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Revista Atlântica de cultura ibero-americanat

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figura um profundo <strong>de</strong>safio para as concepções<br />

progressistas na região, o advento<br />

<strong>de</strong>stes governos <strong>de</strong> esquerda ou afins<br />

incorporou, como um dos eixos do seu<br />

trabalho, o aprofundamento <strong>de</strong>mocrático:<br />

o Chile, a Bolívia, o Brasil e o Uruguai são<br />

exemplos claros e <strong>de</strong>finidos nessa situação;<br />

na Argentina <strong>de</strong> Kirchner, persistem dúvidas<br />

a respeito <strong>de</strong>ste ponto, enquanto na<br />

Venezuela <strong>de</strong> Chávez este constitui um dos<br />

calcanhares <strong>de</strong> Aquiles ou, pelo menos, um<br />

dos pontos controversos <strong>de</strong> toda a experiência<br />

chavista, posição assinalada, inclusive,<br />

por sectores e grupos <strong>de</strong> esquerda<br />

<strong>de</strong>sse país.<br />

Em princípio, então, para lá dos matizes,<br />

o balanço que po<strong>de</strong>mos efectuar sobre<br />

a evolução política da região, nos últimos<br />

anos, é positivo e alentador: em primeiro<br />

lugar, pelo retorno à <strong>de</strong>mocracia após o<br />

pa<strong>de</strong>cimento <strong>de</strong> extensos regimes ditatoriais<br />

em países <strong>de</strong> larga tradição <strong>de</strong>mocrática<br />

como o Chile e o Uruguai; em segundo<br />

lugar, pelos avanços da vida <strong>de</strong>mocrática<br />

em sistemas políticos <strong>de</strong> indiscutível gravitação<br />

continental como a Argentina e o<br />

Brasil, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a superação <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong>s<br />

profundas e com o sinal sempre alentador<br />

<strong>de</strong> rotações não traumáticas no Governo,<br />

no caso do segundo; em terceiro lugar, pela<br />

incorporação no círculo <strong>de</strong>mocrático <strong>de</strong><br />

outras socieda<strong>de</strong>s que ao longo do século<br />

XX viveram sempre, ou quase sempre, sob<br />

regimes autoritários, como é o caso mexicano;<br />

finalmente, pela revitalização, nuns<br />

casos, ou a criação, noutros, <strong>de</strong> espaços <strong>de</strong><br />

integração política regional ou sub-regional,<br />

com uma procura acrescida para superar<br />

os seus rasgos <strong>de</strong> «défice <strong>de</strong>mocrático».<br />

Sem <strong>de</strong>sconhecer ou minimizar este<br />

auspicioso avanço da <strong>de</strong>mocracia representativa<br />

no continente, também nos últimos<br />

anos pu<strong>de</strong>ram ser observados alguns outros<br />

sinais no panorama político regional. As<br />

profundas crises políticas e institucionais<br />

que alguns países da região pa<strong>de</strong>ceram nos<br />

últimos anos dão conta <strong>de</strong> muitos fenómenos<br />

já inocultáveis. Observemos alguns<br />

<strong>de</strong>les:<br />

1) Os formatos <strong>de</strong>mocráticos e os seus<br />

actores tradicionais <strong>de</strong>terioraram-se <strong>de</strong><br />

forma profunda e hoje são claramente<br />

As posturas<br />

anti-imperialistas e um<br />

antinorte-americanismo<br />

profundo (entendido não<br />

como uma ruptura<br />

face ao povo <strong>de</strong>ssa nação,<br />

mas como uma rejeição<br />

profunda das práticas<br />

contrárias ao Direito<br />

e à Comunida<strong>de</strong><br />

internacionais, adoptadas<br />

pela administração<br />

ultradireitista<br />

do presi<strong>de</strong>nte Bush),<br />

expan<strong>de</strong>m-se, como há<br />

décadas não ocorria<br />

no continente,<br />

impulsionando<br />

posturas nacionalistas<br />

e <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> soberanias<br />

agredidas.

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