Haemoproteus sp. e Plasmodium sp. EM POMBOS ... - Qualittas

Haemoproteus sp. e Plasmodium sp. EM POMBOS ... - Qualittas Haemoproteus sp. e Plasmodium sp. EM POMBOS ... - Qualittas

qualittas.com.br
from qualittas.com.br More from this publisher

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO<br />

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO <strong>EM</strong><br />

PATOLOGIA CLÍNICA VETERINÁRIA<br />

GRAZIELLA CARDOSO PADOVEZI<br />

<strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>. e <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>. <strong>EM</strong> <strong>POMBOS</strong> DOMÉSTICOS (Columba<br />

livia domestica): REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RELATO DE CASO<br />

São Paulo<br />

2010


GRAZIELLA CARDOSO PADOVEZI<br />

<strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>. e <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>. <strong>EM</strong> <strong>POMBOS</strong> DOMÉSTICOS (Columba<br />

livia domestica): REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RELATO DE CASO<br />

São Paulo<br />

2010<br />

Monografia apresentada para a obtenção do<br />

título de pós-graduada em Patologia Clínica<br />

Veterinária do Curso de Pós-graduação em<br />

Medicina Veterinária da Universidade<br />

Castelo Branco sob orientação da Profa.<br />

Dra. Nádia Regina Pereira Almosny.


GRAZIELLA CARDOSO PADOVEZI<br />

<strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>. e <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>. <strong>EM</strong> <strong>POMBOS</strong> DOMÉSTICOS (Columba<br />

livia domestica): REVISÃO BIBLIOGRÁFICA E RELATO DE CASO<br />

Foi analisado e aprovado<br />

com grau...................................................<br />

São Paulo,____de___________de______.<br />

______________________________<br />

Prof. Orientadora Nádia Regina Pereira Almosny<br />

UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO<br />

QUALITTAS<br />

São Paulo<br />

2010


AGRADECIMENTOS<br />

Agradeço a Deus por mais uma oportunidade oferecida.<br />

Á minha professora e orientadora Nádia Almosny, me sinto honrada em tê-la como<br />

minha orientadora. Obrigada pelos conselhos, atenção e todos ensinamentos!<br />

Á minha amiga e companheira de trabalho, Roberta Consani, sem ela este trabalho não<br />

existiria. Obrigada pela confiança e por sempre estar ao meu lado e por sempre me ajudar<br />

pacientemente sem nunca perder o bom humor!<br />

Á minha amiga de todas as horas, Vivian Massarotto, obrigada por todas as noites em<br />

claro que ficou comigo pesquisando e me ajudando, as suas palavras de apoio e otimismo me<br />

ajudaram a concluir mais uma fase de minha vida.<br />

Ao Msc. Guilherme Augusto Marietto Gonçalves pelo envio de textos e auxílio.<br />

Aos meus pais pelo apoio e incentivo.


―Não importa se os animais são incapazes ou não<br />

de pensar. O que importa é que são capazes de<br />

sofrer.‖ Jeremy Bentham (1748-1832)


RESUMO<br />

Os hemoparasitas dos gêneros <strong>Haemoproteus</strong> , <strong>Plasmodium</strong> e Leucocytozoon são um<br />

dos parasitas intracelulares mais freqüentes e descritos em aves, conhecidos também por<br />

parasitas Haemo<strong>sp</strong>orideos.<br />

Transmitidos por insetos hematófagos, os parasitas podem causar, dependendo da infecção,<br />

anemia severa, perda de peso e morte, sendo a maioria das aves parasitadas assintomáticas. O<br />

diagnóstico é feito pelo esfregaço confeccionado com amostras de sangue periférico.Por meio<br />

do presente trabalho visou-se relatar o caso de um pombo doméstico (Columba livia<br />

domestica), socorrido na rua após ter sido atropelado e portador de ectoparasitas do gênero<br />

Pseudolynchia. Coletou-se uma amostra de sangue da veia ulnar para a realização do<br />

hematócrito, proteínas plasmáticas totais, e esfregaço sanguíneo para diagnóstico de uma<br />

possível hemoparasitose. Após a coleta o animal veio a óbito. Ao avaliar-se o esfregaço<br />

sanguíneo observaram-se formas parasitárias intraeritrocitárias. Concluiu-se tratar de um<br />

hematozoário.O pombo chegou à clínica apresentando paralisia de membros, di<strong>sp</strong>néia e<br />

emaciado.<br />

Palavras-chave: pombo doméstico, hemoparasita, insetos hematófagos, Columba livia<br />

domestica, <strong>Haemoproteus</strong> , Plamodium.


ABSTRACT<br />

The hemoparasites of the genera <strong>Plasmodium</strong> , <strong>Haemoproteus</strong> and Leucocytozoon are one of<br />

the most common intracellular parasites and more frequently reported in birds, known as<br />

Haemo<strong>sp</strong>orideos.<br />

Transmitted by blood sucking insects, depending on the infection, the parasites can cause<br />

severe anemia, weight loss and death, and most parasitized birds are asymptomatic.The<br />

diagnosis is made by blood smear of peripheral blood samples.<br />

The present work describes a brief bibliographic review and report a case of a domestic pigeon<br />

(Columba livia domestica), rescued in the street after been hit by a car hit and it was carrying<br />

ectoparasites of the genus Pseudolynchia.It was collected a sample of blood from the region of<br />

the wing, the ulnar vein so we could do the hematocrit, total plasmatic proteins, and blood<br />

smear for a diagnosis of a possible hemoparasite. After the blood collection the animal died.<br />

Looking the blood film it showed intra erythrocytic parasitic forms. It was concluded that was a<br />

hemoparasite.The pigeon came to the clinic showing limb paralysis, dy<strong>sp</strong>nea and emaciated.<br />

Key-words: domestic pigeon, hemoparasite, blood sucking insects, Columba livia domestica,<br />

<strong>Haemoproteus</strong> , <strong>Plasmodium</strong>.


LISTA DE FIGURAS<br />

Figura 1........................................................................................................................................26<br />

Figura 2........................................................................................................................................27<br />

Figura 3........................................................................................................................................28<br />

Figura 4........................................................................................................................................29<br />

Figura 5........................................................................................................................................29


SUMÁRIO<br />

1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 10<br />

2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................................................11<br />

2.1 <strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>p...................................................................................................12<br />

2.1.1 Etiologia.................................................................................................12<br />

2.1.2 Ciclo de Vida.........................................................................................12<br />

2.1.3 Sinais Clínicos........................................................................................14<br />

2.1.4 Patogenia................................................................................................15<br />

2.1.5 Diagnóstico............................................................................................15<br />

2.2 <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>........................................................................................................17<br />

2.2.1 Etiologia.................................................................................................17<br />

2.2.2 Ciclo de Vida.........................................................................................18<br />

2.2.3 Sinais Clínicos........................................................................................19<br />

2.2.4 Patogenia................................................................................................20<br />

2.2.5 Diagnóstico............................................................................................21<br />

2.3 Leucocytozoon <strong>sp</strong>....................................................................................................23<br />

2.3.1 Etiologia.................................................................................................23<br />

2.3.2 Ciclo de Vida.........................................................................................23<br />

2.3.3 Sinais Clínicos........................................................................................24<br />

2.3.4 Patogenia................................................................................................25<br />

2.3.5 Diagnóstico............................................................................................25<br />

3. RELATO DE CASO...............................................................................................................26<br />

4. DISCUSSÃO...........................................................................................................................30<br />

5. CONCLUSÃO.........................................................................................................................32


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................34


1. INTRODUÇÃO<br />

O pombo comum, cujo nome científico é Columba livia domestica, é uma e<strong>sp</strong>écie de<br />

ave exótica que foi introduzida no Brasil no século XVI.<br />

Encontradas em grande número nos centros urbanos, onde se adaptaram muito bem,<br />

devido à facilidade de encontrar alimento e abrigo. Em muitos países, os pombos são<br />

considerados como pragas, sendo um transmissor de várias doenças aos seres humanos.<br />

Várias e<strong>sp</strong>écies de parasitos podem acometer os pombos, como as pulgas e piolhos<br />

ectoparasitas e endoparasitas sendo alguns microscópicos, como os protozoários sanguíneos e<br />

outros, macroscópicos. Entre os hemoparasitas mais estudados e mais frequentes nos pombos,<br />

estão o <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>., <strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>. e Leucocytozoon <strong>sp</strong>.<br />

A primeira vez que se foi observado um Hemo<strong>sp</strong>orídeo aviário em sangue periférico<br />

foi em 1885 por Danilewsky, e provavelmente foram as e<strong>sp</strong>écies de <strong>Haemoproteus</strong> e<br />

