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Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb

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Ou persistem no esforço de não permitir a desqualificação <strong>da</strong>s suas experiências anteriores,<br />

<strong>na</strong> qual sejam reconheci<strong>da</strong>s como ultrapassa<strong>da</strong>s? Ou ain<strong>da</strong>, duvi<strong>da</strong>m <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de se<br />

estabelecer uma meto<strong>do</strong>logia que abarque tais ideais, sen<strong>do</strong> possível garantir a to<strong>do</strong>s, em<br />

eqüi<strong>da</strong>de, o acesso ao capital cultural reconheci<strong>do</strong> <strong>na</strong>s matrizes oficiais e contemplar a<br />

construção <strong>do</strong> conhecimento segun<strong>do</strong> à individuali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> criança?<br />

No contexto <strong>da</strong> pesquisa em pauta, é possível reconhecer que algumas <strong>da</strong>s<br />

suposições acima vão ao encontro de falas <strong>da</strong> professora, quan<strong>do</strong> a mesma verbaliza sobre<br />

sua resistência inicial à proposta construtivista de alfabetização. Carvalho assume uma<br />

postura em defesa <strong>da</strong>s professoras envolvi<strong>da</strong>s em sua pesquisa e argumenta que:<br />

... não estão suficientemente ampara<strong>da</strong>s por um projeto pe<strong>da</strong>gógico, uma<br />

formação teórica aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong>, e pelo pertencimento a uma equipe de<br />

trabalho, forma<strong>da</strong> <strong>na</strong> própria escola, para fazerem experimentações<br />

ousa<strong>da</strong>s. Nas condições concretas em que trabalham, parece-lhes mais<br />

correto investir <strong>na</strong>quilo que lhes é familiar... (2005, p. 112)<br />

Enfim, muitas podem ser as possibili<strong>da</strong>des de justificativa em relação a tal<br />

comportamento, e no meio deste emaranha<strong>do</strong> de incertezas e inseguranças a respeito <strong>do</strong><br />

novo, urge uma pergunta: por que mu<strong>da</strong>r? De certa maneira, este questio<strong>na</strong>mento sugere<br />

questões que perpassam basicamente pelo “por que e como fazer”, no esforço de <strong>da</strong>r<br />

conta <strong>do</strong>s novos referenciais. Portanto, é conveniente lembrar que as contribuições<br />

construtivistas para a redefinição <strong>da</strong>s propostas de alfabetização “forneceram uma<br />

excelente base teórica para a compreensão <strong>da</strong> maneira pela qual as crianças aprendem a<br />

língua escrita... mas de fato não propuseram quaisquer recomen<strong>da</strong>ções meto<strong>do</strong>lógicas...”<br />

(CARVALHO, M. 2005, p. 17). Desta forma, tor<strong>na</strong>-se indispensável refletir sobre os<br />

caminhos percorri<strong>do</strong>s pelos alfabetiza<strong>do</strong>res, <strong>na</strong> tentativa de diminuir o distanciamento que<br />

há entre o que se deseja e o que se realiza. Será que em algum momento buscaram traçar<br />

estratégias a fim de se aproximarem <strong>do</strong> que lhes foi proposto? A partir <strong>do</strong> depoimento <strong>da</strong><br />

professora observa<strong>da</strong> <strong>na</strong> pesquisa, pode-se identificar um movimento em busca de<br />

compreender de que maneira isto poderia se desenvolver <strong>na</strong> prática, mas não a constituição<br />

de uma perspectiva real.<br />

A prática <strong>do</strong>s professores que abertamente resistem à mu<strong>da</strong>nça é o reflexo fiel de<br />

seus discursos, nos quais se reafirmam os paradigmas tradicio<strong>na</strong>is de alfabetização, com a<br />

utilização de um méto<strong>do</strong> específico, com o que já trabalharam anteriormente ou que lhes<br />

inspira mais segurança. Normalmente, utilizam-se cartilhas ou outros materiais didáticos<br />

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