Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
Revista Atlântica de cultura ibero-americanat
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
ALGUM CHEIRINHO A ALECRIM 96<br />
Portugueses nos An<strong>de</strong>s<br />
peruanos ou o mistério<br />
da Boca Mina<br />
<strong>de</strong> Pilipinto<br />
Osvaldo Henrique Urbano<br />
97<br />
A uns 30 quilómetros a oeste da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cuzco,<br />
antiga capital do império incaico, está Pillpinto,<br />
junto às margens do rio Apurimác. É uma povoação<br />
com umas mil e tal almas, sem muito espaço para<br />
alargar as suas estreitas fronteiras, <strong>de</strong>finidas por<br />
altas montanhas e majestosos cumes <strong>de</strong> rocha viva.<br />
As águas do rio abriram aí uma profunda garganta<br />
para <strong>de</strong>slizarem alegremente em direcção à<br />
Amazónia, entre três mil e dois mil e quinhentos<br />
metros <strong>de</strong> altura. O sol é ar<strong>de</strong>nte, e da vegetação<br />
abundante das margens do rio saem milhares<br />
<strong>de</strong> borboletas <strong>de</strong> todas as cores e feitios. Pillpinto<br />
é uma palavra quechúa que significa «borboleta».<br />
An<strong>de</strong>s peruanos. Fotografia <strong>de</strong> João Ventura