CIDADES INVISÍVEIS 46 47 OS BAIRROS ALTOS E SEUS CINEMAS Alejandro Reyes Praça Buenos Aires (Bairros Altos). Arquivo Pessoal <strong>de</strong> Alejandro Reyes
Aproximadamente 70% dos cine-teatros dos Bairros Altos começaram a funcionar na segunda década do século XX, reflectindo a elevada <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> populacional e o po<strong>de</strong>r económico dos seus vizinhos. O Lima, o Mazzi e o Delicias foram cine- -teatros que fascinaram pela sua arquitectura mo<strong>de</strong>rna e a sua elegância interior. Na segunda década do século XX, o cine- -teatro Lima, com a administração <strong>de</strong> Dom Venâncio Rada, oferecia três sessões diárias, havendo quatro tipos <strong>de</strong> entradas: balcão, plateia, galeria e camarotes. As poltronas do balcão e da plateia estavam forradas com veludo, criando-se um ambiente propício para ver os filmes «mudos» que eram acompanhados com o ritmo <strong>de</strong> um piano. Um exemplo da importância do público e dos cinemas dos Bairros Altos foi a apresentação <strong>de</strong> companhias estrangeiras como a <strong>de</strong> Margarita Xirgú no cine-teatro Lima (versão do meu pai, Alejandro Reyes Verás- Fachada Cine-teatro Mazzi (Bairros Altos), in <strong>Revista</strong> Varieda<strong>de</strong>s, Lima, Ano VIII, 17.02.1912, n.º 207 tegui).Também se apoiou a produção nacional, difundindo a nossa música crioula, como o festival que se realizou no teatro Lima a 8 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1926 «a favor do músico Nicolás Wetzell, contando-se com a participação <strong>de</strong> Felipe Pinglo, o duo Montes y Manrique, os irmãos Vilela, Carlos Saco, Guillermo Acosta, Juan Araújo, além <strong>de</strong> outras figuras do crioulismo daquela época» (D. Mejía). A confluência <strong>de</strong> <strong>cultura</strong>s nos Bairros Altos reflecte-se nitidamente nos seus cine-teatros. Os primeiros chineses que se foram instalando nos Bairros Altos em 1860, no começo do século XX já constituíam uma numerosa colónia com uma sólida economia, levando a que, institucionalmente, construíssem o cine-teatro Delicias na rua colonial do Rastro <strong>de</strong> la Huaquilla, junto ao famoso e BAIRROS ALTOS / CINEMAS 1910-1960 Cinema Rua Cinelandia Vitervo América General La Fuente Bolívar* Plazuela <strong>de</strong> Santa Catalina Apolo Chirimoyo Delicias* Rastro <strong>de</strong> la Huaquilla Francisco Pizarro* Plazuela <strong>de</strong> Santa Ana (Mazzi) Unión* Plazuela <strong>de</strong> Santa Ana Continental Plazuela Mercedarias Buenos Aires Acequia <strong>de</strong> Islas Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lemos* Plazuela Buenos Aires Lima* Manuel Morales (Astor) Huáscar Aromo * Cine-teatro Fonte: Autor Sala Cine-teatro Mazzi (Bairros Altos), in <strong>Revista</strong> Varieda<strong>de</strong>s, Lima, Ano VIII, 17.02.1912, n.º 207
- Page 1: Revista atlântica de cultura ibero
- Page 5 and 6: Nesta edição mergulhamos, primeir
- Page 7 and 8: André Mingas, Paulo de Carvalho e
- Page 10 and 11: HERÓIS DO MAR 8 9
- Page 12: HERÓIS DO MAR 10 11
- Page 16 and 17: LUGARES DE PARTIDA 14 15 Luanda Man
- Page 18: VAGA GENTE 16 17 Esta vida de marin
- Page 21 and 22: mártir, ia recebendo notícias da
- Page 24 and 25: TRAVESSIAS 22 23 EUZEBEL (1) Ao meu
- Page 26 and 27: TRAVESSIAS 24 25 UM BILHETE (3) Em
- Page 28 and 29: TRAVESSIAS 26 27 5. OUTRA CHEGADA [
- Page 30 and 31: TRAVESSIAS 28 29 8. A MULHER APETIT
- Page 32: Vida, paixão, morte e ressurreiç
- Page 35 and 36: província de Charcas, cumprindo as
- Page 37 and 38: sacerdotisa, se inclinaria perante
- Page 39 and 40: Festividades Tirana do Tamarugal. F
- Page 42 and 43: CIDADES INVISÍVEIS 40 LIMA DO OUTR
- Page 44 and 45: CIDADES INVISÍVEIS 42 não se fari
- Page 46 and 47: CIDADES INVISÍVEIS 44 EM MEADOS DO
- Page 50 and 51: CIDADES INVISÍVEIS 48 As poltronas
- Page 52 and 53: VIDAS CONTADAS 50 UMA EVOCAÇÃO DE
- Page 54 and 55: VIDAS CONTADAS 52 53 O meu pai tinh
- Page 56 and 57: VIDAS CONTADAS 54 55 algum amigo ou
- Page 58 and 59: VIDAS CONTADAS 56 57 gabinete do Mu
- Page 60 and 61: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 58 59 A IN
- Page 62: O obstinado retorno da utopia Rober
- Page 65 and 66: inspirada, mais tarde, pelo sonho d
- Page 67 and 68: apêndice do main stream literário
- Page 70 and 71: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 68 69 INTR
- Page 72 and 73: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 70 71 insu
- Page 74 and 75: A INVENÇÃO DA AMÉRICA 72 73 aces
- Page 76 and 77: CEM ANOS DE SOLIDÃO 74 75 Os filho
- Page 78: RIOS PROFUNDOS 76 Côa, o rio que n
- Page 81 and 82: Uma cena do romance regionalista de
- Page 83 and 84: tenha arvores de fructo; sem embarg
- Page 85 and 86: (período entre 30 000 e 10 000 ano
- Page 88 and 89: BESTIÁRIO 86 87 Jamais se viram. E
- Page 90: Sabores perdidos Carmen Yáñez Nat
- Page 93 and 94: saboreei na meridional cidade de Co
- Page 95 and 96: Há que acariciar a redondinha, dar
- Page 97 and 98: Nadie se olvida, Platko, no, nadie,
- Page 100 and 101:
ALGUM CHEIRINHO A ALECRIM 98 99 Aí
- Page 102 and 103:
O QUE FAÇO EU AQUI 100 101 Magical
- Page 104 and 105:
O QUE FAÇO EU AQUI 102 103 Foi com
- Page 106 and 107:
O QUE FAÇO EU AQUI 104 105 Prometi
- Page 108 and 109:
O QUE FAÇO EU AQUI 106 107 En Maco
- Page 110 and 111:
Perto da ria Gastão Cruz A MARESIA
- Page 112 and 113:
A mosca e o ladrão Ondjaki FICÇÕ
- Page 114 and 115:
Mar Portugal Ricardo Diniz SETE MAR
- Page 116 and 117:
SETE MARES 114 115 É daquelas cois
- Page 118:
A MUDANÇA DA TERRA 116 117 Os vila
- Page 121 and 122:
O campo lexical é o característic
- Page 123:
precioso, pois nenhum apontamento m
- Page 130:
PUBLICAÇÃO SEMESTRAL EDIÇÃO Ins