Desdobramentos do Socioconstrutivismo na Prática da ... - aedb
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no que concerne às demais discipli<strong>na</strong>s, seu trabalho é totalmente conserva<strong>do</strong>r. Neste artigo,<br />
discutem-se os conflitos entre a teoria e a prática <strong>do</strong>s alfabetiza<strong>do</strong>res , que podem assumir<br />
o discurso construtivista ou socioconstrutivista, e no entanto, permanecerem fiéis às<br />
práticas tradicio<strong>na</strong>is de alfabetização.<br />
Palavras-chave: Alfabetização/ Construtivismo/ <strong>Socioconstrutivismo</strong><br />
Alfabetização: conflitos entre a teoria e a prática<br />
Inicialmente é preciso saber o que se entende hoje por alfabetização, com a<br />
compreensão de que os objetivos são estabeleci<strong>do</strong>s e modifica<strong>do</strong>s numa trajetória sócio-<br />
histórica. Isto significa admitir que, para se contemplar este fenômeno <strong>na</strong> atuali<strong>da</strong>de, é<br />
necessário reportar-se ao passa<strong>do</strong> em busca <strong>do</strong> que foi almeja<strong>do</strong> e <strong>do</strong> quanto seus ideais<br />
foram alcança<strong>do</strong>s, para que seja feita, então, uma comparação com a situação atual. Assim,<br />
será possível verificar o que se alcançou em relação aos objetivos de um tempo passa<strong>do</strong>,<br />
com a compreensão de que tais resulta<strong>do</strong>s, muitas vezes positivos <strong>na</strong> época, não garantem<br />
o ideário de hoje. O mesmo se aplica em relação ao que se estabelece hoje enquanto<br />
propósitos <strong>da</strong> alfabetização, a partir <strong>da</strong> deman<strong>da</strong> social, no que se refere ao ideal <strong>do</strong> futuro.<br />
Portanto, em busca de enfrentar com lucidez os problemas tão facilmente constata<strong>do</strong>s, é<br />
necessário uma dupla comparação: “uma em que os êxitos atuais <strong>da</strong> alfabetização sejam<br />
compara<strong>do</strong>s com os êxitos <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> e com outros êxitos <strong>do</strong> presente; e outra em que o<br />
contraste seja entre o presente e os nossos ideais” (MIGUEL, 2005, p. 9).<br />
Desde a metade <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80 não é possível pensar em alfabetização sem<br />
associá-la à palavra letramento. Embora sejam termos com significa<strong>do</strong>s diferentes, ambos<br />
estão intimamente liga<strong>do</strong>s com o intuito de fazer compreender a nova ótica em que se<br />
apresenta o significa<strong>do</strong> <strong>do</strong> acesso à leitura e à escrita, no qual transita entre a mera<br />
aquisição <strong>do</strong> ler e escrever e a inserção <strong>na</strong>s práticas sociais de leitura e escrita. E ain<strong>da</strong>, <strong>na</strong><br />
representativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> palavra letramento pretende-se contemplar não só a dimensão<br />
pessoal enquanto “simples posse individual <strong>da</strong>s tecnologias mentais complementares de ler<br />
e escrever” (WAGNER, 1983, p. 5), mas também a dimensão social <strong>na</strong> qual é vista como<br />
“um fenômeno cultural, um conjunto de ativi<strong>da</strong>des sociais que envolvem a língua escrita, e<br />
de exigências sociais de uso <strong>da</strong> língua escrita” (SOARES, 2004, p. 66).<br />
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