<strong>Plasmodium</strong> de corujas e corvos, na Europa Central.<br />

As e<strong>sp</strong>écies de <strong>Haemoproteus</strong> foram observadas em um esfregaço sanguíneo,<br />

presente com outros parasitas intra-eritrocitários pelo zoologista russo V.Ya. Danilewsky<br />

como ―claro, com vacúolos tran<strong>sp</strong>arentes, variável na forma e tamanho, e com a presença de<br />

grânulos de coloração preta brilhante‖ (HEWITT, 1940).<br />

A malária aviária é uma doença comum de aves transmitida por mosquitos<br />

parasitados pelo protozoário do gênero <strong>Plasmodium</strong>.<br />

As e<strong>sp</strong>écies de <strong>Plasmodium</strong> são semelhantes morfologicamente e no<br />

desenvolvimento ao gênero <strong>Haemoproteus</strong> e Leucocytozoon (ATKINSON, 2008), se<br />

diferenciando quanto à reprodução assexual (merogonia) na circulação sanguínea.<br />

As e<strong>sp</strong>écies de <strong>Plasmodium</strong> e Leucocytozoon são capazes de causar anemia severa,<br />

perda de peso e morte em determinadas aves, sendo aves jovens mais suscetíveis.<br />

As aves que sobrevivem desenvolvem uma imunidade contra a re-infecção, não<br />

apresentando mais sinais da doença, servindo assim como reservatórios (WISCONSIN,<br />

YUILL, 1999).<br />

O objetivo do presente trabalho é relatar um caso de hemoparasitos em pombo, assim<br />

como realizar uma breve revisão de literatura.<br />

10


2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

Hemo<strong>sp</strong>orídeos são parasitas protozoários microscópicos e intracelulares encontrados<br />

na circulação sanguínea e em tecidos de repteis, mamíferos, anfíbios e aves,e tem como<br />

vetores mosquitos sugadores de sangue da ordem Díptera . Há três gêneros estreitamente<br />

relacionados, <strong>Plasmodium</strong>, <strong>Haemoproteus</strong> e Leucocytozoon, os quais são comumente<br />

encontrados em aves selvagens. Muitos parasitas impedem o crescimento de pombos, seu<br />

desenvolvimento e produtividade e muitas vezes levam a óbito, principalmente os filhotes<br />

(FATIHU et al, 1991).<br />

Os Hemo<strong>sp</strong>orídeos são o grupo de protozoários mais estudados, por incluírem o<br />

agente da Malária, uma das doenças que mais acomete os seres humanos em regiões de climas<br />

quentes. Os Hemo<strong>sp</strong>orídeos aviários têm um papel importante no estudo da Malária humana,<br />

servindo como estímulo para o desenvolvimento da parasitologia. Estudos como ciclo de vida,<br />

cultivo in vitro desenvolvimento da quimioterapia, vacinação, e outros projetos foram<br />

inicialmente realizados em Hemo<strong>sp</strong>orídeos aviários (VALKIUNAS, 2005).<br />

<strong>Haemoproteus</strong> e <strong>Plasmodium</strong> são encontrados no mundo todo (WALDENSTROM, et<br />

al,2002), com grande diversidade de e<strong>sp</strong>écies. Mais de 120 e<strong>sp</strong>écies de <strong>Haemoproteus</strong> já<br />

foram documentadas em aves (BERMUDEZ, 2003).<br />

11


2.1 <strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>p<br />

2.1.1 Etiologia<br />

<strong>Haemoproteus</strong> é o protozoário mais comum de se encontrar em aves, sendo em<br />

algumas famílias como Fringilidae, Columbidae, e Phasinidae mais suscetíveis a infecção<br />

havendo maior prevalência da doença. Em 2001, Adriano e Cordeiro relataram ocorrência de<br />

90% de pombos infectados por <strong>Haemoproteus</strong> columbae na cidade de Junqueiropólis/SP.<br />

O gênero <strong>Haemoproteus</strong> pertence ao filo Apicomplexa, ordem Haemo<strong>sp</strong>orina,à<br />

família Plasmodidae, e são definidos principalmente pelo seu desenvolvimento<br />

intraeritrocitário e produção de grânulos refrangentes de pigmento marrom ou preto que são<br />

provenientes da digestão da hemoglobina, e caracterizados também pela ausência de<br />

reprodução assexuada na circulação sanguínea (PIERCE, 2000).<br />

Em 1906, descobriu-se que <strong>Haemoproteus</strong> columbae,parasita de pombos e codornas,<br />

era transmitido pela picada de mosquitos hematófagos, da família Hippoboscidae, e em<br />

1957,Fallis e Wood, descobriram que mosquitos da família Ceratopogonidae, do gênero<br />

Culicoides podiam transmitir outras e<strong>sp</strong>écies de <strong>Haemoproteus</strong>.<br />

2.1.2 Ciclo de Vida<br />

Os parasitas se desenvolvem em dois grupos de ho<strong>sp</strong>edeiros, os vertebrados (aves), e<br />

vetores invertebrados (mosquitos hematófagos) (VALKIUNAS, 2005).<br />

O ciclo complexo do <strong>Haemoproteus</strong> envolve tanto a reprodução sexuada<br />

(gametogênese e fertilização) como a assexuada (e<strong>sp</strong>orogonia) no vetor (ho<strong>sp</strong>edeiro<br />

definitivo) e reprodução assexuada (merogonia) no ho<strong>sp</strong>edeiro aviário (ho<strong>sp</strong>edeiros<br />

intermediários), (ATKINSON, 2008).<br />

12


Mosquitos picadores (Diptera: Ceratopogonidae) e moscas Hipoboscidas são os<br />

vetores de transmissão de <strong>Haemoproteus</strong> para as aves.<br />

A Pseudolynchia canariensis (mosca do pombo), pertence à família dos<br />

Hipoboscídeos, considerado como um ectoparasita comum dos pombos, tanto os adultos<br />

machos como as fêmeas se alimentam do sangue do ho<strong>sp</strong>edeiro. São adaptados para se<br />

moverem e viverem nas penas dos pombos. As moscas do pombo não conseguem sobreviver<br />

nos humanos e não há relatos que possam transmitir doenças à eles.São eles os re<strong>sp</strong>onsáveis<br />

pela produção de e<strong>sp</strong>orozoítos, que irão transmitir o protozoário <strong>Haemoproteus</strong> columbae<br />

(SOULSBY,1969). Gametócitos se desenvolvem em eritrócitos maduros.<br />

A merogonia não ocorre em células sanguíneas (VALKIUNAS, 2005).O<br />

desenvolvimento de gametócitos ocorre nos eritrócitos circulantes (CAMPBELL,1995,<br />

BERMUDEZ,2003).<br />

O ciclo sexual começa quando o vetor retira de um ho<strong>sp</strong>edeiro intermediário sangue<br />

infectado contendo maturação do parasita, macrogametócitos femininos e microgametócitos<br />

masculinos. Continua a fase sexual agora no vetor, a gametogênese e fertilização, e esse<br />

produz um zigoto chamado oocineto. Os oocinetos irão penetrar na parede do intestino e irão<br />

se desenvolver na lâmina basal como oocistos esféricos durante a fase assexuada da<br />

e<strong>sp</strong>orogonia (ATKINSON, 2008). Os oocistos no <strong>Haemoproteus</strong> columbae podem alcançar<br />

40 μm ou até mais em diâmetro (VALKIUNAS, 2005). Durante o desenvolvimento dos<br />

oocistos na e<strong>sp</strong>orogonia numerosos e<strong>sp</strong>orozoitos são formados. Após maturação dos oocistos,<br />

os e<strong>sp</strong>orozoitos se movem e penetram na glândula salivar do vetor. Os e<strong>sp</strong>orozoitos são a<br />

forma infectante para as aves.<br />

Merogonia exoeritrocitica ocorre nas células endoteliais das aves e provavelmente em<br />

macrófagos, enquanto que em certas e<strong>sp</strong>écies também ocorre em miofibroblastos.<br />

A transmissão ocorre quando e<strong>sp</strong>orozoitos são então através da secreção salivar do<br />

ho<strong>sp</strong>edeiro vetor inoculado no ho<strong>sp</strong>edeiro vertebrado, as aves (VALKIUNAS, 2005). Os<br />

e<strong>sp</strong>orozoitos agora transmitidos às aves iniciam o desenvolvimento dos merontes<br />

exoeritrociticos na circulação sanguínea (WENYON, 1926; MOHAMMED, 1967; BAKER,<br />

1966; BRADBURY and GALLUCI, 1972; AHMED and MOHAMMED, 1977; ATKINSON<br />

et al., 1986).<br />

13


Os merontes são frequentemente encontrados no pulmão, enquanto que no fígado,<br />

baço, coração, musculatura esquelética, rins e outros órgãos são menos freqüentes<br />

(VALKIUNAS, 2005).<br />

Nos pombos, o <strong>Haemoproteus</strong> columbae penetra nas células endoteliais no pulmão,<br />

onde sofrem desenvolvimento pré-eritrocitico para formar os merontes de paredes finas, ovais<br />

ou ramificados que irão se encontrar ao longo dos capilares pulmonares (MOHAMMED,<br />

1965; GARNHAM,1966; GARVIN et al,2003; VALKIUNAS,2005).<br />

Na circulação sanguínea ocorrerá então a merogonia (reprodução assexuada)<br />

originando os gametócitos, tornando-se infectante para as aves, 7-10 dias após invasão da<br />

circulação sanguínea.A parasitemia atinge seu pico máximo na circulação após 21 dias da<br />

infecção,e quando há baixa intensidade de parasitemia,em 7 dias a infecção cai<br />

