>s de trabalho, com certeza está<br />
haven<strong>do</strong> falta de criatividade e sensibilidade por parte <strong>do</strong> professor. O<br />
professor não precisa se preocupar em criar equipes competitivas, mas sim em<br />
introduzir a criança e o a<strong>do</strong>lescente gradativamente no Futsal. O ideal é ir<br />
proporcionan<strong>do</strong> ao aluno atividades mais lúdicas sem cobrar com muita ênfase<br />
as regras <strong>do</strong> jogo, deixar o aluno bem a vontade é o segre<strong>do</strong>, pois ele terá o<br />
tempo certo <strong>para</strong> colocá-las em <strong>prática</strong>. Se porventura, algum aluno tiver<br />
dificuldade em algum fundamento, o professor deverá procurar saber<br />
(investigar), qual é a causa daquela deficiência e posteriormente trabalhar com<br />
cautela e calma <strong>para</strong> sanar tal deficiência com educativos corretos <strong>para</strong> o caso.<br />
Por exemplo: o aluno tem deficiência no fundamento chute: o aluno ao chutar,<br />
bate sempre em baixo da bola, o que faz com que a mesma tenha uma<br />
trajetória alta; e, ao chutar, não visualiza o gol, manten<strong>do</strong> a cabeça baixa.<br />
Levar o aluno a construir o conhecimento sobre <strong>do</strong>is fatores que devem ser<br />
leva<strong>do</strong>s em consideração <strong>para</strong> um bom chute – nesse caso, bater no meio ou<br />
em cima da bola, que determinará à bola uma trajetória meia-altura ou rasteira;<br />
e visualizar o gol antes de executar o chute, influenciarão na sua ação e farão<br />
com que obtenha êxito. O ideal, é que trabalhemos com a Meto<strong>do</strong>logia da
Participação, onde a participação no processo de ensino-aprendizagem é<br />
coletiva, alunos, pais, comunidade e escola, <strong>para</strong> que obtenhamos sucesso em<br />
nossas intervenções na escola e ofereçamos aos nossos alunos melhor<br />
qualidade de vida. (SANTANA, 1996, p.137)<br />
As atividades livres <strong>do</strong> aprender brincan<strong>do</strong> é essencial <strong>para</strong> a criança avançar<br />
no aprendiza<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> (Schiller apud KUNZ, 2003, p.98) “O ser humano<br />
somente é humano quan<strong>do</strong> brinca”. As atividades livres levam a criança a<br />
participar, questionar, criar, respeitan<strong>do</strong> assim suas individualidades, pois<br />
ninguém é igual a ninguém. A meto<strong>do</strong>logia nas atividades não deve ser<br />
autoritária, <strong>para</strong> evitar a submissão, levan<strong>do</strong> a criança exclusivamente a<br />
obediência. A criança não deve ser submissa, ela deve se emancipar, <strong>para</strong><br />
poder participar com mais ênfase na sociedade. A meto<strong>do</strong>logia recomendada é<br />
a Meto<strong>do</strong>logia da Participação, onde to<strong>do</strong>s os envolvi<strong>do</strong>s no processo ensino-<br />
aprendizagem participam, a criança, os pais, a comunidade <strong>escolar</strong> e os<br />
professores. (SANTANA, 1996, p.135).<br />
2.5. Oportunizan<strong>do</strong> condições de mudança por meio da implementação<br />
pedagógica na escola: programa de atividades no <strong>futsal</strong><br />
A reeducação da <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong> será adquirida a médio e ao longo prazo,<br />
pois é um acontecimento que depende de um trabalho bem estrutura<strong>do</strong> e bem<br />
planeja<strong>do</strong> por parte de vários segmentos da sociedade. Essa intervenção<br />
pedagógica na escola foi feita com as 6ªs séries A e B <strong>do</strong> Colégio Estadual<br />
Bento Mossurunga de Umuarama. Objetivou-se principalmente uma melhora<br />
nas relações interpessoais.<br />
A primeira ação foi a apresentação <strong>do</strong> Projeto de Intervenção Pedagógica e <strong>do</strong><br />
Material Didático à Direção e Equipe Pedagógica <strong>do</strong> Colégio, com uma<br />
recepção excelente por parte de ambos, pois demonstraram bastante interesse<br />
pelos mesmos. A Equipe Pedagógica enfatizou que essa pesquisa poderá<br />
contribuir sobremaneira <strong>para</strong> <strong>reduzir</strong> a <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong>. Acho que esse<br />
