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Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb

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Ao observar as salas de alfabetização e/ou ouvir depoimentos de professores<br />

alfabetiza<strong>do</strong>res a respeito de suas práticas, constata-se uma diversi<strong>da</strong>de de projetos<br />

pe<strong>da</strong>gógicos, ativi<strong>da</strong>des e procedimentos, condutas <strong>do</strong>centes e discentes etc., que se<br />

apresentam, muitas vezes, de forma contraditória. Ao mesmo tempo em que é possível<br />

identificar em algumas práticas um espontaneísmo exagera<strong>do</strong>, supostamente fun<strong>da</strong>menta<strong>do</strong><br />

no discurso teórico segun<strong>do</strong> o qual deve-se respeitar o desenvolvimento psicológico <strong>da</strong><br />

criança; em outras, percebe-se um formalismo exacerba<strong>do</strong> e grande rigor <strong>na</strong> maneira pelo<br />

qual são planeja<strong>da</strong>s e cumpri<strong>da</strong>s as ativi<strong>da</strong>des. Tal fato justifica a necessi<strong>da</strong>de aponta<strong>da</strong><br />

por alguns autores, de se desenvolver trabalhos científicos que considerem mais os saberes<br />

produzi<strong>do</strong>s e prática <strong>da</strong> alfabetização (CARVALHO, 2005), uma vez que a<br />

literatura especializa<strong>da</strong> não abarca, suficientemente, os saberes <strong>do</strong>centes sob esse enfoque.<br />

A propósito, cabe reportar-se a Carvalho (2005), cuja obra traz o depoimento de<br />

três professoras, alu<strong>na</strong>s <strong>do</strong> XIII Curso de Extensão em Alfabetização, que participaram <strong>da</strong><br />

pesquisa <strong>Prática</strong>s de Leitura e Escrita no Ensino Fun<strong>da</strong>mental (1999), com perspectivas de<br />

estabelecer e a<strong>na</strong>lisar as relações possíveis com práticas outrora aprecia<strong>da</strong>s.Ten<strong>do</strong> em vista<br />

o que se almeja hoje em matéria de alfabetização e os referenciais teóricos recomen<strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

pelos órgãos oficiais, surgiram situações para<strong>do</strong>xais que demonstram o conflito entre a<br />

teoria e a prática. Por exemplo, em alguns casos há uma grande distância entre a proposta<br />

oficial e a postura tradicio<strong>na</strong>l <strong>do</strong>s professores; em outros, prevalecem o discurso<br />

progressista <strong>do</strong>cente e práticas aparentemente condizentes( embora uma análise mais<br />

aprofun<strong>da</strong><strong>da</strong> possa revelar discrepâncias) ; e, por fim, discurso e práticas progressistas<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>na</strong> fase inicial <strong>do</strong> processo de alfabetização (em caso de “dificul<strong>da</strong>de”, retomam-<br />

se práticas convencio<strong>na</strong>is).<br />

A<strong>na</strong>lisan<strong>do</strong>-se a primeira situação, verifica-se que apesar <strong>da</strong>s políticas de<br />

divulgação <strong>do</strong> referencial teórico e <strong>da</strong>s propostas de “capacitação” ou formação continua<strong>da</strong><br />

de alfabetiza<strong>do</strong>res, os professores mantêm um discurso em defesa <strong>da</strong> utilização <strong>do</strong>s<br />

méto<strong>do</strong>s enquanto questão central <strong>do</strong> processo, em atitude de resistência e oposição às<br />

novas propostas de alfabetização, que centralizam o interesse em como a criança aprende.<br />

Será pela certeza de que a utilização <strong>do</strong>s méto<strong>do</strong>s (sintéticos, a<strong>na</strong>líticos ou mistos) por<br />

gerações “deu certo”, sem que se tenha considera<strong>do</strong> nenhum nível de concepção <strong>da</strong> escrita<br />

(perspectiva ferreiria<strong>na</strong>)? Ou fun<strong>da</strong>mentam-se num critério de escolha, segun<strong>do</strong> uma lógica<br />

em que se opta por “aplicar” saberes anteriormente construí<strong>do</strong>s, com a intenção de garantir<br />

um mínimo padroniza<strong>do</strong>, a fim de não correrem riscos em uma proposta desconheci<strong>da</strong>?<br />

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