(ATKINSON,2008).<br />

Mais do que um (às vezes até 15) merozoítos podem penetrar um único eritrócito.<br />

Infecção múltipla em um eritrócito por diversos parasitas é uma das avaliações da intensidade<br />

da parasitemia. Quando a intensidade da infecção aumenta, a probabilidade dos merozoítos<br />

penetrarem as células aumenta. Normalmente não mais que dois parasitas ganham maturidade<br />

(VALKIUNAS, 2008).<br />

Cada ho<strong>sp</strong>edeiro varia a infecção, dependendo do início da fase aguda, e parece estar<br />

influenciada pela imunidade, mudanças climáticas no fotoperíodo, e nas mudanças hormonais<br />

durante a fase reprodutiva (ATKINSON,2008).<br />

2.1.3 Sinais Clínicos<br />

Apenas algumas e<strong>sp</strong>écies de <strong>Haemoproteus</strong> podem causar sinais clínicos da doença,<br />

como H.meleagridis, H. netionis, H. columbae, em perus, patos e gansos, e pombos e<br />

codornas, re<strong>sp</strong>ectivamente (CARDONA ,et al, 2002; PIERCE,2003).<br />

O <strong>Haemoproteus</strong> é normalmente considerado um hemoparasita de forma benigna, que<br />

causa pouco ou nenhum sinal clínico (BENETTI, et al,1993; MACWHIRTER,1994). Quando<br />

há sinais evidentes ocasionados pelo <strong>Haemoproteus</strong>, é mais comumente associado à anemia<br />

devido à fase eritrocítica do parasitismo (CARDONA, et al,2002). No entanto, em um<br />

14


trabalho feito por DONOVAN, et al em 2008, ficou evidente a mortalidade devido a fase pré-<br />

eritrocítica, estágios de megalosquizontes, os quis resultaram em hemorragia hepática,<br />

necrose e hepatite.<br />

Sinais de infecção em pombos incluem fraqueza, anorexia e anemia (ACTON &<br />

KNOWLES, 1914; COATNEY, 1933).<br />

Uma alta infecção pelo H. columbae em pombos domésticos pode ser fatal<br />

(COATNEY, 1933). Na maioria das vezes é impossível de se observar sinais da doença em<br />

pombos, mesmo quando muito infectados uma vez que a intensidade da parasitemia pode<br />

chegar a 50% dos eritrócitos infectados (AHMED and MOHAMMED, 1978).<br />

2.1.4 Patogenia<br />

Hepatomegalia e e<strong>sp</strong>lenomegalia associados à hiperplasia das células linfóides-<br />

macrófagos são as principais patogenias dos Hemo<strong>sp</strong>orídeos. Em casos de infecções maciças,<br />

uma grande quantidade de pigmento insolúvel se acumula nos macrófagos do baço e fígado<br />

tornando-os de cor enegrecida (VALKIUNAS, 2008). Histologicamente, esquizontes podem<br />

ser encontrados em células endoteliais do fígado (SCHMIDT et al, 2003).<br />

Em um estudo feito com dois pombos que morreram repentinamente, foi verificada<br />

congestão generalizada, pontos necróticos observados nas fibras musculares, músculos do<br />

peito e no músculo das asas e das patas. Petéquias e equimose também foram observadas<br />

(BENNETT, et al,2003).<br />

2.1.5 Diagnóstico<br />

O diagnóstico de <strong>Haemoproteus</strong> columbae é feito por esfregaços sanguíneos de sangue<br />

periférico, aonde se detecta gametócitos intra-eritrocitários, corados geralmente por Panótico<br />

Rápido ou Giemsa.<br />

15


Apenas o estágio de gametócitos irá aparecer no sangue, enquanto que os esquizontes<br />

se encontram em tecidos, como fígado, pulmão e baço (SOULSBY, 1982).<br />

Os gametócitos maduros contêm grânulos de pigmento amarelo-amarronzado refrateis,<br />

o mesmo ocupa quase que 50% de todo eritrócito circundando o núcleo, o que muitas vezes<br />

ocasiona no seu desvio (CAMPBELL, 1994).<br />

A parede fina ovalada dos merontes, que são características de algumas e<strong>sp</strong>écies de<br />

aves Columbiformes são similares aos estágios tissulares, tanto no <strong>Plasmodium</strong> como no<br />

Leucocytozoon. Megalomerontes do <strong>Haemoproteus</strong> são difíceis de distinguir dos<br />

megalomerontes do Leucocytozoon (LEVINE, et al ,1970; BORST and ZUART,1972;<br />

FOWLER and FORBES, 1972; WALKER and GARNHAM,1972; HARTLEY, et al, 1981;<br />

SIMPSON,1991; PENNYCOT, et al, 2006).<br />

Graczyk et al em 1994, retirou extratos do antígeno do <strong>Plasmodium</strong> e os usou para<br />

fazer um teste ELISA, para H.columbae em pombos. A e<strong>sp</strong>ecificidade e sensibilidade desse<br />

teste usado, entretanto, não são conhecidas nem confiáveis, mas podem se tornar úteis em dar<br />

um diagnóstico em aves com baixas infecções (ATKINSON,2008).<br />

Métodos moleculares estão começando a ser aplicados na Medicina Veterinária, para a<br />

diferenciação dos gêneros e identificação do parasita. Por serem altamente sensíveis, estão<br />

sendo úteis para diagnosticar aves com baixa infecção (HELLGREEN, et a,2007;<br />

VALKIUNAS, et al ,2007).<br />

16


2.2 <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong><br />

2.2.1 Etiologia<br />

Os plasmódios aviários são considerados parasitos de grande importância por serem<br />

utilizados extensivamente como modelos ecológicos de sistemas ho<strong>sp</strong>edeiro/parasito<br />

(HAMILTON e ZUK, 1982; ATKINSON e VAN RIPER III, 1991), além de servirem como<br />

modelo para o estudo da malária humana.<br />

A malária aviária, como é mundialmente conhecida, é uma doença infecciosa, por<br />

várias e<strong>sp</strong>écies de parasitos sanguíneos do gênero <strong>Plasmodium</strong> acometendo aves de diversas<br />

e<strong>sp</strong>écies, gêneros e famílias. Além das aves, os plasmódios são encontrados entre répteis,<br />

seres humanos e outros mamíferos. Estes parasitos pertencem ao filo Apicomplexa, classe<br />

Sporozoae, ordem Haemo<strong>sp</strong>orina,família Plasmodidae, gênero <strong>Plasmodium</strong>,sendo agrupados<br />

em 14 subgêneros, assim distribuídos: sete subgêneros ocorrem em répteis (TELFORD,<br />

1984), três subgêneros em mamíferos, quatro subgêneros em aves (GARNHAM, 1960), sendo<br />

eles, Haemamoeba, Giovannolaia, Novyella e Huffia. .<br />

A maior diversidade de e<strong>sp</strong>écies de <strong>Plasmodium</strong> foi documentada em Galliformes,<br />

Columbiformes e Passeriformes (VALKIUNAS, 2005). Entre as aves domésticas,<br />

<strong>Plasmodium</strong> durae, P.juxtanucleare e P.gallinaceum, são os mais freqüentes e geralmente os<br />

re<strong>sp</strong>onsáveis por uma intensa infecção. Não apenas as aves jovens como as adultas podem<br />

morrer em decorrência da Malária (GARNHAM, 1980, HUCHZERMEYER, 1993).<br />

A identificação das e<strong>sp</strong>écies de malária é baseada normalmente nas características<br />

morfológicas dos estágios intra-eritrociticos (MANWELL, 1936).<br />

Foi em 1889, descrito por DANILEWSKY, feito as primeiras observações sobre as<br />

características das lesões da malária aviária.<br />

17


Todas as e<strong>sp</strong>écies de <strong>Plasmodium</strong> são transmitidas por mosquitos, pertencentes,<br />

principalmente, à família Culicidae (SAIF, 2003).<br />

2.2.2 Ciclo de Vida<br />

Os parasitas do gênero <strong>Plasmodium</strong> provocam a presença de pigmentos nos eritrócitos<br />

das aves infectadas. Esquizogonia ocorre na circulação sanguínea, e os gametócitos são<br />

encontrados em eritrócitos maduros (SAIF, 2003).<br />

Os plasmódios aviários irão primeiramente se desenvolver nos mosquitos da família<br />

Culicidae, dos gêneros Culex, Aedes,sendo raro em Anopheles, sendo apenas as fêmeas que<br />

irão transmitir o parasita aos seus ho<strong>sp</strong>edeiros.<br />

O mosquito após picar a ave contaminada com gametócitos do parasita, ocorre a<br />

formação do gameta, o desenvolvimento do oocisto e a e<strong>sp</strong>orogonia, tendo agora como forma<br />

infectante para outra ave ho<strong>sp</strong>edeira, os e<strong>sp</strong>orozoítos (SAIF,2003).<br />