projeto bem monitora<strong>do</strong> pelo professor, equipe pedagógica e direção, tem tu<strong>do</strong><br />
a contribuir <strong>para</strong> que o aluno não fique na ociosidade, adquirin<strong>do</strong> assim, o
senso de responsabilidade e disciplina, <strong>para</strong> que com essas virtudes, esse<br />
aluno torne-se um cidadão de bem, poden<strong>do</strong> assim ser inseri<strong>do</strong> na sociedade<br />
com êxito.<br />
Na segunda ação foi apresenta<strong>do</strong> o projeto de intervenção e implementação <strong>do</strong><br />
programa estrutura<strong>do</strong> a partir de um estu<strong>do</strong> <strong>do</strong> Material Didático <strong>para</strong> a direção<br />
e equipe pedagógica <strong>do</strong> colégio procuran<strong>do</strong> esclarecer tal proposta.<br />
Na terceira ação foi planeja<strong>do</strong> e defini<strong>do</strong> o cronograma de implementação da<br />
proposta, conjuntamente com a direção e coordenação pedagógica procuran<strong>do</strong><br />
adequar as demais ações e sub-ações no calendário de aulas das 6ªs “A e B”<br />
foco <strong>do</strong> programa.<br />
Na quarta ação buscou-se socializar com o corpo <strong>do</strong>cente <strong>do</strong> colégio os<br />
resulta<strong>do</strong>s de meus estu<strong>do</strong>s e apresentar as bases e o cronograma <strong>do</strong><br />
programa. Essa ação ocorreu durante uma reunião de planejamento e<br />
replanejamento com to<strong>do</strong>s os professores <strong>do</strong> colégio, inclusive os colegas de<br />
Educação Física.<br />
Na quinta ação procurei interagir com os demais professores e principalmente<br />
com os meus pares da área de Educação Física, realizan<strong>do</strong> discussões nas<br />
horas atividades <strong>do</strong>s mesmos e encaminhan<strong>do</strong> os textos que estavam sen<strong>do</strong><br />
utiliza<strong>do</strong>s no programa. Esta ação foi de extrema importância devi<strong>do</strong> a<br />
colaboração de meus pares, enriquecen<strong>do</strong> o desenvolvimento das atividades<br />
propostas nas aulas realizadas às 2ª, 3ª e 4ª feiras no perío<strong>do</strong> de 15/04 a<br />
03/06/09.<br />
Na sexta ação apresentei o projeto de intervenção aos alunos das 6ªs séries<br />
envolvidas na implementação <strong>do</strong> programa, procuran<strong>do</strong> prepará-los <strong>para</strong> o<br />
desenvolvimento <strong>do</strong> mesmo. Ação muito valorosa <strong>para</strong> o bom andamento das<br />
atividades planejadas.<br />
A sétima ação foi realizada no perío<strong>do</strong> de 15/04 a 03/06/09, sen<strong>do</strong> essa a<br />
essência <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> realiza<strong>do</strong>, pois tratou da aplicação <strong>do</strong> programa de<br />
conteú<strong>do</strong>s teóricos e atividades <strong>prática</strong>s planeja<strong>do</strong>s inicialmente em 18 aulas,<br />
mas que na realidade foram utilizadas 20 aulas, Inicialmente fiz uma
abordagem sobre o PDE, explican<strong>do</strong> o objetivo de sua implementação por<br />
parte da SEED. Em seguida, enfatizei a importância de se resgatar certos<br />
valores com referência a nossa educação praticada no cotidiano (dia a dia), no<br />
caso atitudes de boas maneiras como por exemplo: Bom dia! Com licença!<br />
Muito obriga<strong>do</strong>! Desculpe-me! Posso entrar?, etc...Atitudes essas <strong>para</strong> com os<br />
seus colegas, seus professores e funcionários da escola, e por que não<br />
também com os seus familiares e no ambiente externo da escola.<br />
Posteriormente fizemos um estu<strong>do</strong> teórico, com debate e apresentação de<br />
resumo de textos sobre: 1- Indisciplina, 2- Disciplina e Indisciplina Escolar, 3-<br />
Esporte - Futsal enquanto <strong>prática</strong> esportiva e 4- Futsal – Atividades <strong>prática</strong>s.<br />
Posteriormente foram ministradas as atividades de Futsal na <strong>prática</strong> , ou sejam,<br />
os seus fundamentos de forma lúdica, propician<strong>do</strong> aos alunos a oportunidade<br />
