Maçonaria Tensões e Perguntas

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17.04.2013 Views

Em The Brotherhood (“A Irmandade”), Knight nota que os adeptos maçons quase sempre mostram atração pelo oculto, procurando “o significado real” existente por trás das ambigüidades dos ritos: “Tais pessoas são gradualmente aceitas no santuário interior da irmandade”.[83] Como o alcance do relacionamento entre a maçonaria e o oculto é vasto, limitaremos as observações a três áreas: os juramentos, a ilusão e a simbologia pagã. a. Os juramentos. Cada maçom jura ser leal à fraternidade acima de qualquer outro grupo (incluindo a igreja), mediante votos extremamente fortes. Prometendo solenemente não divulgar os segredos da maçonaria - nem os crimes de outros maçons (exceto o homicídio e a traição) - o iniciado jura o seguinte, sobre o Livro Sagrado (a Bíblia, Alcorão ou Vedas etc.): Eu ...juro e prometo, de minha livre vontade, pela minha honra e pela minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus, e perante sta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar qualquer dos mistérios da maçonaria que me vão ser confiados... Se violar este juramento seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado e meu corpo enterrado nas águas do mar, onde o nuxo e renuxo me mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para com Deus e desonrado com os homens. Assim seja.[84] Outros juramentos maçônicos são semelhantes, cada um exigindo fidelidade absoluta à Ordem - muitas vezes com votos de sangue. O juramento do 33° Grau no Templo em Washington, D.C., por exemplo, é selado bebendo vinho de um crânio humano, e um indivíduo vestido como se fosse um esqueleto abraça cada participante no momento do voto fatal.[85] Enquanto certos juramentos na cultura geral parecem lícitos diante da lei, biblicamente o cristão é proibido de jurar sem necessidade (Lv 5.4-6; Mt 5.33-37), muito menos quando isso envolve votos bizarros e sanguinolentos, invocando a morte - os quais caracterizam a maçonaria e todo o ocultismo. Nisso, quase todas as fraternidades secretas e seitas ocultas seguem o padrão da maçonaria.[86] b. A ilusão. Os escritores mais eminentes da confraria admitem que a elite maçônica ilude os maçons dos níveis inferiores, deixando que eles creiam no que desejam. As verdades mais sublimes permanecem ocultas dos neófitos, sendo que os mais avançados mantêm as chaves do “conhecimento real”. Segundo Martin L. Wagner: A maçonaria esconde ciosamente seus segredos, e intencionalmente desorienta os intérpretes presunçosos. Parte dos símbolos é exposta ao iniciado, mas ele é deliberadamente enganado por interpretações falsas... Os segredos reais permanecem ocultos e... esses se encontram tão profundamente encobertos para o maçom quanto para qualquer outra pessoa, a menos que tenha estudado a ciência do simbolismo em geral, e

do simbolismo maçônico em particular... A venda real nunca é completamente removida dos olhos de uma imensa maioria dos membros da confraria. Eles nunca são levados à verdadeira luz da maçonaria... Eles enxergam as vestimentas, mas não aquilo 'que os trajes ocultam.[87] O fato de as autoridades admitirem o engano dos iniciados deve levantar suspeitas em duas áreas críticas. (1) A ética da organização maçônica é questionada. Por trás dos "bons homens", há uma estrutura clandestina de poder e manipulação. Existem vários livros argumentando que uma fraternidade secreta na civilização geral acaba pervertendo a justiça e minando a democracia; há sempre uma hierarquia oculta que defende seus próprios interesses.[88] Quando o juiz, o advogado, o policial e os criminosos são todos maçons, o veredicto será muito diferente do que no caso de um criminoso comum. Da mesma forma, numa denominação, quando existe uma hierarquia maçônica secreta, a unidade, a honestidade e a transparência do Corpo de Cristo são sacrificadas por manipulações políticas, segredos e jogos de poder - algo que alguns afirmam marca várias denominações evangélicas brasileiras. (2) O mesmo fato da ilusão dos maçons inferiores levanta, também, uma suspeita sobre a validade da interpretação cristã que os evangélicos maçons fazem dos ritos. Parece mais um entendimento que é tolerado com o propósito de penetrar na igreja e, assim, controlá-la. Os dados já apresentados indicam que a maçonaria, de fato, não possui nenhum interesse no evangelho do cristianismo clássico. c. A simbologia pagã. Por natureza, os símbolos sempre significam algo, ou nem seriam usados. Não são elementos vazios ou arbitrários. Na melhor das hipóteses, é algo ingênuo o cristão maçom dizer que os milhares de símbolos da Ordem são meramente relativos à fé do indivíduo, podendo ser tanto bíblicos quanto pagãos. Há mais duas considerações importantes nessa questão. Primeiro, não existe uma teoria conclusiva sobre as origens históricas da maçonaria. Segundo Morey, foi a maçonaria francesa que desenvolveu as idéias esotéricas popularizadas por Albert Pike, a saber, de que a maçonaria foi iniciada nas religiões antigas e ocultas. Hoje, “nove em cada dez livros repetem essencialmente Pike”, o qual, por sua vez, plagiou as idéias de Abbe Robin, Alexander Lenoir, Eliphas Levi e Godfrey Higgins: Será em vão procurar quaisquer referências aos mistérios ou divindades pagãs na maçonaria antiga. Não pudemos encontrar uma única menção às artes ocultas, tais como a magia ou a astrologia. Ninguém alegava ser um druida ou um feiticeiro. O primeiro escritor que tentou associar os mistérios pagãos à maçonaria foi Abbe Robin, em 1780. Ele afirmava que a maçonaria era a guardiã atual dos mistérios antigos.[89] Enquanto os rituais de hoje derivam de um processo evolutivo,[90] os eruditos geralmente concordam que Pike e Mackey são os arquitetos da