O desenvolvimento do parasita na ave ho<strong>sp</strong>edeira pode ser dividido em merogonia<br />

exo-eritrocítica (constituídos por uma primeira geração, os criptozoítos e metacriptozoítos),<br />

merogonia eritrocítica e formação de gametócitos. Os merozoítos formados na geração dos<br />

criptozoítos irão induzir a formação do parasita nos eritrócitos jovens e/ou maduros, sendo<br />

agora chamados de trofozoítos (conhecidos pela forma anelar na maioria das e<strong>sp</strong>écies)<br />

(VALKIUNAS, 2008).<br />

A presença do parasita no sangue e em tecidos do sistema monocítico fagocitário<br />

(SMF) pode ocorrer resultando em uma fase exo-eritrocítica secundária, invadindo vários<br />

órgãos como fígado, baço, rim e células endoteliais do pulmão, sendo esses casos,<br />

re<strong>sp</strong>onsáveis talvez por uma subsequente intensa parasitemia (SAIF,2003).<br />

O pigmento da malária ou também conhecido como hematozoina é formado pela<br />

digestão da hemoglobina do eritrócito pelo parasita, e sua coloração varia do bronze<br />

amarronzado para o preto (ATKINSON, 2008).<br />

A destruição dos eritrócitos durante o desenvolvimento de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong> está<br />

também associada com o desenvolvimento de diversos merontes eritrocíticos. A composição<br />

18


química do plasma sanguíneo é também alterada, o que aumenta os efeitos da destruição dos<br />

eritrócitos (SEED and MANWELL, 1977).<br />

Após ocorrer diversos ciclos assexuados alguns merozoítos se diferenciam em<br />

gametócitos e aguardam pela ingestão de um novo mosquito, e quando isso ocorre irão formar<br />

gametas através da gametogênese (SAIF, 2003).Os gametócitos maduros escapam dos<br />

eritrócitos quando em contato com o mosquito, após os gametas serem produzidos, a<br />

fertilização ocorrer, há a formação do oocisto.Os oocistos se submetem à uma reprodução<br />

assexuada chamada e<strong>sp</strong>orogonia produzindo diversos e<strong>sp</strong>orozoítos e se direcionam às<br />

glândulas salivares do mosquito vetor, iniciando assim uma nova transmissão do parasita<br />

através do mosquito vetor para um novo ho<strong>sp</strong>edeiro,a ave (ATKINSON,2008).<br />

2.2.3 Sinais Clínicos<br />

A malária aviária é uma doença de aves de vida livre e aves mantidas em condições de<br />

cativeiro (GRIM et al., 2003),sendo sua ocorrência e as conseqüências de infecções por<br />

<strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong> em seus ho<strong>sp</strong>edeiros têm sido extensivamente estudadas em aves de vida<br />

livre. Vários estudos sobre a ocorrência do plasmódio em aves têm sido realizados em várias<br />

partes do mundo, incluindo América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia e África (VAN<br />

RIPER III, 1994; DEVICHE et al., 2001; WALDENSTROM, et al., 2002; MURATA, et al.,<br />

2002).<br />

Aves infectadas apresentam-se geralmente anêmicas, letárgicas, anoréxicas, e<br />

apresentam suas penas eriçadas (ATKINSON, 2008).<br />

A malária aviária causada pelo P.juxtanucleare, em galinhas (gallus gallus)<br />

caracteriza-se por altas taxas de morbidade e mortalidade podendo-se observar sintomatologia<br />

necrosa com paralisia em aves infectadas experimentalmente causada por lesões do tipo<br />

necrótica ou inflamatória no cérebro e medula e<strong>sp</strong>inhal, ou por efeitos do parasito e seus<br />

produtos metabólicos no Sistema Nervoso Central (AL DABAGH, 1961).<br />

Em um estudo feito em um sítio localizado em Campos das Vertenges, estado de Minas<br />

Gerais, foram analisadas 25 aves mestiças de criação rústica onde 100% apresentaram<br />

infecção por <strong>Plasmodium</strong> juxtanucleare, mas nenhuma ave apresentava sintomatologia clínica<br />

(SANTOS-PREZOTO,et al, 2004).<br />

19


Já em perus adultos, infectados por P.durae exibem alguns sinais clínicos como<br />

letargia, anorexia e muitas vezes desenvolvem hipertensão pulmonar como consequência de<br />

uma hipóxia arterial pulmonar (HUCHZERMEYER, 1988).<br />

Foi verificado experimentalmente por Atkinson et al (2000), que aves infectadas por<br />

P. relictum apresentaram significante declínio no consumo de alimentos e perda de peso após<br />

60 dias de infecção.<br />

A malária em aves de cativeiro vem sendo identificada como a causa de morte na<br />

presença de sinais clínicos como anorexia, depressão, dificuldade re<strong>sp</strong>iratória e com<br />

parasitemia alta (BELO, 2007).<br />

A recuperação de uma infecção aguda por malária pode beneficiar um indivíduo e<br />

conferir resistência à re-infecção com isolados homólogos do parasito. A resistência à<br />

infecção de parasitos sanguíneos em aves também pode ser genética ou pode variar em certas<br />

localidades. A resistência pode ainda estar associada à idade (SCHUTLER et al., 1995).<br />

2.2.4 Patogenia<br />

A patogenicidade costuma ser baixa e as aves parasitadas raramente manifestam sinais<br />

de doença, no entanto, é possível observar sinais clínicos da infecção em algumas e<strong>sp</strong>écies de<br />

aves, como pombos e codornas, em filhotes de aves e em aves acometidas por outras doenças<br />

que possivelmente, causem imunodeficiência (CAMPBELL, 2007)<br />

As lesões causadas em infecções agudas por <strong>Plasmodium</strong> incluem sangue ralo, na<br />

avaliação post-mortem há o aumento e descoloração do fígado e baço pela deposição do<br />

pigmento malárico nos macrófagos (ATKINSON, 2008), edema pulmonar, hidropercárdio, e<br />

presença do parasito no sistema reticulo - endotelial (GRIM, et al,2003).<br />

O desenvolvimento de lesões grosseiras corre<strong>sp</strong>onde ao aumento da parasitemia,<br />

hemólise intravascular dos eritrócitos infectados contendo os merontes maduros, a fagocitose<br />

desses eritrócitos e a fragilidade dos outros eritrócitos ainda não parasitados (AL-DABAGH,<br />

1966; SEED and KREIER, 1972; VAN RIPER et al, 1994; WILLIAMS, 2005).<br />

20


Lesões hepáticas causadas por <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>, incluem hepatomegalia e,<br />

particularmente em falcões uma descoloração do órgão tornando-o acinzentado.Esquizontes<br />

exoeritrocitários podem ser encontrados em algumas células inflamatórias (SCHMIDT,et al,<br />

2003).<br />

2.2.5 Diagnóstico<br />

A maioria dos estudos feitos com <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong> utiliza como método de diagnóstico<br />

o esfregaço sanguineo para quantificar os hemoparasitos. As e<strong>sp</strong>écies são tradicionalmente<br />

definidas pelo tamanho e forma dos gametócitos intra-eritrocitários e os merontes,os números<br />

dos merozoítos produzidos pelos merontes maduros, mudanças na morfologia dos eritrócitos<br />

do ho<strong>sp</strong>edeirom e outras caracteristicas biologicas como suscetibilidade das e<strong>sp</strong>écies frente<br />

aos mosquitos, morfologia e localização dos merontes exoeritrocitarios (GARNHAM,1966;<br />

VALKIUNAS,2005).<br />

Quando os merontes não estão presentes dentro dos eritrócitos, torna-se dificil a<br />

diferenciação dos gametócitos do <strong>Plasmodium</strong> para aqueles do <strong>Haemoproteus</strong>,embora<br />

gametócitos de <strong>Haemoproteus</strong> são geralmente maiores do que os gametócitos de <strong>Plasmodium</strong><br />

(ATKINSON,2008).<br />

Recentemente,foram realizadas tentativas para o desenvolvimento da tecnologia<br />

molecular para se tornar mais rápido e mais confiável.<br />

Estudos com reação em cadeia de polimerase, (PCR) são realizados para a detecção da<br />

cadeia da malária aviária, e para visualizar infecções subpatentes que não puderam ser<br />

observadas na microscopia (FELDMAN et al., 1995; Li et al., 1995; PERKINS et al., 1998;<br />

BENSCH et al., 2000; JARVI et al., 2002; RICHARD et al., 2002.. Pesquisas têm<br />

demonstrado que o PCR é uma técnica mais sensível do que o exame microscópio de<br />

esfregaços sanguíneos para a detecção de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>p. no sangue de mamíferos, répteis e<br />

aves (FELDMAN et al., 1995; PERKINS et al., 1998; RIBEIRO et al., 2005).<br />

21


Técnicas sorológicas também foram estudadas (ATKINSON, DUSEK, et at, 2001),<br />

sendo essas técnicas mais sensíveis que o PCR (JARVI,et al, 2002),a sorologia reconhece<br />

melhor os anticorpos da malária do que a detecção do parasita por si só.<br />

Recentes progressos no diagnóstico molecular têm ocorrido, e eventualmente, pode ser<br />

possível em um futuro próximo, identificar as e<strong>sp</strong>écies de <strong>Plasmodium</strong> baseado na linhagem<br />

mitocondrial (VALKIUNAS, et al, 2007).<br />

22


2.3 Leucocytozoon <strong>sp</strong><br />

2.3.1 Etiologia<br />

Há diversas e<strong>sp</strong>écies de Leucocytozoon, mas poucas são conhecidas por serem<br />

patogênicas aos seus ho<strong>sp</strong>edeiros. O grupo de risco entre as aves incluem as aves aquáticas,<br />

pombos, galliformes, e os avestruzes (BENNETT, et al,1993; VALKIUNAS,2005).<br />

