Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb
Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb
Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
desta construção, para que se possa estabelecer novas estratégias e caminhos em prol <strong>da</strong><br />
formação de um sujeito letra<strong>do</strong>.<br />
A partir destas reflexões, é importante pensar ca<strong>da</strong> espaço alfabetiza<strong>do</strong>r como<br />
único, com suas características e des<strong>do</strong>bramentos próprios, que em muito traduzem<br />
variáveis sociais que interferem no processo de construção <strong>da</strong> escrita e <strong>da</strong> leitura, bem<br />
como a maneira pela qual se estabelece o grau de relevância pela formação de um sujeito<br />
letra<strong>do</strong>. Para isto, é preciso desconstruir, junto à cultura escolar, algumas acepções e<br />
posturas que embasam as práticas alfabetiza<strong>do</strong>ras, <strong>na</strong>s quais a apropriação <strong>da</strong> leitura e <strong>da</strong><br />
escrita ocorre de forma limita<strong>da</strong>, engessa<strong>da</strong> e empobreci<strong>da</strong>, desqualifican<strong>do</strong> to<strong>do</strong> o<br />
processo. É necessário que se compreen<strong>da</strong> que as mu<strong>da</strong>nças em termos pe<strong>da</strong>gógicos e<br />
organizacio<strong>na</strong>is têm o intuito de atender às especifici<strong>da</strong>des de uma deman<strong>da</strong> social e não<br />
representam necessariamente a troca <strong>do</strong> velho pelo novo - este último, obviamente<br />
desconheci<strong>do</strong>. Mas sim, uma forma de a<strong>da</strong>ptar-se e atender aos novos paradigmas <strong>da</strong><br />
alfabetização, ao mesmo tempo em que se afirma a importância <strong>da</strong> compreensão efetiva<br />
<strong>do</strong>s alfabetiza<strong>do</strong>res a respeito <strong>da</strong>s novas propostas.<br />
As práticas alfabetiza<strong>do</strong>ras devem constituir-se a partir <strong>da</strong> transversalização <strong>do</strong>s<br />
saberes <strong>do</strong>centes e discentes, <strong>da</strong> cultura pessoal de ca<strong>da</strong> componente <strong>do</strong> grupo, <strong>da</strong><br />
compreensão de que as condições sociais <strong>do</strong>s alunos não são variáveis determi<strong>na</strong>ntes <strong>do</strong><br />
seu aprendiza<strong>do</strong>, <strong>da</strong> aceitação às mu<strong>da</strong>nças como alter<strong>na</strong>tivas de qualificação, <strong>do</strong> respeito<br />
aos níveis de desenvolvimento psicológico <strong>do</strong>s alunos, <strong>da</strong> certeza de que não só os<br />
materiais didáticos representam possíveis caminhos de aprendizagem, <strong>do</strong> reconhecimento<br />
de que é necessário letrar as pessoas para que se possa estabelecer uma nova ordem social<br />
em busca de uma quali<strong>da</strong>de de vi<strong>da</strong> mais justa, <strong>da</strong> visão de educação como possibili<strong>da</strong>de<br />
de transformação social.<br />
E quanto ao futuro alfabetiza<strong>do</strong>r, é preciso passar por uma formação mais<br />
comprometi<strong>da</strong> com as questões cruciais <strong>da</strong> prática, construir o hábito e o valor <strong>da</strong> formação<br />
continua<strong>da</strong>, ganhar o respeito e reconhecimento social que lhe cabe, ter melhores<br />
condições para atuar. Enfim, é necessário que as instituições de formação <strong>do</strong>cente estejam<br />
comprometi<strong>da</strong>s com a missão de “educar intelectuais dispostos a desempenhar um papel<br />
central <strong>na</strong> grande luta pela democracia e pela justiça social” (GIROUX; MCLAREN,<br />
1986)<br />
9