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PENSANDO A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA ... - CCE

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são vistos neste estudo. Por fim, apresentamos nossas considerações a partir da<br />

discussão e análise dos dados, fazendo uma retomada de como esta relação é proposta<br />

na perspectiva da formação reflexiva.<br />

1. O estudo<br />

Este artigo é parte de um estudo interpretativista (Erickson, 1986) intitulado<br />

“Reflexão colaborativa sobre teoria e prática: uma experiência de formação com quatro<br />

professoras de inglês”, que foi desenvolvida em uma escola da rede privada da cidade<br />

de Goiânia. Na ocasião da pesquisa, as participantes, que serão identificadas como<br />

Eduarda, Patrícia, Cláudia e Suzana, atuavam no ensino infantil e primeira fase do<br />

ensino fundamental. Neste estudo, as participantes e a pesquisadora formaram um grupo<br />

de reflexão colaborativa que, durante um período de seis meses, manteve encontros<br />

quinzenais, perfazendo um total de treze sessões reflexivas. Nos encontros, a reflexão<br />

foi estimulada por dois principais instrumentos: a leitura de textos e a discussão sobre<br />

aulas das participantes, que eram assistidas pelo grupo. Todas as sessões reflexivas<br />

foram gravadas em áudio dando origem aos dados primários deste estudo. O Quadro 1 (<br />

ver Anexo) apresenta a organização dos encontros realizados e o tema abordado em<br />

cada um deles.<br />

2. Algumas visões acerca da relação teoria e prática<br />

Além do fato de que, por um longo tempo, o trabalho do professor e do<br />

pesquisador foram vistos como algo sistematicamente independente, outros fatores<br />

também colaboraram para a manutenção da separação entre teoria e prática. Segundo<br />

Gamboa (2003), historicamente, teoria e prática têm sido objeto de diferentes<br />

interpretações. Exemplificando, o autor apresenta duas concepções que ilustram a<br />

possibilidade de relacionar esses conceitos, uma delas buscando a união e a outra<br />

enfatizando o conflito entre eles.<br />

Gamboa (2003) esclarece que, dentre as abordagens que propõem a união entre<br />

teoria e prática, há aquelas que enfatizam o papel da teoria, de acordo com as<br />

abordagens ideal-racionalistas. Retomando as palavras do autor, “nessas abordagens a<br />

teoria tem primazia já que os conjuntos de conceitos e representações são formados<br />

independentemente da prática dos homens. A prática vem a ser a projeção e extensão<br />

das idéias” (Gamboa, 2003, p. 124).<br />

Por outro lado, há as concepções que priorizam a prática, defendendo-a como<br />

critério de validação das teorias. Nessa linha, estão as abordagens pragmáticoutilitaristas,<br />

que tem como um de seus representantes John Dewey. Segundo os<br />

autores que adotavam essa perspectiva, “a prática experimental é o único critério da<br />

verdade científica e a teoria forma-se com base nos resultados eficazes da açãohumana”<br />

(Gamboa, 2003, p. 124). Independentemente da ênfase dada por cada<br />

abordagem apresentada anteriormente, o intuito de ambas consiste em aproximar teoria<br />

e prática.<br />

Uma outra proposta pode ser encontrada na concepção dialética que,<br />

diferentemente das anteriores, não considera a relação entre teoria e prática como uma<br />

tentativa de ajuste ou adequação de uma à outra, mas como um conflito ou tensão entre<br />

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