O Leucocytozoon pertence ao filo Apicomplexa, classe Coccidia (LEUCKART, 1879)<br />

ordem Haemo<strong>sp</strong>orina, família Plasmodidae (LEVINE,et al, 1971).<br />

A descrição das e<strong>sp</strong>écies são baseadas normalmente na morfologia dos gametócitos na<br />

circulação sanguínea, estudos dos estágios exoeritrociticos (merontes ou esquizontes)<br />

também são verificados e analisados (FORRESTER, et al,2008), embora VALKIUNAS<br />

(2005) cita muitos problemas em se fazer isso,entre eles, a maioria das vezes a infecção pelo<br />

parasita é baixa e os gametócitos geralmente são destruídos quando não se tem cuidado na<br />

preparação do esfregaço sanguíneo.<br />

Há em torno de 143 e<strong>sp</strong>écies relatadas de ho<strong>sp</strong>edeiro e<strong>sp</strong>ecífico,sendo que,a e<strong>sp</strong>écie<br />

Leucocytozoon marchouxi é o mais encontrado em pombos, e raramente se apresenta<br />

patogêncio (PIERCE, et al,1997; VALKIUNAS,2005).<br />

2.3.2 Ciclo de Vida<br />

O ciclo de vida requer dois ho<strong>sp</strong>edeiros. a e<strong>sp</strong>orogonia em insetos (ordem Diptera),<br />

esquizogonia (merogonia) e gametogonia ocorrem nos tecidos ou nas células sanguínea, em<br />

ho<strong>sp</strong>edeiros vertebrados (BERMUDEZ, 2003).<br />

Os e<strong>sp</strong>orozoitos (forma infectante) são inoculados pelos insetos vetores na ave<br />

ho<strong>sp</strong>edeira, e esses irão penetrar nas células hepáticas aonde ocorrerá a primeira geração, os<br />

merontes,crescem, ocorrem divisões nucleares, para formação dos merozoítos (FORRESTER,<br />

et al, 2008), que irão invadir linfócitos e outros leucócitos mononucleares para formação dos<br />

gametócitos (VALKIUNAS,2008).<br />

23


As formas do parasita presente no sangue são os gametócitos, que quando novas são<br />

pequenas, e ocupam reentrância do núcleo da célula ho<strong>sp</strong>edeira, agora arredondada; sua forma<br />

mais velha são os gametócitos maduros que apresentam uma deformação, que consiste em<br />

uma deformidade, com suas extremidades repuxadas, mostrando assim o núcleo bastante<br />

corado e encostado à um dos lados da célula, ao lado do parasita (REIS, et al, 1956).<br />

Os gametócitos e todos os estágios de desenvolvimento não possuem o pigmento<br />

malárico (hemozoina). Os gametócitos se desenvolvem nos eritroblastos, eritrócitos e<br />

leucócitos mononucleares (VALKIUNAS, 2008).<br />

Os gametócitos de forma redonda ou fusiforme (gametócitos machos ou<br />

microgametócitos e gametócitos fêmeas ou macrogametócitos) são a forma infectante para os<br />

insetos vetores, assim que entram na circulação dos insetos, ocorre a reprodução sexual há a<br />

formação do zigoto que torna-se um oocineto, ocorre a e<strong>sp</strong>orogonia para formação dos<br />

e<strong>sp</strong>orozoítos e assim começar um novo ciclo (FORRESTER,et al, 2008).<br />

2.3.3 Sinais Clínicos<br />

Embora em muitas aves, a presença do Leucocytozoon constitua mero achado não<br />

causando aparente mal ao ho<strong>sp</strong>edeiro, em certos casos constitui-se grave infecção e perdas<br />

econômicas (REIS, et al, 1956).<br />

Os patos jovens são os mais suscetíveis podendo morrer dias após a infecção<br />

(O‘ROKE 1934).<br />

Anemia é o sinal clinico mais importante verificado (MALEY and DESSER, 1977). A<br />

anemia está associada coma ruptura dos merontes e a liberação dos merozoitos para a<br />

circulação (FORRESTER, 2008). Outros sinais encontrados são letargia, anorexia, diarréia<br />

(WOBESER, 1997), depressão, sonolência e algumas vezes incoordenação<br />

(BERMUDEZ,2003).<br />

Columbiformes infectados por L.marchouxi foram relatados apresentando penas<br />

eriçadas, anemia, perda de peso, e apatia (OOSTHUIZEN and MARKUS,1968; PIERCE,<br />

1984).<br />

24


2.3.4 Patogenia<br />

Lesões grosseiras e fatais encontradas em aves aquáticas foram relatadas observando<br />

aumento do fígado e do baço, palidez dos tecidos, e sangue ralo (WOBESER, 1997).<br />

Estudos feitos em patos jovens com alta mortalidade foram observados leucocitose,<br />

e<strong>sp</strong>lenomegalia, degeneração do fígado e hipertrofia.<br />

L.marchouxi.<br />

Pouco se sabe sobre lesões histológicas em pombos e rolinhas infectados por<br />

PIERCE, et al em 1997 relatou um caso de um pombo (Columba mayeri) de 7 semanas de<br />

idade que morreu por Leucocytozoon, e na histopatologia foi observado megalomerontes em<br />

vários estágios de desenvolvimento no fígado, pâncreas, coração rim, intestino e baço. Havia,<br />

também, necrose tubular renal e hemorragia no miocárdio.<br />

2.3.5 Diagnóstico<br />

Infecções por Leucocytozoon <strong>sp</strong>p podem ser diagnosticadas examinando um esfregaço<br />

sanguíneo feito com sangue periférico das aves, observando as características morfológicas<br />

dos gametócitos (FORRESTER, 2008).<br />

Desde o ano 1970, testes sorológicos são realizados para detectar anticorpos contra<br />

L.caulleryi em galinhas, que incluem precipitação em Agar-gel (MORI, 1972),<br />

imunoeletroforese (FUJISAKI,et al,1980), ELISA (ISOBE and SUZUKI,1986,1987). Testes<br />

similares não foram ainda desenvolvidos para outras e<strong>sp</strong>écies de Leucocytozoon.<br />

Métodos moleculares como o PCR são usados para distinguir Leucocytozoon de<br />

<strong>Plasmodium</strong> e <strong>Haemoproteus</strong> (HELLGREN, et al, 2004; BEADELL and FLEISCHER,2005;<br />

COSGROVE, et al, 2006).<br />

25


3. RELATO DE CASO<br />

No mês de julho de 2009 foi atendido em uma clínica veterinária em São Paulo/SP,<br />

um animal da e<strong>sp</strong>écie Columba livia domestica atropelado.<br />

O animal foi trazido por terceiros a clinica após ter sido atropelado.<br />

No exame físico o pombo apresentava-se prostrado, com di<strong>sp</strong>néia in<strong>sp</strong>iratória,<br />

paralisia de membros devido à politraumatismos, emaciação e apresentava grande infestação<br />

de ectoparasitas do gênero Pseudolynchia.<br />

Figura 1:Pseudolynchia <strong>sp</strong><br />

(Resende, J.R, et al, 2001)<br />

Foi administrado analgésico e coletado uma pequena amostra de sangue via<br />

venipunção da veia ulnar da asa para realização de análises hematológicas.<br />

Foram realizados o hematócrito, em centrífuga de microhematócrito, e os valores de<br />

proteínas plasmáticas totais, por refratometria. Também foram confeccionados esfregaços<br />

sanguíneos para a hematoscopia, leucocitoscopia e pesquisa de hemoparasitos que<br />

posteriormente foi corado pelo panótico rápido.<br />

O valor do Hematócrito foi de 44% enquanto os valores de proteínas plasmáticas totais<br />

eram de 3,8g/dl. Segundo as referências de LUMEIJ, (1987), o valor médio de hematócrito<br />

26


para os pombos domésticos é de 42,5% e a concentração de proteínas plasmáticas totais é de<br />

2,1 a 3,3g/dl. Os valores encontrados no pombo socorrido estavam um pouco acima do<br />

normal, podendo assim dizer que estava com uma leve desidratação.<br />

O animal veio a óbito algumas horas depois.<br />

Na objetiva de 10X e ocular de 10X foi analisado o esfregaço sanguíneo, e já no<br />

primeiro campo foram observados gametócitos de <strong>Haemoproteus</strong> columbae, no interior dos<br />

eritrócitos. Foi possível observar pigmentos refrateis de cor castanha em alguns dos<br />

gametócitos e a maioria dos gametócitos ocupava quase que 50% de todo eritrócito que<br />

circundava o núcleo formando a forma típica apresentada por esse parasita.<br />

Figura 2: Esfregaço sanguíneo (1.000X),corado por Panótico Rápido com a presença de<br />

gametócitos de <strong>Haemoproteus</strong> columbae, no interior de eritrócitos (setas).<br />