de criarem novas situações de joguinhos , exercitan<strong>do</strong> e assimilan<strong>do</strong> os<br />
fundamentos <strong>do</strong> <strong>futsal</strong>. A participação e o empenho <strong>do</strong>s alunos durante a<br />
implementação foram surpreendentes, pois os mesmos partici<strong>para</strong>m com<br />
bastante entusiasmo e dedicação, atingin<strong>do</strong> assim os objetivos propostos, ou<br />
sejam: 1- Identificar os conceitos relaciona<strong>do</strong>s à Indisciplina e ao Futsal, 2-<br />
Difundir a <strong>prática</strong> <strong>do</strong> Futsal no ambiente <strong>escolar</strong> e 3- Praticar atitudes de<br />
inclusão e solidariedade, amenizan<strong>do</strong> e/ou reduzin<strong>do</strong> assim a Indisciplina. O<br />
Material Didático produzi<strong>do</strong> e as atividades teóricas ministradas pelo professor<br />
e desenvolvidas pelos alunos, ficaram arquiva<strong>do</strong>s com a Equipe Pedagógica <strong>do</strong><br />
Colégio. Notamos na 6ª B, que no início da implementação era uma turma mais<br />
<strong>indisciplina</strong>da, houve um progresso bem acentua<strong>do</strong> na questão disciplinar e<br />
nas relações interpessoais <strong>para</strong> com os colegas e <strong>para</strong> com os professores<br />
também.<br />
2.5.1- Atividades propriamente ditas aplicadas na intervenção e<br />
implementação<br />
gol no outro.<br />
1) Joguinhos relaciona<strong>do</strong>s à infância: bobinho, controle, linha, etc...<br />
2) 2 a 2 um de frente <strong>para</strong> o outro, pratican<strong>do</strong> o passe e tentan<strong>do</strong> fazer o<br />
3) Jogos recreativos que envolvam cooperação e solidariedade.
4) Plantar bananeira, com o objetivo de conhecer seu próprio corpo, ou<br />
seja o seu limite.<br />
5) Vivenciar várias formas de movimento como andar, correr, saltitar<br />
com um <strong>do</strong>s pés, saltitar com os <strong>do</strong>is pés juntos, saltar, trepar, descer,<br />
agachar, deitar e rolar.<br />
6) Deslocamentos com a bola em qualquer direção, <strong>para</strong> treinar o<br />
<strong>do</strong>mínio de bola.<br />
7) Exercícios de habilidade motora com bola de futebol - <strong>para</strong><strong>do</strong>, de pé,<br />
chutar a bola; - andan<strong>do</strong> ou corren<strong>do</strong>, chutar a bola; - chutar a bola sobre um<br />
obstáculo (banco, corda,etc...)ou em direção a um alvo (a baliza, a parede,<br />
etc...). (LISELOTT DIEM, 1981, p.47).<br />
8) Passe interno<br />
- 2 a 2 com uma bola, corren<strong>do</strong> e passan<strong>do</strong> com a parte lateral <strong>do</strong><br />
pé um <strong>para</strong> o outro (passe interno).<br />
- Individual ir contornan<strong>do</strong> os cones expostos em fileira na quadra,<br />
passan<strong>do</strong> <strong>do</strong> pé direito <strong>para</strong> o esquer<strong>do</strong> e vice x versa.<br />
- Em fila o professor passará a bola em direção ao aluno e este<br />
chutará <strong>para</strong> o gol com a parte lateral interna <strong>do</strong> pé (passe interno).<br />
- Para finalizar um joguinho, porém em duplas com 1 das mãos<br />
amarradas a <strong>do</strong> companheiro. Executar com 4 duplas – 2 de cada la<strong>do</strong>.<br />
Obs: um goleiro <strong>para</strong> cada equipe.<br />
9) Jogos pré-desportivos<br />
- Gol de placa: jogo em que os alunos em duas filas,disputam quem faz o gol<br />
primeiro , fazen<strong>do</strong> assim um ponto <strong>para</strong> a sua fila;<br />
- Passe e gol: idem ao gol de placa, porém em duplas;<br />
- Mini-<strong>futsal</strong>: disputa de 3 contra 3, com o objetivo de fazer o gol.<br />
- Linha.<br />
10) Rebatida: basicamente é um jogo de chutes ao gol, onde se pode<br />
jogar individualmente contra outro adversário ou em grupos. O mais utiliza<strong>do</strong> é<br />
o jogo de duplas. Enquanto uma dupla chuta, a outra defende o gol, e há a<br />
possibilidade de “rebatidas”, momentos em que pode haver dribles e disputas<br />
corporais. (TEIXEIRA, 2001, p. 93).<br />
11) Futsal recreativo<br />
Material: quadra de esportes, traves e bola de <strong>futsal</strong>.
