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Revista Atlântica de cultura ibero-americanat

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Nesta edição mergulhamos, primeiro, com os apanhadores<br />

<strong>de</strong> algas da Costa Vicentina, para, <strong>de</strong>pois, subirmos<br />

à Serra <strong>de</strong> Monchique e, numa errância pela tradição<br />

oral, recuperarmos os vilancetes glosados dos foliões das<br />

festas do Espírito Santo, em Marmelete. Descobrimos,<br />

ainda, o Côa, «correndo teimoso entre invernos e estiagens,<br />

cioso guardador <strong>de</strong> memórias». Mas é <strong>de</strong> Luanda<br />

que nos fazemos <strong>de</strong> novo ao mar oceano, puxando os fios<br />

azuis dos achamentos na outra margem atlântica. Imaginamo-nos<br />

em navios armados com a ma<strong>de</strong>ira da Serra <strong>de</strong><br />

Monchique, cruzando as mesmas rotas da vaga gente lusitana.<br />

Como João Fernan<strong>de</strong>s, marinheiro portimonense e<br />

Fotografia <strong>de</strong> Paulo Barata<br />

Entre fronteiras <strong>de</strong> sal<br />

João Ventura<br />

jventura_atlantica@yahoo.com<br />

negociante em Acapulco. Ou como os mineiros escavando<br />

as entranhas dos An<strong>de</strong>s peruanos. Enchemos <strong>de</strong><br />

sonhos uma embarcação a damos nome <strong>de</strong> Eusebel e partimos<br />

<strong>de</strong> Luanda para Minas guiados pelas estrelas do sul.<br />

Navegamos «sem passaporte entre fronteiras por sentinelas<br />

<strong>de</strong> sal e silêncio», até aportarmos a lugares «mais<br />

remotos que Lima» que apenas vislumbramos nos confins<br />

<strong>de</strong> um mundo, agora, invisível. E, como uma oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recomeço, reinventamos uma América on<strong>de</strong> se<br />

projectam as utopias da vaga gente <strong>de</strong> há cinco séculos e<br />

dos revolucionários que procuram calar o silêncio dos<br />

«cem anos <strong>de</strong> solidão».

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