27


Figura 3: Campo onde se observa eritrócitos com até dois gametócitos em seu interior, e<br />

deslocamento do núcleo.<br />

Após analisar diversos campos, encontrou-se trofozoítos de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong> , de<br />

tamanho pequeno, arredondados a ovais,no interior de eritrócitos.A cada 10 campos<br />

observados, em 4 se observava a presença de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>.<br />

28


Figura 4: Presença de trofozoítos de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>, no interior do eritrócito (setas).<br />

Figura 5: Observa-se no mesmo campo trofozoítos de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong> (setas)<br />

29


4.DISCUSSÃO<br />

A identificação dos parasitas no pombo doméstico foi um achado acidental, sendo que,<br />

doenças como a malária aviária é de grande importância não sendo muito relatada em São<br />

Paulo, principalmente em Columbiformes.<br />

Essas infecções podem causar declínio rápido de populações de aves até a diminuição<br />

da biodiversidade.<br />

Na medicina de animais selvagens, os exames laboratoriais podem ser considerados<br />

métodos para diagnosticar e prevenir doenças e inclusive servir como bioindicador de<br />

qualidade ambiental, uma vez que a saúde do meio ambiente influencia na biologia e ecologia<br />

dos organismos que vivem nele (ALMOSNY e MONTEIRO, 2007).<br />

Os mosquitos (gênero Culicidae) são os vetores primários de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>. e<br />

<strong>Haemoproteus</strong> <strong>sp</strong>., sendo descrito por Valkiunas (1997) como comuns nas regiões dos<br />

trópicos, principalmente no Brasil (CONSOLI, et at,1994), podendo ser explicado a infecção<br />

do mesmo no caso relatado.<br />

Apesar da maioria dos autores alegarem que geralmente a parasitemia é baixa e os<br />

animais são assintomáticos, neste caso relatado, em particular pode-se observar que o animal<br />

apresentava sintomas e estava desorientado, tanto que foi atropelado, não sendo comum<br />

nessas e<strong>sp</strong>écies, e pela microscopia, a parasitemia era relativamente alta,sendo que em todos<br />

os campos observados havia parasitas intra-eritrocitários.<br />

A pesquisa de parasitas em animais silvestres in situ é uma ferramenta para o estudo<br />

sanitário de uma população e da qualidade do ambiente podendo assim compreender<br />

determinadas relações parasito-ho<strong>sp</strong>edeiro e o meio ambiente em que vivem (ALMOSNY e<br />

SANTOS, 2001; ALMOSNY e MONTEIRO, 2007). A destruição e modificação dos<br />

diferentes habitats naturais vêm acarretando em emergência e re-emergência de doenças<br />

infectoparasitárias (ALMOSNY e SANTOS, 2001; ALMOSNY e MONTEIRO, 2007).<br />

O interesse pelos parasitos do sangue de aves tem crescido rapidamente nos últimos<br />

anos. Este aumento se deve às pesquisas recentes que vêm contrapondo um fato já tradicional<br />

30


que destaca os hemoparasitos de aves como agentes de pouca importância ou não<br />

patogênicos.<br />

Estas pesquisas revelam que os parasitos do sangue podem causar importantes<br />

alterações nas aves infectadas (DEVICHE et al., 2001; BENNETT et al.,1993).<br />

Além disso, estudos sobre os hemoparasitos de aves podem ser relevantes no a<strong>sp</strong>ecto<br />

da sua conservação (DOBSON and MAY, 1986).<br />

31


5.CONCLUSÃO<br />

Apesar de bastante comum, as infecções em Columbiformes por hemoparasitas tem<br />

recebido pouca atenção na forma de publicações na cidade de São Paulo, pois não se<br />

encontrou relatos de caso da região envolvendo esta família.<br />

Tais afecções contribuem e muito como causa de mortalidade não apenas do pombo<br />

doméstico, como também de e<strong>sp</strong>écies ameaçadas de Columbiformes que ocorrem também no<br />

Estado de São Paulo, constantes na Lista Nacional de E<strong>sp</strong>écies Ameaçadas da Fauna<br />

Brasileira tais como o Pararu ( Claravis godefrida) e a Rolinha do Planalto ( Columbina<br />

cyanopis).<br />

Isso, sem contar as demais aves de outras famílias também acometidas por<br />

hemoparasitos.<br />

Os parasitas estudados parecem assumir forma latente no organismo do ho<strong>sp</strong>edeiro<br />

definitivo, o que torna as doenças menos ameaçadoras para as populações, mas na presença de<br />

quaisquer outros fatores imunossupressores, esta pode ser devastadora para a vida do<br />

indivíduo.<br />

O controle da infecção em animais de vida livre torna-se relativamente difícil, uma<br />

vez que a transmissão conta com a presença de vetores como a Pseudolynchia <strong>sp</strong>.,<br />

ectoparasita muito comum.<br />

No animal, cujo caso foi relatado, o ectoparasita se apresentava em grande quantidade<br />

parasitando o animal e seu exame de esfregaço sanguíneo apresentava grandes quantidades de<br />

hemoparasitas.<br />

O pombo estava emaciado, o que nos leva a crer que havia antecedentes mórbidos ao<br />

acidente e que de maneira provável tenham contribuído com uma imunossupressão e<br />

conseqüente multiplicação dos parasitas sanguíneos. Porém esta é apenas uma teoria, visto<br />

32


que a quantidade de sangue que se permitiu colher do animal, não era suficiente para a<br />

realização de hemograma e leucograma, por se tratar de uma de um pequeno volume<br />

O aumento de pombas domésticas avançando para áreas de conservação ambiental<br />

contribui para a disseminação da infecção para e<strong>sp</strong>écies da fauna nativa e, portanto, faz-se<br />

necessário o conhecimento dos hemoparasitas de estudo pelo clínico veterinário a fim de<br />

saber diagnosticar e tratar essas afecções contribuindo para medicina da conservação.<br />

33


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />

ACTON, H.W. and KNOWLES, R.Studies on the halteridium parasite of the pigeon,<br />

<strong>Haemoproteus</strong> columbae Celli and San Felice. Indian J. Med. Res., 663–690,1914.<br />

ADRIANO,EDSON,A.;CORDEIRO,NELSON,S.Prevalence and intensity of <strong>Haemoproteus</strong><br />

columbae in three <strong>sp</strong>ecies of wild doves from Brazil.Mem.Inst.Oswaldo Cruz.vol.96(2).p.175-<br />

178,2001.<br />

Al-DABAGH, M. A.Mechanisms of Death and Tissue Injury in Malaria. Shafik Press,<br />

Baghdad, Iraq,1966.<br />

AL DABAGH M A. Symptomatic partial paralysis in chicks with <strong>Plasmodium</strong> juxtanucleare.<br />

J Comp. Pathol. 71: 217-21,1961.<br />

ALMOSNY, N.R.P.; MONTEIRO, A.O. Patologia Clínica. In: CUBAS, Z. S.; SILVA,<br />

J.C.R.; CATÃO DIAS, J.L. Tratado de Animais Selvagens. São Paulo: Roca, Cap 59, p.939-<br />

966,2007.<br />

ALMOSNY, N.R.P.; SANTOS, L.C. Laboratory Support in wild Animal Medicine. In:<br />

FOWLER, M. E. e CUBAS, Z.S. Biology, Medicine and Surgery of South American Wild<br />

Animals. Iowa: Iowa State University, 2001. Cap. 43, p.500-504.<br />

ATKINSON,C.T. <strong>Haemoproteus</strong>.In:Parasitic Disease of Wild Birds.1st editionp.p 13-<br />

28,2008.<br />

ATKINSON, C. T., R. J. DUSEK, AND J. K. LEASE. Serological re<strong>sp</strong>onses and immunity to<br />

superinfection with avian malaria in experimentally- infected Hawaii Amakihi. Journal of<br />

Wildlife Diseases 37: 20–27,2001.<br />

34


ATKINSON, C. T., R. J. DUSEK, K. L. WOODS, and W. M. IKO. Pathogenicity of avian<br />

malaria in experimentally-infected Hawaii Amakihi. Journal of Wildlife Diseases 36:197–<br />

204,2000.<br />

ATKINSON, C. T.; VAN RIPER III, C. Pathogenicity and epizootiology of avian<br />

haematozoa: <strong>Plasmodium</strong>, Leukocytozoon, and <strong>Haemoproteus</strong>. In: Loye J.E. and Zuk M.<br />

(Eds.) Blood-parasite interactions: Ecology, evolution, and behaviour, Oxford University<br />