Em The Brotherhood (“A Irmandade”), Knight nota que os adeptos<br />

maçons quase sempre mostram atração pelo oculto, procurando “o<br />

significado real” existente por trás das ambigüidades dos ritos: “Tais<br />

pessoas são gradualmente aceitas no santuário interior da<br />

irmandade”.[83] Como o alcance do relacionamento entre a maçonaria e<br />

o oculto é vasto, limitaremos as observações a três áreas: os<br />

juramentos, a ilusão e a simbologia pagã.<br />

a. Os juramentos. Cada maçom jura ser leal à fraternidade acima de<br />

qualquer outro grupo (incluindo a igreja), mediante votos extremamente<br />

fortes. Prometendo solenemente não divulgar os segredos da maçonaria<br />

- nem os crimes de outros maçons (exceto o homicídio e a traição) - o<br />

iniciado jura o seguinte, sobre o Livro Sagrado (a Bíblia, Alcorão ou<br />

Vedas etc.):<br />

Eu ...juro e prometo, de minha livre vontade, pela minha honra e pela<br />

minha fé, em presença do Supremo Arquiteto do Universo, que é Deus, e<br />

perante sta assembléia de maçons, solene e sinceramente, nunca revelar<br />

qualquer dos mistérios da maçonaria que me vão ser confiados... Se<br />

violar este juramento seja-me arrancada a língua, o pescoço cortado e<br />

meu corpo enterrado nas águas do mar, onde o nuxo e renuxo me<br />

mergulhem em perpétuo esquecimento, sendo declarado sacrílego para<br />

com Deus e desonrado com os homens. Assim seja.[84]<br />

Outros juramentos maçônicos são semelhantes, cada um exigindo<br />

fidelidade absoluta à Ordem - muitas vezes com votos de sangue. O<br />

juramento do 33° Grau no Templo em Washington, D.C., por exemplo, é<br />

selado bebendo vinho de um crânio humano, e um indivíduo vestido<br />

como se fosse um esqueleto abraça cada participante no momento do<br />

voto fatal.[85] Enquanto certos juramentos na cultura geral parecem<br />

lícitos diante da lei, biblicamente o cristão é proibido de jurar sem<br />

necessidade (Lv 5.4-6; Mt 5.33-37), muito menos quando isso envolve<br />

votos bizarros e sanguinolentos, invocando a morte - os quais<br />

caracterizam a maçonaria e todo o ocultismo. Nisso, quase todas as<br />

fraternidades secretas e seitas ocultas seguem o padrão da<br />

maçonaria.[86]<br />

b. A ilusão. Os escritores mais eminentes da confraria admitem que a<br />

elite maçônica ilude os maçons dos níveis inferiores, deixando que eles<br />

creiam no que desejam. As verdades mais sublimes permanecem<br />

ocultas dos neófitos, sendo que os mais avançados mantêm as chaves<br />

do “conhecimento real”. Segundo Martin L. Wagner:<br />

A maçonaria esconde ciosamente seus segredos, e intencionalmente<br />

desorienta os intérpretes presunçosos. Parte dos símbolos é exposta ao<br />

iniciado, mas ele é deliberadamente enganado por interpretações falsas...<br />

Os segredos reais permanecem ocultos e... esses se encontram tão<br />

profundamente encobertos para o maçom quanto para qualquer outra<br />

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