Pensar é transgredir
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Colheremos quem sabe ainda uma vez – ou finalmente – a fruta mais dura de mastigar e mais doce de sentir: um amor bom. Então, vamos à escada rolante: aqui e ali até conseguimos saltar degraus de dois em dois, como quando éramos crianças e muito mais livres, mais ousados e mais interessantes. E por que não? Na pior das hipóteses caímos, quebramos a cara e o coração, e podemos ainda uma vez... recomeçar. _________________________ Lya Luft – Pensar é transgredir 137
_________________________ Lya Luft – Pensar é transgredir 37 Caras na minha janela Há qualquer coisa de especial nisso de botar a cara na janela em crônica de jornal – eu não fazia isso há muitos anos, enquanto me escondia em poesia e ficção. Eu tinha esquecido como era esse gosta/não gosta, fala/não fala. O cronista não escreve para ser gostado nem xingado, embora sabendo que vão acontecer as duas coisas. Ele escreve porque sim. Num ano serão dezenas de artigos, em alguns anos tudo se perdeu na poeira. Inevitavelmente no dia da crônica as pessoas te olham com diversas caras (algumas por conta da paranoiazinha de todo escritor): a cara do que acha que devia dizer alguma coisa mas não leu; o que gostou mas podia ter sido melhor, sobretudo se for amigo: pra eles, a gente tem de ser sempre o máximo. O que detestou e sente até pena de você, “bem que ele/ela se esforça...”. Tem o eterno sabichão: “Foi bom, mas se você...” Há o que gostou mas não é de falar, aí faz aquele olhar cúmplice, ou comenta sutilmente dias depois. Aliás, o melhor da amizade é 138
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finalmente – a fruta mais dura de mastigar e mais<br />
doce de sentir: um amor bom.<br />
Então, vamos à escada rolante: aqui e ali at<strong>é</strong><br />
conseguimos saltar degraus de dois em dois, como<br />
quando <strong>é</strong>ramos crianças e muito mais livres, mais<br />
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E por que não? Na pior das hipóteses caímos,<br />
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vez... recomeçar.<br />
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