Maçonaria Tensões e Perguntas
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6. Como Alguém É Salvo na <strong>Maçonaria</strong>?<br />
Quando o iniciado (chamado profano) participa do primeiro grau de<br />
Aprendiz-Maçom, confessa-se que ele (vendado, nesse momento) vivia<br />
nas trevas e estava cego, mas, agora, deseja entrar à verdadeira luz da<br />
maçonaria.[65] Não há nenhuma exceção para o cristão. Enquanto a<br />
irmandade não articula publicamente um caminho de salvação, existem<br />
pressuposições inegáveis - vistas desde o primeiro rito até o<br />
sepultamento de cada maçom. A perspectiva soteriológica da maçonaria<br />
é percebida através de quatro conceitos, os quais orientam toda sua<br />
prática: (a) a natureza do homem; (b) a aceitação de Deus; (c) a vida<br />
vindoura; e (d) o proselitismo evangélico.<br />
a. A natureza do homem. O cristianismo clássico confessa a verdade<br />
irônica de que o ser humano, sendo criado na imagem de Deus, é<br />
ontologicamente superior e separado das outras criaturas terrestres. Ao<br />
mesmo tempo, porém, ele é espiritualmente rebelde e corrupto, afastado<br />
de Deus e morto em suas transgressões - ou seja, ele é moralmente o<br />
pior ser terrestre. Apesar de suas muitas instruções moralistas, a<br />
maçonaria é marcada por uma ausência total dos conceitos de pecado e<br />
arrependimento (nem possui tais palavras em seus dicionários). Em vez<br />
de estar separado do G.A.D.U., o homem é visto como apenas imperfeito<br />
e não-iluminado, algo simbolizado na Pedra Bruta (cubo polígono) do<br />
Aprendiz, que nos graus seguintes é burilada e polida: “Símbolo da<br />
Idade Primitiva e, portanto, do homem em estado natural e sem<br />
instrução, a Pedra Bruta é a imagem da alma do profano antes de ser<br />
instruído nos mistérios maçônicos”.[66] O profano, ou não-maçom, não<br />
está derradeiramente perdido, mas encontra-se apenas mais longe de<br />
Deus do que a elite fraternal da maçonaria, que possui a<br />
responsabilidade de construir “o Templo da Humanidade”. A loja é o<br />
meio através do qual os homens podem melhorar a si mesmos e<br />
procuram “levantar templos à Virtude e cavar masmorras ao vício”.[67]<br />
Assim, a maçonaria pressupõe essencialmente a natureza boa de cada<br />
ser humano, mas esta natureza precisa de um despertamento e de uma<br />
iluminação por meio da filosofia da fraternidade.[68] Obviamente, não<br />
há necessidade e nem motivo para a propiciação de pecados mediante a<br />
morte de Jesus Cristo na cruz.<br />
b. A aceitação de Deus. “A maçonaria”, afirma J. S. M. Ward, “ensina<br />
que cada homem, por si mesmo, pode desenvolver seu próprio conceito<br />
de Deus e, assim, alcançar a salvação”.[69] Sem dúvida, a maçonaria<br />
promulga a idéia de que, através de seus próprios esforços, o homem é<br />
aperfeiçoado e torna-se digno perante o G.A.D.U. A regeneração, ou<br />
conversão, é essencialmente um processo da alma humana.<br />
A doutrina da regeneração foi ensinada, nos Antigos Mistérios, por<br />
símbolos: não é, porém, o dogma teológico da regeneração peculiar à<br />
Igreja Cristã, mas o dogma filosófico de uma mudança da morte para a