Press, Oxford, U.K., p. 19- 47,1991.<br />

ATKINSON, C.T., GREINER, E.C. & FORRESTER, D.J. Pre-erythrocytic development and<br />

associated host re<strong>sp</strong>onses to <strong>Haemoproteus</strong> meleagridis (Haemo<strong>sp</strong>orina: Haemoproteidae) in<br />

experimentally infected domestic turkeys. Journal of Protozoology, 33, 375-381,1986.<br />

AHMED, F. E., and A. H. MOHAMMED. <strong>Haemoproteus</strong> columbae: Course of infection,<br />

relapse and immunity to reinfection in the pigeon. Zeitschrift f¨ur Parasitenkunde 57:229–<br />

236,1978.<br />

BAKER, J. R. <strong>Haemoproteus</strong> palumbis <strong>sp</strong>. nov. (Sporozoa, Haemo<strong>sp</strong>orina) of the English<br />

Wood Pigeon (Columba p. palumbus). Journal of Protozoology 13:515–519,1966.<br />

BEADELL, J. S., and R. C. FLEISCHER. A restriction enzyme-based assay to distinguish<br />

between avian haemo<strong>sp</strong>oridians. Journal of Parasitology 91:683–685,2005.<br />

BELO,N.O. Ocorrência de <strong>Plasmodium</strong> <strong>sp</strong>p. em aves silvestres da família psittacidae<br />

mantidas em cativeiro no Brasil.Dissertação.Mestrado em Medicina Veterinária da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais.2007<br />

BENNETT,G.F.;EARLE, R.A; BASTIANELLO, S et al. Histopathology of the tissue stages<br />

of <strong>Haemoproteus</strong> columbae causing mortality in columbiformes. Avian<br />

Pathology.vol.22.p.67-80, 1993.<br />

BENNETT, G. F., M. A. PEIRCE, and R. W. Ashford. Avian haemoatozoa: Mortality and<br />

pathogenicity. Journal of Natural History 27:993–1001,1993.<br />

35


BENNETT, G. F., R. A. EARLE, and M. A. PIERCE. The Leucocytozoidae of South African<br />

birds: Falconiformes and Strigiformes. Ostrich 64:67–72,1993.<br />

BENSCH, S., M. STJERNMAN, D. HASSELQUIST, O. OSTMAN, B. HANSSON,H.<br />

WESTERDAHL, AND R. TORRES PINHEIRO. Host <strong>sp</strong>ecificity in avian blood parasites: A<br />

study of <strong>Plasmodium</strong> and <strong>Haemoproteus</strong> mitochondrial DNA amplified from birds.<br />

Proceedings of the Royal Society of London Series B 267: 1583–1589,2000.<br />

BERMUDEZ, A.J. Miscellaneous and <strong>sp</strong>oradic protozoal infections.<br />

In:SAIF,V.M.;BARNES,H.J.; GLISSON,J.R; et al. Diseases of poultry.11 th edition.p.1014-<br />

1015,2003.<br />

BRADBURY, P.C. and GALLUCCI, B.B.Observations on the fine structure of the schizonts<br />

of <strong>Haemoproteus</strong> columbae. Ibidem, 43–49,1972.<br />

CAMPBELL, T.W.Hematologia das aves. In:Hematologia e Bioquímica Veterinária.cap.17<br />

p.234-236, 2007.<br />

CAMPBELL,T.W.Common avian blood parasites. In: Avian Hematology and cytology.2nd<br />

edition.p.30-31,1994.<br />

CARDONA, C.J.; IHEJINIKA,A.; BENETT,G.F; et al.<strong>Haemoproteus</strong> tophorthrix infection<br />

in bobwhite quail.Avian Disease.vol.46.p.249-255,2002.<br />

COATNEY, G. R. Relapse and associated phenomena in the <strong>Haemoproteus</strong> infection of the<br />

pigeon. American Journal of Hygiene 18:133–160,1933.<br />

COSGROVE, C. L., K. P. DAY, and B. C. SHELDON. Coamplification of Leucocytozoon<br />

by PCR diagnostic tests for avian malaria: a cautionary note. Journal of Parasitology<br />

92:1362–1365.,2006.<br />

DANILEWSKY, B. La Parasitologie Compare´e Du sang. 1. Nouvelles Recherches sur les<br />

Parasites Du Sang des Oiseaux. Darre, Kharkov, Ukraine,1889.<br />

36


DEVICHE, P.; GREINER, E. C.; MANTECA, X. Seasonal and age-related changes inblood<br />

parasite prevalence in dark-eyed juncos (Junco hyemalis, Aves, Passeriformes). J. Exp. Zool.,<br />

v. 289, n. 1, p. 456–466, 2001.<br />

DOBSON, A. P.; MAY, R. M. Disease and Conservation. In: Conservation Biology: the<br />

science of scarcity and diversity. Massachussets: p. 345-365,1986.<br />

DONOVAN, T.A.; SCHRENZEL M.;TUCKER, T.A.;et al. Hepatic hemorrhage, hemocoelon<br />

and sudden death due to <strong>Haemoproteus</strong> infection in passerine birds.11 cases.Journal of<br />

Veterinary Diagnostic Investigation.vol.20,issue 3.p.304-313,2008.<br />

FALLIS, A. M., and D. M. WOOD. Biting midges (Diptera: Ceratopogonidae) as<br />

intermediate hosts for <strong>Haemoproteus</strong> of ducks. Canadian Journal of Zoology 35:425–<br />

435,1957.<br />

FATIHU,M.Y.;OGBOGU,C.V.;NJOKU and D.I,SARROR.Comparative studies of<br />

gastrointestinal Helminth of poultry in Zaria.Rev.Elev.Med.Vet.Pays.Trop.vol.44.p.175-<br />

177,1991.<br />

FELDMAN, R. A., L. A. FREED, AND R. L. CANN. A PCR test for avian malaria in<br />

Hawaiian birds. Molecular Ecology 4: 663–673,1995.<br />

FORRESTER, D. and ELLIS C. G. Leucocytozoonosis.In: Parasitic Diseases of Wild Birds.p<br />

54-95,2008.<br />

FOWLER, N.G. and FORBES, G.B. Aberrant Leucocytozoon infection in parakeets. Vet.<br />

Rec., França, C. Leucocytozoon du geai, de l‘épervier et la bécasse. Bull. Soc. Pathol.<br />

Exot.,P.345-347,1972.<br />

FUJISAKI, K., TAKAMATSU, H., KITAOKA, S., SUZUKI, K. and KAMIO, T.Direct<br />

immunofluorescent staining of Leucocytozoon caulleryi of different developmental stages.<br />

Natl. Inst. Anim. Health. Q. (Jpn.), 73–79,1981.<br />

37


GARNHAM, P.C.C. Malaria in its various vertebrate hosts. In: Kreier, J.P. (Ed.). Malaria.<br />

Part 1. Epidemiology, chemotherapy, morphology and metabolism. New York etc.: Academic<br />

Press, p.95–144,1980.<br />

GARNHAM P C C. Malaria Parasites and Other Haemo<strong>sp</strong>oridia. Blackwell Sci. Public.<br />

Oxford, 1114 p. 1966.<br />

GARVIN, M.C., HOMER B.L., and GREINER E.C.Pathogenicity of <strong>Haemoproteus</strong><br />

danilewskyi,<br />

Kruse, 1890, in blue jays (Cyanocitta cristata). J. Wildl. Dis., 161–169,2003<br />

GRACZYK,T.K.;CRANFIELD, M. R., MCCUTCHANT. F. and BICKNESE. J.<br />

Characteristics of naturally acquired avian malaria infections in naive juvenile African black-<br />

footed penguins (Spheniscus demersus).Parasitology Research.vol.80.num.8 p. 634-<br />

637.,1994.<br />

GRIM, K. C., T. McCUTCHAN, J. Li, M. SULLIVAN, T. K. GRACZYK, G. McCONKEY,<br />

and M. CRANFIELD. Preliminary results of an anticircum<strong>sp</strong>orozoite DNA vaccine trial for<br />

protection against avian malaria in captive African Black-footed Penguins. Journal of Zoo<br />

and Wildlife Medicine 35:154–161,2004.<br />

HELLGREEN, O., J. WALDENSTROM, and S. BENSCH. A new PCR assay for<br />

simultaneous studies of Leucocytozoon, <strong>Plasmodium</strong>, and <strong>Haemoproteus</strong> from avian blood.<br />

Journal of Parasitology 90:797–802,2004.<br />

HELLGREEN, O., J. WALDENSTROM, J. PEREZ-TRIS, E. SZOLL Osi, D.<br />

HASSELQUIST, A. Krizanauskiene, U. Ottosson and S. Bensch. Detecting shifts of<br />

transmission areas in avian blood parasites—a phylogenetic approach. Molecular Ecology<br />

16:1281–1290,2007.<br />

HAMILTON, W. D., and M. Zuk. Heritable true fitness and bright birds: A role for parasites?<br />

Science 218:384–387,1982.<br />

38


HARTLEY, W.J., REDDACLIFF, E., FINNIE, E.P. & TURNER, D. Su<strong>sp</strong>ected lethal<br />

Leucocytozoon infection in the pied currawong (Strepera graculina). In: FOWLER, M.E.<br />

(Ed.) Wildlife diseases of the Pacific Basin and other Countries.p. 95-97,1981.<br />