Formação:<br />
Alunos dividi<strong>do</strong>s em duas equipes, senta<strong>do</strong>s nas riscas laterais da quadra.<br />
Cada aluno receberá um número. Dois alunos, um de cada equipe, recebem o<br />
mesmo número, posiciona<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> inverso da quadra, em relação ao<br />
círculo central. Um goleiro <strong>para</strong> cada equipe.<br />
Desenvolvimento:<br />
O professor diz um número e os alunos que correspondem a esse número<br />
devem correr até o círculo central da quadra, dan<strong>do</strong> início ao jogo. Se o goleiro<br />
defender o chute, reinicia-se o jogo passan<strong>do</strong> a bola <strong>para</strong> o aluno <strong>do</strong> seu time.<br />
O aluno que fizer o gol marca um ponto <strong>para</strong> sua equipe. Se os alunos não<br />
fizerem o gol, a bola volta <strong>para</strong> o círculo central e o professor chama outro(s)<br />
número(s).<br />
Variações:<br />
- Chamar <strong>do</strong>is números de cada vez, fican<strong>do</strong> o jogo <strong>do</strong>is contra <strong>do</strong>is.<br />
- Chamar três números de cada vez, fican<strong>do</strong> o jogo três contra três.<br />
Formação:<br />
12) Atividade com variações<br />
Dividir a turma em quatro equipes e colocam-se quatro gols, um em cada canto<br />
da quadra, quadras ou em um amplo espaço físico.<br />
Desenvolvimento:<br />
Primeiro jogam as quatro equipes uma contra outra sem se importar se a bola<br />
vai sair, e uma contra a outra de frente. Posteriormente, joga-se em diagonal<br />
uma contra outra e sempre ao mesmo tempo. Depois pode-se fazer gol onde<br />
quiser, porém sempre protegen<strong>do</strong> seu gol. Gradativamente, vai se aumentan<strong>do</strong><br />
o número de bolas no jogo..<br />
Formação:<br />
13) Jogo <strong>do</strong> oprimi<strong>do</strong> x opressor<br />
Dois grandes grupos, um de um la<strong>do</strong> da quadra (oprimi<strong>do</strong>s e opressores). Um<br />
goleiro <strong>para</strong> cada equipe.<br />
Objetivo:<br />
Jogo de <strong>futsal</strong>.<br />
Desenvolvimento:<br />
1- A equipe <strong>do</strong>s opressores é quem determina as regras <strong>do</strong> jogo <strong>para</strong> a<br />
equipe <strong>do</strong>s oprimi<strong>do</strong>s, por exemplo: - só podem dar um toque na bola e passá-
la; - só podem fazer gol fora da área; - só podem chutar com a perna esquerda;<br />
- não podem pedir bola.<br />
2- Depois de um tempo delimita<strong>do</strong> pelo professor, invertem-se os papéis,<br />
os oprimi<strong>do</strong>s passam a ser os opressores e vice versa, com um detalhe,<br />
poderão mudar as regras <strong>do</strong> jogo ou acrescentar mais algumas, caso o<br />
queiram.<br />
14) Jogo livre, sem regras pré-estabelecidas, com o objetivo de deixar<br />
criança livre <strong>para</strong> criar e principalmente sentir o prazer de jogar.<br />
15) O fim da divisão entre titulares e reservas; to<strong>do</strong>s são titulares <strong>para</strong><br />
valorizar todas as crianças <strong>do</strong> grupo. Fazer com que as mesmas participem na<br />
mesma intensidade <strong>do</strong>s treinos e competições e possam, com essa<br />
experiência, amadurecer, desenvolver seus potenciais; (SANTANA, 1996,<br />
p.141).<br />
16) O fim da supervalorização da vitória e da derrota a cada jogo, pois é<br />
