PENSANDO A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA ... - CCE
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Certamente, esse novo papel atribuído aos professores marca o início de grandes<br />
mudanças que dizem respeito não somente à atuação, mas também à formação desse<br />
profissional.<br />
Ao tratar da busca pela aproximação entre teoria e prática, Lisita (2006) chama a<br />
atenção para o fato de que não apenas a proposta de Schön (1983) para a formação do<br />
profissional reflexivo, mas também os estudos de Stenhouse (1987), que defendem a<br />
postura investigativa da prática por parte do professor, têm em comum a preocupação<br />
com a possibilidade de articulação entre teoria e prática. É possível perceber nas<br />
propostas desses estudiosos o intuito de promover a integração desses dois elementos e<br />
o reconhecimento da importância de tal conjugação na formação profissional.<br />
Neste contexto, há uma grande valorização da prática docente como provedora<br />
de conhecimento para o professor e da pesquisa como forma de investigação sobre<br />
questões da prática. Ao abordar a formação reflexiva, Pimenta (2002) retoma as<br />
preocupações que foram apresentadas por alguns autores com relação a este conceito,<br />
dentre elas o risco de que tais idéias acabem por resultar em um certo “praticismo”,<br />
levando a entender que a prática é suficiente para a construção do saber docente. Outra<br />
preocupação diz respeito ao que Pimenta (2002) referiu-se como uma “hegemonia<br />
autoritária”, que seria a aceitação de que a reflexão pode dar conta de qualquer<br />
problema encontrado na prática. Pimenta (2002, p. 24) afirma que<br />
o saber docente não é formado apenas da prática, sendo também nutrido pelas teorias da<br />
educação. Dessa forma, a teoria tem importância fundamental na formação dos docentes,<br />
pois dota os sujeitos de variados pontos de vista para uma ação contextualizada, oferecendo<br />
perspectivas de análise para que os professores compreendam os contextos históricos,<br />
sociais, culturais, organizacionais e de si próprios como profissionais.<br />
Tratando ainda da valorização da teoria acadêmica, Pimenta (2002) retoma<br />
Gimeno (1999), que considera produtivo o conceito de epistemologia da prática, desde<br />
que haja uma constante conciliação entre teoria e prática. Segundo esse autor, o<br />
conhecimento do professor não é formado apenas pela experiência concreta e pode – a<br />
nosso ver, deve – ser nutrido pelas teorias acadêmicas. No que concerne à relação entre<br />
os saberes, Pimenta (2002, p. 26) ressalta que “os saberes teóricos propositivos se<br />
articulam, pois, aos saberes da prática, ao mesmo tempo ressignificando-os e sendo por<br />
eles ressignificados”.<br />
Em um dos encontros, Eduarda e Suzana, ao buscarem compreender a figura<br />
que aparece no texto de Wallace (1995) e explicar o modelo reflexivo de formação<br />
profissional, reconhecem a ligação que há entre a teoria e a experiência. Em princípio,<br />
Eduarda parece interpretar a seta bidirecional que une os conhecimentos recebido e<br />
experiencial, como algo que significasse a separação e o distanciamento entre esses<br />
conhecimentos. Porém, Suzana faz uma interpretação diferente, explica seu ponto de<br />
vista e ajuda Eduarda a compreendê-lo:<br />
Esquemas<br />
conceituais ou<br />
construtos<br />
mentais do<br />
profissional<br />
em formação<br />
Estágio 1<br />
(Pré-treinamento)<br />
Conhecimento<br />
Recebido<br />
Conhecimento<br />
Prático<br />
Prática<br />
Reflexão<br />
Estágio 2<br />
(Formação/desenvolvimento profissional)<br />
COMPETÊNCIA<br />
PROFISSIO<strong>NA</strong>L<br />
OBJETIVO<br />
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