HEWITT,R. Bird Malaria.The Johns Hopkins Press Baltimore,1940.<br />

HUCHZERMEYER, F. W.Pathogenicity and chemotherapy of <strong>Plasmodium</strong> durae in<br />

experimentally infected domestic turkeys. Onderstepoort Journal of Veterinary Research<br />

60(2):103–110,1993.<br />

HUCHZERMEYER, F.W. Avian pulmonary hypertension syndrome. IV. Increased right<br />

ventricular mass in turkeys infected with <strong>Plasmodium</strong> durae. Onderstepoort Journal of<br />

Veterinary Research, 55, 107-108,1988.<br />

ISOBE, T. and SUZUKI, K.Long-term antibody re<strong>sp</strong>onse to Leucocytozoon caulleryi in<br />

experimentally infected chickens. Jpn. J. Vet. Sci.,p. 357–359,1987.<br />

JARVI, S. I., J. J. SCHULTZ, and C. T. ATKINSON.PCR diagnostics underestimate the<br />

prevalence of avian malaria (<strong>Plasmodium</strong> relictum) in experimentally-infected passerines.<br />

Journal of Parasitology 88:153–158,2002.<br />

LEVINE, N. D. & CAMPBELL, G. R. A check-list of the <strong>sp</strong>ecies of the genus <strong>Haemoproteus</strong><br />

(Apicomplexa: Plasmodiidae). J. Protozool. 18, 475-484,1971.<br />

LEVINE, N.D., BEAMER, P.D. & SIMON, J.A disease of chickens associated with<br />

Arthrocystis galli n.g., n.<strong>sp</strong>., an organism of uncertain taxonomic position. In: SINGH, K.W.<br />

& TARDON, B.K. (Eds) H.D. Srivastava Commemorative volume, pp. 429-434,1970.<br />

LI, J., R. A. WIRTZ, G. A. MCCONKEY, J. SATTABONGKOT, A. P. WATERS,<br />

M. J. ROGERS, AND T. F. MCCUTCHAN. <strong>Plasmodium</strong>: Genusconserved primers for<br />

<strong>sp</strong>ecies identification and quantitation. Experimental Parasitology 182–190,1995.<br />

39


MALEY, G.J.M. and DESSER, S.S. Anemia in Leucocytozoon simondi infections. I.<br />

Quantification of anemia, gametocytemia, and osmotic fragility of erythrocytes in naturally<br />

infected Pekin ducklings. Can. J. Zool.,P.355–358,1977.<br />

MANWELL, R, D. The problem of <strong>sp</strong>ecies, with <strong>sp</strong>ecial reference to the malaria parasites.<br />

Annais of Tropical Medicine, v. 30, n. 1, p. 435-439, 1936.<br />

MOHAMMED, A.H.H. (1967). Studies on the schizogony of <strong>Haemoproteus</strong> columbae Kruse,<br />

1880. Proceedings of the Egyptian Academy of Science, 19, 37-64,1967.<br />

MOHAMMED, A. H. H. Studies on the schizogony of <strong>Haemoproteus</strong> columbae Kruse 1890.<br />

Proceedings of the Egyptian Academy of Sciences 19:37–46,1965.<br />

MORI, T. Presence of antigens and antibodies in the sera of chickens infected with Akiba<br />

caulleryi. National Institute of Animal Health Quarterly, Japan 12:161–167,1972<br />

OOSTHUIZEN, J. H., and M. B. MARKUS.The hematozoa of South African birds. IV.<br />

Leucocytozoonosis in nestlings. Journal of Parasitology 54:1244–1246,1968.<br />

PEIRCE, M. A. Order Haemo<strong>sp</strong>ororida Danilewsky, 1885. In An Illustrated Guide to the<br />

Protozoa, Vol. 1, 2nd ed., J. J. Lee, G. F. Leedale, and P. Bradbury (eds). Society of<br />

Protozoologists, Lawrence, KS, pp. 339–347,2000.<br />

PEIRCE, M. A., GREENWOOD, A. G. and SWINNERTON, K. Pathogenicity of<br />

Leucocytozoon marchouxi in the Pink Pigeon (Columba mayeri) in Mauritius. Veterinary<br />

Record 140, 155–156,1997.<br />

PEIRCE, M. A. Haematozoa of Zambian birds. I. General survey. Journal of Natural History<br />

18, 105–122,1984.<br />

PENNYCOT, T., A. WOOD, C. MacINTYRE, D. and T. PATTERSON. Deaths in aviary<br />

birds associated with protozoal megaloschizonts. Veterinary Record 159:499–500,2006.<br />

40


PERKINS, S. L., S. M. OSGOOD, AND J. J. SCHALL. Use of PCR for detection of<br />

subpatent infections of lizard malaria: Implications for epizootiology. Molecular Ecology 7:<br />

1587–1590,1998.<br />

RESENDE, J.S.; MARTINS, N.R.S.; JORGE,M.A. An outbreak of malaria by <strong>Haemoproteus</strong><br />

columbae in pigeons.Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia.Universidade<br />

Federal de Minas Gerais. Vol.53.n.03,2001.<br />

RIBEIRO, S. F.; SEBAIO, F.; BRANQUINHO, F. C. S. et al. Avian malaria in Brazilian<br />

passerine birds: parasitism detected by nested PCR using DNA from stained blood smears.<br />

Parasitol., v. 130, p. 261-267, 2005.<br />

RICHARD, F. A., R. N. M. SEHGAL, H. I. JONES, AND T. B. SMITH. 2002. A<br />

comparative analysis of PCR-based detection methods for avian malaria. Journal of<br />

Parasitology 819–822,2002.<br />

SAIF, Y.M. Disease of poultry.vol.11.p.1010-1015,2003.<br />

SANTOS-PREZOTO; HELBA,H; D‗AGOSTO,M.; DA<strong>EM</strong>ON,E. Prevalência e variação dos<br />

estádios eritrocíticos do <strong>Plasmodium</strong> (Novyella) juxtanucleare em Gallus gallus sob<br />

condições naturais, no período de um ano.Parasitologia Latinoamericana. 59: 14 - 20, 2004.<br />

SEED, T.M. and MANWELL, R.D. Plasmodia of birds. In: Kreier, J.P. (Ed.). Parasitic<br />

Protozoa. New York etc.: Academic Press, p. 311–357,1977.<br />

SEED, T. M., and J. P. KREIER.. <strong>Plasmodium</strong> gallinaceum: Erythrocyte membrane<br />

alterations and associated plasma changes induced by experimental infections. Proceedings of<br />

the Helminthological Society of Washington.P.387–411.1972.<br />

SOULSBY, E.J.L . Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated Animals. 7 th<br />

edn.,<br />

Baillire Tindall. pp. 35-740,1982.<br />

SOULSBY, E.J.L. Helminths, Arthropods and Protozoa of Domesticated animals, Williams<br />

and Wilkens.692,1969 .<br />

41


TELFORD JR., S.R. Reptilian hemoparasites. In: HOFF, G.L.; FRYE, F.L; JACOBSON,<br />

E.R. (Eds.). Diseases of amphibians and reptiles. New York: Plenum Publishing, p.385-<br />

517,1984.<br />

O‘ROKE, E.C. A malaria-like disease of ducks caused by Leucocytozoon anatis Wickware.<br />

Univ. Mich. Sch. Cons. Bull.,1–44,1934.<br />

VAN RIPER III, C.; ATKINSON, C.T.; SEED, M.T. Plasmodia of birds. In: KREIER, J.P.<br />

(Ed. 2) Parasitic Protozoa. New York: Academic Press, p. 73-140.1994.<br />

VALKIUNAS, G., P. ZEHTINDIIEV, O. HELLGREN, M. ILIEVA, and T. A. IEZHOVA.<br />

Linkage between mitochondrial cytochrome b lineages and morpho<strong>sp</strong>ecies of two avian<br />

malaria parasites, with a description of <strong>Plasmodium</strong> (Novyella) ashfordi <strong>sp</strong>. nov. Parasitology<br />

Research 100:1311–1322,2007.<br />

VALKIUNAS, G. Avian Malaria Parasites and Other Haemo<strong>sp</strong>oridia. CRC Press, New<br />

York,2005.<br />

WALDENSTRON,J.;BENCSH,S.;KIBOLI,D.;et al.Cross infection of blood parasites<br />

between resident and migratory songbirds in Africa.Mol. Ecology.vol.11.p.1545-1554,2002.<br />

WALKER, D. and GARNHAM, P.C.C. Aberrant Leucocytozoon infection in parakeets. Vet.<br />

Rec., 70–72,1972.<br />

WENYON, C. M. Protozoology. Vol. II. Bailliere, Tindall and Cox, London.,p.128,1926.<br />

WILLIAMS, R. B. Avian malaria: Clinical and chemical pathology of <strong>Plasmodium</strong><br />

gallinaceum in the domesticated fowl Gallus gallus. Avian Pathology 34:29–47,2005.<br />

WOBESER, G. A. Diseases of Wild Waterfowl, 2 nd ed. Plenum Press, New York,1997.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!