preciso perceber a importância de lidar com as diferenças. A criança que<br />
aprende que só a vitória interessa, não saberá, na derrota, valorizar o seu<br />
esforço, a ser solidária com o companheiro e sofrerá muito a cada derrota que<br />
acontecer na sua vida. Ela tem que saber lidar com as nuanças. (SANTANA,<br />
1996, p.141).<br />
17) A valorização nas aulas, <strong>do</strong> componente lúdico, <strong>para</strong> haver uma<br />
entrega total da criança se as atividades forem prazerosas. Por isso, o<br />
professor deve criar um ambiente alegre, <strong>para</strong> que efetivamente a criança seja<br />
ela mesma e, brincan<strong>do</strong>, crie, construa, aprenda e improvise. (SANTANA,<br />
1996, p. 142).<br />
3. CONCLUSÃO<br />
Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nesta ação pedagógica foram considera<strong>do</strong>s satisfatórios,<br />
pois, o programa de <strong>prática</strong> de <strong>futsal</strong>, aplica<strong>do</strong> nas 6ªs séries A e B, apresentou<br />
uma boa aceitação por parte <strong>do</strong>s alunos, equipe pedagógica e direção <strong>do</strong><br />
colégio. Os alunos se envolveram de tal maneira que, após o término da<br />
implementação, eles queriam continuar com as atividades desenvolvidas.
Atividades essas, que foram de conteú<strong>do</strong>s teóricos e atividades <strong>prática</strong>s de<br />
<strong>futsal</strong>.<br />
Inicialmente, fizemos uma abordagem sobre o Programa de Desenvolvimento<br />
Educacional, implanta<strong>do</strong> pela Secretaria de Esta<strong>do</strong> da Educação,<br />
posteriormente enfatizamos a importância de resgatar valores referentes à<br />
nossa educação. Finalmente, abordamos conteú<strong>do</strong>s teóricos com relação à<br />
Disciplina, Indisciplina Escolar, Esporte, Futsal e Atividades <strong>prática</strong>s de Futsal.<br />
As atividades <strong>prática</strong>s de Futsal foram ministradas de forma lúdica,<br />
proporcionan<strong>do</strong> aos alunos a liberdade de criarem jogos em forma coletiva, ou<br />
seja, de comum acor<strong>do</strong> com seus pares. A participação foi surpreendente de<br />
forma positiva, atingin<strong>do</strong> assim os objetivos propostos pelo programa: objetivo<br />
geral que foi a melhoria das relações interpessoais no ambiente <strong>escolar</strong>,<br />
amenizan<strong>do</strong> o nível de <strong>indisciplina</strong> <strong>do</strong>s alunos. Os objetivos específicos<br />
atingi<strong>do</strong>s foram: identificaram os fundamentos teóricos e conceituais<br />
relaciona<strong>do</strong>s à <strong>indisciplina</strong> e vivenciaram na <strong>prática</strong> atividades de <strong>futsal</strong> que<br />
contribuíram <strong>para</strong> amenizar o quadro de <strong>indisciplina</strong> <strong>escolar</strong><br />
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Victor Civita - São Paulo, 2009.<br />
VICHESSI, Beatriz. Por trás desse problema – visto pelos professores como<br />
um <strong>do</strong>s principais entraves da boa Educação -, há a falta de conhecimento<br />
sobre o tema e de adequação das estratégias de ensino. Revista Nova<br />
Escola, nº 226 – Fundação Victor Civita – São Paulo: 2009.<br />
VICHESSI, Beatriz. Sem sua ajuda, a criança não aprende o valor das regras.<br />
Revista Nova Escola nº 226 – Fundação Victor Civita – São Paulo, 2009.